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Nivelamento em

Língua Portuguesa
Nivelamento em
Língua Portuguesa

Brasília - 2018
Todos os direitos desta edição reservados ao UniCEUB.

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IMPRESSÃO ECONÔMICA

Este material foi

pensado para

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por folha.

Assim, para economizar, siga os seguintes passos:

1. Selecione a opção “LIVRETO”.

2. Em seguida, escolha o subconjunto do livreto “FRENTE E


VERSO”.

3. Para finalizar, defina a opção de encadernação como


“ESQUERDO”.
Sumário

Elementos Básicos da Comunicação Escrita em


Língua Portuguesa...................................................................................3
Noções gerais sobre conceito de texto............................................................................4

Noções gerais de ortografia.................................................................................................. 15

Diretrizes para leitura, análise e interpretação de


textos verbais e não verbais........................................................... 39
Plano geral de leitura de um texto.....................................................................................39

Diretrizes para a produção de textos acadêmicos....... 52


Planejamento, escrita e revisão do texto........................................................................52

A construção do parágrafo: tópico frasal, desenvolvimento e conclusão..56

O gênero textual resumo.........................................................................................................59

O gênero textual resenha crítica........................................................................................62

O gênero textual artigo científico......................................................................................66

Conclusão..................................................................................................... 75

Referências....................................................................................................77
Introdução
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao curso de Nivelamento

em Língua Portuguesa. O material é objetivo, direto e tem o intuito de

ajudá-lo(a) a relembrar e a redescobrir saberes relacionados à Língua

Portuguesa, que são muito úteis na vida profissional.

Você já deve ter se questionado a respeito da importância da

leitura, da produção textual e da oralidade, conceitos que se realizam

quando você desenvolve/aprimora o conhecimento acerca da Língua

Portuguesa. Ademais, em qualquer profissão, o uso adequado da Língua

Portuguesa, nas modalidades oral e escrita, é fundamental.

Em relação à estrutura, este material está dividido em três partes.

Na primeira, intitulada “Elementos básicos da comunicação escrita em

Língua Portuguesa”, são abordados alguns conceitos fundamentais:

texto, gêneros textuais, ortografia e gramática. Na segunda parte,

“Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos verbais e não

verbais”, aborda-se, principalmente, a leitura, discutindo os processos

e as possíveis estratégias de leitura. Na última parte, “Diretrizes para

a produção de textos acadêmicos”, o assunto é a escrita. Além da

abordagem acerca do processo de escrita e construção de um parágrafo,

há as características de alguns gêneros textuais utilizados no ambiente

acadêmico: resumo, resenha crítica e artigo científico.


A importância de se comunicar bem reflete na eficácia e na eficiência

do profissional, quando ele desempenha suas atividades. Nesse sentido, o

conhecimento da língua e a utilização adequada dos recursos linguísticos

são imprescindíveis. Portanto, você tem a oportunidade de aprimorar

seu conhecimento linguístico, a fim de aplicá-lo, da melhor forma, no

cotidiano de suas atividades pessoais, acadêmicas e profissionais!


Nivelamento em Língua Portuguesa

Elementos Básicos da
Comunicação Escrita em
Língua Portuguesa
Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à primeira parte do curso de

Nivelamento em Língua Portuguesa. Neste material, há importantes

elementos relacionados às regras da escrita, à leitura e ao conceito de

texto. Assim, primeiramente, são abordados os conceitos de texto,

língua e linguagem, para, depois, serem discutidas, de modo mais

direto, as regras gerais de ortografia e de gramática. Desse modo, você

compreenderá melhor alguns conceitos básicos da Língua Portuguesa.

FONTE: Stevanovic / 123RF.

Nivelamento 3
Nivelamento em Língua Portuguesa

Noções gerais sobre conceito de texto


O nivelamento em Língua Portuguesa é importante, caro(a) aluno(a),

pois amplia suas capacidades de escrita e leitura de textos. Nesse

contexto, você pode se questionar: o que é texto? Conhecer bem esse

conceito é o primeiro passo para ampliar sua competência linguística,

como usuário da Língua Portuguesa.

Primeiramente, salienta-se que um texto não é um amontoado de

frases desconexas, mas um todo que faz sentido (KOCH, 2018). Em

outras palavras, o texto é uma unidade de sentido, independente da sua

extensão. Dessa forma, um texto pode ser uma conversa em um bar,

uma bula de remédio, um bilhete, uma conversa ao telefone, um artigo

de jornal, um ofício, um memorando, um e-mail, etc.

Em latim, a palavra textum, da qual se originou o termo “texto”, está

relacionada a tecido, mais profundamente, à costura de fios e de pontos

que se ligam e entrelaçam para se tornar um só, ou seja, o texto se

organiza como um tecido uno, que não se separa, e detém um sentido,

mas, para criar esse sentido, o texto faz parte de um contexto

(FIORIN; PLATÃO, 2015).

Por sua vez, o contexto é algo que faz sentido em um determinado

lugar. Para que o assunto abordado em um texto seja coerente,

precisa pertencer a um contexto. Considere como exemplo um recado

escrito de um colega de trabalho para o outro. Nesse caso, o possível

contexto é o ambiente profissional de ambos. Outro exemplo é uma

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Nivelamento em Língua Portuguesa

notícia publicada em determinado dia de março de 2018 a respeito da

economia brasileira. Nesse caso, o contexto é a realidade brasileira

naquela época específica.

É válido salientar, caro(a) aluno(a), que este material também é

um texto, que tem como contexto o aprimoramento em relação à

Língua Portuguesa, com vistas ao desenvolvimento de competências

e habilidades que podem ser aproveitadas no ensino superior ou em

qualquer atividade que necessite de conhecimento linguístico.

Duas características presentes em todos os textos precisam ser

destacadas: a coerência e a coesão. A coerência refere-se ao sentido, e

a coesão corresponde às “amarras” que tornam o texto compreensível,

por meio do uso de termos referenciais, de pronomes, da pontuação,

das conjunções, etc. Para ler e escrever textos, é preciso estar atento

à construção lógica dos referentes (os sentidos do texto, a coerência,

por exemplo) e à forma escrita (regras, convenções, língua culta,

gramática, elementos coesivos, dentre outros aspectos) (KOCH, 2018).

É importante destacar que o texto, oral ou escrito, é possível apenas

porque os seres humanos têm a capacidade de utilizar a linguagem, a

qual compreende, inclusive, os símbolos (gestos, desenhos, palavras,

etc.). Essa é uma propriedade muito importante, pois a linguagem

cria a realidade. Ou seja, ao serem nomeadas, as coisas chegam até a

consciência humana. Por exemplo, caro(a) aluno(a), a palavra saudade.

Você, provavelmente, conhece o sentido. Saudade é o sentimento que

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Nivelamento em Língua Portuguesa

invade uma pessoa quando ela sente falta de algo ou de alguém. Você

sabia que essa palavra existe apenas na Língua Portuguesa? Outras

línguas têm dificuldade de reconhecer o sentimento e a sensação de

saudade pela falta de uma palavra para definir essa realidade.

Ademais, a linguagem divide-se em verbal e não verbal. A linguagem

verbal tem como unidade a palavra e pode ser escrita ou oral. A

linguagem não verbal é efetivada por meio de gestos, pinturas,

imagens, desenhos, etc. Há alguns textos que podem integrar as

duas formas de linguagem, como em uma propaganda, que contém

cores, fotografias ou desenhos acompanhados de sentenças verbais

(VANOYE, 2016).

Outro ponto importante a ser considerado é que a linguagem

verbal se efetiva por meio de uma língua, a qual ocorre quando há a

organização de sons e gestos que possibilitam a comunicação. A língua

nasce de uma forma social, visto que ela se realiza quando grupos

humanos usam o mesmo código para efetuar a comunicação

(FIORIN; PLATÃO, 2015). Como exemplo, é possível mencionar a

Língua Portuguesa ou a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), línguas

oficiais brasileiras.

Atualmente, um conceito muito importante para a leitura e a

produção de textos é a multimodalidade. Esse conceito considera que

qualquer texto só ocorre por intermédio das múltiplas modalidades

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Nivelamento em Língua Portuguesa

da linguagem, ou seja, das formas verbal (escrita e oral) e não verbal

(visual). Além disso, a multimodalidade é consequência direta das

habilidades aprimoradas pelos sujeitos no atual contexto tecnológico,

principalmente, em relação ao modo como interagem com

outras pessoas.

Na contemporaneidade, em um mesmo instante, no mesmo intervalo

de tempo, as pessoas conseguem falar ao telefone, conversar por meio

de aplicativos de celular, ler e-mails, ouvir música, entre outras coisas

(FREITAS; BARTH, 2014). O advento de novos gêneros digitais, como

Whattsapp, Twitter, blogs, messengers, torna cada vez mais perceptível

a combinação entre o signo visual e o escrito. Além disso, a sociedade

é, eminentemente, visual, pois é a imagem que chama a atenção dos

indivíduos. Segundo Freitas e Barth (2014, p.13), é

preciso considerar ainda que quando escrevemos


ou lemos um texto usamos no mínimo dois modos de
representação: palavras e gestos, palavras e entonações,
palavras e imagens, palavras e diferentes designs,
palavras e tipografias, palavras e animações, etc.
Todos os gêneros, assim, são multimodais.

Este material aborda, especificamente, a Língua Portuguesa usada no

Brasil, em suas formas escrita e falada. Salienta-se que o português é a

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Nivelamento em Língua Portuguesa

língua oficial de muitos territórios, espalhados em quatro continentes,

em países como: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,

Cabo Verde, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e

Macau. Dessa forma, estima-se que, aproximadamente, 250 milhões de

pessoas falem o idioma.

É preciso, caro(a) aluno(a), que você

Vídeo compreenda o quão importante

é cultivar o estudo da Língua

Portuguesa, pois é a partir dela que

os atos de linguagem se efetuam.

Uma vez que essa questão foi reforçada,

é possível voltar ao conceito de texto,

que, como você já sabe, é um todo


http://bit.ly/2AcpKT6
organizado de sentido, que circula

socialmente por meio dos gêneros

textuais ou de tipologias textuais.

Gêneros textuais são modelos de textos que se realizam por uma (ou

mais de uma) determinada razão, em uma situação comunicativa (um

contexto), para promover uma interação específica. Alguns exemplos

de gêneros textuais são: bula de remédio, conto, poema, memorando,

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Nivelamento em Língua Portuguesa

bilhete, entre outros. Neste material, são abordados os gêneros textuais

acadêmicos, como a resenha, o resumo e o artigo científico.

Um ponto importante na produção de textos é compreender as

regras dos gêneros textuais que estão sendo escritos, ou seja, é preciso

conhecer a estrutura de um ofício, um e-mail, um memorando, etc. Por

exemplo, o gênero textual notícia precisa ser direto, objetivo e noticiar

algo. O gênero textual relatório precisa relatar algo com linguagem

profissional e direta (COSTA, 2010).

Os gêneros utilizam tipologias (tipos textuais) em sua construção.

Assim, é possível destacar três tipologias: narração, dissertação e

descrição. Por meio da narrativa, pode-se contar histórias com início,

meio e fim, nas quais há personagens e espaço e tempo determinados.

Na tipologia descritiva, caracteriza-se e descreve-se algo de forma

específica e detalhada. Na dissertativa, são utilizados argumentos para

comprovar um ponto de vista.

Segundo Faulstich (2013, p. 59), “dissertar é expor, explanar, ou

ainda explicar ideias. Na dissertação, expressamos o que sabemos

ou acreditamos saber a respeito de determinado assunto”. Desse

modo, para a explanação de um ponto de vista, é preciso mobilizar

argumentos, por isso, essa tipologia também é denominada

argumentativa (FIORIN, 2010).

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Nivelamento em Língua Portuguesa

Saiba mais
Neste material, a tipologia dissertativa e a tipologia argumentativa

são consideradas sinônimas, pois ambas têm o mesmo propósito

comunicativo: argumentar para comprovar um ponto de vista. Fiorin

(2010) é um dos autores que utiliza essa abordagem. Por isso, o Quadro

1 não apresenta o tipo dissertativo, porque, para Fiorin (2010), ao se

apresentar pontos de vista, já se faz a argumentação, logo, esse autor

considera apenas o tipo argumentativo.

Alguns autores, entretanto, discordam dessa abordagem e apontam

diferenças entre os termos. De acordo com essa perspectiva, a tipologia

dissertativa é mobilizada quando são utilizados argumentos para expor

sobre um ponto de vista. A tipologia argumentativa, por sua vez, tem a

intenção comunicativa de convencer o interlocutor, ou seja, pretende

convencer a opinião dele.

Portanto, essa é a diferença: a primeira apresenta informações e

argumentos, fundamentando uma opinião. No segundo caso, os

argumentos são estruturados para convencer o interlocutor a pensar de

uma forma diferente.

Fonte: Adaptado de Fiorin (2010) e Koch (2018).

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Nivelamento em Língua Portuguesa

Como exposto anteriormente, é importante compreender que um

único texto pode mobilizar mais de uma tipologia, ou seja, um artigo

de opinião pode ter uma descrição, dentre outros exemplos possíveis.

Ainda, há outras tipologias de texto, como a injunção e a exposição,

conforme expõe o Quadro 1.

QUADRO 1
Explicação sobre tipos textuais

BASES TEMÁTICAS EXEMPLOS TRAÇOS LINGUÍSTICOS

Este tipo de enunciado textual tem um

“Os passageiros verbo de mudança no passado, um

aterrissaram em circunstancial de tempo e lugar. Por sua


Narrativa
Nova York no meio da referência temporal e local, este enunciado

noite”. é designado como enunciado indicativo

de ação.

Este tipo de enunciado textual tem uma


“O cenário do filme
estrutura simples com um verbo estático no
Descritiva era composto por luz
presente ou imperfeito, um complemento e
sombra e magia”
uma indicação circunstancial de lugar.

Em (a) temos uma base textual denominada

de exposição sintética pelo processo


(a) “Uma parte do
da composição. Aparece um sujeito, um
Expositiva cérebro é o córtex”.
predicado (no presente) e um complemento

com um grupo nominal. Trata-se de um

enunciado de identificação de fenômenos.

FONTE: Marcuschi (2010, p.26-27)


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Nivelamento em Língua Portuguesa

BASES TEMÁTICAS EXEMPLOS TRAÇOS LINGUÍSTICOS

Em (b) temos uma base textual denominada

de exposição analítica pelo processo de

decomposição. Também é uma estrutura

(b) “O cérebro com um sujeito, um verbo da família do

Expositiva tem 10 milhões de verbo ter (ou verbos como: “contém”’,

neurônios”. “consiste”, “compreende”) e um complemento

que estabelece com o sujeito uma relação

parte-todo. Trata-se de um enunciado de

ligação de fenômenos.

Tem-se aqui uma forma verbal com o verbo


“A obsessão com
“ser” no presente e um complemento (que
a durabilidade
Argumentativa no caso é um adjetivo). Trata-se de um
nas Artes não é
enunciado de atribuição de qualidade para
permanente”.
comunicar ponto de vista.

Vem representada por um verbo no

imperativo. Esses verbos são os enunciados

que incitam a ação. Esses textos podem

sofrer certas modificações significativas

na forma e assumir, por exemplo, a


Injuntiva “Pare!”. “Seja razoável.”
configuração mais longa, em que o

imperativo é substituído por um "deve". Por

exemplo: "Todos os brasileiros, na idade

de 18 anos, do sexo masculino, devem

comparecer ao exército para alistarem-se".

Para tornar claras as diferenças entre gêneros textuais e tipologias

textuais, observe o Quadro 2.

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Nivelamento em Língua Portuguesa

QUADRO 2
Diferença entre tipos e gêneros textuais

GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS

1. Construtos teóricos definidos por 1. Realizações linguísticas concretas, definidas

propriedades linguísticas intrínsecas, ou seja, pelas propriedades sociocomunicativas.

correspondem às formas como um discurso é

organizado internamente.

2. Constituem textos propriamente ditos, 2. Constituem sequências linguísticas

cumprindo funções em determinadas ou sequências de enunciados e não são

situações comunicativas. propriamente textos inteiros, textos completos.

3. Abrange um conjunto limitado de 3. Abrange um conjunto aberto e, praticamente,

categorias teóricas, determinadas por ilimitado de designações concretas,

aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, determinadas por canal, estilo, conteúdo,

tempo verbal, etc. composição e função.

4. Designações teóricas dos tipos: narração, 4. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão,

argumentação, descrição, injunção e carta comercial, carta pessoal, romance,

exposição. bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio,

horóscopo, receita culinária, bula de remédio,

lista de compras, cardápio, instruções de uso,

outdoor, inquérito policial, resenha, edital de

concurso, piada, conversação espontânea,

conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual,

aulas virtuais, etc.

FONTE: Adaptado de Marcushi (2010, p.24)

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Nivelamento em Língua Portuguesa

Um texto, de qualquer gênero textual, constrói os sentidos a partir de

um tripé básico: o produtor do texto, o texto e o leitor, os quais estão

expostos no Quadro 3.
QUADRO 3
Elementos fundamentais para a construção de sentidos de um texto

Organiza os sentidos do texto, por meio de sinalizações


Produtor/planejador
textuais (indícios, pistas, marcas).

Tem um sentido organizado, em decorrência das escolhas

Texto do seu autor. Sua configuração estabelece limites em

relação às leituras possíveis.

Constrói, efetivamente, os sentidos apresentados no texto


Leitor
a partir da leitura.

FONTE: Adaptado de Koch (2018)

Os três elementos elencados no Quadro 3 são fundamentais e

estão relacionados, pois o produtor precisa pensar em um texto

que seja compreendido pelo seu leitor. Por exemplo, o material que

você está lendo teve um produtor preocupado em criar um material

prático e compreensível, para pessoas interessadas em ampliar seus

conhecimentos sobre a Língua Portuguesa. A partir desse objetivo,

foram feitas as escolhas de escrita, como ocorre em qualquer texto que

está sendo escrito ou lido.

Quando se escreve, é preciso saber, claramente, por quem o texto

será lido. Ao ler um texto, por sua vez, o leitor precisa decifrar

quais são as intencionalidades do texto, que definem quais eram

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Nivelamento em Língua Portuguesa

as intenções e os objetivos
Vídeo
comunicativos do planejador.

Desse modo, para a escrita e

a leitura de textos em Língua

Portuguesa, o domínio da

ortografia e da gramática é

fundamental. Esse é o próximo


http://bit.ly/2P40pDg
assunto discutido neste material.

Noções gerais de ortografia


Provavelmente, várias vezes ao longo da sua vida, você se deparou

com o termo ortografia e suas implicações. Apesar de muito temida,

a ortografia é uma aliada, pois estabelece os padrões de escrita das

palavras. Sem padronização, a comunicação escrita seria mais complexa

e passível de problemas de interpretação. Nesse sentido, para ter

o domínio da norma padrão da língua, as regras ortográficas são

fundamentais. Ademais, a ortografia de uma língua está relacionada

tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto

fonológicos (ligados aos fonemas representados) (CEGALLA, 2013).

É importante destacar que a ortografia é fruto de uma convenção,

ou seja, a forma correta de grafia das palavras é imposta, é um acordo,

Nivelamento 15
Nivelamento em Língua Portuguesa

algo não natural, mas estabelecido para determinar a padronização.

Por isso, é possível falar em acordos ortográficos, visto que há a

padronização escrita de uma língua.

A forma de grafar as palavras em Língua Portuguesa é produto de

acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que essa é

a língua oficial (BECHARA, 2015). Entretanto, mesmo com padrões,

uma língua é viva, logo, está em constante modificação. Assim, o que,

hoje, é considerado uma inadequação ortográfica, no futuro, pode ser

considerado norma e vice-versa.

Um ponto de partida para compreender a ortografia é o conhecimento

do alfabeto, que, como você já sabe, contém 26 letras e cada uma delas

tem uma forma minúscula e outra maiúscula, conforme apresenta

o Quadro 4.
QUADRO 4
Alfabeto em Língua Portuguesa

a A (á) b B (bê) c C (cê) d D (dê) e E (e)

f F (efe) g G (gê ou guê) h H (agá) i I (i) j J (jota)

k K (cá) l L (ele) m M (eme) n N (ene) o O (o)

p P (pê) q Q (quê) r R (erre) s S (esse) t T (tê)

u U (u) v V (vê) w W (dáblio) x X (xis) y Y (ípsilon)

z Z (zê)

FONTE Elaborado pelo autor

16 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Saiba mais

A ortografia é uma invenção relativamente recente. Há trezentos anos,

línguas como o francês e o espanhol não tinham ainda uma ortografia.

No caso da Língua Portuguesa, foi só no século passado que se

convencionaram normas ortográficas cmouns entre a língua portuguesa

do Brasil e de Portugal. Hoje, vivemos um momento de renovação: pouco

a pouco, vamos conseguindo que a língua ensinada na escola tenha

propósitos e características semelhantes aos que adotamos quando

lemos e escrevemos fora do ambiente escolar. Assim, sem abrir mão da

leitura e produção de textos como eixo orientador do trabalho com a

língua, pensamos que é preciso ensinar ortografia.

A escola, frequentemente, exige do aluno que ele escreva de acordo com

a norma padrão, mas cria poucas oportunidades para refletir com ele

sobre as dificuldades ortográficas da língua. Em vez de se preocupar

em avaliar, em verificar o conhecimento ortográfico dos alunos, a escola

precisa investir mais em ensinar, de fato, a ortografia [...]. O domínio pleno

da ortografia da Língua Portuguesa é um dever para nós brasileiros e,

além disso, perpassa pelo nosso sentimento de pertença à nação, de nos

reconhecermos como cidadãos integrantes do país.

Fonte: Dias et al. (2014, p. 182-183).

Nivelamento 17
Nivelamento em Língua Portuguesa

Em relação ao alfabeto, algumas particularidades devem ser

observadas.

• Apesar de “ç” não ser considerada, oficialmente, uma letra, ela é

muito empregada em Língua Portuguesa. Essa letra representa

o fonema /s/ e é usada diante das letras “a”, “o”, “e” e “u”, em

determinadas palavras.

• A partir do acordo ortográfico, assinado em 2008, as letras

K, W e Y passaram a fazer parte oficial do alfabeto da Língua

Portuguesa. Essas letras são usadas em palavras estrangeiras e

em suas derivações. Alguns exemplos de uso dessas letras são os

antropônimos (Byron, byroniano; Darwin, darwinismo; Franklin,

frankliniano; Kafka, kafkiano; Kant, kantiano, kantismo; Kardec,

kardecista, kardecismo; Taylor, taylorista; Wagner, wagneriano,

etc.), os topônimos (Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano,

etc.) e as siglas e os símbolos internacionais, como o “kg”, que

representa a palavra “quilograma”.

• Em Língua Portuguesa, há certa profusão de dígrafos – quando duas

letras se unem para promover um único som. Os principais dígrafos

são: ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç e xc. Também merecem destaque os

dígrafos que representam vogais nasais: am, an, em, en, im, in,

om, on, um, un.

• Também são dígrafos gu e qu antes de “e”, assim como as uniões da

letra “h” com vogais: ha, he, hi, ho e hu.

18 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Para escrever bem, a leitura atenta e a consulta a dicionários pode

ajudar muito. A seguir, há alguns dos erros ortográficos mais comuns

(BECHARA, 2015).

Inadequação ortográfica comum: confundir o passado e o

futuro dos verbos. Exemplos: cantaram e cantarão.

Como evitar: lembrar-se de que a terminação “am” é sempre

passado (ou presente), e a terminação “ão” sempre corresponde ao

futuro dos verbos.

Exemplos: Eles cantaram tão bem no recital ontem. Amanhã,

cantarão ainda melhor.

Inadequação ortográfica comum: confusão entre “bem”,

“bom”, “mal” e “mau”.

Como evitar: lembrar-se de que “bem” e “mal” são um “par”,

sendo que um é antônimo do outro (ambos são usados como

advérbios, depois de verbos), assim como “bom” e “mau” também

formam um “par” (ambos são usados como adjetivos).

Exemplos: Lobo mau. Lobo bom. Passei mal. Passei bem.

Nivelamento 19
Nivelamento em Língua Portuguesa

Inadequação ortográfica comum: acento nas palavras “tem” e “vem”.

Como evitar: os verbos “ter” e “vir” são acentuados quando estão

na terceira pessoa do plural do presente do indicativo.

Exemplos: Ele tem medo. Eles têm medo. Ele vem hoje. Eles vêm hoje.

Inadequação ortográfica comum: conjugação de verbos

impessoais.

Como evitar: verbos como “haver” (no sentido de existir) e

“fazer” (indicando tempo) são impessoais, ou seja, não devem

concordar com o sujeito.

Exemplos: Há pessoas felizes. Fazia cinco anos que não te

encontrava. Houve mudanças no clima.

Inadequação ortográfica comum: confusão no uso das

expressões “em vez de” e “ao invés de”.

Como evitar: “em vez de” significa “no lugar de”, ou seja, essa

expressão deve ser usada quando a ideia é de uma substituição. A

expressão “ao invés de” significa “ao contrário de” e só deve ser usada

quando algo for, totalmente, oposto ao que foi mencionado antes.

20 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Exemplos: “Eu prefiro comer chocolate em vez de comer

frutas” (chocolate não é contrário de frutas, são apenas opções de

alimento. Por isso, é adequado apenas o “em vez de”). “Ao invés de

descer, o elevador subiu” (descer é o contrário de subir, por isso,

“ao invés de” pode ser usado).

Inadequação ortográfica comum: utilizar trema.

Como evitar: após o novo acordo ortográfico, o trema é usado

somente em nomes próprios de origem estrangeira.

Exemplos: Bündchen, Müller.

Vídeo

http://bit.ly/2CLvJ3L

Nivelamento 21
Nivelamento em Língua Portuguesa

Inadequação ortográfica comum: uso do hífen.

Como evitar: o hífen une um prefixo a um radical, sendo

utilizado em duas situações:

• diante da letra “h”;

• diante de palavras iniciadas com a mesma vogal com a qual o

prefixo termina.

Nos demais casos, há a aglutinação, ou seja, o prefixo se une

ao radical sem o hífen. Além disso, quando o prefixo termina ou

começa com “r” ou “s”, essas letras são duplicadas.

Exemplos: Anti-higiênico. Contra-ataque. Micro-ondas.

Infraestrutura. Autossuficiente. Antissocial. Autorrealização.

Antirreflexo.

Vídeo

http://bit.ly/2CNCJNC

22 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Inadequação ortográfica comum: crase.

Como evitar: é importante ter em mente que a crase é a

união de duas vogais. Uma delas é o “a”, que é artigo (palavra

que acompanha os substantivos). O outro “a” é uma preposição

exigida pelo verbo. Assim, em “obedecemos à regulamentação”, o

verbo “obedecer” exige a preposição (pois quem obedece, obedece

a alguém). A palavra “regulamentação” é feminina, então, é

acompanhada do artigo feminino “a”.

Para compreender melhor essas implicações, observe as regras

a seguir.

QUANDO NÃO USAR CRASE EXEMPLOS

Antes de substantivos masculinos. Fiz uma compra a prazo.

Não sei se o prefeito chegou a


Antes de verbos.
ordenar o início da obra.

Antes da maioria dos pronomes. Desejamos a todos um Feliz Natal.

Entre palavras repetidas. Por favor, permaneçam lado a lado.

Antes de palavras femininas no plural, As bolsas de estudo foram concedidas

antecedidas pela preposição “a”. a alunas estrangeiras.

Antes de um numeral (exceto em horas). A loja fica a dois quilômetros daqui.

Nivelamento 23
Nivelamento em Língua Portuguesa

QUANDO USAR CRASE EXEMPLOS

Aquele aluno nunca está atento à


Antes de palavras femininas,
explicação.
em construções de frase com
Suas atitudes são idênticas às
substantivos e adjetivos que exigem
atitudes de sua prima Úrsula.
a preposição “a” e com verbos cuja
Não consigo ser indiferente à
regência é feita com a preposição “a”.
formosura dessa menina!

À noite, à direita, à toa, às vezes, à

deriva, às avessas, à parte, à luz, à


Em diversas expressões adverbiais,
vista, à moda de, à maneira de, à
locuções prepositivas e locuções
exceção de, à frente de, à custa de,
conjuntivas.
à semelhança de, à medida que, à

proporção que, etc.

Antes da indicação exata e


A aula começa às 13h30min.
determinada de horas.

É importante destacar que, em alguns casos, o uso da crase é opcional.

Para exemplificar, é possível mencionar três principais ocorrências:

• antes dos pronomes possessivos femininos, como “minha”, “tua” e “nossa”;

• antes de substantivos femininos próprios;

• depois da palavra “até”. Se, depois da preposição “até”, há uma palavra

feminina que exige o artigo “a”, a crase será opcional.

Assim, ambas as possibilidades podem ocorrer:

• Vou obedecer à minha mãe. Vou obedecer a minha mãe.

• Obedeço à Marieta. Obedeço a Marieta.

• Vamos até à praça. Vamos até a praça.

24 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Inadequação ortográfica comum: uso dos “porquês”.

Como evitar: existem apenas quatro possibilidades de “porquês”:

• “por que”, separado e sem acento, é utilizado em dois sentidos: “por

qual motivo” e no início de perguntas, com o sentido de “pelo(s)

qual(is) e pela(s) qual(is)”;

• “porque”, junto e sem acento, é utilizado em respostas, em explicações;

• “por quê”, separado e com acento, é utilizado no fim de perguntas;

• “porquê”, junto e com acento, é utilizado como substantivo e,

por isso, é acompanhado de artigo.

Exemplos: Por que não vamos passear?

Os museus por que passeamos são fantásticos.

Não fui porque estava chovendo.

Não vamos passear por quê?

Não sei o porquê ela não veio hoje.

Acentuação

A acentuação gera muitas dúvidas no momento da escrita, mas não se

trata de algo incontornável, pois há algumas regras que a regularizam.

Em Língua Portuguesa, um acento gráfico (tanto o agudo quanto o

circunflexo) só pode ser utilizado na sílaba tônica das palavras. Observe

que til e crase são sinais gráficos, não são acentos.

Nivelamento 25
Nivelamento em Língua Portuguesa

A principal regra de acentuação parte do seguinte princípio: em

Língua Portuguesa, as palavras mais numerosas são as paroxítonas

(penúltima sílaba tônica forte), seguidas pelas oxítonas (a última sílaba

é a tônica). A maioria das paroxítonas termina em “a”, “e”, “o” e “em”,

podendo ou não ser seguidas de “s”.

Devido à recorrência, as paroxítonas que integram a maioria das

palavras não recebem acento. Por sua vez, as palavras proparoxítonas

(antepenúltima sílaba é a mais forte), por serem pouco numerosas,

sempre são acentuadas. A fim de que essas regras se tornem mais

compreensíveis, as principais estão expostas no Quadro 5, que contém

exemplos de quando acentuar algumas palavras, e no Quadro 6, que

expõe quando as palavras não devem ser acentuadas.


QUADRO 5
Quando acentuar palavras
QUANDO ACENTUAR EXEMPLOS

Cônjuge.

Palavras proparoxítonas, ou seja, que Médico.

têm a antepenúltima sílaba tônica. Pássaro.

Péssimo.

Açúcar.

Palavras paroxítonas terminadas em L, Tórax.

I(S), UM, UNS, U(S)M Ã(S), ÃO(S), PS. Álbum.

Lápis.

Palavras oxítonas terminadas em Vatapá.

ditongo aberto e em A(S), E(S), O(S), Parabéns.

EM, ENS. Chapéu.

FONTE Elaborado pelo autor.

26 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

QUADRO 5

QUANDO ACENTUAR EXEMPLOS

Juízo.
Hiatos, quando I(S) e U(S) estiverem
Viúva.
sozinhos e forem tônicos.
Egoísta.

Eles têm.
Verbos “ter” e “vir” (e todos os seus
Eles vêm.
derivados), na terceira pessoa do
Eles contêm.
plural do presente do indicativo.

Terceira pessoa do singular do Ele contém.

presente do indicativo dos verbos Ele provém.

derivados de “ter” e “vir”. Ele intervém.

QUADRO 6
Quando não acentuar palavras

QUANDO NÃO ACENTUAR EXEMPLOS

Jiboia.
Ditongos abertos de palavras
Assembleia.
paroxítonas.
Ideia.

Polens.
Paroxítonas terminadas em ENS. Hifens.
Liquens.

Abacaxi.
Oxítonas terminadas em I(S), U(S).
Tatu.

Hiato, quando sucedido por NH. Rainha.

Hiato, quando sucedido por ditongo. Feiura.

Eles veem.
Eles creem.
Palavras com letras dobradas.
Voo.
Abençoo.

FONTE Elaborado pelo autor

Nivelamento 27
Nivelamento em Língua Portuguesa

Noções gerais de gramática

Para que um texto seja bem organizado, há várias regras que precisam

ser aplicadas. Não basta conhecer essas regras, é preciso saber utilizá-

las. Por isso, para a produção de textos, são importantes as noções de

morfologia, de sintaxe e de gramática.

Saiba mais
Você se lembra do que significam os termos “morfologia”, “sintaxe”

e “gramática”? A morfologia é o estudo da estrutura, da formação e

da classificação das palavras. Provavelmente, você se lembra de ter

estudado substantivos, verbos, adjetivos, pronomes, etc. Nesse caso,

você estudou morfologia.

A sintaxe, por sua vez, estuda a ordenação das palavras em uma frase

e a ordem lógica das sentenças, sendo responsável por conceitos

que você também já conhece, como sujeito, predicado, objeto direto e

indireto, entre outros. Por fim, a gramática pode ser entendida como o

conjunto de regras que organiza o funcionamento de uma língua em sua

forma escrita.

Fonte: Elaborado pelo autor.

28 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Em relação à sintaxe, Abreu (2018) afirma que

qualquer pessoa que fale Português sabe, intuitivamente,


quando ouve um verbo, algo a mais que ultrapassa o
significado dele. Quando alguém ouve ou lê o verbo beijar,
e sabe o que ele significa, sabe também que, ligado a este
verbo, temos de ter alguém que beija e alguém que é beijado

(ABREU, 2018, p. 97).

Dessa forma, caro(a) aluno(a), se você ouvir a frase “o filho beijou”,

imediatamente, intuirá que o sentido está incompleto caso o objeto

beijado não esteja claramente implícito, pois o verbo “beijar” exige

complementação. Essa consciência advém da sintaxe, parte da gramática

que trata da ordenação dos elementos da frase (ABREU, 2018).

Conhecer e estudar gramática, entretanto, não significa que

imediatamente se aprende a escrever bem. Ter noções da gramática

ajuda a ter uma visão científica e geral do funcionamento lógico da

sintaxe de um idioma, mas apenas conhecer e aplicar as regras não

garantem um bom uso do idioma em suas formas oral e escrita. Por

isso, neste material, são apresentadas apenas noções gerais, que têm

implicações na produção e na leitura de textos.

Nivelamento 29
Nivelamento em Língua Portuguesa

Concordância nominal e

concordância verbal

A concordância é um processo sintático que padroniza as

terminações das palavras, de acordo com o gênero, o número e a

pessoa, e ser nominal ou verbal. A concordância nominal é a relação

que se estabelece entre as classes de palavras (nomes), fazendo os

substantivos concordarem com os pronomes, os numerais, os adjetivos,

entre outros. Observe os exemplos:

• formas adequadas: a bela garota; as belas garotas;

• formas inadequadas: o bela garota; as bela garota.

Como exposto, a concordância nominal é responsável pelos ajustes

de singular, plural, masculino e feminino dos nomes (ABREU, 2018).

Trata-se de um conceito simples, mas é importante ter atenção

redobrada em casos específicos de concordância nominal, conforme

demonstra o Quadro 7.

A concordância verbal, por sua vez, ocorre quando o verbo se

flexiona para concordar com seu sujeito. Assim, a regra geral é: o

verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, por exemplo, “as

laranjas estão podres”. Apesar dessa regra, há muitos casos especiais de

concordância verbal, como no caso do sujeito coletivo, quando o sujeito

é “cada um”, quando está junto de locuções, dentre outros.

30 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa
QUADRO 7
Casos de concordância nominal

REGRA DE CONCORDÂNCIA NOMINAL EXEMPLOS

Quando o adjetivo estiver posposto


Temos um forno e um congelador
a dois ou mais substantivos, ele pode
quebrados (ambos estão
concordar com todos eles ou apenas com
quebrados).
o mais próximo. Se concordar com os
Temos um forno e um congelador
dois, o adjetivo faz referência aos dois. Se
quebrado (somente o congelador
concordar com o mais próximo, caracteriza
está avariado).
apenas ele.

Temos quebrado um forno e


Quando o adjetivo estiver anteposto a dois
um congelador (ambos estão
ou mais substantivos, ele pode concordar
quebrados).
com os dois ou com o mais próximo.
Temos quebrados um forno e
Entretanto, em ambos os casos, o adjetivo
um congelador (ambos estão
faz referência a ambos os substantivos.
quebrados).

Quando há dois adjetivos modificando um

substantivo, existem duas possibilidades O médico obstetra e o cardíaco.

de concordância: pluraliza-se ou não o Os médicos obstetra e cardíaco.

substantivo.

O particípio dos verbos sempre concorda Feitas as contas, decidimos adiar

com o sujeito. o conserto.

Locuções adjetivas e palavras empregadas Homens sem-vergonha.

como advérbio são invariáveis. Os sindicatos ficaram alerta.

Adjetivos compostos só flexionam o último Eles compraram sete

elemento. guarda-chuvas.

FONTE Elaborado pelo autor.

Nivelamento 31
Nivelamento em Língua Portuguesa

Nesse âmbito, caro(a) aluno(a), aqui, não há todas as exceções, pois

o objetivo deste material não é exemplificar todos os casos possíveis de

concordância verbal. Assim, você pode pesquisar mais a respeito desse

assunto, a fim de aprofundar seu conhecimento acerca da concordância

verbal que se difere da regra geral (ABREU, 2018).

Uso dos pronomes

Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham os nomes

(substantivos e adjetivos). Existem os pronomes pessoais (eu, tu, ele, nós,

vós, eles), os possessivos, os demonstrativos, dentre outros. Este material

aborda, unicamente, os pronomes oblíquos átonos, pois são os que

provocam mais dúvidas em relação ao seu emprego. Os pronomes oblíquos

átonos são: “me”, “te”, “se”, “o”, “a”, “lhe”, “nos”, “vos”, “os”, “as” e “lhes”.

Os pronomes oblíquos são pronomes pessoais, ou seja, substituem

sujeitos, e podem ser átonos ou tônicos. Os tônicos são “mim”, “ti”, “si”,

“ele”, “ela”, “nós”, “vós”, “si”, “eles” e “elas” e costumam ser precedidos de

preposições como “com” ou “para”. Por exemplo, “eu descobrirei o melhor

para mim”. Os átonos (“te”, “se”, “o”, “a”, “lhe”, “nos”, “vos”, “se”, “os”, “as”

e “lhes”), por sua vez, têm pronúncia mais fraca e precisam estar próximos

do verbo, comportando-se como se fossem uma sílaba do verbo.

No que se refere à colocação dos pronomes oblíquos átonos, há

três possibilidades: ênclise, próclise e mesóclise (CEGALLA, 2013). A

próclise ocorre quando o pronome é utilizado antes do verbo.

32 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

O Quadro 8 expõe os casos em que a próclise é obrigatória.


QUADRO 8
REGRA DE PRÓCLISE Próclise EXEMPLOS

Você nem se preocupou com meu


Palavras de sentido negativo.
atraso!

Falava os nomes, conforme se


Conjunções subordinativas.
lembrava deles.

Advérbios. Lá se pode viver tranquilamente.

Pronomes indefinidos. Alguém me chamou?

Pronomes interrogativos. Que me falta descobrir?

A pessoa que te convocou não se


Pronomes relativos.
identificou.

FONTE: Elaborado pelo autor.

Para explicar o uso da mesóclise, não é preciso apresentar um

quadro, pois há apenas um caso possível: quando há verbo no futuro

do presente ou no futuro do pretérito, mas sem palavra atrativa. A

mesóclise ocorre quando o pronome está no meio do verbo e das suas

terminações. Nesse caso, o pronome oblíquo átono deve ser colocado

entre o infinitivo e as terminações de futuro. Por exemplo: “encontrar-

me-ei somente com o diretor da empresa”.

A ênclise, por sua vez, é a colocação do pronome depois do verbo,

principalmente, em três casos: quando o verbo iniciar a oração, com o

verbo no imperativo afirmativo e com orações reduzidas de gerúndio

Nivelamento 33
Nivelamento em Língua Portuguesa

ou de infinitivo. Observe os exemplos:

• Entreguei-lhe os livros.

• Por favor, traga-me uma taça de vinho.

• Cheguei a convidá-lo para meu casamento, mas ele não foi.

Regências verbal e nominal

A regência verbal é a relação que se estabelece entre um verbo

e seus complementos. Provavelmente, você se lembra de, nos

ensinos fundamental e médio, ter estudado os verbos intransitivos,

os transitivos diretos e os transitivos indiretos. É disso que trata a

regência verbal, pois é preciso, por exemplo, que haja a disposição

correta dos verbos que exigem preposição, dos que exigem objeto

direto ou indireto, dentre outros casos.

Por seu turno, a regência nominal corresponde à relação

entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e um eventual

complemento. Como são muitos os casos de regência verbal e

nominal, eles não estão expostos neste material. Entretanto, caro(a)

aluno(a), esse é mais um caso ao qual você deve se atentar durante a

produção escrita (ABREU, 2018).

Emprego de sinais

Entre a língua oral e a escrita, uma das mais significativas diferenças

é a entonação. Isso porque, na língua falada, é possível pausar, falar

34 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

de forma brusca, melódica, ou seja, utilizar entonações diferentes. Há

uma série de recursos da linguagem oral que criam diferentes sentidos.

Pense, caro(a) aluno(a): é provável você já tenha se aborrecido com uma

pessoa não pelo que foi dito, mas pelo “tom de voz” utilizado.

Agora, você pode estar se questionando: a entonação é realmente

importante, mas é possível transcrever esses efeitos na língua escrita?

Há recursos gráficos que podem auxiliar a dinamização das produções

escritas, os quais se referem aos sinais de pontuação, que podem

destacar palavras, expressões e evitar ambiguidades. A seguir, há nove

importantes sinais de pontuação.

1. Vírgula. De todos os sinais de pontuação, talvez, a vírgula seja

o mais importante, pois tem três funções fundamentais: indicar

uma ligeira pausa na leitura, separar ou enfatizar termos na

oração e evitar ambiguidades na leitura. Nesse âmbito, a vírgula é

determinante em alterações de sentido, como nos exemplos:

• Não espere.

• Não, espere.

Na primeira oração, o sentido é de não esperar. Na segunda,

ao contrário, pede-se para esperar. É preciso pontuar, caro(a)

aluno(a), que as regras de aplicação da vírgula são as mais

discutidas entre gramáticos. Algumas dessas regras estão expostas

nos Quadros 9 e 10.

Nivelamento 35
Nivelamento em Língua Portuguesa

QUADRO 9
Quando usar a vírgula
REGRA EXEMPLOS

Depois de orações adverbiais Quando olhei para o assassino, não

antepostas. consegui ver o seu rosto.

Antes da palavra “que”, quando ela As araras azuis, que estão em extinção,

introduz oração explicativa, e em são belíssimos animais.

demais explicações que estejam no Senhora Agripina, diretora do colégio,

meio de uma frase (apostos). está em sua sala.

Antes de “e”, que introduz sujeito


Ana fez um bolo, e Marieta o comeu.
diferente da oração anterior.

Para encadear elementos que Ana, João, Maria e Frederico são meus

poderiam ser listados. alunos.

Antes de “mas” com sentido de “porém”. Tentei comer, mas não consegui.

FONTE Elaborado pelo autor


QUADRO 10
Quando não usar a vírgula
REGRA EXEMPLOS

Ana comeu quatro tortas de


Entre sujeito e predicado.
chocolate.

Eu obedeço aos meus superiores


Entre verbos e seus complementos.
rapidamente.

FONTE Elaborado pelo autor

36 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

QUADRO 11
Quando a vírgula é opcional

REGRA EXEMPLOS

Vou encontrar, neste sábado, minha

professora.
Com expressões adverbiais breves.
Vou encontrar neste sábado minha

professora.

Para separar expressões de modo, Algumas vezes, não estudei para as

tempo ou lugar que estiverem no provas.

início da frase. Semana passada, choveu muito.

Minha mãe fazia bolo de chocolate


Para indicar omissão de sujeito da
algumas vezes e em outras, fazia de
oração.
morango.

Quando palavras como “entretanto”, Entretanto não quero casar.

“porém” iniciarem sentenças. Entretanto, não quero casar.

FONTE Elaborado pelo autor

É preciso salientar que os quadros abarcam apenas alguns exemplos,

pois há muitos casos de uso da vírgula.

2. Ponto: sinal que indica o fim das orações e também é usado em abreviaturas.

3. Ponto e vírgula: essa união indica a finalização de uma ideia, mas

aponta que outra ideia será exposta, na mesma lógica de sentido da

anterior. Observe o exemplo:

Itens obrigatórios para fazer a prova:

• dicionário atualizado;

• caneta preta ou azul;

• documento de identidade.

Nivelamento 37
Nivelamento em Língua Portuguesa

4. Dois-pontos: (:)esse sinal “anuncia” uma informação, sendo

utilizado para encadear elementos e antes de um esclarecimento,

uma citação ou uma enumeração.

5. Travessão: (-)pode ser usado para indicar diálogo e separar termos

na oração, destacando-os.

6. Aspas: (“)usadas para marcar citações diretas ou destacar nomes de

obras, estrangeirismos, etc.

7. Reticências: (...)indicam uma interrupção ou suspensão na

sequência normal da frase.

8. Ponto de exclamação: (!)sinaliza exclamações, ou seja, enfatiza o

fim de frases, sendo muito utilizado depois de interjeições.

9. Ponto de interrogação: (?)utilizado após uma palavra, oração ou

frase, sempre indicando uma interrogação.

Refexão

Muitas vezes, as pessoas pensam que, para dominar a ortografia e a

gramática, é necessário o estudo sistemático de manuais de Língua

Portuguesa. Entretanto, quando o objetivo é melhorar a fluência na língua

escrita, para ter um bom domínio dela, o caminho é muito simples: a leitura.

Ser leitor possibilita o conhecimento acerca do funcionamento da língua,

além de possibilitar a internalização de muitas regras gramaticais. Portanto,

esse é mais um motivo para você ser um leitor e incentivar a leitura.

38 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Diretrizes para leitura, análise e


interpretação de textos verbais e
não verbais

Plano geral de leitura de um texto


Você pode afirmar, caro(a) aluno(a), que compreende e interpreta

os textos a sua volta de forma coerente e crítica? A realidade é que

grande parte da população é composta por analfabetos funcionais, ou

seja, pessoas que foram alfabetizadas, aprenderam a ler, mas que são

incapazes de entender o que leem, e isso é algo muito grave.

Esse, provavelmente, não é o seu caso, entretanto ficar atento aos

sentidos implícitos de um texto, para lê-lo de forma crítica, deve

ser um treino constante. Nesse sentido, a seguir, são apresentadas

as etapas do processo de leitura, de acordo com Menegassi (2014).

Hoje em dia utiliza-se a terminologia letramento para se referir a

compreensão da lingua nas situações sociais de práticas de leitura e

escrita (Freitas e Barth 2014)

Fonte: Schtutman / 123RF.


Nivelamento 39
Nivelamento em Língua Portuguesa

Refexão

Meus filhos terão computadores sim, mas, antes, terão livros. Sem livros, sem

leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria

história. (Bill Gates).

Primeira etapa: decodificação

A decodificação corresponde à compreensão do significado de

todas as palavras do texto e, sem essa etapa, o processo de leitura

simplesmente não acontece. Se o leitor não conhece o significado de

grande parte dos termos, dificilmente, ele será capaz de compreender

do que trata o texto.

Nessa etapa, quando o leitor se depara com a palavra “abelha”, por

exemplo, ele sabe que, em Língua Portuguesa, a união de “a”, “be” e

“lha” forma uma palavra que representa o pequeno inseto que vive em

colônias e produz mel. Se o leitor não relacionar a palavra “abelha” ao

inseto, é muito provável que não compreenda os sentidos da leitura

(MENEGASSI, 2014).

40 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Para auxiliar essa etapa, o conhecimento do vocabulário é muito

importante. Além disso, ler textos variados colabora com a bagagem

vocabular, a qual auxilia a etapa de decodificação de qualquer texto.

Segunda etapa: compreensão

Compreender um texto é captar a sua temática e entender,

exatamente, do que o texto trata e qual é a argumentação utilizada ou

a história contada. Para compreender um texto, é preciso reconhecer

informações, associá-las aos demais conhecimentos e dominar as regras

gramaticais, semânticas e sintáticas, mobilizadas para a criação das frases.

Só é capaz de efetivamente compreender um texto o leitor que entende

qual é o gênero textual em questão (MENEGASSI, 2014).

Terceira etapa: interpretação

Na etapa de interpretação, o leitor utiliza sua capacidade crítica e

analisa as informações que lê, julga-as e reflete acerca delas. Assim, para

que haja a interpretação, é fundamental que, antes, haja a compreensão

(MENEGASSI, 2014).

Quarta etapa: retenção

Depois de entender o que o texto diz, como diz e desenvolver uma

opinião, o leitor retém algumas informações. Essa é a sua bagagem, o

seu repertório. A quarta etapa é o que o leitor retém da leitura,

Nivelamento 41
Nivelamento em Língua Portuguesa

ou seja, as partes da leitura que ele internaliza, o armazenamento

de informações.

De forma sucinta, as etapas de leitura podem ser resumidas da

seguinte maneira: o texto precisa ser


Vídeo decodificado, isto é, as palavras precisam

fazer sentido para o leitor. Na sequência,

por meio da compreensão, o leitor

entende as partes do texto e consegue

sintetizá-lo. Em seguida, acontece a

interpretação, pois o leitor relaciona

http://bit.ly/2pUHYmj
o que leu com seu conhecimento de

mundo e pode, então, emitir impressões

e interpretação. Por último, há a

retenção, que é a apropriação de uma

informação importante do texto.

Estratégias de Leitura

Há generos textuais que devem ser lidos de forma crítica, e uma

maneira efetiva de alcançar esse objetivo é aplicar estratégias

de leitura, as quais são procedimentos que facilitam a leitura e

auxiliam a formação de leitores autônomos. As estratégias de

leitura também podem ser consideradas planos flexíveis, que

42 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

apresentam grande adaptação às


Vídeo
diversas situações comunicativas

presentes nos textos, facilitando a

compreensão dos leitores.

Assim, é possível destacar quatro

principais estratégias: seleção,

antecipação, inferência e verificação.


http://bit.ly/2P0vpnn
Na seleção, o leitor seleciona as

informações relevantes ou escolhe

algumas informações para interpretar

e reter. Assim, ao ler o texto, é preciso

identificar, paulatinamente, quais são o

assunto, o tema do texto e o enfoque temático (KOCH, 2018).

A estratégia de antecipação corresponde às hipóteses de leitura

criadas pelo leitor, antes e durante a leitura, ao antecipar o que será

lido e comprovar ou não suas hipóteses. Se comprovadas, o leitor

fica satisfeito por ter compreendido o que leu. Caso as hipóteses não

sejam comprovadas, o leitor deve rever sua compreensão e trocar de

estratégia ou hipótese.

Portanto, ao ler o título de um texto, por exemplo, o leitor

adianta qual será o significado desse título para o texto, e esse processo

se repete durante toda a leitura (MENEGASSI, 2014). Nesse sentido,

Nivelamento 43
Nivelamento em Língua Portuguesa

quanto maior a bagagem de leitura, maiores são as possibilidades

de antecipação.

Na inferência, a partir de informações do texto, o leitor é capaz

de associar outras. Por exemplo, por meio da manchete “Morre um

ator famoso”, o leitor pode inferir que a esposa ficou viúva, que os fãs

do ator estão magoados, dentre outras possibilidades. Desse modo,

a inferência acontece quando o que está posto no texto ativa os

conhecimentos de mundo dos leitores (KOCH, 2018). Por sua vez, na

verificação, o leitor comprova ou refuta todas as suas antecipações

e inferências. Assim, mediante a verificação, o leitor ajusta a sua

interpretação do texto.

Além de utilizar as estratégias de leitura, é preciso considerar que

a Língua Portuguesa é muito rica na criação de sentidos. Por isso,

todo leitor precisa estar atento à plurissignificação das palavras. Além

disso, um texto nem sempre apresenta as informações claramente,

isto é, alguns sentidos podem estar escondidos, sendo que os leitores

competentes e críticos são as pessoas capazes de identificar os

subentendidos de um texto. Nessa perspectiva, é possível destacar o

uso da denotação e da conotação, visto que os textos podem apresentar

sentidos denotativos ou conotativos.

No caso da denotação, a palavra tem significação restrita,

apresentando o sentido comum, presente no dicionário. Trata-se,

44 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

portanto, da palavra usada de modo automatizado, da linguagem

comum. Por exemplo, “comi um doce, uma torta de chocolate”.

Na conotação, as palavras têm significação ampla, e os sentidos

extrapolam o sentido comum, sendo utilizadas de modo criativo. Sendo

assim, trata-se de uma linguagem rica e expressiva, como em “minha

antiga professora é um doce de pessoa”.

É preciso estar atento ao contexto para interpretar palavras e frases,

a fim de identificar se estão sendo utilizadas em sentido denotativo ou

conotativo. Comumente, o sentido denotativo está presente em textos

objetivos, funcionais. A conotação, por sua vez, é abundante em textos

expressivos e literários, mas nada impede que sentidos conotativos sejam

encontrados em gêneros não literários (KOCH, 2018).

Portanto, é importante considerar que nem todos os sentidos de um

texto estão explícitos, pois muitas construções de sentido ficam implícitas.

Você, como leitor(a) competente e crítico(a), precisa estar atento(a)

e interpretar as informações implícitas; nessa perspectiva, também é

importante compreender os conceitos de pressupostos e subentendidos.

O pressuposto é uma informação prévia à informação posta no texto.

Considere que você recebeu o seguinte bilhete: “Sua avó melhorou e

recebeu alta do hospital”. Nesse caso, a informação pressuposta é que ela

esteve doente e, por isso, foi hospitalizada. Considere também a seguinte

notícia: “Ator encontra ex-mulher em festa e isso gera desconforto”. A

Nivelamento 45
Nivelamento em Língua Portuguesa

informação pressuposta é que o ator foi casado, separou-se e a relação

não ficou bem resolvida.

Por sua vez, um subentendido não está bem claro, explicado,

ou seja, é apenas sugerido, pois o autor do texto apenas sugere algo

sem afirmar. Considere que, em um artigo de opinião, há a seguinte

informação: “O filme é intenso, mas vazio de significados”. Um

subentendido possível é a interpretação de que o filme é ruim.

Desse modo, para desvendar os pressupostos e os subentendidos,

é preciso ser um leitor perspicaz, que lê as entrelinhas para, assim,

captar as mensagens implícitas. Além disso, é importante destacar

que toda interpretação precisa de uma ideologia, a qual mostra o

sentido de forma clara, e quem determina isso é o sujeito, tanto o

que elabora a mensagem como o que a recebe.

Agora que você já compreendeu, caro(a) aluno(a), como

acontece o processo de leitura e quais são as estratégias para a

construção de sentidos, deve refletir acerca de como é possível

agir, de forma crítica, durante a leitura de um texto. Em primeiro

lugar, é preciso ressaltar que não existe uma receita prévia,

delimitada, com passos únicos e rígidos. Ao contrário, há muitas

possibilidades e todas devem ser relativizadas de acordo com a

complexidade que o texto apresenta.

A seguir, há um texto literário, utilizado para esclarecer melhor

quais são as etapas e as estratégias de leitura. Trata-se de um miniconto

do livro “Duzentos ladrões”, do paranaense Dalton Trevisan (2008).

46 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

No velório

No velório, a viúva:

– O que separou a gente foi a morte.

– Coragem, Maria.

Um longo suspiro.

– A vida dele acabou...

– ...

– ...e a minha hoje começa!

Comentário geral

Apesar da forma breve, trata-se de um texto, na verdade, um

miniconto, que é um gênero literário capaz de contar uma história

com a menor quantidade possível de palavras.

Decodificação

Na decodificação do texto, o leitor precisa “juntar” as letras, os

fonemas, os vocábulos e entender a colocação das frases. Caso não faça

isso, o restante da leitura não será possível. Se conseguir ler e entender

o sentido isolado de cada palavra do texto, o leitor cumpriu a etapa

de decodificação. É preciso considerar que esse texto não apresenta

qualquer termo complexo.

Nivelamento 47
Nivelamento em Língua Portuguesa

Compreensão

Para compreender esse texto, é necessário entender o funcionamento de

um miniconto, que corresponde a uma unidade narrativa com tamanho

restrito. Há, portanto, o mínimo de palavras, com o máximo de sentido.

Além disso, o leitor deve entender o significado social dos termos

“velório” e “viúva”, pois essa compreensão permite que o miniconto

seja resumido. Caso não entenda o que significa “velório” e como ele é

organizado, o leitor pode não entender a leitura.

Interpretação

Para interpretar o conto, o leitor precisa relacionar o seu conhecimento

de mundo com as informações do texto. Assim, ao ler “velório”, é preciso

mobilizar o significado dessa palavra na cultura brasileira: uma ocasião

solene, na qual se espera que a viúva enlutada esteja triste.

O fim do conto pode ser surpreendente para o leitor, pois a sua

própria compreensão pode fazer surgir várias interpretações. É possível

perceber, por exemplo, que a morte do marido não é lamentada, mas

comemorada. Desse modo, ao interpretar o conto, o leitor pode elencar

razões que expliquem a frase final da viúva.

Retenção

Um leitor pode reter as informações do miniconto lido de duas formas.

O primeiro tipo de retenção pode fazer o leitor memorizar quais são

48 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

as características de um miniconto. Assim, quando ele se deparar com

outros minicontos, talvez, lembre-se dessa leitura e faça comparações.

Outra possibilidade de retenção ocorre quando o leitor tem outra

percepção sobre “velórios” e “viúvas” e uma opinião acerca de parte da

obra de Dalton Trevisan. Também, podem acontecer outras retenções,

as quais dependem das interpretações de cada leitor.

Agora, é possível relacionar a leitura desse miniconto com as

estratégias de leitura apresentadas neste material: seleção, antecipação,

inferência e verificação.

Seleção

O miniconto é um gênero literário conciso, então, não há muitas

possibilidades de selecionar informações. Porém, na leitura, alguns

vocábulos são importantes para a construção dos sentidos, como

“velório”, “viúva”, “vida” e “começa”. Esses termos são encadeadores de

sentido e precisam ser selecionados pelo leitor.

Antecipação

O texto possibilita várias antecipações, como:

• ao ler a palavra “velório”, o leitor pode antecipar que o miniconto

trata da dor de perder alguém;

• ao compreender o termo “viúva”, é possível antecipar que ela está

triste e enlutada por perder o marido;

Nivelamento 49
Nivelamento em Língua Portuguesa

• a frase “coragem, Maria” permite que o leitor reforce as antecipações

anteriores, pois há alguém amparando o pranto da viúva.

Inferência

A leitura do miniconto também possibilita diferentes inferências. A

partir do diálogo da viúva, por exemplo, o leitor pode inferir como era

o relacionamento dela com o falecido. Com o uso das reticências, pode

inferir que o interlocutor da viúva ficou esperando a resposta que ela

daria. O fim do miniconto possibilita outras inferências, relacionadas

aos motivos de a viúva ter afirmado que a vida dela está começando.

Verificação
Vídeo
Após fazer antecipações e inferências, no

ato da leitura, o leitor faz verificações. No

decorrer da leitura, ele pode perceber que

sua primeira percepção acerca da palavra

“velório” não se confirma, pois a viúva não

lamenta a morte do marido. Assim, uma


http://bit.ly/2NGQvCR
possível hipótese de leitura é desconstruída,

obrigando o leitor a rever os sentidos que

estava atribuindo ao texto.

50 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Saiba mais

Um dos letramentos que possui muita importância no contexto atual é o

letramento digital, pois exige que o indivíduo domine e compreenda os

gêneros multimodais. O computador criou um novo espaço de escrita

que provocou mudanças materiais nas relações entre escritor e leitor,

escritor e texto, leitor e texto e, até mesmo, mais amplamente falando,

entre o ser humano e o conhecimento.

A escrita na tela possibilita a criação do hipertexto, que é “um texto

móvel, caleidoscópio, que apresenta suas facetas, gira, dobra-se e

desdobra-se à vontade frente ao leitor”. O hipertexto é escrito e lido

de forma multilinear, multissequencial, acionando links ou laços que

possibilitam uma infinidade de leituras. Não existe a mesma dimensão do

texto no papel, que, por sua vez, é materialmente definida.

A escrita e a leitura em hipertextos têm consequências sociais, cognitivas

e discursivas que configuram o letramento digital, o qual é o estado ou

a condição adquirida pelos que se apropriam da nova tecnologia digital

e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, que é relativamente

diferente das práticas de escrita e leitura no papel. Ressalta-se que o

uso da internet exige dos usuários novos tipos de letramentos, pois, ao

fornecerem ao navegador múltiplas escolhas de trajetória, instauram e

instigam novos padrões no uso da linguagem.

Fonte: Adaptado de Freitas e Barth (2014, p. 5).

Nivelamento 51
Nivelamento em Língua Portuguesa

Diretrizes para a produção de


textos acadêmicos
No meio acadêmico e na maioria dos empregos e profissões, a escrita

é um elemento constitutivo fundamental. Por isso, é importante

escrever bem, saber usar a língua e explorar diferentes gêneros textuais.

Fonte: Schtutman / 123RF.

Planejamento, escrita e revisão do texto


Para que qualquer texto seja considerado bem escrito, ele precisa ser
bem planejado. De maneira geral, o momento da escrita pode estar

estruturado em cinco principais etapas: o planejamento, o ato de escrita,

a revisão, a reescrita e a avaliação.

52 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Planejamento

Planejar como um texto será escrito e como a temática será abordada

é fundamental, pois, assim, é possível estabelecer objetivos e antecipar

efeitos (para ativar e selecionar conteúdos), organizar a informação,

relacionando-a à estrutura do texto, e programar a própria realização da

tarefa. Um dos passos possíveis é delimitar, exatamente, qual é o tema e

quais são os argumentos, além de conhecer o máximo possível sobre o

assunto (COTA, 2015).

Dessa forma, é importante a consulta em sites, revistas, livros on-line ou

impressos. Depois de reunir diferentes informações, é fundamental recortar

ou delimitar o tema. Por meio da delimitação, caro(a) aluno(a), você pode

selecionar os melhores argumentos e exemplos para serem desenvolvidos

no texto. Ainda, de acordo com Fiorin e Platão (2015), há outros elementos

que precisam ser analisados na fase do planejamento, os quais podem ser

expressos pelos questionamentos a seguir.

• Quem vai ler o texto?

• Qual é o gênero textual e suas características?

• Deve-se utilizar a linguagem formal ou a informal?

• Qual é o objetivo do texto?

• Quantos parágrafos ou páginas devem ser escritas?

Depois de responder a essas questões, é possível começar a escrita

propriamente dita.

Nivelamento 53
Nivelamento em Língua Portuguesa

Ato de escrita

Para escrever um texto, são necessários o domínio do gênero textual

e a competência comunicativa, para que seja possível utilizar a língua

na construção de frases e orações, capazes de formar um todo, com

sentido unificado, e que pode ser considerado um texto.

Além disso, deve haver a mobilização de conhecimento de mundo

e de conhecimentos prévios para o desenvolvimento de temáticas e

abordagens. O fundamental é que as ideias planejadas sejam efetivadas

na escrita (MENEGASSI, 2014).

Refexão

A palavra penetra, literalmente, em todas as relações entre indivíduos,

nas relações de colaboração, nas de base ideológica, nos encontros

fortuitos da vida cotidiana, nas relações de caráter político, etc. As

palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e

servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios.

(Mikhail Bakhtin).

Revisão

No momento da revisão, o autor deve ler o texto de maneira crítica,

corrigir possíveis equívocos gramaticais, ampliar ideias e aperfeiçoar

54 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

o conteúdo. Logo, a primeira revisão deve ser feita pelo próprio

autor do texto, mas outras revisões podem ser feitas por colegas e

outros leitores competentes. Na revisão, os apontamentos não devem

apenas “higienizar” o texto, ou seja, corrigir imperfeições gramaticais,

mas devem agir no conteúdo, ampliando e ajustando os significados

pretendidos pelo autor (PLATÃO; FIORIN, 2015).

Reescrita

É a ação direta provocada pelo ato de revisar. Após a revisão, o

texto é reestruturado, por meio de operações linguísticas (correção

de termos, ajustes lexicais, gramaticais, supressão de repetições,

substituições, ajustes de parágrafos, etc.) e discursivas (mudança de

argumentos, ampliação de parágrafos,

exemplificações, deslocamentos de
Vídeo
argumentos, etc.).

Avaliação

A avaliação é um ponto importante

na perspectiva de escrita como trabalho.

Desse modo, é preciso se perguntar:

o texto produzido atingiu o objetivo http://bit.ly/2CP1c5p

comunicativo?

Nivelamento 55
Nivelamento em Língua Portuguesa

A construção do parágrafo: tópico frasal,


desenvolvimento e conclusão
Ao escrever, caro(a) aluno(a), sempre é preciso se questionar: como

eu escrevo? Isso porque a autocrítica auxilia o aperfeiçoamento de suas

capacidades de escrita. Um passo primordial no processo de escrever

bem é saber desenvolver um parágrafo, o qual é uma estrutura maior do

que uma frase, em que é desenvolvida uma ideia núcleo. Segundo Cota

(2015, p. 122),

o parágrafo ideal deve ter, no mínimo, três períodos: um


para cada uma das partes que o constituem (introdução,
desenvolvimento e conclusão). Além disso, todo parágrafo
deve ser organizado em torno de uma única ideia e deve
apresentar na sua introdução um objetivo claro. A ideia
central do parágrafo é enunciada por meio de um período
enominado tópico frasal, no qual enunciamos nosso objetivo.

Como exposto, um parágrafo é iniciado por um tópico frasal. No

Quadro 12, há algumas possibilidades de tópicos frasais, de acordo com

Abreu (2018).

O desenvolvimento de um parágrafo continua a ideia enunciada no

tópico frasal, mas também é possível apresentar ideias secundárias, que

ampliam ou esclarecem a ideia enunciada na introdução. A conclusão

56 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

do parágrafo, por sua vez, retoma a ideia central, considerando os

aspectos enumerados no desenvolvimento.

Nesse sentido, um parágrafo é somente “a ponta” da estruturação

de um texto. Isso porque, para estabelecer a relação entre os vários

parágrafos, são necessárias noções de coesão e coerência.

QUADRO 12
Tópicos frasais

NOME DEFINIÇÃO EXEMPLO

Frase que introduz um A obesidade é uma das


Declaração
assunto. Uma declaração de doenças que mais avança
inicial.
iniciação, portanto. no mundo contemporâneo.

Frase inicial que faz alusão Andreia era uma linda

Alusão a um acontecimento, real ou jovem de 36 anos, que

histórica. fictício, que introduz a ideia teve a vida abreviada pela

do parágrafo. obesidade.

Você sabe qual é a doença


Uma pergunta, que introduz
Interrogação. que mais avança e mata no
a ideia do parágrafo.
mundo contemporâneo?

Uma introdução que cria Há algum tempo, um


Omissão
um suspense, pois não grande mal vem avançando,
de dados
revela, diretamente, qual é o silenciosamente, no mundo
identificadores.
assunto do parágrafo. contemporâneo.

Fonte: Adaptado de Abreu (2018)

Nivelamento 57
Nivelamento em Língua Portuguesa

Vídeo

http://bit.ly/2Ciqx6y

Coesão

A coesão pode ser definida como a “costura do texto”, a

manifestação linguística, isto é, a forma como a língua é utilizada

para construir os sentidos. A coesão expressa-se pelo bom uso da

ortografia, da morfologia, da sintaxe e da concordância, sendo,

portanto, construída a partir de relações lógico-semânticas que estão

aparentes na superfície textual (KOCH, 2018). Desse modo, é possível

verificar a coesão de um texto por meio da análise dos mecanismos

lexicais e gramaticais de construção.

58 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Coerência

A coerência é o fator de textualidade responsável pela unidade de

sentido do texto. Para que uma produção seja considerada um texto,

ela deve ter lógica e não pode apresentar incoerências que impeçam a

construção dos sentidos por parte do leitor. Sendo assim, na coerência,

também estão envolvidos fatores lógico-semânticos e cognitivos

(KOCH, 2018).

Analisar a coerência permite a Vídeo


compreensão de que um texto nunca

existe em si mesmo, porque ele precisa

estar em um contexto e porque ele se

constitui na relação entre o emissor, o

receptor e o mundo. Nessa perspectiva,

um texto é considerado coerente


http://bit.ly/2OpxVnT
quando apresenta uma configuração

compatível com os conhecimentos de

mundo de quem está fazendo a leitura

(KOCH, 2018).

O gênero textual resumo


Agora, caro(a) aluno(a), serão abordadas as características de alguns

gêneros textuais acadêmicos. O primeiro deles é o gênero textual resumo.

Nivelamento 59
Nivelamento em Língua Portuguesa

Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 146),

o resumo consiste em sintetizar todas as ideias principais do


tema do texto, do artigo, do capítulo ou da obra. O resumo
deve ser livre de todo comentário pessoal e não deve formular
críticas ou julgamento de valor, pois é mero trabalho de síntese.

Portanto, um resumo deve ser desenvolvido toda vez que for

necessário sintetizar os principais pontos de qualquer outro texto.

Salienta-se que, no meio acadêmico, o resumo é um gênero muito

utilizado, pois, frequentemente, é preciso ler e resumir os pontos

principais de determinadas obras. Assim,

ao redigir o resumo, devemos usar frases breves, diretas


e objetivas, formando parágrafos que contenham apenas
uma ideia principal e observando a linguagem impessoal do
discurso, isto é, verbo na terceira pessoa do singular. Devemos
redigir com bom estilo e, de preferência, com as próprias
palavras. No caso de transcrição literal (cópia), usamos aspas
para fazer a devida referência, segundo as normas de citações
textuais da ABNT (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 146).

Um resumo apresenta partes visíveis como introdução,

desenvolvimento e conclusão. Preferencialmente, ao redigir o texto, é

importante destacar cada elemento da estrutura por meio de títulos.

60 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Em relação às partes do resumo,

ao fazer a introdução, devemos citar o tema e suas partes,


como também o objetivo do texto, utilizando expressões
técnicas e verbo na terceira pessoa do singular. O
desenvolvimento conterá a síntese de todas as ideias principais
do tema, observando também a linguagem impessoal. A
conclusão conterá a síntese de toda temática já desenvolvida,
não cabendo ideia nova, isto é, que não consta do
desenvolvimento e livre de todo comentário pessoal. Podemos
usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 146).

O maior objetivo de um resumo é a apresentação global das

informações do texto resumido, sendo que a ideia central do texto

resumido precisa ser apresentada com palavras próprias. Portanto, as

ideias são do autor original do texto, mas as palavras que o resumem

devem ser do autor do resumo, pois, nesse gênero textual, não são

aceitas cópias puras e simples.

Após a escrita de um resumo, é importante avaliar o texto, por meio

de perguntas como:

• O resumo atende ao objetivo de um resumo acadêmico?

• O resumo foi escrito para qual destinatário? Está adequado para ser

compreendido por ele?

Nivelamento 61
Nivelamento em Língua Portuguesa

• Você compreendeu o texto original? E, ao ler o resumo, é


perceptível que quem o escreveu entende e domina o assunto?

• O texto apresenta a referência completa da obra resumida?

• No resumo, estão claras as ideias do autor da obra? Não há cópias?

Você conseguiu sintetizar as ideias presentes na obra com as suas

próprias palavras?

• O resumo pode ser lido e compreendido por alguém que não

conhece o texto original?

• Foram corrigidos problemas de paragrafação, pontuação, frases

incompletas, inadequações de concordância, regência e ortografia?

Assim, fica claro que a produção de um resumo deve seguir

determinados passos, mas que são de fácil assimilação. Uma vez que
você compreendeu esses aspectos, caro(a) aluno(a), será capaz de

resumir um texto com rapidez e tranquilidade.

O gênero textual resenha crítica


Outro gênero textual muito utilizado no meio acadêmico é a resenha

crítica. A resenha não é um resumo. Segundo Prodanov e Freitas

(2013), na realidade, a resenha é um resumo com a presença de um

comentário pessoal e crítico, portanto, um resumo crítico, mas com

estrutura própria. No meio acadêmico, a compreensão geral é que uma

resenha é uma construção textual técnica que visa avaliar uma obra, um

62 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

artigo, um filme, um relatório, etc. Nessa perspectiva,

mediante a leitura do resumo da obra e da sua avaliação,


oportunidade que a resenha possibilita, a pessoa pode decidir
sobre a conveniência ou não de ler ou adquirir tal obra, assistir
a um filme, etc. A resenha é mais abrangente que o resumo.
Além de reduzir o texto, requer opiniões, comentários e
julgamentos; permitem evidenciar novas abordagens, novos
conhecimentos, novas teorias e comparações com outras
obras da mesma área de conhecimento e recomendações para
os leitores, ressaltando a relevância do seu conteúdo. Desse
modo, a resenha consiste na apresentação sucinta e apreciação
crítica de um conteúdo ou de uma obra

(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 134).

Então, caro(a) aluno(a), ao produzir uma resenha, você precisa

assumir a posição de avaliador e incluir em seu texto julgamentos de

valor que devem estar ancorados em conhecimentos teóricos acerca da

obra analisada. Uma resenha não pode ser feita de forma despretensiosa

e descuidada e, por esse motivo, alguns passos devem ser seguidos, para

que esse gênero atinja seu objetivo comunicativo.

• Passo 1: conhecimento completo sobre a obra. Segundo

Prodanov e Freitas (2013, p. 136), o conhecimento da obra

resenhada precisa ser completo, “não ficando limitado à leitura do

índice, do prefácio e de um ou outro capítulo, mas exigindo um

aprimorado estudo analítico de todo artigo ou da obra”.

Nivelamento 63
Nivelamento em Língua Portuguesa

• Passo 2: conhecimento sobre o assunto. A obra resenhada

apresenta uma temática, um tema que a norteia e que foi discutido

na obra, o qual precisa ser conhecido pelo resenhador. Segundo

Prodanov e Freitas (2013), é aconselhável que o leitor aperfeiçoe

esse conhecimento caso não o tenha, o que é importante para evitar

um julgamento superficial, que enfraquece a resenha crítica.

• Passo 3: independência. De acordo com Prodanov e Freitas (2013,

p. 137), deve haver “independência de juízo para ler, expor e julgar

com isenção de preconceitos, simpatias ou antipatias. O que importa

não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas

opiniões, mas se foram deduzidas corretamente”.

• Passo 4: imparcialidade. Uma resenha crítica deve avaliar tanto os

aspectos positivos quanto as partes mais superficiais e negativas da

obra resenhada.

• Passo 5: fidelidade. Conforme expõem Prodanov e Freitas

(2013, p. 137), deve existir a “fidelidade ao pensamento do autor,

não descaracterizando suas opiniões, mas assimilando com

exatidão as suas ideias, para examinar, cuidadosamente e com

acerto, sua posição”.

Em suma, escrever uma resenha crítica requer uma leitura rigorosa e

analítica do texto que será resenhado, sendo apresentados comentários

sobre a temática, as ideias principais, as informações gerais contidas na

64 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

obra e comentários pessoais. Esse é um gênero muito útil e importante

no meio universitário, pois, “ao fazer resenha, o universitário aprende a

analisar os argumentos utilizados para demonstrar, provar e descrever

determinado tema” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 137).

Em relação à estrutura composicional de uma resenha, alguns

elementos são obrigatórios. A depender do contexto de produção e de

onde essa resenha circulará, o texto de uma resenha pode ser curto,

não é necessário deixar clara a divisão, ou seja, na maior parte das

vezes nesses casos basta um parágrafo capaz de apresentar a obra e a

temática, parágrafos que contenham a crítica e os comentários acerca

da obra e um comentário final, expondo um juízo de valor sobre a obra

resenhada. Ainda em relação à estrutura da resenha,

inicialmente, nos primeiros parágrafos, devemos identificar


o tipo de trabalho (resenha crítica) que está sendo usado, o
autor, o título e o tema do texto ou da obra que está sendo
alvo do trabalho de crítica, tecendo um breve comentário
para compreendermos os objetivos do texto e sua temática.
Nos próximos parágrafos, será iniciada a crítica propriamente
dita, observando os requisitos estudados para fazê-las. Assim,
sintetizamos as ideias, alvo de resenha, acompanhadas de uma
reflexão crítica sobre os elementos fornecidos pela análise
do texto. O resenhista poderá dar um título à sua resenha. Se
optar por intitular, o título deverá guardar estreita relação
com o conteúdo da obra. Antes de iniciar a produção da
resenha, recomendamos verificar se foi realizada uma boa
leitura do texto. Isso pode ser feito procurando identificar os
elementos essenciais da obra a ser resenhada
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 137).

Nivelamento 65
Nivelamento em Língua Portuguesa

Nesse sentido, caro(a) aluno(a), ao escrever uma resenha,

certifique-se de que todas as informações sobre a obra resenhada estão

dispostas ao longo do texto, como os dados sobre a obra e o autor,

o resumo do conteúdo, os aspectos teóricos e a avaliação crítica do

resenhista. O importante é unir todos esses itens obrigatórios em um

texto bem construído, harmonioso e de fácil leitura.

O gênero textual artigo científico


Um importante gênero textual, fartamente utilizado no meio

acadêmico, é o artigo científico. Provavelmente, caro(a) aluno(a),

você já se deparou com alguns artigos científicos e também é provável

que escreveu ou que escreverá textos desse gênero textual. Segundo

Prodanov e Freitas (2013, p. 145),

Saiba mais

A comunicação em textos acadêmicos, como outro qualquer trabalho

científico, exige rigor no uso da linguagem, obedecendo às normas

básicas de conduta da redação. O significado das palavras empregadas

no texto deve ser claro, preciso, não deixando margem a dúvidas.

As divergências relativas a palavras ou expressões com significados

diferentes, com algumas teorias ou áreas científicas, devem ser

esclarecidas, a fim de evitar erros de interpretação. É, pois, de suma

...

66 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

...
importância a definição de alguns termos, dando a eles seu exato

significado. O processo de comunicação só será eficaz à medida que

ajudar o leitor ou ouvinte a entender o que leu ou ouviu, a compreender

aquilo que desejamos transmitir.

Fonte: Prodanov e Freitas (2013, p. 164).

o artigo científico consiste na apresentação sintética dos


resultados de pesquisas ou estudos realizados a respeito
de uma questão; contém ideias novas ou abordagens que
complementam estudos já feitos, observando a sua apresentação
em tamanho reduzido, o que o limita de se constituir em
matéria para dissertação, tese ou livro. Os artigos são publicados
em revistas ou em periódicos especializados e formam a
seção principal deles. O periódico é considerado a fonte
primária mais relevante para a comunidade científica. Por
intermédio do periódico científico, a pesquisa é formalizada, o
conhecimento torna-se público e promovemos a comunicação
entre os cientistas. Comparado ao livro, é um canal ágil, rápido
na disseminação de novos conhecimentos. Concluído um
trabalho de pesquisa – documental, bibliográfico ou de campo
–, para que os resultados sejam conhecidos, faz-se necessária
a sua publicação. Esse tipo de trabalho proporciona não só a
ampliação de conhecimentos como também a compreensão de
certas questões. Os artigos científicos, por serem completos,
permitem ao leitor, mediante a descrição da metodologia
empregada, do processamento utilizado e dos resultados
obtidos, repetir a experiência.

Nivelamento 67
Nivelamento em Língua Portuguesa

Com base nessa perspectiva, é possível afirmar que um artigo

sempre é fruto de uma minuciosa pesquisa. Ao ler um artigo, é

preciso ter clareza de como a pesquisa foi desenvolvida, quais

marcos teóricos foram utilizados, como a teoria foi empregada, quais

procedimentos metodológicos foram seguidos e quais os resultados

alcançados pela pesquisa.

Assim, o primeiro passo de um artigo é o título, que precisa

corresponder, de maneira adequada, ao conteúdo. Em seguida, há

o resumo e o abstract, sendo que o resumo é uma das partes mais

importantes de um artigo científico. No que se refere às características

obrigatórias, o resumo

deve ser autoexplicativo, usando terceira pessoa do singular


e dando preferência ao verbo na voz ativa, redigido em um
único parágrafo formado de uma sequência coerente de frases
concisas e não de uma enumeração de tópicos. A primeira
frase deve ser significativa para explicar o tema do artigo. Para
publicações em periódicos, o resumo deve ser apresentado
também em idioma estrangeiro de grande divulgação,
geralmente em inglês – abstract;
– palavras-chave: termos (palavras ou frases curtas) que
indicam o conteúdo do artigo em português e em idioma
estrangeiro (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 147).

68 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

O resumo é o cartão de visitas de um artigo, por isso, é importante

que, ao ler o resumo, o leitor consiga identificar a pesquisa que será

descrita e, assim, avalie se a leitura integral do artigo será útil ou não.

Quanto à estrutura, o corpo de um artigo deve apresentar as

três partes redacionais de um trabalho científico: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Entretanto, como essas partes serão

expandidas, é preciso delimitar muito bem cada uma delas.

Ademais, em um artigo, o objetivo da introdução é situar o leitor

no contexto do tema pesquisado, ou seja, ao ler a introdução, é

possível identificar as características da pesquisa. Assim, essa parte

do texto oferece uma visão global do estudo realizado, apresentando

esclarecimentos acerca das delimitações estabelecidas na abordagem do

assunto, descrevendo os objetivos e as justificativas que levaram o autor

a desenvolver tal investigação.

A introdução também descreve quais são as questões de pesquisa

para as quais se buscou as respostas e destaca a metodologia utilizada

no trabalho. Em suma, a introdução apresenta e delimita a dúvida

investigada (problema de estudo – o quê?), os objetivos (para que serviu

o estudo?) e a metodologia utilizada no estudo (como?).

O desenvolvimento de um artigo pode ter muitas páginas e pode

ser separado em quantas seções forem necessárias. O importante é que

a segmentação em parte facilite a leitura e a compreensão do artigo.

Nivelamento 69
Nivelamento em Língua Portuguesa

Além disso, a produção de um artigo científico precisa observar regras

de formatação, muitas delas prescritas pelas universidades e pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Dentre outras formatações, é importante estar atento(a) ao fato de

que as citações diretas com mais de três linhas têm uma formatação

específica. Assim, caro(a) aluno(a), consulte as regras da ABNT

sempre que possível, pois a formatação é fundamental em um trabalho

acadêmico. Além disso, não se esqueça de referenciar todas as citações

utilizadas na seção denominada “referências”, pois tudo que for citado

precisa estar nessa seção.

Nas considerações finais de um artigo científico, após a análise e a

discussão dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas

do texto. As considerações finais deixam claro se a pergunta de pesquisa

foi suficientemente respondida e quais são as perspectivas para novas

pesquisas na área. Trata-se, portanto, do fechamento do trabalho.

É preciso salientar que um artigo pode ter tamanho variado: entre

cinco e vinte e cinco páginas. Independente da quantidade de páginas, a

linguagem deve ser sempre direta, objetiva, gramaticalmente adequada,

deve haver coerência na argumentação, uma coesão estruturada e as

ideias precisam ser expostas da forma mais clara possível. Segundo

Prodanov e Freitas (2013, p. 147),

70 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

É necessário, principalmente, que o autor tenha um


elevado conhecimento a respeito do que está escrevendo. É
importante destacar que o artigo tem a estrutura comum ao
trabalho científico em geral, mas, quando relacionado aos
resultados de uma pesquisa, deve destacar os objetivos, a
fundamentação teórica e a metodologia utilizada, seguindo-se
a análise dos dados envolvidos e as conclusões a que
chegamos, completando com o registro das referências/fontes
bibliográficas e documentais. Quanto à formatação técnica
do texto, as revistas e os periódicos costumam estabelecer
normas específicas para a publicação dos artigos, cabendo
ao autor obter informações sobre elas antes de enviar seu
trabalho à editoria.

Neste material, caro(a) aluno(a), foram apresentados alguns aspectos

básicos acerca das normas da Língua Portuguesa, das etapas de leitura e

de alguns gêneros textuais. Assim, você é convidado(a) a aprofundar os

conceitos expostos aqui. Bons estudos!

Nivelamento 71
Nivelamento em Língua Portuguesa

Estudo complementar

Nome do livro: Lições de texto: leitura e redação

Editora: Ática

Autor: Platão Savioli e José Luiz Fiorin

ISBN: 9788508105946

Esse livro é um dos clássicos brasileiros acerca da abordagem de

texto, leitura e redação. É uma das mais importantes obras sobre

aperfeiçoamento da Língua Portuguesa escrita, pensando em estudantes

do ensino superior. Na obra, os autores apresentam 25 lições sobre a

escrita e a leitura de textos, por meio de um projeto gráfico editorial

envolvente e atrativo.

Nome do livro: Pequena gramática do português brasileiro

Editora: Contexto

Autor: Ataliba de Castilho e Vanda Elias

ISBN: 9788572447140

Ter acesso a uma gramática é tão importante quanto ter acesso a um

dicionário. Ter uma gramática para resolver dúvidas pontuais de sintaxe

e de regras gerais do funcionamento é muito indicado para qualquer

profissional. Essa gramática foi pensada e estruturada a partir do uso

da língua, por isso, é uma obra completa, prática e operacional, cheia

de exemplos e de exercícios para usos específicos na escrita de texto e

para consultas.

72 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

Estudo complementar

Nome do livro: Ler e compreender os sentidos do texto

Editora: Contexto

Autor: Ingedore Koch e Vanda Elias

ISBN: 978-85-7244-327-2

Esse é um livro importante para quem quer se desafiar a ser um

leitor mais crítico e competente. Na obra, uma das pesquisadoras

mais importantes da Linguística brasileira, Ingedore Koch, discute as

possibilidades de construção de sentidos em um texto, mergulhando,

profundamente, nos mecanismos de criação de implícitos e relações

intertextuais. O livro apresenta, de forma didática, profundos conceitos

de teorias do texto e da leitura, conduzindo o leitor às inúmeras análises

possíveis para se compreender os sentidos do texto.

Nivelamento 73
Nivelamento em Língua Portuguesa

Conclusão
Caro(a) aluno(a), este é o fim do curso de Nivelamento em Língua

Portuguesa. Espera-se que este material tenha provocado seu interesse

em conhecer melhor a Língua Portuguesa, pois o uso adequado da

língua, seja escrita, seja oral, é fundamental, e operacionalizar esses

aspectos foi o objetivo deste material.

Você deve ter relembrado e aprimorado os conceitos relacionados

ao texto, à linguagem, aos tipos textuais e aos gêneros textuais, além

de ter compreendido as dicas de ortografia e gramática. Essas foram as

principais contribuições deste curso, sobretudo, caro(a) aluno(a), no

que se refere a sua formação acadêmica ou atuação profissional.

O objetivo deste material foi estabelecer um roteiro sucinto para

você relembrar e conhecer algumas das regras de escrita da Língua

Portuguesa. A partir disso, foram apresentados conceitos como os

sentidos denotativo e conotativo da linguagem, a importância de

identificar os sentidos ocultos na leitura de um texto e as regras

ortográficas da Língua Portuguesa.

Além disso, foi possível evidenciar que escrever textos é uma

habilidade que deve ser treinada com frequência, visto que se trata de

uma grande exigência da vida em sociedade. Nesse sentido, o curso

de Nivelamento em Língua Portuguesa apresentou o início de uma

grande revisão para o aprimoramento, mas o ideal é que você pratique

constantemente. Assim, este material teve o objetivo de fazer você se

74 Nivelamento
Nivelamento em Língua Portuguesa

sentir motivado(a) a se tornar um leitor(a) e escritor(a) competente, em

todos os níveis de sua vida pessoal, acadêmica e profissional.

Nivelamento 75
Nivelamento em Língua Portuguesa

Referências

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visão prática e funcional. 1. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2018.

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textual. Lisboa: PNEP, 2017.

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Rio de Janeiro: Lucerna, 2015.

• CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed.

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• DIAS, D. G. et al. O ensino e a aprendizagem da ortografia.

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• FIORIN, J. L.; PLATÃO, F. S. Para entender o texto: leitura e reda-

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produção oral e escrita. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

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