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ROBERTO LUIZ SULVA Pos-doutorado pele The University of Texas Especialista em Direito Interne Professor Associado (RJU} ds UFMG DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO. 4 EDIGAO Revista, atualizada e ampliada Belo Horizonte 2010 Le ie por se rape, sjom quis fora os ios groin, tm perio per sso, do Eso linge no Groat | Pats in Bea waroRAoR AOR Souder Diotcdio responsive: Moria da Contigo Arado cre 6 1238 ‘Arminka mie, Maria Luiza, pelo apoio imprescindtvel de todas as horas. PREFACIO © convite para prefaciar esta nova ediso do Direito Internacional Paiblico (2010) de Roberto Luiz SILVA, considerado o fato de sermos (praticamente) da mesma gerapdo — assim excluida a relagio interge- racional de continuidade e de renovagtio ~, somente se poderia expli- ‘car por dois dados: o primeiro seria de ordem pessoal, expressdo da amizade, combinada com ree{proco respeito e admiresio; ¢ o segun- ¢o, de ordem institucional, seria antes atribuivel & minha condigio, desde 2007, de titular da mais antige cadeira de direito internacional ‘iblico do pais, em funcionamento ininterrupto desde 1828, na Fa- culdade de Direito do Largo de Sto Francisco, ha 76 anos integrada & Universidade de Sao Paulo. Esta € a celula mater da qual vieram todas as demais ~hoje mais de til ~ escolas juridicas do pafs. E cumpre assinalar que, justamente, foi uma ligko de direito internacional, a anla inaugural do curso juri. dico de Sto Paulo, proferida por AVELAR BROTERO, em marso de 1828, dois meses do inicio do funcionamento da da. BROTERO ndo somente foi o primeiro lent l ‘nomeado por D. PEDRO I, logo aps a fundagio dos cursos juridicos do pals, por meio da loi de 11 de agosto de 1827, como foi o primeito titular da cadeira de “direito das gentes, eclesi como entlo se denominava, entre nos, a disci (8 seus primeiros 44 anos. ~ Assim, combinam-se neste momento a alegria ¢ os cumprimentos pela nova edislo com a qual nos brinda Roberto Luiz SILVA, qual, por meio destas breves linhas, venko me associar, com voto oporttino 2 formulas, Este caro amigo ¢ colega tem ocupado de modo consis. tente 0 seu espago, como docente e como pesquisador de reconhecida qualidade competéncia, na drea do direito internacional e a sua tra. 44 sobejamente conhecida — aqui ¢ no exterior ~, dispensaria Gualquer apresentagto, A atuatao internacional & (tautologicamente) do trabalho de qualquer docente ou pesqui- rnacional, © esta internacionalidade tom sobe- ea regen durante sador em direito jamente pautado a formag&o ¢ o conjunto da obra de Roberto Luiz: k ‘mostra este ter desde cedo compreendido, como dizia o meu antigo SUMARIO mestre, Irineu STRENGER, “nfo se poder fazer direito internacional wegen ‘no quintal de casa”. Pode ser que ainda exista quer parega erer que se ito comparado;felizme! SILVA, que completon a sua formagéo internacionalista com cursos na Alemanha, na ONU e1nos Estados Unidos, e mantém intensa agen- is CAPITULO 1 Da IisroxrANcta bo Dineiro INTERNACIONAL NOS DIAS AT L 1. A Nova Ordem Bcon6mica Internacional ~ NOEI. 1 te conta qus lve aunt coms maven prfeténelacdisigte 2. A Nova Ordem Internacional NOT (1989). 4 : : 2.1 Nova ordem politics internacional no. : 4 De Sto Paulo para Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 2010 Pasties iaes ae eee ie 2.3 Nova ordem do comé 4 PAULO BORBA CASELLA eo 2 da Faculdade de Direito da. Universidade de S80 Paulo CAPITULO 2 [A SOCIEDADE INTERNACIONAL E0 DIREMROINTERNACIONALewnsanen 39 Sociedade Internacional ~ $1 nar : - 9 40 | 40 i 2 1 4“ 4s 46 46 46 22 Terminologa. 48 23 Divisio... 49 ‘ 24Rel 30 50 “"apaqopul ORSIpeIDE COT red wo eptrayap ORSIPENXT Z'OT “epee ovSypeme or " S088 9p opnisy gj “~~ ouooouaaT o¥Snpay 16 ‘piped op omuouagodt 7g ~ opypad op owouajopar 1g “" ORSIPesnea 2p opIpaa 0 RSPEI op oss00014 7 tape 28 opm anb uo sasoipdiay€'9 Sein ‘ONSipeNX® op ving Thy “eager osdipeneg pp ePIadaE Fy “mapt 99 HON ey ~"apepnapyoRseumoK eng 2p * eaundereopnt ano scopap my, syentouepung sordiousg“y ePos0 ap wssoug 7g ’ 162 ez 6c. xe eae “ owSypeuix9 op sopeiERL [-¢ ae onmouepang “¢ PoIpung ezarmey-Z 91 OTALavo “osndg op eanug “y S8itq preuoy oseg -g 120 2 epepmrgssodiay op eBanug a psig 9 nrodaq x omawuppadaay¢ oyseniorag st oTnLyavo “or FSR OU ONSY ap OMFG CO 'y aan~ eybuponiay ss Ba $OLEHCL sr OTT HAVO onsusita7 9's 189 08 saQ5epON §'5 “= SS1aNGp 9 SOHC YS seig ov epenue v umd soynatmnpadun ¢'¢ ‘spay 9 pfeaoey

N5HPRy ‘Epp SpEPHBUOIOEN 7°¢ jeossog wpouaredaroy * eavase od ovdrasrenr TLomngavo sound £2 4p on maa ap osceNENORA TYE loxanp 2p omteao5 Zz oe giz siz ‘oy 9 OWBAOD [TZ omotmsaqqn0oey 1°S"T “-oqUTDOqUONOY ap SEU £1 yeooyoousayuy opSezqusixo 10d omaumoaquoseY, y'1 ‘opeysa sod oyramroaqyuooay €°1 ‘opeisa op omaumpsaquooay t snare QAO) 80 8 OCVASE 30 OUNEHIORHNOOET momyyavo pMIRUY Z9'S'E CAPITULO3 3.1 Operagies paae 3.2 Operagiies de crédito, 3.3 Operagies de transporte 4. Lex Mereatoria ¢ Soberania Nac 5.Jurispn 6Act of July 19%h, 1984, SP Ne Tome EUA.. 7, CoMehas8 cn CAPITULO 4 Fowres no Dinerto INTeRNAcIONA! 1. Fonte x Fundamento, 2. Classificasio 3. Fontes, segundo 0 Bata de Conte = Intennacionl de Suan cu. 3.1 Fontes principais, 3.2 Fontes aunilares ou secundérias. 3.3 Hierarquia das fontes, 4 Fontes no, revises uo Esato da Corte internacional caPiTULOs ‘Trarabos IreRwactonais 1. Tntrodugdo. 2, Conesito. 3, Terminologis 4. Condiges de Validade dos Tratados 4.1 Capacidade das partes. occas 4.2 Habilitagto dos agéntes signatérios.. 4.3 Objeto ito e possiv 4.4 Miituo consent 5. Classificago dos Tratados.. 6. Fundamento dos ‘Tratados... 7. Bisito dos Tratedos. 8. Normas Contrad 9. Composisio. 10. Idiomas... Processo de Conclusio.. 12, Execugto dos Tratados. 13. Intexpretagio dos Tratados.... 13.1 Métodos de interpretagao. 14. Conflito Tratado x Direito Lntero. 17 Sistemas de Recaso dos Tatados lntecnsion 18. Os Tratados no Direito brasileiro. 18.1 A Constituigto, 18.2 Apreciagto do Legislative 18.3 Acordos complementaces. 184 Bmendas e zeservas, 18.5 Trémite dos tratados. 19. A Convensio de View 128 CAPITULO 6 (Ouraas Fontes Do DiReiT0 INTERNACIONAL... 131 1. Costume Internacional... BL 132 Costume x uso.. 132 13 Blementos.. 133 14 Fundamento.. 136 138 138 1.7 Interpretasio. 1.8 Decadéncia, 3.1 Jurisprudéncia 3.2.Doatrina, 4. Eqbidade ¢ Analogia 7. Opinio Pablica e So/ ‘CAPITULO 7 -RELAGOES ENTRE O Dinero InvTeRNO 6 0 DinstTo INTERNACIONAL... 1 Concepedo Dualista, LLLA Teoria da Incorporagdo de ripe . Pritica internacional 5.1 lia. 5.2 Alemanta 5.3 Espana e Franga... 5.4 Estados da Common Law. 5.5 Argentina capiTuLo 8 Apuicagio po Dirsito Esmmanaaizo 15 5. Cartas Rogatérias. ‘CAPITULO 9 ssons IivTERNACIONAAS LOB: 3. Pessoa Humaaa, 4, As Empresas Transna 5. As Organizagdes Nlo-Governementais~ ONG caPiruLo10 (Os Bsrapes, L.Coneeito 2, Classificagso.. 2.1 Estados simples... 2.2 Estados compostes..... 2.2.1 Estados compostos por coordenasso. 2.2.1.1 A commonwealth. 7 2.2.2 Bstados campostos por subordinagZo 2.3 Estados 3. Blementos 3.1 Introdugao, 3.2 Poder eon 3.2.1 Govemo x Soberania, 185 190 caPiTULo 17 Dirsrros, Daverss 2 Sucessko bo ESTADO. defesa x represélia x oletiva 2. Deveres dos Estado: 2.1 Os deveres p 2.2°0s deveres previ 3, Sucesstio de Estados... CAPITULO 18 ‘Rereasetagho InreenactonAt, 1. Chefe de Estado, <4Agentes Consular 4.1 Classificagao. 4.2 Carta-patente ¢ exequatur 43 Premrogati 4.4 Deveres... 4.5 Término das fans CAPITULO 19 RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO EStADO 1 Responsabilidade Ls Diretos.... 1.6 Finaneiamento, Organizages Intemacionsis.e... o 2. A Bvolupo do Processo de Criagio das Oranrzares Internacionais..... ve 2.1 A Sociedade das Naso CAPITULO 21 Oncantzaio ous Nacdes Ustpas — ONU. 5.1 Astembléia Geral ~ 52.Conselho de Segurana~ CS... 5.3 Conselho Beonfnio eSovial ~ CESIECO: 5.4 Conselho de Tutela ~ CT. 5.3 Secretariado 5.6 Corte Internat caPiTULo 22 Oncanteagbes BSPEciALizaDas DA ONU... 1. Organizagio Internacional do Trabalh ‘Coaveng6es internaciomas... 2. Oneanizao das Nabe Unidas pra 5. Orpanizayio Muncial da Sade OMS. 6. Orgenizago ds Nagbes Unidas pare a Educa, Casa 8. Ontras Ongenizagbes Especializadas, 9..A Organizagto Mundial do Comércio—OMC.. 412 445 Area de Livre Comércio das Américas — Alea 4.6 Comunidade Andina — CAN. 4:7 Cominidade do Caribe Carico 4.8 Assoiagfo dos Estados do Caribe 49 Mereado Comum Centr-Ame OrganiangSes Asitias 5:1 Associag das Ns 5.2. Cooperao Ezondm 5.3. Liga dos Estados Au 6. Organizagbes Africanes 7. Organizages Sobre Pro para a Asia e Patfico— Apec. CAPITULO 24 Onciantzagbes Nio Estaras... 1. Santa Sé, 419 23 433 415 46 3. Cruz Vermelha Internacional. 4, Empresas Transnacionais... 5. Organizapses Nfo-Govemnamentais - ONG CAPITULO 25 A Pessoa Humana... 41.1 Doutrinas que negam a personalidade indiv 2.5 0 Brasil e 08 3. A Pessoa Humana CAPITULO 26 2. Modos Pacifioos de 8 2.1 Modos diplo 2.1.3 Sistema de consultas 2.1.4 Mediagto.... 2.1.5 Conciliago... 2.1.6 Investizegtio ow 2.2 Modos politicos. 2.3 Mods jurisdci 23.1 Arbitragem. 2.32 Tribunal intemacional de car a8 481 482 485 485 486 486 487 CAPITULO 27 SaxO8s be Dinerro Inrerxactonat 1.3 Represtia (Reta CAPITULO 28 Dinero pe Gueera & Desarmanenro. 4.2 Tratado de Tlatelolco, REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. 313 513 314 514 515 si 317 37 518 sig 519 519 521 CAPITULO 1 DA IMPORTANCIA DO DIREITO INTERNACIONAL' NOS DIAS ATUAIS 1, ANOVA ORDEM ECONOMICA INTERNACIONAL - NOEL ast, A Nova Ordem Econ6mica Internacional — NOEI consistiu-se no desenvolvimento, em busca = Em Ide maio de 1974, foi aprovas ‘o estabelecimento de uma ladwa onde , foi aprovada, no mesmo 6rgiio, a Carta de Direitos e Deveres Econdmicos dos Estados — Resoluedo 3.281 social;\Continha quest partir dela proclarou-se, iras sem obrigago de the outorgar nenhum to preferencial, bem como regulamentar e supervisionar s de empresas transnacionais que operem dentro de igo; * a proibisdo do enriquecimentoilfito em caso de nacionalizagi, ex: _Propriario ou transferéncia da propriedade de bens estrangetros * @ promssao da cooperagiio internacional em matéria de ciéncia ¢ tecnologia, bem como a transferéncia de tecnologia, levando se em consideraplo todos os interesses legit direitos e deveres dos titulares, provedores ¢ bencficiérios da tee. nologia, fcilitando 0 acesso dos paises em desenvolvimento aos avangos da cigncia e da tecnologia; * .adopio de medidas comerciais mais benéficas para os paises em teat * 2elaboragdo gradual de um novo sistema de relagbes econdmicas baseado no principio da int entre Estados desen- ‘volvidos e em vias de desem . 7 Alconcessto de preferéncias aduainei Procas ¢ nio discriminatérias, para os. paises em desenvolvimen- +A*-¥p 2 fm de satisiuzer suas necessidades em matéria de coméero © desenvolvimento. generalizadas, nfo-reci- Os paises desenvsuidas, em sua'msir pate, otaram contra mapea- asd. da Cart? ou se abstiveram'. Além disso, ao questionarem a sag Ta eze Jttidca,efiemaram referiese essa apenas tos “direitos” que 120 palses peticondcis quiserama fazer vaer frente aos demais peises ta a Carta‘ lemanhu; Belgica; Dinamatca; Estados Unidos; Lu (Canad; Espana; France; Ilanda; eral; Ide PAIMPORTANCIA DO DIREITO INTERNACIONAL. 2 Sam que, Surpreendentemente, no se estabelocesse “teveres” para tais Bstados, no intuito de lograr-o equilibrio.econdmicn ¢ veria buscar‘. Deram-lhe apenas o valor de um lume vez que a Carta no teria outra qualifcaso ju 2 de uma “resolugio” da Assembiéia Geral, on uma “recomendagic Ja 8 paises em Yesenvc nt, embasados em Posicionamen- tos de alguns de seus ites doutrinadores*, consideraram que, sendo aprovada pela Assembléia Geral da Organizagéo das Na- ges Unidas — ONU, tal C: teria gata @ necessidade sequer de ONU, uma vez que os Estados que a haviam aprovado. Além do mais, ao interpretar o seu contetido, afir- junldigg ONT Mela tes critéros basicos que lhe contetian valor Jaridico: 7 Vadis ia ge meer essa o cones Alcetos cos Estados critica af Cat ° ide BROWER, + ritério de subordinagdo: a Carta estaria subordinada as disposi- das NagSes Unidas, sendo que suas normas nfo as + critério de unidade de interpretago: como 0 propésito da Carta 60 de obter o estabelecimento de uma Nova Ordem Econémica Internacional, justa ¢ eqiitativa, ela deve ser 0 resultado da apli- cago de decistes harménicas; + critério de vigéncia dinémica: a Carta deveria ser examinada a cada 5 anos pela Assembiéia Geral “Apesar de ter sido originalmente negocieda para ser um documento ‘com obrigagées legais, as divergéncias de opinibes entre os Estados, jevou a'um crescente sentimento ‘como a expressa oposigio n« senvolvidas & Carta impossibi 2. ANOVA ORDEM INTERNACIONAL - NOI (1989) ‘A chamada Nova Ordem Internacional -NOI surgiu paulatinamente, 39, comn a superatio do modelo bipolar de confronto ideo sistema internacional”, assurninda. segundo nosso entendjmento, trés ve “politica, a econémica ¢ a do comércio internacional. TEMES politica, @ econémica ea do comércio internariont® 2.1 Nova ordem politica internacional A nova ordem pol sucessivos eventos que deres pés-Segunda Guerra Mut é marcada por uma série de ificativamente o balango de po- 1B” Apetar de ullizapto dessa terminologia, a maior parte dos historiadores insis- tem em airmar que muito pouco eftivarmente mudou: os Estados Unidos con- ‘Gnuam poderosos; a Europa continua seu caminho integracionista; a divisto ‘at paisagens. va DAIMPORTANCHA 0 DIRENTO HITERNACIONAL... 5 ‘A queda do Muro de Berlim, en 09.11.1989, foi evento deci mareou o fim da hegemonia de um dos p6los do poder, 0 80 Seguiram-se a unificaglo da Alemanha em 03.10.1990 e, portante, 2 integragao da ex-Alemanha Orie1 movimento de “unificagio européia, fato que, por si s6, & detineava um dos focos de concentragao de poder: a Unio Européi Bm 1990 houve, ainda, a invasio do Kuwait pelo Iraque, cuja cro- nologia nos remonta a um memorando apresentado por e Liga dos Estados Arabes, em 18 de julho daquele ano, no qual, a prin- niié respeitando a sua tagnagio dos pregos do ppetrdleo, ao nfo respeitar a sua quota de produgo, ixeda pela OPEP. Seguiu-se a invasio do Kuwait em 02 de agosto! e ¢ Resolugio n. 660 do Conselho de Seguranga da ONU, exigindo, por unanimidade, a “etirada imediata e incondicional” das forgas ‘oTraque anuncia a do Iraque e do Kuwait: Em 24 de setembro, temos, pela pri ‘vez, uma alta do prego do barril de petréleo (que era de USSI6, era jlho)—ultrapassa a casa $840 -, levando a uma queda genera- lizada nas Bolsas de Valores." Seguem-se a adogto da Resoluglo 678 do Conselho de Seguranga da ONU, de 29 de novebro, aut zando os membros das NagGes Unidas que cooperam com o Kuw a usar de “todos os meios necessirios” para fazer respeitare ap ‘Resolugdes do Conselho de Segurange, s¢ até 15.01.1991 0 Traque no 2s tivesse aplicado!* Na noite de 18.01.19 se a guerra entre as tropas iraquianes e as tropas aliadas, que se encerra em 28 de feve- reiro, seguindo-se a Resolueao n. 687 do Consetho de Seguranga da Com orehgio do Emir Sabor al Sebah na Ardbia Saudita, "2 Tornada nule pela Resolugf n, 662 do Conselho de Seguranga da ONU, de (05.8.1990. De G2 de agosto 028 de Londres, -15,4% em N bro: 32% én Téquio; 24% em Paris, -17% em ‘ONU autori2a os Batados-membros a usarem da fora contra um outro Bsta- do-membro. . Fopeus, of para o impasse criado, decide bombardear a Iugoslévia, durante 78 dias, em represilia & ocupacdo de Kosovo, levando ao primeiro con- flito armado dentro do continente europen apés 0 final da Segunda Guerra’, sendo este, juntantente com a propria reestruturagaio e alar- gamento dessa organizagio internacional com a entrada de Estados do Leste Europeu, o fato mais marcante de 1999. Manifestagdes populares em Belgrado derrubam, em 2000, 0 go- vverno do sérvio Slobodan Milosevic, 0 éltimo ditador comunista da que, em outros Estados eu- .dfios decidem, por meio do voto, demonstrar toda a sua insatisfagZo com a politica adotada internamente, levando @ vitéria do Partido Conservador, na Austria, & quase vitoria de Le Pen, na Franca. Alguns paises com dificuldade para abrir sua economia 20, ‘luxo internacional de recursos decidem, ainda, trocar a moeda local pelo délar®. Apesar de resolver o problema cambial, a dolarizagio é considerada uma medida extremada, Ao adoté-la, o pals abre mio de sua politica econdmica. Deixa de decidir, portanto, sobre a taxa de juros e a quantidade de dinheiro que circula em seu territério, Fica submetido, ainda, as decistes do FED, o banco central norte-america- no, 0 que torna iniqua a prépria nog de soberania, Ein janeiro de 2001, como contraposigao ao 31° Féruin Beondmico Mundial — FEM de Davos (Sufga) € realizado o Férum Social Mun- dial — FSM, em Porto Alegre, reunindo governos, ONG ¢ liderangas partidarias de esquerda. Ao final do encontro, o FSM faz propostas a0 FEM, como: a anulagio da divida externa do Terceiro Mundo; & adogio da taxa Tobin (que incidiria sobre o movimento internacional . Por outro lado, o FEM langa a “Iniciativa para o Didlogo Informal”, que propde 0 didlogo centre empresas e ONG para a solugo de problemas nas dreas de edu- casio, condigbes gerais de trabalho ¢ meio ambiente, .sérvia de Kosovo, na Tugostivia, dese- , 990 0 comando de ve resultou na morte ® Bim janeiro de 2000, 0 Equador anus ‘gerar emprego. E seguido por El Salvador, forgado pe flta de ‘A Argentina 6 atingida por grave crise politico-econdmica. Depois de controlar 2 inflago em 1991, a Argentina viveu varios anos de prosperidade. O rico parque estatal do pais foi privatizado ¢ a eco- nomia cresceu, em média, quase 7% ao ano até 1996, Desde entiio, jegaram os problemas. Para manter a popularidade e 0 apoio po- 10 a seu governo, Menem torrou rios de dinheiro. Como no po- tir moeda, atrelada por lei aos délares disponiveis no Banco le procisou pedir empréstimos no exterior para sustentar 0 descontrolado gasto piblico, Com um regime cambial fixo atrelado a0 délar, os argentinos so forgados a renegociar suas dividas ¢ a pedir fnanceito ao Fundo Monetério Internacional (FMD. Cortam salérios do funcionalismo pablico © elevam impostos. Com isso, ten~ tam aumentar mais as receitas para honrar coripromissos externos. A situapdo afugenta investidores, que também temem pela sade finan- ceira do Brasil, seu principal parceiro comercial. Ainda em 2001, 0 governo turco anuncia o abandono do regime cambial fixo e adota a livre flutuagtio da moeda local, a lira turca, em relagio ao délar. A medida visa a conter uma crise politica que pro- vvocou uma fuga de délares ¢ a cobranga de juros “overnight” de até 6.200% ao ano, Em trés dias, o banco central do pais gasta 7,6 bilhes de délares para manter a cotagio da lira ¢ assim no comprometer 0 acordo com 0 Fundo Monetario Internacional (FMI)*. Na tentativa desesperada de salvar seu governo ¢ as finanpes pibicas, osu 6es com fortes des extavamn desempregadas. Cortou 13% dos salérios do fumcion ‘sposentadorias doe idocos. Ao cabo de uma recessdo que entra ceiro ano, limitow os saques bancfrios a250 délares por semana, uma vez que, Em 1999, a Turquiahavia assinado um acordo de 4 bles de délares com 0 PMI psta conter a inflago, que na époce estava em 65% ao ano, sendo fixada 2 ROBERTO LUZ SYA terrorismo por meio da identificasto de supostos agentes pela quebra do sigilo postal e telefBnico, inclusive internet e telefones celulares. ‘Appartir de 1° de janeiro de 2002, entra em fo, em 12 patses integrantes da Unio Européia™, 0 Buro que, imediatamente, torna-se a moeda alternativa ao délar norte-americano nas transagBes inter- nacionais. Existindo desde 1999, como moeda cletronica usada pelo ‘mercado financeiro, o Euro juntamente com @ entrada em vigor, em 1° de julho, do Tribunal Penal Internacional e os constantes protestos contra a “doutrina Bush” arrefecern 0 poderio norte-americano no ce- néio internacional. jodavia, & restabelecido em 2003, Sob a alegagdio de fesconder armas de destruigio ¢ financiar terroristas, intensos ataques ao Iraque. Batizada pelos BUA de “Operagéo Liberdade do Iraque” ¢ por Saddam de “A. ‘Ultima Bata- tha’, a guerra comega com 0 apoio apenas da Gra-Bretanha, sem 0 cendosso da ONU e sob protestos de manifestantes ¢ de governos no ‘mundo inteiro, Com a derrubada do regime, outros Estados se alia ‘a empreitada”, mais interessados em ter acesso aos “incentives” Be- rados pela necessidade de reconstruir o pais do que, efetivamente, em instaurar uma democracia, segundo padrBes ocidentais. Ainda nesse ano, os arabes sofrem outra grande derrota na politica internacional, a partir do inicio da construgdo de um muro para separar Israel dos territérios palestinos. Em 11 de margo de 2004, temos os atentados terroris tages de trem em Madrid, deixando mais de 190 morto a derrota o Partido Popular como reago da populagdo ci gag precipitada do governo espankol, de m0 grupo separatista basco ETA por.tais atos. Ain 5 Aicmenha, Austria, Bélgica, Espana, Finlindia, Frange, Grécia, Repablice de rlanda, Hala, Luxembargo, Paiees Baixos e Portugal. Apenas tr Estados marca ¢ Suseia) nio aderem A moeda tnica européia. aque chegou a contar com ‘que tinbs no exicito ort 50 mil sldados, e des forges DAIMPORTANGIA 00 DAREITO NTERACIONAL, 42 ‘Unitéo Buropéia que, com a adesiio de Chipre™, Eslo- ia, EstOnia, Hungria, LetOnia, Litudnia, Malta, Polé- ica Teheea, passa a contar com 25 membros ¢ com urn 10. Por fim, comegam a surgir deniineias sobre corrupgio no Programa da ONU “Petréleo por Comida”, envolvendo, inctusi- ve, 0 filho do Secretério-geral Kofi Annan ‘© ano de 2005 foi marcado pela tentativa de “redemocratizago” do Traque, com a realizagso de eleigbes “livres” ¢ a lenta desintegracio da coaliafo que apoiou o Presidente George W. Bush na invasto da- quele Estado, Tal pleito, 0 primeiro em mais de 50 anos no Iraque ape- sar de boicotado pelos sunitas®, tem como resultado um parlamento com maforia absoluta xita", além de alguns representantes curdos © 5 No caso de Chipre, 08 greco-ciprictas do sul nfo aceitaram a proposta da ONU de uaificagéo com ono cipriota, ¢ apenas o sul ds ila vi fazer parte do bloco. ‘D progzema de USS 600 milkdes, langado em 1996, tina 0 objetivo de permit aque 0 governo do Iraque padesse comprar alimentos, remdios¢ outros supri- tnentos de valor humenitirio, ueando © dinkei fado com a venda de petedeo, em que isso implica na vilapto das sangBes comerciis impostas 50 pais depois da invasio do Kuwait, em 1990. a bascava ajar 08 civisiraquianos, que enfrentavam dficuldades por. forusalmente em 2003, quando as topas estrange ‘Unidos invadiram o Irague eafastaram Saddam Tus salicntar quo até abril de 2008 a compensagio global antorizada pela Comissto ‘de Compeasagio das Nagves Unidas ~ United Netions Compensation Com- snission (UNCC), js havia chegado a mais de USS 25 bilhtes de déiares que, tape 0 encerrarento do Programa Oilfor Food passaram s ser objeto de Reso~ fupdes do Conselho de Segurange, Segundo o mesmo érgfe, hé ainda dezaito indo 5 reivindicagdes embientis,« ‘Os mugulmanos esto dividids entre sunitas,o grupo majextri, exits, a mi- roria denteo da eligi, Os snitas formar otronco prinzipal de religito igado 2 terpetago mas aceta da histéria sli eretinem cerea de 90% dos mnugal~ ‘anos no mundo. A diferenga cm relagdo ao sixitaéaaceitagto 4 sequéncia de calif da bistbriaisitmica. Sem caracteistieas comuns ent i 0s magtlmanos ‘punitasinclvem pratcantes dareligito em todas as partes do mundo ede todas as tendéncias, dos mai conservadores até os moderados «secures reinem cerce de 10% doe migulmanos, ugitam come mo- 10 de apoio a Ali e acebaram formando uma ramificagao da n ROBERTO LUZ EVA _ traconservador Mahmud Ahmadinejad Por sua vez, a Coréia do Norte declara ue acusa de quererem derrubar o seu regime. Os franceses rejetam em referendo (54,67% de “nio”) a Constituigdio Européia, abrindo uma grave crise na Unido Européia e infigindo uma desrota aos seus Girigentes, sobretudo ao Presidente Jacques Chirac, Por outro lado, 0 ano também é marcedo pela entrada em vigor do Protocolo de Quio. {0 ¢ seu Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDLICDM ¢ Por atentados terroristas que levam a “marca” da Al-Qaeda", como © que assolou Londres em julho, destruindo um dnibus em Tavistock ‘Square e trens do metré: Aldgate, Edgware Road, King's Cross, Old -se em Bagdad o julgamento de Saddam, (143 xiitas mortos em 1982), enquan- to na Franga, a morte acidental de dois jovens que estariam sendo 1:3, em 1979, ¢ tém graves % Segue-sea eleigio de Jae! no, pelos Palses Baixos, onde 0 “nio” obtém 6 Que, plo seu artigo 12, pormite que paises dereavolvides ‘seassim um mercado mundial de Redubes Ce “| Nao sé em fangao da natureza (xplosses e ‘metrépoes) os. Ts Qaeda), foram respons ‘Setembro de 2001 nos EUA e pelos atentados de A RIPORTANGIA DO DIREFT WWTERWACIONAL. 1s ——SSEORTANCIADODMRETOWTERWACIONAL, ag erseguidos pela policia, em impasse criado na IV Ctipula das Américas, em Mar del Plata eve sus ambigua Declarago Final®. © ano de 2006 foi marcado pela ascenséo, no cenério internacio- nal, de governos nacionalistas do Terceito Mundo que, financiados € oito délares), nfo 56 oferecem “ajuda” aos pai enfrentar o dominio de empresas transnacionais e interesses externoe sobre suas atividades econdmicas, como no caso da Venezuela em re, lagio 4 expropriaso da exploragio do gés boliviano®, mas ainda “en, fientam” os paises belicamente mais poderosos e até mesmo ONU, como no caso do Tri e seu programa de desenvolvimento de teonolo. Bis melear. Os confites armados intensificarm-se no oriente medio, vemos 11 cleipSes presdencisis na réncia dicta do presidente venerae te como: vero egtima para conquistaremanter 0 poder, en 0s esforgos so mot ‘rH, ofisialmente, © wdnto seréenriquecids apenas 5%, potence cul co seja em termos de guerra civil * seja em termos de conflitos centre Estados ¢ movimentos guerritheires, como o ocorrido entre Is- rael ¢ Hezbollah, no sul do Libano, levanda, nesse caso, o Conselho de Seguranga a aprovar a Resolugao n. 1.701, de 11 de agosto, elaborada pelos EUA e Franca com o objetivo de por fim a todos os ataques do Hezbollah, atribuindo igualmente indicagdes para que Israel retire 08 ainda, 0 reforgo ~ pela distribuigao ao longo da fronteira do Sul do L- ‘bano ~de uma missio da ONU, auxiliada por tropas do exército reco- shecido do Libano por meio do envio de 15.000 soléados para a zona ‘armac ums bommba. A questfo ‘empregada em ambos os casos & a mesma, todavia, com a quarta maior pro- Adugdo de petrélee do mundo, os irtnisnos eonfiam que os patses industisli- tar em aprovar sangBes comerciais contra cls, temendo uma filo de que a teonologis 1a no prego dos combustiveis. Com isto, o presidente iraniano, ‘um ultimato do Consetho de Seguransa da ONU, insstiu em ‘um programa nuclear com fins obscuros © manté-io longe dos gio em que sfo maioria, no norte. Os drabes sunites, 20% da populagto, tinharn o poder na ditadura de Saddam e no se conformam com a elei- 1: entregou o comando do governo ds etnias rivals. Desde a invasto +ixa ene as duas principais vertentes isl ‘quanto catlicas ¢ protostantes no ori no Traque, Nos paises mugulmenos onde sto minor, ‘como cidade de segunda classe. No ceos que se americana, muitos jovens ‘oportunidede perfeta para ‘Al-Qaeda na Mesopotdmia, grupo terrorist I DAIPORTANCIA D9 OIREITO WTERWACIONAL, " de fronteira no sul do Libano". A estratégia bélica norte-americana, , fortalece-se o fenémeno da globalizagao da ‘economia ¢ a redefinie&o do papel do Estado, que se retire da ccondmica direta, limitando-se és éreas de planejamento ¢ as (Corea de 15 tlio de délaresperorre as pncipatspraas finances do planeta 1s 24 horas do dia. Isso comesponde ao Volume do comézeio interna Um ano. O mas importante para o coméecio internacional 6 a convergincia de ‘capitsis, patio disto a avides de captarSo de investment, demonstrads oa politica de as taxa de jus do Brasil. Mesmn astm, 3/4 do investinente inte nacional esti apliado nests tres blocas, roptia, Nee © IspioTigres por trem um sistema de governoe politica econdmice mais estivein. . despeito dela, mais pre a OBERTO UIE SLIA social. Bsta, se entendida como um fendmeno tridimensional formado pela intensificapto de fluxos diversos (econdmicos, financeiros, comu- nicacionais, religiosos), pela perda de controle do Estado sobre esses fluxos ¢ sobre outros atores da cena internacional e pela diminnigio de istincias espaciais ¢ temporais, cria expectativas de inovagéies politi- co;juridicas. Com efeto, esse fendmeno conduz ao questionsmento do principio da soberania, organizador das relagéies entre Estados e, conse- Qlientemente, da manuten¢do da ordem piblica internacional’, A globalizacto gera, também, uma ago do consumo entre Isso fortalece ainda mais. que 0 consumo uniforme faci- lita 0 acesso a mais pontos do mundo. Mesmo assim, encontramos autores do porte de Paulo Roberto de Almeida” que destacam uma ampla evolugo da sociedade interna- estratos sociais j4 estava em curso né periodo anterior & aceleragio a globalizagto ¢ as desigualdades na distribuigdo de renda entre os paises, que se acentuaram ne 08 diferenciais de produti ptio movimento da glob: “inteligéncia” —e, portanto de alta renda as simples economias, agricolas de subsisténcia ou de exportago de produtos primérios ten= Tecursos ¢, portanto, ccimento ¢ na administrago de suas politicas econémicas nacionais ¢ setoriais (politicas agricola, industrial, de ciéncia e tecnologia, etc), 5 Vide hnptsowa. dle org britireitashextouflobaizacao _dbidhglobal tal, on- contraponto 20 internacional eo di Ed, Unljus, 2004, p. "__- MENEZES, Wagner (Org). Direito iro: hamsenagern & José Francisco Rezek. [ult DABIPORTANCIA BO :REITO NTERNACIONAL., 3 ue as levaram a marear passo, quando niio a regredir (como no caso da Africe), na luta pela competitive do capitalismo global. Afirma que a missio econdmica da globelizagdo foi a de produzir maior quanti- dade de bens a custos continuamente mais de pobreza quanto o nimero de pobres d te: 0 crtério de um d6lar por dia caiu de 20% em 1970 para apenas 5% em 1998 de populago mundial, finalizendo seu raciocinio com a 0s trabalhadores pouco qualificados dos paises desenvolvidos e uma difusa classe média que sente que Ihe sero retirados os beneficios do welfare state, sendo exatamente estes grupos que compéem 0 grosso sindicalistas e jovens de classe média, ‘Com todo respeito © admiragto que temios a0 querido colega Paulo Roberto de Almeida, Doutor em Ciéncias Soci plomata, e por mais que procuremos tratar 0 t forma neutra e cientfica, nfo podemos, nesse ponto, deixar de expres- sar nossa surpresa com posieo tio liberal, com certeza mais liberal do que # do proprio Fukuyama e da lade expressa em suas assertivas, nfo 86 por meio da transferéncia de responsabilizagao pelo com a “diminuigao” do percentual populacional absixo da linha de pobreza absoluta (I délar ao dia), nfo levando em consideragdo que 0 poder de compra famente, em fungto da cipalmer Mercosul), havendo acirrado proteci ‘monstram os jé intimeros Painéis apresentados dial do Comércio — OMC e urna constante disputa pelo acesso a novos ‘© emergentes mercados. Esté havendo um aumento expres tréfico de entorpecentes, Jumma vez que novos investimentos de capitais sao apresentados como Pa ROSERTO LU Siva forma de lavagem de dinheiro obtido pelo narcotréfico ¢ trifico de ar mas. Dessa forma, nos Estados mais desfavorecidos, ‘de poder paralelo, fnanciadc [cesmembrada em vérios Estados, ¢ os paises da antiga érbita ‘na Europa oriental enfrentam sérios problemas econémicos Com a transigo do capitalismo. No caso da Federagio Russa, a eco- nomia é dominada por méfias que controlam negécios ilicitos como © contrabando de drogas e arm: agropecuério passaram a intere pelo cultivo de substincias en- 0 do mercado europen e norte- americano, gerando nfo s6 uma “alternativa” econ6mica, mas também. uma “classe social” que se beneficia de tais priticas, enfrentando ¢ de sestabilizando o poder politico central e levando 0 pais a sucessivas crises econdimicas e descumprimento de metas acordadas com o FMI. Os BUA firmam-se como a grande potéacia mundial, com grande forga militar e econémica, Com base ein seu peso 0s princi i como a ONU, FMI ¢ Banco Mundial, de intervengdes em diversos ze a segu- do Traque (1991 e 2004), Afega- Sudo (1998) e lugoslivia (1999)®. O poderio norte-americano ina a intensa guerra comercial travada com os demais paises desenvolvidos, em particular o Japdo e a Unido Européia. Propicia-se, por fim, o renascimento de ideais “Fundaimentalistes” ‘que, tendo inicialmente 0 Fundamentalismo Istémicot como para Toteresies ligadoe aos paises avangados esto muitas vezes por trés de tais ‘onfites, qu been, 0 como Cor forem reveiedas por Deus por intermédio DAMPORTANGIA 90 orgie éigma, rapidamente vai mente, representa tod: rapidament oldgica “alternativa’" ao capitalismo ou socialismo ‘momento em que os ataques escala transnacional, a “seguranga global” pas em todas as esferas de discussdo, sejam elas + Gi Gomertiais ¢, em casos como'a decisdo norte-anericana de atacar © Traque antes mes a aprovagao do Conselho de Seguranga da ipios juridicos clissicos. fem como algumes de suas obrigagbes “promover o bem e reprimie evita austria ¢ 0 jogo e nto censamir o dleool a ca DR BIPORTANCIA 0 DIREITO INTERUACIONAL, a ANOVA ORDEM INTERNACIONAL Nova Ordem Beon6mica Internacional (1974) x Nova Ordem Internacional ASPECTOS POLITICOS 1989 > queda do Muro de Berti 1990 > % unificardo alemé + invastovanexagio do Kuwait pelo Iraque 1991 > impiosto do Bloco Sovitico - URSS > CBI + Guerra do Golf & 1993 > Unito Buropdia/NAFTA (1994/MERCOSUL (1995) [2002 > Baro (@) + Tribunal Penal Internacional (Estatuto de Rome) {2003 > Invasto di + construggo de muro entre Israel e Palestina 1008 > Crise Sit ‘knovas fontes de energia alimentos ~acuecimento global — democracia, 109-3 20 anos da queda do Mu de Berlim ‘Barak Obama ~ Globalizagso da Epidemnia (Gripe A) — Testes Nucleares NOVA ORDEM ECONOMICA INTERNACIONAL + globalizagdo > transnacionais x Estados soberenos > blocos regions & corporativa (neotiberaisino) + Bloco Eeousmico > Unito Européia/Mercosul + BlocoComercial > Nafta/dlea NOVA ORDEM DO COMERCIO INTERNACIONAL + enftaquecimento do mullateralisma > Blocos Regionais =Protecionisma + fusées empresariais > fortalecer as Empresas Transnacionais + guerras comerciais pela dispute de novos mercadas » OMC (Painel) v REDEFINIGAO DO PAPEL DO ESTADO > planejamento e asssténcia| social ‘© TEORIAS: + reoascer do fundamentelismo > islamieo + eristio + fartalecimento da Buropa & BRICS(potEncias econémicas) ¢ dos EUA. (poténcia miitat) idades étnicas > Seguranga Global ifo do modelo bipolar (EUA x URSS) por um modelo multipolar imento do Sistema Financeiro Internacional >> Consenso de + Bloco de Produgio > Japio + Tigres Asisticos ey CAPITULO 2 A SOCIEDADE INTERNACIONAL E © DIREITO INTERNACIONAL 1. SOCIEDADE INTERNACIONAL - St Como nos ensina Brierley, o Direito 6 existe em uma sociedade, ido podendo haver nenkuma sociedade sem um sistema juridico que regule as relages entre seus membros. Se se fala em Direito interna- cional (Law of Nations), presumir-se- a existéncia de uma sociedade de nagSes'. Sociedade internacional é, dessa forma, 0 meio onde se aplicam as regras do Direito Internacional Publico. Alguns autores utilizam a terminologia “comunidade” para ide tal meio, To- davia, pelas raz6es que passaremos a expor, 0 termo “sociedade” & 0 idequa melhor as especificidades e ao momento atual em que se desenvolve o Diteito Internacional? ada por autores do porte de Seitenfu \denominagao “sociedad ao ROBERTO LUZ SLA 1A Comunidade x Sociedade Para explicar a distingdo entre tais termos partiremos das posigdes de Freyer e Weber. h Segundo Freyer, comunidades é a coletividade extra. jue no haveria poder de dominagio, ou Saja, SE eminente- ‘mente natural, eiiquanto a Sociedade teria form: pposstvel determinar o momento em que foi criada. Esta ¢ c ‘por grupos heterogéneos, nos quais esta constantemente uma “sociedade internacional” ¢ niio nal, or causa da. ‘constante, tensdo de dominio. A comunidade somen- fas. Ao primeiro contflito, tornar-se- ia uma sociedade internacional lato sensu? 12 Conceito Para Batiffol, sociedade é 0 conjunto de relagses tanto dos indivi- quanto dos Estados uns com os outros, que tendem @ se ¢ viver dentro de uma ordem internacional ide € supostamente em- 9 século XIX. Citando Tonnies, sustenta a existéncia de uma socie- Idade from, tnais informal — a Gesellchaft~ e uma comuanidade hobbesiano, como uma resposta tedrica para a auséncia de uma au- THEIR, ean. Hlémencs de droit iermational public Pais: Rows- 4 Vide HALLIDAY, Fred. Op. cit, p. 107 et sen toridade ‘inica na esfera internacional e como uma categoria central para estudar a difusdo mundial do sistema europeu ocidental. A partir dessa constatagio, apresenta trés sentidos para o termo “Sociedade internacional”: + “realismo, usado por Wight ¢ Hedley Bull dentro do ‘quat Sociedade Interna: refere-se & relagdo entre os Esta- dos, baseada em normas compartilhadas ¢ entendimentos; + “transnacionalisino", desenvolvido por Evan Luard ¢ Michael Featherstone € que sc refore A emergéncia de laos no estatais de economia, de politica, de associagto, de cultura e de ideo- Jogia que transcendem as fronteiras dos Estados ¢ constituem, ‘em maior ou menor medida, uma sociedade que vai além dessas ‘mesmas fronteir © a da Sociedade Internacional, +4, como resultado das pressé gompelidos a conformarem seus arranj 4B um conceito que se refere tanto 20 desenvolvimento interno nacionais, jf que 0 funcionamento inter- os Estados efio 08 dernais, ‘rteracional urge por insituigdespelas qua os sous sueitos possam aprender a trabalhar conjuntamente em prol de fins sociais comuns. Para sabermos o ambiente em que se situa essa Sociedade Interna- ional, devemos verificar quais entes (sujeitos) participam dela e as forgas que interferem em sua vontade, + Para Bul pad Halley (idem, p, 11), uma socedade de Estados (ou Soce- dade Intereciona) existe quando um teresees valores comund, sentido dequeconczbem as ‘estos como deteminados por um enjunto comm de regs em sus rlayea uns com os outros ¢ compertilpam o funcionsmento de instituigdes comuns. © Op.cityp 44s, A socienat {, Internacional. Nao podem ser respons por seus atos, sendo apenas pessoas de di do Direito Internacional, isto é, pelas entidades as quais as normas jurldioasinfernacionais-atribuem dines € Tas tossio: Estado — seu memo originétio e principal syjcito, para a maios “Parte dos autores, o criador dos dem: alguns, como Touscoz, nifesta crise de ide © principal sujeito de *+ Organicacdo Internacional ~ associagao ‘Direite tmermeionat;criada para desenvo thes cumprir em Conjunto fung%es que nao poderiam realizar separadamente, uma ‘vez que existem certos problemas que sé podem ser resolvidos com, ‘ colaboragao dos demais membros da Sociedade Internacional. + Pessoa Humana ~ na Sociedade Internacional, a pessoa humana —tenre-exertied de seus direitos limitado, somente tem acesso livre &s Cortes de Direitos Humanos. Fora isso, as pessoa: ecorrer & protegdio do seu Estado de origem por meio diplom: 0 ou da Organizagao I conde esteja prestando ser 0, a chamada proteggo funcional. Ndo hé acesso livre @ todos 08 ‘vibunais. Assim, a pessoa humana nfo se equipara em atributos 170es aos demais entes, apesar de alguns autores, como ‘Touscoz, entenderem que as pessoas sempre desempenharam um Papel importante na Sociedade Internacional, quer ajam por con- ‘ade uma entidade pablica ou privada (como governo, dirigente ou agente), quer ajam em nome proprio (no plano das idias ou das realizagdes concretas)* As empresas transnacionais) apesat dé estarem presente na So- ciedade Internacional, nao possuem personalidade juridica de Direito 1993, p. = : Boi “cosmossociedades" 0 termo correto, ONU ¢ 0 de teansnacionas (wransnational corporations). ‘representa uma vantagem, de direito interno do ponto de nacionalidade & do Estado em que at econsmico, superior inclusive ao de muitos Estados, O mesmo acon. tece com as Organizaydes Néo Governamentai participando de conferéncias internaci * Sujeitos origindrios e sujeitos superven ossuem enorme poderio Silva Cunha" apresenta interessante classificagto dos sujeitos, 08 quais, em fungfo da sua situagio jurfdica, seriam: * Stjeitos de diretos ¢ swieitos de deveres — seriam a regra, apesar quem o Internacional atribua apenas to de petipfo junto a tribunais 86 imponha obrigagées (p. e, individuos julgados por crimes de guerra). seriam os destinatérios das normas juridicas internacionais, sem participagto efetiva na sua formacto, * Swjeitos permanentes e sujettos trar mnentes se- riam apenas os Estados ¢ a Igreja Cat organizagies intemacionais ¢ os belige tiam os Estados da Buropa ocidental ea Igreja C superve- iam os outros Estados e as cutras categorias de mem. ‘bros da Sociedade Internacional: * Swett com autodeterminactio e seit sem autodeterminagio + 86 gozeriam de plena autodeterminagio os Estados soberance © 4 Igreja Catblica, podendo, sutodeterminagso percial oui Estados vassales. eles, haver sujeitos com fa, como os protetorados ¢ 0 ‘ ernacional pibico (a sociedade internacional), Lisboa: AAP- B.S ers09. | | aa eee owERYO Lnz Sava + Sujeitos de Direito Internacional Comum e su ternacional Part como tal pela generalidade dos Estados; os da segunda apenas seam reconheldos por alguns Bstados (pe, Soberans Order F-vezes, sujeitos de Direito Privado, como 28 organizagbes nfo governamentais — ONG e as, ‘empresas transnacionais. 14 orgas que influenciam os sujeitos da Sociedade Internacional + Culturais > manifestam-se pela relizagéo de acordos culturas en- TWe-Estados, na eriagSo de organismos i ais destinados a cultura, p.e, Orgunizagto das Nacbes Uni Cigneia ¢ Cultura ~_Unesco, ena aproximagio Coico autores do prt de Walls ¢Hobshavin, goin firmarem que s40 as normas ou as institugges ‘que desempenham a fungi de igagio da sociedade, consi Guea economia teria esse papel, acarretendo uma defn feme interncional como primatiamente con cronte pan dead relagBes s em uma clcala mundial" Os ceondmicaexigem uma cooperagEo interestatal para a sua solusto, (8 acordos comerciais € as Orgenizagles Inteinacionais de cunho feconémico multiplicam-se, p. €, Fundo Monetirio Internacional "FMI, Banco Internacional para Reconstruedo e Desenvelvimen- 9 —Bird e Organizagio Mundial do Comércio - OMC. + eReligiosas-tiveram, através da Histria, uma infiuéncia decisiva da Trégua e Paz de Deus, vva na aboligéo do tréfico neg ‘mo apresenta-se como alternati Africa, Oriente Médio e sui da ex-URSS. Vide HALLIDAY, Fred. Op. cit, p. 116 ternacional e, conseqdentemente, 0 INTERNACIONAL, a fa Juta pelo poder originou as ditaduras e 0 Imperialism. 1.5 Concepgées que fundamentam a Sociedade Internacional So trés as concepgdes basicas que fundamentam a Sociedade In- + Concepgao positivista-voluntarista de Cavaglie ciedade internacional fmdamenta Estados soberanos. © método posi da razio, Para os encontra-se na vontade dos acordos que eles concluem. nal nfo € nada alér da fuséo da pluralidade de ‘em uma vontade comum. preexistentes e sem ter participado de sua c + Concepetio légico-juridica de Kelsen: a Soci se consubstanciaria numa ordem superior que plica de que forma essa ordem su formaro dos Estas. E, por consegu Dbumantérias, promogzo ades caturais, aristicas ou lidicas ec), 3 Bbidem, p. 46 € 49. Hide ROUSSBAU, Charles, Droit inernational public, Pati: Siey, 1970, p35. 1.6 Caracteristicas da Sociedade Internacional + universal — abrange todos os entes do globo terrestre; * paritéria ~ ha, teoricamente, igualdade juridica entre os entes da ‘Sociedade Internacional — SI; + aberta ~ todo aquele que reine as caracteristicas que o qualifi- ‘quem como ente da Sociedade Internacional, automaticamente insore-se nessa sociedade, independentemente de aceitago; + ndo tem organizacdo institucional — no é um Superestado; no hd poderes exccutivo, legislativo e judiciério supranacionais; + 0 direito que dela emana € origindrio, pois nao se baseia em ne- ‘hum sistema juridico em part Sociedade Intemacional tem pou- ida em que a pessoa humana adqui- wacteristica perde sua razio de ser, xe maior importincia, Apresentando uma posigio mais atual, Menezes afirma que a So- ciedade Internacional contempordnea caracteriza-se pela ampla inter ‘vos, sendo bastante diferente daquela sociedade westfal gerado o Direito Internacional Cléssico que orienta, até nos aplicagao de normas ¢ regulamentagdo das relagSes internacionais®. 2, © DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO ~ DIP 21 Conceito Bobbiojentende que o Direito no é norma, mas um eoniunto coor 5, send contra jamais s6, mas est ligada a outras normas com as quais forma um sistema normative. Partindo desse pressuposto e utilizando os 8 Vide MENEZES, Wagner. Ordem global transnormatividade 2005, p. 1145, BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento juridico, Brasilia: Eeitora UnB, 1999.92 3) Pepe Wwe, Y) kmeperes Trmwriaweriers os A SOCIEDADE INTERNACIONAL 0 DIREITO INTERNACIONAL a ensinamentos de Knubben,entendemos que a conceituagto relacions- se diretamente 80s sujeit ‘A partir dos sujeitos surgem quatro ori Para Oppenheim ¢ Beviléqua, o Direito Internacional seria 0 conjun to do regras e principios que regem as relagées juridicas entre Estados, ¢ apenas entre Estados. Esse também ¢ o entendimento de von Liszt, para quer o Direito Internacional determina os direitos e deveres recfprocos dos Estados pertencentes & “comunidade” internacional, sem se limiter a0s direitos inerentes a soberania de cada um deles.” guns autores modernos, como Akehurst, definem o Direito Inter- nacional; nin primeiro momento, como o ordenamento juridico que roguls as-relasies entre Estados para, posteriormente, esclarecer que empos howve em que os Estados eram os tnicos ttulares de direitos € a individuos, embora se possa corretamente afirmar que o Direito Internacional se ocupa ‘primordialmente’ dos Estados." Para Duguit ¢ Scelle, o homem é o nico sujeito da Sociedade In- ternacional. O Di smacional seria 0 conjunto de regras ¢ pin- lagbes juridicas entre homens pertencentes a distintos. Sociedade Internacional” siio (to caso, as 2850- ciagbes de Estados e as Oxgahizacées Internacionais)?°O Diteito Inter- nacional seria conjunto de regrase principios Vestedor 1p yerqeuet flge wderruunna (ol ) 2 RORERTO LUZ SIVA [ASOCIEOADE WTERNACIONAL £0 DIREITO INTERNACIONAL. 4 CORRES @ miituas de um conjunto de coletividades indepen- ‘uma autoridade politics comum." francés (Droit intrrdtional) no sia internacional é que néo disciplina centre Estados. Desa forma, considera-se mais apropr “staaenrecht” (Direito dos Estados) sunhada por Kant. Emprege-se nacional” (international Lavs Dro neratenal, Derecho Interaction) “Deo das Genes’ presta sempre certa atengao as re proprio Estado, ao menos com outros Estados. : disciplina teve as seguintes denominagoes: do Direito das Gentes e Piblico Universal tendem a estabelecer a paz.e a. Com relagio 20 meio onde o + Direito Internacional Piblico e Diplomacia yo 23 Divisio “ 1 or 0% Gross) 1583-1645) foi o primeiro a apresentar, em 1625, a divisto } », <9 DIF Internacional em Guerra e Paz. “ Para Zouche (1590-1660): Paz ¢ Guerra, pois, sendo a Paz a situa- 9 damesma forma, 22 Terminologia ve en Desde a antigbidade, o Direito Internacional vinha sendo designado pelo termo “jus gentium”* Zouche propds a denominago “jus Inter imann (1907-1972) acrescenta novos Internacional do Trabalho; Direito 35, como cadelra do 2" ano do Curso Suni. ‘Tributétio Interna- ‘Com relagio ao ambito de aplicagao: geral, de aplicagiio em toda a SI, © particular, aplicando-se a determinada sociedade, p. e., Direito Comunitério Buropes. 0 A positividade: publico, relagdes entre as entidades in- is, ¢ privacio, complexo de preceitos que regularia as rela- ‘es de ordem privada na Sociedade Internacional.” 24 Relagbes + Relagées com as cigncias em geral: Economia, Politica, Histéria, Goografia, Demografia, eto. + Relacé ia Yeram no Direito Civil a sua orig ito Penal (quest6es como extradicao, genocidi Internacional Priv: Tepercussio no Direito Internacional Privado, p. e. imanidade dos Estados ¢ Chefes de Estado), icios’de normas de cariter internacional desde « antigiidade. Oprimeiro tratado internacional data de3.100 a. C, celebrado por Ean. natum, senhor da Cidade-Estado de Lagash, € os homens de Umma, duas cidades da Mesopotirmia, que tratava de questdes de fronteiras, Os primeiros trafados relacionaram-se basicamente & guerra 8. The changing siructure of tmegnational iw ty Press, p. 152-87 o surgiu com base ma crenga de qu, em certs cit castiocins, seria correta a aplicasdo do Direitoestrangeiro ou a etcrzagdo para qo tribunal estrangeiro decidisseo caso. AKEHURST, Michael. Op. cp 6 npepelearsin, - eq QaTe hedy | Teper « Ererpats } [ ‘4 SOCIEDADE INTERNACIONAL 0 DIEITO INTERNACIONAL Ey Na Grécia antiga, surgiram institutos como a arbitragem ¢ a invio- labilidade dos embaixadores das Cidades-Estado. Em Roma, a pax romana impunha a lei de Roma aos Estados ven- cidos. Havia 0 jus gentium, formado pelas normas de dis aque 0s estrangeir ide Média, o Direito intemacional encontrou um grande de- ob a influéncia da Igreja, contraria is guerras priva- Preponderante papel no sentido de hum como a Paz de Deus (que distingue bel ) a Trégua de Deus" ¢ a Quarentena do Rei Na dade Moderna, deu-se o fim da supremacia do papado com a Re- forma. O reconhecimento do Dirsito Internacional como um cbjeto de es- tudo autdnomo dé-se a p ‘séc. XVI Surgem tedlogos preocupados cio do domt- iprae vend, sociedades ¢ danos. A partir da Paz de Westphalia entre protestantes ¢ catlicos, ein 1648, tivemos o surgimento dos Estados Nacionsis, base- da igualdade juridica e do equilfbrio europeu (bilanx Justae potestats, systéme copartageant}®, Por meio dela, afimou-se a nou a “nacionelizago” io cs ave religiowos &soberonn etl (cu rego +P Fedetedudy s0' gow secvkile ee 40 ROBERTO LUIZ gRvA ‘igualdade dos Estados crstdos, sem diferengas de credo nem de formas politicas. Em 1650, o professor de Oxford Richard Zouche publica seu Jus et judicium feciale, sive jus inter gentes, obra considerada como sendo 0 Direito internacional". Samuel Pufendor, professor de Heildelberg, publica 0 De jure naturae et gentivan, em 1672, por meio do qual cria a chamada “Escola Naturalista’, pela qual baseia a pratica fonte de obrigatoriedade. Em posigto contrevia, aparece o juz, holandés Cornelius van Bynkershoek que, em seu Quaestiones jiris publici, de 173, afirma a existSncia de uma “Escola Positiva”, baseada em c que devem ser explicados e controlados pela razo. Por fin, ssuigo Emerich de Vattel, em seu Le Droit des gens, de nogo de igualdade dos Estados como um direto natural 19, Carta da ONU — 1945). vivenciamos um petiodo denominado “Nova Ordem a de soberanta nacional sobre a ordem internacional e os que postalamt a supremacia de order internacional sobre ¢ fei nacional”. 2.6 Revisio e eficécia do Direito Internacional Public ~ DIP Atualmente, propugna-se por uma revisio do DIP. 0 inter: nacional cléssico € eminentemente europeu, no atendendo todos de forma igualitiria na Sociedade Internacional, apresentando aspectos 3 Vide BRIERLY. Op. cit, p. 35, 3 BRIEDMANN, Op. cit, p80. ‘A SOCIEDADE INTERNACIONAL & © DIREITO INTERNACIONAL, 3 iento. Assim sendo, 0 Grupo dos idas para Comércio ¢ Desenvolvi- ‘mento —Unctad tem reivindicado o estabelecimento de normas de Di- reito Internacional mais favorével a ele, com a instituigdo do principio ;, no qual Ihe seré concedido um tratamento de comércio ¢ aplicagao de recursos. tam as fronteiras nacionais, dando 20 Direito ; baseada em regras que garant independente de sua estrutura, * Cooperaco universal: por meio da impleme infernacionais e criagio de organizagbes inter ter permanente que transformam 2s normas da S uum anterior “Cédigo negativo de Condi itiva de cooperagaio; © + Cooperagiio regional: baseado em normas que refitam valores & ‘propésitos mais restritos ¢ integrados. Outro grande desafio que se apresenta e nos conduz & necessidade de repensar 0 estudo do Diseit Internacional vem a partir da propria wepoeioaa haa vn Todo o género human, inclusive ci vilizagbes cujos valores diferem profundamente de cristio-ocidental além. aparsinena de cisbes na e > Forraado por paises afticanos,asiticos «latino-americanos. % BRIERLY. Op. cit, p. 60-63. feet rocesse-deintegragio cconfmics), algumas vezes derrogando mui- tos de seus principios tradicionais. O mais interessante & que, mesmo ‘com todas essas mudangas, a grande maiorie dos manuais mantém-se fis 20s prinofpios do Direito Internacional Cléssico, Poucos so os CAPITULO 3 4que incluem novas temnéticas, como o estudo das Organizagiies fer. prover nacionais, do Direito Comunitério ou mesmo consideram a exi p de um movimento normative alternative, cepitaneado tanto pelas LEX MERCATORIA' ‘presas transnacionais quanto pelas organizacées nfo governamentais, sem contar com 0 alargamento trazido pela crescente preacupagio com o individuo, enquanto sujito de Direito Internacional Essa nova dimensio do Direito Internacional garante-lhe maior efi certo que 0 DietoIntemacionl 6, pr veces, impunemente 1, ANTECEDENTES £ + Lex Rhodia~ Lei do Mar de Rodes (300 a.C) —regras marftimas : t idotadas pelos gregos e pelos romanos, posteriormente introdu- to mz de é . Be ede ee ge nti eghénci do que a opinito pi idas no restante da Europe. Tal posigo nfo e uniformemente P eee een aceita como precedente da Lex Mercatoria. De Ly, por exemplo, entende que ti 1ormas fariam parte do chamado 1 Romano, nfo se enquadrando, ‘Tetley as situa como antecessora da Lex Maritima, uma parte da que nfo se ajuste aos Tex hereon ‘seus interesses ou que se sintam inclinados a viola), compensando, de ‘modo mais do que adequado, a debilidade das sangdes,”* presentes nos Estados Unidos, Reino Unido, ‘outras nagbes?. + lus Mereatorum (eée, XIV) ~ eriado pelas socieded « pelos outros grupos de interesse comercial pi Jo ten Vaid. eee Poker Leeubokiio 4 ume, Colaba hn vekiden - 3s Lan ond Lex Merestaria,p. 915, In. CARBONNEAU, Thomas E. new law Merchant, p. 43, 2), dos Hstatuios de 3 AKEHURST, Michael. Op. eit, .2 eavarb no prinefpio da % Beidem, 9. 9-10. Pa ROBERTO LUZ SUVA Franga, Alemanha ¢ Inglaterra, onde profissionais com experién- ‘cia mercantil eram escolhidos como juizes. A Lex Mercaioria foi elaborada nas feiras em resposta aos direitos feds, plone de piviligos, que Ss 9 comércio, como orde: ras serViram no para harmonizar es prtieas mercantis e de comércio ‘maritimo como também, a pertir da agdo de notérios, criaram documen tas que serviem de modelos para as demas transagdes comerci De Ly afirma que, historicamente, 0 termo “Lex Ma anew law merchant”, passa teoria acerca de um sistema auténomo de normas. ‘Atualmente, fala-se em uma Lex Mercatoria moderna’, baseada, além dos usos costumes, em contratos-padrfo, preparados por centidades estrangeiras ¢, mais recentemente, comp. ‘outros elementos, i mes ¢ regras das organizagdes internacic Internacional Pablico como sua fonte foi cessariamente a compreenstio da comunidade ‘comereians ‘interna- no entre entes privedos, O Direit tem sido aplicado em contratos ent Lexuencaronie st tados e empresas privadas, de 1979, em que a Corte de ‘contatuais (come ade forps maior) como novas espécies de contrato (como.s 38 turn Key podem ser qualificados eomo Coing ¢ Sanders, salienta que primeiramente, os proponentes {da Lex Mercatoria caractetizaram o principio pacta sunt servanda como um 2 ROBERTO LUZ SRVA + elas ou sto accitas espontaneamente pelos sujeitos, ou sio elabo- radas para a melhoria das relagses dos diversos entes da Socie- dade Internacional; + nfo se baseiam em nenhum sistema juridico especifico de um Estado da Sociedade Internacional. A Lex Mercatoria seria, assim, a forma ideal encontrada peles par- ‘tes contratantes de superar os obsticulos provenientes das solugSes submetidas ao direito nacional. Para Lando, a Lex Mereatoria & 0 conjunto de regras de direito comuns @ todos ou & maioria dos Estados envolvidos no comeércio in- ternacional. Nao sendo tais regras identifichveis, eleger-se-iam as que ‘parecessem mais apropriadas e e , a Lex Mercatoria ¢ 0 conjunto de regras do jogo do ional. off, a Lex Mereatoria € wm conjunto de princi comuns do direito, relativos as transages do comércio internacional, Ao contrétio de Goldman, ele nfo acredita em uma ressurreigéo do Jus Mercatorum medieval, uma vez que as atuais normas séo bem diferentes das medi 1620 do termo “internacional”, uma vez que, nesse contexto, nil refietiria uma relagto entre Estados, Também nesse sentido & a posigso de Galgano, para quem, hoje em dia, a nova Lex Mercatoria deve ser entendida como um criado pelo empresariado, sem a intermediagdo do Poder Legislativo dos Estados e formado por regras destinadas a disciplinar de modo uniforme, além da unidade politica pio € vago e difciimente seré sufi alguns prineipios transn seat Lee: a8 Sendo estes apenas diretrizes foose sistem legal. Vide DE LY, Filip. International Business Law and LBeMERCATORIA 58 dos Estados, as rlayes comerciais que se estabelecem dentro da uni- dade econdmica dos mercadas”. de principios gerais que as roupas do Imperador, Imente, para Strenger, seria um conjunto de procedimentos que adequadas solugdes para as expectativas do comércio in- ieracional, sem conexBes necesséias com os sistemas nacionais e de {forma juridicamente eficaz. 3. OPERACOES DO MERCADO INTERNACIONAL, Segundo Goldman, a Lex Mercatoria deseavolverse-ia por meio de trés operagbes no mercado internacional, que slo 0 seu verdadeiro fandamento: operagdes de venda, de crédito e de transporte, Origina- riamente, Goldman via a Lex Mercatoria como um proceso incom- pleto que ainda nfo se direcionava para a formaggo de um legal. Por fim, ele expressou opinigo no sentido de ser, si sistema juridico, apesar de incompleto. Seriam as bases do sistema juridico, as normas eriadas por uma autoridade profissional que ce- lebrasse contratos-tipo, estipulando o foro, geralmente arbitral, das possiveis pendéncias. Forcar-se-ia a obedigncia a essas decisdes pela ‘por meio da pressio moral, de penalidades comerciais, da publicidade e, por fim, da coagio estatal Tais normas seriam, dessa forma, selfregulatory, uma vez que se parte do pressuposto que o poder regulamentador nao € monopélio ¢s- {atal, Incuir-se-iam nessa lista as decisoes da International Chamber of Commerce ~ ICC e, mais recentemente, os padres técnicos, pro- fissionais e deontolégicos ¢ os cédigos de conduta, como, por exem- plo, as normas da International Standard Organization - ISO, ei MENEZES, Wegner (Org). 0 Direto internacional ul: Ed, Uniju, 2004, p. 814 Ralph. Op. cit, p. 8 Vide CARBONNEAU, Thomas E. (Ed). Lex Mereatoric and Arbitration: 8 discuss of the new Law Merchant, . 16 et seq, 192, ou [ROBERTO Luz Siva 3.1 Operagées de venda Fundamentam-oe no contreto-tpo elboraos pels assoiagtes profissionais, p. e,, London Corn Trade Association. além dos In- conterms® ¢ das Condicées Gerais de Venda Para Goldman, essas associagdes sto semelliantes as corporagbes de oficio da Idade Média Esses contratos-tipo setiam, portanto, predeterminados, 3.2 Operagiies de crédito Seriam 0 conjunto de préticas ¢ costumes internacionais relaciona- dos ao crédito documentério, como no caso da Union Customs and, Practice for Documentary Credits. Nesse caso, as tegras teriam ef cficia quando fossem consideradas como condigdo para que uma parte se tome membro da associagio de profissionais. 3.3. Operagdes de transporte ‘Sto regras uniformizadas de Transporte Aéreo Intert ‘sociation — IATA), Tal “model aspectos: nas “condigdes do contrato’ seguido por quase todas as compan! 30 Tratam-se de formulas conteatuais pads elaboradas por organismas que li- associaplo promoveu, no comércio de eereais, ‘das transagGes, por meio da implementegdo de wos, fundamentados em princt pias star equnimes para 0 comério de gros, possuindo 60 fea sransporte”, nfo impressas em bilhetes, mas obrigatéria para as com- panhias aéreas que fazem parte da TATA. A decisto da Suprema Cor te Alem, no caso Lufthansa-conditions, datada de 20 de janeiro de 1983, considerou que tais “condigdes” nao poderiam ser enquadradas como costume internacional, uma vez que s6 setiam obrigatérias en- ‘re os membros da IATA e ela, como associaeo privada, nto poderia editar normas de Direito Internacional Piblico™. 4, LEXMERCATORIA E SOBERANIA NACIONAL Para Lowenféld, a Lex Mercatoria s6 poderé ser utilizada quando nenhtum Estado tiver qualquer relago com o contrato ou 0 objeto da controversi normes internacionais somente terSo valor internamente % Op. cit, p. 188-189. % LOWSNFELD, Andséas F, Lex Mercatorie: na atbitrr's view. fr._. CAR ria and arbitration: a discuss ofthe new law Merchaat, i tne neti do Clade dan da Mien Condesa he tei Oh A002. ten vabethe pace th, eee 70. Ae 0 bthely Aprorea, Ate 2 lipor de 65 lbe ~ thud 7 aan ~ Sewee — ria cléssica do Direito, é sabido que qualquer contrato que nfo tenha sido celebrado por Estados, enquanto sujltos de Direito Internacional, deve se basear no diteito interno de um Estado”. Al caso uma Lex Mercatoria nfo seja cumprida por uma cumprimento pela empresa que tenha se recusado a cumprir 0 laudo arbitral, visto que a maior parte dos Estados 86 cons radera, outro aspecto a ser ponderado 6 0 de itasdo da Lex Mercatoria, como norma reguls- dora das relagties do comércio internacional, depende de certos fatores, como o de se tratar de pais de Direito codificado ou nko, de pais excessi ‘amente nacionalista ou ainda de pafs cujo apego a lei escrita sea extre- ado. Neste titimo, os juizes tendem a repudiar a Lex Mercatoria® 5. JURISPRUDENCIA INTERNACIONAL ‘As normas internacionais influenciam as normas internas, Temos, como exerapl, dois casos que deram origem a ts decisis de tribu- vais interas com suporte na Lex Mercatoria: Sitkety x Norsolor Esse caso referia-se ao término de um contrato de representagio es- tabelecido pela empresa francesa Norsolor e seu agente turco Palback ‘Kesse respeit, ve seutadas por Berman ¢ Dasser no capi tulo Th " sources, content and Legitimacy (Bd). Lex mercatoria and arbitration: 38 ofthe new law Merchant, p. 53 er seq, ue Seguem tal regra © Bélgies ino Unido e, como excerso, Aleraauha ¢ Fra 6. lacob de. A saga da uniformizagio de compra e venda internacional. in: MENEZES, Wagner (Org). O Direto internacional eo di. reito brasileiro. ju: Ed. Unis, 2004, p, 814, On Sikecamr, Lex tencaronA ‘Ficoret Limited Sirkety, 0 qual requeria o pagamento de comi além de uma indenizagdo pelo término do cont encontraram dificuldade em identificer qual que se tratava de um contrato transnacionel, a empresa francesa en- {rou com agdo junto & Corte de Apelacto de Viena contra a empresa turca, alegando violagio da Lex Mercatoria sobre divisto de merca- do. A Corte de Apelasio de Viena nfo deu guarida & pretensio da empresa francesa, recusando-se a int § 595, 6, da sua Lei de Processo Civil (ZPO — Zivilproze 1g) de forma extensive, para abarcar as protensées francesas e utilizar uma “lei mundial de antoridade questionavel"®, Em recurso 4 Suprema Corte da Austria, ela afirmou ser possivel fundam ‘vamente baseada nos princ Mercatoria. O mesmo confito foi levado a0 Tribunal de Grande Ins- téncia de Paris pela empresa francesa que obteve 0 mesmo sucesso, uma vez que a Camara de Coméreio Internacional de Paris, dada a natureza transnacional do contrato, tem permitido ao drbitro julgar em conformidade com a Lex Mercatoria, DST x Rakoil © conflto entre a empresa alema Deutsche Schachtbau und Tiefbohr- gesellschaft mbh, ~ DST. ¢ a refinadora do Oriente Médio Ras Al Khaimah National Oil Co, — Rake perante a London Court of Appeals, ‘em 1987, fai decidido por um tribunal arbitra , quando da exe ‘eminentemente em -ctos politicos, tendo em vista que favorece- ‘am empresas eusapéias em detrimento. o-européis. 2 Vide BERMAN DASSER. Op. cit p67 de DRABTTA, Uses LAKE, Relgh B; NANDA, Ved P. Breech an dp ‘eon of ternational Contracts en inkroauction fo Lex Merctoria p21 n ROBERTO LW SIVA ¢ ee Beret ie | oe te 7, CONCLUSOES ‘Nao podemos deixar de mencionar que alguns érbitros api regras de Lex Mercatoria em detrimento de normas de Di ternacional ou mesmo de direito interno, como o Juiz sueco Gunner Lagergreen, no éaso B.P. vs, Libya, ¢ Dupuy, no caso Texaco and Ca- lasiatic vs. Libya. se coca tribunal arbitral, consentimento estafal, Para que a Lex Mercaforia seja considerada um sistema juridico, 6. ACT OF JULY 197H, 1984, DO ESTADO DE NOVA YORQUE, RUA tratados oi eis nacionais. Além do mais, num conflito entre Lex Mer- entre Lex Mercatoria e diteito na- direito interno, prevalecerd sempre as éltimas, numa subdivisio do Civil Practice , fixou que, nos contratos internacionais Consistiu verdadeira si ional. Tal ato, que se cor Law & Rules - CPLR 32% , seria aceita a utilizacio de normas juiFidicas do Estado de Nova Yorque, mesmo que o objeto do contrato . nig Tivesse qualquer relacdo como Estado de Nava Yorque ¢ nem as ‘A Lex Mereatorla, todavia, emerge na_atualidade como um cor partes contralantes tivessem qualquer representatividade nesse Esta- po de normas juridicas escritas ou ndo, ainda incompleto, que visa do, desde que ele nfo fosse um contrato de consumo (non-consumer a Tegincia da es internacionais do comérsia, como umm Hane contract), Nos contratos com valor acima de US$ 1.000.000, poderiam, inclusive, indicar 0 foro de Nova Yor confit. ‘Todavia, como salienta Carslile%, tal ato tem efeito ‘vez que a suprema corte emericena decidiu, no caso Stewar Ricoh”, que uma eléusula de seleglo de [Yel que a teoriade Lex Menor item ‘Dtitica transnacional, taco puncte oO que te wpe fe aepene # taco Danko sdhime 2 H+ 32 sdome Pl olercjpary 02 cheval, eats = mek compli espentol iz 1 eee pl aetaainany 0 Mdbgen Franres na Cf 0 Milter. ‘ CAPITULO 4 FONTES BO DIREITO INTERNACIONAL 1. FONTEXFUNDAMENTO oni nanan limiteda aos métodds de cri rgras gerais ¢ pei mente, sem nent Os fundamentos, tema juridico, Por exemplo, na Lex Mercatoria a jurisprudéncia © os contratos- tipo so fontes ¢ o comércio internacional é fundamento, “Touscoz enuncia existirem estreitas interdependéncias entre as di- meradas pelo artigo 38 do afirma que é cémodo cujos regimes so diferent | mantém estreitas'e complexas relag6es que revelam a unidade funda 4. * ‘mental do Direito Internacional’, a Ja Menezes afirma que, em tempos de globalizaciio, trés. |) 105 foram fandamentais pera a mudenga nos paradigm: : Internacional e influenc na formagao de normas j = Singh de onganzabesiternacionas, aprotego i ETT SORENSEN, Max. op ct, p. 152. 3 TouscO7, Jen, Op cit,» 208.208 ‘ pee s ROBERTO LUZ HVA Direitos Humanos e a sistematizagao de uma ordem econdmica inter- nacional Considera como, etimologicamente, fonte, tudo aquilo que origina ou produz, sendo a origem determinante de algo ¢, no caso em tela, seriam os instrumentos com os-quais se formam as normas internacionais que posteriormente sero aplicedas*. 2, CLASSIFICAGAO HA conflito de posigtes entre os doutrinadores. Para Accioly, hd trés fontes de Direito Internacional: + fonte real: &a fundamental (principios gerais de direito); + fontes formais ou positivas: d80 positividade ao direito objetivo preexistente, sendo, em geral, sencionadas pelo Poder Péblico ‘Costumes ¢ tratados internacional + fontes auziltares: sho aquelas que ajudam na compreensiio do siste- ‘ma juridico, também chamadas indiretas (doutrina ¢ jurispradéncia dos Estados, legislagao interna dos Estados e sentengas arbitrais) Segundo Mello, so fontes: + concepeao posittvista-voluntarista (Cavaglieri): sto fontes do Di- reito Internacional somente as que emanam da vontade comum dos Estados-membros da Sociedade Internacional. Exemplo: os tratados internacionais so tidos como fonte expressa ¢ 0 costu- ‘me internacional como fonte técita; + concepeiio objetivisia: elaborada por autores como Accioly ¢ Sully, as fontes seriam formais ou materisis, ‘Segundo Meira Mattos, teriamos: + fontes formais: seriam aquelas caracterizadas pela exteriorizago ‘da vontade das partes. Exemplo: 0s tratados-lei, 0s costumes, 08, prinefpios gerais do direito, as decisOes das organizagBes inter- nacionais ¢ a eqiiidade; + fontes materiais: aquelas que tratariam do fundo (contetide) de determinado sistema juridico. Seriam, no Direito Internacionzl, © contrato, 2 dputrina, a analogia e a opinizo piblica. 7 Vide MENEZES, Wagner. Ordem global e ransnormatividade, Kui: Ed Gui, 2005, p. 123-4, setrssa nnresohen FONTES 0 DRENTO NTERNACONAL 8 3, FONTES SEGUNDO 0 ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTICA - CLI ‘A Corte Internacional de Iustiga ¢ 0 principal tribunal judiciério de natureza permanente da Sociedade Internacional, Seu Estatuto, toma- do literalmente, emumera apenas as normas de direito a ele obrigaté- rias, ndo tendo, a rigor, nenhiumn outro alcance, Contudo, pelo fato de ter jurisdigao ilimitada, segundo seu artigo 36, a enumerago dessas, fontes torna-se um referencial para qualquer estudo em Direito Inter nacional Pela Ieitura do sen artigo 38, infra, podemos vistumbrar a presenca de fontes principais e secundérias. statuto da Corte Internacional de Justia ja fungo € decidir de acordo com o Direito Internacional jas que Ie forem submetias,aplics js, quer gersis, quer especiais, que estabe- legam regras expressamente reconbecidas pelos Estados litigants; al, como prova de uma pritica geral aocita 2. A presente disposigfo nfo prejudicard fuculdade da Corte de decidir uma questfo ex aequo et Bono, 9 9s partes com isto eoncordares. 31 Fontes prineipais + convengées internacionais gerais ou especiais, com regras espe~ ccialmente aceitas pelos Estados litigantes; 1 Posipfo comungada com autores do porté de James Brietly pare 0 texto ds mais alta autoridade e podernos razcavelmente presse o dever do qualquer tribunal que é ckamado pare a Internacional”. Vide BRIERLY, James Leslie. The law of nations: aninteodue- tion to the interaational law of peace, p. 56 59, A decisdo da Corte nfo tem forga vinculativa senfo para as partes ‘em relago a este caso concrete, mn “Esse | | 2 I OSERTO Luz SUVA + costume internacional, como prova de pritica geral, aceita como sendo di + principios gerais de direito, reconhecidos pelas nagbes 7adas. jos juristas mais qualificados; imento das partes, ‘tos unilaterais, apesar de nko terem sido previstos no Estatuto da Corte como fontes, eles tém sido aceitos como tat. Exemplo tipieo de utilizagio de Ato Unilateral para fundamentar proces- 80s perante a CHI, encontrou-se na agi, recentemente, proposta pela Nova Zelindia e Austrilia, dentre outras, contra arealizagio de testes mucleares por parte da Franga no Atol de Mururoa, com base em declaragao do presidente francés, em 1973, de que nflo ‘mais realizaria testes nucleares no Pacifico Sul. 33. Hierarquia das fontes Como ressalta Brownlie, as alineas nio foram ordenadas de modo 4 representar uma hierarquia, porém o legislador uma ordem, tendo mesmo a palavra “sueessivament numa dos projetos. Embora a C1 nfo tonha estabelecido hierarquia entre as fontes apresentadas, a pritica internacional evidencia hierarquia baseada no sforismo “lei especial derroge lei geral” (lex specialis derogat gene- vali). Alm do mais, a prioridade da alinea a — “as convengies inter nacionais..” —, segundo o mesmo autor, é explicével pelo fato de se referir a uma fonte de obrigagSes miituas para as partes? Para Brierly, a tnica classe de tratados que pode ser considerada fonte geral de direito seria aquela conciuida por um grande ntitnero de Estados, com o objetivo ou de declarar o seu entendimento acerca i I E : : FONTES bo pinerTo MTERHACIONAL n ito” em determinada matéria ou instituir uma nova tras condutas ou, por fim, criar uma organizagéo do que seria iam acima do costume internacional. 4, FONTES NAO PREVISTAS NO ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTICA Com a evohugsio da Sociedade Internacional foram surgindo novas fontes de Direito, no necessariamente enquadradas naquelas previs- {as;pelo Estatuto da Corte Internacional de Justiga A primeira delas, como evolugao da participago de um outro sujeito de Direito Internacional além do Estado, sto as decisées das organi ¢8es internacionais que, como no caso da Unio Européia, sus clusive, a criagao de um novo sistema juridico, o Direito Comuni ‘Mais recentemente, passou-se a identificar a existéncia de um soft av, verdadeiros atos internacionais concertados e nflo-convencio- ais, constituido por documentos derivados, extrafdos de foros inter- nacionais e compostos a partir deles, que possuem cardter meramente declaratério, no gerendo, dessa forma, obtigatoriedade e, por con- seqléncia, nfo vinculando os Estados 20 seu curnprimento expres- 30, Egses documentos possuem claramente um caréter indi direito, sendo estruturados como lege ferenda, ou seja, um ser regulamentado para ser aplicdvel ¢ que se reconhece como mo- ralmente vélido, mas que ndo se quer que tenha validade agora. Séo textos firmados em foros internacionais pelos Estados no exercicio do didlogo internacional, permitindo-thes flexibilidade quanto a sva dessa nio-obrigatoriedade, 0 soft law apresenta contetdo eltamente importante para a construgdo da Sociedade Inter- nacional e, no mais das vezes, armpla repercussto juridica no s6 no plano externo, mas também na legislagao interna dos Estados’ + Vide MENEZES, Wagner. Ordem Global ¢ Traxsnormatividade, Tui: Be. Uniju, 2005, p. 142,

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