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Á JUNTA DE RECURSOS DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

- INSS DE MORUMBI-RIO DE JANEIRO- RJ

PROCESSO Nº: XXXXXXXXX

UNIDADE DE ORIGEM: XXXXXXX

Nº BENEFÍCIO: XXXXXXXXX

MARCELE DA SILVA, brasileira, viúva, Serviços Gerais, RG XXXXXXXX,


inscrito no CPF sob o número XXXXXX, residente e domiciliada na Rua
Joaquina nº 09, bairro do Morumbi na cidade do Rio de Janeiro, por intermédio
de sua procuradora XXXXXXXXXX, advogada inscrita na OAB/XX sob o nº
XXXXX (procuração em anexo), vem, respeitosamente, requerer,

RECURSO ADMINISTRATIVO

em face da decisão de INDEFERIMENTO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE


TEMPORÁRIA no processo administrativo nº pelos fatos e direito expostos a
seguir:

DOS FATOS

A requerente entrou com um pedido de AUXÍLIO-DOENÇA perante o Instituto


Nacional da Seguridade Social (INSS) e o pedido foi indeferido no dia 03 de
maio de 2023. A decisão do indeferimento foi baseada no fato de a perícia
médica NÃO ter encontrado a incapacidade da requerente para o seu trabalho
ou atividade habitual.

A requerente sempre trabalhou com Serviços Gerais, seja como Cozinheira ou


Faxineira. Em seu último emprego sua função era limpeza e higienização de
veículos, o que exigia da requerente postura corporal irregular e movimentos
repetitivos.

Após várias consultas e exames, os médicos especialistas em ORTOPEDIA


fecharam o diagnóstico das doenças que assolavam a vida da requerente. A
mesma está com EPICONDILITE LATERAL nos braços esquerdo e direito em
grau avançado. Com o diagnóstico citado, é certo e sabido das dores
extremamente intensas que a peticionária sente em suas costas e seus braços
apresentando, invariavelmente, dificuldades para realizar suas tarefas diárias,
pois não consegue sequer varrer a própria casa e até mesmo para dormir e
descansar.

Os especialistas informaram à requerente que as moléstias com as quais


estava acometida trariam a ela a INCAPACIDADE para o trabalho de forma
PERMANENTE, já que as atividades de Serviços Gerais estão relacionadas
com esforços e movimentos repetitivos, tudo o que agrava a situação da
requerente. Cumpre ressaltar que mesmo com fortes medicamentos, a
impetrante ainda sente muitas dores e as limitações não foram reduzidas.
Por essa situação, a requerente encaminhou-se ao INSS em funcionamento
mais próximo à sua cidade para efetuar o procedimento administrativo e para
conseguir o AUXÍLIO DOENÇA, certa de seu direito. Porém, tal auxílio lhe foi
negado pela Agência da Previdência Social de MORUMBI-RJ

DO DIREITO

Apesar de não nos ter ficado claro qual foi o exato motivo da negativa do
benefício pelo Médico Perito do INSS, acreditamos que ele se baseou, ou no
fato de não concordar que a requerente tenha cumprido o período de carência
ou no fato de acreditar que as doenças já eram preexistentes quando a
recorrente começou a contribuir com a Previdência. Estamos supondo esses
fatos porque o Perito tipificou sua negativa nos Art. 59 da lei 8.213/91; Art. 71
do Decreto nº 3.048/99 e na Portaria Ministerial 359/06.

Nos parágrafos seguintes demonstraremos que, independentemente de qual


fundamento o Médico tenha usado para o indeferimento, o motivo por ele citado
não merece, de forma nenhuma, prosperar.

Como já foi dito, a requerente contribuiu como segurada obrigatória à


Previdência Social até XXXXX. Dessa forma, vemos que o lapso temporal
exigido pela Lei (12 contribuições mensais) foi cumprido, já que o pedido foi
apresentado em XXXXX. Relembramos aqui que o auxílio doença serve para
amparar o segurado pela sua incapacidade de exercer seu labor. E esse é
exatamente o caso em tela. A peticionária, nos últimos meses, teve suas
doenças intensificadas de tal forma que não tem mais condições de realizar
suas atividades domésticas sem despender muito esforço e sem sentir dores
muito intensas.

Conforme relatórios médicos anexados, os médicos ESPECIALISTAS que


acompanham a paciente já há algum tempo são enfáticos em dizer que ela não
tem mais condições de exercer suas atividades diárias. Deixam claro que
mesmo com a tentativa de tratamento, as mazelas estão em estágio deveras
avançado e que nem a medicação é capaz de aliviar suas dores e lhe dar um
mínimo de qualidade de vida. E finalizam seus documentos deixando claro que,
como fim TERAPÊUTICO, a paciente necessita do referido auxílio. Outro ponto
latente nos relatórios trazidos, é que a incapacidade da requerente é
permanente e que todo o tratamento servirá apenas para fazer com que a
mesma não sofra demasiadamente pelos comprometimentos de sua saúde.

Vale demonstrar como o caso vem sendo entendido por nossos Tribunais, já
que, em caso de negativa do atual recurso, o que somente aceitamos para
argumentar e pelo princípio da eventualidade, a demanda chegará ao
Judiciário, e isso é tudo o que não queremos.

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ/ AUXÍLIO-DOENÇA.


INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. DOENÇA
PREEXISTENTE AFASTADA. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. 1. São requisitos do
benefício postulado a incapacidade laboral, a qualidade de segurado e a carência, está
fixada em 12 contribuições mensais, nos termos do art. 25 e seguintes da Lei nº 8.213/91.
2. Restaram satisfeitos os requisitos de carência e qualidade de segurada, conforme se verifica
do extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, bem como, no tocante à
incapacidade laborativa, a conclusão do médico perito foi no sentido da incapacidade
temporária da parte autora, portadora de escoliose e espondiloartrose lombar, com início
confirmado em janeiro de 2016. Desse modo, a parte autora faz jus à concessão do benefício
de auxílio-doença. 3. O termo inicial do benefício deve ser mantido desde o requerimento
administrativo. O termo final do benefício será definido somente através de nova perícia a ser
realizada pelo INSS. 4. Não há que se falar em doença preexistente à filiação da parte autora
ao Regime Geral da Previdência Social - RGPS, porquanto é a incapacidade que configura o
direito ao benefício, e não a doença em si, uma vez que, embora doente, muitas vezes o
beneficiário mantém o exercício de suas atividades até que sobrevenha eventual progressão ou
agravamento da doença, como na hipótese. 5. Reexame necessário, tido por interposto,
parcialmente provido. Apelação desprovida. Consectários legais fixados de ofício.

(TRF-3 - AC: XXXXX20174039999 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NELSON


PORFIRIO, Data de Julgamento: 23/05/2017, DÉCIMA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3
Judicial 1 DATA:01/06/2017).

Ante a todo o exposto, esperamos que a Junta de Recursos reforme a decisão


administrativa proferida, de forma equivocada.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a). Seja concedido o benefício de Auxílio por Incapacidade Temporária;

b). Que o presente recurso seja analisado e deferido no prazo legal.

Termos em que,

Pedem deferimento.

XXXXXXX, XX de XXXXXX de 2023..

Advogada

OAB/RJ

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