You are on page 1of 80

Modulação nutricional da

Endometriose
• Camila Mercali
• Nutricionista - UFPR
• Pós graduação em Fitoterapia Funcional – VP
Consultoria
• Pós graduação em Nutrição Clínica Funcional –
VP Consultoria
• Mestrado em Ciências Farmacêuticas –
Fitoquímica (UFPR)
• Atendimento clínico em Curitiba
• Coach – WCS
• Fundadora da Academia de Coaching e
Nutrição
Endometriose

Definição:

Presença de glândulas endometriais e estroma em


locais ectópicos, primariamente o peritônio pélvico,
ovários e septo retovaginal.
Endometriose
Endometriose: causas e tratamento fitonutricional

Características clínicas da endometriose:

• Afeta 6 a 10% das mulheres na idade fértil


• Dismenorreia
• Dispareunia
• Dor pélvica crônica
• Sangramento uterino irregular
• Infertilidade – 35-50%
Endometriose: uma doença multifatorial

Embora menstruação retrógrada explique o deslocamento físico dos fragmentos do endométrio para a
cavidade peritoneal, outros fatores são necessários para o desenvolvimento de implantes de
endometriose:

❖ Escapar da limpeza do sistema imunológico


❖ Fixação ao epitélio peritoneal
❖ Invasão do epitélio
❖ Estabelecimento de neurovascularidade local
❖ Continuo crescimento e sobrevivência

➢ Predisposição genética ✓ É a propensão para implantação


que diferencia os 90% de
➢ Dependente de estrogênio
prevalência de menstruação
➢ Resistência a progesterona retrógrada e 10% de prevalência
➢ Inflamação da doença.
Fatores de risco para o desenvolvimento da endometriose

Mulheres que trabalham com troca de turnos


Histórico familiar
noturnos

Relação entre melanoma e endometriose,


mulheres com pele clara e olhos claros (sol?
Vitamina D?)
Aumenta a atividade da aromatase, aumento
de LH
Menarca precoce
Ciclo menstrual longo
Duração do fluxo

Exposição a PCBs e dioxinas

Epidemiology of endometriosis and its comorbidities. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology (2016). F. Parazzini
Fatores de risco para o desenvolvimento da endometriose

Atividade física - redução nos níveis de


Alimentação
estrogênio, aumento do SHBG, redução
de citocinas inflamatórias

Gestação

Epidemiology of endometriosis and its comorbidities. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology (2016). F. Parazzini
Fatores genéticos

Epidemiology of endometriosis and its comorbidities. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology (2016). F. Parazzini
Fatores genéticos: alterações hormonais

Epidemiology of endometriosis and its comorbidities. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology (2016). F. Parazzini
Fatores genéticos: alterações hormonais
Alterações hormonais
Alterações hormonais: Tratamento médico
Alterações hormonais
Fatores imunológicos

❖ Tecido resistente a atividade das células NK


❖ Comprometimento da função de macrófagos

MMP-3
Encorajam a implantação e MMP-7 (inibida pela progesterona)
protegem da ação do sistema imune ICAM-1
TGF-β
IL-6

TNF-α
Proliferação, adesão e Angiogenese IL-8
MMp-3
Fatores imunológicos

Um proteína similar a haptoglobina é encontrada no fluido peritoneal

Se liga a macrófagos, reduz a capacidade de fagocitose e aumenta a produção de IL-6

Macrófagos expressam mais COX-2

Ativa esteroidogenese e aromatase, aumento da


Aumento na PGE2
biodisponibilidade local de PGE2

Progesterona Inflamação
Fatores imunológicos
Toxinas ambientais

Bifenis policlorinados, dioxina, ftalatos, bisfenol A,


poluentes organoclorados
Toxinas ambientais

Toxinas Efeitos no sistema reprodutor


BPA Inibe ligação ao receptor androgênico, diminui qualidade do sêmen, disfunção erétil,
anormalidades no oócito, aborto recorrente
DDT, DDE, metoxicloro, Alteração nos níveis hormonais, menstruação irregular, queda de fertilidade, queda na
pesticidas qualidade do sêmen, alteração na histologia de testículos, queda na libido, aborto
Dioxina Alteração nos níveis hormonais, alteração da puberdade, endometriose, alteração na
menarca, queda na fertilidade, aborto
Ftalatos Queda na qualidade do sêmen, oligozoospermia, menarca adiantada, alteração no
ciclo menstrual, infertilidade
Solventes Mudança nos níveis hormonais, queda na qualidade do sêmen, menstruação irregular,
queda na fertilidade, aborto,
Toxinas ambientais: Diethyl Hexyl Phthalate
Toxinas ambientais:
Diethyl Hexyl
Phthalate
Toxinas ambientais: DEHP
Toxinas ambientais: PCBs

Os dados sugerem que os PCBs


podem estar associados com o
desenvolvimento da endometriose
Bisfenol A e PCBs
Toxinas ambientais: disruptores endócrinos

agonistas de Gnrh
IL6 e TNF-α
Cancer no endométrio
Cancer no ovário
Endometriose

Bisfenis policlorinados

Disruptor endócrino
Toxinas ambientais: Dioxinas

TCDD – pode modular a transcrição


em níveis epigenéticos, microRNAs.
Altera respostas imunológicas,
destruindo a imunidade da mucosa
reprodutiva
Toxinas ambientais: Cádmio

Cádmio e outros metais são considerados metaloestrógenos, tem sido


associados com desordens reprodutivas e podem ter um papel na
estiologia da endometriose

Evidencias sugerem o ferro e o estresse oxidativo podem ter um papel na


endometriose e os antioxidantes podem oferecer uma proteção para as
lesões da endometriose
Toxinas ambientais: Cádmio

Maiores níveis de cádmio e


menores níveis de zinco em
mulheres com endometriose!
Polimorfismo da glutationa
Polimorfismo da glutationa
Genótipo null GSTM1
Aumento de 56% risco de endometriose
Polimorfismo da glutationa
Genótipo null GSTT1
Aumento de 31% risco de endometriose
Polimorfismo da glutationa
Genótipo null GSTT1/GSTM1
Aumento de 68% risco de endometriose
Doenças associadas

Inchaço, dor abdominal, constipação, diarreia, náusea,


Sintomas gastointestinais
vômito, síndrome do intestino irritável

lúpus eritematoso, artrite reumatoide, desordens


Doenças autoimunes tireoidianas (Alta prevalência de anticorpos
antitireoperoxidase), síndrome de sjogren, psoríase

Doenças atópicas Alergia, asma e eczema

40 a 60% maior risco de doenças coronárias e


Doenças cardiovasculares infarto do miocárdio
inflamação, stress oxidativo, mais LDL

Epidemiology of endometriosis and its comorbidities. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology (2016). F. Parazzini
Doenças associadas

Quais os possíveis links?

Produtos bacterianos
provenientes do intestino
Aumento na produção de aumentam o numero de Disbiose aumenta
IL-17, estimula a produção macrófagos na cavidade circulação de
de IL-8 e Il-1β – peritoneal – perfil de produção estrogênios
angiogenese de IL-1 com baixa capacidade de
fagocitose

Estão crescendo as evidências clínicas e experimentais de


uma forte interação entre os processos imunológicos do
intestino e as lesões de endometriose
Doenças associadas

This study found a higher prevalence of IBS in women with endometriosis compared to
women without endometriosis. This finding seems to be unrelated to bowel
involvement. This opens new perspectives in relation to treatment of endometriosis.
Doenças associadas
Alimentação e nutrientes

Existe uma dificuldade na relação entre alimentação e endometriose mas parece que:

Carne vermelha, presunto café e gordura trans Risco

Ômega 3

Vitamina A Risco

Vegetais verdes e frutas frescas – agrotóxicos?


Alimentação
Alimentação e nutrientes

Efeito protetor: A reeducação alimentar


Alimentos ricos em ômega 3, parece ser uma
NAC, vitamina D, resveratrol, ferramenta promissora
consumo de frutas e verduras para prevenção e
preferencialmente orgânicos, tratamento da
grãos integrais endometriose
Alimentação e nutrientes

Deficiencia de ácido fólico, b12, zinco e colina Podem interferir na metilação do DNA
Hipometilação pode levar ao aumento na expressão
do fator de esteroidogenese 1 (SF1) e do receptor de
estrogenio β (Erβ)
Vegetais e legumes (ácido fólico, metionina, B6, Aumento do estresse oxidativo e alterações
vitaminas A, C e E) epigenéticas
Alto consumo de frutas com agrotóxicos Aumento do estresse oxidativo, disruptores
endócrinos
Alimentação rica em fibras Aumenta eliminação de estrógeno
Polifenóis Potentes antioxidantes
Resveratrol (animais) Redução no tamanho dos implantes, menores níveis
de VEGF e MCP-1
Carne vermelha Maiores concentrações de estradiol e estrona
sulfato, contem dioxinas e ômega 6
Ômega 3 (EPA) Pode reduzir o crescimento dos implantes, dor e
inflamação
Alimentação e nutrientes

Vitaminas A, C e E Redução nos marcadores de estresse oxidativo com


uma dieta rica nessas vitaminas por 4 meses
(1050μg retinol, 500mg vitamina C, 20mg vitamina E)
Vitamina D No endométrio a forma ativa da vitamina D reduz a
síntese de IL-6, TNFα e prostaglandinas pela
supressão da COX2. Inibe a expressão dos receptores
de prostaglandina.
NAC Regula a proliferação celular, reduz a produção de
peróxido de hidrogênio, redução da inflamação e
atividade invasiva.
Estudo 600mg 3x ao dia 3 dias na semana por 3
meses: redução no diâmetro do cisto
Gordura trans RR 1,48
Alimentos (não suplementos) ricos em b1, ácido Menor associação com endometriose
fólico, vitamina C e E
Alimentação rica em vitamina A, C e E

Alimentação rica em
Vitamina A, C e E
Alimentação rica em vitamina A, C e E
Alimentação

Gordura trans
Gorduras
Carne vermelha
Álcool

Frutas
Vegetais
Omega 3
Cálcio
Vitamina D
Azeite de oliva

OLEUROPEÍNA E HIDROXITIROSOL

➢ Atividade da aromatase no tecido adiposo

➢ Estimula a sintese de SHBG reduzindo os niveis de


estradiol livre

ESCRICH E, et al. Mol Nutr Food Res; 51(10):1279-92, 2007.


SIRIANNI R, et al. Mol Nutr Food Res.; 54(6):833-40, 2010.
Própolis

Estudo piloto, com amostra pequena (n=20),


em mulheres com infertilidade associada a
endometriose, mas que mostrou maior taxa de
gravidez no grupo suplementado (60% versus 20%)
500mg de própolis por 9 meses

Flavonoides (quercetina, apigenina, crisina,


resveratrol, kaempferol, genisteina...): modulam a
transcricao da COX-2, bem como parecem modular
atividade de COX-2 (quercetina)

Mutation Research 551 (2004) 245–254; Fertil-Steril. Vol. 80, Suppl. 3, September 2003
Nutrientes

❖ NAC
❖ Acido alfa lipoico
❖ Bromelaína
Nutrientes

Endometriotic endothelial cells (EECs) Endothelial cells isolated


from normal uterus
(UtMECs)
Nutrientes

398 pacientes
NAC 600 mg
Ácido alfa lipoico 200 mg
Bromelaina 25 mg
Zinco 10 mg
6 meses
Nutrientes

398 pacientes
NAC 600 mg
Ácido alfa lipoico 200 mg
Bromelaina 25 mg
Zinco 10 mg
6 meses
Nutrientes

398 pacientes
NAC 600 mg
Ácido alfa lipoico 200 mg
Bromelaina 25 mg
Zinco 10 mg
6 meses
Nrf2
Resveratrol
Resveratrol
EGCG

(in vitro): diminuiu a ativação induzida por E2


(estradiol) das células glandulares endometriais (mas não do estroma)
-Diminui expressão do Antigeno Nuclear de Proliferação
Celular (PCNA) e Fator de Crescimento Endotelial
Vascular (VEGF), mas sem afetar o desenvolvimento
vascular nos folículos ovarianos

(in vivo): - Diminuiu perfusão sanguínea em lesões


endometrióticas (ectópicas)
- Induziu regressão de lesão endometrióticas3

Hum. Reprod, jul 2008 p1-11;


Curcumina
Curcumina
Quercetina
Quercetina
Inibidores da aromatase

Inibidores da aromatase como o anastrozol


pode melhorar os sintomas, associado a
progestinas e contraceptivos orais
Inibidores da aromatase
Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Inibidores da aromatase: Fitoterapia

Suco fermentado e os polifenóis extraídos da casca


são potentes inibidores da aromatase

KIMND, MEHTA R, YUW, et al. Breast Cancer Res Treat.; 71:203–217, 2002.
STURGEON SR, RONNENBERG AG. Nutr Rev.; 68(2):122-8, 2010
Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Inibidores da aromatase: Fitoterapia

Melhora do sistema
antioxidante em
animais diabéticos

Canadian Journal of Physiology and Pharmacology, 2016, 94(4): 388-393, 10.1139/cjpp-2014-0412


Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Inibidores da aromatase: Fitoterapia
Silimarina
Silimarina
Silimarina
Crocin – Crocus sativus
Crocin
Crocin
Fitoterapia: Vitex agnus castus

Óleos essenciais, flavonóides,


glicosídeos iridóides, diterpenos

✓ Leve agonista de receptores dopaminérgicos

✓ Agosnista de receptores opióides.


Melhora
nos
sintomas
Fitoterápico mais estudado para a TPM
da TPM!

HE, Z. et al. Treatment for premenstrual syndrome with Vitex agnus castus: A prospective, randomized, multi-center placebo controlled
study in China. Maturitas. 2009

IBRAHIM, R.M. et al. Effect of Vitex Agnus Castus (VAC) on Premenstrual Syndromes among nursing students. Journal of American
Science. 2012
Fitoterapia: Vitex agnus castus

Normalização nos níveis de prolactina,


progesterona e fase lutea
Fitoterapia

Inibidores de Ação
Antiinflamatórios
aromatase progestagênica

Vitex agnus
Crisina Polifenois
castus

Fitoestrogenos Resveratrol
Gratidão!

You might also like