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DicasGeraisParaSentencas JusTutor
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a) Ao receber a prova
b) Cabeçalho e relatório
• Verifique se o relatório é exigido ou não. A informação poderá estar nas instruções iniciais, mas
geralmente vem ao final da proposta de sentença. A maioria dos concursos não exige o relatório
e, se for um caso abordando processo sob o rito dos juizados especiais, certamente não terá
que ser feito o relatório.
• Se for exigido, verifique se há alguma orientação do examinador sobre o cabeçalho. Se não
houver orientação, sugiro fazer o cabeçalho.
• Se for fazer o cabeçalho, coloque, pelo menos: a) identificação da unidade jurisdicional; b)
número dos autos; c) nomes das partes.
• A maioria dos examinadores rejeita a expressão "Vistos etc." (como você julgaria um caso se
não viu os autos?) e a minha recomendação é para não colocar na sentença.
• Relatório: o relatório conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo.
• Não é preciso detalhar no relatório o conteúdo das provas produzidas, especialmente as
testemunhais.
• O relatório traz o que ocorreu no processo até o último momento antes da prolação da
sentença. Logo, tudo aquilo que ainda não foi decidido não deverá constar no relatório. Nele,
você não deve, por exemplo, dizer que essa ou aquela preliminar já foi decidida, quando não foi.
• Não invente nada. Limite-se às informações que o examinador disponibilizou. Inventar fatos é
um péssimo começo de prova.
• Separar a sentença em itens ou não? Vai de cada um. Recomendo, ao menos, que seja feita a
separação em relatório (se houver), fundamentação e dispositivo.
• Julgamento antecipado da lide: não coloque na sentença que você está promovendo o
julgamento antecipado da lide se, no processo, tiver sido feita alguma audiência ou produzida
alguma prova pericial. Nesses casos, não se está julgando antecipadamente.
• Preliminares, preliminares de mérito e prejudiciais do mérito: na dúvida, não diga se um ponto
da sentença é preliminar ou prejudicial do mérito, por exemplo. Diga apenas, caso você coloque
títulos para cada item examinado: "Da alegação de incompetência"; "Da prescrição" etc.
• Evite rasuras. Alguns editais (ex.: TJ/RS 2017) preveem expressamente que a parte rasurada será
tidaà o oà ãoàes ita.à“eàvo àe ou,àp efi aàaàexp essãoà digo àouàalgoàsi ila .àEx.:à Qua toà à
p eli i a àdeàilegiti idadeàativa,àdigo,àp eli i a àdeàilegiti idadeàpassiva... .
• Capriche na letra. É preciso conquistar a simpatia do examinador e uma boa maneira de fazê-lo
é cuidando da estética da sua sentença, especialmente a letra.
• Dica crucial: uma sentença mal fundamentada ainda é uma sentença. Uma sentença
incompleta, sem dispositivo, não é nem mesmo uma sentença. Por isso, termine a sua peça,
ainda que o tempo não permita a você construir uma fundamentação robusta.
d) Fundamentação
• Desconfie das preliminares que acabam com a resolução da sentença. Uma preliminar de
incompetência que torna a análise de todos os pontos do caso desnecessária não é algo que se
vê em uma prova de concurso. Na maioria dos casos, você terá preliminares procedentes para
encerrar apenas pontos pequenos e específicos da lide. Aliás, a maioria das preliminares
costuma ser improcedente.
• Da mesma forma, muito cuidado com o acolhimento de teses que podem derrubar a análise de
vários pontos da sentença. O examinador criou inúmeros pontos de discussão a partir da
responsabilidade do réu sobre determinado fato? Acolher a alegação de que o réu não é
responsável por tal fato e, com isso, provocar a perda de objeto das inúmeras outras decisões
decorrentes não é algo comum em uma prova de sentença. Em regra, o examinador constrói um
caso e o detalha para poder avaliar todos os pontos. Não faz sentido inserir oito itens para
análise e, por uma decisão anterior, tornar desnecessária a análise desses oito itens. Pode
acontecer? Pode, mas não é comum.
• Sempre que houver um artigo de lei ou da Constituição que ampare a sua fundamentação, faça
referência expressa a ele. Não há necessidade de transcrever o texto do artigo, a menos que
isso seja importante para construir a sua fundamentação. Mas, dizer qual é o artigo (ex.: art.
968) e o instrumento legal (ex.: Código Civil) é essencial.
• É preciso que você faça uma ligação, ainda que mínima, entre o caso e o artigo legal (CPC, art.
489, § 1º, I). Exemplo:
o Nãoà e o e dado:à I defi oà a t.à828,àII .
e) Dispositivo
f) O principal conselho
• Pratique! Resolva muitas sentenças, com ou sem correção, dos mais variados casos possíveis,
para que você tome contato com as inúmeras peculiaridades da redação de uma sentença cível.
Só assim você realmente se preparará de forma adequada para o concurso.
Um conselho final: quando sair da prova, não se assuste se a solução que você adotou para a
sentença for contrária à adotada por todo mundo que você encontrar pela frente. No meu concurso do
TRF da 5ª Região, isso aconteceu comigo e eu achei que tudo estava acabado. Quando veio o resultado,
eu havia passado para a fase seguinte com uma nota bem baixa, mas havia passado e, ao final, fui
aprovado em boa colocação no concurso. Enfim, o essencial é fazer uma sentença bem estruturada,
completa e com fundamentação robusta. O resto é por conta de Deus e da cabeça do examinador, dois
fatores que estão fora do seu controle.
Obrigado pela confiança no JusTutor! Nosso curso é pequeno, mas eu e o prof. Gustavo nos
dedicamos ao máximo para que você tenha a melhor preparação prática possível.