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Habilidade de Vida. Trabalho de Campo 1
Habilidade de Vida. Trabalho de Campo 1
Turma: G
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Índice
I. Introdução ............................................................................................................................ 3
1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4
IV. Bibliografia..................................................................................................................... 15
I. Introdução
O presente trabalho da disciplina de Habilidade de Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Gênero e
HIV-SIDA tem como tema Conhecimentos básicos sobre o HIV-SIDA.
A história da infeção pelo VIH/SIDA é recente. Nos anos setenta ainda ninguém tinha
conhecimento desta doença, inicialmente considerada mortal, hoje tida como crónica. O
aparecimento da SIDA, no início dos anos 80, abalou as certezas do mundo contemporâneo. Nos
países ricos surpreendeu e desregulou os sistemas sanitários e sociais, nos países pobres veio
sobrecarregar os sistemas sanitários e sociais. Veio ainda agravar outros flagelos e tornar muitas
vezes ineficazes os numerosos esforços de luta contra outras doenças endémicas. Doença biológica
com graves implicações sociais, a SIDA tem de ser abordada, em simultâneo, do ponto de vista
médico e social.
Em poucos anos, esta epidemia tornou-se um grande problema de Saúde Pública e uma das
principais preocupações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para MISAU 2009/2010, a pandemia do HIV/SIDA constitui um enorme desafio para o País em
geral e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em particular. Várias medidas têm vindo a ser
tomadas nos últimos anos pelo Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) para minimizar o
impacto negativo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que atinge
predominantemente a população em idade produtiva e reprodutiva, com todas as consequências
futuras que isso implica. Dentre essas medidas, salienta-se a rápida expansão imprimida nos
últimos anos ao acesso ao tratamento ant-retroviral, paralelamente ao reforço, imprescindível, das
medidas preventivas, norteadas a supressão viral.
Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa.
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1.1. Objectivos
Os objectivos traçados no presente trabalho são:
Sendo de natureza exploratória1, esta reflexão teve uma abordagem qualitativa, a qual segundo
Silvestre e Araújo (2012), proporciona compreensão em profundidade do contexto do problema e,
é um “método indutivo por excelência para entender por que o indivíduo age como age, pensa
como pensa ou sente como sente” (p. 62).
Para a recolha de dados foram aplicadas as seguintes técnicas: a pesquisa bibliográfica, pesquisa
documental e pesquisa em sites da internet. A pesquisa bibliográfica consistiu numa leitura de
obras de diversos autores que abordam sobre o tema em estudo, a fim de recolher e confrontar
informações pertinentes relativas ao mesmo. A pesquisa documental consistiu na consulta de
documentos e brochuras relacionadas com a matéria. A pesquisa em sites da internet consistiu na
consulta de artigos digitais cuja semântica está orientada conhecimentos básicos sobre o HIV-
SIDA.
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Os estudos do tipo exploratórios têm por objectivo proceder ao reconhecimento de uma dada realidade e
levantar hipóteses para o seu entendimento (Sousa & Baptista, 2011).
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II. Fundamentação teórica
2.1. Conceitos basicos
Segundo Organização Mundial da Saúde (2008) o HIV (Vírus de Imunodeficiência Humana) é o
“vírus que causa a doença conhecida como SIDA. Este vírus foi descoberto pelo investigador
francês Luc Montagnier, em 1983”(p.12).
A SIDA é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus
da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV (Human Immunodeficiency
Vírus). A sigla SIDA também deriva do inglês Acquired Immune Deficiency Syndrome.
Segundo o Ministério da Saúde, síndrome é um grupo de sinais e sintomas que, uma vez
considerados em conjunto, caracterizam uma doença; imunodeficiência é a inabilidade do
sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos
invasores, tais como vírus, bactérias, protozoários, etc; e adquirida, vem do fato de não ser
congênita, como no caso de outras imunodeficiências (p.11).
Olhando nos dois conceitos acima percebo que HIV é o causar e SIDA será doença que vem
quando a pessoa apresenta um quadro clinico avançado, ou seja, o carga viral aumenta e T CD4+
diminuem por falta de tratamento, assim sendo, SIDA vem como consequência da falência
terapêutica, viral e imunológica .
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Revista disponível: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv cessedo no dia 05/10/2022
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imune. Todos estes factos convergiram para a inferência de que se tratava de uma nova
doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível. Em
1983 o agente etiológico foi identificado: tratava-se de um retrovírus humano, actualmente
denominado vírus da imunodeficiência humana, HIV-1, que anteriormente foi denominado
LAV e HTLV-III. Em 1986 foi identificado um segundo agente etiológico, também
retrovírus, estreitamente relacionado ao HIV-1, denominado HIV-2. Embora não se saiba
ao certo qual a origem dos HIV-1 e 2 sabe-se que uma grande família de retrovírus
relacionados a eles está presente em primatas não-humanos na África sub-Sahariana. Todos
os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante,
apresentando homologia em torno de 50%. Além disso todos têm a capacidade de infectar
linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente o HIV-1 e o HIV-2 passaram a infectar
o homem há várias décadas. O HIV-1 tem se mostrado mais virulento do que o HIV-2.
Numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África têm mostrado
grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da imunodeficiência símia (SIV)
presente com muita frequência nos macacos verdes africanos é muito próximo ao HIV-2,
sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por estes fatos supõe-se que o
HIV tenha origem geográfica africana e que sua disseminação se deve às características da
sociedade contemporânea (p.15).
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principal autora do estudo, Beatrice Hahn, “Cada um dos chimpanzés infetados tinha um padrão
genético básico comum que indicava um antepassado comum.”
Neste sentido, percebo que a verdadeira causa do surgimento da doença foi descoberto após
décadas do primeiro caso de SIDA ser descoberto.
De acordo MISAU (2022) cerca de 15% de mulheres grávidas entre os 15 e 49 anos de idade estão
infetadas pelo virús HIV-SIDA. A epidemia tem um carácter heterogéneo em termos geográficos
e socioeconómicos. A principal via de transmissão continua a ser sexual em cerca de 90% dos
casos em adultos.
Segundo Arlindo Tiago, em 2020 foram registadas, igualmente, 38.000 mortes e 94.000 mulheres
grávidas testaram positivo para o HIV. “A taxa de transmissão vertical do HIV da mãe para o seu
filho foi de 13%. Ainda segundo as estimativas, cerca de 2.1 milhões da população moçambicana
vive actualmente com o HIV”. Assim o pais adopto a estratégia 90/90 isso significa 90% dos
infectados devem iniciar o tratamento, sendo que 90% devem possuir supressão viral, para isso
acontecer vários parceiros ou Organizações de Base Comunitárias (OCB) levam acabo várias
estratégias para garantir adesão aos pacientes.
Analisando, percebo que são diversos os factores que fazem com que o nosso pais esteja entre os
países com mais casos de HIV na Africa Austral sendo passado assim o segundo com mais
infectados depois do vizinho Africa de Sul, desde a pobreza, a falta de informação, desinformação
e ignorância.
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2.4. Aconselhamento e testagem em saúde
Segundo Barreto (2004) aconselhamento é “uma estratégia do Ministério da Saúde que visa
contribuir para aumento do acesso aos serviços de saúde de uma forma integrada e abrangente”
(p.8).
De acordo com MISAU (2000 cit. em Barreto, 2004) Tipos de Aconselhamento e Testagem em
Moçambique são:
Aconselhamento e Testagem Iniciado pelo Utente ‐ ATIU Oferecido nas Unidades de ATS
(UATS) e nas Comunidades (ATSC);
Aconselhamento e Testagem Iniciado pelo Provedor de Saúde ‐ ATIP Oferecido nos
serviços de saúde como parte de rotina dos cuidados de saúde ou para o diagnóstico em
pacientes com sinais e sinto‐ mas sugestivos de infecção pelo HIV (p.12).
Segundo Kindlimuka (2000) objectivos e benefícios são:
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2.5. Prevenção
De acordo com UNAIDS (2015) a prevenção da infeção pelo HIV tem sido uma área de rápido
desenvolvimento nos últimos anos, com marcos na área da investigação de novas tecnologias de
prevenção e abordagens, incluindo o tratamento antirretroviral como prevenção, profilaxia pós-
exposição, alargamento de programas de rastreio e advocacia para a implementação de abordagens
eficazes, mas que permanecem por implementar, como por exemplo, troca de seringas e agulhas
e distribuição de preservativos em estabelecimentos prisionais.
A infecção pelo HIV pode ser prevenida. A prevenção de todas as formas de transmissão
pode ser realizada por meio de diversas estratégias adaptadas às situações nacionais e às
especificidades culturais. A prevenção pode ser reforçada através das alterações de
comportamento, através da melhoria dos conhecimentos, durante um tratamento, e através
da criação de um ambiente não discriminatório. Os parceiros sociais estão numa posição
chave para favorecer os esforços de prevenção particularmente no que diz respeito às
alterações de atitudes e de comportamentos, à formação, à educação e à acção sobre os
factores socioeconómicos (p.44).
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transmissão do HIV. Os medicamentos antiretrovíricos (ARVs) diminuem a quantidade de
vírus dos fluidos corporais de uma pessoa, conhecida como carga viral, reduzindo, desse
modo, a sua infecciosidade, para além de melhorarem o seu estado de saúde (p.55).
Qualquer pessoa infectada pode optar por iniciar o tratamento para prevenir a transmissão
do vírus ao seu parceiro(s), mesmo que ainda não tenha indicações clínicas para o fazer.
Terá de discutir e convencer o seu médico de que esta estratégia é a mais aconselhada e
apropriada para a sua situação específica. O tratamento como prevenção é uma de várias
opções preventivas. Ao nível da saúde pública, usar o tratamento como prevenção é um
assunto ainda muito debatido. Esta estratégia tem de ter em conta a situação concreta das
pessoas a que se destina e, sempre, salvaguardar os seus direitos (p.22).
Este facto testemunha a enorme “importância da prevenção da infeção HIV na mulher, assim como
do rastreio e aconselhamento de todas as mulheres grávidas, independentemente da sua perceção
de terem ou não sido expostas a um risco de contágio” (Kindlimuka, 2000, s/p).
Embora a transmissão vertical seja um fator determinante na evolução da SIDA pediátrica, as mães
infetadas não transmitem invariavelmente o VIH aos filhos. Estudos prospetivos demonstram que
cerca de 70 a 75% destas crianças nasce não infetada.
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De acordo OMS (2008) afirma:
Segundo Kindlimuka (2000) é fundamental que a mulher seja conhecedora do seu estado em
relação a infeção pelo HIV, para que lhe seja possível:
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transmissão vertical para valores abaixo dos 2% e constitui um dos maiores sucessos terapêuticos
alcançados na era da SIDA” (Barreto, 2004, p.53). Ao considerar o benefício do tratamento
antiretrovírico durante a gestação, deverá ser ponderado o risco de ocasionar efeitos adversos a
mulher, ao feto ou ao recém-nascido.
Giddens (2001) define o estigma como “(...) qualquer característica que coloca um indivíduo ou
grupo à parte da maioria da população, resultando daí que o indivíduo ou grupo é tratado com
suspeição ou hostilidade” (p.160).
De acordo com a ONUSIDA (2000) “a discriminação ocorre quando é feita uma distinção em
relação a uma pessoa, em consequência da qual ela é tratada incorrecta e injustamente, por
pertencer, ou por se presumir que pertence, a determinado grupo” (p.10). Assim, as pessoas ou
grupos discriminados não têm os direitos e recursos que estão ao alcance dos outros.
Nem o estigma nem a discriminação são fenómenos novos ou apanágio da epidemia do HIV/SIDA.
A história está repleta de exemplos de situações em que as pessoas foram estigmatizadas e postas
de lado. Da mesma forma, ao longo da história, as sociedades reagiram com medo às doenças
consideradas transmissíveis, às doenças que desfiguram o doente, às que são debilitantes e mortais
(como, por exemplo, a lepra e a tuberculose), e traduziram está aversão em acções discriminatórias
contra os infectados (Giddens, 2001).
A estigmatização relacionada com o HIV/SIDA não cai do céu, nem é fruto da imaginação
dos indivíduos. Com efeito, tal como as reacções a doenças como a lepra, a cólera e a polio,
no passado, ela brota de medos e receios profundamente enraizados socialmente. Uma
maior compreensão destas questões e das normas sociais a que elas dão força são
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fundamentais para se responder adequadamente ao estigma e discriminação relacionados
com o HIV/SIDA (p.8).
Então, isto traz nas cabeças das pessoas a grande discriminação. Então, nós devemos dizer não à
discriminação. Esta doença, como outra qualquer, o que precisamos fazer é combatê-la através de
medidas que nos sãos recomendados.
Segundo Barreto (2004) “a auto-estigmatização é interiorizada; começa por que o indivíduo não
vê interesse em viver. Olha para si próprio e vê-se desafortunado, fazendo conjecturas sobre o que
as outras pessoas vão pensar dele. Está sempre preocupado com a sua aparência e estado de saúde
e sempre à procura de sinais que possam indicar aos outros que tem o HIV” (p.2). Tanto o estigma
sentido como o imposto influem sobre a capacidade da pessoa para lidar com a doença.
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III. Conclusão
Respondendo os objectivos traçados na presente pesquisa conclui-se que:
Moçambique é um pais pobre e com alto número de pessoas infectadas pelo HIV, coloca se o sexo
com a principal forma de transmissão e que as camadas jovens constituem os mais vulneráveis;
A sociedade moçambicana ainda reage negativamente às pessoas que vivem com o SIDA; o
HIV/SIDA ainda é visto como um assunto fora do normal, uma farsa ou um mito fabricado para
impedir as pessoas de terem relações sexuais; o HIV é supostamente uma doença de pessoas de
comportamento duvidoso ou de classe inferior; a falta de conhecimentos, o medo, a denegação e
o silêncio alimentam o estigma, impedindo as pessoas de revelarem a sua condição e de procurarem
cuidados e apoio.
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IV. Bibliografia
Armindo Tiago (Quarta-feira 11 de Agosto de 2021, Radio Moçambique). Maputo.
Silvestre, H. C. & Araújo, J. F. (2012). Metodologia para a investigação social. Lisboa: Escolar
UNAIDS. (2015). Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS. Chegando ao
zero: estratégia 2015-2020. Genebra: UNAIDS
Veronesi, R. & Focaccia, R. (2004). Tratado de Infectologia. (2ª ed.). São Paulo: Atheneu.
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