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ISTA
POLO – CAXITO
AGRESSÃO E ALTRUÍSMO
CAXITO - 2021/2022
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
AGRESSÃO E ALTRUÍSMO
CAXITO - 2021/2022
INTEGRANTES DO GRUPO Nº 01
GRUPO Nº 01
3º ANO
SALA: 03
PERÍODO: TARDE
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
1.1- Delimitação..........................................................................................................................2
1.2- Objectivos........................................................................................................................2
1.2.1- Geral..............................................................................................................................2
1.2.2- Específicos....................................................................................................................2
1.3- MÉTODO........................................................................................................................2
I- ENQUADRAMENTO TEÓRICO..........................................................................................3
2.2- ALTRUÍSMO......................................................................................................................7
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................10
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................11
1- INTRODUÇÃO
Vários são os autores que tratam ou trataram sobre agressão e altruísmo em outras
áreas de estudo e o campo da psicologia não foge a essa dinâmica de estudar o dia a dia dos
homens. Sendo assim, o ser humano é compreendido como um ser biopsicossocial. Ao nascer,
traz em sua biologia a herança filogenética de sua espécie e a herança genética de sua
linhagem. Porém, para nascer para sua cultura e sociedade, é preciso passar pelo processo da
socialização.
Fica claro aqui, portanto que, não é por acaso que a agressividade é um tema
recorrente nas ciências biológicas e sociais. O comportamento agressivo é uma das
consequências da inevitável competição por recursos naturais e por parceiros sociais e
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reprodutivos. Esse tipo de comportamento parece ter sido selecionado por milhões de anos
(Lorenz, 1973) e ser comum nas sociedades humanas desde ancestrais muito distantes.
1.1- Delimitação
1.2- Objectivos
1.2.1- Geral
1.2.2- Específicos
1.3- MÉTODO
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I- ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Segundo Myers (2014) citado por Aronson, a quando da sua percepção, define
agressão como um comportamento físico ou verbal que tem intenção de causar dano, ou seja,
esta definição exclui danos acidentais e ações que podem envolver sofrimento inevitável
como um efeito secundário de ajudar alguém, podendo incluir, assim, chutos, chapadas,
ameaças, insultos e até rumores e mentiras, bem como destruição de propriedade e outros
comportamentos cujo objectivo seja magoar. A importância está, portanto, na intenção do
comportamento e não na gravidade dos danos que possam ser causados (Aronson, E. Wilson,
& Akert, 1999, pp. 454-490).
Deste modo, a existência de dano, em si, não é suficiente para definir como agressivo
um comportamento. Por exemplo, quando alguém pisa o pé de outra pessoa pode pensar-se
que é um ato agressivo, ou pode ser um ato sem intenção que ocorre por negligência, ou um
ato inevitável se o sujeito, por exemplo, estiver a cair ou for empurrado. Mesmo que este ato
seja dirigido com um objectivo, pode não ser classificado de agressivo se o emissor sorrir e se
pensar que é uma brincadeira (Machado, 2003, p. 45).
Assim, a agressão ocupa uma posição social, que depende do julgamento feito sobre o
caráter apropriado ou não desse comportamento. Tal caráter é determinado pelas normas ou
pelas regras culturais. O comportamento agressivo para ser considerado como tal, tem de
apresentar uma característica importante que remete para o facto da existência de uma vítima
que é motivada a evitar o comportamento que lhe está a ser dirigido (Geen R. G, 2001, pp. 1-
20).
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Outro conceito que deve ser explicado é o de agressividade humana. A agressividade
como algo instintivo é um achado que tem relação com a natureza dos “instintos sexual e
nutritivo no processo vital do indivíduo e da espécie”. (ARENDT, 1985, p. 34).
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Para Kendall, (1991). Jovens e crianças agressivos não só superestimam a hostilidade alheia, mas parecem
também subestimar sua própria agressividade, mostrando que possuem pouca acuidade da percepção de seus
próprios comportamentos. “Esta explicação de Kendall, nos leva entender o quanto é importante o estudo da
psicologia social diante de fenômenos de natureza igual”.
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contribuído para que se verifique um crescente interesse em perceber o porquê dos humanos,
por vezes, se comportarem de forma agressiva (Anderson, C., A. & B., J. Bushman, 2001, pp.
273-279).
Não nos podemos esquecer, também, que no caso dos humanos, os meios para infligir
dano podem ser extremamente subtis. Assim, torna-se inadequado tentar entender o
comportamento agressivo de um modo genérico, pelo que é essencial fazer discriminação
entre tipos específicos de agressão, definindo qual a categoria que está sob análise, uma vez
que cada tipo tem determinantes e mecanismos regulatórios distintos, diferentes funções e
antecedentes e mecanismos neuronais separados, sendo instigados, também, por
circunstâncias externas díspares (Ramirez, 2009, p. 85).
Os filmes fazem parte do processo global de socialização dos jovens e seus efeitos
pró-sociais não podem ser ignorados. Filmes podem auxiliar escolas, famílias na educação
sobre a fenomenologia da delinquência juvenil. Adolescentes sozinhos podem usufruir da
instrução em habilidades sociais. Filmes podem, também, ser empregados para fornecer
exemplos apropriados ou aberrantes para uma grande variedade de situações sociais. Podem
fornecer modelos apropriados ou inapropriados em uma larga variedade de situações. Podem,
inclusive, ser utilizados para tratamentos, fornecendo exemplos de comportamento desejável
em confrontação com o indesejável ou anti-social. (Gomide, 1997, p. 71). Comportamentos
pró-sociais como altruísmo, controlo de impulsos agressivos, aguardo por gratificação,
reparação de maus comportamentos, resistência à tentação, simpatia, aumentam com a
exposição de jovens a certos programas de TV. Estes autores definem comportamento pró-
social como aquele comportamento que pode ajudar o indivíduo ou a sociedade através do
altruísmo e autocontrole, como uma gratificação posterior. (Gomide, 1997, p. 87).
A televisão tem sido apontada como uma importante fonte de informação capaz de
promover a internalização de valores agressivos, que incluem respostas agressivas e suas
prováveis consequências. Frequentemente boas ações violentas, justificadas socialmente, com
motivações pró-sociais são avaliadas mais positivamente do que agressão instrumental ou
hostil. Um perigo de tais instruções cognitivas de papéis é que delinquentes poderão
simplesmente aprender alguns caminhos mais efetivos de atos delinquentes. Por outro lado,
televisão não só mostra violência como sucesso, mas também fornece informação sobre se a
acção é louvável ou depreciável (Snyder, 1995, p. 14).
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Em contrapartida quando crianças, após assistirem filmes violentos, recebem
orientação dos pais para comportamentos alternativos e/ou não-violentos, aos problemas
apresentados nos filmes, apresentam níveis bem mais baixos de respostas agressivas, quando
comparadas às crianças que não receberam orientação. Participantes que assistem filmes com
final feliz têm menor nível de excitação e menor agressividade, do que aqueles que vêm
filmes com finais trágicos. (Snyder, 1995, p. 14).
2.2- ALTRUÍSMO
A palavra “altruísmo”, criada por Auguste Comte (1852) há cerca de 170 anos atrás,
deriva da palavra latina alter que significa “outro”. Comte (1852) definiu altruísmo como uma
devoção ao bem-estar dos outros, desprendida do seu próprio self. Neste sentido, os atos
seriam inteiramente dedicados ao outro, desprendidos de qualquer motivação pessoal.
(COMTE, 1830-1842, p. 56).
O altruísmo é considerado uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo
como um princípio "supremo" da moralidade. Uma pessoa altruísta é aquela que pensa nos
outros antes de pensar em si. Para a pessoa altruísta, o próprio bem está condicionado ao bem
do outro, age movida por um sentimento de responsabilidade e solidariedade com os
problemas alheios. O conceito de altruísmo, ainda que não tenha usado propriamente o termo,
está bastante presente na obra do filósofo alemão Ludwig Feuerbach (LUDWIG, 1955, pp. 50,
3-11).
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2.2.2- Origem do comportamento altruísta
A palavra altruísmo foi criada por Auguste Comte, filósofo francês, que em 1830, a
caracterizou como o grupo de disposições humanas, sejam elas individuais ou coletivas, que
inclinam os seres humanos a se dedicarem aos outros. O desenvolvimento de condutas
agressivas surge ao longo da infância e adolescência e que tem sido alvo de inúmeros estudos
que pretendem responder, basicamente, questões referentes à origem e à manutenção da
agressividade durante o percurso da vida. (COMTE, 1830-1842, p. 158).
Um homem altruísta age de modo a conciliar sua satisfação pessoal com o bem-estar e
a satisfação de seus semelhantes, de sua família e de sua comunidade. Instintos naturais de
benevolência isoladamente não constituem o altruísmo. Os instintos de benevolência,
esporadicamente, emergem no comportamento humano. No entanto, o entendimento do
conceito de altruísmo tem a relevância filosófica de se referir às disposições naturais do ser
humano, o que indica que o ser humano pode ser bom e generoso naturalmente, sem ser
necessário a intervenção divina ou sobrenatural. O altruísmo é um conceito atualmente bem
ancorado no domínio da teoria econômica, ao passo que Comte lhe conferia uma dimensão
crítica, já que, na sociedade industrial o “grande problema humano” consiste em assegurar a
primazia do altruísmo sobre o egoísmo. (COMTE, 1830-1842, p. 153).
Em primeiro lugar, o altruísmo se torna o conceito que permite fazer a ligação entre a
crítica do discurso dos economistas e a natureza das trocas na sociedade industrial; em
segundo lugar, o altruísmo está vinculado a uma instituição social bem caracterizada a família
de tal maneira que, a partir da crítica metodológica, se chega a uma pesquisa sociológica
sobre os modos de troca que se dão no seio familiar, especialmente ao evidenciar a
importância das transferências de riquezas que passam por doações dentro do espaço privado
e por herança, dois dispositivos que apesar de estarem desvinculados da troca comercial, têm
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uma importância considerável, tanto na época de Comte quanto na nossa. (COMTE, 1830-
1842, p. 158).
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, para concluir com esta revisão biográfica, ou seja, com o nosso trabalho por
tudo quanto foi dito nas páginas anteriores, entende-se que, o comportamento agressivo
constitui-se de uma gama de atitudes sociais inábeis. A expressão agressiva frequente e
intensa na infância e na adolescência apresenta inúmeras consequências desfavoráveis a curto,
médio e longo prazo. A agressividade é constitucional e necessária para auto conservação e
conservação da espécie, porque possibilita nos posicionarmos nas situações e construirmos
coisas. Ela está relacionada à acção. Todos os seres humanos (e inclusive os animais) trazem
consigo um impulso agressivo.
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Para tal, o psiquiatra estadunidense Friedrich Hacker (1914-1989) coloca que a
agressividade é algo próprio da natureza animal (inclui-se aí a espécie humana) e concluí que,
a seu modo, cada ser é agressivo dadas algumas circunstâncias: pode-se expressar
agressividade sendo irônico, apresentando humor, desprezo, dentre outros. Já a violência, para
o autor, dá-se no exato momento em que se rompe o limiar da alteridade, fazendo uso da força
física, impondo-se sobre o mais frágil (Friedrich-Cofer, L. & Huston, 1989, pp. 100, 364-37 ).
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