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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: A Igreja na Idade Média

DOCENTE: Prof. Wicliffe de Andrade Costa

Discente: Rhael Clay B. Soares


Análise do cap. 9 do texto de Ambrogio Donini “História do cristianismo” e “As
duas cidades” de Santo Agostinho.

Analisando os comentários descritos por Donini, no capitulo 9 do texto “História


do cristianismo”, no tópico o qual trata do texto de Santo Agostinho - “As duas
cidades”- é possível notar certas referências feitas pelo bispo de Hipona, a caraterísticas
identificadas não só naquele determinado momento no qual Roma estava enfrentando
invasões, mas que também podem receber interpretações atuais quanto às comparações
descritas por ele, no que diz respeito às “duas cidades”.
Por meio de diversas analogias e comparações, é notório que Agostinho faz uma
minuciosa distinção acerca do que ele considera como componente àqueles que fazem
parte da “cidade do amor-próprio” e a “cidade do amor de Deus”. Diante da invasão de
Roma, por parte dos visigodos de Alarico, velhos conservadores do paganismo que
outrora dominava a religiosidade romana, encontraram respostas para a derrota de Roma
e êxito no cerco empreendido por Alarico. Os últimos defensores do paganismo
atribuíram sua derrota como sendo consequência da cólera das velhas divindades.
Partindo então do princípio de haveriam duas cidades, uma que fora construída a
partir do amor-próprio, aludindo aos povos e culturas que não professassem o
cristianismo, já a outra cidade, fora construída a partir do amor de Deus. É notório
durante a análise do texto de Agostinho que não são mencionados países, impérios ou
nações diferentes, apenas a existência de duas cidades distintas, a do bem (aludindo
àqueles que seguem o ideal de conduta perante Deus) e a cidade do mal (atribuída a
Satanás), enquanto uma é baseada na graça e dependência de Deus, a outra se baseia na
perdição.
Percebe-se que as “duas cidades” não possuem limites físicos, tendo como palco
o mundo inteiro. Nota-se, também, que nas duas cidades se manifestam formas de agir e
conviver que muito se assemelham ao que as sociedades da época estavam habituadas a
ver, desde uma referência ao chefe que “admira a própria cabeça” (algo que está
relacionado à cidade do amor-próprio, mas que é identificado dentre àqueles que
afirmam compor a cidade de Deus), até a paixão do poder (que também é uma
característica identificada naqueles que compõem a cidade do amor-próprio, mas que é
algo intrínseco àqueles que estão nas camadas mais elevadas do poder e domínio sobre
o povo).
Donini finaliza o tópico que trata das duas cidades, mencionando algo que diante
da observação no que diz respeito ao contexto no qual a obra de Agostinho está inserida,
torna-se compreensível as motivações e o objetivo-fim por trás de seus escritos.
Podemos observar que ideal de “cidade celeste” continuará a confundir-se, na Terra,
com um grupo dirigente, ou seja, tal cidade é restrita para aqueles que dominam sobre
as massas.

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