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ba poLttca fadavia, na minha opinigo, antes de nclusio dessas, ckeveremes primeizo conce~ suns afiemagées 1 05 contextos em que o termo nos compreendidio m ‘esse conceit sma de governo sob mm coum. Consequenten narquia pode ser uma repubblica no n paradoxo vaio, como seria para n6s, mas respeitod are de governar.A ques- eald a dizet-nos que, ne tempo de Rémulo & Roma serviam © bem comum, de ava, Antes de desistirmo entanto, é preciso os realmente num beco sem sada, Se for Iterhativa send admitir que no ror. Procurak encontrar um: 1 uma visio sxcessivamente optimista acerca daquilo que izes de resgatar do passado. 0, ta 4 Significagdo ¢ compreensao na historia . das ideias" A missdo do historiador da cAnone de textos classicos. E das’ Gestudar ¢ interpretar urn imporvancia de escrever es jo ¢ outras formas de pensamento conterem tia «sal * expressa em « 884, Orhia-se possivel aprender‘e bene! Em resu leias universais iar dircctamente ¢: investigacso desses eclementos intemporais» uma vez qu possucm uma selewSncin?perene'. que a melhor maneira de abordar esses textos é concentrarmo-nos no ciuestBes recorterites» da moi davi ‘or outras palavras, devemos estar preparados 2 VISOES DA POLITICA para ler eada um dos textos clissicos «como se tivessem sido tescritos por um contemporinco nosso». E sem divide essencial abordé-los dessa manciga, concentrando-nos simplesmente nos argiimentos apresentados e examinando aquile que eles tém para nos dizer acerea dos temas eternos. Mas se, em vez disso, envere- daimos por uma anélise das condigdes sociais ou dos contextos intelectuais em que esse textos foram escritos, seremos inca descortinar a sua sabedoria imemorial ¢, desse modo, que nos levou perderemos 3 nogio da sua importineia e daqui aestudé-los!, io as proposigées que pretendo discutiy, criticar e, se A crenga de que € suposto os pensadores elissicos terem reflectido sobre um determinado c a de «onceitos fundamentais» deu origem, parece-me, 2 W assombrando a historia das ideias/"Todavia, ao é facil percel até que ponto essa crenga tem sido enganadora. E fi crando-a um werto fatale, mas a0 mesmo tempo & r que 0s historiadores de diferentes tadicoe sempre utilizaram terminologias relativamente esta se aceitarmos o argumento, discutivel, segundo o qual capazes de definir e distinguir Wvidades dev identiticar devidamente certos actos ¢ a excluir Outros cor exemplos de uma dada actividade, De outro modo, nie provavelmente forma de justificar que as hist6rias do pe &tico ov politico dizem resp pretensio de que todas as actividad caracterfsticos que me parece esta ses. Se tém de exist algumas seme {CAGAO E COMPREENSKO NA HISTORIA DAS IDEIAS 83 1 de uma aetividade, que teremos prionciro de saber quais idade, a pretensio de que os historiadores se devem uquilo que os textos clissicos dizem sobre os temas serd agora mais facil de perceber! Nao € possivel lo que um escritor disse (especialmente numa on é estranha) sem que tal ponha em causa as nossas as ¢ 08 nossos preconceitos acerca do que eles xe dilema é ber conhecido pelos psicdlogos ¢ or determinante do quadro mental do obser- cexperiéncia passada «somos inclinados a jnados aspectos de um certa manciray,e assim lc referéncia esté definido, «trata-se apenas dk perceber ou reagir de uma certa forma»' Jcante pode ser apresentado, tendo ema conta os termos de uma proposi¢ao segundo a qual reconceitos que inevitavelmente organiza ¢ percepgoes e pensamentos tenderao a actuar eriminantes daquilo que pensamos ¢ apreen- recnder precisamos de classificar e s6 podemos 0 nos ¢ familiar através daquilo que, nos é ‘ortente, nas nossas tentativas de alargar a 1s nossas expectativas acerca * afirmar que 0 agente est a na descrigio da- eonaea VISOES DA POLITICA \digmas j foi cxplorada, com sm a uma histéria essen icar as mudanc; Mais recentemente, uma anilise ‘bem com sucesso na historia « tengao é aplicar aqui uma série de consider: Historia das ideias/E. 0 procedimento dai decor. 1 40 passado) Nao pretendo, como 'a wile: critico tenha consegi jente © perigo de cair ¢ mesmo tempo, prete! IVICAGAO E COMPREENSAO NA HISTORIA DAS IDEIAS 85 rea dos temas considerados constitutivos da disci- que é meio caminho andado para cair (embora incons- te) no paradigma de tentar «encontrary a doutrina de ror em todas as suas afirmagoes. A discussao dat logias assumem diversas formas) Em primei de converter algumas observagbes disperses ou isto ele ter desem + dois tipas particulares de al rerfstico das biogsafias intelectuais nsamento, nas quais a atenglo esti centrada no rs que és teristico das shistérias das i ‘4 voltado para 6 desenvolvimento de uma «dela has quais 6 toco mais recorrente com a biografia intelectual & 0 do wdescoberton que um dado autor de- ido a um acaso de se thanga ter thre um argumento que cle ndo tinha em ment mplo, a dada altura do seu Defensor ipicaménte aristotélica acerca ernantes em contraste com jm comentador moderno que se depare 4 izado com.a doutrina,{impor- onstitucional desde a Revolugio ser identificadas na proposigio | (ou num conjunto dé pensadores)/ ouwre. 3h tendem a justificar as suas conelusdes a partir do texto de Manlius’, nao se referindo a6 erro que consiste em supar gue cle poderia ter tido a intencio de contribui termos nfo estavam ao seu al © proprio Coke nao sabia abs. sobre essa doutrina, (O préprio contento dess tico partidrio assegurando a Jaime | de qu inidora da io costume e ni do soberano’) Todayia, nenhuma des stem evitado ai isténe c saber se «Coke estava rentos de que ‘uma «nova doutrina» ¢,desse i ‘AGA E. COMPREENSAO NA HISTORIA DAS IDFIAS. 87 la cigncia politica»!. Uma ver mais, os especialistas, wederam a Coke 0 crédito de ter definido essa dou- vez. de terem contestado a pretensdo de se analisar as Coke, b: seu texto?,} m da eventualidade de se estar a ateibuir a um autor ‘que ele nunca poderia ter transmitido, existe 0 peri- nsidioso de prontamente se procurar nos textos utrinas que 0 observador pretende,'a priori, encon- lere-se, por exemplo, as observacoes aristotélicas que langou no Livo I do seu Of The Laws of Ecclesias- Podemos muito bem cagio de Hooker era simplesmente — tal como om muitos advogados escoldsticos desse tempo ~ ¢n- orma de distinguir as osigens divinas da Igreja das nundanas das associagies civis, las conclusbes numa reinter- radavia, o comenta- 1 coloca Hooker no topo de uma elinha de des- le Hooker a Locke ¢ deste aos Philosephess as observagdes de Hokker de «teoria do ilere-se, da mesma forma, as observacies so apresentadas por Joha Locke num ou dois 1 Treaties of Government®. Provavelmente, Locke Jhamar # atengio para ume das analogias legals politica da época/Novamente, todavia, moderne que otha para Locke como estando & cro por consentimento» facilmente re este fema que surgem disper- SDAPOLITICA n a edoutrinaw de Locke nsideré-se ainda as observagbes The Commonwealth of Oc a politican'f mes Flarrington ivoga das perspectiv da década de 1650 sobre a separagio de poderes pode’senti inte desconcertado ao descobsir que Harringto iculdade em insistir que «isso parece ser ia doutrinas * Fam todos esses e: » doutiinas pode ser igualment s+ em sentido estrito, O objective ac} Lovejoy, pioneiro nesta abordagem)} dbelecer um tipori progressa, di F sich ICAGRO ECOM ENS{O NA HISTORIA DAS IDELS $9 ada 8 descricio de um organismo em jas pressuporem Sujeitos desapa- ideia de pro cobstieulos ao do século XVI" €, por isso, €01 * Todavi poderes ceve mais dificuldade em vera huz do dia. esse quase eemergido» durante a guerta civil ingles, een, de tal Forra inglesa até para que surgisse realmente e de forma ida", surddos histéricas, umbos no género de histria praca nas at“JA tende por Lovejoy, procunir aproximagbe iigia demonstrada pelos seus autores s de Padua € referide pela «antecipagio notdvel» de ~ Mag € apontado como estando «na origem 3s signos de John Locke & considerada ven On, HH. pp Se VISOES Da POLITICA antecipagdo da metaffsica de Berkeley! A teoria da causalidade de Joseph Glanvill é louvada pela forma «como antecipou a obra de Hume»?. A andlise de Lord Shaftesbury sobre o problema da ‘codliceia & enaltecida porque, sm certo sentido, antecipou Kant’ Por vezes, até mesmo a protenso de que se trata de uma anélise st6rica & posta de lado e os autores do passado sio simples- 1 clogiados ou eriticados tendo,em conta a capacidade que revelaram de pensar como nés préprios pensamos| Montesquica ipou as idcias do pleno emprego ¢ do Estado-Providencian: tal demonstra a naturcza ebrilhante ¢ incisivar do seu pensa- mento cl pensou a politica tal como nés 0 fazemos: € isso que torna «imortals. O mesmo j4 nao acontece com os seus contemporaneos: 0 que,torna as suas perspectivas polit mente ireealistass”. Shakespeare («um autor eminente: ‘mente politico») revelava grande cepticismo quanto «2 possi dude de uma sociedade interracial e tolerante»: esse € um aspectos que confere valor aos seus «textos sobre educagio mor cas". E por af adiance. Encontramos um outro absurdo associado a estes d or discussbes intermindveis sobre se uma dada «idcia units pode ter «real nte emergido» num determinado perfodo © s¢ dere-se novamente as hist6rias da ideia da separagio de Ser que a dourrina jf est presente nas obras de sndo a definiu totalmenter, 1guém tenha chegado to pertow”. Mas t ‘que comegaram a surgir as primeiras pro Imente presente» na obra de,uum certo autor. 1 SIGNIFICAGAO E COMPREENSAO NA HISTORIA DAS IDEIAS. 91 + no se tratava ainda de «doutrina puri’. Ou considere-se as histérias da doutrina do contrato social. Jé existiria a ina nos folhetos produzidos pelos Hugucnotes nas guerras osas francesas? Nao, pois as suas idcias no estavam ainda ntemente desenvolvidas», Mas estaria talvez presente nas ‘lbras ds seus adversérios catélicos? Nao, pois os seus enunciados inda «incompletos», embora eles estivessem eclaramente angadass'. © primeizo esbogo da mitologia das doutrinas esté assim nessas diferentes configuragées, num erro de interpreta- JnservagGes dispersas e ocasionais produzidas por te6ricos ssicos sobre 0s terinas que os historiadores estariam & espera Acs tivessem desenvolvido) A segunda manifestagio dessa ogia, na qual pretendo centrar agora a minhia ateigio, re- uma inversio desse erro, Um autor classico que no o capaz de criar uma doutrina reconhecfyel sobre um obrigat6riov€ criticado por nfo ter conseguide desem- a missio. investigagio hist6rica da teoria moral ¢ politica esta ten- mente eivada por uma versio demonolégica (mas com Huencia) desse erro/Essas disciplinas, como nos lem- «ke inicio, estio ou deviam estar ligadas aos everdadciros xxio moderna «sobre ntro dessa histéria a \eisivo» que caracteriza a re 1 seus objectives» € tomar como cen svete nse ez ey 2 Os seus contempo- Imente clogiados ou culpabilizados de sso dessa mesma wverdades, | sta abordagem, endo hesita vigor da sua dentineia nao entra o de tentar «compreender» as igacio histrica. A histria 36 pode ser re-interpr prio paradigma for abandonado. ja, a versio mais influente deste tipo de miro uir 20s autores clissicos dou Ihes so proprias mas que eles inex; n. O que di origem, por vezes, a ext ndes fig cerencas que conven polagdes a partir maram de modo a atribuir lhes observador]’Tomas de Aguina Jmsensata x que essas g 1 SIGNIFICAGAO F COMPREFNSAO NA HISTORIA DAS IDEIAS. 93 :nossos préprios preconceitos’a autores carismaticos sob a capa de \. A histéria transforma-se ima. especulagio hist6rica inofensi numa série de partidas que pregamos aos mortos. A estratégia mais comum, porém, € pegar numa certa dou- que um dado autor deveria te referido, embora nao o tenha nseguido fazer, ¢ depois crities-lo pe acabada'do dominio exercido por esta abordage foi posta em causa enquanto método de at s politicas, até mesmo pelo mais anti-essencia~ 3s cientistas politicos, T. D. Weldon. A primeira parte do States and Morals apresenta as diferentes «definigdes de que todas 05 cientistas politicos «ou formularam ou to- sua incompeténci on por adquizids. Ficamas a saber que todas as reotias do podem ser divididas em dois grupos principais: «Alguns n-no como uma espécie de org: ismo, outros como algo ido com uma maquina». Partindo desta conclusio, Wel as sobre te ponto, Weldon apercebe-se que jucles autores que so considerados genericamente icos mais influentes nessa Area» acabam por nos aneira, pois poueos entre eles so capazes de suits Worias sem «inconsisténcias ou contradic: nico autor «totalmente fel» a um dos dois modelos 1s por Weldon como os «grandes abjectivos» de todo o | Um autor menos autoconfiante chegaria a este nar-se-in provavelmente se a sua caracterizacio 1 esses tebricos pensavam estar a facer estaria correcta} mita-se a dizer que nao deixa de parecer «estra- de dois mil anos de pensamenton, quase esti repleta de casos relacionados com ‘Considere-se, por exemplo. 0 lugar oO VISOES DA POLITICA igadas as cleigdes © 3 1 da opiniio péblica em te os. Tas questdes assumem uma importancix crucial te tcoria pol ica democritica, embora nao tivessem des- pertad day modernas democracias representativas. Aparentemente, se st6ricod Ain: Jores continuam a criticara Repeiblica de Plato mitim a sinfluéncia da opinide piblicar' ou grande interesse nos autores anteriores & implant desnecessirio referir a importincia do contexto sua opinio sobre o sufrégio univer surpreendente, asseguram-nos, que nenhum dos «grandes autores c tenha debrugado convenientem la de decisio'. Considere-se, da mest dio de saber até que ponto o poder pol te dos actores socialmen também uma das questies mais prementes pat icos, embora no tenha ta aqueles que no defendem a vontade popular] O pape texto hist6rico € Sbvio mas, uma vex mais, nao tem sido su ciente pare evitar que os comentadores critiquem Mag Hobbes e Locke por nenhum deles ter contribuido p aressoe desta discussio quase exclusivamemte moderna’ ima forma de mitologia ainda mais influente cor e6ricos democ 1 ste temas alegadamente eternos. Na verdade, uma as aegdes dos actores que defende que eles falharam leré ser considerada correcta, a nfo ser que fique Jes 0 inicio, que eles poderiam ter tido, ¢ tinham de de levar a cabo essa acgo em particu! a reconhecer que muitas da iar (questdes como, por exemplo, saber se Marsi- ‘uma doutrina da separacio dos poderes) sao, rigo- do, intiteis ¢ ocas. Nao é possfvel formular tais ma a que pudessem zor sentido para 03 actores (© mesmo teste torna evidente que as pretensées, aris de ter detarpado uma doutrina que alia apres O problema que aqui tenho vindo a del mas também perigoso para os hist adigmas préconcebidos. i observacées genéricas a ter em conta iis, A andlise destes temas per Jogieas em que tenho insis se ao facto de no se tor pretendia ou atingiu algo que cr aceite como deserigio correcta daquilo que cle tutoridade especial dos aetores possibilidade de um obser} 's» — pretensdes que assumem, ‘a teoria de Locke» como indica- a metafisica de Berkeleys — so igual- tem qualquer sentido tengdo apenas dizer qual Locke (dificilmente seria intengio de Locke de Berkeley). Podemos contar essas hist6- se que uma perspectiva aceitéy sobreviva & demonstragio de qu ros das analises hist6rica m2 VISORS DA PC 1 é uma actividade que requer grande esforgo, ndoapenas uma Janipulagio de um conjunto de imagens mentais'. O acto de rellectir cuidudosamente sobre 0s problemas, enquanto intros- ‘comum aes sczes humanos, no pode ser ividade intencional padronizada ou mesmo contritio; implica uma luta, muitas vezes ras ¢ com os significados, E ur peegio e observags com as ps rentativas para sintetizarmos as nossas’ideias tanto dio origem a desordens conceptuais como a doutrinas coerentes. Mas € pre samente esta adverténeia que 6 ignorada sempre que o historiador insiste em organizar os pensamentos infelizmente eispersos» de tor clissico ¢ os tenta apresentar de forma sistemitica, o de coeréncia, por intermédio do qual os ss que normalmente caracterizam o acto de pensar devem desapareeer. v Chegados aqui, pode parecer que 0 raciocinio que tenho vi a expor apresenta alguns inconvenieates. Comecci por te cexaminar 08 perigos que se colocam caso analisemas os | clissicos na histéria das ideias como objectos de investi: o-suficientes, concentrando-nos no que cada autor diz ace dc cada uma das doutrinas canénicas ¢,desse mod ir 0 sentido € 0 significado das suis obras. poder-se-d o CACAO P. COMPREENSAO NA HISTORIA DAS ID lefender. Na minha opinioya abordagem acima analisady no permite, em prinefpio, compreender adequadame 108 na histéria do pensamento. A razo fandamen- mos compreender um texto dessa nature seremos scr capazecs de interpretar no apenas o sign! ie estuda caso q dito, mas também a intengo que o autor em questio le ter tido ao dizer aguilo que disse. Um estudo que se con tre exclusivamente naquilo que um autor dise acerea de uma outrina, nfo apenas seré inadequado, como també 108, sera a chave errada para interpretar 0 que o autor ‘to pretendia dizer ow fx autor disse acerca de um dado conceito pode levar-nos a pretar erradamente 6 significado do texto. Vejamos, por a recepgio da doutrina do bispo Berkeley sobre 0 mo por parte dos criticos seus contemporineos. ‘Tar eww Baster como Thomas Reid fizeram comentirios a0 acusi-lo daquilo que nés hoje considera- -gofsmo, seria muito provavel que se referissem A in- ic Hobbes na sua obra, o que teria as suas consequéncias, quando se referem ao seu egoismo, o que eles preten- 1 € algo parecido com o que hoje entendemos c mais importante razdo para pensar que aqui- de uma dada doutrina pode revelarse ra de chegar ao que cle queria dizer é 0 Facto arem frequentemente, 1 implica com que se distings e aquilo que sc pretendia dizer. No capitulo 6 iguns dos problemas a que esta estratégia dé origem, o essencial pode talver, ‘Dessas, a mais Sbvia & a ironia, a qual nalmente rejcitados enquanto le um céptico imprimindo a um vocabulirio familiar um sublinhar (a configuracéo das palavras é s, na verdade, preten wersas ocasides ja havi lcctuais ingleses por altura es para se afirmar que as are reverberam, em lier de forma m dito, que a «Lei Natura wento divino € deve ser obedecide porque é uma O cepticismo de Hobbes é quando a mascara cexpoente de uma deontologia cristi. O mesmo se passa sujo Dictionnaire contém doutrinas pr6p: ta do género mais rigoroso c implacavel, Uma vez uma mensagem tio explicita, cera Ic que Bayle nao poder n Act de 1689. Hé boas os permitiria reconhecer, digamos, que assim consideraclo Defoe se refere 20s dis mo a Letter ditig ira divergéncia religiosa. U autor dia a respeito desse siteis no caso de Defoe € a um jo de Hoadly. Apenas em Locke uma coincidéncia en ‘um philosophe sarcéstico, Bayle era um 48, om pensador religioso cujas declaragSes dever ser pelo seu valor facial, isto e quisermos compreender 1, mesmo neste (embrando Swift) g discurso. Em suma, ewes textos «repetidas vezes>, como somos cot mim, € chamar a atengio para a insuficién- rmite passar daquilo que € que esté na base destas interpretagies revi Dizem-nos que um «estudo profundo dos textos, os textos «por si prOprios», ser suficiente, em qu: part sustentar os argumentos revisionistas irecem ter percebido que a a itagio destas inter- io de algumas conjecturas pec L VISORS DA POLITICA. le eadpoca em que eles viveram. Ambos foram os philasophes como os seus grandes rambéim os critics seus contempord- ; nites, os analisaram dessa sa~ eos, asim como os evs simpa dando que tanto uni como outro pretendiam siosas dominantes. Cl ‘ticos contemporincas de Hlobbes ¢ Bayle estavam eniganados, areza das intengives pétese improviive Hobbes ele dio po res pretendiam que as suas obras divulgassem um sev iginso ortoddoxo, torna-se impossivel compreende ‘qual nenhum deles retisou das edigées posteriores des obras ~ como ambos poderiam ter feito, « prépri nstado a arentemente t mal interpretados € Elo ~ 0s excertos que cla porque € que ne corrigir os supostos equivoce as obras’. qu outras» até que consigamos chi 0 significado seus textos corresponde exactament 123, a razao para tal reside em informagoes que estio para além lo que cles afir- prdprios textos. Se considerarmos, pelo contririo, que bi de (0 uma correspondéncia entre o que esses textos afirmar € os ssignificados subjacentes,ficamos perante o problema de dar ia das implivagSes inerentes a esse comprometimento. Se for a interpretagio que adoptarmos, nao nos & possiv jendé-la com base apenas nos significados que esses textos rentemente transmitem. Muito mais importante, todavia, do que qualquer uma dessas vagbes € 0 facto de que, no caso de qualquer dectaracio stante, 0 estudo do que alguém afirma jamais constituiré a suficiente para compreender © que se queria realmente jambém o valor que o autoratributa as suas afirmagoes. palavras, devemos tentar apanhar no apenas o que as 1s estio a dizer mas também o que eles estdo « fazer quan- mam. Estudar 0 que os pensadores do passado disserara mas can6nicos da histéria das idcias representa apenas as tarefas hermenguticas, ambas indispensiveis se 0 + eserevéram, Para além de tentar descortinar o significado sseram, devemas 20 mesmo tempo procurar com- afiemar. aspectos tenho em mente os argumentos de -ados, ca recuperar os sigh argumentos levado a cordagem mais aprofunda- ho da interpre- 18 ar ei consideragio 0 o de saber aqui termos de RG. C dizer nada acerca di les esto a dizer, isto se 0 D0880 ob qualquer divi 49 de que devemos sempre coloca Jue 0s autores esto a fizer, assim comm cus textos. strar este angumento, considere-se, em primeiro lugar, jual. Descartes, nas suas Meditagiies uma vez. que o problema da centezae ‘epistemologi, essa era uma quest Desse modo, que entendiam sera sua pri nos reflect novamente sobre questées como: porque é que o est onganizado de certa maneiras porque é que se utiliza ‘erminado vocabulario c nao outro; porque é que certos, ‘em particul: idos ¢ sublinhados; porque geral, o texto possui uma identidade © uma configura- eas. ‘onjunto semelhante de observagées pode aplicar-se ao le Lovejoy, que consiste em concentrar-se nas eideias "© ém eanalisar um tema importante, embora dificil Jurante.um certo perfodo ou mesmo «durante virios sidere-se, por exemplo, o projecto de tentar fazer Jn ideia de nobilitas no inicio da era moderna na historiador poderia comecar, como aliss deveria ser, © significado do termo, nessa época, remetia para jc moral particularmente valorizada. Ou poderia, \oda a legitimidade, referir que o mesmo termo era ar a pertenga a uma determinada classe social, + tuber qual o significado a adoptar em cada caso? Quando aponta para o facto de @ nobreza constituir um «leva para um monarca, embora diminua o seu. lerfamos adoptar (tendo em mente a sua admi- iGo oficial) poderiamos adoprar segundo. ‘um outro problema pelo facto desta ambigui- stas de forma or questdes de virtude do que por 1m paradoxo tipice do pensa- o*. Noutros easos, 0 abjectivo era dla 3 condigio do nascimento. 1 insioneros autores’. Alm etorpera de eomportamento. Quando Sie Thomas More des- reve, na Utopia, 0 comportamento nobre 0 podia muito bem ser desacreditar @ coneeito de nobilitas ‘© mea exeinplo, como € db jcado. Ainda 11 mostrar dus fraquezas inetentes 20 projecto de escrever historias de eideias unitariase. Em primei ‘uisermos compreender uma dada ideia, mesmo que se} terior de uma determinada cultura de uma certa época, nie podemos sit : cexpressa. E que esses termos foram provave omo o meu excmplo sugere, jengbes varidveis © incompativeis, Nem tio-pouco pore smentar a esperanga de que o facto de conhecermos 0 co foi elaborado resolverd ni o discurso os de estudar os diferentes conte laveas foram utilizadas ~ todas as Fiangdes que as coisas que poderiam ter sido feitas com dein» como algo que deve spermanecer imutiv também de supor que nao existe necessariamente cada autor «contribuis) \eko com os autores | acontece ger 4. SIGNIFICAAO B COMPREENSAO NA HISTORIA DAS IDEIAS 1 te 0 conteato social de progresso, a grande ser e por af adiante — surge nas suas obras ¢, por essa {o-pouco perechemos q) co ~ que pocterd ter ocupado n 1 saber que a expressio foi utilizada em diferentes momentos dar conta de uma grande diversidade de questées. Todavi 108 € possfvel conhecer (para recorser ao argumento de R. G ngwood) quis as questies que a utilizagio dessa expressig Suposto responder e, desse modo, quais as razées que exis watinuar a reeorrer a el A critica que deve ser feita a essas narrativas historicas nao € 1s que elas estdo sujeitas a permancntemente perderem 0 lo. O pios, quando percebemos que mio existe nenhuma precisa para a qual os dit 1s diversas afirmagées f sores com inteng6es muito diferentes, € chegar & conclusio ustifica fazer a historia da idcia. Existe apenas @ his: s diferentes utilizagoes ¢ das diversas intengdes que ram ao seu uso. Essit hist6ria muito dificilmente poderd jerada como a hist6ria de uma «ideia unicérias. Na ver- fencia no uso de determinadas expressdes diz-nos le fidedligino acerca da persisténcia das questoes que mente estatiam a responder, como também nos dizer ‘sobre 0 que.os diferentes autores queriam realmente com a stia utilizacio. : ando perecbemos que ha sémpre uma questio entes autores tenham contribus por uma variedade de diferen- adas coisas, parece-me que deve- a pretensio de organizar as nossas historias 1 VISOES DA POLI cA, social ¢ politiea do Ocidente, os quiais sio'visiveis no m cen ntimero de conceitos-chave e dle tipos de argu- mentos'. Prctendo apenas dizer que nio hé raz6es vilidas para organizar as nossas narrativas em torno do cstu- sremos por dar ori- patureza Uma das razdes pa rei subl mento, odio’ apenas que cada pens w acabei de referir ~ responde narrativas, como t lor ~ para tomar 0 exem questo da justiga de modo cstrururas tio divergentes que me parece um equtveco m reside em supor que le questées que os diferentes pensadores procuram an unitiriase. A Gnica hist6ria das ideias que deve ser feita é VI rgumento fizer alguti sentido, hé duas conclu- vas que se podem retirar. A prim: apropriado para o estado da hist6ria das idei textos, como sugeri, implica procurar o sentido que Seo met ra diz § subjacente 1 forma como os seus autores pretendiam reendido, Compreender um texto deve wenos, compreender tanto a intengio que é suposto ese sentido fosse © texto como acto de comunicagao intencional deve at, A questo com que nos devemos confrontar no estuda «textos € saber 0 que € que os seus autores ~ escreve © pare uma audiéncia especifica que eles tinham em podiam na pritica’ter procurado comunicar através do so, Parece-me, assim, que 0 procedimento mais acertado 10 de inicio, tentar delinear toda. variedade de comu- convencionalmente tér sido levadas « cabo ymento por intermédio daquelas expresses. A etapa por definir as relagdes entre uma dada expresso inguistico mais vasto com o objectivo de desco- e um determinado autor’, Quando conse- Ijecto de estudo numa perspectiva essencial- ©, em consequéncia, considerarmos que a we estar preocupada com a reconstituigao ise fondamental que nas permite saber quais os signi ‘que alguém poderia ter tentailo comunicar. Como procurei de + nos casos de Hobbes ¢ de Bayle, 0 préprio cont espécie de tribunal de dima ins para tiva de intengdes incom is que tenham sido atribuidas a um autor. Nao quer direr, is. Ai,a opgio mais interess lise filosética ¢ as fontes is no passado levanta probl a do dislogo entre aa © estudo das afirmagies fe ‘origem a novos conhecimentos que t exposta sugere umn ponto mais Sbvio acere se estudar 2 histéria das ideias. Por um causa perdida tentar justificar 0 objecto de extudo em te respostas que se podem dar aos «proble AS 125 COMPREENSAO NA HISTORIA Di specifica numa ocasido particular, concebida com 0 » de solucionar um dado problema ¢, nesse sentido, esti de ma adscrito ao seu contexto que, no mfnimo, serd ingénuo transcendé-lo, A implicacéo dai resultante nto € apenas 0 le 08 textos classicos responderem As suas prdprias questdes & também que ~ para recuperara forma como R. G. wofia, Existem apenas respostas individuais a quest&cs indi- ‘© provavelmente questées tio diversas quantos os pen- s que as colocam, Em vez. de nos preocuparmos com as ri F por nds proprios. » quer isto dizer, port, que o estudo da histor ha qualquer valor filoséfico. O proprio facto, parece-me, \extos eléssicos responderem apenas aos problemas que cles, colocam ¢ no aos nossos, € 6 que thes confere arelevin- cado filos6fico. Os textos elassicos, em particular em social e politica, podem ajudar-nos a descobrir — se assim os deixarmos ~ no uma uniformidade essencial mas liversidade de tormadas de posi¢lo moral e de comprome- -os. E aqui que reside a sua importancia filoséfica no moral. Existe a tendéncia (por vezes explicitamente por exemplo em Hegel, como forma de procedimento) s» da histéria das ideias, farfamos melhor ém aprender a s ideias iddeias do passado tem que ver com a nossa situagio uc cla corresponde, por definigao, ao ponto maximo de se argumento no consegue sobreviver a0 reconheci- de as diferengas hist6ricas sobre questics funda- stir diferencas em termos de intencoes e de na espécie de competigag numa comu- 1 de uma percepgao evolucionista 126 VISOES Da POLITICA, cer, além disso, que a nossa ferente de outras quanto & wengbes da vida so Spria sociedade nao 10 de crengas espectticas ¢ 2 6 pressupoe a existencia d nha opinio, muito mais salut ocal e da nossa propria es histéria do pensamento, no existem, na verdade, conceitos intemporais mas apenas c muito diferentes formuulados por dife Merece por isso tornar-se também um lug: daserengas: ind 5 Motivos, intengdes ¢ interpretagao* 1 10s numia época pés-moderna (no sou o primeiro a © uma das caracteristicas mais inquietantes da cultura, lerna tem sido um cepticismo profundo em relagio ao jonal de interpretagao de textos. Perante vale a pena perguntar outra vez. até que ponto se lar — como fiz. com alguma ousadia no 4 da reeuperagio dos motivos ¢ intengbes dos autores, iuuras accitéveis € nad accitiveis dos textos icos. E esta tarefa ambiciosa que gostaria agora r, modestamente, por trata u ‘mente, nio € diftil escolher algumas escoles de convergiram na ideia de que as questoes relati- igBes © 20s significados dos textos devemn eesentantes do New Criticism langaram pétese de se conseguir recupe-

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