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RESENHA CRÍTICA

As Epístolas - As Questões Hermenêuticas

Valman de Sena Rodrigues

FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês. capítulo 3. As epístolas - As
questões hermenêuticas. Ed. São Paulo 1991

APRESENTAÇÃO DOS AUTORES

Gordon Donald Fee é um teólogo pentecostal arminiano, conservador e estudioso do


novo testamento.

Douglas Stuart é professor do Antigo Testamento no Gordon-Conwell Theological


Seminary.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO

O livro Entendes o que lê é um guia que serve para o estudante ser assertivo na
interpretação e aplicabilidade do texto bíblico. O livro trata de questões de interpretação
e suas dificuldades devido ao espaço temporal, geográfico e cultural em que o texto foi
escrito. Também usa como ferramenta uma boa exegese que consiste na busca original
do texto e uma cuidadosa hermenêutica que traz o texto ao contexto do leitor.

ESTRUTURA DO LIVRO

A estrutura do livro se apresenta em 12 capítulos: As epístolas - Aprendendo a Pensar


Contextualmente e as questões Hermenêuticas. As narrativas do Antigo Testamento -
Seu Emprego Apropriado. Atos - O Problema do Precedente Histórico. Os Evangelhos-
Uma História, Muitas Dimensões. As Parábolas - Você Percebe a Lição?. A Leis - A
Estipulação para Israel segundo a Aliança. Os profetas - Fazendo Cumprir a Aliança em
Israel. Os Salmos - As orações de Israel e as Nossas. A Sabedoria - Então e Agora. O
Apocalipse - Quadros do Julgamento e da Esperança.
O capítulo 3 do livro Entendes o que lês apresenta uma análise das questões
hermenêuticas dentro da perspectiva do que é comum, no contexto social e cultural da
sociedade cristã. Este capítulo apresenta algumas fortalezas e fraquezas que limitam a
aplicabilidade de uma hermenêutica mais adequada para o exercício apropriado dos
ensinos existentes entre as cartas do apóstolo Paulo, dirigidas às igrejas inseridas no
contexto gentílico do século primeiro da era Cristã. O autor apresenta os limites que o
texto bíblico enfrenta, pois foi escrito em um contexto social e cultural com suas
peculiaridades. Apesar de apresentar similaridade com as questões da sociedade atual,
depara-se com questões específicas do dia a dia das pessoas convertidas ao
cristianismo. O que deve ou não ser consumido como alimento, maneira de vestir-se e
suas posturas sociais perante a membresia da igreja e o mundo não cristão. O texto
não propõe uma solução objetiva, mas indica possíveis caminhos que têm suas
referências no texto bíblico.

Este capítulo inicia argumentando que fazemos hermenêutica o tempo todo, algo
que julgo importante tendo em vista o cuidado que devemos ter em meio ao imenso
conteúdo que tem causado problemas doutrinários no corpo de Cristo. Às vezes
aplicamos os princípios de forma correta, outras vezes deixamos de lado por não
considerar aplicável à nossa realidade revelando assim uma inconstância, sendo este
nosso maior desafio. Para chegar a esta conclusão, o autor destaca pelo menos duas
regras que ajudarão nesse processo de fazer hermenêutica. A primeira seria uma regra
básica que afirma não haver possibilidade de extrair algo do nada. Por outro lado,
existe a segunda regra que permite aplicar circunstâncias semelhantes da época em
que o texto foi escrito e aplicar aos nossos dias. Neste caso é necessário que se faça
uma exegese do texto para descobrir o seu significado original e assim aplicar o mesmo
princípio. O cuidado seria em fazer uma exegese cautelosa para não cometer erros.
Corroborando com essa premissa, o teólogo Claudemir Pedroso da Silva em sua obra
Curso Prático de Teologia diz que: Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes
e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente. Silva p. 355. Ele
ainda diz que o trabalho de interpretação é científico e por isso ainda deve ser feito com
isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. Colocadas essas
observações ainda se faz necessário analisar quatro questões importantes, senão
necessárias: A primeira gira em torno do problema da aplicação estendida que, apesar
de ser um recurso válido, em algumas situações específicas pode-se perder a
legitimação do texto. O segundo problema são as características que não são
comparáveis. Os textos bíblicos do novo testamento foram escritos em virtude da
realidade daquele século e por este motivo não possuem uma relação direta com as
questões mais atuais. Mas cabe salientar que: um princípio não se torna fora de tempo,
portanto aplicável a outros contextos. O terceiro problema é o da relatividade cultural.
Este sim requer muito esmero nas avaliações por que não existe uma cultura
divinamente ordenada capaz de receber de forma constante os mesmos ensinos. Entre
alguns casos citados pelo autor cabe destacar que essas questões encontram uma
grande dificuldade interior comprometendo o resultado exterior capaz de alterar as
relações sociais. Por fim vem a teologia da tarefa que apresenta sempre uma situação
sem que haja uma sistematização do contexto. Neste caso é oportuno analisar todas as
declarações das Epístolas e perceber que existe um resultado direto e ocasional
desses textos. Neste sentido todos nós gostaríamos de saber mais, mas nosso
conhecimento é defeituoso por não considerar a natureza ocasional das declarações
dos textos Paulinos. Algo interessante diz Hernandes Dias Lopes: O ministro do
evangelho deve pregar a verdade e também combater a mentira, Lopes p. 23. Verdade
e mentira, uma exclui a outra, porém a própria bíblia diz que ela é inspirada por Deus e
portanto é a verdade.

Este capítulo leva-me a pensar como se faz necessário conhecer detalhes


importantes da interpretação do texto bíblico. Considerar a cultura, geografia, costumes
e a objetividade dos textos são fatores determinantes para uma eficaz aplicação do
ensino expresso e implícito no texto bíblico. .

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