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III PROCESSO SELETIVO PARA A FUNÇÃO DE JUIZ LEIGO

NO ÂMBITO DOSJUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS


DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RECURSO

QUESTAO 02

Espelho de Prova Discursiva (Gabarito)- COM GRIFO PARA EXPLICAÇÃO E APONTAMENTOS


Banca de Juizado Especial da Fazenda Pública 2ª QUESTÃO (VALOR 2,00)

PERGUNTA:
(a) Menor pode ser parte no Juizado Especial de Fazenda?
- - Valor da questão: 0,5.
Dispõe o art. 5º da Lei Federal 12.153/09:
“Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I– como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na
Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
II– como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e
empresas públicas a eles vinculadas”.
O inciso I não distingue as pessoas físicas capazes das incapazes, pelo que
não há restrição legal. Precedente:

RAZOES RECURSAIS

Nobres examinadores a requerente pede a consideração da questão pois muito embora tenha esquecido de
colocar a numeração da referida lei a comento, por ja se tratar de uma questão de fazendario a mesma falhou em
colocar a lei porem fundamentou o artigo correto e o inciso aplicado ao caso.

Com suas palavars falou que o artigo abrange aos menores, usando o termo abrange pois tambem e aplicado aos
menores.

Incluiu o FONAJEF Nº10 que foi usado subsidiariamente para determinar que assim como na Justiça Federal
tambem era aplicada ao juizado da fazenda por força do art 27 da lei 12.153/09 que:

Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de 1973
- Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de
2001.

Aplicando o FONAJEF Nº 10 de forma subsidiaria por ser tema que fala sobre a materia:

ENUNCIADO 10- O incapaz pode ser parte autora nos Juizados Especiais Federais, dando-
se-lhe curador especial, se ele não tiver representante constituído.

Desta feita apesar de não conter a lei expecificar porem apontar de forma correnta o entendimento da questão
possuindo o raciocinio e dominando a meteria pede para que seja levada em consideração a questão e que seja
atribuida a requerente se não total pontuação a pontuação dada pela metade, pelo conhecimento aplicado, que por usar
uma terminologia “abrange” para dizer que se extende aos menores e por não aplicar a escrita da lei em especifico uma
vez que ja se falava na essencia da questão de Juizado Especial da Fazenda Publica, porem apontando corretamente o
artigo 5º e o inciso I, que seja me retirado 0,20 da questao levando em consideração o conhecimento apontado.

Assim requer que seja modificada a pontuação e atribuida a questão a nota de 0,30.
RECURSO

QUESTAO 02- ITEM (B)- COM GRIFO PARA EXPLICAÇÃO E APONTAMENTOS

(b) Distinção entre limitação administrativa e desapropriação:

–Valor da questão: 0,5. Resposta:


Limitação administrativa outra coisa não é senão uma imposição de ordem pública genérica, fundada no poder de
polícia do Estado, restringindo, com base na lei, o exercício do direito de propriedade no interesse da coletividade.
Apesar da denominação, a limitação só pode ser estabelecida por lei em sentido estrito. Daí a impropriedade da
denominação limitação administrativa. A Administração limita-se a zelar pela observância das limitações
estabelecidas em lei. No caso de servidão administrativa, o Decreto limita-se a apontar concretamente o imóvel a ser
gravado.
Os administrativistas em geral posicionam-se dentro dessa conceituação. Senão vejamos.
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro, as limitações administrativas podem “ser definidas como medidas de caráter
geral, impostas com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas
ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social.” [1]
Diógenes Gasparini afirma que é “toda imposição do Estado de caráter geral, que condiciona direitos dominiais do
proprietário, independentemente de qualquer indenização.” [2]
Celso Antonio Bandeira de Mello distingue limitação administrativa da servidão administrativa. “Enquanto, por meio
de limitações, o uso da propriedade ou da liberdade é condicionado pela Administração para que se mantenha dentro
da esfera correspondente ao desenho legal do direito, na servidão há um verdadeiro sacrifício, conquanto parcial, do
direito” Para ele “servidão administrativa é o direito real que assujeita um bem a suportar uma utilidade pública, por
força da qual ficam afetados parcialmente os poderes do proprietário quanto ao seu uso ou gozo.” [3]
Por fim, o saudoso municipalista brasileiro, Hely Lopes Meirelles afirma que “limitação administrativa é toda
imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades
particulares às exigências do bem-estar social,” [4]
Nenhuma dessas conceituações implica interdição total do uso da propriedade por meio de limitações
administrativas, nem mesmo a servidão administrativa que atinge parcialmente um bem determinado.
Já a desapropriação atinge todas as faculdades do domínio, impondo a perda da propriedade.
[1] Direito Administrativo, 8º ed. São Paulo: Atlas, 1997. [2] Direito Administrativo, 3ª ed. São Paulo: Saraiva,
1993. [3] Curso de direito administrativo, 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. [4] Direito Administrativo Brasileiro,
22. ed. São Paulo: Malheiros, 1997.

RAZOES RECURSAIS

Nobres examinadores a requerente pede a consideração da questão pois ela esta pautada na propria definição da
Limitação administrativa que pode ter carater provisorio ou definitivo de acordo ao caso empregado, pois uma vez que
se tem uma limitação administrativa pautada em lei que não esvazie o bem economicamente mais o restrija podemos
encontrar um carater definitivo de limitação, a exemplo a limitação administrativa composta no tombamento, nas leis de
zoneamento, leis ambientais.

Quanto nos refirimos a limitação administrativa restritiva temos as lições de Diógenes Gasparini (Direito
Administrativo, Editora Saraiva, 2004, p. 293), para quem “são as limitações administrativas preceitos de ordem
pública (não admitem acertos ou composições sobre seus respectivos conteúdos) que se concretizam sob as três
modalidades seguintes: positiva,negativa e permissiva.
 
Assim vemos que no tombamento temos uma limitação administrativa de carater definitivo, onde houve uma
limitação que vai de encontro ao uso da propriedade com impossiçoes definitivas e permanentes sobre sua preservação.

Em sede doutrinária, José dos Santos Carvalho Filho ( in Manual de Direito Administrativo , 14ª edição,
revista e ampliada, Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2005, págs. 627/630 e 638/639) traz a seguinte lição:

"O tombamento, por significar uma limitaçao administrativa que apenas obriga o


proprietário a manter o bem tombado dentro de suas características para a proteção do
patrimônio cultural, não gera qualquer dever indenizatório para o Poder  Público, e isso
porque nenhum prejuízo patrimonial é causado ao dono do bem. Somente se o
proprietário comprovar que o ato de tombamento lhe causou prejuízo, o que não é
a regra, é que fará jus à indenização”

Podemos tambem dizer em conclusao que a limitação adminstrativa restritiva definitiva e aquela que limita o uso
e o gozo sem provocar o esvaziamento economico do bem.

Ao outro exemplo de limitação administrativa vejo a aplicação da lei de zoneamento que restrige o uso da
propriedade por sua localização, deixando em lei expresso os limiter de zonos urbanas e industriais.
MOREIRA NETO vai nos dizer que limitaçoes administrativas esta inserida na modalidade de intervenção
ordinária, abstrata e geral do Estado na propriedade e na atividade privada, limitativa do exercício de liberdades e de
direitos, gratuita, permanente e indelegável.

A limitação administrativa tem como norte a adequação da propriedade e da atividade privada ao interesse
público que será concretizado, entre outros, através da legislação urbanística, da legislação ambiental, da legislação
tributária e da legislação administrativa e, nesse contexto, a proteção ao patrimônio cultural ou do meio ambiente, por
exemplo, poderão justificar a instituição dessa modalidade restritiva de intervenção.

Daí a necessidade de examinar as diferentes modalidades ou espécies de limitação administrativa.


Assim pede que seja considerado a exposição de limitação administrativa temporaria-provisoria, advinda de uma
lei temporaria com delimitação de tempo e a limitação admistrativa restritiva composta em lei que uma vez criada não
tem um marco temporal, tornando ela definitiva ate que outra lei lhe revogue.

Diante disso pede que a pontuação dessa recorrente seja fixada pelo conteudo completo de 0,50 ou que se assim
não entendendo que seja retirada apenas 0,10 pela expressao provisoria - definitiva, pois ao quanto a essencia estaria
correta a resposta da requerente, que como aqui demostrado a resposta contem o conhecimento do tema e as
terminologias das palavras ha de se considerar todo o contexto de prova.

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