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A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA PRÉ-HISTÓRIA À EAD

Joelsom Leandro¹
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Danieli Aparecida From

RESUMO

Este artigo tem como objetivo refletir sobre o conceito de educação e seu
desenvolvimento ao longo dos tempos, para tanto, neste estudo, será explanado de
modo sucinto, o caminho a qual a educação foi desenvolvendo-se nos diferentes
povos que de algum modo influenciaram na cultura ocidental da contemporaneidade
e consequentemente, será destacada a importância da Educação a Distância nos
dias atuais, nos quais se vive a denominada era digital. Com a pesquisa conclui-se
que a educação é uma das peças fundamentais no desenvolvimento de um povo e
que sem valorizá-la esse desenvolvimento estará comprometido, para isso é
necessário adequa-la às novas ferramentas que vão sendo descobertas sem medo
de que ferramentas antigas e eficazes possam ser substituídas, como por exemplo,
a figura do professor em detrimento de novas tecnologias. Nesse sentido, é
necessário olhar a Educação a Distância como uma eficaz ferramenta para a
educação, pois ela adapta as ferramentas tecnológicas mais atualizadas às
necessidades atuais sem deixar de lado a essência da educação que é a
transmissão do conhecimento.

Palavras-chave: Sociedade. Educação. História. EAD.

ABSTRACT
This article aims to reflect on the concept of education and its development over
time, therefore, this study will be explained succinctly, the way to which education
has been developing in different people that somehow influenced the culture Western
contemporary and consequently will highlight the importance of distance education
today, in which we live the so-called digital age. Through research it was concluded
that education is one of the key pieces in the development of a people and not
appreciate it this development will be compromised, it's necessary to suit it to the
new tools that are discovered without fear of old tools effective and can be replaced,
for example, the teacher figure at the expense of new technologies. Therefore, it is
necessary to look at the Distance Education as an effective tool for education
because it adapts the most current technological tools to current needs without
ignoring the essence of education is the transmission of knowledge.

Keywords: Society. Education. History. EAD.

1 INTRODUÇÃO

Muitas vezes pessoas afirmam que os problemas existentes em uma


sociedade estão ligados à falta de educação do povo que a constitui, partindo desse

¹ Aluno do Curso de Pós-Graduação em Tecnologias e Educação à Distancia - Faculdade Dom


Bosco.
² Orientadora. Professora da Disciplina de Metodologia Científica - Faculdade Dom Bosco.
pressuposto, faz-se necessário um entendimento mais profundo a cerca do conceito
relacionado à palavra educação.
Segundo Cortella (2015), muitas pessoas relacionam a palavra educação à
ideia de escola, porém no mundo ocidental a escola é muito recente em termos de
organização da vida relacionada à educação.

O radical da palavra ‘educação’ é docere, de educare, que é ‘doce’ e


também significa conduzir. Está presente em vocábulos como
‘viaduto’, ‘oleoduto’, ‘gasoduto’. Educação é o que conduz cada
indivíduo, desde criança, a tornar-se humano, formar-se humano, ser
humano (CORTELLA, 2015, p. 17).

A educação é a principal ferramenta na formação da consciência crítica, pois,


segundo Freire (1996) apud Tomelin e Siegel (2007, p. 57),

somente pela educação as pessoas serão capazes de construir a


sua criticidade perante a sociedade. Consequentemente deixarão de
ser ingênuas, objetos de exploração dos poderosos e serão sujeitos
do processo educativo, com consciência própria e crítica sobre a
realidade.

Quanto ao conceito de educação pode-se concluir que não se nasce pronto, é


necessário ser educado e o que se é hoje é resultado de um processo de formação,
e a educação faz isso em todas as instituições da vida, inclusive a escola. Em
relação a esse conceito Cortella (2015, p. 17) diz que a “educação é tudo aquilo que
nos molda, nos orienta, nos organiza em nossa trajetória, o que inclui também a
escola”.
Então o que se é hoje é consequência de um longo caminho de
desenvolvimento humano desde seu surgimento no planeta no período pré-histórico,
passando pelo desenvolvimento das civilizações antigas que deixaram diversos
legados, que, após sucessivas transformações, foram formando os fundamentos
culturais das sociedades atuais.
De forma sucinta este trabalho tem por objetivo mostrar a evolução da
educação nos povos que deram origem à sociedade ao longo dos tempos, desde a
Pré-História, passando pelas Idades Antiga e Média e pelas grandes mudanças da
modernidade e contemporaneidade, culminando na modalidade Educação à
Distância (EAD) que tem crescido muito na chamada era digital.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Sabe-se, de acordo com Burg, Fronza e Silva (2013), que o que diferencia a
Pré-História da História é o desenvolvimento da escrita; inicialmente com os
desenhos de seres humanos e animais pintados em cavernas e sobre as rochas,
passando pela escrita cuneiforme, a escrita mais antiga que se tem conhecimento,
até chegarmos ao primeiro alfabeto fonético, precursor do alfabeto que utilizamos
hoje. Assim, nas culturas ágrafas da Pré-História a educação dos jovens ocorria por
meio da imitação, a família era o centro da educação das crianças, o único meio de
transmissão de conhecimento aos descendentes. Como não havia escrita, esses
ensinamentos ocorriam por tradição oral.
A Idade Antiga, conforme Burg, Fronza e Silva (2013), é determinada pelo
surgimento da escrita (por volta de 4000 a.C.) e vai até a queda do Império Romano
do Ocidente (476 d.C.). Os estudos dos povos da antiguidade são divididos em
Antiguidade Oriental (mesopotâmicos, egípcios, hebreus, fenícios e persas) e
Antiguidade Ocidental (Grécia e Roma).
A Mesopotâmia compreende as regiões em que surgiram as primeiras
civilizações e que ficaram conhecidas como Crescente Fértil (hoje parcial ou
totalmente Egito, Israel, Líbano, Jordânia, Síria, Turquia e Iraque). Os povos que a
habitaram dominaram técnicas como a domesticação dos animais, a agricultura,
metalúrgica, escultura e a escrita cuneiforme (talhada em argila por um estilete e
depois cozida para endurecer). A escrita cuneiforme surgiu ligada às necessidades
de contabilidade pelos escribas, sua escrita era ideográfica, ou seja, expressava
uma ideia. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar a escrita
fonética, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado e cada sinal
representava um som (BURG, FRONZA E SILVA, 2013).

Das poucas informações relacionadas ao processo educacional


desse período, sabe-se que predominava a educação doméstica,
com a transmissão dos saberes e culturas passadas de pai para
filho. Após a conquista da Babilônia pelos assírios (por volta de 1240
a. C.) foram criadas escolas públicas para impor ao povo os valores
e crenças dos conquistadores. Além da educação escolar, a
educação familiar (primeiro da mãe, depois do pai) ensinava os
ofícios (profissões) em pequenas oficinas artesanais, cujo método
não era institucionalizado. Baseava-se apenas em observar como os
adultos faziam e repetir o processo (CAMBI, 1999, apud BURG,
FRONZA E SILVA, 2013, p. 21).

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Dentre os vários legados deixados pelos povos mesopotâmicos, vale destacar
as contribuições dos hebreus. Ainda segundo Burg, Fronza e Silva (2013), para
manter a sua identidade, os hebreus aprendiam a ler, escrever e tinham noções de
aritmética. O povo hebreu destacou-se no direito, na literatura e na filosofia. O
Código Deuteronômio era a base do direito judaico e pregava uma sociedade mais
democrática e igualitária. Na literatura, os hebreus nos deixaram a maior parte dos
chamados livros apócrifos contidos no Velho Testamento. Os fundamentos religiosos
advindos dos hebraicos serviram de base para muitas teorias tanto políticas e
étnicas, quanto religiosas ao longo dos tempos, sobretudo para o cristianismo, que
herdou desse povo muitas das ideias difundidas até hoje.
Pode-se afirmar que a Grécia Antiga é o berço da civilização ocidental.
Segundo Palma Filho (2010) o mundo grego foi rico em questões educacionais, os
ensinamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles prevaleceram sobre os demais
pensadores daquela época. Duas cidades-estados rivalizavam-se na Grécia Antiga:
Esparta e Atenas e elas tinham concepções de educação diferenciadas. Esparta,
uma sociedade guerreira, defendia uma educação militar e cívica repressiva, em que
todos os interesses eram subordinados à razão do Estado. Atenas, uma cidade-
estado democrática, usava o processo educativo como um meio para que o
indivíduo alcançasse o conhecimento da verdade. Sócrates inventou um método
pedagógico envolvendo a ironia e a maiêutica distanciando-se tanto de Esparta,
onde a educação atendia aos interesses do Estado, quanto dos sofistas, com a sua
educação voltada apenas para o sucesso individual. Sócrates foi pioneiro em
reconhecer o valor da personalidade humana.
Já a educação na Roma Antiga, conforme Burg, Fronza e Silva (2013),
valorizava as virtudes do cidadão e do soldado, sempre respeitando a lei, a
memorização e os castigos físicos faziam parte da rotina educacional. A educação
ocorre em três diferentes períodos. A primeira, educação latina - fundamentalmente
patriarcal, a fundamentação da educação era a família, principal fonte de construção
de virtudes. A segunda, educação de influencia helenística – Roma cria a ideia de
império adotando uma cultura universalizada dando o direito de cidadania romana
aos povos conquistados em troca de impostos e a educação se volta à formação do
homem virtuoso, como ser moral, político e literário. A terceira, a educação greco-
romana – fusão das culturas grega e helenística, onde Roma cria um conjunto de

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políticas escolares inovadoras, surgiram as primeiras bibliotecas romanas com obras
gregas e a fusão das duas culturas fez o povo trocar velhas tradições e passar a
utilizar os dois idiomas (grego e latim).

Com o surgimento do Cristianismo mudam os rumos da cultura


ocidental e consequentemente as ideias sobre o processo
educacional. Entretanto, a História do Ocidente nos ensina que,
durante cinco séculos, o Cristianismo conviveu com o Império
Romano. Dentro do Cristianismo, Jesus foi o primeiro mestre,
seguido pelos apóstolos, pelos evangelistas e, em geral, pelos
discípulos do próprio Jesus. Era uma educação sem escolas como,
aliás, fora em outras religiões. A comunidade cristã primitiva é o meio
pelo qual se desenvolve o processo educacional. Este, pouco a
pouco, vai se convertendo na organização da Igreja de um lado e da
família de outro. Estes são os dois núcleos básicos fundantes do
processo educacional, à medida que o Cristianismo se
institucionaliza em Igreja (PALMA FILHO, 2010, p. 19).

O período histórico compreendido entre o fim do Império Romano (século V) e


o fim do Império Bizantino (século XV) ficou conhecido como Idade Média. Segundo
Burg, Fronza e Silva (2013) na Idade Média, principalmente na Europa, existiram
três grandes grupos sociais. Os servos – trabalhavam nas terras de um senhor, para
estes a educação acontecia no interior das famílias onde as crianças aprendiam o
trabalho com a terra. A nobreza – eram proprietários rurais cujos filhos ingressavam
na cavalaria e possuíam uma educação para a guerra ou até um professor particular
como preceptor. E por fim os sacerdotes – a igreja foi a principal instituição
educacional da Idade Média, para o clero a educação servia para a elevação do
espírito.
Não se pode esquecer também que foi na Idade Média que surgiram as
chamadas corporações de ofício.

As corporações de ofício eram instituições de artesãos que


fabricavam produtos manufaturados como tecidos e sapatos. As
corporações formavam uma espécie de sistema de aprendizagem
entre os artesãos. Iniciavam ainda crianças como aprendizes,
galgavam posto como oficial e poderiam chegar a mestre, posição
que os possibilitaria abrir uma corporação própria. (JÚNIOR, 2001
apud BURG, FRONZA E SILVA 2013, p. 102).

Ainda segundo Burg, Fronza e Silva (2013), as corporações de ofício foram


uma inovação na sociedade da época e surgiram um pouco antes das universidades
e foram inspiração para as mesmas. A igreja teve grande importância no surgimento
das universidades já que para o clero era um prestígio participar como catedrático
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em uma universidade. Ao longo dos tempos as universidades se firmaram como
principal instituição de ensino ao serem formuladoras das reformas educacionais e
propositoras de novas ideias de ensino.

O século XV inaugura uma nova fase na trajetória intelectual que o


ser humano vem trilhando desde a Antiguidade Greco-Romana. O
homem do Renascimento confia na razão e nas aquisições culturais
da Antiguidade. Essa mudança no modo de ver o mundo e o próprio
homem teve uma estreita relação com os avanços da ciência da
época e com as descobertas tecnológicas. Assim é que as grandes
navegações, a invenção da bússola e, principalmente, a invenção da
tipografia por Gutenberg aumentaram a crença nas possibilidades do
homem, favorecendo o individualismo, o pioneirismo e a aventura.
Hoje, diríamos que beneficiou o empreendedorismo. Desse modo,
era inevitável que surgissem novas concepções de educação e de
ensino (PALMA FILHO, 2010, p. 19).

O século XV é o marco inicial do período conhecido como Idade Moderna,


que finda com a Revolução Industrial no século XVIII. Nesse período a humanidade
viveu diversas transformações nos campos político, religioso, artístico e cultural. Na
política destaca-se o fim do Império Bizantino; na religião a Reforma Protestante e a
Contrarreforma; o campo artístico e cultural foi marcado pelo chamado
Renascimento Artístico e Cultural, expressão resultante do movimento humanista
que mais tarde influenciaria no Iluminismo. No campo educacional uma das
principais mudanças foi na educação primaria com o surgimento de escolas de
alfabetização. Questões como o Iluminismo, a Revolução Francesa, a
Independência dos Estados Unidos e a Revolução Industrial simbolizaram uma nova
forma de pensar a vida em sociedade, onde Estado e religião são separados, e a
produção de conhecimento deixa de ser orientada apenas pela Igreja e passa a ser
patrocinada também pela burguesia. A educação, em relação à Idade Média, passa
por profundas mudanças deixando de ser centrada a teologia e passando a ser
voltada às ciências físicas (BURG, FRONZA E SILVA, 2013).

O século XIX vê surgir das entranhas do iluminismo do século XVIII


duas concepções antagônicas de organização social e de educação.
De um lado, está o positivismo que busca consolidar o modelo
burguês de educação e, de outro, o movimento popular e socialista.
O primeiro tem em Augusto Comte (1798-1857) [...]. O segundo tem
como expoente Karl Marx (1818-1883). Ambos representam
correntes de pensamento que, ao lado do ideário católico e do
liberalismo, influenciarão o pensamento pedagógico brasileiro do
século XX (PALMA FILHO, 2010, p. 19).

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Não se pode deixar de reforçar que a educação na contemporaneidade sofreu
uma grande influencia da Revolução Industrial, que, como mostra Burg, Fronza e
Silva (2013), deixou como consequência transformações extremamente radicais, um
mundo rural e relativamente pacato, passou a ser majoritariamente urbano. Este
mundo urbano passou a ser vetor de escolarização em massa, pois proporcionou
diversas profissões liberais, exigindo assim escolarização. Ofícios tradicionais como
os de médicos e advogados se juntaram aos de engenheiros, jornalistas e tantos
outros que surgiram com a diversificação da especialização do trabalho.
Todos os estágios a qual a educação ou a produção de conhecimento
passou, na qual aqui os principais foram evidenciados, poderiam ser explanados
também sob outro olhar. Alvin Toffler (1995), cientista norte-americano, citado por
Kampff (2009), mostra que é possível dividir a sociedade em três ondas civilizatórias
ao longo da história. A primeira é a onda agrícola – vai do surgimento do homem até
o século XVII, neste período predominavam grupos que viviam isolados e que
produziam e consumiam apenas o necessário para sua sobrevivência, as
informações geralmente eram propagadas de geração em geração. A segunda é a
onda industrial – uma nova escala econômica surge, produz-se em excesso para
trocar por moeda corrente, que por sua vez será trocada por outros produtos
necessários à sobrevivência, detém o poder quem tiver o maior capital financeiro,
multiplicam-se as escolas para atender às necessidades da sociedade industrial. E a
terceira é a onda digital – surge com as redes de computadores entre 1960 e 1970
proporcionando uma ampliação nunca antes vista de acesso à divulgação de
informações e com o grande número de informações, não basta apenas aprender a
acessá-las, é preciso estabelecer relações entre elas, aprofundá-las, daí a
necessidade de uma modernização na educação. Em relação à educação a
segunda onda ainda é predominante, porém diversas iniciativas e discussões
pretendem transformar a educação com um objetivo de formar cidadãos capazes de
exercer plenamente seus direitos com consciência de seus deveres, formando uma
sociedade em que o maior valor é o conhecimento.

A educação que desejamos hoje tem que surpreender, cativar,


conquistar os estudantes a todo o momento. A educação precisa
encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar
novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói a partir
de constantes desafios, de atividades significativas, que excitem a

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curiosidade, a imaginação e a criatividade (MORAN 2007, p. 167
apud MARASTONI, 2014, p. 87).

É essa educação inovadora que se espera ver presente em nas escolas no


período denominado “era digital”. Segundo Marastoni (2014, p. 87):

A escola é um dos espaços privilegiados de experimentar situações


desafiadoras do presente e do futuro, e como trabalha com o
desenvolvimento integral do ser humano, é sabido que quanto mais
tecnologias avançadas surgirem, mais a educação precisa de
pessoas humanas, evoluídas, competentes e éticas. Além disso,
percebe-se que o futuro da educação está relacionado com novas
mídias e tecnologias, com a educação a distância, com salas de aula
que tenham computadores, tablets, novos mecanismos de interação
utilizando a tecnologia como suporte pedagógico.

Porém, é preciso deixar claro que a figura do professor em sala de aula não
pode ser substituída por esse sistema tecnológico, a tecnologia deve sim
complementar o seu trabalho. O professor continua a ser essencial na educação
moderna.

Por isso o professor nunca perderá seu espaço em sala de aula, se


este profissional acha que vai ser substituído pela máquina, ele é que
deve ser substituído. Essa frase pode ser um tanto chocante, mas se
um professor se considera tão inferior a uma máquina, ele não é um
profissional preparado para trabalhar nesse novo processo de
Educação moderna (GEBRAN, 2009, p. 23).

Dentre as diversas modalidades de ensino que existem atualmente, a


Educação a Distância é, certamente, uma das modalidades de ensino que se
encaixa com perfeição nesse contexto de educação.

A educação a distância é uma modalidade de ensino que busca


estender os espaços educacionais. Como um espaço privilegiado,
oferece um sistema tecnológico que amplia o potencial de
metodologias didáticas. Objetiva, também, expandir as oportunidades
de ensino em locais que não favorecem o acesso à Educação e
ajudam o cidadão a se familiarizar com os meios tecnológicos para
uma formação continuada (FANTINATO, 2014, p. 97).

O conceito de Educação a Distância no Brasil é definido oficialmente pelo


Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005:

Art. 1º - Para os fins deste Decreto caracteriza-se a Educação a


Distância como modalidade educacional na qual a mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios e tecnologias de informação e

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comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL,
2005, p. 1).

Enfim, Moran (2011) salienta que as atividades a distância são primordiais


para a aprendizagem atual, para atender a situações diferenciadas de uma
sociedade cada vez mais complexa. Embora enfrente ainda muito preconceito, a
EAD é fundamental para mudar processos inadequados e com alto custo quando se
fala em ensinar para muitas pessoas, ao longo da vida. Há várias práticas de EAD
muito interessantes, diversificadas e cada vez mais sólidas que apresentam
diferenças na qualidade e possibilidades de aprimoramento. A educação a distância
está se expandindo e afetando profundamente à educação como um todo. Num
mundo conectado, a educação a distância vem tornando-se um eixo norteador de
mudanças profundas da educação como um todo.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Refletir sobre educação pode muitas vezes levar a um paradoxo: a educação
pode ditar os rumos de uma sociedade, ou são os rumos que uma sociedade toma
que ditam sua educação? Não há duvidas de que a educação tem um papel
fundamental na construção de uma sociedade e que influencia diretamente na sua
cultura. Ela pode ser a principal ferramenta de libertação de um povo, mas pode
também ser utilizada como uma eficaz ferramenta para sua alienação.
A educação se adapta às ferramentas existentes em cada tempo, como nas
pinturas rupestres da Pré-História ou nas redes de computadores dos dias atuais. A
educação pode ser usada para a libertação e produção do conhecimento, como na
filosofia clássica da Grécia antiga ou ainda no Renascimento e Iluminismo que
marcaram a modernidade, ou pode ainda ser instrumento de alienação como na
Idade Média, onde a Igreja privava o povo do saber para assim permanecer como
figura central daquela sociedade, ocasionando assim uma dezena de séculos com
certa estabilidade sociopolítica e sem grandes descobertas científicas.
Porém, o que fica claro é que a educação tem de ser uma das peças
fundamentais no desenvolvimento de um povo e que, sem valorizá-la, certamente
esse desenvolvimento estará comprometido. Para tanto é necessário adequa-la às
novas ferramentas que vão sendo descobertas, até por consequência do
investimento na própria educação, sem medo de que ferramentas antigas e eficazes
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possam ser substituídas, como por exemplo, a figura do professor em detrimento de
novas tecnologias.
Nesse sentido, é necessário olhar a EAD como uma eficaz ferramenta para a
educação, pois ela adéqua, dentre outras coisas, as ferramentas tecnológicas mais
atualizadas à necessidade de mobilidade e também à otimização do tempo,
questões tão preciosas na contemporaneidade, sem deixar de lado a essência da
educação que é a transmissão do conhecimento.

REFERÊNCIAS

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Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da República Federativa
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FANTINATO, Tania Mara. Formação docente para a diversidade. Curitiba: IESDE


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KAMPFF, Adriana Justin Cerveira. Novas Linguagens em Educação. 2ª Ed.


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MARASTONI, Josemary. Múltiplas competências para os profissionais da


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