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Trabalho Penal

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Artigo 218 = CORRUPÇÃO DE MENORES


Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter
vantagem econômica, aplica-se também multa. ” (VETADO). (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)

Razão do veto

Com a reforma trazida pela Lei 12.015/2009, transferiu-se o crime de


corrupção de menores do art. 218, cuidando do âmbito da formação sexual
do adolescente, para os arts. 218-A e 218-B.

“A conduta de induzir menor de catorze anos a satisfazer a lascívia de


outrem, com o fim de obter vantagem econômica já está abrangida pelo tipo
penal previsto no art. 218-B, § 1o, acrescido ao Código Penal pelo projeto de
lei em comento. ”

 Explicação dos termos


o Induzir é incitar, incutir, mover, levar uma ideia para
outrem. No induzimento, a pessoa faz penetrar na mente
da vítima a ideia – VERBO NUCLEAR
o Lascívia - A lascívia implica a impossibilidade de controlar
a libido, podendo tornar-se numa obsessão. Uma pessoa
com lascívia olha para o próximo com intenções sexuais.
Quem tem modos libertinos, libidinosos
o Outrem - quando queremos nos referir de forma
indefinida (sem identificação específica) a algo ou alguém
que não está presente.
 Contextualização
o É criticado o nome CORRUPÇÃO DE MENORES
I. No Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de
outrem. Sendo a única mudança o sujeito passivo ser
menor de 14 anos, devendo então seguir a mesma
lógica da apresentação “Mediação para servir a lascívia
de outrem”
II. Existe um tipo penal no Estatuto do Adolescente
contém o mesmo nome, gerando confusão sobre qual
seria o delito, ou seja, é referente ao cometido no
art.244-B da Lei 8.069/90 (que é praticar ou induzir
com um menor um crime) ou art.218 do CP (crime sob
a dignidade sexual)

o Existe três figuras


 O agente que pratica o crime induzindo o menor,
também chamado de proxeneta (vulgarmente
conhecido por cafetão)
 A vítima – menos de 14 anos (sujeito passivo)
 O beneficiário da conduta (VOYEUR) – que vai
observar a criança para satisfazer sua lascívia,
apenas contemplar, ou seja, não acontecerá a
prática da conjunção carnal ou qualquer outro ato
libidinoso, aqui ele não responderá por crime,
porque o legislador quis imputar delito ao
intermediário da relação.
 Voyeurismo é a prática do indivíduo
conseguir obter prazer sexual através da
observação de outras pessoas, que podem
ou não ter conhecimento de sua presença.
 Pois se este encostar nela TORNA-SE
ESTRUPRO DE VUNERÁVEL, neste caso ele
torna-se o autor e o intermediário vira o
participe, respondendo pelo art. 217-A.

 Exemplo dado pelo GRECO é o agente induzir o


menor a fazer um ensaio fotográfico nua, tomar
banho na presença de alguém, fazer strip-tease.
 Conflito Doutrinário
o Guilherme de Souza Nucci entende que o art.218 criou
uma modalidade de exceção pluralística à teoria
monística, impedindo a punição do partícipe de estupro
de vulnerável, pela pena prevista para o art.217-A,
quando se der na modalidade de induzimento.
 Teoria Monística – teoria em ainda que o fato
criminoso tenha sido praticado por vários agentes,
conserva-se único e indivisível, sem qualquer
distinção entre o sujeito, ou seja, todos são
responsáveis pela produção do resultado.
o Greco discorda por entender que no final do artigo é
posto está palavra “outrem”, com isso especifica que se o
induzimento não for para um número determinado em
apenas uma situação, será configurado outro tipo penal.

 Pode ser praticado pela internet, por não especificar o modo


como irá concluir essa satisfação

 Classificação
o Bem jurídico protegido do crime
 Dignidade sexual dos menores de 14 anos
o Sujeito Passivo – menor de 14 anos
o Crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo
qualificado ou especial);
o Formal - delito que não exige resultado naturalístico
(ocorre quando há efetiva lesão de um bem jurídico
tutelado da vítima), consistente na efetiva corrupção do
menor; indução é suficiente para configurar o crime ou
Material (para consumar-se exige, como resultado, o
convencimento efetivo em satisfazer a lascívia de outrem,
ainda que esta não se concretize, e que, se acontecer,
caracterizará apenas o seu exaurimento)
o De forma livre (pode ser cometido por qualquer meio
eleito pelo agente);
o Comissivo (“induzir” implica ação);
o Instantâneo (cujo resultado se dá de maneira
determinada, não se prolongando no tempo);
o Unissubjetivo (pode ser praticado por um só agente);
o Plurissubsistente (como regra, vários atos integram a
conduta); admite tentativa, embora de rara configuração.
o Dolo
o Tentativa cabível
o Transeunte – não deixa vestígio, por não haver contato
físico

 Conforme especificado pelo art.225 Nos crimes definidos nos


Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal
pública incondicionada.
 Nos termos do art. 234-B do Código Penal, os processos em que
se apuram crimes previstos pelo Título VI, vale dizer, os crimes
contra a dignidade sexual, correrão em segredo de justiça.

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