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Companhia Siderdrgica Mineira (1917-1921) ; aig Galba Ribeiro Di Mambro* Abstract Resumo “This study looks st the Minas __Estudo das origens da Compa- tron Company (Sabaré, MG) aia Sideregica Mini (Saba- ffom ts origins in LDLT—how MG), om 1917, de sew nc functioned andthe diffculice it osamento dfcudalesenfren- cacouotered—uniltsextinction _adase of sun extngo ems 1921 ini, Palavras-chave. Compania Keywords: Minas hon Company, Sidendrgica Mineira; 191 1917-1921; Minas iron 1921; Siderurgia mincira. Introdugdio A Companhia Siderirgica Mineira, constituida em 1917, em Sabaré-MG, 6 geralmente lembrada por ter sido a célula-mater da Companhia Siderurgica Belgo-Mineira, considerada uma importante sidertirgica brasileira. De fato, a Sidertirgica Mineira desempenhou um papel estratégico para a constituigao da Belgo-Minelra. Apenas nao se estudou, ainda, 0 que foi a Siderirgica Mineira e quais as dificuldades que a levaram a se render ao capital franco-belgo- luxemburgués, liderado pela empresa sidertirgica luxemburguesa ARBED (Aciéries de Burbach-Eich-Dudelange). ‘A Siderirgica Mineira foi constituida durante a Primeira Guer- ra, que gerou expectativas favoraveis ao ramo siderirgico. Suas ins- + Meste em listona pels UFF, Professor do Depo. de Hina da UFIF talagdes eram avancadas. Construiu 0 maioralto-forno do Bra- sil, com instalacdes modernas para a época, Sua capacidade produtiva ora considerdvel. Mas, os dirigentes da empresa entrentavam duas dificuldades fundamentais: capital financel- 10 € tecnologia. O presente artigo aborda as origens da Com- panhia Siderurgica Mineira, seu funcionamento, dificuldades enfrentadas e os estorgos feitos por seus dirigentes para per- mmitir a sobrevivancia da empresa. A siderurgia brasileira durante a | Guerra A siderurgia brasileira esteve estagnada até a primeira guerra mundial,’ que constituiu um estimulo consideravel para a sua expansdo. Entretanto, este estimulo nao dever ser superes- timado.?As importagdes de produtos sidorirgicos foram dificul tados em conseqiénca da guerra, estimulando a substituipao de produtos importados por similares brasieiros, favorecendo a produgao de ferro e aco no Brasil® A guerra levou 0 governo brasileiro a adotar medidas favoraveis & exploragao do carvao mineral e aproveitamento do minério ferro do pais.* ‘Apesar do apoio governamental, n4o ocorreu aumento significativo, durante a guerra, na capacidade produtiva do setor siderirgico brasileiro. As empresas existentes nao expandiram sua capacidade produtiva em grande escala. Por outro lado, as empresas que Surgiram na época eram de pequeno porte, Sendo assim, o ctescimento da produgéo siderirgica que ocor- eu no periodo resultou principalmente da utilizagao da capa- cidade ociosa até entao existente nas usinas brasileiras.®Ou- tro aspecto da questo a ser considerado 6 que, da mesma forma como a guerra dificultava a importagao de produtos si- derirgices, dificultava, também, a importagso de bens de ca- pital necessdrios & ampliagao da capacidade produtiva. A Usina Esperanga, localizada em itabirito (MG), criada LOCATELLI, RL Siderugia desenotimest ccd rena Bes: 1778, p33. * Calo PRADO JUNIOR conaderou gue» gra dee ue “implore Ader aera, Ch Htiia econimica do Bras, A ed. Sio Paulo: Brien, 956 p. 274. Werner BAER, ‘femou qc sets di guerasobe asderuria braeira “no foram mato pronuncados CE Sleragae desenoviment ras, Ro de ave; Za, 1970, 81-82. LOCATELL K-L-op- et p23 * DEERETOS no 1248 1h. Dah de 3008198. CE ABREU, AbiraAles de & PROPNCA, Maria alma de Canalo A sderumia no Bri, ergo de Va Redond. sn Rio de “mein: Isiuto de Fiesta ¢ Cigacies Soca ds UFRU, ISG, 25 Ver, ands, BRAGA, Cirfoy Albert Pim, Silerarge no Brasil his nds da copetividae internacional {dose ms anos 70 St Pao Dscragdo de Mestendo na USP 1980p. S-S2 BRAGA, A'P, op st, p S182. ‘em 1888, elevou sua produgao de ferro gusa de 3.2259 para 15.316 toneladas, durante 0 periodo de 1915 a 1920:*A part- cipagao da producao brasileira no mercado internacional do ferro e aco cresceu de 13%, antes da guerra, para 19%, em 1916, atingindo 43,5% no final da década de 1920.” produ- ao de ferro gusa em Minas Gerais era est mada em 3.000 toneladas, em 1914.%Em 1919 atingia 10.000 toneladas. Era um crescimento muito pequeno. A industria siderurgica em Minas Gerais e no Brasil continuava insignificante, conforme mostrau 0 Censo Industrial em 1920. Neste ano, contribula apenas com 2,2% da produgao industrial do Estado de Mines Gerais, enquanto a producao das indistria alimentares corrospondia a 51,5%.? (0 ferro gusa produzido no Brasil durante e logo apés a Primeira Guerra destinava-se, especialmente, ao uso de pe- ‘quenas fundigdes. A produgao de aro no periodo imediata- mente posterior A guerra era insignificante. Os consumidores brasileiros dependiam, em sua quase totalidade, da importa- (do de ago estrangeiro.”” ‘Terminada a guerra, o Brasil reiniciou a importagao de Produtos siderurgicos, o que trouxe conseqdéncias negativas para a rentabilidade dos produtores nacionais. O governo bra- sileiro continuou sua politica de incentivo & siderurgia brasilei- ra sem, entretanto, satistazer os pedicos de malor protecao alfandegaria.” Constituicdo da Companhia Siderérgica Mineira Em 1917, durante a Primeira Guerra, foi criada a Com- panhia Sidorirgica Mineira, em Sabard.* Neste mesmo ano foram criadas duas outras omprosas sidentrgicas. A Compa- ‘PRADO JONIOR,C. opi, p27. LOCATELLI. ep p27 1 BAER, Wot pa. Os dats ao eptde por LOCATELLI, BL, op cite smbmem HISTORIA ta Siderria Bali. Ato do tint Bras de Sierra Rie a+ ‘eto: 1973p 1 TOCATELLE RL. opt p.38 BAER, Wop ct p12 BRAGA, C-A P. op citap. "2 ao de fanaa Cova Sided Miia bod enano px prt i des fone Tea io 191, sonore cnsta do Burn de Decwnenttin Bconriqe, Drones 3.298 p. 98,16 sap 1922 O anode 1918 th indcado por ALMEIDA. M Reels a Suberd’ Ed So Put: Maen, 19, p11, Este mesmo ano € ined, iat pela rcp dos Mails Bras, Rode ano, 139» 27, 9.97. ab ETDS en por STLYA, Af Armee dn, O pape de stern descrvoiment seme nodcpes a Rend Sergei 1970, p18 nhia Siderdrgica Brasileira foi fundada por Carlos Wigg eTrajano de Medeiros. A Compantia de Mineracdo e Metalurgia tinha ‘Anténio da Costa Lage como maior acionista."*Ainda em 1917, ‘a Companhia Ferrum, localizada no Rio de Janeiro, produziu ‘ago em lingote pela primeira voz no Brasil, sob aorientagao de Erik Tiskiind, Possula um pequeno forno“Siemens-Martim" de {és toneladas de capacidade. '* ‘A criagao da Companhia Siderdrgica Mineira resultou das expeciatvvas criadas pela Primeira Guerre, favoraveis & utilizagdo de reservas de minério de ferro em Minas Gerais € & substituigao dos produtos importados."* CO engenheiro Christiano Guimaraes, um dos fundado- res da Sidorirgica Mineira, rememorando a época, escreveu: Julgo conveniente dar mais um esclarecimento, 10 somente para retratar as condigdes em que se encon- trava a industria sidenirgica em nosso meio Id pelos idos de 1917. Sendo me trai amemdria de velo, ape- nas existia uma Usina em funcionamento no pats, a de Esperanca (...) Contava-se ainda um alto-forno em /Miguel/ Burier, pertencente d Usina Wigg, porém apagado jé havia alguns anos.” ‘Osaltos-fornos da Usina Esperanga eram incapazes de atender as encomendas. O ferro gusa produzido em Minas Gerais, que era retugado antes da Guerra, encontrava merea- do facil com a nova conjunturainternacional. Surgiu, dai, aidéia de criar uma nova sidertrgica em Minas Gerais.” ‘Amaro Lanari, engenheiro formado em 1909 pela Esco- la de Minas de Ouro Preto, havia estado na Europa em 1915, por um curto periodo. Voltando ao Brasil estudou a possibilida- de de implantagao de uma Usina Siderirgica em Minas Ge- rals. Em 1916 seu projeto estava amaduracido."*A idéia, que entusiasmava Lanari, foi por ele proposta a Christiano Franga *BRAGA,C. A. P op cit. p 52,0001 “BANCO DE DESERVOLWIMENTO ECONOMICO DE MINAS GERAIS. Dicensren de oonomie Marcia Belo Horizons 1967.55.91 \sHORTA, RU Meira de Moteir, Belo Horizon: se. 961, p.2.PASSOS, Juliane ‘Masi do Recent, Monlevte idee nr, Beto Hsioxtc: Mins Gra, 1773p. 113, ‘irameree eprnero autor sm ears fonts) LUCAS, TO feo ma stra do Hust de Mra Ges Wins lo Horie, = 4p 27-oat 1976. CINCO ides ends avnapequen ina, Belgeinens Nasi, Blo Heian v7, 0.78,p. 3, de. 198) (Granececetambér, o prc aor dest nota, emit a font) A GUINABAES, € 7 Cara a Jomal-OPxoei 54.0 Puncira Beto ero, 2 94, Bago. 1956, so EQTUSIASMO »tenacidade grntraro it daCompanhis Sierigica Micka, 0 Pion- gov 3. Slop. 4, fa 197 RIVERA B, Piero e epocntes de Minas Gert. Belo Horizonte: 19710, p. 77. CENTRO BR ESTUDOS MINEIROS Dict de hiadriarepubicuna de Minas Gera, Helo Ho one ee Lana Ara. Teixoira Guimarges, seu colega de turma, que a recebeu com omesme entusiasmo. Os dois engerheiros obtiveram, entao, apoio de duas pessoas do importancia na vida econémica e social de Minas Gerais: Sebastiéo Augusto de Lima (banqui ro ecomerciante) e Américo Teixeira Guimarées (industrial) "® Diversas outras pessoas, ligadas porlago de familia ouamiza- de, prestaram apoio tinanceiro 2o projeto. ‘Acertados os detalhes necessérios entre o grupo ligado alanari e Guimaraes, foi constitulda e instalada a Companhia Sidertrgica Mineira, em 21 de janeito de 1907, na residéncia de Christiano Guimaraes, em Belo Horizonte, através de uma assembléia de acionistas. A assembiéia aprovou os estatutos da empresa, que assumiu a forma juricica de sociedade and- ima. ‘A primeira Diretoria oleita na assembléia de fundacao foi constituida por Christiano Guimaraes, Cel. Sebastiao ‘Augusto de Lima e Ovidio de Andrade. Cada Diretor deveria receber a gratificago anual de 1:800000 (um conto e oito- Centos mil réis) A administragao imediata da Compania fica- ria a cargo ce um Gerente, o engenheiro Amaro Lenari. 0 Consethno Fiscal oi constituido por Joao Gomes doVal, Affonso Vaz de Mello e Flavio Fernandes dos Santos, Foram eleitos suplentes do Conselho: Adelino C. Ferrao Castello Branco, Cel. ‘Américo Teixeira Guimaraes e Aurélio Lobo. Os acionistas ha- im depositado em banco a quantia de 36:000$000 (trinta cinco contos) correspondente & décima parte do capital da sociedade” ‘A Compentia, cuja sede era em Belo Horizonte, tinha porfinalidade a exploracao da indiistria siderdrgica, entenden- do-se por tal a produeao de ferro gusa e derivados @ a utiliza- ‘go comercial das jazidas de minério existentes nas proprie- dades que a Companhia iria ainda adquirir. O capital inicial esiava estabelecido em 350:000S000 (trezentos @ cingienta Contos de 1éis) divididos em 1.750 ages nominais de 200000 (duzentos mi réis) cada. O capital poderia ser elevado até o ‘valor 1.000:000S000 (mil contos de réis)* © capital inical fol subsorito por vinte acionistas constantes da tabela seguinte: "*LANARI,A. op ct 916. GUIMARKES, CT, ctasem data oor Poneeo, 0 ove robo Horsot, #2, 30 pe 4 apo. 1936 Rta de coataigto«iadalo dy Compaen Sderegca Minka. Junta Ceri db ‘Sts de Minas Gores -JUCENG, 1687 ENTUSIASMO etenscidne gorntinm..op cit, ‘SESTATUTOS da Conpashia Sieign Mini, JUCEMC. 3.687, Seruno dul, ‘outncalamene. x Beigce © capa da Conn ea de 280 wi ris. CT llern de ‘oeumcwation Exaigne rls, ¥ 7.8 28, 93S, 1686. 1722 Subscritores das 1.750 agées da Companhia Siderargica Mineira em 21/01/1917 AgSes Subscritores Residéncia 250 Jodo Gomes do Val Sao Paulo 150 Mara A. Lanat do Val a0 Paulo 080 Cassio Lanari do Val S80 Paulo 045 Jodo Gomes do Val Uinior ‘So Paulo 050 Cassio Lanatl * Matosinhos - MG 250 Amaro Lana * Bolo Horizonte (080 Amético Teixeira Guimardos* _Cachosirade Macacos- MG 025. Vigério Anténio Diniz Costa Inhaima 200 Christiano FT. Guimaraes * Belo Horizonte 200 Setastiae Augusto de Lima* Belo Horizonte (050 Serafim Fornades Clare Rio de Janei 075 Antonio de Paula Simées Riio de Janeiro (025 Antonino Pinto Mascarenhas" Cedro- MG 050 Flavio Fernandes dos Santos * Belo Horizonte 050 Aurélio Lobo Belo Horizonte 075. Adelino C. Ferd C. Branco ——_—Belo Horizonte 025 Ovidio de Andrade * Belo Horizonte 050 Affonso Vaz de Mello Belo Horizonte 025 J. A. dAssumpeao ‘Bom Despacho - MG 025 Jodo de Cerqueira Lima fauna - MG * Ver dades biogrficos a seco seguite FONTE: Lista de subseritores de acies da Companhia Senirgica Mineira. drauivo da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (UCEWG), m. 3687. COMPANHIA Siderirgica Mincira, C#luia-Mater «da Belgo Mincire, O Pionciro, v2. n.38.p.1 4, maio 1956, Dados biogntficas dos principais acionistos ‘Amaro Lanari nasceu em Flores, na Argentina, em 10 de janeiro de 1886. Era llho de Cassio Humberto Lanari, tam: bém acionista da Companhia. Fez. curso primario no Colégio Dom Bosco, em Cachoeira do Campo, Minas Gerais. Seus estudos secundirios foram feitos no Colégio Mineiro, em Ouro Preto. Em 1909, diplomou-se em Engenharia de Minas e Civil na Escola de Minas de Ouro Preto. Em seguida passou a tra- balhar como engenheiro da Secretaria Estadual de Viagao © Obras Piblicas. Em 1912, tendo deixado 0 servigo publico, {rabalhou para uma empresa privada na construcao de um tre- cho ferrovidrio ligando Curralinho (atualmente Curvelo) a Diamantina. Dirigiu, pouco depois, ¢ construgéo do ramal fer- roviério entre Araraquarae Jaboticabal, no Estado de Sao Paulo. Em 1915 fez uma viagem a Europa, Em 1917, fundou a Com- panhia Siderirgica Mineira, na qual trebalhou como Gerente fté 1921, quando a empresa passou a ser controlada por ca- pital belgo-franco-luxemburgués e mudou sua razdo social para ‘Companhia Siderurgica Belgo-Mineira. EM 1922, Amaro Lanari voltou 20 servigo ptiblioo ocu- pando 0 cargo de Diretor de Obras da Prefeitura de Belo Hori- zonte.Pesteriormente trabalhou na consirugao de ferrovias para ‘a Certral do Brasil, Oeste de Minas, etc. Entre 1941 @ 1943 trabalhou na construgao de trecho ferroviario de Santa Cruz dela Sierra, da Ferrovia Brasil-Bolivia.Em 1945, fundoua s- denirgica Lanari S. A. Indistria e Comércio, com seus filhos € ‘a particinagaio de seu amigo Christinano Guimaraes. A Usina Santo Amaro, desta empresa. localizou-se em Paracambi, Eotado do Rio de Janeiro **Como se vé, a experiéncia protis- sional de Lanati situava-se mais no ramo da engenharia civil (especialmente ferrovidria) que na metalirgica, embora tives- se se diplomado nos dois ramos. Durante a administragao de Ologario Maciel como Pre- sidente do estado de Minas, Lanari trabalhou na Secretaria {das Financas. Havia participado da conspiragao que lovou ac golpe de 1930. Participou, com Gustavo Capanema e Francis 0 Campos, da organizacao da Legido de Outubro. Lanati veio ase tornar, depois, membro do movimento fascista brasileiro, ‘0 Integralismo, integrando sua alta diregao. Fol, ainda o oriador daFundagao Gorceix, entidade que visava prestar assisténcia a Escola de Minas de Ouro Preto. Lanari faleceu em 23 de maio de 1968, com 82 anos. ** ‘Amaro Lanari estava ligado, por lagos familiares, a ou- tros acionistas fundadores da Companhia Siderirgica Mineira. Era filho de Céssio Lanari @ genro de Ovidio de Abreu. Sua irma, Maria Augusta Lanari do Val, era casada com Joa0 Go- mes doVel. 0 casal tinha os filhos Cassio Lanari doVal e Joao Gomes do Val Jinior, cue oram acionistas da empresa. A irma de Lanari, Sylvia Guatimozim, era caseda com Gil Guatimozim. Este, embora ndo fosse aciorista da Companhia, foi uma de suas mais importantes figuras. Christiano Franga Teixeira Guimaréies nasceu om Sete Lagoas, Minas Gerais, em 8 de dezemrbro de 1985, sendo filho de Américo Teixeira Gulmardes, que foi, também, ecionista da ‘Companhia. Chistiano fez seu curso primario em Cachosira 2 Mina Gert Reo Hoizome, 4 mo 196, p 4 RIVERA, B. opt p27. CENTRO DE ESTUDOS MINEIRDS. Dison. 6U LANARL A. op. p17, Hem ino DE ESTUDOS MINEIROS, itadnn eit Minas Gera, 7m 128.1 de Macacos (MG). Iniciou 0 secundirio em Sabara e terminou no Colégio Mineiro, er Ouro Preto, tendo também estudado algum tempo no Coiégio Oficial, em Belo Horizonte.Em 1909 diplomou-se em Engenharia pela Escola de Minas de Ouro Preto. Mudou-se, em seguida, para 0 Rio de janeiro onde tra- balhou com o comércio de implementos industriais. Pouco de- pois retornou para Minas Gerais, assumindo a geréncia da ‘Companhia Industrial Belo Horizonte, por ele fundada. Além desta eda Sidertirgica Mineira, Christiano Guimaraes fundou, também, a Companhia Renascenga Industrial, a Companhia Industrial Cachoeira de Macacos ¢ a Companhia de Seguros Minas Brasil. Participou, ainda, da fundagao da Faculdade de Ciencias Econdmicas de Minas Gerais e, em 1923, da funda- ‘go do Banco do Comercio € Industria de Minas Gerais. Foi Vice-Presidente deste banco até 1926 quando assumiu sua Presidéncia, Faleceu em 1970, aos 85 anos.” Hd um aspecio importante da carreira de Christiano que deve ser destacado, De 1918 a 1920 foi encarregado do Con- sulado da Bélgica em Belo Horizonte.?”0 Cénsul, J. Verdussen era 0 Unico belga residente em belo Horizonte. Designou Christiano para desempenhar a fungao de Chanceler do Con- sulado, o que o tornava sucessor do Consul om suas ausénci as. Ao informar a designagao ao Ministro do Exterior da Bélg ca, Verdussen escreveu sobre Christiano: -» sous fous les rapports peut éire des plus utiles aux intéréts des Belges. Cest un brésilien des plus sérieux, Angénieur des mines, a la téte de diverses entreprises industrielles et dans une situation tout d fait indepen- dente vis-a-vis du gowernement® (Sublinhamento nosso.) Em 1920, J. Verdussen deixou o Consulado da Bélgica, descontente por nao ter conseguido um posto que preten Christiano Guimaraes passou, entao, a ocupar interinamente a chedia do Consulado*"Em 04 de marco de 1923, Christiano transferiu o cargo, 2s pegas e todcs os objetos do Consulado SCHLESINGER, H. Enclpéia da Indirie Brasilia, Sto Paul 1984, 115. Minas Gert, Ssct 1970, per tanbet, SIDERURGISTA ha 40 ans. O Pim,» 3.0. Sle. [jan 1987, CARINHOSASbomensgene 20De Chetan Guimaries,ibiem.6 4.0 68.7 1 ‘ut 1957. COMPANHIA Sieiic Mini, Cl Nater da Belgo Mini O Pionera. wen 38 p. Led mode 95h Mins Gea, 3 2197p SVERDUSSEN, J. Hyrmams Belo Horizons, 208/191, Argue do Miiaério dos Negécion anges da Béla AMAEB), Doser Personne 156, loa O sublinhament € 0s 46 O fue nostra como 9 Chul exaa conto em suis lavas FALLON, A. mbaiador da Belgica no Bras J. Jasp, Minisodo Exterior da Belgica. Rio ‘efancin, 7121922 IASPAR Ha FALLON,A,Drsely 7081922, AMABB, Dos pos a Hector Fauconnier, nomeado Consul em 1°. de outubro de 1922. Nesta ocasiioa Companhia Sidertrgica Minerrajé havia se transformado em Companhia Siderurgica Belgo-Mineira, e Fauconnier era seu Secretario Geral.°* Guimaraes, por ter se desentendido coma diregao da Belgo-Mineira, onde ocupava um cargo, *decidiu pecir, também, demisséo do Consulado. Cassio Lanari, pai de Amaro Lanari, era italiano, nasci- do em Ancona em 1855. Apés ter residido na Argentina, veio para o Brasil, passandoa morar em Minas Gerais, no inicio da Ultima década do século XIX. Era um rico agrioultor do munict- pio de Matosinhos. Faleceu no dia 22 de maio de 1923, com 68 anos.” © Coronel Sebastiao Augusto de Lima nasceu em Gouvea, em 20 de janeiro de 1867. Estudou no Seminario de Diamantina. Diplomou-se pela Escola de Farmécia e Ouro Preto. Nesta cidade foi lider estudantil e colaborador co jornal Provincia de Minas. Em 1892, foi residir na cidade do Serro- MG, onde se casou eatuou na vida politica. Foi vereador, Pre- sidente da Camara e deputado estadual, a cujo mandato re- rnunciou. Em 1913, mudou-se para Belo Horizonte, onde se "ou aocomércio e & industria. Além de acionista fundador da Sidorirgica Minoira, participou, também da fundagao de civersas empresas industriais e bancérias, como 0 Banco do ‘Comercio e Indiistria de Mines Gerais, Companhia Renascen- a Industrial, Companhia de Seguros Minas Brasil, Compa- Thia Industrial Belo Horizonte. Esias eram firmas de cuja fun- ‘Gagao partcipou tambem Christiano Guimaraes. Augusto de Lima faleceu em 24 de novembro de 1953, com 86 anos.* Ovidio Joao Paulo de Andrade era sogio de Amaro Lanari. Nasceu em Ituverava, em 1983, filho do Conselneiro Ovidio de Andrade. Fez 0 curso secundario no Colégio Minei- 0 de Ouro Preto. Diplomou-se pela Faculdade de Direito des- ta cidade. Logo apés voltou para ltuverava, onde passou aexer- cor a advocacia e militar na vida politica. Em 1913, mudou-se para Belo Horizonte, continuando a advogar, além de traba- Thar na administragao do Estado. Foi membro do Partido Re- ~pusomierrectie o“esyune” do gvemo nai em 18d nein de 1923. CF PROCES ‘chal de emis etepse pte could Beeiucde ello Herat Bel Horizonte (0405/1923. ANAEB: Dos. Pas. 173) EALLON, A. AH Jape Rio de Jt, 1081922 AMAEB: Dost Pes .33, 1. ajo ""Gason aaron, subede Crp de Conaul da Balinem Bab Here esar ab “trprenden pater ner de Criatna Guimaries. Etat, vei abe po eer, (Gor Gms deja ert do Cnselboda Belgo-Mlnea ena qetia mas eras igen eto, pat osago o Mor HedorFaiconlt,Secetio era de Bego Mirra CHDARDANSON. © Prod to Comelo de Admisgte da Bago Minar, h Heer Sie Minis do ero de Reign. Letenbutg, 2247/1922 ANABS: Doss Pes. 1386 Io. mugo. ‘Miaas Gers, 23 maio 192, p. 1 € 24 mio 1968, 8, ember 28 mao 1923,p. ‘idem 251 de 1953, p publicano Mineiro e, depois, do Partido Republicano, de cui diretorio estadual foi presidente. Foi deputado em varias legislaturas e membro da Constituinte de 1946, Durante mui- tos anos foi membro do Conselho Regional da Ordem dos ‘Advogados. Faleceu no dia 13 de janeiro de 19959, com 76 anos. Jo&io Gomes do Val, agricultor no Estado de Sao Paulo, era casado com Maria Augusta Lanari do Val, irma de Américo Lanari e também acionista da Companhia.® Américo Teixeira Guimaraes era industrial e paide Christiano Guimaraes.””Fla- vio Guimaraes dos Santos {oi Prefeito de belo Horizonte, Du- rante sua gestdo, Amaro Lanari fol Chefe de Obras da Prefei- tura, em 1922. Antonino Pinto Mascarenhas, residente em Codro-MG, era, certamente, da familia Mascarenhas, ligada @ industria téxtil em Minas Gerais.” ‘Gil Guatimozin, embora no tenha sido acionista da Companhia, merece destaque por sua atuagao como enge- nheiro da usina. nasceu em 26 de junho de 1888, em Porto ‘Alegre. Em 1918, conclulu 0 curso de Engenharia Civil e de Minas na Escola de Minas de Ouro Preto. Em 1916, havia se cacado com Sylvia Lanari Guatimozin, irma de Amaro Lanari."° Foi chamado para dirigir a construgao do alto-forno da Com- panhia, Foi professor da escola de Minas de Ouro Preto. Na bcasiao em que chefiava o Departamento de Eletricidade do Estado de Minas, lecionou na Escola de Engenharia da Uni- versidade Federal de Minas Gerais. ‘Gil Guatemizim foi empretteiro de estradas de roda- gem (Ibid-Araxé e Belo Horizonte-Peganha). Projetou altos- foros em Minas Gerais e Mato Grosso (Corumba). Traba- ihou pera a Usina Wigg, Acesita e Usiminas (sideruirgicas) Trabalhou, também, para a Rede Mineira de Viagdo e Es- trada de Ferro Central do Brasil. Faleceu em 1°. de maio de 1962, com 74 anos. ‘idem, 17 jin, 1958. OFALECIMENTO do De. Ovidio de Andre. © Pic. v 5.0.81. B 8 fev 1859, Sdn Gea, 2 io 1923p. nthe et. 1970.4 sre LE MAID 1968 P4, CENTRO D# ESTUDOS MINEIROS, Diciondrin toe it Seer Hina Mascaras, yer MASCARENHAS, N. L, Bernardo Mascarenhas 0 Sto Tatura de Ma Geri Ri de seit: Aurora, 1954, TAM PA fanfa Mascrcahas €& {dsr rm Minas Gras, “= Mines Gea, 08 aio 1962.1. OHSS RDG x ebstnagas € exist empreendeder: Araldaes do Valeo Pracicabs, Fete Tier, 171, COMPARGILA Sierra Micra, Cela Mate. op. ctf. eh Sn tint 1982 p15, ENTUSIASMO etenacidde garitiam.. 0 Pionero v.3 Meet yj, 195. Ver tab: GUIMARAES, CT, Cara aoomalo Pionero. Ploncimy 12,0040, p 4, ogo. 1956 e instolacées Imediatamente apés a constituigao da sociedade foram tomadas as providéncias para a concretizagao de seus obj vos. Amaro Lanari foi designado Gerente.*Os dirigentes da ‘empresa buscaram o lugar mais adequado para a construgao da usina siderurgica pretendida. Varios municipios esforgaram- ‘se por ser escolhidos, mas a escolha recaiu sobre o municfpio mineiro de Sabard, por varias razGes, Estava proximo a fontes: de abastecimento e a capital do Estado de Minas. Sua locali- ago permitia uma relativa faciidade de meios de transporte. A cidade dispunha de um nivel cultural elevado e mao-de-obra para a usina. ‘Sabara tinha sido uma das mais importantes regides auriteras do Brasil. Mas, com a decadéncia da mineragao a cidade passou a viver em crise, especialmente na época da criagdo da Siderirgica mineira, quando o desemprego era quase geral. Por isto, a decisdo da Sidenirgica Mineira de se instelar na cidade representou uma grande esperanga para seus habitantes.* Chistiano Guimaraes, Amaro Lanari, Gil Guatimozin @ Ovidio de Andrade reuniram-se em Sabara na casa de José Alves Noguera, Pretelto Municipal. Os dirigentes da Compantia havi ‘am examinado duas propriedades, sendo uma delas ado Pretei to e a outra de José machado Chaves, Este ultimo fez oferta vantajosa e teve suas terras adquiridas. Em outras @pocas, a propriedade tinha sido lavra de mineracao de ouro. A Compa- nhia iria construir suas instalagdes naquelas terras. Adelino Ferreira Castelo Branco, acionista da empresa, ofereceu suas jazidas de oligogisto, localizadas em Segredo, municipio de Sa- bard, & margem do ramal ferroviario de Santa Barbara. As jazi- das foram adquiridas para o abast nto da futura usina.““As jazidas estavam situadas a quatro quiémetros da usina.”” “© COMPANHIA Siderigia Mini, Clas Mite... p. 4, GUIMARAES, CT, cata Jemdat oral 0 Fone’ oe MERTUSIASMO¢ wraodde guriran op cit. ‘Siiem RESULTADO de bsinarie exit engreaikdor Ataidades dole da Piracicaba eeSodc. 19, p.6 COMPANHIA Sieiqica Mine, SobartGazet, v1, 1.9.2. 10 me isib = GSopANIA Siderrgica Mizeira As Alera, BeloHoszot. 2.18.9, 8,27 jun. 1917 ‘Seeundn esa fntea usa foi conaruta ma propia de Seyredo, ENTUSIASMO c teva {de prancran.cop.ct p. 4 TAMBEM esi visnacer a Belgo Mins. O Pionein. v3.1 Fie erin 1988, ae witno docmento umn epriagem sobre Js Alves Negara com feblo wm depoimerto su “oN sr la Compania Sela Belgo- Mini S.A. Luverbour, lS av 1934 Arquivo We iRBED (Accs de Burch Eic-Didelung) en Laxemburg, Doss: "Nous su a CSB. Disceurs, w q i (Os terrenos da Companhia continham importantes jazi- das de ferro, As demais jazidas de importancia, localizadas em Minas Gerais, estavam quase todas sob 0 controle de empresas estrangeiras quo as haviam adquirido apés a divul- gagao internacional que o Brasil fizera das riquezas minerais do pals, no Congreso de Estocolmo, em 1910. ‘0 Preteito de Sabara, José Alves Nogueira, concedeu & Compania, através de legislagao municipal, isengao de im- postos e outros privilégios, a titulo de estimulo.* ‘A Companhia adquiriu, também, a Fazenda da Chaca- ra, localizada em Santa Luzia, proximo a Belo Horizonte, que pertencia a José Assis Duarte. Pretendia utilizar a matéria- prima da fazenda para {abricartijolos refratadrios e também plan- tar eucaliptos.® ‘A Siderdrgica Mineira construiu em sua propriedade de Sebaré um alto-forno a carvéo vegetal para produgao de ferro gusa, uma oficina mecanica, um almoxaritado e um escritério. O alto-forno era 0 maior do Brasil. Tinha a capacidade de pro- dugdo de 25 toneladas diarias. Mesmo assim, ausina da Com- panhia era de pequeno porte, apesar de seremas instalagoes modernas.*" 0 Gerente da Companhia, engenheiro Amaro Lanari, foi encarregado de dirigir as obras de construgao da Usina. ‘Como as dificuldades eram muitas, teve de recorrer & ajuda de uatimozin para a instalagao do alto-forno, construido sob a diregao deste. ‘0 professor Alberto Augusto de Magalhées Gomes, ca- tedratico de Metalurgia e Exploragao de Minas, da Escola de Minas de Ours Preto, ‘oi 0 responsavel pelo projeto técnico de usina. Lanari e Guimaraes solicitaram-the um projeto de alto- forno a carvao de madeira com capacidade de produao de CARVALHO. F Bil once mus Rio de ait: 1919p, 18 Yertambéep. 24-131. STAMBEM eae viv suscr s HlgosMiteira O Posi, v 5,18, 2, ju. 199. Nogira “Gplemou-s pels Eicols de Fanaa de Ouro Preto em 1909. esto sao em que Lat € ‘Chinas padra pa Escola de Mina de Ouro Prt. Ein 1919, Nogecesgadnae fn Facsdade Liv de cto da Rio de Joie. By 1930 desando a refer, apis 20 exge.uesNo pan aap Comp Sue Bel ina. “= ENTUSIAMO etenacidae arate. ep. ct 4 SCOMPANHIA Sidegin Miveire AvAbernatey 2.0. 13.p 8, 22jan 1917. ENSCH. L Fadstre srweiuea Best Revue tecique Larembourgose, Larembour,¥. 29.0.6, 2D), owedee 17, NOTE ut a Copan Siderca Betgo-Mieira. Lanemboug e 25 Frat 18 Aun da ARBED, dost Nots at S BM. scours.” COMPANHIA Sie ‘ipiea Dele Minera; osama hie esrn, 19S 9.3 “:ENTUSIANO ¢ erocidde pant op ci, p. 4 GUMARAES, C. Cru 20 jomal 0 Plomtea los tp 12 RESULTADO de bsinsgSoeepreoempreenedt..oP ip. ‘Uw eyorsgenafemcu que Gil Gustmocn rps x tabatos da consuyto d sta, i CONPANITA sierrgca Misra Cau Meter a Degen, op itp. Cnisian ‘Guimares. na ct itda test no em am esfogo de reo amagemde Lar roca ‘xpliar pope da eportagem, que Gras fl apenas “aa” dena sigue ‘abe coe pes Lana em muito as egemero cul que reali 25 toneladas didrias. O desenho das plantas fol feito por Luis Orsini de Castro, na ocasiao aluno da Escola de Minas, e que se tornaria depois um conhecido engenheiro ferroviario.* ‘Amaro Lanari acompanhou, pessoalmente, em Ouro Preto, o calculo do peril do forno ea elaboragao de seu proje- to. Sugeriu alguns detalhes, que foram aceitos, visando maior racionalizagao e economia na construgao @ montagem dos equipamentos, em conformidade com a técnica mais modor- nada época.* A Sidertrgica Mineira foi a primeira da América Latina a possuirum aito-forno de peito fechado, aquecido por aparelno *Cowper’ (de abdbada cilindrica). *O alto-iorno estava monta- do sobre seis colunas. Era revestido por chapas de ferro de 1/ 4". Sua altura total era de 14,35 m. Os diamatros do cadinho, ventre e“gueulard’ eram, respectivamente, de 1,30™m, 3me 2 m.As alturas do cadinho, laboratério e rampa eram, respecti- vamento, de 1,35 m, 40 cm @ 2,55 m. O forno era soprado por 8 algaravizes de 85 cm do déimetro © pressao de 1,50 m.O “gueulard’ tinha duplo fechamento, pelo sistema ‘Kennedy’, a tim de evitar perda de gases. ‘O alto-forno possula um ventilador*Root com acapaci- dade de 140 metros cibicos de ar por minuto. Os gases do alto-forno eram utiizados para acinar um motor de 250 cv. que, por sua vez, fazia funcionar um motor elétrico. Este é que movia o ventilador. O ar do ventilador era aquecido por dois aparelhos “Cowper’. Cada aparelho tinha 13,35 m de altura e diametro extemo de 4,70 m. 7 ‘A Primeira Guerra, ainda inacabada, dificultava os for- necimentos necessérios para @ construgae da usina, As im- portagées estavam dificultadas. Os equipamentos para 0 alto- forno foram, portanto produzidos ou recondicionados no Bra- sil2°A "Companhia Mecanica e Importadora’, de Sao Paulo, forneceu grande parte co material utiizado em Sabara: pamento mec&nico, aparelhos de carregamento, canalizagoes, "URUNDAVA-SE em 1917 na Coyitla Compania Sderrica Mins artcesora d Belgo- [ineta Pion v.38 yj 1987, ENTUSIASMO e enacdaegareatiom.. op Tip GOMES, Pracisco Matis. iris da Suderua no Bra, Bal Horizonte: Illa S50 Pa Ed a USP.T9R%, p 1S¢e 59 Sopndo ete ino autor Ls Orsini er recém-gndundona oc. STANART-A. op ci p16. LUCAS. 0 feo rasta do Heat ede Minas Gera, Usa, eo Hoizont, 7, 8 Mp2? ow. 1976, SGERSPACHER,! Notas scbre usin iderirsleas. Belo Hotorte, 199, p.19.0 attr co theed auto bem oforo, os ot encaeradodecolct-lo em funcienanen. 0 dienbo do ‘Moors eat sepredez dn p21. GOMES, FM. Misris da Siderargano Bra, op. 39, (Oumes leo infra de Grspocher) °GERSPACHER.1 cpt. 19, GOMES, FI. op. cit p89. SILVA, EM. 0 Ferm nz Miscira e na Economia do Brett, Rio de Janeiro: Comissto Bxecutva Ceatrl do ‘Scaqhcetenedanarpendeecia do Bra, 1972.01 ENTUSIASHOc tomskdadegemram oop. sit B © ‘colunas de ferro fundido, e anéis de sustentagao, Forneceu, também, motores a gas pobre, fabricados no exterior & recondicionados por ela. Esta firma pertencia ao Conde Siciliano, proprietario, também, da Usina de Sao Caetano do ‘Sul. Havia instalado um alto-forno Siemens-Mariim em Sao Paulo, que podia preparar aco de qualquer tipo e fundir qual- quer pega. forne tinha capacidade de produzir 30 toneladas por dia. Era o primeiro e maior alto-forno da América do Sul ‘AS chapas para a construgao do alto-forno de Sabard e dos aparelhos de aquecimento foram adquiridas e montadas poruma firma mecanica que possula oficina em Sete Lagoas, Minas Gerais, e que pertencia a um italiano, senhor Larena. Ostijolos refratarios foram produzidos por uma ceramica loca- Izada em Belo Horizonte, de propriedade de Carlos Antonini ‘Aargila era extraida de terrenos situados em Santa Luzia, Ou- tras chapas e paralusos necessdrios para a construpao da usina foram comprados no Rio de Janeiro. A oficina mecénica montada pela siderirgica Mineira em Sabaré contribuiu enor- memente para os trabalhos de construgao da usina. Ha alguns enganos incerteza sobre a data exata da conclusao do alto-forno de Sabaré € infclo de seu funciona- mento. *" As obras teriam sido concluidas em 1919, comegan- do a produzir gusa no mesmo ano, conforme afirmam varias fontes.**Para fazer funcionar 0 alto-forno, foi chamado 0 enge- nheiro José Gerspacher, que afitmou ter 0 forno ficado pronto para funcionar no final de 1920.Em 19 de outubro deste ano Kemp. 465. CARVALHO, op tp 177-178. ABREU, A.A. & PROENCA, ML, Cop. {p28 BANCO DO DESENVOLVIMENTO ECONONICO DE NINAS GERAIS, Sde- ‘sen Bra opt 5, p31. SIDERURGIA no Braid Colina Lo. Congreso Sides, Ro de aes m0, 22 mio 197. Em 19242 Compania Mecca pinezva infarer Morro Gande, real ferro de Sana Birra umalt-forno com caching produto de 2 enladsdras Ceara de Alexandre Sillan aRaul Scares deMowa. So Paulo 0205/1924, CPDOC, RS, 2408.02. “@ENTUSIASMO eteraceade parmiam.. pt 9 4 ‘ Afnrranem eldest engin, oe akoorne comespa a preduiren 1917, duassepin: te fontes SIDERURGIA no Bra, da Calais. lo, Congress, ok, p20 KEHDY, M0. [EDAGOIO, 8. B. Anus Micon nu Rea Vth, Bolo Hetzonte: Centro de Estas ‘Mincos, 1983, up S48 A pov iil eae 9 alo-oro comecase a yrouzitem 1917p exe aro eeavs que pro Cl. COMPANHIA Sieigic Minera. Aste. fp. 21 Jan 1917. GUMARAES,A. C. Ivo an reltrio presenta a.) ‘Scere gears (.) repent wo aur de 137, Belo Hint 1918, 9.31, Opec ‘epfoofical J egy Miia informe queo alo-frpe deSabar oi conauido am 116 C. INTEIRAMENTE temodelao lt-fornono.2 e Siderigica. 0 Pio, 1.0.20, ot 355, COMPANHIA Sinica Minera, Ceela-Mae..op. itp. &. HORTA. R. op. 2 CQUINARAES. A Sidra on Minas Gora 84 RESULTADO de ehsinacto cesta opmeniedr 0p. ct. € PASSOS, MLN. Monova. op. cit. CONHEGA su psa BelzoMinia Noticias, 1 9,» abe 1976. LUCAS, F, foe ct, p27. CINCO ‘iedinas feta ena pees usa Belg Mace Novos, 7m. 75,9. dee. 1081 ‘Oar joral a Belge Moin preserva verso mais comple "Em epi de 1920.3 ‘Simon poe notament em frcinaaents Oalefono (.) exuaraem martha. O prob, “Sreunsoygae doaltefomo ir reslvdossttotamente Resta agora di sa perso GENTUSIASNO temesdade, op, p3- esta venao supe que utes do fio de 1720 franc 1919, calf fk portocm fumsorarment mss it, Gerspacher acendeu 0 forno. Em 19. de novemioro seguinte, procedeu & primeira corrida de gusa, sem nenhum problema, (© forno funcionou perfeitamente durante dois dias. Gerspacher entregou, entao, os trabalhos do forne & responsabilidade do engenheiro Gil Guatimozim. Gerspacher era um dos trés ern- presarios que haviam construfdo @ Usina esperanga, em 1888, ‘em tabirio, e, em 1983, outra pequena usina em Miguel Burnier, ambas em Minas Gerai (O minério de ferro utilizado inicialmente no alto-forno de Sabara provinha de jazidas situadas a trés quildmetros da es- taco de Pompéu, de onde era transportado para a usina pe- los trithos da Estrada de Ferro Central do Brasil. Utlizavam-se {rds tipos de minério: a canga, oitabirito compacto ea jacutinga em p6 e silicosa. O calcdreo vinha de Vospasianc. O carvao era produzido coma madeira das matas da regio era trans- portado para a usina por diversos meios, inclusive tropas de burtos.* Na ocasiéo da construgao do alto-forno de Sabara, a produgao total didtia de ferro gusa em Minas Gerais era de 40 toneladas, proveniente de trés fornos localizados em Miguel Burnier ¢ Itabirito (dois altos-fornos da Usina Esperanca), to- dos pertencentes a firma Queiréz Junior & Cia. Calculando-se que a Siderdirgica Mineira produzisse 20 toneladas didrias de ‘gusa, a produgao de Minas Gerais seria clevada para 60 tone- ladas diérias. A produgdo anual do Estado atingiria aproxima- ‘damente 21.600 toneladas por ano. O consumo de ferro gusa pelas {undigdes brasileiras era superior a 150.000 toneladas porano."°A contribuicao da Sidertrgica Mineira, embora fosse importante, comparativamente, no contexto minelro, nao re- presentava, ainda, um avango significativo para as necessida- des de consumo do Brasil. Oalto-ornoda Sidertirgica Mineira foi remodelado, pos- teriormente, pela Belgo-Mineira e, sob novas condigdes técni- cas © aperfeigoamento operacional, chegou a uma produgao média diaria superior a 70 toneladas de ferro gusa.® As anti- © GERSPACHER, J, op. cit,» 19. SILVA, EMS, of, cit. p62. BAER, W, op. it, p- 80. GOMES, F M. of. ci p18 0 jomal “O Poser ego da Belgo-Mincin, contain a infrmyiode Gerspacic segs cul primeira corr ge teria ccurid em proble tna ral enue drt cord dpa tea Sconid mace powecad or una ‘plosao de ge he eis hore a ranks, resend por dezeas de pesioas que evar 10 fem usp para Sata Birbora Cf, O Pn. 1, 5, 1987, Poe oat lado, D operso lose Stha, qu tstallou a conaro anna asia sum naugurato, ao tnetclonaosortnca emcee, em seu deoineto ne pines comida de ps dao Dania. CL QUERIAMOS vero progress. tr ausira em funconanen. 0 Pine, v.22, 2 10jan. 1058 = GERSPACHER,J,op.t,p.19.SILYA,E M.S, op. ip. $3 SQUBIARAES, © furmdnpar e Retain op ctf 31-CARVALHO,E, op ctf 177 BERNARDES.A.S, Mensagem ac Congress Mini Ais do Senado Micra, 1923.35 “INTEIRAMENTE temodelndoo to-Dt .2deSizcrgica.OPloein. 1 20,p.|-o¥t 1955. En 199760 a-foer indaeastlieadn pla Bege-Mineia, CC LUCAS, be gas instalagSes da Sidertrgica Minelra passaram por remode- lagdes que as descaracterizaram. Novas instalagoes foram construfdas em Sabard pela Belgo-Mineira, sucessora da Si- derdrgica Mineira. O antigo“forninho’, veterano, chegou a fun- cionar até recantemente. Em 1984 estava intairamente des- montado, nada mais restando de pé, também, das primeiras instalag6es siderirgicas de Sabard.” Dificuldades enfrentadas ae a EB 5 pela Companhia ‘A Companhia Siderirgica Mineira enfrentou diversas | citiculdades, vencendo muitas, mas restando duas intranspo- | hivels. A experiéncia siderirgica de sous dirigentes era pe- ©) quena ou quase nula. As obras da usina nao dispunham de Eg @nergia eletrica pois a usina hidrelétrica de Sabaré era to precdia que mal permitia atender as necessidades urbanas. ‘A construgao e depois a operagao do alto-forno dependia de energia produzida no proprio local, com gas de gasoyénio ou proveniente do alto-forno.O inicio do funcionamento da Usina foi atrasado gracasa um acidente grave com um motor’Sulzer’, de fabricagao suica. Os trabalhos foram retomados somente depois que se conseguiu outro motor igual em Magé, Estado do Rio de Janeiro. ‘Ocorreu no somente um atraso no cronograma © de construgao da usina, mas 0 préprio orgamento inicial foi ultra~ passado. Os investimentos atingiram a elevada soma de 4.200;000$000 (um mil e duzentos contos de réis). O capital inicial era de 350 contos, podendo ser elevado, conforme os Estatutos da sociedade, para mil contos.Os acionistas ja havi- am feito saciiticios © os dirigentes da firma temiam ter que langar mao da seus bens pessoais para permitir a sobreviven- cia da Sidertrgica Mineira.” ‘O engenheiro Gil Guatemozim, que dirigiu a construcao REN SES ABS 27. Sua wiliaco foi também nein poseionmente: FERNANDES, FRANCISCO Rego Glave (ond) Os alors nineradveso Gras prtilerpresanal de ser mancaltasel- fo Bras: CNPgEmep Boon, 1982.2 p37 oe cara, Ultras ber by Clon comervara.m se pinete.em 984, un iolo Preveniont do prineio ato foro constui meus “+ ENTUSIASMO etemeidide gata O Pene « 3.0. 81 5.81957. + Rich pobbendscrnjorml ce Saar informsv “Estas que consid, pele que nc ino Thao eruyor de fauflayo cea porate Comparhi: assim. espera fara Bree 8 utes sus abalone. cena grademporinc dar ss cid” COMPA INA Caer () Minera. Gace Setar, 13 p.1,8dex 1518 »ENTUSLASMO ctencicade garntam...o. ct p.3.ESTATUTOS da Companhia Sides {Ba Minas at 30,JUCENG: 3.60 do alto-forno de Sabara, descreveu as dificuldades que a side- rurgia enfrentava em Minas Gerais: Se langarmos um olhar retrospective para agucles tempos em que tudo faltava, pessoal técnico, laboratérios ¢ méquinas; em que um faro de corrida duro. resolvia, quando possivel, por meio de arrom- bador edois mathos de 12 quilos, dado que nao havia oxigénto industrial; quando os temos trabalhavam 12 hhoras ¢, aos sdbados, nas mudancas de trabalho diur- ‘no para notumo, 18 horas; época em que os fornos, de peito aberto, apresentavam cadinhos tio acanha- dos que o vazamento de uma ventaneira bastava, nao rraro, para comprometer a producdo por varios me- ses, podemos sem exagero afirmar que cada tonelada de gusa, em verdade, custava sangue, suor ¢ légri- Vencenco as dificuldades técnioas e financeiras, cons- truiu-se 0 alto forno de SabarA e ele comecou a produzir”® Mas havia, ainda, outro problema sério para enirentar, 0 pro- bloma do mercado para a produgao sidertirgica nacional apés © fim da Primeira Guerra. A vonda de 2 mil toneladas do gusa, com pagamenio adiantado, feto & firma L.B; de Almeida, do Rilo de Janeiro, constituiu um grande alento para. Siderirgica Mineira”™ ‘A empresa necessitava aumentar a produgao de ferro gusa e também Iniciar a produg4o de ago, indstria nova no Brasil que envolvia grandes diiculdades. Os problemas da St derdrgica Mineira poderiam ser resumidos em duas palavras: capital e tecnologia, que representavam fatores essenciais.”* ‘A.Companhia tentou obter um emprestimo, procurando beneficiar-se de incentivos proporcionados por legislacdo fe- deral. Em 05 de abril de 1920 dirigiu um requerimento ao Mi- nistro da Agricultura, neste sentido. As leis de numero 12.943 e 12.944, de 30 de marco de 1918, autorizavam 0 governo federal a conceder protegao as industrias siderirgicas cue se fundassam no Brasil. A Sideriirgica Mineira obteve autoriza- ¢80 para assinar contrato com 0 governo a fim de obter em- AguMENTUSIASMOe teacdade gant... cp. 5 Trans de heco deumdiscurso ‘emmenagem sera siden 3 Que nibs indeago da Por, 9 fedatr Ge aig puticalo on jnc e987, epcveu que ascusoers ese” PDERNARDES AS. Mensagem so Congreve Mineo. 151, e938 ENTUSIAMO eleniidae faraiun.- p cit pS Baer ifima ge a Sierice Mincin * pute expertestovmaras clas em stasis ine prods” CI BAER, Woop chp 82 Nav nso parctonese *BGRNARDES. A'S Menagem. HBL lc it. p 38 CONHECA su empres. Belge Mi ana Noa, 0p, tio 1975 epi 0 7,878.3, e198. ppréstimo no valor de 1.800 contos, tomiando por base os bens da empresa.”* Para se ter uma nogao das dificuldades que a Compa- nhia enfrentou tentando recaber o dinheiro do empréstimo, suficiente saber que somente em 1922 0 governo mandouava- liar os bons hipotecaveis da emaresa, pelo engenheiro Luis Flores de Moraes, que os estimou em 1.700 contos. Mas, nes- ta data, a Siderirgica Mineira ja havia se transformado em ‘Companhia Sidertrgica Belgo-Mineira.’°A Belgo-Mineira, sé a muito custo conseguiria efetivar 0 empréstimo, muito tempo ‘depois de sua solicitacao. Falhou, portanto, para a Sideruirgica Minera a tentativa extrema de buscar recursos financeiros junto 20 governo federal. ‘A. Companhia tentou, também, solucionar o problema da ineufisiéneia tecnolégica buscando os recursos onde espe- rava ser possivel obté-los, no exterior. mas, também, sem su- cesso em sua primeira tentativa. No ano de 1917, pouco apés a sua constituigdo, os diretores da Companhia procuraram 0 ‘Cénsul da Bélgica em Belo Horizonte, J. Verdussen, com 0 ‘objetivo de obter sua intermediacao a fim de contratar umcon- tra-mestre e um ajudante belgas que pudessem instruir os tra- balhadores brasileiros da usina de Sabaré e dirigir as ativida- dos dos altos-fornos e conversores que seriam futuramente instalados pela empresa. Verdussen transmitiu 0 pedido ao ‘encarregado da Legagao Belga no Rio de Janeiro. Este, entao, informou 0 Ministro do Exterior da Bélgica, em Le Havre, ano: xando 0 texto contendo as condigSes de trabalho oferecidas pelos brasileiros. O contra-mestre e oajudante receberiam sa- larios mensais correspondentes a 625 e 375 francos., respec- tivamente, sem levar em conta as despesas com habitagao. Mesmo acreditando que os trabalhadores belgas seriamtrata- dos no Brasil, o Encarregado da Legagao tinha suas reservas sobre @ possibilidade do se enviar trabalhadores belgas especializados em siderurgia ao Brasil.” ‘A Companhia Siderirgica Mineira oferecia as seguintos condigées de trabalho aos belgas que aceitassem vir para 0 Brasil "SMeMORANDUM dos denies pedis quea Compania SienincaBelyo-Minira subnet Mhenevokme atengio de S, xa. 0 Sit De Ran Soares, digas Presidente Go Esto de Minor Gals Dello Honzoae, 30 de cezenbro de 1922. CPDOC: RS 2301.08, ABREU. AA. PROENCA, MLC. op cit. p31 STRENTIEME rapt oor MesiearsBartanon ot Mayrisch. Belo Honzome, 1203/1922 ‘Anquno &ARBEDen Laxentargo Josie CSB Rapport etnigus menus, alt 192 ft 1922, v1 ENCARREGADO dl gas telgy no Rin de Jairo Megha, 20 Barks de Revers Rio Josie LV03/1917 Angee do Mito lo Nepésos Exteires da Bélpea AMAR) dosé he “Ersgration au Bes” 1°. Un contrat de 3 ans renouvable au but de ce terme. 2°. Frais de voyage en second classe pour l'owvrier et ssa famille, tante au retour qu’a laller. 3%. Logement pour Vouvrier et sa famille. 4°. Un salaire de 500 mil réis pour mois pour le con- trasmaitre et 300 mil réis pour U 5%. Les appointements commenceront a courir des te Jour de U'embarquement dans un port d‘Europe en destination pour le Brasil. 6°. En cas de force mayeure (maladie tant pour Mouvrier que pour sa famille, accidente ou décts) le contrat pourra étre résilié avant ‘expiration du terme prevue et la voyage du retour sera df 7°. Une résiliation du contrat pourra étre la consequanced'intemnperance en faitdu boisson, cela aprés des remontrances suivies de retenuesde salaire, retenues que ne pourront jamais depasser 10% de sa valeur au maxiniwm. 8° Les ouvriers prennent engagement d'‘instruire le personnel brésilein qui travaille sous leurs ordres, pour a partie qui leurs incomble. Observation: l'avance d'une mensualité pourra étre {faite pour preparatifs de voyage.” (OMinistio do Exterior da Bégica consultou seu colega, 0 Min'stro da industria, sobre a proposta dos brasileiros. A res- posta deste ultimo foi negativa, nos seguintes termos: Nao te- mos interesse em perder técnicos como estes, 0 que traria ‘como conseqiiéncia a criacdo e 0 desenvolvimento de indis- trias no exterior que fariam concorréncia as industrias belgas, além de agravar a peniiria de mao-de-obra qualificada de que sofreria a Bélgica apés 0 término da guerra.” O desejo dos dirigentes da Siderirgica Mineira no pu- deram se realizar, Ficaram sem os preciosos trabalhadores especializados belgas. Nao era ainda desta vez que o governo @ 0s indusiriais belgas iriam colaborarpara o engrandecimen- b do Brasil. estavam voltados, exclusivamente, para as ne- cessidades préprias. Talvez em um futuro proximo mudassem suas perspectivas e resolvessem ajudar 0 Brasil, como ocor- reria com a oriago da Companhia Belgo-Mineira, pouco de- pois, a partirda compra da Siderirgica Mineira. Nao era brilhante o futuro da Siderdrgica Mineira, sem “CONDITIONS aq stron fine rou Vespagement us cetremutre capable de diet de Taus-ourncanse converiscuts ss gi ide, Cops; Consult de Belge dBelo-Hos oat BH. IMOVIO. AMAEB, 482, fas "Emigration au Bri MINISTRO di Insta e inbabo a Belpcas0 Ninro do Exterior da Bela. Le Hae 2ROM91T. AMAED, 4302, ols "Emigration a Bea perspectivas de resolver seus dois problemas basicos, tecno- logia e capital. Sua sobrevivéncia ficava ameagada. Em outu- bro de 1920, quase quatro anos apés sua constituicao, conti- nuavam insoldveis estes dois graves problemas da empresa. ‘A solugao encontrada foi a associagao ao capital estrangeiro ontorme se verd mais adiante, mas que, de fato, marcou ofim da Compantia, Testemunhos e vido operéria O jornal“O Pioneiro”, da Companhia Siderurgica Belgo- Mineira, fundado em 25 de dezembro de 1954, dedicou sua se¢do “Velha Guarda’ a pequenas reporiagens sobre alguns dos mais antigos trabalhacores da empresa, que ingressaram na época da antiga Siderirgica Mineira. O jornal apresenia Informagdes e depoimentos dos operdrios, tratando de aspec- tos antigos e mais recentes da vida de cada um e da empresa. Todos os empregados ainda trabalhavam na Belgo-Mineira na ocasido da publicacdo das reportagens. ‘Do material publicado ressalta, sempre, a imagem de um empregado satisfeito com seu trabalho e com a empresa, leal e dedicado ao servigo e ao patrao e realizado na vida.O. cardter oficial e laudatério das matérias publicadas nao fa sua importancia como ‘onte para o conhecimento da Side- rurgica Mineira, especialmente se levado em conta a escas- sez de documentos sobre os aspectos da vida operaria na usina da Companhia. José Silva era, em 1955, 0 mais antigo empregado da Belgo-Mineira ainda em servico, contando 36 anos de traba- tho na empresa. Nasceu em 1892. Em 1910, com a idade de 17 anos, foi admitido na firma. José ‘Silva relata como era seu trabalho, que consistia, entéo em ajudar a transportar as ma- quinas necessarias a usina: Naquele tempo néio havia estacdo ferroviéria/ de Si- derirgica. Pelo desvio que sa‘a de Sabard, transpor- tamos 0 motor a gas, os primeiros compressores € 0 elevador de carga do primeiro alto-forno que era ins- talado sob a chefia do Dr. Gil Guatimozin® ts fnionamenio, 0 Pinan. 1.2.7.2. 10 desta sina = QUERIAMOS vero progiesse tera wi Jin 19S. “Sidra” €9nemedo ke José Silva assistiu A inauguragao da usina de Sabard Fei um ato simples, ser muita festa, acompanhado de cerveja para pessoal, conforme conta: Fiquei realmente emocionado quando presenciei a primeira corrida de gusa no dia da inauguragao da tusina, Aquilo era uma novidade para quase todos nds € nos sentimos tocados de emogo quando vimos 0 ferro correr"* © fato de ser a corrida de gusa uma novidade para a maioria dos presentes signitica que eram poucos os trabalha- dores de entao que conheciam uma usina siderurgica. Quase toda a mao-de-obra da usina de Sabara era desqualiicada. José da Silva informa, também, sobre as condigdes de traba- tho na Usina: Naguela época ndto havia horas fixas para o trabalho. Entrivamos de manhi e ndo sabiamos quando iri ‘mos sai. Ficévamos trabalhando conforme a necessi- dadedo servico. Querianos ver o progresso, ter a.usi- na em pleno funcionamento. Nao posso deixar de fa- lar no Dr: Gil Guatimozin que, além de ser wm chefe muito bom, era também um grande amigo dos opera rios que sempre o estimaram merecidamente:® José Balbino Gomes era 0 segundo empregado mais antigo em atividade na Belgo-Mineira, em 1954, Nasceu em ‘Sabaré, Com sete anos ficou érféo. Terminando o curso primé- rio teve que trabalhar para ajudar a mée a tratar da familia. ‘Com 15 anos entrou para a Siderurgica Mineira , trabalhando como binanie. Quebrava pedras para fazer concreto, po's nao havia britadeita na época. Posteriormente, fol carroceiro, manobreiro de gas do alto-forno, passando por outros servir gos até, finalmente, dedicar-se ao servigo elétrico na Belgo- Mineira. Sobre seu trabalho inicial na Sidertrgica Mineira, José Balbino Gomes diz: Fui admitido como “binante” (...) Lembro-me bem desse tenipo. Ganhava um erezeira (um mil ris, na época) por dia. Era dura a vida mas confesco que ti- nha saudades, assim mesmo. (u.) Gostei de ter entra do para aprofissae, que é toda ¢ minka vida. +" dom, od Sia ne mensona ovrrncs de sldnte arn npr da in, iden "EM MONLEYADE nal can, uns me. 0 Pin vl. 1p 2.25. 198, José Elisério da Silva nasceu em Sabard, em 27 de se- ‘temoro de 1883. Entrouparao servigo da Companhia em 1917, nos primeiros meses da construgao da usina. Sou primeiro trabalho foi rogar 0 mato. Depols foi para a oficina mecdinica. Ganhava 700 réis por hora. Elisério trabalhou cerca de um ano na empresa, retornando em 1927, quando ja navia se transfor- mado em Belgo-Mineira. Diz ele: Eramos uns cingienta trabalhadores no comeco. Meus primeiros chefes foram 0 Dr. Gautimozinn ¢ Adolfo Machado. O regime de trabalho era mais duro, 12 horas por dia, tudo por facer, quase nenhuma assis téncia social. Nao tinhamos garantia nem a protege da Legislacao trabathista." Anténio Leite Filho comecou a trabalhar na usina em 1918, Em 1920 deixou o emprego é foi rabalhar como garcon em Belo Horizonte. Um ano depois voltou ao servigo na usina. ‘Sobre seus primeiros anos de servico na Siderirgica Mineira, dizque eram duras as condigées de trabalho @ 0 salario muito baixo, Um operdrio tecebia cerca de 70 mil réis monsais.*sDiz Ant6nio Leite: Em 1922, com a passagem da usina para a Belgo- Mineira, as coisas foram melhorando. Grandes modi- {ficagdes foram introducidas em todos os setores de ‘modo que os prSprios operdrios sentiam que Sidertir- ‘gica iria iniciar wna nova fase de sua existéncia’® ‘Armando Fantini nasceu em Ferrara, Itélia, em 1888, Com seis anos veio para o Brasil, acompanhando os pais. Morou em Juiz de Fora, Barbacena, Nova Lima e, finalmente, ‘em Sabara. Comecou a trabalhar na Usina em 1918, como ‘cavoqueiro. Deixou'a empresa em 1919, retornando em 1921. ‘Aprendeu, entio como engenheiro Gil Gautimozim, ooficio de mecanico, em que trabalhou até 1955.7 ‘Antonio Esteves nasceu em 1891. Muito novo: ainda co- mecou a trabalhar na Usina Esperanca. De aprendiz passou ao trabalho no alto-forno. Em 1919, comegou @ trabalhar na usina de Sabard, conforme conta: JOSE ELISARIO, um exjador que lomente bier, v2, 1. 33,p.2, ab. 1955. Ves também, Ba ss RNTONIO Lei Fihoviu nawcer a Belgo-Miacin. iden, x 2,n. 48, p24, dez 1956, “em. TV ARMANDO Fast 34 ans mente desmonts mgunas em Sidi. Tide, v1. 4 eto tm 1085, Arend Fatin Sir seu filo, também tabaloo t Belg Mine, Fot Freietod Sabu pel PDS, pari Bgato a govero fede o.data de 1780. Vim para Sidertrgica em 1919. Estava com 28 anos Isso aqui estava no comeco. Foucos acreditavam no sucesso da antiga Companhia Mineira de Siderurgia (sic). Pouco antes havia acontecido uma guerra da- nada que terminou com a derroia dos alemaes. Era tudo dificil pois as condicaes de trabalho eram ainda fracas. Os dowtores acreditavan, ao contririo dos ow- ‘rox. no futuro do irabaiho. Para mim que vinha de Esperanca, Sidertirgiea fazia pouca diferenga. Estra- hei no principio. Depots me ecostumei, fi amizades ‘com companheiros de trabalho que perduram até hoje. Foi un primo que me sugeria a transferéncia da Usi- na de QueirdzJinior para Sidertirgica. Ganhava pou co mais de 900 réts por més. Apesar de pouco, o di- nheiro dava bem para tocar a vida. /Ele morava em casa de pedra, ilwninada com tamparina de queroze, sent conforto algum/ Consegui em pouco tempo wna ‘methoria de vencimentos. De quatro mil réis por dia passe’ a perceber once mil rés. Como aumento de sald- rio veio também a ampliacdo das horas de servico.®* ‘Antonio recorda o funcionamento dos primairos tempos da usina em Sabaré: Imagine 36, mogo, que 0 transporte do minério de ferro era muitas yezes feito em balaio. As cagamivas somente nie davam conta do recado. O carregamenio do carvao se fazia em cesto, depois de fongas caminhadas em ton- bo de burro pelos difceis caminhes das matas.” ‘Anténio Rodrigues Crispiniano nasceu em Sabara, em 1906, Bairro de Nossa Senhora do O, onde se localizaria depois a usina da Companhia. Em 1920 ingresscu na firma, conforme conta: ™ANTONIOExee, BELGA de Sidi, conn st vida etapa. idem, {Toten 1935 Bem cede comecei altar pola vide, Brjto aoe 14 anos de idade, compreendi a obrigagao de auxiliar minha querida Mae. Ainda usava calgas curtas quando 0 sen- so de responsabilidade (.) fez com que procurasse 0 Dre Gil Guauirnyzinn (..)e Ihe expucesse, com toda fran- (quezas, a minha triste sorte de mening drfaoe sentrecur- sos. Pedicthe qualquer servigo. Eu precisava gantar (qualquer coisa paraajudar as despesas da casa. No dia seguinte ao pedido jé estava trabalhando. A primeira {funcao: quebrar pedras para a concretagem das bases dos edificis dos fornos e das oficinas da recém-consti- tuida Companhia Siderirgica Mineira, antecessora de Belgo-Mineira na fundagao do grande parque sidentr- ‘ico de que Minas tanto se orgulhia” Antonio Aires nasceu em 1903.Em 1920, com 17 anos, foiadmitico na Siderurgica Mineira, tendo artes trabalnadona Usina Esperanga como forneiro. Em seu novo emprego come: ou trabalhando no alto-forno. Em sequida foi passando por todas as segdes da Companhia, fixando-se, em 1923, na se- ‘go de cletricidade* Raimundo Bebiano nasceu em 1910. Entiou para a Com- panhia em 15 de fevereiro de 1921, com 11 anos, indo quebrar pedras para a construgao da usina. Durante muitos anos on- frentou os servigos mais pesados.** ‘Augusto Nascimento trabalhava como mecanico nausina de Sabara, em 1920. Seu filno Joao Nascimento, com seis anos Ihe levava o almogo todos os dias, tomando assim, contato com vida na usina, Aos 13 anos foi admitido na Companhia."*Olinto Mateus Pereira comecoua trabalhar em 1921, como pedreiro. * ‘Afonso Agostinho Alves nasceu em Ouro Preto. Traba- thou na Usina Esperanga @ depois na Usina Sao Juliéo (Burnier). Nesta altima, Domingos Braga Ihe ensinou 0 oficio de forneiro. Durante algum tempo trabalhou em uma fabrica de tecidos em Sania Luzia, apesar de ter aprendido a traba- Ihar em alto-forno. Em 9 de margo de 1920 passou a trabalhar na Usina de Sabara como segundo forneiro e, depo's, como primeiro forneiro. Absorcéio pelo capital estrangeiro Os dirigentes da Companhia Sidertirgica Mineira, na ten- tativa de solucionar os problemas vitals de capital e tecnolo- gia, buscaram, sem sucesso, 0 apolo financeiro federal e 0 ‘EU VLNASCER esa wna Mien v. L2H. 2 mio 1988, ‘EMI 35 ANOS de evo enham ackene dean tide, x 2.2, p 2 fv. 1986, ‘"KAIMUNDO bebiao, oraezs desi safsko de ate ecm 115,22 “ASUDOW efabear pani laminar deen da Amtica-ata Tide ¥.-0.23.p. 2 new 1988 ~ GERAQOES em Sideriepica. idem v. 1 m.2.p.4 SO PRETENDO sar da Usna uando more Idem ¥- 1,6, 9.2, 10mar 1956 apoio da Bélgica, que também foi negado. Um dos dirigentes, Christiano Machado era ligado ao Consulaco Belga em Belo Horizonte. E a Bélgica, tinha um historia siderurgica brihante. A solugao encontrada, apés o final da Guerra, oi aceder & proposta estrangeira de asscciagao ao capttal franco-belgo- luxemburgués. Em 1921 a Companhia Siderirgica Mineira foi adquirida pelo capital franco-belgo-lixemburgués, liderado pela ARBED (Aciéries de Burbach-Bich-Dudelange), luxemburgue- ‘sa, € pelo luxemburgués Gaston Barbanson, transformando- ‘se na Companhia Siderirgica Belgo-Mineira. Assim, se resolveram as dificuddades da empresa, mas as custas de gerar sua extingao e o nascimento de outra em- presa sidertrgica. A historia da absorgao da Companhia Side- rdrgica Mineira pelo capital estrangeiro deve ser estudada no contexto da expansao do capital belgo-luxemburgués, o que constituiré objeto de outro trabalho, para nao alongar muito os limites deste artigo. Devo-se desiacar, entratanto, o interessante proceso de absorgaio da Companhia Siderirgica Mineira pelo capital internacional. Constituida a Companhia Siderurgica Bolgo-Mi neira, esta comprouas agdes da Siderirgica Mineira pagando ‘com agoes da nova empresa. A Mineira foi extinta e seu patri- ménio incorporaco pela Belgo-Mineira, Conclusées O exame dos dados biograficos de seus principais acio- nistas e da composigao do capital da Companhia Siderurgica permite verificar que as familias Lanari e Guimaraes detinnam © controle acionario da empresa. Os oito membros de duas familias eram subscritores de 1.075 agées de um total de 1.750 ‘ages pertencentes a 20 acionistas. A familia Lanari possula 1825 ages ©. familia Guimaraes 250. Ambasdetinham61,43% do capital, sem computar as 25 que pertenciam a Ovidio de ‘Andrade, sogro de Lanari. Como se v8, nao exato afirmar que a Companhia pertencia a familia Guimaraes." ‘Aanaiise da composigao do capital inicialda sociedade e dos dados biograticos dos principals subscritores permite ainda perceber a proveniéncia do capital. A vinculagao entre a acumu- lagéio de capital proveniente da cafeicultura e a industrializagao de Minas Gerais é uma questéo que necesita ainda de pesqui- JANSSENS, B. rude de prcescusd duration Minas Gerais dans le conte del ‘asim mtcregsmale 6 Tra Brest, LauvrNewe, 1978p, 85-0 ster incor ‘sas°”No caso da Siderirgica Minsira, pode-se ver que afamfia Lara principal acionisia, tem suas origens em imigrantes italia- nos dedicados & agricullura, embora Lanar néio seguisseo mes- mo ramo de atividades de seu pai.O total das agbes dos indivi-

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