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RESUMO DE METEOROLOGIA PARA PILOTOS

Definição e Classificação de Meteorologia


-Meteorologia: é um ramo da geofísica, sendo a ciência que estuda os
fenômenos que ocorrem na atmosfera. Para fins de estudos, pode ser:
▪ pura(longo prazo): (sinótica, dinâmica, climatológica).
▪ aplicada (curto prazo): aplicada em área específica
(atividades marítimas, hidrológicas, aéreas, agriculturas etc).
-Fases da Meteorologia Aplicada na Aviação:
• Observação - É a verificação visual e instrumental dos elementos
meteorológicos. A fase da observação é realizada pela EMS, ERM
e EMA (EMA realizada por radiossondagem através de balão
meteorológico);
• Divulgação - É a transmissão dos dados observados;
• Coleta - É a recepção dos dados coletados;
• Análise - É o estudo e a interpretação das observações coletadas,
visando o apoio à previsão (WAFC, CIMAER (antigo CNMA), CMA,
CMI (antigo CMV) e CMM;
• Exposição - Ocorre quando se expõe os dados observados ou
previstos, para consulta dos usuários;
- No Brasil, o DECEA é o responsável pelo gerenciamento do Serviço de
Meteorologia Aeronáutica.
- O Banco OPMET visa a atender às necessidades imediatas da
navegação aérea, fornecendo de boletins meteorológicos rotineiros
(METAR, TAF, SPECI, SIGMET), nacionais e internacionais.
- O Banco de Climatologia Aeronáutica destina-se a prover os sumários
climatológicos dos diversos aeródromos do País e a manter uma base
estatística de dados climatológicos aplicáveis à aviação e ao
planejamento estratégico, técnico e operacional.

A Terra no Sistema Solar


-Paralelos:
equador = 00°
trópico de Câncer = 23°27’N
trópico de Capricórnio = 23°27’S
círculo polar Antártico = 66°33’S
-Paralelos: equador
circulo = 00° =/ 66°33’N
polar Ártico Trópico de Capricórnio = 23°27’S / Tróp de
Câncer = 23°27’N/ Círc. Polar Antártico = 66°33’S/ Círc. Polar Ártico =
-Latitudes:
66°33’N
equatoriais
Movimentos = imediatamente
da Terra: sobregira
Rotação - a Terra a linha
em do equador.
torno do próprio eixo,
tropicais = entre os trópicos.
temperadas = entre um trópico e um círculo polar.
polares= entre um círculo polar e o polo mais próximo.
Movimentos da Terra
-Rotação - a Terra gira em torno do próprio eixo, duração de 24h, gera dia e noite.
-Translação – a Terra gira em torno do Sol, duração de 365 dias e 6h, gera as estações do ano.
-Solstícios:
•22 de dezembro, o Sol se encontra a pino do trópico de Capricórnio, ocorre o periélio (Terra mais perto do Sol)
e começa o verão no HS e inverno no HN.
•21 de junho, o Sol se encontra a pino do trópico de Câncer, ocorre o afélio (Terra mais afastada do Sol) e
começa o inverno no HS e verão no HN.
-Equinócios: são os momentos em que o Sol cruza a linha do Equador, equidistando a radiação solar nos hemisférios.
•21 de março começa o outono no HS e primavera no HN.
•23 de setembro começa a primavera no HS e outono no HN.
-Eclíptica: É a inclinação da Terra de 23° 27'.
Atmosfera Terrestre
-É uma massa de ar, presa à Terra pela ação da gravidade, acompanhando-a em seus movimentos.
-Composição: Nitrogênio= 78% / Oxigênio= 21% / Outros gases= 1%/ vapor d’agua = 0%.

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Vapor de Água
-É importante para a meteorologia, mas NÃO faz parte da composição do ar atmosférico, porém varia de 0 a 4%.
O ar seco é mais pesado e mais denso que o ar saturado ou
úmido, porque contém mais nitrogênio e oxigênio (elementos
mais pesados que o vapor de água).

Camadas da Atmosfera
1ª – Troposfera ou baixa atmosfera: ocorre GT= 2°C/1000FT ou 0,65°/100M ou até mesmo 3,6°F/1000FT, no equador
varia de 17 a 19 km, nas lat. temperadas de 13 a 15 Km e nos pólos: de 7 a 9 Km, tem-se a maioria dos voos e
fenômenos meteorológicos.
2ª – Tropopausa: ocorre a isotermia (temperatura constante na vertical), tem espessura que varia de 3 a 5 km de
espessura.
3ª – Estratosfera: ocorre a difusão da luz, possui a camada de ozônio e estende-se até aprox 70 km de altitude. A
camada de ozônio é capaz de absorver cerca de 99% da radiação proviniente do Sol.
4ª – Ionosfera: ocorre a absorção da luz, estende-se aprox. até 400 a 500 km de altitude.
5ª – Exosfera: não exerce efeito direto de filtragem seletiva, estende-se aprox. até 1000 km de altitude.

-Constante solar: é a quantidade de energia solar que atinge o limite superior da atmosfera terrestre.
-Insolação: é a quantidade de energia solar que atinge a superfície terrestre, após a filtragem feita pela atmosfera.
-Albedo: É a razão entre a quantidade de radiação refletida pela superfície da Terra e a radiação do Sol, “energia que
retorna”.
Superfícies claras tem mais albedo (areia, neve e topo de nuvens).
Superfícies escuras tem menos albedo (florestas e terra fresca).
Calor e Temperatura
-Calor: é a energia que o objeto contém em suas moléculas.
-Temperatura é uma medida da velocidade com que as moléculas em um objeto estão se movendo. O instrumento que
mede a temperatura do ar é o termômetro e o que registra é o termógrafo.
Escalas Termométricas:

• Celsius (mais conhecida entre todas); ponto de fusão de gelo = 0° C e ponto de ebulição da água = 100° C.
• Fahrenheit: mistura de água, gelo picado e cloreto de amônio = 0°F; Temperatura do corpo humano = 100°F;
Fusão de gelo = 32°F; Ebulição da água = 212°F;
• Kelvin (conhecida como zero absoluto): 0K (zero Kelvin) é equivale a -273°C. Não se usa o grau ° nesta escala.

- O único valor em °C que é igual em °F é o valor de - 40°, pois - 40°C = - 40°F. Pode se usar o computador de voo para
fazer as conversões.
-Para cada 1°C que varia, teremos na escala Fahrenheit uma variação de 1,8°F.
-Inversão Térmica: é quando subirmos e a temperatura aumenta, ou seja, é o inverso do normal!
-Radiação Solar: ocorre durante o dia quando o Sol aquece a Terra;
-Radiação Terrestre: ocorre durante a noite, quando a Terra resfria;
Linhas Isotermas: unem pontos de temperaturas iguais, traçada a cada 5° Celsius.
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Temperatura do Ar

• Temperatura do ar à superfície:
- observada: Codificada no METAR ou SPECI em °Celsius inteiros e em dois algarismos. As
temperaturas abaixo de 0°C serão precedidas da letra M (minus). EX. temperatura de 20°C:
METAR SBMT 221000Z 21005KT 5000 BR SCT020 OVC080 20/17 Q1018.
- prevista: As temperaturas de superfície, máximas e mínimas, serão previstas e codificadas no código
TAF (TX máxima e TN mínima). Ex.: Temp. mín. de 19°C para o dia 22 às 12h00Z e máxima de 30°C para o
dia 22 às 18h00Z. A sequência de codificação TX e TN é por ordem de ocorrência, ou seja, o que for
previsto ocorrer primeiro, aparecerá antes na mensagem.
TAF SBST 220900Z 2212/2224 12005KT 6000 -RA FEW010 TN19/2212Z TX30/2218Z.
2. temperatura do ar em altitude: - É obtida em diversos níveis da atmosfera pela radiossondagem e informada para a
navegação aérea através da carta WIND/TEMPERATURES (carta de ventos e temperaturas). Se forem positivas serão
precedidas do sinal de + e não terão qualquer notação se forem negativas.
3. temperatura do ar em voo: é a temperatura do ar externo à aeronave no seu nível de voo, sendo medida
termômetros instalados em aeronaves é influenciada por vários fatores (tais como: radiação, compressão de ar e atrito)
que tendem a diminuir a exatidão das leituras.
- IAT (Indicated Air Temperature) é a lida direta no termômetro sem correção.
- CAT (Calibrated Air Temperature). após a correção instrumental.
- TAT (true air temperature) é a IAT corrigida para erro de aquecimento devido ao atrito da aeronave com o ar.
-Inversão Térmica ou gradiente negativo: é quando subirmos e a temperatura aumenta, ou seja, é o inverso do normal!
-Radiação Solar: ocorre durante o dia quando o Sol aquece a Terra;
-Radiação Terrestre: ocorre durante a noite, quando a Terra resfria;
-Efeito Estufa ou “cobertor”: é um fenômeno natural em que a atmosfera evita que a Terra resfrie rápido à noite.
-Processos de Transmissão de Calor:
• Condução: transmissão por contato, ou seja, de molécula a molécula;
• Radiação: transmissão sem contato, por exemplo, o Sol aquecendo a Terra;
• Convecção: transporte de calor no sentido vertical;
• Advecção: transporte de calor no sentido horizontal;
- Calor Específico: é a quantidade de calor que um corpo precisa para aumentar sua temperatura, por exemplo,
aumento de 1°C. A água pura tem um alto calor específico, pois precisa de muito mais calor para aumentar sua
temperatura, se comparado a um metal por exemplo.
-Temp. do ponto de orvalho - é a temperatura de saturação do ar por resfriamento, medida pelo psicrômetro. Quanto
mais próx. da temperatura do ar estiver a temperatura do ponto de orvalho, maior será a umidade relativa.
Quando a temperatura do ar estiver igual a temperatura do ponto de orvalho, o ar estará saturado. É codificada no
METAR e SPECI, logo após a temperatura do ar, sendo separada por uma barra. Ex.: temperatura do ponto de orvalho
17°C.
METAR SBMT 221000Z 21005KT 5000 BR SCT020 OVC080 20/17 Q1018.
Pressão Atmosférica
-É a força exercida pelo ar, em todas as direções e sobre todos os objetos e seres vivos que se encontram mergulhados
nele. A unidade para medida é o hectopascal (hPa) e os instrumentos são: barômetro que mede a pressão e o barógrafo
que registra a pressão.
Variações da Pressão
1. Variação com a altitude: a pressão varia inversamente com a altitude, numa razão de 1 hPa para cada 30 pés, tal
razão se chama Gradiente Bárico Padrão (GBP).
2. Variação com a temperatura: a pressão varia inversamente com a temperatura.
3. Variação com a densidade: a pressão varia diretamente com a pressão.
4. Variação dinâmica: é causada pelos deslocamentos horizontais de massas de ar (frentes).
Variação diária: considerada como uma maré barométrica, que é bastante forte nas latitudes equatoriais, porém
desaparece nas latitudes acima de 60°. As pressão é mais elevada às 10 h e 22 h (hora local) e mais baixa às 04 h e 16 h
(hora local).

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Reduções da Pressão
- Pressão da estação ou da pista (QFE): é a pressão medida ao nível da pista/solo, lida no barômetro.
- Pressão ao nível do mar (QFF): para fins meteorológicos, sendo de acordo com a atmosfera real.
- Pressão ao nível médio do mar (QNH) ou ajuste altímetro: para fins aeronáuticos, sendo de acordo com a atmosfera
padrão. Esta é codificada no METAR/SPECI, precedida pela letra “Q”, por 4 algarismos, sem decimais e arredondando
para o número inteiro inferior. Ex.: pressão QNH 1018 hPa.
METAR SBMT 221000Z 21005KT 5000 BR SCT020 OVC080 20/18 Q1018
- Pressão padrão (QNE): é a pressão padrão ao nível do mar, cujo valor é de 1013,2 hPa, 29,92 pol hg, 760 mm hg ou 1
atm (atmosfera).
Sistemas de Pressão
-Sistemas Fechados: de alta pressão = alta pressão no centro – anticiclone, bom tempo, com pouca nebulosidade;
de baixa pressão = baixa pressão no centro - ciclone, mau tempo, com muita nebulosidade;
-Sistemas Abertos: crista ou cunha: alta pressão no centro – anticiclone, bom tempo, com pouca nebulosidade;
cavado “buraco”= baixa pressão no centro - ciclone, mau tempo, com muita nebulosidade;
- Col ou colo: região entre dois centros de alta e dois de baixa pressão, com ventos são fracos e variáveis.
-Isóbaras: são linhas que unem os pontos de mesma pressão, traçadas de 2 em 2 hPa, em números pares;
Atmosfera Padrão Internacional: ISA (ICAO STANDARD ATMOSPHERE ou International Standard Atmosphere
-ar seco (78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases).
-latitude - latitude média de 45°.
-nível - nível do mar, que será sempre identificado como nível padrão.
-temp. ao nível do mar = 15°C, Pressão= 1013,2 hPa ou 760 mm de mercúrio (mm Hg) ou 29,92 pol Hg ou 1 ATM.
-GTP - 2°C/1.000 pés ou 0,65°C/100 m.
-GBP – 1 hPa/30FT.
Isoípsas: são linhas que unem pontos de mesma altitude pressão.

Condição ISA
É a quantidade de temperatura
que deve ser somada ou
subtraída da temperatura ISA
(para o nível) até atingir o valor
da temperatura verdadeira,
sendo representada por "ISA +"
ou "ISA - ". Exemplos ao lado:

Altitudes:
- Altura ou altitude absoluta: distância vertical entre a
ACFT e o solo (QFE).
- Altitude indicada (QNH): distância vertical entre a
ACFT e o nível médio do mar.
- Altitude pressão (QNE): distância vertical entre a ACFT
e o nível padrão do mar (QNE).
- Elevação: distância vertical entre e o nível do mar e o
solo (diferença entre QFE e QNH).

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Altimetria
O Altímetro é um instrumento que indica a distância vertical de uma aeronave, a partir de uma pressão de referência. A
pressão de referência é aquela inserida na janela Kollsman do altímetro através de um botão.
Procedimentos para Ajuste de Altímetro:
- Durante a subida, ao passarem pela altitude de transição (TA), do local de partida, o piloto muda o altímetro de
QNH para QNE 1013,2 e prosseguirá com este ajuste, passando a voar em nível de voo.
- Durante o procedimento de descida, ao passarem pelo nível de transição (TL) o piloto muda o altímetro de
QNE para o QNH do local de pouso.
- O espaço aéreo entre a altitude de transição e o nível de transição é conhecido como camada de transição.
Erros Altimétricos:

- Quando o QNH for maior que o QNE, a aeronave está - Quando o QNH menor que o QNE, a aeronave está
voando acima da AP. voando abaixo da AP.

• Erro de Pressão (EP): para cada 1 hPa de diferença, haverá uma diferença (“erro”) de pressão de 30 FT, este
erro é calculado pela seguinte fórmula: EP = (QNH – QNE) x 30

• Erro de Temperatura (ET): para cada 10°C de diferença entre a temperatura real e a temperatura padrão (ISA),
para o nível considerado, haverá 4% de erro na AP, ou pela fórmula: ET = (T - ISA) x 0,4 x FL

• Erro Combinado (EC): é a soma do EP e o ET, calculado pela fórmula: EC = EP + ET

Altitude Verdadeira
A Altitude Verdadeira (AV) é a AP corrigida para EP e ET, portanto, para calcular a AV, calculamos o EP, ET e o EC, como
no exemplo a seguir:

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Altitude-Densidade
A Altitude Densidade (AD) é definida como a altitude pressão corrigida para as variações de temperatura não
padrão (diferente da ISA), a aeronave se comportara como se estivesse nesta altitude calculada. A AD é calculada pela
fórmula: AD = AP + 100 (T - ISA)

A Altitude Densidade (AD) é definida como a


altitude pressão corrigida para as variações de
temperatura não padrão (diferente da ISA), a aeronave
se comportara como se estivesse nesta altitude
calculada.
A AD é calculada pela fórmula:
AD = AP + 100 (T - ISA)
AD = altitude densidade
AP = altitude pressão
T = temperatura verdadeira
ISA = temperatura padrão para AP considerada

Ajustes altimétricos

• QFE (ajuste a zero) indica altura da aeronave.


• QNH indica a altitude indicada da aeronave.
• QNE indica a altitude pressão da aeronave.

Umidade Atmosférica
Umidade é o termo geral usado para descrever a presença de vapor d'água no ar. A Umidade Relativa (UR) do ar
varia de 0 a 100%, variando de acordo com a quantidade de vapor de água. O vapor de água varia de 0 a 4%.
Na atmosfera podemos encontrar a água em três estados: sólido, líquido e gasoso.
A UR é medida pelo higrômetro ou psicrômetro e é registrada pelo higrógrafo.
Na atmosfera podemos encontrar a água em três estados físicos:
- sólido: neve, granizo, nuvem, nevoeiro congelante, geada;
- líquido: chuvisco, chuva, nuvem, nevoeiro, orvalho;
- gasoso: vapor de água.
- Mudanças do estado físico água:
• solidificação: passagem do líquido para o sólido, através de resfriamento.
• sublimação: passagem do sólido para gasoso (por aquecimento) ou do gasoso para o sólido (por resfriamento).
• evaporação: passagem do líquido para o gasoso, por aquecimento.
• condensação: passagem do gasoso para o líquido, por resfriamento.
• fusão: passagem do sólido para o líquido, por aquecimento.
- Calor latente é a quantidade de calor durante a passagem do estado sólido-liquido-gasoso e vice-versa.

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- Umidade absoluta - é a relação entre a massa do vapor de água contida no ar e o volume e, é expressa em
gramas de vapor de água por metro cúbico de ar.
- Umidade específica - é a relação entre a massa do vapor de água e a massa do ar úmido e é expressa em
gramas de vapor por quilograma de ar úmido.
Ciclo Hidrológico: Mais de 2/3 da superfície da Terra são cobertos por oceanos, mares, rios, lagos, etc. Essa água está
em contínuo processo de evaporação para a atmosfera. Ao subir ocorre a condensação e precipitação, percorrendo um
caminho cíclico denominado de ciclo hidrológico.

Visibilidades, Hidrometeoros e Litometeoros (capítulo IX)


Visibilidade, para fins aeronáuticos, é definida como a maior distância em que um objeto de dimensões
apropriadas, pode ser visto e identificado, quando observado de encontro a um fundo brilhante, ou a maior distância
em que luzes na vizinhança podem ser vistas e identificadas, quando observadas de encontro a um fundo escurecido. O
grau de dificuldade para ver e identificar este objeto depende da transparência da atmosfera, que por sua vez depende
do grau de impurezas presentes.
Tipos de visibilidade:
➢ visibilidade horizontal: é observada em 360° em torno do ponto de observação (pista), sendo estimada através
do conhecimento da distância entre pontos de referência e a estação de observação (carta de visibilidade).
Nas informações METAR, SPECI e TAF codifica-se a visibilidade predominante, em metros com quatro algarismos
e logo após o grupo de vento, obedecendo ao seguinte critério.

Todo valor observado que não corresponda à escala utilizada será arredondado para o incremento inferior mais
próximo. Exemplo: se o valor da visibilidade predominante for de 590 metros (esta na faixa menor que 800 metros),
será codificada como “0550”, pois nesta faixa os incrementos são de 50 metros.
Ex: METAR SBGR 071100Z 05002KT 0500 FG 15/15 Q1019
*visibilidade predominante é o maior valor de visibilidade, que cubra, pelo menos, a metade do círculo do horizonte.
Além da visibilidade predominante, será informada a visibilidade mínima, seguida de um dos pontos cardeais ou
colaterais, nas seguintes condições:
➢ quando esta for inferior a 1.500 m;
Ex: METAR SBCT 071100Z 05002KT 5000 0900SE BCFG 15/15 Q1019.
➢ ou quando inferior a 50% da predominante e inferior a 5.000 metros.
Ex: SPECI SBLO 041335Z 23002KT 4500 2000E -DZ BR BKN003 SCT010 22/21 Q1016
➢ visibilidade vertical: distância máxima em que um observador, dentro das condições de céu obscurecido, possa
ver na vertical. Céu obscurecido é quando o fenômeno redutor (ex.: FG) prejudica a visibilidade no sentido
horizontal e vertical.
A visibilidade vertical é codificada no METAR, SPECI e no TAF somente em condições de céu obscurecido, no campo
destinado à nebulosidade, pelo grupo VV (visibilidade vertical).
Ex: METAR SBMT 311000Z 31004KT 0300 FG VV002 15/15 Q1023
(Visibilidade vertical de 200 pés)
➢ Alcance Visual na Pista, Runway Visual Range (RVR): distância máxima ao longo de uma pista de pouso, medida
através de instrumentos eletrônicos, informado por quatro algarismos e em metros, durante os períodos em
que qualquer visibilidade ou alcance visual na pista for menor que 2.000 m e codificada no METAR/SPECI,
precedida da letra R, caso necessário, pelo número da pista e, para o caso de pistas paralelas, aquele número
será seguido da letra L para a pista da esquerda, R para a pista da direita e C para a pista central.
Ex: SPECI SBSP 200915Z 12004KT 0350 R35/0400 R17/0300 FG OVC008 10/10 Q1020
(RVR na pista 35 de 400 metros e na pista 17 de 300 metros).
Ex: METAR SBGR 200915Z 12004KT 0350 R09L/0400 R09R/0500 R27L/0300 R27R/0400 FG OVC008 10/10 Q1020
(RVR na pista 09L (esquerda) de 400 metros).

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Quando o RVR for superior ao valor máximo que pode ser determinado pelo sistema, o valor será precedido
pela letra P. Ex: R19/P2000 (maior que 2.000 metros),
Quando inferior ao valor mínimo que pode ser determinado pelo sistema o valor será precedido pela letra M.
Ex.: R22/M0050 (menor que 50 metros)
Quando o RVR estiver aumentando será codificado com a letra “U”. Ex. R32/0900U (pista 32 o RVR é de 900 m e
está aumentando).
Quando o RVR estiver diminuindo será codificado com a letra “D”. Ex. R32/0400D (pista 32 o RVR é de 400 m e
está diminuindo).
Se não forem observadas tendências significativas (sem variação), deverá ser indicado “N”. Ex. R32/0500N (pista 32
o RVR é de 500 m sem variação).
Se não for possível verificar a variação, não terá letra neste campo. Ex. R32/0500 (pista 32 o RVR é de 500 m e não
foi possível verificar a variação).
➢ visibilidade obliqua: É a maior distância que um objeto pode ser visto e identificado ao longo de uma linha de
visada inclinada em relação ao horizonte. (não codificada nas informações meteorológicas aeronáuticas).

- VC (vicinity/vizinhança): indica uma situação ocorrida entre 87 km e 16 km do ponto de referência do aeródromo.
Ex.: VCFG (nevoeiro nas vizinhanças).
Hidrometeoros: Também conhecidos como higrometeoros, são fenômenos meteorológicos, formados por água, que
ocorrem pela condensação, solidificação ou sublimação do vapor de água.
Classificam-se em:
1 – depositados “formam-se no chão”: formam sobre uma superfície (orvalho e geada);
2 – suspensos “ficam pendurados”: são os hidrometeoros que flutuam na atmosfera (nuvem, nevoeiro e névoa úmida).
- Névoa úmida – conjunto de microscópicas gotas de água suspensas na atmosfera. Provoca uma redução da visibilidade
menor do que em condições de nevoeiro. Ocorre com UR de 80% ou mais e com visibilidade horizontal de 1 000 e 5 000,
difundido a cor azul-cinza.
3 – precipitados “caem da nuvem”: qualquer uma ou todas as formas de partículas de água, tanto líquidas como sólidas
que caem das nuvens (chuva, chuvisco, neve, granizo (saraiva), granizo pequeno).
A precipitação é classificada em tipo, intensidade e caráter.
a) tipos: líquidos (chuva e chuvisco) e sólidos (granizo (saraiva) e neve)
b) intensidade: leve ( - ), moderada (sem sinal) ou forte (+).
a) caráter: contínuo (pelo menos por 1 hora consecutiva), intermitente (com pequenas interrupções) e pancada
(com pequena duração, porém com intensidade geralmente forte).

- Chuvisco - Precipitação bastante uniforme de finas gotas de água de diâmetro inferior a 0,5 mm dando a impressão de
flutuarem no ar. O chuvisco constitui-se no hidrometeoro precipitado que mais restringe a visibilidade horizontal.
- Chuva - Precipitação de gotas de água de tamanho igual ou superior a 0,5 mm.
- Granizo pequeno - precipitação em forma de pedras que chegam à superfície com diâmetro inferior a 5 mm.
- Granizo - precipitação em forma de grãos de gelo que chegam ao solo com diâmetro igual ou maior que 5 mm.
- Neve - Neve Precipitação sólida de cristais de gelo, isolados ou aglomerados, que caem de uma nuvem.
Instrumentos:
- A precipitação é medida por meio de pluviômetros e registradas por meio de pluviógrafos. A unidade de
medida é o milímetro (mm), sendo que 1 mm equivale ao volume de um litro de água que se acumulou sobre um
espaço de um metro quadrado.
Linhas Isoietas: são linhas que ligam pontos de precipitações iguais, ou seja, são linhas curvas que representam pontos
de igual pluviosidade, utilizadas em representações cartográficas meteorológicas.

Litometeoros: São minúsculas partículas sólidas em suspensão na atmosfera que ocorrem com visibilidade entre
0000 e 5.000 metros e umidade relativa inferior a 80%. Os principais são:
➢ névoa seca: difunde a cor vermelha.
➢ fumaça: difunde a cor azul.
➢ poeira: difunde a cor amarela.
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SN (snow) neve

Nuvens
São formadas por gotículas d'agua e/ou cristais de gelo, no ar, tendo suas bases a partir de 30 m de altura. Quando
formada por efeito orográfico será em montanhas (no barlavento o ar frio e úmido sobe a encosta de uma montanha e
no sotavento o ar desce a encosta de uma montanha. “OROGRÁFICO = MONTANHAS”.
Classificações quanto ao:
-Aspecto Físico: as nuvens podem ser cumuliformes ou estratiformes:

Estratiformes: são nuvens de grande


Cumuliformes

Cumuliformes: são nuvens


desenvolvimento horizontal, formadas
de grande desenvolvimento
vertical, formadas em ar em ar estável e sem turbulência.
instável e com turbulência.
Estratiformes

- Estrutura Física: líquidas: com got. de água/ sólidas: com cristais de gelo / mistas: got. de água e cristais de gelo;
- Estágios de Formação: altas: acima das médias;
médias: 2000 a 4000m nas latitudes polares;
2000 a 7000m nas latitudes temperadas;
2000 a 8000m nas latitudes tropicais ;
baixas: de 30 a 2000m-
Nuvens altas são formadas por
cristais de gelo, são sólidas, não
INDICA CORRENTE DE JATO E CHEGADA DE UMA FRENTE!
precipitam e não produzem sombra
(sólidas) CS -CIRROSTRATUS HALO
própria.
CC -CIRROCUMULUS

(mistas) VIRGA
AbdomeN
CHUVISCO
(líquidas) SC - STRATOCUMULUS EQUILÍBRIO CONDICIONAL

MAIS PERIGOSA E PROVOCA A TROVOADA!


(CU e CB também são mistas) 9
Há certos tipos de nuvens que surgem no céu e que por causa de suas características específicas não se
enquadram na classificação internacional.
São as nuvens que se originam por processos diferentes dos já conhecidos ou então, surgem em níveis muito
elevados. São as chamadas nuvens especiais.
Nuvens nacaradas - surgem nas altas latitudes, entre 20 e 30 quilômetros de altura, onde os processos convectivos
extremamente violentos elevam o vapor de água.
Nuvens noctilucentes - surgem nas latitudes temperadas entre 80 e 90 quilômetros de altura.
Trilhas de condensação - são nuvens que se formam por sublimação ou condensação do vapor de água na esteira
de uma aeronave.

-Gêneros (“são os nomes das nuvens”):

• Altas: são formadas por cristais de gelo, são sólidas, não precipitam e não produzem sombra própria.
- Cirrus (Ci): nuvem alta, cirriforme, indicam corrente de jato e chegada de uma frente e surge no topo do CB.
- Cirrostratus (Cs): nuvem alta, estratiforme, produz o fenômeno do halo (um anel luminoso ao redor do sol ou da lua).
- Cirrocumulus (Cc): nuvem alta, cumuliforme, pequenos grânulos que indicam turbulência em níveis altos.

➢ Médias: são formadas por gotículas de água e cristais de gelo, portanto, são mistas.
- Altostratus (As): nuvem média, estratiforme, mista,com precipitação na forma de chuva ou neve de caráter contínuo.
- Altocumulus (Ac): nuvem média, cumuliforme, mista, pode gera virga, que é uma precipitação que não chega ao solo.
- Nimbostratus (Ns): nuvem média, estratiforme, mista, podendo ocasionar precipitações intensas de chuva ou neve.

➢ Baixas: são formadas por gotículas de água, portanto, são líquidas.


- Stratus (ST): nuvem baixa, estratiforme, líquida, apresenta precipitação em forma de chuvisco.
- Stratocumulus (Sc): nuvem baixa, líquida, caracteriza o equilíbrio condicional, ou seja, turbulência apenas dentro da
nuvem.

➢ De Desenvolvimento Vertical: também são mistas.


- Cumulus (Cu): nuvem de desenvolvimento vertical, cumuliforme, A precipitação associada é na forma de pancadas.
Obs: TCU (tower cumulus ou cumulus congestus) é uma espécie de grandes cumulus.
- Cumulonimbus (CB): nuvem de desenvolvimento vertical, cumuliforme, é a nuvem mais perigosa para a aviação e
produz trovoada!

Espécies de nuvens - algumas espécies de nuvens existem além das 10 classificações acima, tais como:
a) uncinus - forma especial de cirrus, chamada popularmente de "rabo-de-galo" e cujo nível é caracterizado por
ventos fortes associados à corrente de jato.
b) castellanus ou castellatus - certo número de nuvens cumuliformes assentadas numa base comum.
c) mamma ou mammatus - protuberâncias pendentes, como sacos ou seios, na parte inferior de uma nuvem.
São indicativos de forte turbulência.

Informações meteorológicas sobre as nuvens:


a) METAR/SPECI e TAF: sobre a quantidade, altura e o tipo das nuvens serão limitadas às nuvens de significado
operacional. Nuvens de significado operacional são todas as nuvens com base abaixo de 5000 pés (1500 metros) ou
nuvens cumulonimbus (CB) ou cumulus congestus (TCU), em qualquer altura.
De acordo com instrução do DECEA codifica-se no METAR e SPECI nuvens até 10.000 pés.

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quantidade - a verificação da quantidade de nuvens é feita dividindo-se o céu em oito partes iguais ou oitavos,
para cada camada de nuvem, sendo codificada através das abreviaturas:
SKC - Sky clear (céu claro 0/8), não utilizada;
FEW - Few (pouca nebulosidade de 1 a 2/8),
SCT - Scattered (céu parcialmente nublado ou nebulosidade esparsa de 3 a 4/8),
* BKN - Broken (céu nublado de 5 a 7/8)
* OVC - Overcast (céu encoberto 8/8).
Obs.: * somente BKN e OVC constituem teto!
Teto - Altura, acima do solo ou água, da base da mais baixa camada de nuvens, abaixo de 20.000 pés (6000m) que cobre
mais da metade do céu (BKN ou OVC).
Altura - corresponde à distância vertical que separa a base da nuvem da pista. A medida da altura das bases das nuvens
é feita, na maioria das vezes por estimativa visual, podendo também ser feita por meios instrumentais, nas estações que
possuem equipamentos eletrônicos (projetor luminoso, tetômetro, etc). Para fins operacionais de planejamento
de voo, a altura da base das nuvens é informada em centenas de pés (incrementos de 30 metros).
Tipo - a identificação dos tipos de nuvens é em função da experiência de quem observa. Somente as nuvens
Cumulonimbus (CB) e cumulus congestus (TCU) são codificadas.
Exemplos:
SCT020 - nuvens esparsas (de 3 a 4 oitavos) a 2.000 pés ou 600 metros de altura (mas não se sabe o tipo da nuvem).
FEW033CB - poucos CB (1 a 2/8) a 3.300 pés ou 990 metros de altura.
Se não existir nebulosidade abaixo de 5.000 pés, nuvens CB e TCU, nenhuma restrição na visibilidade vertical e a
abreviatura CAVOK não for apropriada, será usada a abreviatura NSC (No Significant Cloud) nenhuma nuvem
significativa.
- NSC - No Significant Cloud / Nenhuma Nuvem Significativa: nenhuma nebulosidade abaixo de 5.000 pés, nuvens CB e
TCU em qualquer altura e nenhuma restrição na visibilidade vertical.
- CAVOK Ceiling (or Clouds) And Visibility [are] OK / em português, teto (ou nuvens) e visibilidade [estão] OK: Substitui
os grupos de visibilidade, RVR, tempo presente e nebulosidade, sempre que as seguintes condições ocorrerem
simultaneamente.
a) visibilidade - 10 km ou mais,
b) condições de tempo - ausência de trovoada e precipitação,
nebulosidade - nenhuma nuvem abaixo de 1.500 metros (5.000 pés) e ausência de CB ou TCU em qualquer
altura.
METAR SBMT 311000Z 23006KT 9999 SCT080 20/18 Q1018 (errado)
METAR SBMT 311000Z 23006KT CAVOK 20/18 Q1018 (certo)
b) CARTA SIG WX PROG: quantidade - para qualquer nuvem, menos CB e TCU. Serão empregadas para representar a
quantidade, as abreviaturas: FEW, SCT, BKN e OVC. Serão representadas em nível de voo, topo sobre base.
- ISOL (isolated) — isolados, individuais.
- OCNL (occasional) – ocasional: células bem isoladas.
- FRQ (frequent) – frequente: com pequena ou nenhuma separação entre as células.
- EMBD (embedded) – embutido: dentro de outras nuvens ou encobertos por névoa seca.
Tipo - abreviaturas internacionais ACAS (altocumulus e altostratus)
Altura - Nas cartas para voos baixos (SFC/FL250) as alturas serão informadas em altura sobre a superfície.
- Nas cartas para voos altos (FL250/FL630) as alturas serão representadas em nível de voo, topo sobre base.

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Nevoeiro
É o resultado da condensação ou sublimação do vapor de água junto ao solo. São condições favoráveis ao nevoeiro:
- Ar estável (atmosfera calma); / - Visibilidade horizontal inferior a 1000 metros;
- Umidade relativa do ar entre 97 e 100%; / - Temperatura do ar igual a temperatura do ponto de orvalho;
- Noites de céu claro (sem nuvens);

Tipos de Nevoeiros:

➢ nevoeiros de massa de ar: formam dentro de uma mesma massa de ar e podem ser nevoeiros de radiação e
de advecção.

- nevoeiros de radiação; formam-se pelo resfriamento produzido pela radiação terrestre. Ocorre
principalmente na primavera e inverno, nas noites sem nuvens e com vento calmo ou fraco.

- nevoeiros de advecção: forma-se pelo resfriamento do ar que se movimenta horizontalmente. Os nevoeiros


de advecção classificam-se em:
➢ -nevoeiro de vapor: ar frio da superfície da terra, desloca-se sobre uma superfície líquida mais quente, E
comum sobre rios, lagos, pântanos, e em especial tem lugar no outono e inverno.
➢ -nevoeiro marítimo: forma-se sobre o mar quando o ar quente e úmido do continente ou de outra superfície
líquida desloca-se sobre água muito fria. Muito comum, ocorrendo principalmente na primavera e verão;
➢ nevoeiro de brisa; quando o ar quente e úmido dos oceanos desloca-se sobre as regiões costeiras mais frias. O
ar quente e úmido perderá calor e se condensará. Ocorre normalmente no inverno;
➢ nevoeiro orográfico ou de encosta: formam-se quando o ar se desloca ao longo de uma montanha (encosta) e
vai se resfriando à medida que sobe até atingir o ponto de condensação.

➢ nevoeiro glacial: forma-se nas regiões polares onde as temperaturas encontram-se abaixo de 30°C negativos.
Devido às baixas temperaturas, há a sublimação do vapor de água, que produz micro cristais de gelo no ar.

➢ nevoeiros frontais: São nevoeiros que ocorrem associados às frentes (deslocamento de massas de ar).
- pré frontal – quando associado a frente quente, chegam antes (pré) da frente quente;
- pós frontal – quando associado a frente fria, chegam após (pós) a frente fria;
Independente do princípio de formação, os nevoeiros para fins de codificação são classificados em:
➢ a) nevoeiro de superfície (FG):
METAR SBSP 210500Z 12004KT 0400 FG SCT005 BKN080 10/10 Q1023
➢ b) nevoeiro de céu obscurecido (FG): este vem acompanhado do grupo VV (Visibilidade Vertical)
METAR SBGR 210900Z 15002KT 0250 R09/0300 R27/0200 FG VV001 11/11 Q1018
➢ c)banco de nevoeiro (BCFG):
METAR SBKP 0111002 23004KT 1200 0700SE BCFG NSC 15/14 Q1024
➢ d) nevoeiro parcial (PRFG):
METAR SBPA 310900Z 01004KT 1500 0900N PRFG OVC008 10/10 Q1021
➢ e) nevoeiro baixo (MIFG):
SPECI SBCT 091215Z 35003KT 0800 MIFG BK111020 OVC100 14/14 Q1015
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Ventos
Vento é um movimento horizontal de ar provocado por uma diferença de pressão entre pontos na atmosfera
terrestre, sempre fluindo da alta para baixa pressão. A direção do vento informada no METAR, SPECI e TAF é sempre
em relação ao NV e a direção do vento informada pelo órgão de controle é sempre em relação ao NM.
São forças que atuam sobre o vento:
➢ força do gradiente de pressão: É a força que surge devido à diferença de pressão entre dois pontos
considerados. Ela será tanto maior quanto mais próximos forem esses pontos. O vento que flui regido por esta
força, é chamado de vento barostrófico.
➢ força de Coriolis: É a força desviadora do vento devido ao movimento de rotação da Terra. É máxima nos polos
e nula no equador, sendo resultante da força centrífuga. No Hemisfério Sul desvia para a esquerda. No
Hemisfério Norte desvia para a direita. O vento que flui regido pelas forças do gradiente de pressão e Coriolis é
denominado vento geostrófico.
➢ força centrífuga: Quando se considera o vento fluindo paralelo as isoípsas (linhas de mesma altitude-pressão)
sobre uma distância curta, este vento será geostrófico, porque as isoípsas são consideradas retilíneas e sobre o
vento estarão agindo apenas as forças do gradiente de pressão e Coriólis. Quando se considera o vento fluindo
ao longo das isoípsas de um sistema de altas pressões ou baixas pressões, linhas circulares há que se considerar
o efeito centrífugo.

Os ventos que fluem equilibrados pelas forças do gradiente de pressão, Coriólis e centrífuga, são
denominados ventos gradientes.
Nas latitudes equatoriais e tropicais, em que o efeito de Coriólis é bastante desprezível, os ventos são
equilibrados pelas forças do gradiente de pressão e centrífuga, são os ventos ciclostróficos.
➢ força de atrito: O vento que flui próximo à superfície da terra sofre influência direta desta superfície,
modificando tanto a direção como a velocidade, esta influência é denominada força de atrito. O atrito da
superfície é efetivo até 600 metros, denominado "nível gradiente". ". A camada de fricção, divide-se em duas
camadas: a camada limite, que se estende da superfície até 100 metros e a camada de transição, que se estende
de 100 metros a 600 metros. Os ventos que sopram dentro da camada limite (solo até 100m) são chamados
de ventos de superfície e os que fluem na camada de transição são chamados ventos barostróficos, e os ventos
que sopram na camada livre (acima do nível gradiente) são os ventos geostrófico.
Circulação dos Ventos:
Hemisfério Norte Hemisfério Sul
Alta pressão Baixa pressão Alta pressão Baixa pressão

- Divergente - Convergente - Divergente - Convergente


- Anticiclone - Ciclone - Anticiclone - Ciclone
- Horária - Anti-horária - Anti-horária - Horária
- NESO - NOSE - NOSE - NESO
- Afundamento - Elevação - Afundamento - Elevação
- Bom tempo - Mau tempo - Bom tempo - Mau tempo
- Vento fraco - Vento forte - Vento fraco - Vento forte

Descrição do Vento:
METAR SBBU 211500Z 31009KT 9999 SCT020 30/20 Q1019
descrição: vento soprando de 310° com velocidade média de 09 KT;
➢ direção:
➢ velocidade: METAR SBSP 211500Z 22012G25KT 9999 SCT020 30/20 Q1019
➢ caráter – rajada - GUST (G):
descrição: vento soprando de 220°, com velocidade média de 12 KT e rajada de 25 KT

➢ vento calmo para meteorologia: velocidade estiver abaixo de 1KT e codificado através do grupo 00000KT.
METAR SBYS 211500Z 00000KT 9999 SCT020 30/20 Q1019
Quando o vento possuir velocidade de 100 KT ou mais, será codificado da seguinte forma: P99KT

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➢ vento variando: quando a variação da direção do vento for de 60° ou mais, podendo ser codificada de duas
maneiras:
- Direções extremas - V: para variação de 60° ou mais, porém menor de 180° e velocidade igual ou superior a
três nós. 31010KT 280V350.
Ex.: METAR SBYS 211500Z 31010KT 280V350 9999 SCT020 30/20 Q1019
- VRB:
- Para variação de 60° ou mais, porém menor de 180° e velocidade média inferior a 3KT: VRB02KT
-Para variação de 180° ou mais independente da velocidade. VRB25KT

Cartas de vento (WIND ALOFT PROG): O vento representado nestas cartas é o vento geostrófico. As cartas são
elaboradas para os seguintes níveis de voo: FL050, FL100, FL180, FL240 FL300, FL340, FL390, FL450 e FL630, contendo as
seguintes informações:
- direção do vento: é obtida no ponto de observação e sempre sendo de onde sopra o vento.
- velocidade do vento: cada rebarba (haste) vale 10 KT, sendo que a metade vale 5 KT.
- temperatura no FL: só serão sinalizadas as temperaturas positivas, ou seja, sem sinal é temperatura negativa.

➢ Linhas Isotacas: unem pontos de mesma velocidade do vento;


➢ Linhas Isogonas: unem pontos de mesma direção do vento;

Circulação Geral dos Ventos:


A circulação geral na atmosfera apresenta três aspectos:
1 - Zona de convergência intertropical (ZCIT), ITCZ ou FIT: é uma zona de convergência em baixos níveis (divergência em
altos níveis) na região fronteira entre os hemisférios Norte e Sul. Cinturão de atividades convectivas, onde se espalham
nuvens CB. A ZCIT oscila latitudinalmente entre 15°N e 12°S, mantendo uma posição média de 6°N, posicionando-se
sempre no hemisfério que estiver verão, devido às altas pressões no hemisfério oposto.
2 - Circulação inferior (até 20.000 pés): ventos alísios, predominando de sudeste no hemisfério sul e nordeste no
hemisfério norte.
3 - Circulação superior (acima de 20.000 pés): Os ventos da circulação superior apresentam direção predominante de
oeste, devido a foça de Coriolis, onde podem ser destacados os seguintes ventos:
a) correntes de jato ou Jet Stream: Área de ventos fortes concentrados em uma faixa relativamente estreita na
troposfera superior em latitudes médias e regiões subtropicais dos Hemisférios Sul e Norte. Fluindo em uma faixa
praticamente continua ao redor do globo, de oeste para leste. As Correntes de Jato são causadas por variações na
temperatura do ar quando o ar polar frio, que se move para o Equador, encontra o ar equatorial quente, que está se
movendo para os polos.
Características físicas mais importantes:
-número: duas em cada hemisfério;
-largura: 400 km, embora chegando as vezes até 500 km e a espessura ou profundidade variando muito,
atingindo 7 km em certas condições;
-velocidade: mínima de 50 nós, sendo mais intensa no outono e inverno sobre os continentes, somente
representada na SIG WX PROG quando a velocidade for de 80 nós ou mais;
- direção: sua direção é de oeste em ambos os hemisférios; entretanto há uma de este menos importante;
-ocorrência: aparece na quebra da tropopausa;
- nebulosidade: o tipo comum de nuvem associada a corrente de jato é Cirrus uncinus ou rabo-de-galo que
surge na parte central da corrente seus tufos indicando para onde sopra o vento.
- turbulência: CAT (turbulência de céu claro) e -representação na SIG WX PROG: por se tratar de urn fenômeno
meteorológico significativo;
b) contra-alísios - retorno dos alísios, recurvando para os polos, inicialmente de noroeste no
hemisfério sul e sudoeste no hemisfério Norte, sobre as latitudes médias ente 5° e 15° de cada hemisfério.
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c) jatos de este - ocorrem normalmente acima de 40.000 pés sobre as latitudes equatoriais e tropicais de
cada hemisfério e se propagam até 20°, sendo mais intensos no verso, atingindo velocidades entre 50 e 60 nós.
d) ventos Krakatoa - os ventos Krakatoa predominam de este, acima da tropopausa e acima da corrente de
Berson, com velocidades que as vezes ultrapassam a 100 nós.
e) vórtices polares - as circulações superiores dos dois hemisférios a partir das latitudes tropicais começam a se
definir acompanhando a rotação da Terra, em espirais de oeste para este, até os respectivos polos. Este movimento do
ar retornando para os polos por efeito do arrasto proveniente da rotação da Terra vai espiralando em torno dos
hemisférios, indo terminar sob a forma de vórtices muito velozes e chamados de vórtices polares.

Circulação Secundária ou Regional:


1- Brisas: São circulações regionais que ocorrem em regiões litorâneas, devido a diferença de temperaturas entre a terra
e a água.
- Brisa Marítima: é a brisa ou vento que sopra do mar para a terra em regiões litorâneas durante o dia. Sendo
mais intensa no verão e à tarde;
- Brisa Terrestre: é a brisa ou vento que sopra da terra para o mar em regiões litorâneas durante a noite. Sendo
mais intensa no inverno de madrugada;
2- ventos de vale e montanha:
- ventos de vale: sobe durante o dia em uma região de vale, devido ao aquecimento;
- ventos de montanha: desce durante a noite em uma região de vale, devido ao resfriamento;

3. ventos anabáticos e catabáticos:


- anabáticos: sobe durante o dia em uma montanha, devido ao aquecimento;
- catabáticos: desce durante a noite em uma montanha, devido ao aquecimento;
4- monções (de verão e de inverno):
- monções de verão: sopram do mar para a terra, durante o verão, devido a diferença de temperatura, criando
assim uma diferença de pressão. Se assemelha à brisa marítima, porém sendo em larga escala. O exemplo mais
conhecido de monções da Índia.
- monções de inverno: sopram da terra para o mar, durante o inverno, devido a diferença de temperatura,
criando assim uma diferença de pressão. Se assemelha à brisa marítima, porém sendo em larga escala.
5- efeito foehn: barlavento sobe a encosta de uma montanha / sotavento desce a encosta de uma montanha se
aquecendo e ficando mais seco.
Processo Adiabático
Na atmosfera à medida que uma parcela de ar se eleva, vai encontrando pressões atmosféricas externas cada
vez menores e, consequentemente, irá se expandindo proporcionalmente à variação dessa pressão, provocando
resfriamento por expansão. O processo inverso seria considerar a referida parcela descendo e encontrando pressões
cada vez maiores, provocando compressão e consequentemente seu aquecimento. Se a expansão e a compressão
ocorrerem sem troca de calor com o meio ambiente, se diz processo adiabático.
Transformações Adiabáticas:
- RAS: 1°C/100 m. Esta é utilizada para a temperatura do ar entre o solo e a base da nuvem convectiva;
- RAU: 0,6°C/100 m. Esta é utilizada para a temperatura do ar / ponto de orvalho dentro da nuvem convectiva;
- RPO: 0,2°C/100 m. Esta é utilizada para a temperatura do ponto de orvalho entre o solo e a base da nuvem convectiva;

- Gradientes Térmicos Superadiabáticos: possuem valores superiores a 1°C/100m, isto é, maiores que a razão
adiabática seca.
O valor máximo é de 3,42°C/100m e recebe o nome de gradiente autoconvectivo, quando se tem a instabilidade
absoluta ou mecânica, originando tornado, tromba d’água etc.

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Nível de Condensação Convectiva (NCC): é basicamente a altura em que as nuvens cumuliformes se formam.
A altura deste nível será aquela da nebulosidade convectiva, calculada pela fórmula: H = 125 (T - PO)
Onde:
H - altura da base da nuvem em metros.
T - temperatura à superfície.
PO - temperatura do ponto de orvalho à superfície.
Ex: temperatura de 30°C e ponto de orvalho de 22°C, ou seja, 30/22. A base da nebulosidade convectiva estará:
H = 125 (T - PO)
H= 125 (30 - 22)
H = 125 x 8
H = 1.000 m

Equilíbrio do Ar Seco:
a) equilíbrio instável: o gradiente térmico do ar ambiente é maior que a razão adiabática seca, ou seja, maior
que 1°C/100 m como por exemplo, 1,5°C/100 m.
b) equilíbrio estável: o gradiente térmico do ar ambiente é menor que a razão adiabática seca, ou seja, menor
que 1°C/100 m como por exemplo, 0,5°C/100 m.
c) equilíbrio neutro ou indiferente: o gradiente térmico do ar ambiente é igual a razão adiabática seca,
1°C/100m.

Equilíbrio do Ar Saturado:
a) equilíbrio instável: gradiente térmico maior que a razão adiabática úmida, isto é, maior que 0,6°C/100 m.
b) equilíbrio estável: gradiente térmico menor que a razão adiabática úmida, isto é, menor que 0,6°C/100 m.
c) equilíbrio neutro ou indiferente: gradiente térmico igual à razão adiabática úmida, isto é, igual a 0,6°C/100 m.
Condições de Tempo Associadas ao Equilíbrio do Ar:
- instabilidade: uma atmosfera instável caracteriza-se por corrente ascendentes, nuvens cumuliformes,
precipitação de caráter de pancadas, visibilidade irrestrita e turbulência.
- estabilidade: uma atmosfera estável caracteriza-se por nuvens estratificadas, precipitação leve e contínua,
visibilidade restrita e ausência de turbulência.
- Estabilidade ou Instabilidade Condicional (Equilíbrio Condicional): A estabilidade ou instabilidade condicional é
determinada quando uma parcela de ar se eleva dentro de um ar com gradiente entre a RAU e a RAS, por exemplo, um
gradiente térmico do ar ambiente, desde a superfície até o topo da nuvem de 0,8°C/100m. A principal característica
deste tipo de atmosfera é a formação de nuvens stratocumulus, ou seja, nuvens de equilíbrio condicional, tendo
turbulência apenas dentro da nuvem e fora não.

Massas de Ar e Sistemas Frontais


Massas de ar são grandes volumes de ar, cobrindo extensões da superfície da terra, que apresentam
características mais ou menos uniformes no sentido horizontal, tais como temperaturas e umidade.
Classificações:
a) natureza de superfície - define o teor de umidade da massa e podem ser:
➢ marítimas (m) - quando se formam sobre os oceanos, sendo massas de ar mais úmidas;
➢ continentais (c) - quando se formam sobre o continente, sendo massas de ar mais secas.
b) regiões de origem - as latitudes que favorecem a formação de massas de ar, servem para a sua identificação, e
podem ser:
➢ Ártica ou Antártica (A) / Polar (P) / Equatorial (E) / Tropical (T)
Nota: As latitudes temperadas não permitem a formação de massas de ar, por serem regiões onde as estações do ano
são bem definidas.

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c) temperatura - quando a massa de ar se desloca para outras regiões, apresenta contraste de temperatura marcante
com a nova área. Este contraste determina sua classificação em fria e quente.
➢ frias (k - kalt) - quando se deslocam sobre superfícies mais quente, com isso tem-se: nuvens cumuliformes,
precipitação de caráter de pancadas, visibilidade boa, turbulência e gradiente térmico maior que a razão
adiabática.
➢ quentes (w - warm) - quando se deslocam sobre superfícies mais frias, com isso tem-se: nuvens estratiformes,
precipitação leve e contínua, visibilidade restrita, sem turbulência e gradiente térmico menor que a razão
adiabática.
Internacionalmente as massas de ar são identificadas pela união das letras:
Ex.: mPk - marítima, polar, fria.
mA - marítima ártica (Ártico oceano).
cTw - continental, tropical, quente.
cA – continental Antártica (ou antártica continente).

Define-se frente como a superfície limite entre duas massas de ar de características distintas. Isto é, massas de
ar que apresentam quantidades de umidade, pressão e temperatura diferentes.
As frentes sempre ocorrem entre dois sistemas de alta pressão sendo elas situadas em pressões mais baixas.
Tipos de Frentes:
a) Frente fria: é quando a massa de ar frio desloca a massa de ar quente, ocupando o seu lugar. É evidente que a
massa de ar frio é mais densa que a massa de ar quente, por isso as frentes frias são mais rápidas, instáveis e
violentas que as demais frentes.
Deslocamento da Frente Fria:
➢ no hemisfério SUL é de SW (sudoeste) para NE (nordeste)
➢ no hemisfério NORTE é de NW (noroeste) para SE (sudeste);
NOTA: Este movimento obedece ao movimento das massas de ar.
➢ cor – na carta sinóptica a frente fria é representada por intermédio de uma linha azul.
➢ pressão - diminui com a aproximação da frente e aumenta após a passagem;
➢ temperatura - aumenta com a aproximação da frente e diminui após a passagem;
➢ nevoeiro - associado à frente fria ocorre na região pós-frontal, denominado por isso, de nevoeiro pós-frontal.
➢ nuvens - as nuvens predominantes numa frente fria seguem a seguinte ordem – Ci, Cc, Ac, CU e CB.
ventos no hemisfério sul:
➢ pré-frontais (antes da frente): predominam de NW;
➢ frontais (nas frentes): predominam de W;
➢ pós-frontais (após a passagem da frente): predominam de SW;
ventos no hemisfério norte:
➢ pré-frontais (antes da frente): predominam de SW;
➢ frontais (nas frentes): predominam de W
➢ pós-frontais (após a passagem da frente): predominam de NW;

b) Frente quente: é quando a massa de ar quente desloca a massa de ar frio, ocupando o seu lugar. Quando a
massa de ar quente avança sobre uma mais fria, seu deslocamento será lento, devido a pouca densidade do ar
quente tornando a frente quente mais lenta e menos violenta.
Deslocamento da Frente quente:
➢ no hemisfério SUL é de NW (noroeste) para SE (sudeste)
➢ no hemisfério NORTE é de SW (sudoeste) para NE (nordeste);

NOTA: Este movimento obedece ao movimento das massas de ar.


➢ cor – na carta sinóptica a frente quente é representada por intermédio de uma linha vermelha.
➢ pressão e temperatura - a variação da pressão e da temperatura será a mesma da frente fria, entretanto a
variação é pouco acentuada que mal se percebe;
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➢ nevoeiro: associado à frente quente ocorre na região pré-frontal, denominado por isso, de nevoeiro pré-frontal.
➢ nuvens: as nuvens predominantes numa frente fria seguem a seguinte ordem – Ci, Cs, As, Ns e St.
ventos no hemisfério sul:
➢ pré-frontais (antes da frente): predominam de SW;
➢ frontais (nas frentes): predominam de W
➢ pós-frontais (após a passagem da frente): predominam de NW;
ventos no hemisfério Norte:
➢ pré-frontais (antes da frente): predominam de NW;
➢ frontais (nas frentes): predominam de W
➢ pós-frontais (após a passagem da frente): predominam de SW;
c) Frente estacionária: ocorre quando uma frente perde velocidade ou seu deslocamento é desprezível.
d) Frente oclusa: (oclusão quente e fria): encontro de duas frentes de características diferentes:
➢ oclusão quente: após o encontro, o ar quente permanece na superfície terrestre;
➢ oclusão fria: após o encontro, o ar frio permanece na superfície terrestre;
e) frontogenese: frente em formação, isto é, início do deslocamento de uma massa de ar.
f) Frontólise: frente em dissipação, isto é, quando entre as duas massas de ar começa haver um equilíbrio,
tornando-as homogêneas.
g) linha de instabilidade: as frentes frias mais velozes desenvolvem entre 50 e 300 milhas náuticas à sua dianteira,
uma linha de Cumulonimbus denominada "pré-frontal" ou "linha de instabilidade", geralmente mais intensos
que os formados na própria frente.
h) frontogenética: área de origem de uma frente;
i) frontolítica: área de dissipação ou enfraquecimento de uma frente.

Condições Meteorológicas Adversas ao Voo


1 – Turbulência: Para uma ACFT em voo, a atmosfera é considerada turbulenta quando há irregularidade no movimento
do fluxo do ar, resultante de vários fatores, tais como: aquecimento diferenciado no solo e obstáculos naturais.
Tipos de Turbulência:
➢ turbulência convectiva ou térmica: é causada pelas variações térmicas verticais da atmosfera, quando
superiores a 1°C / 100m, produzem dentro e fora das nuvens, correntes verticais consideráveis.

➢ turbulência mecânica:
- turbulência orográfica: É provocada pelo efeito de montanhas. Ventos que fluem contra as encostas de
montanhas (barlavento) sobem mecanicamente ao longo das encostas e descem do outro lado (sotavento) formando
uma onda no ar que se expande para sotavento que é chamada de onda estacionária (onda de montanha ou onda
orográfica).
- turbulência mecânica de solo: provocada devido ao terrenos irregulares e as edificações que provocam
desvios no fluxo horizontal do ar atmosférico.
➢ turbulência dinâmica:
- frontal: É causada pela ascensão do ar quente na rampa frontal. Quanto mais quente, úmido e instável
estiver o ar, maior será a intensidade da turbulência, geralmente estão associadas às frentes frias, mas podem ocorrer
nas quentes também.
- turbulência em ar claro (CAT): é uma turbulência sem nenhuma advertência visual. São mais frequentes e
intensas no inverno. Ocorrem associadas a uma corrente de jato, comum nos níveis 300hPa e 200hPa. A CAT (Clear Air
Turbulence) geralmente é uma turbulência severa.
- windshear: também conhecida como gradiente ou cortante de vento, ocorre quando existe variação na
velocidade do vento ou direção em uma curta distância nos baixos níveis. São computadas até 1600 FT, podendo
ocorrer em quaisquer níveis.
Ex: METAR SBGR 221800Z 09010KT 9999 SCT030 BKN080 30/20 Q1015 WS R09
decodificação: windshear na pista 09.
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- esteira de turbulência: provocada pelo fluxo de ar sobre as asas das aeronaves. Necessidade de separação
das aeronaves em voo e em pousos e decolagens.
- Informações Meteorológicas: Simbologia na SIG WX PROG:

2 - Formação de Gelo: é o congelamento de água sobre a aeronave, afetando sua aerodinâmica, sustentação,
aumentando o arrasto etc. A formação de gelo em aeronaves é um dos principais problemas para a aviação, tais como:
gelo na hélice, gelo no rotor de helicópteros, gelo nos reatores (motores a reação), gelo nos carburadores
convencionais, gelo nas asas e empenagens, gelo tubo de pitot, gelo nas antenas etc.
-Tipos de gelo:
- Gelo Claro, Cristal, Liso ou Translúcido: é o mais perigoso por ser mais pesado, mais denso, mais
aderente e mais difícil remoção. Formam-se devido a grandes gotas de água e em nuvens Cumuliformes com
temperaturas entre 0 e -10°C;
- Gelo Amorfo, Opaco, Escarcha ou Granulado: É mais leve, menos aderente. Exige gotículas de água
menores para se formar. Ocorre em nuvens estratiformes, com temperatura entre 0° e -10°C e em nuvens
Cumuliformes com temperaturas entre -10°C e -20°C.
- Geada: Sua formação ocorre quando a aeronave, após passar bastante tempo em uma área muito fria
(grandes altitudes), cruza regiões com alto teor de umidade, ocorrendo a sublimação do vapor.

3 – Trovoadas: Trovoada é o conjunto de fenômenos que ocorrem associados a uma nuvem Cumulonimbus (fortes
ventos, granizo, relâmpagos, turbulência, tornados, formação de gelo e fortes precipitações).
-As fases da trovoada: 1ª Cumulus: predomina correntes ascendentes (ar sobe).
2ª Maturidade: predomina correntes ascendentes e descendentes (ar sobe e desce).
3ª Dissipação: predomina correntes descendentes (ar desce).
NOTA: a fase maturidade é a que atinge o máximo de desenvolvimento e é a mais perigosa, porque é nesta que ocorrem
as tempestades!
Relâmpagos: que são as grandes descargas elétricas. Verticais indicam parte dianteira de uma trovoada e horizontais
indicam a parte traseira.

Não é regra, mas recomenda-se o desvio de uma trovoada (CB), pela esquerda no hemisfério sul e pela direita no
hemisfério norte.
Tipos de Trovoadas: - frontais ou dinâmicas; são associadas aos sistemas frontais (frentes).
- trovoadas de massas de ar: formam-se dentro de uma mesma massa de ar e podem ser:
a) convectivas ou termais: formam por convecção;
b) orográfica: em montanhas;
c) advectivas: ocorre pela advecção (movimento horizontal) do ar frio sobre regiões
quentes;

Códigos METAR e SPECI


As observações meteorológicas a superfície para fins aeronáuticos, elaboradas na Estação Meteorológica de
Superfície (EMS) são apresentadas em dois códigos: METAR e SPECI.
METAR: é o nome do código para um informe meteorológico regular de aeródromo. Tem sua confecção de hora
em hora, nas horas cheias. A quantidade de mensagens durante o dia dependera do horário de funcionamento da
estação meteorológica. Logo terá um total máximo de 24 para as estações H24, um total de 14 para as estações HJ e
assim por diante.
SPECI: é o nome do código para um informe meteorológico especial de aeródromo, confeccionado quando
ocorrerem variações significativas entre os intervalos das observações regulares.
"COR“ - É inserido após METAR ou SPECI e indica uma correção na mensagem.
"AUTO" - Deve ser inserida antes do grupo de vento, indicando que o informe contém observações totalmente
automatizadas, sem intervenção humana.
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Indicador de Localidade:
Estabelecido pela OACI, constituído por quatro letras, sendo que das quatro letras: a primeira indica uma região
do globo, a segunda é a inicial do país que faz parte desta região a terceira e quarta letras indicam o aeroporto do país.
Ex.: SBGL: S - América do Sul; B - Brasil, GL - Galeão (Rio de Janeiro)
SAEZ: S - América do Sul; A - Argentina; EZ - Ezeiza (Buenos Aires)
Dia do Mês e Hora da Observação:
São os dois primeiros algarismos indicam o dia do mês da observação e os quatro seguintes, seguidos da letra Z
sem espaçamento, o horário. No METAR será hora cheia; e no SPECI será a hora da observação (diferente de 00). Para o
caso de meia-noite será usado 0000Z. Ex: 061500Z (dia 06 15:00 UTC).
Vento a Superfície:
Normalmente codificado por um grupo de cinco algarismos indicando a vento médio dos dez minutos
precedentes a observação, seguidos da unidade usada (KT). Os três primeiros algarismos indicam a direção e as dois
últimos a velocidade.
a) direção: a direção é definida como a direção de onde sopra o vento. E expressa em graus medidos a partir do
norte verdadeiro (ou geográfico) em três algarismos, a partir de 360°, codificada de 10 em 10 graus.
b) velocidade: é dada em nós (KT) ou MPS metros/segundo, sendo a média de 10 minutos de observação. É
indicada em dois algarismos quando abaixo de 100 nós. Vento de 100 KT ou mais se codifica com a letra indicadora P e
informado como P99KT.
Rajada — Se durante os dez minutos precedentes a observação a velocidade máxima exceder a velocidade
média em 10 KT ou mais, esta velocidade será reportada inserindo-se a letra G (Gusts) rajada, seguida do valor da
rajada. Exemplos:
13011KT direção 130° com velocidade de 11 nós
12005KT direção 120° com velocidade de 05 nos 040P99KT direção 40° com velocidade de 100 nós ou mais
36015G3OKT direção 360° com velocidade média de 15 nós e rajada de 30 nós.
- Vento calmo - é considerado assim para as velocidades abaixo de 1 nó: 00000KT
Vento variando: quando a variação da direção do vento for de 60° ou mais, podendo ser codificada de duas maneiras:
Direções extremas: para variações de 60° ou mais, porém menor de 180° e velocidade igual ou superior a três nós.
31010KT 280V350
VRB:
a) Para variação de 60° ou mais, porém menor de 180° e velocidade média inferior a 3KT. EX.: VRB02KT
b) Para variação de 180° ou mais independente da velocidade. Ex.: VRB25KT

Codifica-se a visibilidade horizontal predominante (o maior valor de visibilidade que cubra 180° ou mais do
horizonte). Codificada em metros, com quatro algarismos, em incrementos assim especificados.
Além da visibilidade predominante, será informada a visibilidade mínima quando esta for inferior a 1500 metros
ou inferior a 50% da predominante e inferior a 5000 metros.
METAR SBSP 231200Z 21003KT 2000 BR OVC010 20/18 Q1024
SPECI SBMT 100935Z 00000KT 2500 1300S -RA SCT020 BKN030 15/13 Q1018
METAR SBCX 011000Z 27003KT 8000 3800NE BR OVC010 10/09 Q1024

Alcance Visual na Pista (RVR):


➢ R1000 - RVR de 1.000 m em todas as pistas, não foi possível determinar a variação
➢ R10/0800U - RVR de 800 metros na cabeceira da pista 10 aumentando
➢ R27L/0500D - RVR de 500 metros na cabeceira da pista 27 da esquerda, diminuindo
➢ R09/P2000 - maior que 2.000 metros na cabeceira da pista 09
➢ R32R/ M0050 - RVR menor que 50 metros na cabeceira da pista 32 da direita

- Vizinhança (VC): indica uma situação ocorrida entre 8 km e 16 km do ponto de referência do aeródromo.
- Quando for utilizado um sistema automático de observação e o tipo de precipitação não puder ser detectado por este
sistema, será utilizada a abreviatura (UP) (unknown precipitation - precipitação desconhecida) para informar a
precipitação.
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Nebulosidade:
As informações de nuvens devem conter a quantidade e a altura da base das mesmas até 10.000 pés (3.000
metros).
➢ quantidade: divide-se o céu em oito partes iguais ou oitavos, para cada camada de nuvem:
- SKC - Sky clear (céu claro 0/8), não utilizada
- FEW - Few (pouca nebulosidade de 1 a 2/8)
- SCT - Scattered (céu parcialmente nublado ou nebulosidade esparsa de 3 a 4/8)
- *BKN - Broken (céu nublado de 5 a 7/8)
- *OVC — Overcast (céu encoberto 8/8).
* constituem teto

Altura: corresponde à distância vertical que separa a base da nuvem da pista. Para fins operacionais de planejamento
de voo, a altura da base das nuvens é informada em centenas de pés (incrementos de 30 metros).
Tipo: só CB ou TCU.

NOTAS:
1- Quando o céu estiver obscurecido, substituindo o grupo de nuvens será informada a visibilidade vertical através
do grupo VV, onde VV indica a visibilidade vertical;
2- Se não existir nebulosidade abaixo de 5.000 pés, nuvens CB e TCU, nenhuma restrição na visibilidade vertical e a
abreviatura CAVOK não for apropriada, será usada a abreviatura NSC (Nil Significant Cloud) - sem nuvens significativas.
3- Para o METAR AUTO e o SPECI AUTO, baseando-se nos dados do sistema automático de observação, são
seguidos os seguintes critérios:
- quando o tipo de nuvem não puder ser detectado, será substituído por "///";
- quando nuvens não forem detectadas, será usada a abreviatura NCD (No Cloud Detected Nenhuma nuvem
detectada); e
- quando nuvens CB ou TCU forem detectadas, mas a quantidade e a altura das mesmas não forem definidas,
serão substituídas por "//////".
CAVOK:
Substitui os grupos de visibilidade, RVR, tempo presente e nebulosidade, sempre que as seguintes condições
ocorrerem simultaneamente.
a) visibilidade - 10 km ou mais,
b) condições de tempo - ausência de trovoada e precipitação,
c) nebulosidade - nenhuma nuvem abaixo de 1.500 metros (5.000 pés) e ausência de CB ou TCU em qualquer altura.
➢ METAR SBMT 311000Z 23006KT 9999 SCT080 20/18 Q1018 (errado)
➢ METAR SBMT 311000Z 23006KT CAVOK 20/18 Q1018 (certo)
Temperatura do Ar e do Ponto de Orvalho:
Estas temperaturas serão codificadas em graus Celsius inteiros e em dois algarismos cada uma separada por
uma barra. As temperaturas abaixo de 0°C serão precedidas da letra M (minus).
➢ SPECI SBCT 250045Z 00000KT 0100 FG VV001 10/10 Q1020
➢ METAR SBSM 100900Z 12001KT 2000 BR NSC M02/M05 Q1025
Pressão:
Codifica-se o ajuste do altímetro (QNH) em hectopascal inteiros e em quatro algarismos, arredondando-se
sempre para o inteiro inferior e sempre precedido da letra Q.
Se o valor do QNH for inferior a 1.000 hPa. deverá ser precedido por O (zero). Por exemplo: QNH 995,6 será informado
como Q0995 Ex. METAR SAEZ 240600Z 04006KT 4200 -RA BKNO20 01/00 Q1025
Informações Suplementares:
Fenômeno de tempo recente RE (recent): Fenômenos de tempo que foram observados durante a última hora, mas não
na hora da observação. Ex.: METAR SBFI 291500Z 21008KT 4800 RA BKNO18 O VC080 25/20 Q1019 RETS (RE = recente e
TS = trovoada, ou seja, trovoada recente, na hora passada)
cortante do vento — WS (windshear) quando for informada por uma aeronave a windshear será reportada no METAR
/SPECI, utilizando-se o grupo WS seguido pelo número da pista, ou por WS ALL RWY quando afetar todas as pistas.
Ex.: METAR SBGR 191900Z 19009KT 6000 SCT020 29/18 Q1015 WS R09

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c) temperatura da superfície do mar e estado do mar — a temperatura da superfície do mar será informada
conforme item 10 e o estado do mar será informado:
E.: METAR SBEC 291300Z 22020KT 9999 SCTO2E. BKN080 29/20 Q1012 W25/S4 =
W25 = Temperatura da superfície do mar = 25°C
S4 = estado do mar = moderado, altura das ondas variando de 1,25 a 2,5 m
Nota: o sinal de igualdade (=) significa apenas o final da mensagem.
Previsões Meteorológicas
1 - Código TAF: Terminal Aeródromo Forecast – Previsão de Aeródromo:
Devem ser enviadas até 1 hora antes do início do período de validade.
Descrição completa das condições meteorológicas previstas ocorrerem em um aeródromo durante todo o
período da previsão.

➢ Confeccionado pelo CMA - 1.


➢ Quatro previsões por dia.
➢ Validez às 0000, 0600, 1200, 1800 UTC e duração de 12, 24 e 30 horas.
➢ Aeródromos nacionais: validez de 12h
➢ Aeródromos internacionais: validez de 24 ou 30h
➢ TAF AMD - usado para corrigir mensagem anterior.
Grupos de Mudanças Significativas - os grupos de mudanças significativas serão utilizados para indicar
alterações de uma ou de todas as informações de mudanças nas condições da previsão original, que poderão ocorrer
durante o período de validez do TAF.
Se uma informação não for codificada, após o grupo de mudança, considere a anterior, pois esta informação
não sofrerá mudança.
Nota: 1 - Para o grupo de nuvens, se for esperado mudança apenas em uma das camadas, todas as demais, que
não sofrerem mudança, terão que ser repetidas.
Nota: 2 - A abreviatura NSW (nenhuma condição significativa de tempo), será codificada para indicar o término
do fenômeno de tempo significativo.
TEMPO - (temporary) indica flutuações temporárias nas condições que podem ocorrer a qualquer momento
durante o período de mudança em intervalos de tempo menor que uma hora, de modo que a soma total das
ocorrências não alcance a metade do período de validez da mudança TEMPO.

TAF SBSP 230900Z 2312/2412 00000KT CAVOK TX24/2317Z TN10/2409Z TEMPO 2406/2410 12005KT 3000 BR OVC005

12Z 00000KT CAVOK 06Z


06Z 12005KT 3000 BR OVC005 10Z
10Z 00000KT CAVOK 12Z

PROB (probability) - indica a probabilidade, em porcentagem de 30 ou 40%, de ocorrer durante o período de


mudança de um ou de todos os elementos da previsão. É usado também, com o indicador de mudança TEMPO.
TAF SBKP 210300Z 2106/2206 21005KT 2000 BR SCT010 TN14/2110Z TX26/2118Z PROB30 2116/2120 5000 HZ NSC
06Z 21005KT 2000 BR SCT010 16Z
16Z 21005KT 5000 HZ NSC 20Z
20Z 21005KT 2000 BR SCT010 06Z
BECMG - (becoming) variação gradual é usado quando se espera que as novas condições meteorológicas
ocorram após o período de transição. Este período normalmente não excederá duas horas.
Após o período de transição todos os elementos descritos permanecem até o final da previsão, ou até outro grupo de
mudança.
TAF SBPA 022100Z 0300/0324 12020KT 6000 RA OVC040 TN22/0312Z TX35/0320Z BECMG 0312/0314 2000 BR
00Z 12020KT 6000 RA OVC040 12Z
12Z transição 14Z
14Z 12020KT 2000 BR OVC040 24Z
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FM (from) variação brusca. É usado quando se espera que as novas condições meteorológicas ocorram após
uma hora específica. Quando este grupo for utilizado, todas as condições previstas antes de FM serão substituídas pelas
novas condições previstas.

TAF SBBU 181500Z 1818/1906 23006KT CAVOK TX29/1819Z TN17/1906Z FM190430 00000KT 0300 FG OVC005
18Z 23006KT CAVOK 0430Z
0430Z 00000KT 0300 FG OVC005 06Z

2- PREVISÃO DE ÁREA GAMET:


GAMET é uma previsão de área em linguagem clara abreviada para voos em níveis baixos, dentro de uma região
de informação de voo ou subárea dela, preparada por um CMA-1.
➢ Validez de 6 horas iniciando às 0000, 0600, 1200 e 1800 UTC.
➢ Cobre a camada entre o solo e o FL100 (ou até o FL150, nas regiões montanhosas.

➢ Seção I : relativa à informação sobre fenômenos perigosos em rota.


➢ Seção II : relativa à informação adicional que requeiram os voos à baixa altura.

➢ Nota: Quando nenhum fenômeno meteorológico perigoso ocorrer e nenhum SIGMET for aplicável, o termo
HAZARDOUS WX NIL deverá substituir todos os itens.

SBRE GAMET VALID 220600/221200 SBRF SBRE RECIFE FIR BLW FL100
SECN I SECN II
SFC WSPD: 10/12 35KT
SFC VIS: 06/08 3000M BR N OF 20 DEG S PSYS: L 1004 HPA 0600 21 DEG S 49 DEG W
SIG WX: 11/12 ISOL TS MOV SE 10KT WKN
MT OBSC: MT SERRA DO MAR S OF 22 DEG S WIND/T: 2.000 FT 27010KT PS 18 5.000 FT
SIG CLD: 06/09 OVC 800/1100FT N OF 18 DEG S 25010KT PS 13 10.000 FT 24015KT MS 07
10/12 ISOL TCU 1200/8000FT CLD: BKN SC 2.500/8.000 FT"
ICE: MOD FL080/100 FZLVL: 8.000FT
TURB: MOD ABV FL090 MNM QNH: 1004 HPA
MTW: MOD ABV FL080 N OF 13 DEG S SEA: T27 S02W038 T26 S08W032 T25
SIGMET APPLICABLE: 3 AND 5 S14W037
HGT: 1,7M
VA: NIL

Decodificação:

a- Indicador de localidade — Indicador de localidade da OACI do órgão ATS a serviço da FIR a que se refere a mensagem.
SBRE — FIR Recife
b- Identificação — Indicação da mensagem. GAMET
c- Período de validez - Grupo data/hora, em UTC, indicando o período de validez.
VALID 220600/221200 — validade das 06 às 12 UTC do dia 22.
d- Indicador de localidade do CMA-1—Indicador de localidade do CMA-1 originador da mensagem, seguido de
hífen.
SBRF - CMA-1 Recife.

e- Nome da FIR ou subáreas (ou setores) dela —Indicador de localidade e Nome da FIR, ou subárea (ou setores) dela,
para a qual se expede a mensagem.
RECIFE FIR BLW FL100 — mensagem elaborada para a FIR Recife abaixo do nível 100.
f- Indicador de início da Seção I — Indicador que identifica o início da Seção I.

SECN I — início da seção I


g- SFC WSPD - Vento à superfície — Velocidade do vento à superfície, em uma área extensa, quando exceder a 30 KT.
10/12 35KT — entre 10 e 12 UTC vento com 35KT.
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h- SFC VIS - Visibilidade à superfície - Áreas extensas de visibilidade à superfície inferior a 5.000m, abrangendo os
fenômenos meteorológicos que reduzem a visibilidade.

06/08 3000M BR N OF 20 DEG S - entre 06 e 08 UTC visibilidade de 3000 metros, devido à presença de névoa úmida ao
Norte de 20° Sul

i- SIG - Tempo significativo — Condições de tempo significativo abrangendo trovoadas e tempestades de areia ou poeira
fortes. SIG WX: 11/12 ISOL TS - entre 11 e 12 Z trovoadas isoladas.

j- MT OBSC - Obscurecimento de montanhas -Obscurecimento de montanhas.


MT SERRA DO MAR S OF 22 DEG S OBSC - serra do mar, ao sul de 22 graus Sul, obscurecida.

k- SIG CLD - Nuvens — Áreas extensas de céu nublado ou encoberto com altura da base das nuvens a menos de
300 m (1.000 ft) acima do nível do solo (AGL) ou do nível médio do mar (AMSL) e/ou qualquer ocorrência de nuvens CB
ou TCU.
06/09 OVC 800/1100FT AGL N OF 18 DEG S 10/12 ISOL TCU 2500/8000FT. AGL/AMSL - entre 06 e 09Z céu encoberto
entre 800 pés e 1100 pés de altura ao norte de 18 graus Sul e entre 10 e 12Z grandes cumulus isolados com base a 2500
pés e topo a 8000 pés de altura.
l - ICE - Gelo - Formação de gelo (exceto para aquela ocorrida em nuvens convectivas e para formação de gelo severo
para as quais já se tenha divulgado uma mensagem SIGMET).
MOD FL080/100 - moderado entre 8000 pés e 10000 pés.

m- TURB - Turbulência - Turbulência (exceto para aquela ocorrida em nuvens convectivas e turbulência severa para as
quais já se tenha divulgado uma mensagem SIGMET).
FRT ABV FL090 - forte abaixo de 9000 pés.
n- MTW - ondas orográficas - Ondas orográficas (exceto para ondas orográficas severas para as quais já se tenha
divulgado uma mensagem SIGMET);
MOD ABV FL080 N OF 13 DEG S - moderada acima de 8000 pés ao norte de 13 graus Sul.
o- SIGMET APPLICABLI SIGMET - Mensagens SIGMET aplicáveis à FIR ou subárea desta, para as quais a previsão é válida.
3 AND 5 - 3 e 5
p- Indicador de início da Seção II - Indicador que identifica o início da Seção II.
SECN II — início da seção II
q- PSYS - Centros e pressão e frentes - Centros de pressão e frentes, bem como seus movimentos e evoluções
previstos.
L 1004HPA 0600 21 DEG S 49 DEG W MOV SE 10KT WKN centro de baixa pressão com 1004 hPa às 06Z a 21 graus sul e
49 graus oeste movendo-se para sudeste com 10 knots e enfraquecendo.
r- WIND/T - Ventos e temperaturas em altitude - Ventos e temperaturas em altitude para as seguintes altitudes: 600,
1.500 e 3.000 m (2.000, 5.000 e 10.000 ft) codifica-se para as altitudes de 2000, 5000 e 10000 pés.
2000FT 270/10KT PS18 5000FT 250/10KT PS13 10000FT 240/15KT MS03 - 2000 pés 27010KT com temperatura positiva
de 18°C, 5000 pés 25010KT com temperatura positiva de 13°C e a 10000 pés 24015KT com temperatura negativa de 3°C.
s- CLD - nuvens — Informações sobre nuvens quantidade, tipo e altura das nuvens não incluídas na Seção I, indicando a
quantidade, o tipo e a altura das bases e topos acima do nível do solo (AGL) ou do nível médio do mar (AMSL)
BKN SC 2500/8000FT - nublado com stratocumulus, base entre 2500 e 8000 pés

t- FZLVL - Nível de congelamento - Indicação da altitude do(s) nível(is) de 0°C acima do nível do solo (AGL) ou do nível
médio do mar (AMSL), se estiver(em) abaixo do limite superior do espaço aéreo coberto pela previsão.
FZLVL: 8000FT - 8000 pés.

u- MNM QNH - QNH previsto — QNH mínimo previsto durante o período de validez.
MNM QNH 1004HPA - QNH mínimo previsto de 1004 hPa
v- SEA - Temperatura da superfície do mar e estado do mar - Temperatura da superfície do mar e estado do mar, se
requerido por Acordo Regional de Navegação Aérea.
x- VA - Erupção vulcânica - Nome do vulcão ou NIL para NENHUM (SEM VULCÃO).
VA: NIL (VA = eurupção vulcânica), se tivesse vulcão em erupção, teria o nome do vulcão.
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3 - Aviso de Cortante de Vento
O Aviso de Cortante do Vento deve ser preparado pelo CMA-1 em referência aos aeródromos que estejam sob
sua responsabilidade. O período de validez do Aviso de Cortante do Vento não será superior a 4 horas.
Consistirá de informações concisas sobre a observação ou previsão de cortante do vento, que possa afetar
adversamente as aeronaves na trajetória de aproximação (APCH) ou de decolagem (CLIMB-OUT), ou durante o
procedimento de aproximação entre o nível da pista e uma altura de 500 m (1.600 ft) acima desta, e aeronaves na pista
por ocasião do pouso ou durante a corrida de decolagem.

- SBBR WS WRNG 4 VALID 211220/211320 SEV WS APCH RWY29 OBS AT 1200 SFC WIND: 320/10KT 200FT-WIND:
360/25KT

Decodificação:
- Indicador de localidade do aeródromo -Indicador de localidade da OACI do aeródromo a que se refere o aviso.
Ex: SBBR
- Identificação do tipo da mensagem - Tipo da mensagem e número sequencial.
Ex: WS WRNG 4
- Hora de confecção e período de validez -Data/hora de confecção e período de validez, em UTC.
Ex.: 211210 VALID 211220/211320
- Fenômeno - Identificação do fenômeno e sua localização.
SEV WS APCH RWY29
- Informação, observação ou previsão do fenômeno - Indicação se o fenômeno é informado, observado ou
previsto.
OBS AT 1200
- Detalhes do Fenômeno - Descrição do fenômeno pelo qual se originou o aviso.
SFC WIND: 320/10KT 200FT-WIND: 360/25KT

4 - Aviso de Aeródromo:
O Aviso de Aeródromo consiste em informações concisas sobre as condições meteorológicas adversas
que possam afetar a segurança das aeronaves no solo (inclusive as estacionadas), as instalações e os serviços do
aeródromo. É preparado pelo CMA-1 para aos aeródromos sob sua responsabilidade, com período de validez não
superior a 4 horas e deve ser cancelado quando as condições deixarem de ocorrer ou quando já não sejam mais
previstas no aeródromo.
- Fenômeno: O Aviso de Aeródromo deve conter informações sobre a observação (OBS) ou previsão (FCST) de
um ou mais dos seguintes fenômenos:
Ventos e rajadas fortes à superfície: SFC WSPD (velocidade do vento e da rajada) ou SFC WIND (direção e
velocidade do vento e velocidade da rajada)
SFC WSPD 15KT MAX 25
SFC WIND 070/15KT MAX 30
- trovoada: TS; SBCA/SBDN/SBCG AD WRNG 1 VALID 211000/211400
- granizo: GR; SFC WSPD 15KT MAX 30 FCST NC=
- neve: SN; Decodificação:
- precipitação congelante: FZ;
- tempestade de areia: SS; Aviso de Aeródromo número 1 valido para o dia 21 das
- tempestade de poeira: DS; 10 às 14 UTC, velocidade do vento de superfície 15KT
- areia ou poeira levantada pelo vento: SA ou DU
- outros fenômenos, conforme acordo local. com pico máximo (rajada) de 30KT, prevista e sem
variação.

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5 - SIGMET
Informação relativa a fenômenos meteorológicos em rota que possam afetar a segurança operacional das
aeronaves. O SIGMET é confeccionado por um CMV com período de validade de 4 horas, em casos excepcionais este
período poderá se estender até 6 horas.
- Indicador de localidade da FIR:
Indicador de localidade da OACI do órgão ATS a serviço da FIR a que se refere a mensagem.
Ex: SBBS

- Período de validez: Grupo data/hora (UTC), indicando o período de validez.


Ex: VALID 032110/040110

- Indicador de localidade do CMV: Indicador de localidade do CMV originador da mensagem.


Ex: SBBS

- Nome da FIR: Indicador de localidade ou nome da FIR para a qual se expede a mensagem.
Ex: SBBS BRASILIA FIR

- Fenômeno: Descrição do fenômeno pelo qual se originou a mensagem.

Para TS (Trovoada) ou CB (Cumulonimbus)


EMBD — embutida OCNL — ocasional
EX: EMBD TS
Para ICE (formação de gelo) ou TURB (turbulência)
MOD — moderada SEV - severa
Ex: MOD/SEV ICE — gelo moderado ou severo
- Indicação de observação ou previsão do fenômeno: Indicação se o fenômeno é observado ou previsto.
OBS — observado as 1800 UTC
FCST - previsto
Ex: OBS AT 1800Z - observado as 18 UTC
- Localização:indicando latitude e longitude, em graus e minutos.
Ex: S2400 W04700
- Movimento: Movimento observado ou previsto (direção e velocidade) com referência a pontos cardiais e
colaterais.
STNR — estacionário
MOV NE 04KT — movendo-se para nordeste com 4 knots
- Mudanças de intensidade:
INTSF - intensificando SBBS SIGMET 10 VALID 032110/040110 SBBS - SBBS BRASILIA FIR EMBD TS FCST WI
WKN - enfraquecendo S2400 W04000 - S2400 W04700 - S2200 W05000 - S1800 W04700 - S1900 W04000 -
NC - sem mudanças
S2400 W04000 TOP FL390 STNR NC=

Decodificação: décimo SIGMET emitido para a FIR Brasília, válido das 21:10 UTC do dia
03 a 01:10 UTC do dia 04, elaborado pelo CMV de Brasília. Na FIR Brasília trovoada
embutida prevista nas coordenadas, topo no FL390, estacionária, sem variação.

6 – AIRMET:

O AIRMET é uma informação expedida por um CMV, sobre fenômenos meteorológicos observados ou
previstos em rota, que possam afetar a segurança das operações de aeronaves em níveis baixos, da superfície até o
FL100 e que ainda não tenha sido incluída no GAMET.
SBBS AIRMET 3 VALID 261010/261210 SBBS - BRASILIA FIR BKN 0500FT OBS AT 1000Z AT SBGW STNR NC=

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7 - SIG WX PROG (carta prognosticada de tempo significativo)
As cartas prognosticadas de tempo significativo são cartas onde estão representados todos os fenômenos
previstos e considerados significativos- desde a superfície até o FL630, divididas da seguinte forma:
- SFC/FL100 - FL100/FL250 (elaborada no CNMA)
- FL250/FL630 (elaborada no WAFC Washington ou Londres)
- Confecção: quatro vezes ao dia, nos horários de 0000, 0600, 1200 e 1800 UTC,
- validez de 06 horas; valendo 03 horas antes e 03 horas depois do horário.
Ex.: VALID: 12Z 29 - JUL - 2002 (previsão válida das 09:00 às 15:00 UTC do dia 29 de julho de 2002).
Os centros são representados por valores de pressão, dada em hPa e por flechas indicativas de deslocamento
com a respectiva velocidade em nós, sem a unidade. Se os centros não apresentarem deslocamentos, aparecerá a
abreviatura STNR (stationary). Haverá também um X, para marcar a posição dos centros de maior ou menor pressão e
para servir de início da flecha indicativa de deslocamento.

Corrente de jato:
A corrente de jato é representada por uma
linha mostrando o seu eixo. Com velocidade menor
que 120kt, há indicação da direção, velocidade do
vento e altura, em nível de voo.

Com velocidade igual ou maior que 120kt, há


indicação da direção e velocidade do vento, altura, em
nível de voo, a extensão vertical (espessura) é mostrada
logo abaixo do nível de voo e indica os limites em que a
velocidade se reduz a 80kt.

A barra dupla (II) representa uma mudança de


20kt ao longo da corrente de jato.

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Nuvens:
quantidade:

- FEW (few) - poucas nuvens, de 1 a 2 oitavos / - SCT (scattered)- esparso ou parcialmente nublado: de 3 a 4 oitavos.
- BKN (broken)- nublado; de 5 a 7 oitavos / - OVC (overecast)- encoberto com 8 oitavos.

-para CB e/ou TCU:

ISOL (isolated) — isolados, individuais.


OCNL (occasional) ocasional, células bem isoladas.
FRQ (frequent) - frequente, com pequena ou nenhuma separação entre as células.
EMBD (embedded) - embutido, dentro de outras nuvens ou encobertos por névoa seca.
tipo - abreviaturas internacionais: CI (Cirrus), ST (Stratus), etc.
altura:
Na carta que abrange da superfície até o FL250, as alturas são indicadas como altitudes acima do nível médio do
mar. A abreviatura SFC é usada para indicar o nível do solo.
Na carta que abrange do FL250 ao FL630, as alturas das. nuvens são indicadas em níveis de voo (FL), topo sobre
a base. Quando xxx for usado, os topos ou as bases estarão fora da camada da atmosfera a que se refere a carta.
8 - CARTA DE PREVISÃO DE VENTOS E TEMPERATURAS (WINDS/TEMPERATURES):

As cartas de previsão de ventos e temperaturas são recebidas do WAFC-Washington, duas vezes ao dia, nos
horários das 00:00 e 12:00 UTC.

Cada carta tem um período de validade de 12 horas, sempre valendo 06 horas antes e seis horas depois do
horário especificado.
Exemplo: VT 1200 FEB 25 09
(previsão válida das 06:00 às 18:00 do dia 25 de fevereiro de 2009)

São emitidas para os níveis: FL050, FL100, FL140, FL180, FL240, FL300, FL340, FL390, FL450 e FL630.
Vento:
- Direção do vento: É representada por hastes de seta na direção da qual o vento está soprando.
- Velocidade do vento: representada por rebarbas e flâmulas cheias. Uma rebarba completa representa 10 nós; meia
rebarba representa 5 nós; uma flâmula representa 50 nós.
- Temperatura: m graus Celsius, é plotada, acompanhada do sinal (+) quando positiva e sem o sinal quando negativa;
referindo-se ao nível de voo (FL) da respectiva carta e ao ponto geográfico no qual está plotado.

Bons Estudos!

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