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SAMSARA dos cachorros. Para compreender a completa privacao provocada pela morte devemos nos lembrar de que, na hora da morte, os mendigos tém de deixar até esse velho bastao, a mais insignifican- te das posses humanas. Ao redor do mundo, podemos ver que os nomes esculpidos em pedra sao a unica posse dos mortos. OUTROS TIPOS DE SOFRIMENTO. Nos também temos de experienciar os sofrimentos da separa¢ao, de ter que nos defrontar com o que nao gostamos, e de nao ter nos- sos desejos satisfeitos - os quais incluem os sofrimentos da pobreza, de ser prejudicado por humanos e nao humanos, e de ser preju- dicado por agua, fogo, vento e terra. Antes da separacao final na hora da morte, frequentemente temos que experienciar separagao temporaria de pessoas e coisas de que gostamos, 0 que nos causa dor mental. Podemos ter que deixar 0 nosso pais, onde todos os nossos amigos e parentes vivem, ou podemos ter que deixar o tra- balho de que gostamos. Podemos perder nossa reputagao. Muitas vezes, nesta vida, temos que vivenciar 0 sofrimento de nos sepa- rar das pessoas de que gostamos ou abandonar e perder as coisas que consideramos agradaveis e atraentes; mas, quando morrermos, teremos de nos separar para sempre de todos os nossos compa- nheiros e prazeres e de todas as condi¢ées exteriores e interiores que contribuem para a nossa pratica espiritual pura, ou pratica de Dharma, nesta vida. Frequentemente, temos que nos encontrar e conviver com pes- soas de quem nao gostamos ou enfrentar situagées que considera- mos desagradaveis. Algumas vezes, podemos nos achar numa si- tuagao muito perigosa, como num incéndio ou enchente, ou onde ha violéncia, como num tumulto ou numa batalha. Nossas vidas estiio repletas de situagdes menos extremas que achamos irritantes. Algumas vezes, somos impedidos de fazer as coisas que queremos. Num dia ensolarado, podemos nos determinar a ir para praia, mas nos encontrarmos presos num congestionamento. Continuamente, experienciamos interferéncia dos nossos deménios interiores — as 65 COMO TRANSFORMAR A SUA VIDA delusées, ou aflicdes mentais -, que perturbam nossa mente e nos- sas praticas espirituais. Ha inumerdveis condigdes que frustram nossos planos e nos impedem de fazer 0 que queremos. E como se estivéssemos vivendo em um arbusto espinhoso - sempre que tentamos nos mexer, somos feridos pelas circunstancias. Pessoas e coisas séo como espinhos perfurando a nossa carne, e nenhuma si- tuag4o jamais nos pareceré inteiramente confortavel. Quanto mais desejos e planos temos, mais frustragdes experienciamos. Quanto mais desejamos determinadas situagdes, mais nos encontramos presos em situagdes que nao queremos. Todo desejo parece con- vidar seu proprio obstaculo. Situagdes indesejaveis nos acontecem sem que procuremos por elas. Na verdade, as tinicas coisas que vém sem esforco séo aquelas que nao queremos. Ninguém deseja morrer, mas a morte vem sem esforgo. Ninguém deseja ficar doente, mas a doenca vem sem esforco. Por termos renascido sem liberda- de ou controle, temos um corpo impuro e vivemos num ambiente impuro, e, por essa razio, coisas indesejaveis desabam sobre nés. No samsara, esse tipo de experiéncia é completamente natural. Temos incontaveis desejos, mas nao importa quanto esforco fa- amos, nunca sentimos que os satisfizemos. Mesmo quando con- seguimos 0 que queremos, nao o conseguimos da maneira que queriamos. Possuimos 0 objeto, mas nao extraimos satisfacdo por possui-lo. Por exemplo, podemos sonhar em nos tornarmos ricos, mas, se nos tornarmos realmente ricos, a nossa vida nao ser da maneira que haviamos imaginado e nio sentiremos que 0 nosso desejo foi satisfeito. O motivo é que os nossos desejos nao dimi- nuem conforme nossa riqueza aumenta. Quanto mais riqueza temos, mais desejamos. A riqueza que procuramos nao pode ser encontrada, pois buscamos uma quantidade que sacie os nossos desejos, e nenhuma quantidade de riqueza pode fazer isso. Para piorar as coisas, ao obter 0 objeto do nosso desejo, criamos novas oportunidades para descontentamento. Com cada objeto que dese- jamos, vém outros objetos que nao queremos. Por exemplo, com a riqueza vém impostos, inseguranca e complicados assuntos finan- ceiros. Esses acréscimos indesejaveis impedem, definitivamente, que 66 SAMSARA nos mos sonhar com férias num lugar exético e podemos realmente ir intamos plenamente satisfeitos. De modo semelhante, pode- até 14, mas a experiéncia nunca sera 0 que esperamos e, junto com as nossas férias, vém outras coisas, como uma queimadura de sol e grandes despesas. Se examinarmos nossos desejos, veremos que eles sao excessivos. Queremos todas as melhores coisas no samsara - 0 melhor trabalho, o melhor companheiro, a melhor reputacao, a melhor casa, 0 me- lhor carro, as melhores férias. Qualquer coisa que nao seja a melhor deixa-nos com um sentimento de desapontamento ~ ainda a procu- ra por ela, mas nao encontrando o que queremos. Nenhum prazer mundano, no entanto, pode nos dar a satisfagao completa e perfeita que desejamos. Coisas melhores esto sempre sendo produzidas. Em toda parte, novas propagandas anunciam que a melhor coisa acabou de chegar ao mercado, mas, poucos dias depois, chega outra ainda melhor que a “melhor” de poucos dias atras. O surgimento de novas coisas para cativar os nossos desejos nio tem fim. Na escola, as criangas nunca conseguem satisfazer suas pré- prias ambic¢Ges ou as de seus pais. Mesmo que cheguem ao pri- meiro lugar da classe, elas sentem que nao podem se contentar com isso, a menos que fagam a mesma coisa no ano seguinte. Se elas prosseguem, sendo bem-sucedidas em suas profissdes, suas ambi¢ées serdo mais fortes do que nunca. Nao ha nenhum ponto a partir do qual possam descansar, sentindo que estao completa- mente satisfeitas com 0 que ja fizeram. Podemos pensar que, a0 menos, as pessoas que levam uma vida simples no campo devem estar satisfeitas, mas, se olharmos para sua situacdo, iremos perceber que mesmo os agricultores procuram, mas nao encontram o que desejam. Suas vidas estao cheias de problemas e ansiedades, e eles nao desfrutam de paz e satisfacdo verdadeiras. O sustento deles depende de muitos fa- tores incertos que estao além de seu controle, como o clima. Os agricultores nao tém maior liberdade perante o descontentamen- to do que um homem de negocios que vive e trabalha na cidade. Homens de negécio parecem elegantes e eficientes quando saem a 67 COMO TRANSFORMAR A SUA VIDA cada manha para trabalhar, carregando suas pastas, mas, embora exteriormente parecam muito confiantes, em seus coragées eles carregam muitas insatisfa¢es. Eles ainda estao procurando, mas nunca encontram 0 que desejam. Se refletirmos sobre essa situa¢4o, poderemos chegar 4 conclu- sdo de que encontraremos 0 que procuramos se abandonarmos todas as nossas posses. Podemos ver, no entanto, que mesmo as pessoas pobres estao a procura, mas nao encontram o que buscam, e muitas pessoas pobres tém dificuldade em obter as necessidades mais basicas da vida - milhGes de pessoas no mundo vivenciam os sofrimentos da pobreza extrema. Nao podemos evitar 0 sofrimento da insatisfagao mudando frequentemente a nossa situacao. Podemos pensar que se con- seguirmos continuamente um novo companheiro, um novo em- prego ou se ficarmos viajando por ai, encontraremos finalmente © que queremos; mas, mesmo se viajassemos para todas as par- tes do planeta e tivéssemos um novo amante em cada cidade, ainda assim continuariamos a procura de um outro lugar e de um outro amante. No samsara nao existe verdadeira satisfacao dos nossos desejos. Sempre que virmos qualquer pessoa numa posic¢ao elevada ou inferior, seja homem ou mulher, essas pessoas diferem apenas na aparéncia, roupas, comportamento e status. Em esséncia, todos so iguais - todos vivenciam problemas em suas vidas. Sempre que te- mos um problema, é facil pensar que ele é causado por nossas cir- cunstancias particulares e que, se mudassemos nossas circunstancias, nossos problemas desapareceriam. Acusamos as outras pessoas, os nossos amigos, a nossa comida, 0 governo, a nossa época, o clima, a sociedade, a historia, e assim por diante. No entanto, circunstancias exteriores como essas nao sao as causas principais dos nossos proble- mas. Precisamos reconhecer que todo sofrimento fisico e dor mental que experienciamos sao a consequéncia de termos tido um renas- cimento que é contaminado pelo veneno interior das delusGes. Se- res humanos tém de vivenciar diversos tipos de sofrimento humano porque tiveram um renascimento contaminado humano; 0s animais 68 SAMSARA tém de vivenciar sofrimento animal porque tiveram um renascimen- to contaminado animal; e fantasmas famintos e seres-do-inferno tm de vivenciar seus préprios sofrimentos porque tiveram um renasci- mento contaminado como fantasmas famintos ou seres-do-inferno. Mesmo os deuses nao estao livres do sofrimento, porque eles tam- bem tiveram um renascimento contaminado. Assim como uma pes- soa presa num violento incéndio desenvolve um medo intenso, de- vemos desenvolver um medo intenso dos sofrimentos insuportaveis do ciclo sem-fim de vida impura. Esse medo é, também, verdadeira rentincia e surge da nossa sabedoria. Como conclusio, tendo contemplado a explicagao acima, de- vemos pensar: Nao ha beneficio algum em negar os sofrimentos das vidas futuras; quando eles realmente cairem sobre mim, serd tarde demais para me proteger deles. Portanto, preciso, agora e de- finitivamente, preparar uma protecdo para mim, enquanto tenho esta vida humana que me da a oportunidade de me li- bertar permanentemente dos sofrimentos das minhas incon- taveis vidas futuras. Se eu nao aplicar esforco para realizar isso, mas permitir que a minha vida humana se torne vazia de sentido, nao haverd maior engano nem maior loucura. Preciso aplicar esforgo agora para me libertar permanente- mente dos sofrimentos das minhas incontdveis vidas futuras. Mantemos firmemente essa determinagéo e permanecemos estritamente focados nela pelo maior tempo possivel. Devemos praticar esta meditacao continuamente até desenvolvermos 0 de- sejo espontaneo de nos libertarmos permanentemente dos sofri- mentos das incontaveis vidas futuras. Esse desejo é a realizagdo propriamente dita da renuncia. No momento em que desenvol- vermos essa realizagdo, ingressamos no caminho 4 libertagao. Neste contexto, libertacao refere-se 4 suprema paz mental perma- nente, conhecida como “nirvana’, que nos da felicidade pura e duradoura. 69 COMO TRANSFORMAR A SUA VIDA Quando tivermos alcangado o nirvana, nunca mais experien- ciaremos ambientes, prazeres, corpos e mentes contaminados. Experienciaremos tudo como puro, pois nossa mente tera se tornado pura, livre do veneno interior das delusées. O primeiro passo em direcao a conquista do nirvana é obter a realizado da rentincia, 0 desejo espontaneo de abandonar o samsara, ou re- nascimento contaminado. Entao, com a realizago da renincia, abandonamos o samsara e alcangamos 0 nirvana por meio de ob- termos uma realizagao direta da vacuidade, a natureza ultima dos fendmenos, que sera explicada em detalhes no capitulo intitulado Bodhichitta Ultima. 70 Uma Pratica Espiritual Comum a Todas as Pessoas NESTA PRATICA, PRECISAMOS executar a¢Ges virtuosas, ou posi- tivas, porque elas sao a raiz da nossa felicidade futura; precisamos abandonar agées nao virtuosas, ou negativas, porque elas sao a raiz do nosso sofrimento futuro; e precisamos controlar nossas delusées, ou aflicdes mentais, porque elas sao a raiz dos nossos renascimentos contaminados. Além disso, precisamos desenvol- ver fé, senso de vergonha, consideracao pelos outros, antiapego, antiédio, anti-ignorancia e esforgo. FE Na pratica da fé, precisamos desenvolver e manter trés tipos de fé: fé de admirar, fé de acreditar e fé de almejar. A fé de admirar é da natureza do regozijo - regozijar-se com a completa pureza dos seres iluminados, com os seus ensinamentos e com as realizagdes dos seus ensinamentos. A fé de acreditar é da natureza da crenga correta - acreditar que os seres iluminados estao realmente pre- sentes diante de nds, mesmo que nao possamos vé-los, e acreditar que seus ensinamentos e as realizagdes dos seus ensinamentos sao o verdadeiro reftigio que protege diretamente os seres vivos do sofrimento e do medo. A fé de almejar é da natureza de um desejo - 0 desejo de nos tornarmos exatamente como os seres iluminados, desejando colocar seus ensinamentos em pratica e desejando alcangar as realizagdes dos seus ensinamentos 7 COMO TRANSFORMAR A SUA VIDA Uma vez que a fé é a raiz de todas as aquisicées espirituais puras, ela deve ser nossa pratica principal. Certa vez, quando o famoso mestre budista Atisha estava no Tibete, um homem se aproximou dele pedindo instrugées espirituais. Atisha permane- ceu em siléncio, e o homem, pensando que Atisha nao houvesse escutado, elevou bem alto a voz e repetiu seu pedido. Atisha, en- tao, respondeu: “Eu tenho boa audicao, mas tu precisas ter fé”. Os seres iluminados sao chamados “Budas’, seus ensinamen- tos sio denominados “Dharma’, e os praticantes que obtiveram realizagGes desses ensinamentos sao chamados “Sangha”. Eles sio conhecidos como “as Trés Joias” - Joia Buda, Joia Dharma e Joia Sangha ~ e sao os objetos de fé e de refiigio. Eles sio denominados “Joias” porque sio muito preciosos. Na dependéncia de vermos os medos e softimentos do samsara e de desenvolver intensa fé e convicgdo no poder que Buda, Dharma e Sangha tém de nos pro- teger, tomamos a determinagio de confiar nas Trés Joias. Essa é a maneira simples de buscar reftigio em Buda, Dharma e Sangha. Sem fé, nossa mente é como uma semente queimada, pois, as- sim como uma semente queimada nao pode germinar, um conhe- cimento sem fé nunca pode produzir realizagées espirituais. Fé nos ensinamentos espirituais, ou Dharma, induz uma forte inten- 40 de pratica-los, e isso, por sua vez, induz esfor¢o. Com esforco, podemos realizar qualquer coisa. Fé é essencial. Se nao tivermos fé, ainda que venhamos a do- minar ensinamentos profundos e nos tornemos capazes de fazer habilidosas andlises, nossa mente continuara indomada, pois nao estaremos colocando esses ensinamentos em pritica. Se nao tiver- mos fé, nao importa quao bem possamos compreender, em nivel intelectual, os ensinamentos espirituais — isso nunca nos ajudara a reduzir nossos problemas da raiva e demais delusdes. Podemos até mesmo tornarmo-nos orgulhosos do nosso conhecimento e, assim, fazer com que nossas delusGes, de fato, aumentem. Conhe- cimento espiritual sem fé nao nos ajudara a purificar nossa ne- gatividade, Poderemos até mesmo criar pesado carma negativo ao utilizar nossa posi¢ao espiritual para obter dinheiro, reputacio, 72 UMA PRATICA ESPIRITUAL COMUM A TODAS AS PESSOAS poder ou autoridade politica. Portanto, a fé deve ser cuidada e apreciada como algo extremamente precioso. Assim como o espa- ¢0 permeia todos os lugares, do mesmo modo a fé permeia todos os estados mentais virtuosos. Com fé na iluminagao, desenvolve- mos a intengao de alcanga-la; com essa inten¢ao, desenvolvemos esforco; e, com esforgo, alcangaremos a iluminagao. Se os praticantes tiverem forte fé, entéo, mesmo que cometam al- gum equivoco, ainda assim eles receberao beneficios. Certa vez, na India, houve um periodo de fome em que muitas pessoas morreram. Uma velha senhora foi ao encontro de seu Guia Espiritual e disse: “Por favor, mostra-me como posso salvar minha vida’. Seu Guia Espi- ritual aconselhou-a a comer pedras. A mulher perguntou “Mas como posso fazer com que as pedras se tornem comestiveis?”, e ele respon- deu: “Se recitares o mantra da deusa iluminada Tsunda, seras capaz de cozinhar as pedras”. O Guia Espiritual ensinou-lhe o mantra, mas cometeu um pequeno equivoco. Ele ensinou OM BALE BULE BUN- DE SOHA, em vez de OM TZALE TZULE TZUNDE SOHA. No entanto, a velha senhora depositou grande fé nesse mantra e, recitando-o com concentra¢ao, cozinhou as pedras e as comeu. O filho dessa velha senhora era um monge, e ele comegou a preo- cupar-se com sua mae; por isso, dirigiu-se & sua casa para vé-la. O monge ficou espantado ao encontra-la “gorducha” e bem-disposta. Ele disse: “Mae, como podes estar tao saudavel quando até mesmo os jovens estao morrendo de inani¢40?”. Sua mae explicou que estava comendo pedras. Seu filho perguntou “Como és capaz de cozinhar pedras?”, e ela contou sobre o mantra que havia recebido e o reci- tou para ele. Seu filho percebeu rapidamente 0 equivoco e declarou: “Teu mantra esta errado! O mantra da deusa iluminada Tsunda ¢é OM. TZALE TZULE TZUNDE SOHA”. Quando ouviu isso, a velha senhora afundou-se em dtividas. Ela tentou recitar ambos os mantras, mas agora nenhum deles funcionava, pois sua fé havia sido destruida. Para desenvolver e aumentar nossa fé nos ensinamentos espi- rituais, precisamos de uma maneira especial de ouvir e de ler. Por exemplo, quando estivermos lendo um livro que revela praticas espirituais puras, devemos pensar: 73 COMO TRANSFORMAR A SUA VIDA Este livro € como um espelho do Dharma, que mostra todas as falhas das minhas agées fisicas, verbais e mentais. Por mostrar-me todas as minhas falhas, este livro oferece-me a grande oportunidade de superd-las e de remover, assim, to- das essas falhas do meu continuum mental. Este livro é 0 remédio supremo. Por praticar as instrugées contidas nele, posso curar a mim mesmo das doengas das delusées, a verdadeira fonte de todos os meus problemas e sofrimentos. Este livro é a luz de sabedoria, que dissipa a escuriddo da minha ignorancia; sao os olhos divinos com os quais posso enxergar o caminho efetivo 4 libertacao e a iluminagao; e é 0 Guia Espiritual supremo, de quem posso receber os conselhos mais profundos e libertadores. Nao importa se o autor é ou nao famoso - se um livro contém ensinamentos espirituais puros, ele ¢ como um espelho do Dhar- ma, um remédio, uma luz de sabedoria e olhos divinos, e é um Guia Espiritual supremo. Se sempre lermos livros de Dharma e ouvirmos com aten¢ao os ensinamentos com esse reconhecimento especial, nossa fé e sabedoria irao definitivamente aumentar. Con- templando desse modo, podemos desenvolver e manter a fé nos ensinamentos espirituais, nos professores que nos mostram os ca- minhos espirituais e em nossos amigos espirituais. Isso facilitara bastante o nosso progresso em nossa pratica espiritual. SENSO DE VERGONHA E CONSIDERACAO PELOS OUTROS A diferenga entre senso de vergonha e consideragao pelos outros é que, com © primeiro, evitamos agdes inadequadas por razGes que di- zem respeito a nds mesmos, ao passo que, com o segundo, evitamos ag6es inadequadas por razGes que dizem respeito aos outros. Assim, o senso de vergonha nos restringe de cometer ages inadequadas por nos lembrar de que ¢ improprio nos envolvermos em agées desse tipo porque somos, por exemplo: um praticante espiritual, ou uma 74

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