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AO JUÍZO DA _____ª VARA FEDERAL DE_______________

MATEUS, mexicano, solteiro, professor, inscrito no cadastro de pessoas físicas nº, e


portador do documento de Carteira de Registro Nacional Migratório, expedida pela Polícia
Federal, com validade, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua, nº , bairro,
cidade/estado CEP, neste ato representado pelo seu advogado (procuração em anexo),
OAB/Estado nº, endereço eletrônico, endereço profissional Rua, nº, Bairro, Cidade/estado
CEP , onde recebera as intimações, vem respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA
Nos termos do Art. 5º, LXIX, da constituição Federal, e o Art. 1º da Lei 12.016/2009,
contra o ato praticado pelo Reitor, Brasileiro, vinculado à Universidade Federal do Estado
de, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico,
pelos fatos e direitos a seguir expostos.

DOS FATOS
MATEUS, nascido no México, veio morar no Brasil juntamente com seus pais, também
nascidos no México. Aos dezoito anos, foi aprovado no vestibular e matriculou-se no
curso de engenharia civil. Faltando um semestre para concluir a faculdade, decidiu
inscrever-se em um concurso público promovido por determinada Universidade Federal
brasileira, que segue a forma de autarquia federal, para provimento do cargo efetivo de
professor. Um mês depois da colação de grau, foi publicado o resultado do certame:
Mateus tinha sido o primeiro colocado. Mateus soube que seria nomeado em março de
2023, previsão essa que se confirmou. Como já tinha uma viagem marcada para o
México, outorgou procuração específica para seu pai, para que este assinasse o termo
de posse. No último dia previsto para a posse, O pai de Mateus comparece à repartição
pública.
Ocorre que, orientado pela assessoria jurídica, o Reitor não permitiu a posse de Mateus,
sob a justificativa de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público. A
autoridade também salientou que outros dois fatos impediriam a posse: a impossibilidade
de o provimento ocorrer por meio de procuração e o não cumprimento, por parte de
Mateus, de um dos requisitos do cargo (diploma de nível superior em engenharia) na data
da inscrição no concurso público.

DO DIREITO

Mandado de segurança tem cabimento nos termos do inciso LXIX, do artigo 5º da


Constituição Federal, verdadeiro remédio constitucional para afastar ato de autoridade,
capaz de causar lesão ou ameaça, a direito líquido e certo. O ato da autoridade do reitor
versa sobre a impugnação à validade da decisão que impede o impetrante de tomar
posse no cargo público, caracteriza violação a direito liquido e certo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público
Bem como a Súmula 266 do STJ, é obrigatório ter o diploma na posse.
Súmula 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
Na legislação brasileira também é permitido a posse mediante a procuração específica.
Ou seja, o reitor poderia ter aceitado, ou qualquer outra autoridade da Universidade à
posse conforme Art. 13, § 3º, da Lei 8.112/90
Lei 8.122/90
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,
que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os
atos de ofício previstos em lei.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica
Analisando a Lei 8.112/90 no Art. 5º § 3ºos estrangeiros podem sim tomar posse de
cargos públicos em Universidades. Sendo violado mais uma vez o direito do impetrante.
Lei 8.112/90
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as
normas e os procedimentos desta Lei.
Informando ainda que a ação está sendo impetrada dentro do prazo legal, 120 dia,
previsto no Art. 23 da Lei 12.016/09

DA LIMINAR
Ficou demostrado, o ato coator viola o direito liquido e certo do impetrante, sendo
fundamental para conceção da medida de urgência, conforme prevê o artigo 300 do CPC,
a tutela de Urgência poderá ser concedida quando houver elementos que demonstrem a
probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo do dano (periculum in mora). Dado
risco real de não haver dotação orçamentaria para nomeação futura.
Caso não seja concedida a liminar, o impetrante sofrerá dano grave, já que o cargo seria
seu único modo de gerar renda.
DO PEDIDO
Posto isso, o impetrante pugna pela integral procedência da presente ação, e em
especial, requer:
·Que seja concedida liminar para anular a decisão do Reitor e, por consequência, garantir
o direito de posse no cargo;
· Notificação da autoridade impetrada conforme Art. 7º, I, da Lei 12.016/09, para que, no
prazo legal, preste suas informações;
· Requer que nos ternos do Art. 12, da Lei 12.016/09, seja ouvido o representante do
Ministério Público;
· Concessão ao benefício de assistência judiciária gratuita, em face à situação econômica
do impetrante qual está vinculada a autoridade impetrada no Art. 7º, II da Lei 12.016/09.
· Requer, ainda, a condenação do impetrado no pagamento das despesas processuais na
forma da lei.
Dá-se à presente causa o valor de R$

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXXX de XXXXX de XXXX.
Advogado
OAB/XX

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