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Dicas gerais para provas de sentenças cíveis

Prof. Alexandre Henry – Juiz Federal

a) Ao receber a prova

• Leia as instruções do examinador.


• Leia a proposta de sentença uma vez, do começo ao fim, sem parar. Isso é importante para você
formar uma noção de conjunto do que é preciso ser enfrentado.
• Leia a proposta de sentença uma segunda vez e faça uma anotação de tudo o que você
precisará enfrentar. Será o seu roteiro para construir a sentença. Exemplo:

o PRELIMINARES E PREJUDICIAIS DO MÉRITO


▪ Inadequação da via eleita
▪ Inépcia da inicial
▪ Não incidência da Lei de Improbidade Administrativa em relação aos prefeitos
o MÉRITO
▪ Improbidade por desvio na execução das obras: defesa geral
▪ Improbidade por desvio na execução das obras: defesa de Heitor M. Walmott
▪ Improbidade por desvio na execução das obras: defesa de Reginaldo M.
Walmott
▪ Improbidade por fraude à licitação
▪ Impossibilidade de aplicação das sanções do art. 12, I, da LIA
▪ Impossibilidade de dupla penalização
o DISPOSITIVO
▪ Dispositivo
▪ Honorários advocatícios
▪ Custas
▪ Honorários periciais
▪ Comandos finais da sentença

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• Esseà es ue a,à ueà euà ha oà deà otei oà daà se te ça ,à ueà vo à podeà faze à daà a ei aà ueà
achar mais produtivo, é essencial para você não se esquecer de nada. O melhor é detalhá-lo o
máximo possível, colocando todos os argumentos das partes que você terá que enfrentar.
Logicamente, como é apenas um roteiro para você resolver a sentença, você não colocará nesse
roteiro a íntegra dos argumentos que tem que enfrentar. Escreva uma palavra ou expressão que
te faça lembrar de cada um deles.
• Procure fazer esse roteiro da sentença na ordem correta de análise dos temas, para que a
estrutura de seu texto fique lógica, coerente e fluida.
• Naà edidaàe à ueàfo à edigi doàaàse te ça,àv à ti a do àosàite s.
• Lembre-se: os piores pecados de uma sentença dizem respeito àquilo que, em um caso real,
poderia levar a embargos de declaração. Evite, acima de tudo, omissões. O examinador será
obrigado a te dar zero naquele item se você não fizer a devida análise. Cuide para não julgar
fora do pedido ou além do pedido, outro erro grave.

b) Cabeçalho e relatório

• Verifique se o relatório é exigido ou não. A informação poderá estar nas instruções iniciais, mas
geralmente vem ao final da proposta de sentença. A maioria dos concursos não exige o relatório
e, se for um caso abordando processo sob o rito dos juizados especiais, certamente não terá
que ser feito o relatório.
• Se for exigido, verifique se há alguma orientação do examinador sobre o cabeçalho. Se não
houver orientação, sugiro fazer o cabeçalho.
• Se for fazer o cabeçalho, coloque, pelo menos: a) identificação da unidade jurisdicional; b)
número dos autos; c) nomes das partes.
• A maioria dos examinadores rejeita a expressão "Vistos etc." (como você julgaria um caso se
não viu os autos?) e a minha recomendação é para não colocar na sentença.
• Relatório: o relatório conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo.
• Não é preciso detalhar no relatório o conteúdo das provas produzidas, especialmente as
testemunhais.
• O relatório traz o que ocorreu no processo até o último momento antes da prolação da
sentença. Logo, tudo aquilo que ainda não foi decidido não deverá constar no relatório. Nele,
você não deve, por exemplo, dizer que essa ou aquela preliminar já foi decidida, quando não foi.
• Não invente nada. Limite-se às informações que o examinador disponibilizou. Inventar fatos é
um péssimo começo de prova.

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c) Dicas gerais sobre a sentença

• Separar a sentença em itens ou não? Vai de cada um. Recomendo, ao menos, que seja feita a
separação em relatório (se houver), fundamentação e dispositivo.
• Julgamento antecipado da lide: não coloque na sentença que você está promovendo o
julgamento antecipado da lide se, no processo, tiver sido feita alguma audiência ou produzida
alguma prova pericial. Nesses casos, não se está julgando antecipadamente.
• Preliminares, preliminares de mérito e prejudiciais do mérito: na dúvida, não diga se um ponto
da sentença é preliminar ou prejudicial do mérito, por exemplo. Diga apenas, caso você coloque
títulos para cada item examinado: "Da alegação de incompetência"; "Da prescrição" etc.
• Evite rasuras. Alguns editais (ex.: TJ/RS 2017) preveem expressamente que a parte rasurada será
tidaà o oà ãoàes ita.à“eàvo àe ou,àp efi aàaàexp essãoà digo àouàalgoàsi ila .àEx.:à Qua toà à
p eli i a àdeàilegiti idadeàativa,àdigo,àp eli i a àdeàilegiti idadeàpassiva... .
• Capriche na letra. É preciso conquistar a simpatia do examinador e uma boa maneira de fazê-lo
é cuidando da estética da sua sentença, especialmente a letra.
• Dica crucial: uma sentença mal fundamentada ainda é uma sentença. Uma sentença
incompleta, sem dispositivo, não é nem mesmo uma sentença. Por isso, termine a sua peça,
ainda que o tempo não permita a você construir uma fundamentação robusta.

d) Fundamentação

• Desconfie das preliminares que acabam com a resolução da sentença. Uma preliminar de
incompetência que torna a análise de todos os pontos do caso desnecessária não é algo que se
vê em uma prova de concurso. Na maioria dos casos, você terá preliminares procedentes para
encerrar apenas pontos pequenos e específicos da lide. Aliás, a maioria das preliminares
costuma ser improcedente.
• Da mesma forma, muito cuidado com o acolhimento de teses que podem derrubar a análise de
vários pontos da sentença. O examinador criou inúmeros pontos de discussão a partir da
responsabilidade do réu sobre determinado fato? Acolher a alegação de que o réu não é
responsável por tal fato e, com isso, provocar a perda de objeto das inúmeras outras decisões
decorrentes não é algo comum em uma prova de sentença. Em regra, o examinador constrói um
caso e o detalha para poder avaliar todos os pontos. Não faz sentido inserir oito itens para
análise e, por uma decisão anterior, tornar desnecessária a análise desses oito itens. Pode
acontecer? Pode, mas não é comum.
• Sempre que houver um artigo de lei ou da Constituição que ampare a sua fundamentação, faça
referência expressa a ele. Não há necessidade de transcrever o texto do artigo, a menos que
isso seja importante para construir a sua fundamentação. Mas, dizer qual é o artigo (ex.: art.
968) e o instrumento legal (ex.: Código Civil) é essencial.
• É preciso que você faça uma ligação, ainda que mínima, entre o caso e o artigo legal (CPC, art.
489, § 1º, I). Exemplo:
o Nãoà e o e dado:à I defi oà a t.à828,àII .

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o Re o e dado:à Deixoà deà a olhe à oà pedidoà daà fiado a,à pa aà apli açãoà doà e efí ioà deà
ordem, pois ficou comprovado nos autos que constava no contrato sua solidariedade
em relação à dívida, aplicando-seàe tãoàaàp evisãoàdoàa t.à828,àII,àdoàCódigoàCivil .
• Evite conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a adequação ao caso concreto (CPC, art.
489, § 1º, II). O mesmo vale para qualquer termo ou expressão abstrata. Exemplo:
o Nãoà e o e dado:à Reduzoà osà ju osà pa aà , %à aoà s,à vezà ueà oà í di eà deà ju osà
esta ele idoà oà o t atoà àa usivo .
o Re o e dado:à á olhoàoàpedidoàdaàpa teàauto aàeà eduzoàosàju osàpa a 4,5% ao mês,
vez que essa é a média praticada no mercado financeiro, cabendo considerar como
abusivo o percentual estabelecido no contrato, que corresponde a mais de duas vezes
essaà dia .
• Atente-se também para outra determinação do CPC: não invoque motivos que se prestariam a
justificar qualquer outra decisão. Exemplo:
o Nãoà e o e dado:à Defi oà oà pedidoà deà tutelaà deà u g ia,à aà fi à deà dete i a à aà
imediata exclusão do nome da parte autora do SPC, pois estão presentes os requisitos
da probabilidade do di eitoàeàdoàpe igoàdeàda o .
o Re o e dado:à Defi oàoàpedidoàdeàtutelaàdeàu g ia,àaàfi àdeàdete i a àaài ediataà
exclusão do nome da parte autora do SPC, pois ficou demonstrado ao longo da
fundamentação que a dívida é inexigível e, além disso, a continuidade da inscrição pode
p olo ga àosàda osà à eputaçãoàfi a ei aàdaàpa teàauto a .
• Enfrente todos os argumentos apresentados (CPC, art. 489, § 1º, IV), especialmente em se
tratando de uma prova de sentença. Assim, se o réu disse que não deveria pagar honorários de
sucumbência porque (a) eles não foram pedidos expressamente na petição inicial e porque (b) a
auto aàest àlitiga doàe à ausaàp óp ia,àfu da e teàaà ejeiçãoàaosàdoisàa gu e tosà a àeà .
T ata àsóàdoàa gu e toà a à àdeixa àaàse te çaào issa.
• Evite um dos erros mais comuns nas sentenças de concurso: dizer que você está decidindo
daquela maneira porque é daquela maneira que os tribunais (ou a jurisprudência) decidem.
Lembre-se que o CPC não considera fundamentada uma decisão que se limitar a invocar
precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos. Volto a repetir: esse é
um dos erros mais comuns em provas! Exemplo:
o Você vai afastar a alegação de prescrição porque, como o STJ já decidiu, o termo inicial
do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência
inequívoca da incapacidade laboral? Então não diga que está afastando a alegação de
prescrição porque o STJ disse isso. Explique, por exemplo, que, antes de o segurado ter
ciência de que ele está efetivamente incapaz para o trabalho, não há como exigir que
ele acione a seguradora, vez que não há certeza de que ele preenche as condições
exigidas para receber a indenização.
• Se houver súmula ou precedente sobre aquele tema, do qual você se lembre, não contrarie a
jurisprudência sem fundamentar a sua decisão (CPC, art. 489, § 1º, VI). Se possível, não
contrarie a jurisprudência consolidada de maneira alguma, a menos que você tenha muita
segurança quanto à pertinência da tese contrária e já existam julgados (especialmente do
examinador) naquele sentido.

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• Cuidado com as questões que são tratadas de forma expressa na lei, demandando pouca ou
nenhuma interpretação. Quando você decide uma questão de forma contrária a um texto
expresso de lei, em um item que o examinador esperava uma resolução rápida, já que bastava
aplicar a legislação, você indica desconhecimento do mínimo sobre o tema. Por isso, a minha
recomendação é, durante a resolução da sentença, ler com atenção a legislação que você tiver à
disposição, para não cometer essa falha.
• Analise a denunciação da lide, caso tenha que entrar no mérito dela, apenas após a análise da
lide principal.

e) Dispositivo

• Lembre-se de dizer se a extinção do feito é com ou sem resolução do mérito.


• Se algum dos pedidos não foi acatado, você julgará PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos.
Lembre-se dessa palavra: parcialmente.
• Detalhe os pedidos julgados procedentes de maneira a não deixar dúvidas do que é abrangido
pela condenação.
• Não há necessidade de detalhar os pedidos julgados improcedentes, embora eu não veja erro
no detalhamento deles.
• Não há necessidade de detalhar as preliminares rejeitadas.
• Você julga procedentes os pedidos, não a ação.
• Juros e correção: uma das omissões mais comuns nas sentenças é quanto à forma de correção
da condenação. Muitosà olo a àape as:à Co de oàoà uàaàpaga ài de izaçãoàpo àda osà o aisà
deàR$à8.000,00 .àMas,àesseàvalo àse àfixo,àai daà ueàsejaàpagoàda uiàaàdezàanos? Claro que não!
Condenações em valor devem ser corrigidas monetariamente e sofrer a incidência de juros.
Diga: a) qual é o índice de correção monetária; b) a partir de quando e até quando incidirá a
correção monetária; b) qual é o índice de juros; d) a partir de quando e até quando os juros
incidirão.
• Tabelas do Tribunal: vários tribunais possuem tabelas de correção monetária (no caso do TJ/SP,
por exemplo, chama-se Tabela Prática). Mas, atenção: as tabelas abrangem apenas correção
monetária, raramente tratando de juros. Logo, indique a tabela como fonte apenas da correção,
se for o caso, estipulando expressamente quais são os juros aplicáveis. Uma exceção é o Manual
de Cálculos da Justiça Federal, que traz índices de correção monetária, de juros e até os marcos
temporais de incidência.
• Mandado de Segurança: em regra, o dispositivo não condena a autoridade administrativa, mas
dá a ela uma ordem.
• Se há lides secundárias (ex.: denunciação da lide), lembre-se de tratar delas no dispositivo
também.
• Custas x despesas processuais: as despesas processuais são um gênero, do qual as custas
representam uma das espécies (art. 84 do CPC). Condenar nas custas e despesas é um erro
(seria como dizer que você comeu banana e frutas).

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• As custas representam as taxas judiciárias, só isso. Por isso, uma condenação ao pagamento das
custas não vai abranger, por exemplo, o valor dos honorários periciais.
• Custas:à ãoà digaà ape asà ueà asà ustasà sãoà ex lege ,à poisà issoà ãoà defi eà e à o etoà aà
responsabilidade e é considerado, pela maioria das bancas, um erro.
• Custas: geralmente, os órgãos públicos são isentos. No TJ/SP e na Justiça Federal, por exemplo,
há previsão nesse sentido. Porém, isso não significa que o Poder Público não tenha que ressarcir
as custas adiantadas pela outra parte, caso ela o tenha feito e seja vencedora. Sobre as
isenções, consulte sempre a legislação específica do ente da Federação onde o concurso está
sendo realizado.
• Honorários periciais: o fato de uma das partes ter feito o adiantamento dos honorários não
significa que a questão já está resolvida. Adiantamento não tem nada a ver com a
responsabilidade sobre os honorários. Se o réu adiantou os honorários periciais, mas venceu a
lide na íntegra, o autor deverá promover o ressarcimento.
• Honorários advocatícios: os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de
vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Em regra, o réu paga honorários
calculados com base no valor em que foi condenado; o autor paga honorários com base no
proveito econômico do réu, ou seja, na diferença entre o valor que o autor pediu e aquele que
ele obteve na condenação em seu favor; o valor da causa é utilizado apenas quando não há
como aplicar as duas bases de cálculo anteriores (ex.: ausência de condenação).
• Honorários: nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda,
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação
equitativa. Ex.: uma ação para ver declarado o direito à matrícula em uma instituição de ensino,
em relação à qual, por não ter sido feito pedido de condenação em dinheiro, o valor da causa foi
estipulado em R$ 1.000,00. Condenar o réu a pagar honorários de 10% sobre esse valor não é
correto. Melhor usar a faculdade do CPC de condenar em valor fixo, por equidade.
• Honorários contra a Fazenda Pública: lembre-se da graduação do art. 85, § 3º. Sendo ilíquida a
condenação, a definição do percentual ocorrerá somente quando for liquidado o julgado.
• Honorários: o CPC fala em arbitramento dos honorários no momento da liquidação da sentença
apenas para as condenações contra a Fazenda Pública. Recomendo, nos casos entre
particulares, não deixar o arbitramento para a liquidação.
• Honorários e sucumbência mínima: o CPC diz que, se um litigante sucumbir em parte mínima do
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. Mas, o que é
sucumbência mínima? Pense em quanto você não faria questão de receber e você terá uma boa
noção. O autor pediu 1 milhão de reais e ganhou 950 mil. Ele sucumbiu em parte mínima? Bom,
são 50 mil reais, o que daria honorários de pelo menos 5 mil reais. Não considero que, nesse
caso, deve-se deixar de condenar o autor nos honorários alegando que ele sucumbiu de parte
mínima.
• Honorários e condenação em quantia certa: se você condenar a parte a pagar, por exemplo,
honorários de R$ 2.000,00, deverá dizer qual é o índice de correção monetária aplicável, bem
como qual é o índice de juros, lembrando que os juros incidem apenas após o trânsito em
julgado (CPC, art. 85, § 16). Se os honorários forem em percentual de uma base de cálculo para
a qual já foi estabelecida a forma de correção (ex.: valor da condenação), não há necessidade de
falar da forma de correção específica dos honorários.

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• Honorários e lides secundárias: lembre-se de tratar dos honorários também nas lides
secundárias, como a denunciação da lide.
• Honorários e casos de não incidência: há vários casos em que não há condenação em
honorários (ex.: mandado de segurança, ACP em que o MP é parte etc.). Em qualquer hipótese,
explique por que você não está condenando em honorários, ao invés de simplesmente nada
dizer sobre o tema.
• Extinção parcial do feito sem resolução do mérito: Maria ajuizou uma ação em litisconsórcio
junto com seu irmão João, mas foi reconhecida na sentença a sua ilegitimidade? Então ela deve
arcar com os ônus de sua sucumbência.
• Ausência de formação de lide: João denunciou Gustavo da lide, o juiz não analisou o pedido
durante a instrução e, na sentença, você reconheceu que não era o caso de cabimento da
denunciação, antes de qualquer citação ou manifestação de Gustavo? Não há que se condenar
João a pagar honorários de sucumbência para o advogado de Gustavo. Parece meio óbvio, mas
já vi várias sentenças assim.
• Gratuidade judiciária: se alguma das partes for beneficiária, isso não significa que não deva ser
condenada nos ônus da sucumbência. Significa apenas que, após a condenação, você deverá
dizer que a cobrança fica suspensa, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC. Não se esqueça de
tratar dessa suspensão.
• Reexame necessário: se o Poder Público está presente na lide, não deixe de tratar do reexame
necessário, ainda que seja para afastá-lo.
• Nunca, mas nunca mesmo, assine a sentença. Escreva apenas Juiz(a) de Direito Substituto (a) ou
Juiz(a) Federal Substituto(a), conforme o concurso, deixando, inclusive, de identificar o gênero.

f) O principal conselho

• Pratique! Resolva muitas sentenças, com ou sem correção, dos mais variados casos possíveis,
para que você tome contato com as inúmeras peculiaridades da redação de uma sentença cível.
Só assim você realmente se preparará de forma adequada para o concurso.

Um conselho final: quando sair da prova, não se assuste se a solução que você adotou para a
sentença for contrária à adotada por todo mundo que você encontrar pela frente. No meu concurso do
TRF da 5ª Região, isso aconteceu comigo e eu achei que tudo estava acabado. Quando veio o resultado,
eu havia passado para a fase seguinte com uma nota bem baixa, mas havia passado e, ao final, fui
aprovado em boa colocação no concurso. Enfim, o essencial é fazer uma sentença bem estruturada,
completa e com fundamentação robusta. O resto é por conta de Deus e da cabeça do examinador, dois
fatores que estão fora do seu controle.
Obrigado pela confiança no JusTutor! Nosso curso é pequeno, mas eu e o prof. Gustavo nos
dedicamos ao máximo para que você tenha a melhor preparação prática possível.

Prof. Alexandre Henry – JusTutor

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