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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: G

Conhecimentos básicos sobre o HIV-SIDA

Nome de Estudante: Lúcia Norberto Fernando Cipriano


Código de Estudante: 708212371

Curso: Licenciatura em ensino de História


Disciplina: Habilidade de Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Género e HIV-SIDA
Ano de Frequência: 2º ano

A tutora: Cármen Marisa do Rosário Mente Canda

Quelimane, Outubro de 2022


Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Aspetos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização
 Indicação clara do 1.0
problema
 Discrição do
1.0
objectivo
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
de trabalho
Análise e  Articulação e
discussão domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo expressão escrita
cuidada, coerente,
coesão textual.
 Revisão
bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
Formatação  Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspetos
paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6Ed, em das citações
4
bibliográficas citações e referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
I. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................... 4

1.2. Metodologia usada ............................................................................................................... 4

II. Fundamentação teórica ..................................................................................................... 5

2.1. Conceitos basicos ................................................................................................................. 5

2.2. Origem de HIV ..................................................................................................................... 5

2.3. O HIV-SIDA em Moçambique ............................................................................................ 7

2.4. Aconselhamento e testagem em saúde ................................................................................. 8

2.5. Prevenção ............................................................................................................................. 9

2.6. Tratamento Anti-Retrovial ................................................................................................... 9

2.7. Prevenção da transmissão de mãe para Filho – Transmissão Vertical. .............................. 10

2.8. Estigma e discriminação..................................................................................................... 12

III. Conclusão ....................................................................................................................... 14

IV. Bibliografia..................................................................................................................... 15
I. Introdução
O presente trabalho da disciplina de Habilidade de Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Gênero e
HIV-SIDA tem como tema Conhecimentos básicos sobre o HIV-SIDA.

A história da infeção pelo VIH/SIDA é recente. Nos anos setenta ainda ninguém tinha
conhecimento desta doença, inicialmente considerada mortal, hoje tida como crónica. O
aparecimento da SIDA, no início dos anos 80, abalou as certezas do mundo contemporâneo. Nos
países ricos surpreendeu e desregulou os sistemas sanitários e sociais, nos países pobres veio
sobrecarregar os sistemas sanitários e sociais. Veio ainda agravar outros flagelos e tornar muitas
vezes ineficazes os numerosos esforços de luta contra outras doenças endémicas. Doença biológica
com graves implicações sociais, a SIDA tem de ser abordada, em simultâneo, do ponto de vista
médico e social.

Em poucos anos, esta epidemia tornou-se um grande problema de Saúde Pública e uma das
principais preocupações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para MISAU 2009/2010, a pandemia do HIV/SIDA constitui um enorme desafio para o País em
geral e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em particular. Várias medidas têm vindo a ser
tomadas nos últimos anos pelo Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) para minimizar o
impacto negativo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que atinge
predominantemente a população em idade produtiva e reprodutiva, com todas as consequências
futuras que isso implica. Dentre essas medidas, salienta-se a rápida expansão imprimida nos
últimos anos ao acesso ao tratamento ant-retroviral, paralelamente ao reforço, imprescindível, das
medidas preventivas, norteadas a supressão viral.

O trabalho tem como objectivo conhecer basicamente o HIV-SIDA.

Em termos metodológicos, a pesquisa quanto à abordagem é qualitativa, os quantos objectivo a


pesquisa é exploratória e quanto aos procedimentos metodológicos é uma pesquisa bibliográfica.

Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa.

3
1.1. Objectivos
Os objectivos traçados no presente trabalho são:

1.1.1. Objectivo geral

Conhecer basicamente o HIV-SIDA

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceituar HIV e SIDA;
 Descrever a origem de HIV, prevenção, tratamento;
 Listar as formas de descriminação e estigma vivendo com HIV;
 Compreender a situação de HIV-SIDA em Moçambique;
 Mencionar as formas de aconselhamento e testagem em saúde.
1.2. Metodologia usada
Segundo Silvestre e Araújo (2012), metodologia é a “explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e
exacta de toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa” (p. 55). Já Sousa
e Baptista (2011), definem metodologia como um “conjunto concentrado de operações que são
realizadas para atingir um ou mais objectivos” (p. 88).

Sendo de natureza exploratória1, esta reflexão teve uma abordagem qualitativa, a qual segundo
Silvestre e Araújo (2012), proporciona compreensão em profundidade do contexto do problema e,
é um “método indutivo por excelência para entender por que o indivíduo age como age, pensa
como pensa ou sente como sente” (p. 62).

Para a recolha de dados foram aplicadas as seguintes técnicas: a pesquisa bibliográfica, pesquisa
documental e pesquisa em sites da internet. A pesquisa bibliográfica consistiu numa leitura de
obras de diversos autores que abordam sobre o tema em estudo, a fim de recolher e confrontar
informações pertinentes relativas ao mesmo. A pesquisa documental consistiu na consulta de
documentos e brochuras relacionadas com a matéria. A pesquisa em sites da internet consistiu na
consulta de artigos digitais cuja semântica está orientada conhecimentos básicos sobre o HIV-
SIDA.

1
Os estudos do tipo exploratórios têm por objectivo proceder ao reconhecimento de uma dada realidade e
levantar hipóteses para o seu entendimento (Sousa & Baptista, 2011).

4
II. Fundamentação teórica
2.1. Conceitos basicos
Segundo Organização Mundial da Saúde (2008) o HIV (Vírus de Imunodeficiência Humana) é o
“vírus que causa a doença conhecida como SIDA. Este vírus foi descoberto pelo investigador
francês Luc Montagnier, em 1983”(p.12).

HIV é a “sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da SIDA, ataca o


sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas
são os linfócitos T CD4+”( Barreto, 2004, p.8). E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz
cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para
continuar a infecção.2

A OMS (2008) afirma que:

A SIDA é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus
da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV (Human Immunodeficiency
Vírus). A sigla SIDA também deriva do inglês Acquired Immune Deficiency Syndrome.
Segundo o Ministério da Saúde, síndrome é um grupo de sinais e sintomas que, uma vez
considerados em conjunto, caracterizam uma doença; imunodeficiência é a inabilidade do
sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos
invasores, tais como vírus, bactérias, protozoários, etc; e adquirida, vem do fato de não ser
congênita, como no caso de outras imunodeficiências (p.11).

Olhando nos dois conceitos acima percebo que HIV é o causar e SIDA será doença que vem
quando a pessoa apresenta um quadro clinico avançado, ou seja, o carga viral aumenta e T CD4+
diminuem por falta de tratamento, assim sendo, SIDA vem como consequência da falência
terapêutica, viral e imunológica .

2.2. Origem de HIV


Pelá (2004) refere:

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de 1981,


nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo
masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam
sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema

2
Revista disponível: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv cessedo no dia 05/10/2022

5
imune. Todos estes factos convergiram para a inferência de que se tratava de uma nova
doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível. Em
1983 o agente etiológico foi identificado: tratava-se de um retrovírus humano, actualmente
denominado vírus da imunodeficiência humana, HIV-1, que anteriormente foi denominado
LAV e HTLV-III. Em 1986 foi identificado um segundo agente etiológico, também
retrovírus, estreitamente relacionado ao HIV-1, denominado HIV-2. Embora não se saiba
ao certo qual a origem dos HIV-1 e 2 sabe-se que uma grande família de retrovírus
relacionados a eles está presente em primatas não-humanos na África sub-Sahariana. Todos
os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante,
apresentando homologia em torno de 50%. Além disso todos têm a capacidade de infectar
linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente o HIV-1 e o HIV-2 passaram a infectar
o homem há várias décadas. O HIV-1 tem se mostrado mais virulento do que o HIV-2.
Numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África têm mostrado
grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da imunodeficiência símia (SIV)
presente com muita frequência nos macacos verdes africanos é muito próximo ao HIV-2,
sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por estes fatos supõe-se que o
HIV tenha origem geográfica africana e que sua disseminação se deve às características da
sociedade contemporânea (p.15).

Conforme OMS (2008) afirma:

Em 2008, os cientistas confirmaram que o vírus da imunodeficiência humana (VIH) teve


origem nos chimpanzés selvagens numa região remota dos Camarões, em África. Foram
precisos sete anos de investigação para desenvolver métodos de análise que localizassem
geneticamente a versão primata do vírus em chimpanzés selvagens vivos sem causar danos
àquela espécie ameaçada. Depois, analisaram de mais de 1.300 amostras de fezes frescas
de chimpanzés recolhidas nas florestas. Os cientistas sabem há muito tempo que os
primatas não humanos têm a sua própria versão de vírus da SIDA, chamada VIS (vírus da
imunodeficiência símia). Mas o VIS só tinha sido encontrado em chimpanzés em cativeiro.
Desconhecia-se a prevalência do vírus em chimpanzés em liberdade ou a sua diversidade
genética ou geográfica, e foi isso que complicou os esforços para localizar a ponte entre o
animal e o homem. Ao despistar anticorpos de VIS nas fezes dos chimpanzés, encontraram-
nos numa subespécie chamada Pantroglodita no sul dos Camarões (p.14).

Os chimpanzés tendem a formar comunidades geograficamente distintas e, enquanto nalgumas


detetaram taxas de infeção de 35%, noutras não encontraram nenhuma infeção. Segundo a

6
principal autora do estudo, Beatrice Hahn, “Cada um dos chimpanzés infetados tinha um padrão
genético básico comum que indicava um antepassado comum.”

Neste sentido, percebo que a verdadeira causa do surgimento da doença foi descoberto após
décadas do primeiro caso de SIDA ser descoberto.

2.3. O HIV-SIDA em Moçambique


Moçambique é o país de expressão portuguesa em África onde os números de infetados pelo vírus
HIV-SIDA são mais elevados.

Schwalbach (1986) o “primeiro caso de SIDA em Moçambique foi diagnosticado em 1986.


Tratava-se de um cidadão estrangeiro que já vinha infectado quando entrou no nosso País” (s/p).

Em Moçambique, a pandemia do HIV/SIDA atinge proporções catastróficas que exigiram, e cada


vez mais exigem, da parte do legislador, uma intervenção vigorosa, sob pena de se agravarem os,
por si só já nefastos, efeitos da doença.

De acordo MISAU (2022) cerca de 15% de mulheres grávidas entre os 15 e 49 anos de idade estão
infetadas pelo virús HIV-SIDA. A epidemia tem um carácter heterogéneo em termos geográficos
e socioeconómicos. A principal via de transmissão continua a ser sexual em cerca de 90% dos
casos em adultos.

Segundo Arlindo Tiago, em 2020 foram registadas, igualmente, 38.000 mortes e 94.000 mulheres
grávidas testaram positivo para o HIV. “A taxa de transmissão vertical do HIV da mãe para o seu
filho foi de 13%. Ainda segundo as estimativas, cerca de 2.1 milhões da população moçambicana
vive actualmente com o HIV”. Assim o pais adopto a estratégia 90/90 isso significa 90% dos
infectados devem iniciar o tratamento, sendo que 90% devem possuir supressão viral, para isso
acontecer vários parceiros ou Organizações de Base Comunitárias (OCB) levam acabo várias
estratégias para garantir adesão aos pacientes.

Analisando, percebo que são diversos os factores que fazem com que o nosso pais esteja entre os
países com mais casos de HIV na Africa Austral sendo passado assim o segundo com mais
infectados depois do vizinho Africa de Sul, desde a pobreza, a falta de informação, desinformação
e ignorância.

7
2.4. Aconselhamento e testagem em saúde
Segundo Barreto (2004) aconselhamento é “uma estratégia do Ministério da Saúde que visa
contribuir para aumento do acesso aos serviços de saúde de uma forma integrada e abrangente”
(p.8).

De acordo com MISAU (2000 cit. em Barreto, 2004) Tipos de Aconselhamento e Testagem em
Moçambique são:

 Aconselhamento e Testagem Iniciado pelo Utente ‐ ATIU Oferecido nas Unidades de ATS
(UATS) e nas Comunidades (ATSC);
 Aconselhamento e Testagem Iniciado pelo Provedor de Saúde ‐ ATIP Oferecido nos
serviços de saúde como parte de rotina dos cuidados de saúde ou para o diagnóstico em
pacientes com sinais e sinto‐ mas sugestivos de infecção pelo HIV (p.12).
Segundo Kindlimuka (2000) objectivos e benefícios são:

 Aumentar o acesso e a cobertura dos serviços de aconselhamento para doenças comuns ou


situações de saúde que requeiram atenção como: Malária, TB, HIV, Diarreia, ITS, Saúde
Reprodutiva, Hipertensão, Epilepsia, Doenças da Pele, Nutrição e Higiene Pessoal e
Ambiental;
 Aumentar a cobertura do aconselhamento e testagem;
 Reduzir comportamentos de risco, através de educação para saúde;
 Contribuir para a formação de grupos de apoio às pessoas que vivem com doenças crónicas;
 Contribuir para a redução do estigma e discriminação associadas a algumas doenças como:
TB, Epilepsia, HIV e outras.
 Permitir aos pacientes conhecer o seu estado serológico e assim reduzirem sua exposição
ao risco de reinfecção e infecção e;
 Estimular os utentes seronegativos a buscarem estratégias de prevenção tendentes a reduzir
a exposição à infecção pelo HIV.
Conforme as ideias acima percebo que aconselhamento e testagem em saúde promove acções
preventivas de saúde desde a comunidade até a Unidade Sanitária, oferece medidas preventivas e
cuidados sobre várias doenças num único local, ensina as pessoas a adquirir vida saudável, reduz
estigma e discriminação do doente e reduz mitos e crenças prejudiciais à saúde do indivíduo. Desta
forma o aconselhando é feito antes durante e depois de teste.

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2.5. Prevenção
De acordo com UNAIDS (2015) a prevenção da infeção pelo HIV tem sido uma área de rápido
desenvolvimento nos últimos anos, com marcos na área da investigação de novas tecnologias de
prevenção e abordagens, incluindo o tratamento antirretroviral como prevenção, profilaxia pós-
exposição, alargamento de programas de rastreio e advocacia para a implementação de abordagens
eficazes, mas que permanecem por implementar, como por exemplo, troca de seringas e agulhas
e distribuição de preservativos em estabelecimentos prisionais.

Barreto (2004) sustenta:

A infecção pelo HIV pode ser prevenida. A prevenção de todas as formas de transmissão
pode ser realizada por meio de diversas estratégias adaptadas às situações nacionais e às
especificidades culturais. A prevenção pode ser reforçada através das alterações de
comportamento, através da melhoria dos conhecimentos, durante um tratamento, e através
da criação de um ambiente não discriminatório. Os parceiros sociais estão numa posição
chave para favorecer os esforços de prevenção particularmente no que diz respeito às
alterações de atitudes e de comportamentos, à formação, à educação e à acção sobre os
factores socioeconómicos (p.44).

Desta forma, organizações comunitárias, os activistas na área do HIV, médicos e técnicos de


aconselhamento de todo mundo trabalham com pessoas que vivem com HIV e em risco de contrair
a infeção pelo VIH. Todos estes técnicos têm um papel essencial ao apoiar as pessoas que se
encontram em situação de maior vulnerabilidade de contrair ou de transmitir a infeção pelo HIV a
perceber quais as opções e as implicações de novas investigações, no nosso pais existem vários
projectos Não-Governamental como FGH, ICAP e outros que apoiam o MISAU na implementação
de abordagens que visão disseminar as formas de prevenção. Assim, as três estratégias principais
de intervenção empregadas pelos programas nacionais de controle envolvem a promoção do uso
de preservativos, a seleção e redução do número de parceiros sexuais e o controle de outras DST.

2.6. Tratamento Anti-Retrovial


Veronesi e Focaccia (2004) referem:

O tratamento antiretrovírico, conhecido pelos termos TAR ou HAART, em inglês, é


também utilizado como prevenção da infeção pelo HIV, porque reduz a infecciosidade das
pessoas portadoras do vírus e, portanto, a probabilidade de o transmitir. A carga viral de
uma pessoa portadora da infecção pelo HIV é o maior factor de agravamento do risco na

9
transmissão do HIV. Os medicamentos antiretrovíricos (ARVs) diminuem a quantidade de
vírus dos fluidos corporais de uma pessoa, conhecida como carga viral, reduzindo, desse
modo, a sua infecciosidade, para além de melhorarem o seu estado de saúde (p.55).

Assim, aderir ao tratamento tem a vantagem de reduzir significativamente o risco de transmissão.


A ideia de Tratamento como Prevenção significa usar o tratamento como uma estratégia
preventiva a que se pode e deve recorrer, também para proteger os parceiros sexuais e para
reduzir, significativamente, a transmissão do HIV.

UNAIDS (2015) afirma:

Qualquer pessoa infectada pode optar por iniciar o tratamento para prevenir a transmissão
do vírus ao seu parceiro(s), mesmo que ainda não tenha indicações clínicas para o fazer.
Terá de discutir e convencer o seu médico de que esta estratégia é a mais aconselhada e
apropriada para a sua situação específica. O tratamento como prevenção é uma de várias
opções preventivas. Ao nível da saúde pública, usar o tratamento como prevenção é um
assunto ainda muito debatido. Esta estratégia tem de ter em conta a situação concreta das
pessoas a que se destina e, sempre, salvaguardar os seus direitos (p.22).

Dados os potenciais efeitos secundários e a possibilidade de aparecimento de resistências à


medicação, se não for tomada exactamente como prescrita, uma pessoa que viva com a infecção
pelo HIV tem o direito de decidir, com aconselhamento e orientação em relação às desvantagens
e aos benefícios para a sua própria saúde, se quer ou não iniciar o tratamento, mas vale iniciar o
tratamento cedo para garantir que haja supressão viral e fazer com que a possibilidade de transmitir
e ter doenças oportunistas sejam eliminadas.

2.7. Prevenção da transmissão de mãe para Filho – Transmissão Vertical.


A maioria dos casos pediátricos de infeção por HIV é devida a transmissão do vírus durante a
gestação, o parto ou pela amamentação.

Este facto testemunha a enorme “importância da prevenção da infeção HIV na mulher, assim como
do rastreio e aconselhamento de todas as mulheres grávidas, independentemente da sua perceção
de terem ou não sido expostas a um risco de contágio” (Kindlimuka, 2000, s/p).

Embora a transmissão vertical seja um fator determinante na evolução da SIDA pediátrica, as mães
infetadas não transmitem invariavelmente o VIH aos filhos. Estudos prospetivos demonstram que
cerca de 70 a 75% destas crianças nasce não infetada.

10
De acordo OMS (2008) afirma:

A publicação do estudo PACTG 076, em 1994, documentando uma redução de cerca de


70% da taxa de transmissão materna do HIV, após o tratamento com zidovudina da mulher
grávida e do seu filho, e os progressos registados no conhecimento da patogênese da
transmissão materna do HIV-1, nomeadamente de que está ocorre fundamentalmente no
peri-parto, o reconhecimento da influência, provavelmente decisiva, da carga vírica
materna e a repercussão positiva da cesariana eletiva vieram reforçar a importância do
diagnóstico da grávida infetada pelo HIV. A identificação da gestante infetada e o seu
acesso a uma intervenção terapêutica adequada são fundamentais para diminuir o risco de
transmissão mãe filho (p.67).

“Os avanços entretanto alcançados no conhecimento da patogênese, tratamento e monitorização


da infeção pelo HIV-1, permitiram a formulação das actuais recomendações de terapêutica
antiretrovírica, em esquemas associando vários fármacos, com o objectivo de obter a supressão da
replicação vírica, minimizar o aparecimento de resistências e preservar/reconstituir o sistema
imunitário” (Veronesi & Focaccia, 2004, p.94). O benefício resultante da aplicação destas
recomendações terapêuticas em adultos infetados é comprovado pela redução da mobilidade e da
mortalidade associadas a doença HIV, que se traduz na diminuição da incidência de infeções
oportunistas e no aumento significativo da sobrevida.

Segundo Kindlimuka (2000) é fundamental que a mulher seja conhecedora do seu estado em
relação a infeção pelo HIV, para que lhe seja possível:

 Beneficiar do tratamento antiretrovírico e da profilaxia das infeções oportunistas que lhe


melhorem a qualidade e lhe prolonguem a vida;
 Tomar decisões esclarecidas sobre o seu futuro reprodutivo;
 Reduzir o risco de transmissão materna do vírus, nomeadamente com a intervenção
terapêutica durante a gestação e o parto, e não amamentando (p.46).
Concordo com o autor acima, não basta iniciar o tratamento para prevenção sem que a mulher que
irá fazer o mesmo saiba dos benefícios e consequências pois a sua adesão a este tratamento irá
garantir a não transmissão vertical.

Embora a profilaxia com o AZT “reduza significativamente o risco de transmissão perinatal da


infeção, o tratamento antiretrovírico com associação de vários fármacos permite reduzir o risco de

11
transmissão vertical para valores abaixo dos 2% e constitui um dos maiores sucessos terapêuticos
alcançados na era da SIDA” (Barreto, 2004, p.53). Ao considerar o benefício do tratamento
antiretrovírico durante a gestação, deverá ser ponderado o risco de ocasionar efeitos adversos a
mulher, ao feto ou ao recém-nascido.

2.8. Estigma e discriminação


Os conceitos de estigmatização e discriminação estão intimamente ligados e são frequentemente
mencionados simultaneamente. Porém, os seus significados exactos diferem. A discriminação
refere-se ao comportamento, enquanto o estigma se define como uma característica ou atributo.

Giddens (2001) define o estigma como “(...) qualquer característica que coloca um indivíduo ou
grupo à parte da maioria da população, resultando daí que o indivíduo ou grupo é tratado com
suspeição ou hostilidade” (p.160).

De acordo com a ONUSIDA (2000) “a discriminação ocorre quando é feita uma distinção em
relação a uma pessoa, em consequência da qual ela é tratada incorrecta e injustamente, por
pertencer, ou por se presumir que pertence, a determinado grupo” (p.10). Assim, as pessoas ou
grupos discriminados não têm os direitos e recursos que estão ao alcance dos outros.

Nem o estigma nem a discriminação são fenómenos novos ou apanágio da epidemia do HIV/SIDA.
A história está repleta de exemplos de situações em que as pessoas foram estigmatizadas e postas
de lado. Da mesma forma, ao longo da história, as sociedades reagiram com medo às doenças
consideradas transmissíveis, às doenças que desfiguram o doente, às que são debilitantes e mortais
(como, por exemplo, a lepra e a tuberculose), e traduziram está aversão em acções discriminatórias
contra os infectados (Giddens, 2001).

O estigma relacionado com o HIV/SIDA é consequência da combinação entre a vergonha e o medo


vergonha, por causa dos tabus e dos juízos de valor que estão ligados à relação sexual; medo, por
causa do medo do desconhecido, e por se tratar de uma doença considerada mortal.

Tal como declara a ONUSIDA (2000) afirma:

A estigmatização relacionada com o HIV/SIDA não cai do céu, nem é fruto da imaginação
dos indivíduos. Com efeito, tal como as reacções a doenças como a lepra, a cólera e a polio,
no passado, ela brota de medos e receios profundamente enraizados socialmente. Uma
maior compreensão destas questões e das normas sociais a que elas dão força são

12
fundamentais para se responder adequadamente ao estigma e discriminação relacionados
com o HIV/SIDA (p.8).

Então, isto traz nas cabeças das pessoas a grande discriminação. Então, nós devemos dizer não à
discriminação. Esta doença, como outra qualquer, o que precisamos fazer é combatê-la através de
medidas que nos sãos recomendados.

Segundo Barreto (2004) “a auto-estigmatização é interiorizada; começa por que o indivíduo não
vê interesse em viver. Olha para si próprio e vê-se desafortunado, fazendo conjecturas sobre o que
as outras pessoas vão pensar dele. Está sempre preocupado com a sua aparência e estado de saúde
e sempre à procura de sinais que possam indicar aos outros que tem o HIV” (p.2). Tanto o estigma
sentido como o imposto influem sobre a capacidade da pessoa para lidar com a doença.

Analisando as formas de discriminação mais vivenciadas por me na nossa sociedade são:

 Trabalhadores são despedidos dos seus empregos;


 Órfãos são rejeitados e enfrentam
 Dificuldades para encontrarem famílias de adopção;
 Alunos das escolas são votados ao ostracismo pelos seus colegas;
 Esposas são abandonadas pelos maridos;
 A família do marido que repudia a viúva do filho falecido por causa da doença;
 Trabalhadoras sexuais são abusadas.
Em Moçambique, verifica-se que as mulheres que estão infectadas estão mais sujeitas a ser
estigmatizadas e discriminadas do que os homens infectados.

Portanto, um exemplo, em certos contextos culturais de Moçambique a mulher é considerada,


erradamente, a principal transmissora de DTS. As crenças tradicionais acerca do sexo, do sangue
e do aborto estão na base da estigmatização da mulher.

13
III. Conclusão
Respondendo os objectivos traçados na presente pesquisa conclui-se que:

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de 1981, nos


EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino,
homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York;

Moçambique é um pais pobre e com alto número de pessoas infectadas pelo HIV, coloca se o sexo
com a principal forma de transmissão e que as camadas jovens constituem os mais vulneráveis;

Aconselhar é dar um auxílio ou orientação concedidos, geralmente por um profissional, em


determinada situação ou circunstância (ex.: aconselhamento financeiro), assim como para
pacientes com HIV ou que queiram saber seu seroestado devem ser preparados para aceitar e dar
seguimento após o resultado como forma de garantir sua adesão ao tratamento;

A terapia anti-retroviral é uma área complexa, sujeita a constantes mudanças. As recomendações


deverão ser revistas periodicamente, com o objectivo de incorporar novos conhecimentos gerados
pelos ensaios clínicos;

As principais estratégias de prevenção empregadas pelos programas de controle envolvem: a


promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de agulhas e seringas esterilizadas ou
descartáveis, o controle do sangue e derivados, a adoção de cuidados na exposição ocupacional a
material biológico e o manejo adequado das outras DST;

A transmissão vertical, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou aleitamento


materno, vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual;

A sociedade moçambicana ainda reage negativamente às pessoas que vivem com o SIDA; o
HIV/SIDA ainda é visto como um assunto fora do normal, uma farsa ou um mito fabricado para
impedir as pessoas de terem relações sexuais; o HIV é supostamente uma doença de pessoas de
comportamento duvidoso ou de classe inferior; a falta de conhecimentos, o medo, a denegação e
o silêncio alimentam o estigma, impedindo as pessoas de revelarem a sua condição e de procurarem
cuidados e apoio.

14
IV. Bibliografia
Armindo Tiago (Quarta-feira 11 de Agosto de 2021, Radio Moçambique). Maputo.

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