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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: G

Teorias de Aprendizagem

Nome de Estudante: Lúcia Norberto Fernando Cipriano


Código de Estudante: 708212371

Curso: Licenciatura em ensino de História


Disciplina: Psicologia de Desenvolvimento
Ano de Frequência: 2º ano

A tutora: Olinda Eugénio Estroleo

Quelimane, Setembro de 2022


Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Aspetos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização
 Indicação clara do 1.0
problema
 Discrição do
1.0
objectivo
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
de trabalho
Análise e  Articulação e
discussão domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo expressão escrita
cuidada, coerente,
coesão textual.
 Revisão
bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
Formatação  Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspetos
paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6Ed, em das citações
4
bibliográficas citações e referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
I. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................... 4

1.2. Metodologia usada ............................................................................................................... 4

II. Fundamentação teórica ........................................................................................................ 5

2.1. Conceitos básicos ................................................................................................................. 5

2.1.1 Conceito teoria ................................................................................................................... 5

2.1.2. Conceito aprendizagem ..................................................................................................... 5

2.2. Teoria comportamentalista/ Behaviorista ............................................................................. 6

2.2.1. Principais teóricos nesta corrente ...................................................................................... 7

2.2.3. Papel do professor, aluno e aplicação da teoria................................................................. 8

2.3. Teoria cognitiva.................................................................................................................... 9

2.3.1. Principais teóricos nesta corrente .................................................................................... 10

2.3.2. Papel do aluno e professor e aplicação da teoria ............................................................. 11

2.4. Teoria interacionista ........................................................................................................... 12

2.4.1. Papel do professor, aluno e aplicabilidade da teoria ....................................................... 12

2.5. Teoria Sócio-interacionista ................................................................................................ 13

III. Conclusão ....................................................................................................................... 15

IV. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 16


I. Introdução
O presente de trabalho da disciplina e Psicologia de Desenvolvimento tem como tema: Teorias de
Aprendizagem.

Basicamente todo o conhecimento que possuímos acerca do mundo ao nosso redor é adquirido por
meio de um processo de observação, absorção e compreensão das informações que nos sãos
apresentadas nas mais diversas situações. Ou seja, o processo de construção de nosso
conhecimento ocorre a partir da aprendizagem e aquisição dessas novas informações. Mas então,
o que vem a ser aprendizagem?

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos actos de ensinar e


aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a
relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A aprendizagem não seria
apenas inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal e
relação através da interação entre as pessoas.

As teorias de aprendizagem têm em comum o facto de assumirem que indivíduos são agentes
ativos na busca e construção de conhecimento, dentro de um contexto significativo.

Nas próximas páginas revisaremos algumas das teorias de aprendizagem desenvolvidas durante o
século XX, a partir das contribuições de vários autores. Abordaremos o comportamentalismo, onde
aprendizagem é ligada a estímulos e resposta; a abordagem cognitivista, que estuda a aquisição de
informações na estrutura cognitiva do aprendiz; e Interaccionistas e Sócio –Interaccionistas.

Todas teorias se complementam e vários são os teóricos que testaram suas teorias em diferente
correntes desde Watson, Skinner, Piaget, Pavlov, Thorndike, Gagné, Ausubel, Paper, Bruner,
Wallon e Vygotsky.

O trabalho tem como objectivo Conhecer as Teorias de Aprendizagem

Em termos metodológicos, a pesquisa quanto à abordagem é qualitativa, os quantos objectivo a


pesquisa é exploratória e quanto aos procedimentos metodológicos é uma pesquisa bibliográfica.

Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa.

3
1.1. Objectivos

Os objectivos traçados no presente trabalho são:

1.1.1. Objectivo geral

Conhecer as Teorias de Aprendizagem

1.1.2. Objectivos específicos

 Conceituar teoria e aprendizagem;


 Descrever as teorias de aprendizagem (Comportamentalistas, Cognitivistas,
Interaccionistas e Sócio-Interaccionistas);
 Mencionar os principais teóricos de cada teoria e sua aplicabilidade;
 Listar o papel do professor e aluno com base nas teorias acima;
1.2. Metodologia usada

Segundo Silvestre e Araújo (2012), metodologia é a “explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e


exacta de toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa” (p. 55). Já Sousa
e Baptista (2011), definem metodologia como um “conjunto concentrado de operações que são
realizadas para atingir um ou mais objectivos” (p. 88).

Sendo de natureza exploratória1, esta reflexão teve uma abordagem qualitativa, a qual segundo
Silvestre e Araújo (2012), proporciona compreensão em profundidade do contexto do problema e,
é um “método indutivo por excelência para entender por que o indivíduo age como age, pensa
como pensa ou sente como sente” (p. 62).

Para a recolha de dados foram aplicadas as seguintes técnicas: a pesquisa bibliográfica, pesquisa
documental e pesquisa em sites da internet. A pesquisa bibliográfica consistiu numa leitura de
obras de diversos autores que abordam sobre o tema em estudo, a fim de recolher e confrontar
informações pertinentes relativas ao mesmo. A pesquisa documental consistiu na consulta de
documentos e brochuras relacionadas com a matéria. A pesquisa em sites da internet consistiu na
consulta de artigos digitais cuja semântica está orientada para Teorias de Aprendizagem.

1
Os estudos do tipo exploratórios têm por objectivo proceder ao reconhecimento de uma dada realidade e
levantar hipóteses para o seu entendimento (Sousa & Baptista, 2011).

4
II. Fundamentação teórica

O ser humano dispõe de fartas capacidades para se desenvolver, construindo relações, modificando
a realidade, e melhorando a sua qualidade de vida. Aprender é uma característica notável, e estudo
aprofundado sobre como se dá este processo é de extrema importância para o sucesso do processo
de ensino. As teorias de aprendizagem (TA) procuram compreender a síntese do ensinar com
aprender, visando explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento.

Para começar a refletir sobre o tema, podemos pensar sobre o campo filosófico da epistemologia,
ramo que busca entender a construção de conhecimento científico. Trata-se do estudo crítico dos
princípios, das hipóteses, e dos resultados de aprendizado nas diversas ciências, com a finalidade
de determinar seus fundamentos lógicos, seu valor, e sua importância objectiva.

Podemos refletir também sobre a inteligência, um conjunto que forma todas as características
intelectuais de um indivíduo. Ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e
interpretar. A inteligência, assim como a linguagem e a capacidade de imaginação, é uma das
principais distinções entre o ser humano e os outros animais. Característica que nos fazem presumir
que a humanidade é a espécie mais poderosa do planeta (Harari, 2014). Embora seja um tema
muito intrigante, o contexto que será estudado aqui é a aprendizagem do ser humano.

As teorias de aprendizagem (TA) são um corpo teórico fundamentado por diversos estudiosos,
psicólogos, médicos, educadores, cientistas diversos, que investiga a natureza do aprender
humano. Embora haja ainda muito a ser decifrado sobre este tema, as teorias de aprendizagem
possuem diversas implicações no ambiente educacional.

2.1. Conceitos básicos

2.1.1 Conceito teoria

Segundo Sousa e Baptista (2011) teoria é o “conjunto de conceitos e propostas objectivando a


organização descrição e explicação de um conjunto e observação existente” (p.7).

2.1.2. Conceito aprendizagem

“A aprendizagem é vista como um processo mecânico, como uma associação de estímulos, de


resposta e reforço” (Targino, 2013, p.10).

Piletti e Rossato (2012) afirmam:

5
A aprendizagem é um processo e, em suas unidades mais primárias ou básicas, ocorre
quando a pessoa, em virtude de determinadas experiências, que incluem necessáriamente
inter-relações com o contexto, produz novas respostas, modifica as existentes (...) ou
quando o indivíduo estabelece novas relações entre sua actividade e o ambiente do qual faz
parte (p.9).

“... um processo cego e mecânico de associações de estímulos e respostas provocado e determinado


pelas condições externas, ignorando a intervenção mediadora de variáveis referentes à estrutura
interna” (Moreira, 2012, p.29).

Olhando os conceitos dos autores acimas percebo que aprendizagem e uma construção pessoal,
resultante de um processo experiencial, interior a pessoa e que traduz numa modificação de
comportamento relativamente estável.

2.2. Teoria comportamentalista/ Behaviorista

Para Queiroz (2009) comportamentalismo, em inglês “behaviorismo”, é uma teoria objectiva que
estuda o comportamento como fruto de necessidades e impulsos específicos. Vê o homem como
um organismo governado por estímulos externos (p.16). Assim, a partir de um ponto de vista
molecular, propõe-se a análisar as leis que relacionam os estímulos às suas respostas e às suas
consequências.

Ostermann e Cavalcanti (2010) referem:

Segundo essa corrente, o aprendiz responde a estímulos fornecidos pelo ambiente externo.
Limita- se ao estudo de comportamentos manifestos e mensuráveis que podem ser
controlados por suas consequências (modelo cientificista do positivismo). Não leva em
consideração o que ocorre dentro da mente do indivíduo durante o processo de
aprendizagem, pois o que importa é o resultado: o comportamento desejado (p.25).

Na minha opinião as teorias behavioristas sustentam uma perspectiva optimista e omnipotente da


educação, em que a base é a organização das situações, através da selecção e associação de
estímulos.

Ao nível do ensino, explicam as aquisições dos alunos a partir dos acontecimentos externos, como
os métodos de ensino e as características estimuladoras do ambiente escolar e familiar. Colocam
ainda a ênfase no reforço como determinante da aprendizagem.

6
2.2.1. Principais teóricos nesta corrente

De acordo com os autores Piletti e Rossato (2012) os principais teóricos que falam acerca de
aprendizagem são; John Watson, Skinner, Ivan Pavlov, Thorndike e Gagné” (p.40).

Segundo os autores Bock, Furtado e Teixeira (2008), John Watson (1878-1958) foi considerado o
“pai do behaviorismo metodológico, ao publicar, em 1913, o artigo Psicologia vista por um
Behaviorista, que declarava a psicologia como um ramo objectivo e experimental das ciências
naturais, que tinha como finalidade prever e controlar o comportamento de todo e qualquer
indivíduo” (p.38).

Watson defendia a importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Os seus


estudos basearam-se no condicionamento clássico, conceito desenvolvido pelo fisiologista russo
“Ivan Pavlov (1849-1936), que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pelo seu trabalho sobre a
actividade digestiva dos cães” (Piletti, & Rossato, 2012, p.46).

Pavlov descobriu que os cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando
associavam algum som ou gesto à “chegada de comida” - ver a clássica experiência do cachorro
de Pavlov. A este fenômeno de associação ele denominou de condicionamento clássico.

Conforme Moreira (2012) sustenta:

Skinner (1904-1984), psicólogo americano, utilizou o modelo experimental de Watson


(1878-1958) para o estudo do comportamento humano, sendo a sua teoria conhecida como
Condicionamento Operante. Esta aprendizagem deu origem ao Ensino Assistido por
Computador que herdou os princípios do Ensino Programado, aparecendo o conceito de
‘feedback’, confirmação imediata da resposta. Programas de exercício e prática (drill &
practice) e treino de competências básicas são os métodos de ensino e aprendizagem desta
conceção. São ambientes de aprendizagem muito estruturados. A abordagem
comportamentalista considera que o homem é o resultado das influências do meio em que
se insere e considera que no processo de ensino-aprendizagem devem utilizar-se reforços
e prémios. É uma abordagem favorecedora da utilização de recursos tecnológicos na
educação. As aplicações informáticas muito estruturadas encontram suporte nesta
abordagem (p.105).

Diante do comentário do autor acima percebo que o condicionamento operante é o condicionado


pela introdução de um reforço positivo após uma resposta esperada, isto é, um aumento na

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frequência da resposta que foi, recentemente, associada com um reforçador sob condições
explicitas.

Queiroz (2009) afirma que:

Eventos de instrução e processos cognitivos correspondentes na teoria de Gagné 1. obter


atenção (recepção) 2. informar o objectivo para os aprendizes (expectativa) 3. estimular a
lembrança do aprendizado anterior (recuperação) 4. apresentar o estímulo (percepção
seletiva) 5. fornecer orientação de aprendizado (código semântico) 6. obter desempenho
(resposta) 7. fornecer feedback (reforço) 8. avaliar o desempenho (recuperação) 9.
aumentar a retenção e a transferência (generalização)(p.66).

Neste sentido, em termos de teorias do ensino, Gagné parece situar-se entre o behaviorismo e o
cognitivismo, pois fala em estímulo e resposta, mas também processos internos de aprendizagem.

2.2.3. Papel do professor, aluno e aplicação da teoria

Conforme Moreira e Massoni (2016) “um exemplo da aplicação do reforço positivo é quando o
professor elogia o seu aluno por ter feito os deveres de casa (TPC)” (p.108). Dada a gratificação
do incentivo social recebido, é muito provável que nas aulas seguintes a criança apresente sempre,
ao professor, o TPC realizado e de forma correcta.

O comportamento pode também ser reforçado negativamente (reforço ou estímulo negativo), para
que ocorra conforme o desejado. Basta para isso retirar o estímulo que impede que tal
comportamento seja apresentado satisfatoriamente.

Qualquer factor que impede que o aluno aprenda o esperado é um estímulo negativo. Quando
retirado, a aprendizagem volta a ocorrer normalmente e, talvez, melhor.

“O afecto do professor, a boa definição dos objectivos de ensino, a correcta selecção dos conteúdos
de ensino e muitas outras situações de sala de aula bem elaboradas, constituem reforços positivos
para o comportamento de aprender” (Piletti & Rossato, 2012, p.59).

No contexto de metodologias de ensino-aprendizagem, o comportamentalismo é representado pela


aprendizagem mecânica de informações, através da repetição de tarefas prescritas, até que o aluno
consiga resolvê-las de forma correcta. O elogio pelo professor ou o próprio sucesso da
aprendizagem constituem o estímulo para reforçar as informações decoradas.

8
Para assegurar o reforço da aprendizagem através do sucesso, os conteúdos da aprendizagem
devem ser preparados de forma que permitam ao aluno a experiência de sucesso.

De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008) dizem que Skinner descreve as seguintes regras
para atingir este objectivo:

 O aluno deve conhecer os objectivos da aprendizagem;


 Os passos de aprendizagem devem conduzir, de forma lógica, aos objectivos.
 O ensino baseado no comportamentalismo não prepara os alunos para a resolução de
problemas ou para o pensamento criativo. O papel do aluno limita-se ao recordar factos
básicos, dar respostas mecânicas e realizar tarefas (p.188).

Neste contexto, percebo que o aluno é um ser passivo e moldável, dependendo do professor que
ensina, assim aluno é relegado para segundo plano e o professor planifica o processo de
aprendizagem de e acordo com as necessidades formativas do aluno de modo a que se operem
transformações.

2.3. Teoria cognitiva

A teoria de aprendizagem cognitiva baseia-se nos “processos cognitivos que determinam o


comportamento observável, pressupondo que seres humanos processam a informação que
recebem, ao invés de meramente responder a um estímulo” (Bock, Furtado & Teixeira, 2008,
p.76).

Segundo Moreira (2012) a aprendizagem é “vista como mudança de conhecimentos e não apenas
uma mudança no comportamento. Mudanças de comportamento servem apenas como indicadores
para as mudanças mentais” (p.80).

Queiroz (2009) afirma:

A aprendizagem na abordagem cognitivista tem em conta as condições do conhecimento


que são inatas ao indivíduo quando nasce, excluindo o meio social em que vive. A
pedagogia é não-diretiva, o professor é um auxiliar do aluno, um facilitador e deve intervir
o menos possível. O professor além de ensinar, passa a aprender, e o aluno, além de
aprender, passa a ensinar. Segundo Piaget, o conhecimento constrói-se na interação do
sujeito com o objecto. A mente é comparada a um computador. Aprender implica
representar a informação e processá-la (Inputs e Outputs). A perspetiva piagetiana do

9
desenvolvimento cognitivo foi traduzida por Papert (1980) no sistema logo, modelo da
aprendizagem pela descoberta. O aluno programa o computador em vez de ser programada
por ele. São ambientes de aprendizagem pouco estruturados. A abordagem cognitivista
considera (p.101).

Analisando a aprendizagem na teoria cognitivista é o resultado da assimilação do conhecimento


na estrutura cognitiva do aluno. É uma abordagem favorecedora de processos de ensino baseados
na pesquisa e resolução de problemas.

2.3.1. Principais teóricos nesta corrente

Segundo Targino (2013) os “principais expoentes da corrente cognitivista são Piaget, Ausubel,
Paper e Bruner” (p.15).

Para Ostermann e Cavalcanti (2010), Piaget “distingue quatro períodos gerais do desenvolvimento
cognitivo, que se subdividem, por sua vez, em estágios ou níveis: Sensório-motor (do nascimento
até cerca de 2 anos de idade); Pré-operacional (2 a 6-7 anos) Operacional-concreto (6-7 a 11-12
anos) Operacional-formal (da pré-adolescência até a idade adulta) ” (p.19).

Piletti e Rossato (2012) referem:

A teoria de Ausubel, assim como a de outros cognitivistas, se baseia na premissa de que


existe uma estrutura na qual a integração e organização de novos conhecimentos se
processa. No entanto, a aprendizagem precisa fazer sentido para o aluno (conceito de
aprendizagem significativa ou meaningful learning) e, assim, a informação deverá se
ancorar nos conceitos relevantes já existentes. O argumento básico é que a estrutura
cognitiva já existente facilita a aprendizagem pois serve de âncora para a subsunção
(subsumption) de novas informações. Quando isso não ocorre, a aprendizagem é apenas
um armazenamento arbitrário de informações (rote learning ou aprendizagem mecânica)
(p.108-109)

Nesta óptica, a aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação
relaciona se, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da
estrutura de conhecimento do indivíduo.

Moreira (2012) afirma que na visão de Bruner que acredita que o desenvolvimento da
aprendizagem deve manter seu princípio na cultura, ou seja, aquilo que se aprende é transmitido.
Sua concepção se assemelha a de Piaget, com exceção do princípio cultural que é por ele citado

10
como sendo muito importante” (p.131). O aluno deve ser motivado ao aprendizado e que a mente
do aluno precisa dar á informação que ele recebe algum significado, caso contrário, será apenas
mais uma informação. Desta forma Moreira (2012) diz que teoria de Bruner tem “quatro princípios
fundamentais: motivação, estrutura, sequência e reforçamento” (p.110).

2.3.2. Papel do aluno e professor e aplicação da teoria

Para Ostermann e Cavalcanti (2010) o aluno tem um papel “activo no processo de aprendizagem,
tentando entender e relacionar a informação recebida aos conhecimentos que já possui” (p.79).

A aprendizagem é vista como mudança de conhecimentos e não apenas uma mudança no


comportamento. Mudanças de comportamento servem apenas como indicadores para as mudanças
mentais.

Analisando as a abordagem comportamental e cognitivista percebo que abordagem


comportamental defende as aprendizagens reflexas, logo não deixa muita margem de manobra
para uma eficaz adaptação a situações diferentes. Existe uma generalização de respostas a
estímulos semelhantes. Daqui se depreende a importância da memória, da repetição, do exercício.
De um certo estímulo espera-se um leque muito reduzido, ou único, de respostas. Penso que o
ensino tradicional reflete muito este tipo de práticas e teorias. Trata-se de um ensino focalizado no
professor, na transmissão de conhecimento. O aluno é a “tábua rasa” (referido por Watson). Ao
nível da aprendizagem de comportamentos (valores, atitudes), esta visão terá, porventura, algum
mérito.

Por outro lado, a tradição cognitivista, como o nome indica, releva mais o aspeto cognitivo do
indivíduo. Existem processos cognitivos comuns a todos nós mas o modo como processamos,
relacionamos e interligamos a informação e os estímulos varia entre indivíduos. Não somos
computadores, mas o nosso cérebro é mais complexo que o mais complexo dos computadores.
Assim, o importante é realmente tentar perceber as complexas relações no decorre da
aprendizagem. Deste modo, o aluno já não é uma tábua rasa mas vem inundado de conhecimentos
prévios. No fundo, pretende-se que através de uma aprendizagem pela descoberta, organizada
sequencialmente e com crescente complexificação, dando bastante ênfase à autoaprendizagem, se
consiga fazer a transferência de aprendizagens anteriores para novas situações.

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As várias teorias complementam-se porque, na verdade, a mente humana é tão complexa que o
processamento da informação recorre a uma infinidade de processos decorrentes de aspetos
fundamentais defendidos por várias teorias. Trata-se de um misto de indivíduo, memória,
processamento interno e externo, reflexo, resposta, meio social e cultural, etc.

2.4. Teoria interacionista

“Segundo os interacionistas (destacam se Piaget e Vygotsky), o organismo e o meio exercem


acções recíprocas, ou seja, um influencia o outro acarretando mudanças sobre o indivíduo”
(Ostermann & Cavalcanti, 2010, p.88). Desta forma Targino (2013) refere “que eles discordam
das teorias inatistas por desprezarem o papel do ambiente e das concepções ambientalistas por
ignorarem factores maturacionais” (p.99).

Portanto, a concepção interacionista de desenvolvimento acredita na idéia de interação entre o


organismo e o meio, na qual resulta a aquisição de conhecimentos, como um processo construído
pelo indivíduo que dura a vida toda.

2.4.1. Papel do professor, aluno e aplicabilidade da teoria

Através de suas pesquisas, Moreira (2012) enfatiza o papel da escola em observar e compreender
quais os métodos que a criança cria para resolver os problemas apresentados a ela, utilizando essas
descobertas para facilitar a construção de seu conhecimento, e não força la a seguir unicamente
determinados procedimentos que podem interferir e, até mesmo, suprimir o raciocínio lógico
desenvolvido pela criança.

O professor tendo consciência de vários caminhos e estratégias para resolver um mesmo


problema, todas elas apropriadas do ponto de vista matemático, terá maior flexibilidade
para analisar os trabalhos de seus alunos. Ele poderá deixar de concentrar-se na questão de
“certo” ou “errado” para permitir que os alunos encontrem várias maneiras de resolver um
mesmo problema, nem tentar forçá-los, por exemplo, a utilizarem um algoritmo ou uma
regra que ele pretende ensinar. (Moreira & Massoni, 2016, p. 67)

Isso permite que os alunos desenvolvam sua capacidade reflexiva e tenham uma maior confiança
em suas habilidades para construir e compreender os conceitos matemáticos sob os quais ele está
trabalhando. O professor passa a enxergar melhor como a matemática construída no cotidiano da
criança pode auxiliar no processo de aprendizagem dos conceitos abstratos mais complexos
inerentes da matemática formal.
12
De acordo com Targino (2013), a combinação destes dois saberes, o formal e o experimental,
demonstra ser a melhor forma de desenvolver o pensamento lógico-matemático do aluno,
auxiliando sua percepção dos conceitos trabalhados em sala de aula e sua inerente relação com
situações por ele vivenciadas. Ou seja, esta combinação funciona como ferramenta para o professor
transformar estas situações em questões interessantes de serem trabalhadas pelos alunos sob ponto
de vista matemático dentro da sala de aula, facilitando sua aprendizagem e potencializando suas
capacidades cognitivas através da valorização de suas experiências.

2.5. Teoria Sócio-interacionista

Para Moreira (2012) os principais pensadores desta teoria são Piaget, Vygotsky e Wallon” (p.101).

Segundo Unisul (2008 Cit. em Braço, s/d) um dos principais defensores é o psicólogo Bielo-Russo
Lev Semionovitc Vygotsky que afirma que “as características singulares humanas, os processos
psicológicos, são produzidos a partir das relações sociais, isto é, do convívio com os outros
indivíduos da espécie humanas, capazes de elaborar cultura e fazer história” (p.38).

Sob essa visão, a aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumento
e signos. Um signo, de acordo com a teoria de Vygotsky, é algo que significa alguma coisa, como
a linguagem falada e a escrita.

Desta forma, a aprendizagem é uma experiência social de interação pela linguagem e pela ação.
Sendo a interação social a origem e motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual. Por
exemplo, o ato de indicar um objecto, para uma criança pode não ter nenhum significado, mas
quando a criança aponta para um objeto no intuito de alcançá-lo, e alguém pega para dar à criança
(interação), o acto de apontar começa a ter significado. Ela começar a pegar o significado
socialmente compartilhado de apontar para um objecto.

“Para ocorrer à aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro da zona de


desenvolvimento proximal. Essa zona é o nível que começa com o real estágio de desenvolvimento
da criança até o seu grau potencial de desenvolvimento” (Moreira, 2012).

Ostermann e Cavalcanti (2010) avaliando a teoria de Vygotsky e a obra de outros autores define a
zona de desenvolvimento próxima como “distância entre o nível de desenvolvimento atual,
determinado pela solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,

13
determinado pela solução de problemas sob orientação de adultos ou em colaboração com pares
mais capazes” (Ostermann & Cavalcanti 2010, p.85).

Targino (2013) analisando a teoria criada pelo autor Vygotsky, diz que a aprendizagem na sala de
aula é resultado de atividades que proporcionam interação, cooperação social, atividades
instrumentais e práticas. Queiroz (2009) enfoca que as actividades em sala de aula devam ser
colaborativas, possibilitando que o aluno vá além do que seria capaz sozinho.

Nesse sentido, o professor deve mediar à aprendizagem utilizando estratégias que levem o aluno a
tornar-se independente, preparando-os para um espaço de diálogo e interação. Essa teoria permite
trabalhar com grupos e técnicas para motivar, facilitar a aprendizagem e diminuir a sensação de
solidão do aluno.

Quadro 1: Resumo
Teoria Sócio-interacionista
Métodos  Interação social mediada por instrumentos e signos
 Por meio da interação social e intercambio de significado dentro da
Aprendizagem zona desenvolvimento proximal;
 Participação em grupo e compartilhamento de significados social
 Mediador;
Papel do professor
 Parceiro.
Papel do aluno  Activo
 Permite trabalhar com grupos e técnicas para motivar, facilitar a
aprendizagem e diminuir a sensação de solidão do aluno;
 Permite construir o conhecimento em grupo com participação ativa e
a cooperação de todos os envolvidos;
Aplicações da teoria  Oferece oportunidades para discussão e reflexão e o encorajamento
para arriscar e descobrir em grupo.
 Possibilita criar ambientes de participação, colaboração e desafiador.
 Considera o aluno inserido em uma sociedade e facilita a interação dos
indivíduos.
Fonte: Autora (2022)

14
III. Conclusão
Partindo dos objectivos traçados no início do presente trabalho conclui-se que:

As chamadas teorias de aprendizagem reúnem elementos teóricos suficientes para que qualquer
educador possa melhorar a aprendizagem dos seus alunos. Teoria cientifica é um conjunto e
preposições que indicam a crença sobre determinada área de investigação;

Aprendizagem é o processo pelo qual nossas experienciam produzem mudanças relativamente


permanentes em nossos sentimentos, pensamento e comportamento;

A aprendizagem na abordagem comportamentalista (behaviorista) é uma modificação de


comportamento provocada pelo agente que ensina, usando estímulos sobre o sujeito que aprende.
A pedagogia é diretiva. O aluno aprende se o professor ensina. O professor acredita no mito da
transferência do conhecimento e o aluno recebe passivamente os conhecimentos;

Os cognitivistas consideram a aprendizagem numa perspectiva interna, isto é, valorizam aspectos


subjectivos do aluno. Assim, a teoria comportamentalista difere da cognitivista pelo facto de a
primeira valorizar os aspectos externos (estímulo – resposta), enquanto a segunda dá ênfase aos
aspectos internos (inteligência, criatividade, motivação, etc.), no processo de aprendizagem. O
aluno na teoria cognitiva deve ser activo e o professor mediador;

Na teoria interacionista vem se que aprendizagem é bilateral, isto é, o professor assim como o
aluno aprendem um com o outro ao contrario dos comportamentalista quem o aluno como tabua
rasa;

Na teoria Sócio-interacionista aprendizagem é resultado da interação social e compartilhamento


de significados socialmente aceitos, dentro do estágio actual e potencial do aluno, considerando o
aluno inserido numa sociedade e em uma cultura que determina esse conhecimento. Nesse sentido,
o professor deve mediar à aprendizagem daquilo que o aluno ainda não sabe, utilizando estratégias
que o levem a tornar-se independente, e o preparando para um espaço de diálogo, interação e
convívio social. Esta teoria possibilitar adotar estratégias que envolvem o compartilhamento de
idéias para produção de conhecimento coletivo e desenvolvimento de um aluno crítico e criativo,
capaz de interagir como meio social. Teoria adequada para actividades em grupos e troca de idéias,
como fóruns e chats.

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IV. Referências Bibliográficas
Bock, A. M. B., Furtado, O. & Teixeira, M. L. T. (2008). Psicologias: Uma introdução ao estudo
da psicologia. (14ª ed.). São Paulo: Saraiva.

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Disponível em: http://moreira.if.ufrgs.br/oqueeafinal.pdf. Acesso em: 28 set.2022.

Moreira, M. & Massoni, N. (2016). Noções básicas de Epistemologias e Teorias de Aprendizagem:


como subsídios para a organização de Sequências de Ensino-Aprendizagem em
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Targino, M. (2013). Psicologia da aprendizagem. Campina Grande: EDUEPB.

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