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FICHA DE LEITURA - Transtornos Dissociativos e Conversivos - JOAO TEIXEIRA
FICHA DE LEITURA - Transtornos Dissociativos e Conversivos - JOAO TEIXEIRA
A presente ficha de leitura surge da partilha de um caso clínico pela Enfermeira Graça,
de um utente com transtorno dissociativo.
A investigação da dissociação e conversão iniciou-se com os estudos sobre a Histeria,
uma “disfunção do sistema nervoso” como resultado de um evento stressor que atuaria
na parte afetiva do cérebro de indivíduos vulneráveis, que datam de 1859, ano de
publicação do “Tratado clínico e terapêutico da Histeria” de Pierre Briquet2.
Na avaliação de um paciente com um quadro dissociativo ou conversivo, é necessária
a ausência de uma condição médica geral, uso de substâncias ou doença neurológica
que justifique ou explique a presença de sintomas. No entanto, a presença de
dissociação ou conversão não exclui a presença das anteriores. Ambas podem ocorrer
no contexto de outros transtornos mentais, ou de maneira autónoma, como transtornos
mentais independentes2.
Experiências traumáticas em fases precoces da vida, como na infância, e a presença
de situações stressoras recentes, como problemas psicossociais, dilemas ou conflitos
insolúveis, têm sido implicadas na génese do aparecimento de sintomas conversivos e
dissociativos, bem como na perpetuação destes na ausência de resolução dos agentes
stressores envolvidos. O convívio com outras pessoas que tiveram problemas
neurológicos ou outras doenças médicas graves pode predispor ao aparecimento de
sintomas conversivos em pacientes sugestionáveis2.