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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

ISTA
POLO – CAXITO

AGRESSÃO E ALTRUÍSMO

CAXITO - 2021/2022
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

AGRESSÃO E ALTRUÍSMO

Trabalho de investigação cientifico apresentado ao


professor Lino Gonzales H. Capemba como requisito
necessário para a avaliação no curso de Psicologia na
cadeira de Psicologia Social.

CAXITO - 2021/2022
INTEGRANTES DO GRUPO Nº 01

1. Catarina Domingos Guimarães Benedito


2. Domingas Manuel Paulo
3. Estefânia da Silva António
4. Francisco Cassule Muquenda
5. Isabel Nsibo Manuel
6. José António Pascoal Mbotevanga
7. Sabino Mendes Comba Diogo
8. Teresa Luís Fonseca

GRUPO Nº 01
3º ANO
SALA: 03
PERÍODO: TARDE
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1- Delimitação..........................................................................................................................2

1.2- Objectivos........................................................................................................................2

1.2.1- Geral..............................................................................................................................2

1.2.2- Específicos....................................................................................................................2

1.3- MÉTODO........................................................................................................................2

1.3.1- Natureza da Pesquisa....................................................................................................2

I- ENQUADRAMENTO TEÓRICO..........................................................................................3

1.1- Definição de agressão......................................................................................................3

2.1.1- Origem do comportamento agressivo...........................................................................4

2.1.2- Influencia de filmes e programas violentos, na manifestação de agressividade...........6

2.2- ALTRUÍSMO......................................................................................................................7

2.2.1- Definição de Altruísmo.................................................................................................7

2.2.2- Origem do comportamento altruísta.............................................................................8

2.23- Sentido de Responsabilidade Pessoal............................................................................9

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................10

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................11
1- INTRODUÇÃO

Vários são os autores que tratam ou trataram sobre agressão e altruísmo em outras
áreas de estudo e o campo da psicologia não foge a essa dinâmica de estudar o dia a dia dos
homens. Sendo assim, o ser humano é compreendido como um ser biopsicossocial. Ao nascer,
traz em sua biologia a herança filogenética de sua espécie e a herança genética de sua
linhagem. Porém, para nascer para sua cultura e sociedade, é preciso passar pelo processo da
socialização.

Ora, é mediante esse processo que o indivíduo se torna um participante efectivo da


sociedade, aprendendo e recriando habilidades, conhecimentos, valores, motivos e papéis
adequados à sua posição em um grupo e em uma sociedade. Portanto, o desenvolvimento de
condutas agressivas ao longo da infância e adolescência tem sido alvo de inúmeros estudos
que pretendem responder, basicamente, questões referentes à origem e à manutenção da
agressividade durante o percurso da vida.

Entretanto, o comportamento agressivo é próprio da espécie humana e apresenta


múltiplas configurações. Ele pode ser expresso pela via motora, através de movimentos de
ataque ou fuga; pela via emocional, com a experimentação de sentimentos de raiva e ódio;
pela via somática, como a apresentação de taquicardia, rosto ruborizado, além das demais
reações autonômicas; pela via cognitiva, através de crenças de conquistas sem que importem
os meios, planos de ação que envolvem a manipulação do meio; e finalmente, a via verbal, da
qual o indivíduo vai utilizar-se do sentido das palavras para expressar controle em relação aos
outros (Fariz M. & Moura, 2005, p. 36).

Esta abordagem da agressão refere-se à agressão instrumental, ou seja, aquela que


apresenta uma função dentro do ambiente em que está sendo utilizada. Isso significa que o
indivíduo tenta obter o controle de seu meio através de comportamentos agressivos, tais como
gritar, ameaçar, quebrar ou xingar (Fariz M. & Moura, 2005).

Fica claro aqui, portanto que, não é por acaso que a agressividade é um tema
recorrente nas ciências biológicas e sociais. O comportamento agressivo é uma das
consequências da inevitável competição por recursos naturais e por parceiros sociais e

1
reprodutivos. Esse tipo de comportamento parece ter sido selecionado por milhões de anos
(Lorenz, 1973) e ser comum nas sociedades humanas desde ancestrais muito distantes.

1.1- Delimitação

Objectiva-se iniciar o presente trabalho com a abordagem teórica relativa à definição e


delimitação dos conceitos inerentes às variáveis em estudo. Deste modo, reserva-se para o
primeiro capítulo, a definição de comportamento agressivo, origem do comportamento
agressivo. De forma a integrar a informação, surge um último tópico que remete para a
sistematização de estudos no âmbito da relação entre altruísmo e sua origem.

1.2- Objectivos

1.2.1- Geral

 Apresentar uma revisão teórica a respeito da agressão;


 Sistematizar a literatura analítico-comportamental sobre o conceito de altruísmo.

1.2.2- Específicos

 Entender a agressão como um comportamento.


 Caracterizar a natureza dos estudos sobre altruísmo na Análise do Comportamento.
 Examinar as definições do conceito altruísmo na literatura analítico-comportamental.
 Identificar as convergências e divergências das discussões sobre o conceito altruísmo.

1.3- MÉTODO

1.3.1- Natureza da Pesquisa

A pesquisa bibliográfica é aquela realizada com base em materiais já publicados


(Fonseca, 2002; Gil, 2002). Nesse tipo de pesquisa é possível investigar o método utilizado
para estudar um determinado fenômeno, quais concepções e operacionalizações estão sendo
utilizadas para um conceito, a qualidade das publicações em uma área, as contribuições que os
estudos trazem para a ciência. Segundo Gil (2002), a vantagem de uma pesquisa bibliográfica
é a amplitude de fenômenos que ela pode focalizar, além de poder estender a análise por um
longo tempo, tendo grande valor histórico. As referências sobre o tema estudado foram
buscadas em livros e em artigos científicos. (Fonseca & Gil, 2002, pp. 40-21).

2
I- ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1.1- Definição de agressão

Segundo Myers (2014) citado por Aronson, a quando da sua percepção, define
agressão como um comportamento físico ou verbal que tem intenção de causar dano, ou seja,
esta definição exclui danos acidentais e ações que podem envolver sofrimento inevitável
como um efeito secundário de ajudar alguém, podendo incluir, assim, chutos, chapadas,
ameaças, insultos e até rumores e mentiras, bem como destruição de propriedade e outros
comportamentos cujo objectivo seja magoar. A importância está, portanto, na intenção do
comportamento e não na gravidade dos danos que possam ser causados (Aronson, E. Wilson,
& Akert, 1999, pp. 454-490).

Deste modo, a existência de dano, em si, não é suficiente para definir como agressivo
um comportamento. Por exemplo, quando alguém pisa o pé de outra pessoa pode pensar-se
que é um ato agressivo, ou pode ser um ato sem intenção que ocorre por negligência, ou um
ato inevitável se o sujeito, por exemplo, estiver a cair ou for empurrado. Mesmo que este ato
seja dirigido com um objectivo, pode não ser classificado de agressivo se o emissor sorrir e se
pensar que é uma brincadeira (Machado, 2003, p. 45).

Assim, a agressão ocupa uma posição social, que depende do julgamento feito sobre o
caráter apropriado ou não desse comportamento. Tal caráter é determinado pelas normas ou
pelas regras culturais. O comportamento agressivo para ser considerado como tal, tem de
apresentar uma característica importante que remete para o facto da existência de uma vítima
que é motivada a evitar o comportamento que lhe está a ser dirigido (Geen R. G, 2001, pp. 1-
20).

Na verdade, o conceito de agressão compreende, portanto, um leque de expressões que


variam de intensidade e incluem componentes verbais e não verbais, físicas e psicológicas,
com o propósito de atingir diferentes fins no curso de qualquer transação social. Segundo
Leme (2004), a agressão é uma conduta que, além de episódica, não é de fácil definição, uma
vez que assume diferentes formas de manifestação e cuja evolução também se mostra incerta,
devido à influência que sofre de variáveis biológicas e/ou sociais (Leme, 2004, pp. 367-380).

3
Outro conceito que deve ser explicado é o de agressividade humana. A agressividade
como algo instintivo é um achado que tem relação com a natureza dos “instintos sexual e
nutritivo no processo vital do indivíduo e da espécie”. (ARENDT, 1985, p. 34).

2.1.1- Origem do comportamento agressivo

Sobrepondo os estudos feitos por esses autores, o comportamento agressivo é próprio


da espécie humana e apresenta múltiplas configurações. A agressividade é um comportamento
emocional que faz parte da afetividade de todas as pessoas. Portanto, é algo natural. Ele pode
ser expresso pela via motora, através de movimentos de ataque ou fuga; pela via emocional,
com a experimentação de sentimentos de raiva e ódio (pela via somática, como a apresentação
de taquicardia, rosto ruborizado, além das demais reações autonômicas; pela via cognitiva,
através de crenças de conquistas sem que importem os meios, planos de ação que envolvem a
manipulação do meio) e finalmente, a via verbal, da qual o indivíduo vai utilizar-se do sentido
das palavras para expressar controle em relação aos outros (Fariz M. & Moura, 2005, p. 37).

A partir desta definição, pode-se observar que, ao longo do processo de maturação,


crianças e adolescentes exibem comportamentos agressivos. Entretanto, se essas condutas se
mostram severas e frequentes, elas podem indicar sinais de psicopatologia (Kendall, 1991, p.
102).

Segundo Kendall (1991) diz que:

“crianças e adolescentes com características agressivas intensas e frequentes parecem


apresentar peculiaridades em dois processos fundamentais. O primeiro deles diz respeito à
percepção que esses indivíduos possuem de seu ambiente: quando comparados a indivíduos
não-agressivos, eles tendem a atribuir mais intenções hostis aos demais, além de se mostrarem
mais hipervigilantes e hiperesponsivos a esse tipo de estímulo. Esse pode ser um dos motivos
que explicaria o fato de muitos deles tenderem a apontar os pares como causadores dos
conflitos interpessoais” (Kendall, 1991, p. 102).1

Todos os dias somos testemunhas, direta ou indiretamente, de cenas de violência que


se produzem pelo mundo fora ou mesmo perto de nós. Desde guerras, atentados, assassinatos,
suicídios, violações ou simplesmente zaragatas e injúrias, que constituem formas quotidianas
mais banalizadas do comportamento agressivo (Fischer, 1992). Todos estes fenómenos têm

1
Para Kendall, (1991). Jovens e crianças agressivos não só superestimam a hostilidade alheia, mas parecem
também subestimar sua própria agressividade, mostrando que possuem pouca acuidade da percepção de seus
próprios comportamentos. “Esta explicação de Kendall, nos leva entender o quanto é importante o estudo da
psicologia social diante de fenômenos de natureza igual”.
4
contribuído para que se verifique um crescente interesse em perceber o porquê dos humanos,
por vezes, se comportarem de forma agressiva (Anderson, C., A. & B., J. Bushman, 2001, pp.
273-279).

Para alguns autores, o comportamento agressivo é tido como uma característica


universal própria da espécie humana que pode surgir sob múltiplas configurações. É um tipo
de comportamento que pode ser expresso pela via motora, através de movimentos de ataque
ou fuga; por uma via emocional, com a experimentação de sentimentos de raiva e ódio; pela
via somática, com surgimento de reações como taquicardia, ruborização entre outras reações
anatómicas; pela via cognitiva, através de, por exemplo, de planos de ação que envolvam a
manipulação do meio e, por fim, pela via verbal, na medida em que o sujeito se serve do
sentido das palavras para expressar controlo em relação aos outros (Fariz M. & Moura, 2005,
pp. 57-76).

Apesar de considerada inevitável, a expressão da agressividade, considerada como a


tendência especificamente humana marcada pelo caráter ou vontade de cometer um ato
agressivo sobre outrem, depende de uma série de fatores ambientais durante o
desenvolvimento do indivíduo (Fischer, 1992, pp. 15-83). É, por isso, necessário levar em
consideração que nenhum fator ou processo psicológico, por si só, é capaz de explicar o
comportamento agressivo nos humanos e importa ter em conta que em qualquer sociedade
humana competitiva existem acontecimentos desfavoráveis para alguns dos seus constituintes,
o que é uma consequência inevitável das regras que regem a distribuição económica e os
benefícios sociais (Huesmann, 1998, p. 13).

Não nos podemos esquecer, também, que no caso dos humanos, os meios para infligir
dano podem ser extremamente subtis. Assim, torna-se inadequado tentar entender o
comportamento agressivo de um modo genérico, pelo que é essencial fazer discriminação
entre tipos específicos de agressão, definindo qual a categoria que está sob análise, uma vez
que cada tipo tem determinantes e mecanismos regulatórios distintos, diferentes funções e
antecedentes e mecanismos neuronais separados, sendo instigados, também, por
circunstâncias externas díspares (Ramirez, 2009, p. 85).

Na doutrina quotidiana, o altruísmo pode apresentar-se em três modalidades básicas: o


apego, a veneração e a bondade. Do primeiro para o último, sua intensidade diminui e, por
isso mesmo, sua importância e sua nobreza aumentam. O apego refere-se ao vínculo que os
iguais mantêm entre si; a veneração refere-se ao vínculo que os mais fracos têm para com os
5
mais fortes (ou os que vieram depois têm com os que vieram antes); por fim, a bondade é o
sentimento que os mais fortes têm em relação aos mais fracos (ou aos que vieram depois).
(Ramirez, 2009, p. 85).

2.1.2- Influencia de filmes e programas violentos, na manifestação de


agressividade

A sociedade moderna convive, diuturnamente, com grupos de seres humanos que


apresentam altos índices de agressividade. Antropólogos, filósofos, psicólogos e cientistas
sociais têm se debruçado sobre a questão da agressividade humana, investigando,
principalmente, a sua natureza. (Gomide, 1997, p. 3).

Os filmes fazem parte do processo global de socialização dos jovens e seus efeitos
pró-sociais não podem ser ignorados. Filmes podem auxiliar escolas, famílias na educação
sobre a fenomenologia da delinquência juvenil. Adolescentes sozinhos podem usufruir da
instrução em habilidades sociais. Filmes podem, também, ser empregados para fornecer
exemplos apropriados ou aberrantes para uma grande variedade de situações sociais. Podem
fornecer modelos apropriados ou inapropriados em uma larga variedade de situações. Podem,
inclusive, ser utilizados para tratamentos, fornecendo exemplos de comportamento desejável
em confrontação com o indesejável ou anti-social. (Gomide, 1997, p. 71). Comportamentos
pró-sociais como altruísmo, controlo de impulsos agressivos, aguardo por gratificação,
reparação de maus comportamentos, resistência à tentação, simpatia, aumentam com a
exposição de jovens a certos programas de TV. Estes autores definem comportamento pró-
social como aquele comportamento que pode ajudar o indivíduo ou a sociedade através do
altruísmo e autocontrole, como uma gratificação posterior. (Gomide, 1997, p. 87).

A televisão tem sido apontada como uma importante fonte de informação capaz de
promover a internalização de valores agressivos, que incluem respostas agressivas e suas
prováveis consequências. Frequentemente boas ações violentas, justificadas socialmente, com
motivações pró-sociais são avaliadas mais positivamente do que agressão instrumental ou
hostil. Um perigo de tais instruções cognitivas de papéis é que delinquentes poderão
simplesmente aprender alguns caminhos mais efetivos de atos delinquentes. Por outro lado,
televisão não só mostra violência como sucesso, mas também fornece informação sobre se a
acção é louvável ou depreciável (Snyder, 1995, p. 14).

6
Em contrapartida quando crianças, após assistirem filmes violentos, recebem
orientação dos pais para comportamentos alternativos e/ou não-violentos, aos problemas
apresentados nos filmes, apresentam níveis bem mais baixos de respostas agressivas, quando
comparadas às crianças que não receberam orientação. Participantes que assistem filmes com
final feliz têm menor nível de excitação e menor agressividade, do que aqueles que vêm
filmes com finais trágicos. (Snyder, 1995, p. 14).

2.2- ALTRUÍSMO

2.2.1- Definição de Altruísmo

A palavra “altruísmo”, criada por Auguste Comte (1852) há cerca de 170 anos atrás,
deriva da palavra latina alter que significa “outro”. Comte (1852) definiu altruísmo como uma
devoção ao bem-estar dos outros, desprendida do seu próprio self. Neste sentido, os atos
seriam inteiramente dedicados ao outro, desprendidos de qualquer motivação pessoal.
(COMTE, 1830-1842, p. 56).

O altruísmo é considerado uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo
como um princípio "supremo" da moralidade. Uma pessoa altruísta é aquela que pensa nos
outros antes de pensar em si. Para a pessoa altruísta, o próprio bem está condicionado ao bem
do outro, age movida por um sentimento de responsabilidade e solidariedade com os
problemas alheios. O conceito de altruísmo, ainda que não tenha usado propriamente o termo,
está bastante presente na obra do filósofo alemão Ludwig Feuerbach (LUDWIG, 1955, pp. 50,
3-11).

O altruísmo em alguma medida é um traço visível em toda cadeia animal, entretanto,


esse comportamento geralmente aos laços familiares. Entretanto, o homem é capaz de
extender seu altruísmo para muito além de seus laços familiares. Quando nos questionamos
sobre a origem deste altruísmo, precisamos lembrar que os seres humanos praticam relações
sociais complexas e uma definida divisão do trabalho. Os economistas e historiadores
geralmente atribuem essa divisão de trabalho para um período recente, o da revolução
industrial, entretanto, nos parece duvidoso que anteriormente na história humana, pelo menos
há 100 mil anos quando nossos ancestrais já eram biologicamente idênticos ao que somos
hoje. (TRIVERS, 1972, p. 139).

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2.2.2- Origem do comportamento altruísta

A palavra altruísmo foi criada por Auguste Comte, filósofo francês, que em 1830, a
caracterizou como o grupo de disposições humanas, sejam elas individuais ou coletivas, que
inclinam os seres humanos a se dedicarem aos outros. O desenvolvimento de condutas
agressivas surge ao longo da infância e adolescência e que tem sido alvo de inúmeros estudos
que pretendem responder, basicamente, questões referentes à origem e à manutenção da
agressividade durante o percurso da vida. (COMTE, 1830-1842, p. 158).

Um homem altruísta age de modo a conciliar sua satisfação pessoal com o bem-estar e
a satisfação de seus semelhantes, de sua família e de sua comunidade. Instintos naturais de
benevolência isoladamente não constituem o altruísmo. Os instintos de benevolência,
esporadicamente, emergem no comportamento humano. No entanto, o entendimento do
conceito de altruísmo tem a relevância filosófica de se referir às disposições naturais do ser
humano, o que indica que o ser humano pode ser bom e generoso naturalmente, sem ser
necessário a intervenção divina ou sobrenatural. O altruísmo é um conceito atualmente bem
ancorado no domínio da teoria econômica, ao passo que Comte lhe conferia uma dimensão
crítica, já que, na sociedade industrial o “grande problema humano” consiste em assegurar a
primazia do altruísmo sobre o egoísmo. (COMTE, 1830-1842, p. 153).

Ao inserir o altruísmo como continuidade da crítica metodológica da economia


política, Comte evidencia o fio condutor da abordagem que vai se desenvolver na sequencia
reflexiva. A crítica se torna sociológica seguindo uma démarche em dois tempos, como
apresentado por Durkheim, Mauss, e depois Bourdieu. Segundo Durkheim (1979) citado por
Gomide (1997), nenhuma sociedade podia existir sem que os cidadãos se consciencializassem
e fizessem sacrifícios uns pelos outros. A maior parte das definições de personalidade altruísta
engloba, por um lado, a ausência de egocentrismo e, por outro, a motivação para ajudar o
outro, como critérios elementares de altruísmo (Gomide, 1997, p. 139).

Em primeiro lugar, o altruísmo se torna o conceito que permite fazer a ligação entre a
crítica do discurso dos economistas e a natureza das trocas na sociedade industrial; em
segundo lugar, o altruísmo está vinculado a uma instituição social bem caracterizada a família
de tal maneira que, a partir da crítica metodológica, se chega a uma pesquisa sociológica
sobre os modos de troca que se dão no seio familiar, especialmente ao evidenciar a
importância das transferências de riquezas que passam por doações dentro do espaço privado
e por herança, dois dispositivos que apesar de estarem desvinculados da troca comercial, têm
8
uma importância considerável, tanto na época de Comte quanto na nossa. (COMTE, 1830-
1842, p. 158).

2.23- Sentido de Responsabilidade Pessoal

O comportamento altruísta, em particular o heroico, requer muitas vezes a coragem


para manter as convicções pessoais face a situações percebidas como injustas, ainda que estas
sejam legitimadas por uma autoridade ou por um grupo (veja-se os exemplos de heróis do
altruísmo como Nelson Mandela, Martin Luther King, ou Aristides de Sousa Mendes)
(COMTE, 1830-1842).

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, para concluir com esta revisão biográfica, ou seja, com o nosso trabalho por
tudo quanto foi dito nas páginas anteriores, entende-se que, o comportamento agressivo
constitui-se de uma gama de atitudes sociais inábeis. A expressão agressiva frequente e
intensa na infância e na adolescência apresenta inúmeras consequências desfavoráveis a curto,
médio e longo prazo. A agressividade é constitucional e necessária para auto conservação e
conservação da espécie, porque possibilita nos posicionarmos nas situações e construirmos
coisas. Ela está relacionada à acção. Todos os seres humanos (e inclusive os animais) trazem
consigo um impulso agressivo.

O comportamento agressivo em humanos pode ser definido em termos gerais como


um comportamento social hostil, como o de infligir dano ou causar prejuízo a uma pessoa ou
grupo. Ainda é um tema controverso se esse comportamento de causar danos em alguém é
devido à existência de um instinto ou se é resultante de múltiplas determinações
motivacionais e circunstanciais. Os papéis do temperamento e do ambiente são variáveis que
influenciam na expressão da agressividade em maior ou menor grau. Reconhecer as maneiras
como cada um desses fatores interfere na formação e manutenção da agressividade propicia a
intervenção e a prevenção de formas adequadas, evitando negligências no tratamento desse
déficit social.

Além disso, a presença de transtornos psicológicos parece influenciar na manifestação


da agressividade, ressaltando, entretanto, que, o processo de desenvolvimento e a presença do
transtorno na formação do comportamento agressivo interagem de forma recíproca.

9
Para tal, o psiquiatra estadunidense Friedrich Hacker (1914-1989) coloca que a
agressividade é algo próprio da natureza animal (inclui-se aí a espécie humana) e concluí que,
a seu modo, cada ser é agressivo dadas algumas circunstâncias: pode-se expressar
agressividade sendo irônico, apresentando humor, desprezo, dentre outros. Já a violência, para
o autor, dá-se no exato momento em que se rompe o limiar da alteridade, fazendo uso da força
física, impondo-se sobre o mais frágil (Friedrich-Cofer, L. & Huston, 1989, pp. 100, 364-37 ).

Concluindo, o altruísmo é um nobre sentimento. A pessoa altruísta se doa para o


próximo sem esperar nada em troca. Ela naturalmente ajuda quem está a sua volta, sem
precisar de incentivos ou recompensas e não se queixa do serviço prestado. Desta feita,
altruísmo significa o oposto de egoísmo, a palavra foi criada por Augusto Comte para
simbolizar atitude de amor ao próximo, ausência do interesse próprio ou agir em prol de outra
pessoa.

BIBLIOGRAFIA

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