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lNS11TUTO SOCIOAMBIENTAL
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OS SAMBAQUiS NA EVOLUÇÃO DA PAISAGEM
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~ J oão José Bigarelto.. : ;- ; .~
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Do Instituto de Biologia· e Pesquisas Tecnológicas
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e da Faculdade de Filosofia da Uaív, do P...rati,
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-; No presente
I - INTRODUÇAO \
trabalho procuramos sumarizar os .conhccímen-
tos relativos à gênese do litoral do Brasil meridional, abordando
com especial referência os sambaquis dos Estados do Paraná e
Santa Catarina, tendo em vista, principalmente, a situação gco- .
gráfica e geológica dêstes depósitos conchífcros na paisagem Iito- ,
.rânea, ·I
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2.

Numerosos autores que realizaram estudos sêbre sambaquis,


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não deixaram de fazer referência quanto a sua situação, seja para ' '
localizá-los, seja para explicar sua- origem, ou para tornar com-
preensívcl o suposto meio de vida dos homens que os construi-
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ram (vide trabalhos de Loefgren, Krone, Backheuser, Froes
Abreu, Serrano, Teixeira Guerra e nossos).
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Vários autores reconheceram, pois, a necessidade de estudar
o sambaqui, não apenas isolado, com seu conteúdo faunístico e
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arqueológico, mas também considerar as condições geológicas da ... ' .,: : 1


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região onde se situa. . ,,1.

,!> l• Em nossos trabalhos anteriores sôbre êste assunto; procura-


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mos abordar o problema dos sambaquis sob um ponto de vista ·. •i ·."'":. ,! 1 1
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primordlelmcnte gcográílco-geológico, formulando hipóteses, ba-
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soadas cm observações a respeito da sua situação afim de se po- 1 ~ • :- ! ' 1 !
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der, futuramente, dar melhor interpretação aos elementos fau- s . • • r• · i 1
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nísticos e arqueológicos que os mesmos contém. Estes estudos, ·sem J· ' . ! '
dúvida, fornecem dados de valor para a compreensão da pálco- r·: ' ,: . ·: I r'
etnografia brasileira. ' ! /.
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Anteriormente 'chamamos a atenção para a localização dos ~-" ~ . -
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}! sambaquis em diferentes níveis, sôbre bancos de sedimentos, as- .-11
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·; { f-- sim como, a relação entre êlcs e os ::igrupamrntos de moluscos.


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i Jl Do estudo da evolução da paisagem e da r.itunç5o dos sarn-
! baquís sôbrc os bancos de sedimentos, pode-se, até certo ponto, - -···· ~, !
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deduzir uma idade rclatlva, Conclui-se, também, que a distância·
que os separa do mar, nem sempre estabelece uma relação de
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'idade. Presume-se que sua localização e distribuiçâo foi condi- 1

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ci~oada, principa.ln:cntc, aos antigos agr.upamentos de mo!uscos
existentes nos baixios e bancos arcno-nrgiloxos. A construção dos
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sarnbáquís parece ter sido efetuada sôbre um dêsses agrupamen-
tos ou em suas vizinhanças imediatas. Sua forma, bem delimita-
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J ! da e alta, deve-se, provàvelmente, à preocupação do homem ma- ;•,"!': ·' •• m
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j.1-: Iacófago construtor dos sambaquis, em ajuntar as cascas em mon- · - ---.- ~j
.l tes, afim de evitar a inutilização do agrupamento de moluscos dei- ·-.':-"·· ~ I . :\ 1·
? ! xando as cascas abandonadas alhures, o que não só dificultaria, .· ~-~- b) .
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de grande n:odo, a coleta de moluscos, como também perturbaria _:·<-~- .. fi \ .1 . (


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o desenvolv.unento do agrupamento. : - ·· · ~~
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II - O LITORAL SUL-BRASILEIRO

O litoral do Brasil meridional representa uma ingressão ma-


rinha, que penetrou profundamente nos vales de uma paisagem
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:1 não bem determinada. . iJ
1i Os fenômenos que deram origem ao aspecto atu~l da paisa- ·. ''.': . t:J
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J j ,· gern são ainda pouco conhecidos. Diversos autores em diferentes ·- ·_..:..:.:.._ .H
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épocas, legaram-nos uma série de observações, algumas baseadas - ....
em provas s~lidas, outras f~ndamentadas em meras especulações. , .•....::.··.~ · ~ i
JI Contudo, ate o momento, nao se chegou a uma conclusão satisfa-. . · ~: ,- -. i_ ·,.. 1

Í l! tória a respeito dos vários movimentos a que esteve sujeita a costa ----.:,.-....:..:....:..-1
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·· meridional do Brasil. · · , :· ---::-- ~,
' 1· : E v e r ar d o B a e k h e u s e r (2, págs. 3 e 4) refere-se a mo- . · ' · ..:.~.:::e..:.. 1~
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vimentos de submersão "ocorridos provàvelrnente até o decorrer ~


do terciário", submersão esta que deu origem à serra do Mar com ij )
seu aspecto característico. ii
l
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f
A. I. Oliveira e O. H. Leonard os
assinalam para o sul do Brasil subsidência de grandes tratos do
(26, pág. 691)
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litoral, ocorridos cm época fixada, grosseiramente, entre o terciâ- · i~
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rio e .º quatnrnárlo.
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: 1· a/fí/J.,Je} l++l complexo crisfalino terrscos c'e J.5a fOm . msrmhs

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J. J, Bigarella - Os sambaquis na evolução da paisagem, etc, • 201 ,.


1 ,'.

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Mais recentemente, R. Ma a e k (23, pág. 14-D, cm seu tra-


balho sôbre a geologia <los Estados do Paraná e Santa Calanna,.
-- ...:..._....J informa que os períodos cretáceo e terciário são caracterizados ,,
!
. ·f ·t'
"particularmente, por movimentos tectônicos, como falhamento da
),

' :!,;

'1 borda continental seguidos por modificaçôes de níveis epírogênl-

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cas ... ". O mesmo autor diz ainda que o terciáric representa "um
período de movimentos tectônicos, equilibrando tensões da crosta, l
.]
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relacionadas com a fase andina da orogenia alpina que produziu
folhas na orla continental, submergindo no mar a atual faixa li-
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torânea do Brasil meridional. Assim o oceano ingrcdiu nos vales
i1 de uma paisagem crctácco-terclária formando as atuais baías de
1
!
ingressão entre Paranaguá e Laguna" (23, pág. 142).
Após o afundamento de p •...rtc "~ bloco .~on.lincntal, originan-
f : it[ l
!

do a serra do Mar, o litoral apresentava-se como uma costa rica


em enseadas, pontais .e ilhas. Esta costa durante o quaternário
situar-se-ia, aproximadamente, na linha de contacto da região
montanhosa do complexo cristalino com a planície litorânea q ua-
ternária .
.,..1
;.;1 Terminado o afundamento, iniciou-se a retificação da linha
. .,. ~ ...., de costa através de uma sedimentação intensa. Formarrrm-so cor- t, !:"!

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dões litorâneos que cresceram em direção ao mar, sôbre a pla- r -í
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• - ! taforma continental, sob a forma de restingas. A formação dos
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cordões litorâneos implicou no aparecimento de lagoas, lagunas
·.-::-.:· ;d e baías. As primeiras desapareceram em consequência de inten-
~ ..,
1 . .' t;··...~
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sivo entulhamente, enquanto que, as segundas encontram-so em
fase de rápida colmatação,
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_:__· - --=.: _:;:j
"· . . - .? . :.J Uma vez equilibradas as tensões tectônicas, iniciaram-se, no
. quaternário antigo, isto é, no pleístoceno, processos de ascenções
.... - --:--:-:-~~--~~~-=~ ~:~:----~ .... --- . . epeirogênicas, que continuam na atualidade. O ritmo dessas ascen-
ções pode ser verificado· nos níveis de erosão antigos, planos de
~·:..-;:-·:.i
. . . .:. abrasão, cavas de ressaca e falésias ao longo das elevações lito-
·.ir~~.. : : "4'
• -C ""! râneas, como também nas ilhas rochosas ligadas às planícies are-
nosas da costa e nas altitudes dos planos de sedimentação mari-
nha (terraços, tabolciros arenosos).
l 1 Comprovados os movimentos de submersão passaremos a
1 1- mencionar os autores que admitem os levantamentos da costa, seja ... ,
,r.."·/;1
; através de cpeirogenêse ou custatismo, ·
4 i'.,
1
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Em seu trabalho sôbre a Geologia do Brasil, A. I , O 1 i v e i ~
r a e O . H. L e o n ti r r. os (2G, p5~. Gln), ~cC'it:im a. C'xil.tên-
I "
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... ~ -· ' -,• ~ ·~·""
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Arq de Diolop::,. e- Tt•cnol-0i;i11 - Vol, IX - Art. 10 - 105~


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eia de movímcur.is de conjunto (cpeirogênlcos) e movimentos de ,,·
''·'
fundo oceânico (L•ust.'...licos), L •• scados na análise morfológrca e no

l! c~tudo gcolúgit:u dos dvpósuus quaternários fluv:ai:; e Iitorànecs ..


Cit:» · ,, vrn :-1:gu1<1a, a upin:ão, c~p~dalrncnte J1.:· gt•('.igrnfus, que
1
'!.

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'

insistem estar tôda H costa sul do Brasil se alteando de maneira


sensível cm nossos dias cm virtude de movimento custátíco.
Clássicas, a êste respeito, sâo ~" opiniões' de Hartt, Branncr, ' " ':\l .
d'Orbigny, Ihering, Gonzaga de Campos, entre outros.
·f1
H'a r t t já cm 1871, verificava sinais de levantamento na cos- - '..
1
ta brasileira {16). B r a n n e r constatou "igualmente ocorrências
comprovantes do levantamento continental. Lamego, mais re- -: .; ..."~ . 1
. i :~, :
o e entemente, refere-se ao avanço" do ·continente sôbre o oceano, do i ;:.~ q
sul da Bahia aos limites de Sarita Catai :ha--com o Rio Granàe do ... :.: j
"Z..
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Sul, dizendo ainda que a marcha do Irizo litorâneo para leste
desde o pleistoccno é fato indissimulável à investigação geológica,
. , , ·t
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sendo que, no litoral campista, o recúo do mar chega a ser impres-
sionante aos olhos do geólogo. Afirma que relacionar tal fenômeno ',,.,
com um movimenfo eustátíco negativo é atraente, quando uma tal •• : :1
'! ! !
ascenção do bordo continental 'foi verificada. Admite ainda que ''•J
a ascenção continental se processa com extrema lentidão, sem aba-
los nem deslocamentos sensíveis, visto ser a nossa costa uma das
regiões mais estáveis do Globo (19).
Ô . H. L e o n a r d os , referindo-se aos levantamentos diz
não negar a possibilidade de "levantamentos insignificantes" já
'l
i
.
l
suspeitados por v o n d e n S te i n e n e tantos outros natu-
'f'
l
7
ralistas ilustr~s (21, pág. 18).
O mesmo autor, cm colaboração com A. I. O 1 i v eira,
l t
1 escreve: "Se levantamentos houve no holocênio, êles -foram pro-
vàvelrnente tão pequenos que só com medidas de precisão podem
ser apurados" (26, pág. 766). ..; ' I,

Mor a e s R ego (25, pág. 19), cita um levantamento mais


., . i;
l1 ·' ~
recente do continente, de pequena amplitude, o qual ainda hoje -i . t
se processa, que ocasionou a elevação dos .depósitos quaternários ' .,: l
:: . LC i,
e a planura aluvial da costa. R u e 11 a n (27, pág. 474) refere-

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. se aos traços de ação 'marinha encontrados em níveis superiores
···. ao atual nível do mar sob a forma de plataformas litorâneas li-
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rnitadas, no interior, por falésias. · !f
'\ · R u y .O z o ri o d e F r e i tas em seu trabalho "Ensaio L. .f
·,.e.•• •J
sôbrc a tectônica moderna do Brasil", constata uma contínua ele- 1
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1 .: ! 11 '~ •.
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J. J. :l3i;::aidln - Os sambaquis na evoluçuo da paisagem, etc, 1
1

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\';1çZw do trato costeiro do Bra~il mcr rdiunal. Menciona ainda, que dentados, abrnngcndo cadeias de morros mais elevados, terrenos __ ,:.

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ê-~tC' lovantamcnto si." contradiz c:11111 o aspecto <la topografia, que ondulados. morros isolados e encostas da serra do Mar.
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\ exibe sinais de uma nítida suomcrgênc.a. Lsta submt:rg0ncw, na A -cstrutura geológica desta área é bastante complexa e suas
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í C?inifw dêste autor, tvria sido um fenômeno eustático, cuusado rochas constituom o complexo cr istalino pré-cambriano. Entre as ... 'i ..
'1 p(:lo dr-cêlo da época glacinl, que mascarou urna costa de cnier- principais rochas r.-c0rrem: granitos. gnaisses, micaxlstos, quartzi- ·-· ;j:/
·-·
!;ê:1c1a típica, crcando :i topugrafi.: caracterizada por rias e rios
'J tos, filítos C .uma série de rochas ructamórfícas ainda não estuda- ! 1~ 1
:1
aíogados (13}. '!
r das. As rochas acima são frequentemente cortadas por diques de
t1 R. Ma a e k I estudando o perfil de sondagem da Praia de -- ---:1
intrusivas básicas (diabásio, especialmente). r.! J:
t ,;.,
l
t Leste, refere-se às "pcculiarC's agitaçôes oscilatórias do nível oceâ- :; ~ j: 1 ;1
i A outra zona, de pequena altitude (até cêrca de 20 m s.n.m.) ;1
nico, cm relação ao euntincntc, que iniciam com o princípio do
tt guatc:rnário recente", explicando-as pelos movimentos eustáticos ~,·
,.., é plana, de largura variável, desde alguns quilômetros até um .j

:1
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do nível do mar que acompanharam o fim da glaciação do quater-.
nário antigo, com a libertação de enormes volumes de água pelo
máximo de 50 quilômetros. E' constituída por Iorrnaçõcs areno-
sas (dominantemente areias de praia dos antigos feixes de res~
1.

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j; '
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i degêlo (24, pág. 279).
tinga e co;clões litorâneos), formações ·pà'r.ifa.lios~s··tcrrestres e ma- ,! ·j
rinhas e por aluviões terrestres. :; ~ .u ~ -
t' A b 'Sá b e r menciona, em sua tese sôbre o litoral paulista,
Trata-se de sedimentos depositados sôbre um embasamento
- t •11 'l
- . '' ; j
't os levantamentos epiciclicos que causaram recuos sucessivos da
linha de costa, formando terraços. Refere-se, igualmente, a movi- .cristallno, ligando entre si as partes rochosas mais antigas cio com- "
;j
. l
f i: !•• ::; ;1
[ mentos eustáticos que afogaram ligeiramente os vales da linha plexo cristalino. 1

j
\ costeira (1).
' Morfológicamente havíamos classificado (4, pág. 78) a pla-
li 1
~ 1
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::.,
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nície sedimentar da seguinte maneira:
l Da literatura referente ao assunto, pode-se, pois, concluir que
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-··,.
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as evidências de levantamento rítmico do continente constituem J.

l ;-.:! ·d

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~ 1

t fatos indiscutíveis. No litoral paranaense e catarinense, as deter- . f Praias


1 Sedimentação marinha '· · · · · · · · · · · · • \ Restingas
{ minações foram realizadas por Ma a e k e por nós. Nesta região 'j:: '
. -·;--:---·· ~1 ! } -lÀ
l
êste ritmo de ascençâo ve!n traduzido pelos níveis: 50-6~ m, 25-35 Manguezals
'. ";· q ;-
,,' m, 10 m, 7 m, 5 rn, 3,5 me 1,3 m. J Bancos de lodo e. areia
;
Sudimcntaçâo intermediária
, · ·· ······ l (rcccnt_es e antigos) ·
11 -
r Mangro·.·itos
: f _,.

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t
III - O SAMBAQU1NA PAISAGEM -----. ~i 1 j- l
Sedimentação terrígena ou cont~ental { Aluviões terrestres
i
~- A estreita faixa da planície litorânea elo Paraná e Santa Ca-
---.~ : ~ "11
· Dunas eólicas ., i -
t.
•i
/ . tarina, encontra-se a leste da serra <lo Mar. Representa, como
-- -.----" ~ . Posteriormente (10) demonstramos que o têrmo mangrovito
!. f . '

' vimos, uma região rebaixada do nível primitivo do planalto, em


1
l

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consequência de falhamentos. A.~,serra· do Mar situada a oeste foi impropriamente usado, tendo sido a camada em questão ín- j'
não é ~,;,o-:::i.s constituída pela grande escarpa de falha, mas tam-
terprctada errôneamente. A maior parte da área tratada como
bérn por serras rn;,rgbais que se elevam muitas vezes a várias cen- formação de mangrovito, corresponde a antiga? restingas, .'
',,t
tenas de metros acima do nível geral do planalto. A serra do Mar Tôda a planície litorânea sofreu, em tempo geológico recen-
termina na parte meridional de Santa Catarina, sendo que já ao .::....- .. ~ tíssimo, uma ligeira Invasão marinha que produziu o aspecto de
sul da serra do Iqueririm (divisa Paraná-Santa Catarina) ela si" costa de submergência (afogada). Nessa ocasião ocorreu o rom-
1 1 )'::
·: e i:: ; I j '

~' 1 ·.i ' •


dc~h:t. cm cadeias e grupos montanhosos isolados. pimento dos cordões litorâneos e feixes ele restinga, cm diversos 1
O 1:~cral divide-se, própriamente, cm duas zonas. Uma-delas pontos da costa, como se pode muito bem ver na Barra do Sul J
.
j" •

("i~t\:,\;!i:t- ;.. 1;1;,iúr pJ.rt1..~ <lo llt<..;r;1l ·'! é !nrn1;1d~ po:- terrenos ac-l- ':' nas barras da baín de P.1:·::inagu:i.
1
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,, '1 O aparccirncnto dos sambaquis c:-;t..:'t estreitamente 1:~.ido· ~1 f~- ~
!" se final liC'!sta invasâo marinha. Grandt-s áreas foram i;~..1nc;;C:i:,,
p('rm,ilWCPnrlo, contudo, uma _Jjl'CJlH'n;i profundidade que pn:;~:b:-
1
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1' litou um de<;envn1vinw1:to acentuado da populaçâo rnnlacolóalca 4

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nos extensos baixios. A êste surto da [auna dé- molu-cos corres-
pondcu uma maior afluência humana ao local.
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Fig. 5 - Bloco-diagrama esquemático mostrando a relação existente entre
"''I
\. a sequência de feixes de restinga na zona do Canal da Barra do Sul, baía
t de São Francisco. No desenho pode-se verificar, também a extensão da
~ parte inundada pelo último afcgamento ca costa.
! ~'l> :·:·. !1
...• -- -. ~
~ '
Esta fase da paisagem da época da construção dos sambaquis,
~ ~ encontra-se hoje completamente modificada. As grandes Iagoas
~
i
1
transforarn-se cm pântanos e alagadiços. Geralmente estas áreas
' úrnidns são :i:-;0r:1 rcirt.:i,fo~ por rios 11u r:~c!10:;-. O., :::irnk,q::ís
,! ,(

Arq. de Uloloi:ln e 'l'cc-nologlo - Vol. tX - Arl, 10 - 10:,4


Pte. $1Jm1ç,·
t
constltuem testemunhos Indiretos da extensão da invasão mnri- 1
nha, fl4., .Jo.i"l & ..'... -1.l
Em numerosos pontos do litoral. pode-se observar ainda os
efeitos da invasão marinha, embora o continente já tenha-se al-
-t
·l
tcado cêrca de 1,3 m desde aquela época. ·!
.i
Os sambaquis no período de sua construção, ocupavam geral- ! ·;
mente, as partes mais enxutas do terreno, tendo sido construidos
sôbre a margem de um taboleiro arenoso, sôbre uma ilhota are- ·f
nosa no meio de um terreno pantanoso, sôbre afloramentos de ro- . , .!
chas cristalinas (recifes) ou nas encostas de morros rochosos {em '
antigas ilhas ou no continente), e sôbre terrenos pantanosos.
A localização do sambaqui'. foi, provavelmente, condicionada
à área de maiores recursos malacológicos.
De acôrdo com a localização sôbre os diversos terrenos geo-
lógicos, temos a seguinte classificação:

_1.0 - ·sambaqufs situados na margem de um taboleiro are-


!.
nosó (435~ dos casos).

t•
$
.2.0 - Sambaquis sôbre ilhas arenosas ou areno-argilosas no
meio de terrenos pantanosos (31 % dos casos) .
,(. 3.0 - Sambaquis situados sôbre aíloramentos rochosos (18';-i:
:----
Ir dos casos). ·" J,
~
J

1
4.0 - Sambaquis situados no meio de terrenos
(6% dos casos).
pantanosos
i
5.0 - Sambaquís situados
dos casos).
no meio de terrenos arenosos (2% ··::·_-'...1
i
:- r . ··-· ~ 1
L,
·,f Da observação geral dos mapas de distribuição dos sa~ba-
. - ·-·---1
·-
:-
' quís, tem-se a impressão. de que o surto de construção .dêstes
amontoados conchííeros, foi bastante limitado em tempo, tendo ha-
j
vido provàvclmente a "época dos sambaquis", a qual terminou
mais Ot.1 menos bruscamente. Pode-se concluir, igualmente, que
a grande maioria dos sambaquis é mais ou menos contemporânea ..
r Testes sistemáticos pela utilizaçiio do processo do carbono 14 po-
deriam prestar mais esclarecimentos sôbrc êste assunto.
Em alguns depósitos pode-se constatar claramente, uma con-
~i.iu;iç50 da construção por uma cultura completamente diver-
,:i. ?i:{,s, e:-t :i uhma fo,e { r0r:1 cerâmica) í: pouco importante con-
t'. ···-
i
. 1 ••
" ;
.
~- ~ e Tl'<"nologl• -
'
Vol. lX - ML 10 -
.
10!14 •)
Ilha d Herdeiros Ilha Redonda
I
'
) PflJ. Sumidouro
: ~írc!os da extensão da Invasão rnari- Tre~ Borras · Ilha~ {11mpo 1
Pfa . .Joã.111 !Jias . Rio Cubefao ] 8a/a de SJrancisco
1)
· '1 Aeropôrlr Jdndlle San;&J.'i'uí é, (rf;a/aõzin,io n•~O
'po litoral pode-se observar ainda os - ---;· ~ 1 1 11 [ 1 t - - - ~-------
, 1 1 \ .
i
1 embora o continente já tenha-se al-
aquela época.
'
\o de sua construção, ocupavam geral-
ias do terreno, tendo sido construidos
oleiro arenoso, sóbrc uma ilhota are-
..:
·---~...
.....-. -

··--..... .
'
', pantanoso, sôbre afloramentos de ro- ij .' .

lnas encostas de morros rochosos (cm
'~te), e sôbre terrenos pantanosos.
... - -
' '
1
quí foi, provàvelrnente, condicionada . .. .~
malacolôgicos .
.feição sôbre os diversos terrenos gco-
~ificação:
l
~s
. na margem
. de um . taboleiro are-
isos).
1 . l
1 :::;:::_ ~
--
- ...- ~ :-
·ilhas arenosas
' .
ou arena-argilosas no
1 -

{pantanosos (31% dos casos). " - - - ,


, ?5 sôbre afloramentos rochosos (18%
t;
os no meio de terrenos pantanosos
'!

~ no meio de terrenos arenosos (2% - - --- h
.
\
'! i

·; mapas de distribuição dos samba-


: 'que o surto de construção dêstes
; astante limitado em tempo, tendo ha-
, a dos sambaquis", a qual terminou
: , Pode-se concluir, igualmente, que
uís é mais ou menos contemporânea.
'saçâo do processo do carbono 14 po- +
imentos sôbre êste assunto.
Fig. 6 - Bloco diagrama da situaçâo dos sambaquis elo Cubatãozinho
e-se constatar claramente, uma con- n.? 40. O corte mostra o embasamento cristalino e as formações scdimen-
urna c11i:,;r;; crimph·t;,rnr>nlr divcr- tnrcs,

:; c,,r:m:io:;,) ': pouco hnj.or tcntc con-


i

- .
...
.... ,-- .. ~ •-V-,. l' 1_,.·-..,"·

:----~p;-,p-'1">>,d',.._~ •• L- i ..•. - ....•..v:. .•..•. -t--


~A-.u, ••.•..• ._. ••. •....• ,1:_ , Lrr.-""_ ~n,t>:r,,..,r-- -~.: c~~A~,_ ..•._ ..• ~

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ri;{. 7 - R('prCS(>t1tnçiio esquomátlca dos prínci1inis · tipos de ocorrôncln de snmbaqufs. O bloco-dlngrnma resume 11u11u\ ·~J
di·:ersas p:iis;1;:1:n:,, núo rcprescntnudo portanto. uma detertuinada regiúo. Vc-~c no desenho sambaqu is jazendo $Ôl>rc 1f,1·r~110~
cn,tnlirws, st',bro 111111 gcm <lo Iabole iros nrcnosos (nntigus fdxcs de. cordões Iitorâneas}, e sôbre ter renos rnaia baixos e úmlclos,

r.:~ . - . '. ,.__ . !" . - - ~ - ! ,

-- --- --- -----


.. -------- . ,lr-..., __ ,..,. ,
.. ·- ',.. .... , ... - -·~-----.JI\-. '·I
,.
• Ar~. de Dioloi;:i:i e Tcl·nolos.i1\ - Vol, LX - Arl. lO -- .i.\l.i~

.! sid~ran<lo-sc o volume elo dr-pósito Como oxcrnplo citamos os - l1 çaba no norte, visltamos cêrca de 230 depósitos artificiais e cons-
.~ 1

sambaquis de Pinheiros n.? R (11), j:17:id~ prtlcoctnográfica da b·ar- . 1


tatamos a presença de uma dezena de bancos naturais de molus -
ra- do Fincão, construida sôbre um sambaqui e sambaqui n.0. G!) cos. Nesta região não encontramos 'nenhum depósito conchífero
,_, l '
t-1
1•
•..•
;
~

de Gu;:;ratuba ·(8, pág. 311 e 3}2). que pudéssemos classificar como mixto: ! -

Idcntificumos dois tipos de depósito natural. Um deles e re- ·/


presentado pelo agrupamento natural de moluscos, que foi so-
~.,i
IV - DEPÓSITOS CONCH1FEROS
terrado e elevado sôbre o nível médio do mar; o outro por um
Os depósitos conchíí cros constituem. como sabemos, ocorrên- depósito praial. No primeiro caso os moluscos encontram-se, via i
'' !
cia mais ou menos frequente em todos os litorais do globo. Al- de regra, inteiros embora um tanto corroídos e já tendo sofrido 'I
guns são devidos, unicamenlc, aos agentes naturais, enquanto que a ação das vagas no próprio habitat (bancos naturais do Bogua- ., 't
.~ ~!
outros sâo produtos da etívidado humana. No Brasil êstcs últimos çú (4, pág. 97), Rocio, Míringava, Rasgadinho (7, pág. 246), en:, ,1,., ! .

merecem especial_ destaque, quer pelo seu número e volume, quer · tre outros). O depósito praial, formado junto à praia possuo, ge- :~j !J
pelo conteúdo de material arqueológico. ralmente, as valvas fragmentadas (Pedra de Guaraüba (9)). Arn-
Os depósitos conchifcros artificiais constituem um tipo de ja- bos os tipos de depósito são de subsolo, diferindo dos sambaquis
zida paleoelnográíica conhecido na literatura brasileira pela de- que são construções acima da superfície.
nominação de sambaqui. Em Pedra de Guaratiba, no Distrito Federal, encontra-se sô-
, Quanto à classificação dos depósitos conchíferos, L e o na r - bre o depósito conchífero natural, um pequeno amontoado con-
d os (2i, pág. 2) classifica-os da seguinte maneira: tendo vestígios de ocupação humana (9). Este amontoado coas-
titue, mais propriamente, uma jazida paleoetnográfíca, não classi-
a) Depósitos naturais - formados pela ação das vagas e cor- ficável como sambaquí em virtude de seu aspecto terroso escuro,
rentes de .maré; e da ausência dos característicos fundarnentaís dos samb a quis.
b) Depósitos artif\ciais - construidos pelos indígenas; -· -· -- .. H Ao nosso ver, os bancos naturais de moluscos não podem ser
e) Depósitos mixtos _,.. isto é, naturais em parte e em .partc denominados sambaquis, sendo sua estrutura, forma e origem
' .• ~ completamente diversas. Preferimos adotar o têrmo sambaqui, co-
artifidais.
. mo diversos autores já_ o fizeram, unicamente para o depósito ar•
Este autor considera COJ1?,0 sambaqui · apenas o depósito ª:'-"_ti~.'.·:·. -----,---~~...::.: .. ;j tificial que é por si só bastante earacterístico ..
ficial e, como falso sambaqui, o depósito natural.' Alíás.. já 'aate-... ·~ ' : ·--; • ~ Quanto à localização geográfica, L e o n a r d o s (~1, pág. 3)
'.umá·:'.· ,·-·--~-. ~
ricrmente F roes Abreu (11, pág. 40) havia proposto
dif ercnciação análoga denominando os depósitos naturais _de pseu- -· - - ' . n menciona sambaquis;

í
l'
1
do-sam baquís.
Teixeira Guerra identifica os depósitos naturais como · ____ f •j
1.0 - costeiros, litorâneos ou marinhos, situados nas Imedia-
ções do oceano e constituidos essencialmente de con-
terraços, apresentando um quadro demonstrativo das diferenças chas marinhas;
.1
entre os depósitos natural e artificial. Sugerirínmos, neste quadro, ·-·. ::i .,.·r . 1
. ----
------· •!
.2.0 ~ .. lagunares, situados nas bordas de lagoas e lagernares
; l; . que fossem et~ninac2:5 as expressões "ocorrência esporádica" d-e
: i : vestígios humanos, quando o autor se refere aos depósitos natu-
·: .. ;f . . .com conchas de môlUSCOS. de água salgada OU salobra; P-l
li t
, 1
t J
-- :,-::1
. · rais. Ao nosso ver, a ocorrência dêstcs vestígios implicaria na ·-~'-·· ;,_! '3.0 - fluviais, situados à beira rio com valvas de moluscos i:1 i 1
classificação no tipo mixto (29). fluviateis;
Em nossas pcsq·,ilsns no litoral sul-brasileiro no trecho com-
1
J '1.0 - terrestres, centrais ou contillentais, constituídos, geral.
preendido especialmente entre Florianópolls, ao sul e Guaraque- · mente, de carapaças de gasterópodos terrestres.
;! I
t
'

·-:
. i .'
. l ~
{I -· •.•.•. 1
. ·,1:t :ll:Z \l . J. J. Jli,;1,r<>liu -·· Oi: p,,:11lw,1uf1' m• ~·vr,ltJ,;~odu p11i~ul(r:rr1. erc.
·,~..
.,
Juigumos que !i classificação acima ser ia mais conveniente- 'l1 lume primitivo do sambaqui n.0 1, de Areias Pequenas (5) foi '
. ~: . :l
mente aplicada a cxprcsxâo gcrnl, jazida palcoctnográfica, uma
vez que o termo sambaqui refere-se a um depósito típico de val- .. ·-------:1
da ordem de 90.000 rn", 1

Com respeito à estrutura interna, foi possível obtermos dados


. ~· i
-it . .
r'
11' ·.i
. -
vas e carapaças de moluscos. (pelccípodos e gastcrópodos}. A uti-
lizaçâo da c1a~sificaç5.o acima b;-iscia-sc, f undnmcntntmcntc, na \":-
f interessantes em diversos sambaquis cm exploração, que apre-
sentavam cortes onde se poude observar a sequência das cama-
~-. +i! - ~
!H
!
fauna malacológica constituinte da jazida. .j das. Na muíoria dos sambaquis pudemos verificar uma cst..raá::i- -,.,
Na área que pcsquisamus não Ioi encontrado nenhum dcpósi- cação nítida. São camad as conchífcras paralelas, inclinadas, al- 1
to que se enquadrasse no tipo costeiro, litorâneo ou marinho. Os gumas vezes entrecruzados de diversas espécies de moluscos. Nâo ~- . l
01

f/.:,; :.·1
sambaquis números 10, 11 e 12 da ilha de Santa Catarina (6, págs. · se trata, aquí, ela. ação de agentes naturais, mas exclusivamente
134/136); embora apresentem certa porcentagem de moluscos ma- da atividndc humana. A estrutura torna-se menos clara nos sam-
rinhos do habitat de mar aberto, possuem, contudo, dominância baquís constituídos dominantcmente por ostras. ··: ·1 !1 •
''
da fauna de ambientes lagunares. l-: l ;
A jazida palcoctnográfica de Itacoara (Joinvilc, Santa Cata-
ti :1- J
'
i
rina) · constituída por terra preta e valvas de moluscos, possuía
uma fauna malacolóbica de ambiente fluvial, com uma contribui. -i l
ção insignüicante de moluscos de outros habitats (30, pág. 320). . '·j
1
&te _depósito, contudo, não constituo um sambaquí típico, o que ;1
nos levou a denominá-lo genericamente jazida paleoetnográfica. '!
1
Desconhecemos, no Paraná e Santa Catarina, um depósito que
1
fossd constituído dorninantemente por moluscos terrestres. t't :

;, 1 .

V- OS SA1IBAQU1S E SEUS CARACTERiSTICOS


'.r1 1 1
1 q .1
-- - - - ---
jl

Entre. as várias denominações para os depósitos de conchas ;·j I; , 1 f


t' 'lir ••f
1,.
'
de origem artificial, a palavra sambaqui, derivada do tupi-guara- J ~i~~~-;~~~~ - _-_-_ l.!Iii
•... ,
:•'l;l
.,! l .
t
n! (rig:-..ificando, provàvelm~ntc, monte de conchas) é a mais po- . -~ ~~ ~
t 3 .,.
1:: 1
')•l
1. pular e melhor conhecida na literatura científica. ·· . • .
Os sambaquis constituem monturos de conchas, de dimensões · ··-· -. - ---e· tt
:,: rj
!
l
! variáveis. Sua base; via cle regra oval, irregular, pode se apre- · · H
11,
li
li•
,,;
l
I
1

i l-
i sentar mais ou menos alongada. A altura, para os tipos baixos, ~-~-::...:.=:: ~·
l
1 está compreendida entre 0,5~3,0 m; os tipos médios entre 3,0 e . :: ----~-- J .·r,·'
:,; l ~ .
:l1
i.
7,0 m e nos tipos altos de 7,0 a 15,0 m, sendo esta última a al- .1 .i
to ,. •
rara maxrma verincaca.
~ ,.,
'I
sl-l f. :-:;J Anomdlocard,a
CamcJda ca/c /nso;«, e/ares, Cgrv.io. e va/.,..a.s ele '
Q;.1a:1to ao volume poderíamos considerar pequenos os. sam- • ,j ; 1
!
].
baquís que tivessem menos de 2.000 rnª; médios ao redor de 10.000 . _:.::::~ . -: i Ô Anomalocerdia brasih~na 1 _[ Cgrvaõ ;li
li, l: ' 'i
m3 e ;;:;,,.2cs os de volume superior a 10.000 m3•
X :i P;;:.-1111:í. o sambaqui n.? 15 da barra do rio das Pedras (7,
-·. ·- ;· ~Í2J C,am,1dJ calcinJda comp4c/é! jJj j,
.
l'
'
2:.,) e o :-.amb::.ti:;í n.? 13 da Anunciada (S, p[ig. 2n), fo-
Fig. 8 - E~trntii;rnfia il;i.s cumadus n•nLrni:I e infrriw.:s ,Jo snm-
avaliados cm cêrca de 70.000 m~. Em Santa Catarina, o vo- ! baqui do Pernambuco, .I 1
• 1
1 t
.!
' ~- .1f .•
.,
.
1tVlr ~~ --·
"
••~,..
~ '.
.• \,1
•-l.
•• .:?H ~
u
:j
Em corte aberto depara-se, !rcqucnk:ncutc, com uma estru- Ocorrências de moluscos no Paraná e Santa Catarlna fo:run_::-:
.•
:1 ij 1
-1
tiíicaçâo visível e alternada. de diversas espécies de moluscos. Ca- referidas-por .Lange de Marretes {20) eC. ~·. Go.f- "!! •[
;j
madas de "bacucús". (J\locliu!u.s sp, p.:i:1cip;iimcntc) encontram-se ____ A I I! r j é (15) .. Verrficamos nus sambaquis, cm colaboração cc..:.u::::
intercaladas entre camadas de "bcrbigõcs" (Anoma1ocnrdia b,.asi-- 1
.J êste último autor, a pr, . sença de 51 espécies de moluscos, As es- _
li
!! 1i:
., .
~-H ,! '
t: 'l
liana) e, muitas vezes, entre ostras e bcrbigõcs. O número de v· pécics que ocorrem comumcnte são poucas e entre elas citamos: i
cn.mndas individuais é muito variável. O sambaqui n.? 2, conhe-
cido pela denomln.ição de Pernambuco, apresentou, em.certos cor-
. - - : . ~·- -
-- -.------7'
- :: Anoma.locardia brasiiumo: Gmelin
1: .j-.l

1
1 tes, até 78 camadas 'por metro de espessura (11). .---:-_ -_::__ --~{ Ostrea sp.
. ~ . 4. J. . Modiolus brasiliensis Chemnitz
Digno de nota é a existência frequente de vestígios de fo-
. "~ "'·º ·?f Lu<'ina jamaiicen.~is Chemnitz

.
gueiras disseminados cm diversos planos nus sambaquls. São ca-
madas de aspecto terroso, normalmente com 10 a 20 cm de es- -· -~ ....:: -~ -- _:\
: Em menor número e mais raramente são encontradas· as se-
pessura, podendo atingir até 2 m de possança, sendo constituídas . . ·. - ri guintes espécies:
por moluscos calcinados, ~inzas e restos de carvão.
Sambaquis há, que quase não aprcsc~tam êste tipo de carna- Aloidis caribaea D'Orbigny
das calcinadas e são considerados "limpos". Em outros, tais ca- Amiantis purpu.rata Lamarck
madas são muito frequentes, donde o sambaqui ser ·considerado •I
Arca auriculal.:i Lamarck
corno "sujo". Algum;,s vezes a camada calcinada torna-se com-
pacta como argamassa. Em outros pontos pode-se formar uma -- -<i A. americana Gray
A. brasiLiana Lamarck
brecha conchff era muito compacta, cimentada por soluções car- ~1
bonatadas i.rtdependcntcmcnte de calcinação. . ---· - ~l ' A. nmbonata Lamarck
Arca sp.
Espinhas e vértebras de peixe são muito comuns em quase .. -·- ----·- . ! Acmaea. SHbnr,gosa D'Orbigny
Astraea uüispitu: Philippi
s ",
tôdas as camadas dos sambaquis, Encontram-se, igualmente, os- •.. 'Barnea coszctc Linné
l r
· sadas humanas e animais, bem como artefatos de osso e pedra e ' '1 1
:i
seixos sem vestígio de trabalho. Brachyodontes darwinianus D'Orbigny q
1

i.
!'~ J
:

l
···:_._
-- j Brachyodontcs sp. if1
Do ponto de vista da composição química, os sambaquis apre-
J· B-u.llus striatu» Bruguiere '· ;!
- ·- -··.:.=.: . :..:.~
t
• !
l
.i
sentam uma composição irregular e variável O teor em carbo- ·
nato total varia entre 84.% e 94% e o teor em insolúvel em áci- ····-·
'-·~-' 1
li
Cardium muricatum Llnné
Chama coxujreçaia Conrad
.,
li iI
.
H ·,f
r l do clorídrico oscila entre 1,5% e 21 'lo (5, págs. 101 e 102). O teor
1 1
elevado em insolúvel corresponde a sambaquis com camadas are- ·1
1 Chume po'rtesiana D'Orbigny J;:! l: 1
--·-~; ;.;. H
nosas ou argilosilS intercaladas entre as camadas mais puras de
moluscos.
- . ·-:- •- · 1
- +- •
Cirithiun: sp.
Cumaihiurn. costc.tum Bom
Cupraea exantlvema Lamarck
jf '
11 !
j' ' 1
VI - CO~IPOSIÇAO MALACOLóGICA DOS SAMBAQUfS
.!. Donax hanl',?yCLr.us Philippi
Dosinia concentrice Eorn
1, ;/
Drupa nodulosa. Adams .,, .'J
'
O registro da fauna malacológica encontrada nos sambaquis Echinocha:nu;, c.rcinella Llnné ;J q'
é necessário afim de que se possa interpretar o ambiente de sua Erodona mact,oiàC?s Daudin
construçâo e se possam estabelecer comparações com a .íauna vi- Iphigenia. brasilicrna Lamarck
i
!
vi~t~tc r.o lltordl, no·, rtHir<'"~' ngittid<>~ tJII n~1': !.:-!Ut1·~ 1)".:lÍ'..& tr;~nc1uil:i~;. .J Li!t0l'i1t<r sp, •1'
'
j «
• ••• • ••• ' •••••• R , 4t• -, -,
/"\Jll,• \,U; .t,.;~V•Vli•a1. I.." .L\"-•"V•~hu.1. -- •v,h -- -· ••"~• ._..,
-·- _."'""•
'~
'
217
,: M acom.a co11."1trícta Brugulêrc .J
blactra f ragili$ Chemnítz J
VII - ORIGEM DOS SAMBAQUtS
Modíolus sp.
l,lurê:c senegalcnsi.s Grnelin
---
-~----l
'.,
4 Com referência à origem dos sambaquis forarn aventadas di-
~.,
Ne'rifrn.a 1.:irginea. Linné ~ \'< versas hipóteses, existindo, como sabemos, duns grandes corrcn-
ll/assaríus ambigui.s Montagu
________
: ji tes de opiniões, relativas à gênese dêstes depósitos conchífcros:
naturalismo e artificialismo.
N. poligonatus Lamarck
Olíuancillaria. aurícularia. Lamarck
O. brasiHensis Chernnitz
- '
.:'.
1(
* Os "naturalistas" acreditam que os sambaquís são originados
pelo recuo do oceano ou pela açâo eólica sôbre as conchas lan-
1
l
. çadas às praias, pelo movimento <las águas marinhas, Os "artili-
Pecteii ziczcc Linné ·, '1 ciallstas" pensam que se trata apenas de restos de refeições, res-. .'i
·1
Po!;1nices brunncus Llnné - l tos de cozinha (kjcekkenmoedding) · ou monumentos construidos lj
~1

Sanguir2olaric. opercuuüa Gmelín ·i 'l [


·--- .,. - _ .•. intencionalmente (14, pág. 12). l :
Semicassis granulc..tu.m Bom --· ·--· -- -~
Entre os naturalistas encontram-se os nomes de Carlos Rath,
:t . ~
Strombus ptigilis pu.gilis Linné Siemeradzki, Ihering, Serrano, entre outros; e, entre os artificia-
:1 !
Strophocheilas sp. listas citam-se Carlos W.iener, R. Krone, S. Frocs Abreu, Lco-
:j
Tagdu.s gibbu.s· Spengler nardos. il. !.
Te~ula viridula Gmelin Em nossos trabalhos anteriores procuramos demonstrar a orl-
111
! '
Te,ebra flarnmea Lamarck gein artificial dos sambaquis d~ Paraná e Santa Catarina, utili-. 1
)
'

;zando, para isso, o método puramente geológico. · :t


Tha.i.s sp. 't
Referindo-se à confusão existente quanto à origem dos sam- 1 l
Tiveta. brasiliana Dall
Tonna galea Linné
baquís, Leonard os escreve que ela resulta _ora do· desconhc- :i -1

li .:r .:i·.
cimento da vida e costumes do aborígene, ora da falta de senso
Vofuta sp.
geológico dos observadores (21, pág. 5). Julgamos serem os co-
\ti
•a

nhecírnentos da geologia do litoral ·de grande importância e mes-


A fauna malacológica encontrada nós sambaquis é constitui- · . ;;.i mó imprescindíveis aos que se dedicam a êstes estudos paleoetno-
-1'
.,
l .j
da por elementos do interior das baías e làgoas, sendo mínima a . : ·..:.::.:.::..:;.:.. ::i gráficos. Importante, também, é o conhecimento do "habitat" dos d. '1
contribuição da fauna de outros habitats, · '_' ·_•: ·- !( ·. moluscos e da palcogeografia da região sambaquieira, ·
1
Os sambaquis constituidos por Ostrea sp. e Modiolus brasi-. ·. ._·~-,,---~~J.l Vários fatôres comprovam a origem artificial dos sambaquis.
,_
'1 !
fümsis encontram-se mais para o interiordas baias. Nêstcs depô- J O fator ,mais importante é o exame de sua situação geográfica e
geológica, que desobedece às mais simples leis de sedimentação
!
sitos é rara a presença de AnomaLocardia brasiliana. (berbigão). · ·-. · · i1·
pelos agentes naturais, água e vento. O estudo da evolução da
Mais próximo ao oceano, os sambaquis são formados dominan-
paisagem nos fornece dados preciosos e seguros para melhor com-
temente por Anomaloci;rdia brasiliana com pequena porcentagem . preensão do problema dos sambaquis. 1
de Osrrca sp. A me~ida que nos dirigimos para o interior parece · - :~~ ... ! ,1
'l
1'

aumentar a proporçao de Ostrea sp, 1 ,! 1i


Como contribuição moderna à fauna dos sambaquis, citamos
--- ~ ~1 • y·
VIII - IDADE DOS SA1-IBAQU1S . '

. Um dos. pontos de grande interêsse, relativamente ao estudo i


a ocorrência de Erodona. muctrcides, nas camadas superficiais (7, y dos sambaquis, é o da sua idade e que vem despertando a c~io-
!
pág. 286). ~'
/
1
sídade de muitos autores, surgindo, outrossim, inúmeras contra-
'.
dições a respeito. l
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C ar I os R n t h , no século passado, citado por L e o n 111· ~ · tância que o separa. do litoral, sendo por isso mais antigo aquele
d os (21, pá&, 25) admitiu que os sambnquís de São Paulo fos- que se achar mais afastado da praia. O conceito de \Vi e n e r ·
sem depósitos do terciário. 1 h er I n g ern 1895, separa os sarn- · não é muito exato, podendo ser 'aceito somente cm certos casos,
·~---~ A invasão mnrinha que afogou a costa, originando v::!St:15 á.:eê5, _
baquís em duas séries, uma contendo A.:ara prisca, situada mais
para o interior, considerada mais antigu (plcistocênica}, cnquan- inundadas, possibilitou a construção simultânea de um sarabaq: ..i
to que a outra, sem êstc molusco, é tida como mais moderna {17, prú~nn.o à praia como· um mais no interior, l'>. idade relativa ~
pág. 12·1}. K r o n ~ aceita o conceito de Ih e ri n g e distingue · deria ser mais precisamente determinada, tomando-se em con-
uma linha de sambaquis antigos afastados do mar e constituídos sideração a localização dos sambaquis nos diferentes bancos de
quase que exclusivamente por ostras com algumas espécies que sedimentos, observando-se, ainda, n palcogcografia regional,
compõem os sambaquis modernos. Segundo B a e k h eu sé r , Com 'os nossos conhecimentos atuais da gQologia do litoral,
esta espécie seria plloc~nica .. S i e m i r a d z k i e B • C a li x t o , torna-se ainda mais difícil precisar a época da construção dos sam-
citados por Leonard os (21. pág. 25) colocam os sambaquis "'G"'' baquís bem como determinar sua idade exata. Sabemos, contudo,
no quaternário antigo. Serra n Ó (28, pág. 352) acha mais ac~i-
. ,;;,..
' . que seu aparecimento está ligado à época do último afogamento
táveís as opiniões de Ih e ri n g e Si emir a d z k i consideran- ..... _ _::-.~~t da linha de costa. Admitimos que todos os sambaquis visitados
do os sambaquis como pleistocênicos. · pertencem ao período atual ou holocênio.

Com relação à Azara priscc não podemos aceitar os conceitos t
emitidos pelos autores acima citados, que classificam os sambaquis
· segundo esta espécie de molusco.
SUMNLARY
Segundo A. C ar e e 11 e s (12, pág. 20), Azara priscu Mart.
· é sinónima de Ercdona 1na.ctToid.es Daudin.
ln this paper, the author emphaslzes the ímportance of t.he
Encontramos êste molusco vivo e em grande abundância nas
águas pouco salobras habitando bancos areno-argilosos e Iimosos
··-------; . geographícal and geological study of the shell-mounds (samba-
.; quís), in order to obtaín more data for its archaeological Interpre-
das bafas de Guaratuba e Antonina. E' muito procurado como ·-·--·-n tation.
alimento pelos moradores locais, que o .denominam de "broóca",
ln the first place, the southem Brazlllan coastal plain is briefly
&te~ moradores abandonam as valvas dêste molusco próximo a
studicd, through a biblíographycal analysis,
sua habitação .e muitas vezes sôbro os sambaquis, por ocasião de
The author gives spccial attention to the mode of occurrence
suas refeições no tempo das roçadas (7, pág. 286).
of the "sambaquis", showing that they are closely connected with
L e o n ar d o s informa que a Eroâona mactroídes é encon-
·---:!
the last soa invasion.
trada viva na foz do rio da Prata e na barra. do rio Paraíba (21,
pág. 28). Leonard os e O li v eira baseados cm C ar e e 1- A brief account on the age and origin of -the "sambaquis" is
1 e s escrevem que é incoerente a suposição muito repetida de que also given, together with its rnalacologic cornposltion.
os casqueiros (sambaquis) com êstc molusco sejam pleistócênl- Thc author consider these deposits as being purely aj;!ificial
cos ou pliocênícos (26, pág. 767). ones, anel states that they were not depositcd by any of the kncwn
Assim sendo, o molusco Erodon« »mctroides == A=ara prisca geologic processes. Thc author also admits that all the "sarn-
do pode servir como critério de antiguidade de um sambaqui, baquís" are rccent, even though it is sornewhat díffícult to establ.sh
de::fa::endo--se, dês;e modo, o conceito emitido por Ih e r i ng , a definltive age.
~1 K r o n e e mais recentemente por S e r 1· a n o.
., C a r los Vl í e n e r (31, pág. rn) afirrnn que se pode de·
u-rrninar .itf (·ertrJ pnn!o, .1 ídatl<· n·l:itivn do sam bar1t1í pcln dis•
..;

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