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ESTADO DO .....
AUTOS Nº .....
....., pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......,
Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por ....., brasileiro (a), (estado
civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por
intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc.
01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO
à reclamatória trabalhista proposta por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
PRELIMINARMENTE
Em assim sendo, a matéria deve ser apreciada pela Justiça Estadual comum, uma vez
que não há contrato de trabalho e nem submissão à Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT.
Como visto, a natureza jurídica da relação havida entre Reclamante e Reclamado que
não se encontra fulminada pela prescrição e/ou decadência, é eminentemente estatutária,
regulada pelo Direito Administrativo, inexistindo relação empregatícia trabalhista.
PREJUDICIAL DE MÉRITO
Da prescrição e da decadência
Tendo em vista que o contrato de trabalho extinguiu-se em ......., há que se argüir, como
de fato se argúi, a decadência bianual prevista na parte final da alínea "a", do inciso
XXIX, do art. 7º da Constituição Federal, motivo pelo qual requer-se seja extinta a
presente Reclamatória, com julgamento de mérito, pela pronúncia da decadência.
Além do que, "ad cautelam", argúi-se também a prescrição qüinqüenal prevista na
primeira parte do mesmo texto constitucional, motivo pelo qual requer-se sejam
julgadas indevidas todas as verbas reclamadas, que datem anteriormente a ......
DO MÉRITO
1. Sinopse da exordial
Alega ainda que, após esse decurso do prazo originalmente estipulado, teria laborado até
.../.../..., sem ter sido registrada e sem interrupção na relação trabalhista.
Em ..../..../...., teria sido nomeada para exercer em comissão o cargo de Chefe de Posto
de ........., perdurando tal situação, entre exonerações e novas nomeações, até ..../..../....,
quando foi definitivamente exonerada.
Reclama :
- declaração de contrato uno em relação ao período de ..../..../.... a ..../..../....;
- retificação de anotação em CTPS, fazendo-se constar o período supra;
- aplicação da CLT a todo o período;
- reconhecimento do vínculo empregatício em todo o período;
bem como:
- Férias proporcionais relativas a .... e integrais quanto a .... e ....,
- Horas Extras referentes aos sábados ..../..../...., ..../..../.... e ..../..../...., aos finais de
semanas compreendidos entre .... e ...../.... e ..../... e .../.../... e aos feriados .../.../...
e .../.../...;
- Reflexos das Horas Extras sobre as demais verbas;
- FGTS não recolhido, acrescido de multa de 40%;
- 13º salário proporcional referente a .... e ..... e integral quanto a .... a ...;
- verbas rescisórias, consubstanciadas em indenização de aviso prévio e demais verbas
já discriminadas;
- multa do art. 477 da CLT;
- indenização do seguro desemprego; e
- honorários advocatícios.
2. Contrato de trabalho
Ocorre que após o decurso desse prazo, o contrato resolveu-se, tendo a Reclamante
recebido todas as verbas rescisórias (conforme Termo de Rescisão em anexo), sendo
inverídica a alegação que teria permanecido laborando até a data de ..../..../.....
Ressalte-se que a Reclamante, conforme consta da Portaria nº ...../...., expedida pelo Sr.
Prefeito de ......... (em anexo), era funcionária daquela prefeitura, tendo recebido
Licença sem Vencimentos durante o ano compreendido entre ....... e ......, período
praticamente idêntico ao abrangido pelo contrato de trabalho firmado com este
Departamento.
Ora, se é assim, ao encerrar seu contrato junto ao ......., não teria a Reclamante que se
apresentar e reassumir suas funções junto à Prefeitura de ........? Como dizer, então, que
permaneceu trabalhando para o ....... até a data de ..../..../...., ou seja, sem retomar suas
funções junto àquela Prefeitura?
É claro que não é verídica essa alegação de que trabalhou até ..../..../...., pois a resolução
do seu contrato com este ....... se deu tanto de direito, como de fato, na data de ..../..../.....
Há que se esclarecer, ainda, que conforme se denota da sua Ficha Funcional (Cadastro
Geral de Pessoal - em anexo), a Reclamante sofreu as seguintes alterações em sua vida
funcional:
Portanto, em conclusão, reafirmamos não haver que se falar em contrato uno, posto que
a relação eminentemente trabalhista se deu somente até a data de ......, iniciando-se,
em ......., nova relação que se encontrava sob a égide da legislação estatutária.
Sendo a relação regulada pelo Direito Administrativo, inexiste contrato de trabalho, não
subsistindo qualquer pleito, formulado pela Reclamante, baseado no Direito do
Trabalho.
Saliente-se que mesmo o juízo competente, não poderá lhe dar guarida, por falta de
suporte fático e legal, senão vejamos:
Após esse período, resolveu-se o contrato de trabalho, que era por prazo determinado,
devendo a Reclamada ter se reconduzido nas suas funções junto à prefeitura de ..........
Apenas em ..... é que a Reclamada veio a ser nomeada para prover cargo público em
comissão.
Portanto, além de não ter havido continuidade, posto que houve término de contrato
seguido de afastamento das funções, a nova relação é completamente alienígena ao
vínculo trabalhista, posto que configura-se estatutária, regida pelo direito
administrativo.
Decorre, então, não haver contrato nem vínculo uno, já que houve solução de
continuidade, bem como houve inovação na relação, com o advento do vínculo
estatutário.
Há que se esclarecer, ainda, que no item "Pedido Final", a Reclamante fez constar o
pleito de consideração de contrato uno em relação ao período de .... de ....... de ..... a .....
de ..... de ....... Porém, como em toda sua argumentação fez constar que o ano de início
da alegada relação era ......., consideramos ter havido um equívoco de digitação onde
fez-se constar o ano de ....
c) das férias
A reclamante pretende férias proporcionais relativa ao ano de ........, bem como integrais
em relação aos anos de ...... a .......
Conforme comprovam as cópias, em anexo, das Portarias ......, ...... e ......, foram
concedidas e pagas integralmente as férias relativas aos anos de ......, ...... e ......
Ressalte-se que tendo havido um equívoco de redação da Portaria ........., a mesma veio a
ser retificada pela Portaria ........., conforme constante às fls. ......
Como visto, então, a Reclamante alega que possui férias vencidas, mas junta
documentação que desconstitui suas alegações.
Com efeito, a Lei .... não faz previsão ao pagamento de férias proporcionais, sejam
quais forem os motivos da extinção da relação jurídica institucional.
"Férias são períodos anuais de repouso do servidor público civil, sem perda de
vencimentos e demais vantagens do cargo, emprego ou função. Destinam-se . . . à
recuperação física e mental dos servidores que permanecem um ano à disposição da
entidade a que se ligam. Por essa razão, . . . não podem ser indenizadas. O servidor
deve desfrutá-las. São gozadas no ano seguinte ao da aquisição do direito, segundo as
conveniências e interesses da Administração . . ."
A Reclamante alega que trabalhou durante três sábados, durante dois finais de semana -
em regime de treinamento, e em dois feriados nacionais.
Há que se ressaltar, de início, que tais alegações recaem sobre o período em que exercia,
em comissão, o cargo de Chefe de ...... (anos de ...... e ......).
Não há, pois, qualquer prova, ou sequer indício, que embasem a alegação de que a
Reclamante tenha trabalhado em horário superior ao legalmente estipulado.
Por derradeiro em relação a este tópico, e tão somente por força de argumentação,
admitindo-se que seja aplicada a CLT ao presente caso, há que se evocar o art. 62, II da
referida Consolidação.
É que a Reclamante, no período em análise, ocupava o cargo de Chefe de ....... Ora,
ocupava cargo de chefia, estando excluída, então, da regra geral contida no Capítulo II
da CLT.
Portanto, de qualquer forma não faria jus à percepção de horas extras, já que tinha o
comando do Posto que chefiava, recebendo, inclusive, "gratificação de gabinete" (vide
fichas financeiras), o que distinguia seu vencimento do recebido pelos seus chefiados.
Se não há que se falar em percepção de horas extras, com maior razão não há que se
falar em seus reflexos sobre as demais verbas.
Não há que se falar em recolhimento de FGTS durante seu exercício de função pública,
por inexistência de previsão legal, nos exatos termos do art. 15, § 2º, da Lei 8.036/90.
Não obstante isso, junta-se comprovante de recolhimento relativo a tal época, bem como
remete-se ao Termo de Rescisão, que também ora se junta, onde comprova-se que
houve regular recolhimento do reclamado FGTS.
Reclama, também, 13º salário proporcional referente a .... e ...., bem como integral
quanto aos anos de .... a ....
Em relação ao reclamado, quanto ao período de ........, ......., e ......, os 13º salários foram
devidamente depositados em conta corrente da Reclamante, como ocorre com toda a
folha de pagamento do funcionalismo deste Estado. Remetemos, pois, às fichas
financeiras em anexo.
Além do que, conforme preceitua o art. 477 da CLT, é indevida a indenização de aviso
prévio, já que seu contrato era por prazo determinado.
Não obstante isso, há que novamente se evocar a prescrição qüinqüenal, bem como a
decadência bianual, conforme já contido em item próprio desta Contestação, já que o
contrato, de onde derivaram tais verbas rescisórias, encontra-se resolvido
desde ..../..../.....
Além do que, quanto a eventual pleito nesse sentido, em relação ao período em que
exerceu função pública, temos que não há previsão legal para tais verbas, quando da
exoneração do funcionário.
Com efeito, a exoneração é desinvestidura que pode se dar de ofício nos casos de cargo
em comissão, não cabendo qualquer indenização ao funcionário, posto que tais cargos
não geram estabilidade.
Portanto, as verbas rescisórias relativas ao período regido pela CLT, além de prescritas
e decaídas, foram regularmente pagas. Já quanto ao período estatutário, são indevidas.
i) da indenização do seguro-desemprego
Esse pedido, para melhor compreensão, será analisado separadamente em relação a cada
vínculo havido entre Reclamante e Reclamado.
Em relação ao período em que havia contrato de trabalho por prazo determinado, era
indevido o seguro-desemprego por dois motivos:
Primeiro, a situação não se enquadrava na previsão do art. 2º, da Lei 7.998/90. O inciso
"I", do referido artigo de lei, prevê a assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado em virtude de dispensa sem justa causa.
Ora, não houve dispensa sem justa causa. O que houve, sim, foi o mero decurso do
contrato por prazo determinado.
Além do que, como já demonstrado, a Reclamante não ficou desempregada, pois
concomitantemente ao decurso de seu contrato com este ........., vencia sua licença não
remunerada junto à prefeitura de ........., devendo a mesma ter retomado o exercício de
suas funções junto àquele órgão.
Já em relação à época em que a relação era estatutária, temos que não há previsão legal
para a assistência, via seguro-desemprego, nos casos de exoneração de função pública.
Indevidos, posto que a própria Reclamante possui capacidade postulatória junto a essa
Justiça especializada, devendo arcar com os ônus de sua opção de contratação de
advogado.
DOS PEDIDOS
Em razão de todo o exposto, pede e espera que a presente reclamatória seja julgada
totalmente IMPROCEDENTE, sendo absurda e descabida a sua propositura, devendo a
Reclamante ser condenada nos honorários de sucumbência, por força dos Artigos 80 até
85 do Novo Código de Processo Civil, subsidiariamente evocados, bem como a
indenizar o Reclamado pelo reconhecimento da litigância de má-fé, além da aplicação
do Art. 1531 do Código Civil, que ante a sua interpretação teleológica também se faz
aplicável ao caso em tela.
a) Documental.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]