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Mercantilismo e Utopia Na Época Do Renascimento
Mercantilismo e Utopia Na Época Do Renascimento
Curso de _______
2º Semestre
Nome do autor
Quelimane
2022
Nome do autor
Docente:
Quelimane
2022
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................1
2. OBJECTIVOS.........................................................................................................................................2
2.1. Objectivo Geral................................................................................................................................2
2.2. Objectivos Específicos......................................................................................................................2
3. MERCANTILISMO E UTOPIA NA ÉPOCA DO RENASCIMENTO..................................................3
3.1. MERCANTILISMO NA ÉPOCA DO RENASCIMENTO..............................................................3
3.1.1. Características do Mercantilismo...............................................................................................3
3.1.2. Origem do Mercantilismo..........................................................................................................5
3.1.3. Tipos de Mercantilismo.............................................................................................................6
3.2. UTOPIA NA ÉPOCA DO RENASCIMENTO................................................................................7
3.2.1. Utopia Renascentista: Etimologia e Uso do Termo....................................................................7
3.2.2. Utopia Renascentista: Principais Características........................................................................8
3.2.3. Utopia Renascentista: Principais Filósofos e suas Obras Utópicas............................................9
4. CONCLUSÃO.......................................................................................................................................13
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................14
1. INTRODUÇÃO
A visão utópica do mundo continuou sendo uma prática dos homens contemporâneos até
os renascentistas modernos. Segundo o historiador francês Fernand Braudel, as sociedades são
permeadas por mentalidades, que são perpassadas pelo tempo da longa duração, em que tudo se
move mais lento. O indivíduo e a sociedade não modificam seus valores morais, éticos e
culturais de um ano para outro, ou de um dia para o outro. Para a sociedade modificar sua
mentalidade são necessários séculos (tempo da longa duração). Portanto, dentro dessa
perspectiva da longa duração de Braudel, podemos compreender por que o homem renascentista
continuou produzindo utopias.
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2. OBJECTIVOS
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3. MERCANTILISMO E UTOPIA NA ÉPOCA DO RENASCIMENTO
O mercantilismo ficou conhecido por ter sido um conjunto de práticas econômicas que
existiu durante a Idade Moderna, sobretudo entre os séculos XV e XVIII. Para os historiadores, o
mercantilismo ficou marcado por práticas econômicas de transição entre o modo de produção
feudal e o modo de produção capitalista.
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Todas essas práticas foram usadas pelas nações europeias para conquistar a tão almejada
balança comercial favorável, isto é, as receitas e as vendas superando os gastos e as compras do
Estado. Um acontecimento extremamente importante para o sucesso dessas práticas econômicas
entre as nações europeias foi o colonialismo.
O colonialismo foi fundamental para os Estados europeus, pois permitiu que eles
explorassem inúmeros recursos de suas colônias e os enviassem para a Europa. Isso também
possibilitou que essas colônias fossem transformadas em consumidores compulsórios de suas
metrópoles, por conta do exclusivismo comercial.
A procura do mercantilismo por garantir uma balança comercial a todo custo acabou
gerando a adoção de políticas protecionistas pelos Estados europeus para as suas economias.
Assim, eles procuravam desincentivar as importações por meio de taxas alfandegárias, isto é,
impostos que eram cobrados sobre as mercadorias trazidas de outros países.
Além disso, estabeleciam-se políticas rigorosas que definiam com quem uma nação
poderia comercializar e com quem não poderia. Outra forma de combater as importações de
mercadorias era incentivar que as mesmas fossem produzidas em seu próprio território. Assim,
os monarcas absolutistas que adotaram o mercantilismo incentivaram o desenvolvimento de
manufaturas em seus reinos.
Quando as exportações não eram suficientes para garantir a entrada de metais preciosos
em quantidades aceitáveis, os Estados absolutistas recorriam a outras formas de obter dinheiro.
Na França, por exemplo, os principais impostos eram cobrados da população de camponeses, já
bastante fragilizada pelas suas duras condições de vida.
Essas formas de obtenção de riqueza iam além disso, pois incluíam práticas de saque em
conflitos e, no caso inglês, o incentivo ao corso, isto é, a pirataria. A Inglaterra financiou uma
série de corsários ao longo dos séculos XVI e XVII para que eles saqueassem embarcações
espanholas que saíam da América carregadas de ouro e prata. Os estados absolutistas também
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confiscaram bens de parte da população, como aconteceu com os judeus na Espanha no final do
século XV.
Balança comercial favorável: defesa da ideia de que era necessário exportar mais do
que importar.
Metalismo: acúmulo de metais preciosos nos cofres do reino.
Protecionismo: utilização de formas de proteção da economia, como as taxas
alfandegárias.
Intervenção estatal: o Estado intervia na economia com frequência como forma de
garantir os seus interesses comerciais.
Incentivo às manufaturas: incentivo ao desenvolvimento de manufaturas como forma
de proteger a economia.
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ordem que se estabelecia, devendo abrir mão de alguns de seus privilégios, como o direito de
formar forças armadas privadas.
Os Estados Nacionais Modernos procuraram expandir suas fronteiras territoriais por meio
das navegações marítimas. Destaca-se ainda que o modo de produção feudal perdeu força e deu
espaço à consolidação do comércio e da exploração dos recursos de outros locais por meio do
colonialismo.
Mercantilismo metalista
O mercantilismo metalista era baseado na acumulação de metais preciosos advinda da
exploração das colônias. A extração de ouro e prata das colônias espanholas na América foi um
caso emblemático.
Mercantilismo comercial
O mercantilismo comercial era baseado na exploração das colônias, mas seu foco estava em
comercializar mercadorias nas colônias na lógica do exclusivismo comercial. A exploração do
Brasil por Portugal e a realização do comércio na Índia foi o principal exemplo disso.
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Mercantilismo industrial
Esse modelo foi proposto por um economista francês chamado Jean-Baptiste Colbert e teve
grande influência no reinado de Luís XIV, fazendo da França o principal exemplo desse tipo de
mercantilismo.
Após a obra de Morus, que tinha por referência principalmente a República de Platão, o
gênero utópico se popularizou por toda a Europa ao longo dos séculos seguintes. É possível
perceber, nessas utopias, um claro aumento da preocupação dos autores com a filosofia natural e
com o progresso da ciência. Esse processo culmina na Nova Atlândida (1627), de Francis Bacon,
passando pela utopia de Anton Francesco Doni, Mondo Sávio e Pazzo (1552), e pela utopia
milenarista de Tommaso Campanella, A cidade do sol (1602).
Utopia foi um palavra inventada pelo filósofo Thomas More em 1516, dentro do período
conhecido como Filosofia Renascentista.
Ela é composta pela justaposição (combinação sem perda) de duas palavras gregas: οὐ
(não) e τόπος (lugar). Dessa forma, utopia significa “não lugar” ou “lugar que não existe”.
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O termo utopia servia originalmente para descrever um lugar fictício. Porém, com o
passar dos anos, a palavra começou a ser utilizada para descrever uma sociedade fictícia perfeita.
No dia a dia, a palavra utopia muitas vezes é usada para se referir a um ideal
inalcançável.
A Utopia Renascentista pode ser considerada uma corrente filosófica da área da política,
em que os filósofos descrevem sociedades perfeitas. Em suas teorias utopistas, os filósofos tanto
apontam críticas àquilo que eles consideram errado em suas sociedades atuais quanto apresentam
sugestões de mudanças que, em suas concepções, permitiriam o surgimento de sociedades
melhores, FIRPO (2005).
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fim a todos os problemas sociais. Essa característica é muito pertinente tendo em vista que o
renascimento se destaca como um período de revalorização do ser humano, através do chamado
Humanismo Renascentista, FIRPO (2005).
Além disso, as sociedades utópicas são extremamente organizadas, com cada um sabendo
a sua função e a executando com maestria. Logo, percebemos que os filósofos utopistas
compreendem a necessidade de todos os cidadãos se engajarem socialmente para que se alcance
a felicidade coletiva.
Outro ponto de destaque é que ninguém se sente sobrecarregado nos seus afazeres,
sobrando tempo suficiente para todos poderem aproveitar seu tempo livre, que geralmente é
gasto com artes e estudos. Logo, o excesso de trabalho pode ser considerado um fator de
instabilidade social.
Obviamente, praticamente não existem crimes nas sociedades utópicas. Isso demonstra
que a maioria das atitudes antiéticas só se manifestam quando indivíduos de uma sociedade se
sentem injustiçados e reagem de modo violento. Como isso, vemos que os filósofos utopistas
consideram a justiça como uma das principais virtudes para se obter a paz interna de uma
sociedade.
Thomas More (às vezes chamado de Thomas Morus) nasceu em 7 de fevereiro de 1478
na cidade de Londres, Inglaterra. Thomas era de uma família a qual podemos considerar classe
média (em suas palavras, honrada mas não famosa). Seu pai era um advogado que depois se
tornou juiz. Thomas recebeu uma educação humanista, mas foi obrigado pelo pai a deixá-la e se
dedicar ao direito. Em 1504, More entrou na vida política e foi conquistando vários cargos de
confiança devido a sua eficiência. Foi casado duas vezes (por falecimento da primeira esposa) e
teve quatro filhos. Ele era católico e crítico da reforma protestante que ocorria na época. More
caiu em desgraça quando se recusou a fazer um juramento que reconhecia o rei da Inglaterra
como Chefe Supremo da Igreja (pela ocasião do surgimento da Igreja Anglicana). Thomas foi
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acusado de traição e considerado culpado, recebendo a pena de morte. Ele foi decapitado aos 57
anos em 6 de julho de 1535.
O livro Utopia (cujo nome completo é Um pequeno livro verdadeiramente dourado, não
menos benéfico que entretedor, do melhor estado de uma república e da nova ilha Utopia) foi
publicado em 1516. Esse livro não é feito em forma de dissertação, mas em forma de literatura.
Nele, é narrada a história do marinheiro português Rafael Hitlodeu, o qual descobriu a ilha de
Utopia nas terras do novo mundo. O livro se divide em duas partes. Na primeira, em forma de
diálogos, é feita uma crítica à Inglaterra, mostrando que ela é uma terra de injustiças e
desigualdade social, que possui uma realeza belicosa e gananciosa, a qual oprime o povo
miserável através do trabalho incessante para sustentar gastos desnecessários e uma corte ociosa,
e onde ocorre perseguição religiosa. Na segunda parte, temos o relato de Rafael, que seria um
dos marinheiros que ficaram no Brasil, na viagem de Américo Vespúcio. Rafael teria viajado
sozinho um pouco mais e encontrado essa ilha de Utopia. Nessa ilha, o regente é escolhido
através de votação secreta indireta e tem um cargo vitalício, mas podendo ser deposto se agir
como tirano (nisso, já vemos uma diferenciação com a Inglaterra pois em Utopia o povo escolhe
indiretamente o seu rei e ainda pode depô-lo se for necessário); não existe propriedade privada
(os bens comuns ficam em um armazém e os moradores trocam de casas de 10 em 10 anos); a
agricultura é a principal atividade (valorização do trabalho no campo); todos precisam trabalhar
(sem ociosidade e desemprego) e não existe distinção entre homens e mulheres (igualdade de
gênero); a jornada de trabalho é menor, sobrando mais tempo para outros estudos; os sábios
fazem as funções de líderes políticos e espirituais; existem escravos (estrangeiros ou prisioneiros
de Utopia), mas não são maltratados; não existem advogados porque a lei é simples o suficiente
para todos entenderem; existe saúde pública; todos comem a mesma coisa e não existe riqueza
nem ostentação de luxos (como roupas finas e joias); existem diversos cultos religiosos e todos
são tolerados; todos possuem formação militar, mas resistem ao máximo a entrarem em qualquer
conflito (priorização da paz); e, por fim, não existe privacidade (todos precisam se comportar
bem e ter uma vida pública).
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3.2.3.2. Tommaso Campanella (1568-1639) e o Livro A Cidade do Sol (1602)
O livro A Cidade do Sol foi publicado em 1602. Ele é um diálogo entre um cavaleiro e
um marinheiro. Nessa conversa, o marinheiro diz ter encontrado uma cidade com leis e costumes
perfeitos em uma ilha (que hoje é o Sri Lanka). Essa cidade é governada por um príncipe-
sacerdote que precisa ter como atributos a erudição, conhecimento teórico e prático, criatividade
e sabedoria e possuir mais de 35 anos para ter experiência de vida (mostrando a necessidade da
primazia da razão teórica e prática no governante); o governante é auxiliado por três outros
príncipes que são especialistas nas ciências, na guerra/paz e no amor; a cidade é fortificada com
seis muralhas de proteção em formato de círculos e neles estão talhados os conhecimentos da
humanidade, como a matemática, a biologia e as artes (mostrando que a obtenção do
conhecimento fortalece as sociedades); a religião é única e se assemelha ao cristianismo, mas
exalta outras figuras como Osíris, Zeus e Maomé além de aceitar a astrologia (sendo uma defesa
do sincretismo religioso); as crianças começam a sua educação aos três anos e aprendem de
forma lúdica (igualdade educacional); todos devem trabalhar, mas só trabalham por quatro horas
já que o trabalho é dividido igualmente (igualdade laboral); o tempo livre é dedicado a atividades
lúdicas que também proporcionam algum tipo de conhecimento (ócio criativo); cada cidadão é
escolhido para trabalhar com base na sua virtude (trabalho segundo as próprias qualidades); não
existem bens privados, sendo tudo compartilhado entre as pessoas (crítica à propriedade
privada); os que não cumprem a lei são isolados em uma torre (mas não sofrem punições); seus
membros nunca experimentaram a violência e a fome (demonstrando que tinham atingido a
perfeição social).
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3.2.3.3. Francis Bacon (1561-1626) e o Livro Nova Atlântida (1626)
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4. CONCLUSÃO
"A palavra “Utopia” aparece pela primeira vez na obra homônima de Thomas More.
Significa “não lugar”, ou seja, um lugar que não existe na realidade. Posteriormente, “Utopia”
passou a ser considerado uma espécie de gênero de escrita caracterizado por conter como
principal tema uma organização política e/ou social ideais, geralmente em contraponto a uma
organização política e/ou social atuais.
A ilha-reino criada por Thomas More teve seu nome derivado de Utópos, seu
descobridor. A geografia da ilha foi descrita provavelmente a partir de narrativas sobre a
América.
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Na obra, em estilo irônico e narrada pelo personagem Rafael Hitlodeu, Thomas More
demonstra como seria aplicável uma sociedade sem propriedade privada e sem intolerância
religiosa, na qual a razão é o critério para estabelecer condutas sociais e não o autoritarismo do
Rei ou da Igreja."
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACON, Francis. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural Ltda, 1999;
CAMPANELLA, Tomás. A Cidade do Sol. Lisboa: Guimarães Editores, 1996. Coleção
Filosofia e Ensaios, p. 100;
FIRPO, Luigi. Para uma definição de utopia. Morus – Renascimento e Utopia, Campinas,
2005 v.2;
MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2020, p. 98. Disponível em:
<https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/mercantilismo.htm>. Acesso em
21 de Out. 2022;
MORUS, Tomás. A Utopia. Porto Alegre: L&PM, 2011;
SANTOS, Wigvan Junior Pereira dos. "Utopia"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/utopia.htm. Acesso em 21 de outubro de 2022.
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