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Explique o fenómeno de capilaridade

Imaginemos um tubo vertical em que o líquido molha as suas paredes, ou seja, o menisco tem
um angulo de contacto com a superfície sólida da parede menor que 90 graus. Tal como
anteriormente, um pequeno volume de liquido junto da parede sólida fica acima da superfície
horizontal a formar o menisco. Imaginemos um tibo aberto em ambas as extremidades e que
está mergulhado parcialmente no líquido. Se o raio do tubo for menor que o raio médio do
menisco, a superfície liquido-ar dentro do tubo é totalmente curva.

Conclui-se deste modo, que existe uma diferença de pressão entre os dois lados da superfície.

Consequentemente, o nível do menisco sobe acima à superfície do contentor.

A capilaridade consiste num fenómeno em que quanto menor for o diâmetro do tubo, mais
alta terá de ser a coluna de liquido.

O raio do menisco é forçado a diminuir se o raio do tubo também sofrer esta alteração, assim,
o ângulo de contacto permanece o mesmo e a curvatura fica mais acentuada. Deste modo, a
diferença de pressão aumenta, na medida de que a pressão no lado côncavo (ar) é maior que a
pressão do lado convexo(líquido).

Para que se atinja o equilíbrio de pressões hidrostáticas do líquido no tubo cujas extermidades
estão abertas, a curvatura do menisco nesse tubo terá de estar a uma altura superior à
superfície horizontal do líquido no contentor, visto que no interior do líquido existe maior
pressão que no lado do ar (atmosférica), estando relacionado também com a curvatura do
menisco.

A diferença de pressões entre os dois lados da curvatura de superfície líquido-ar é ∆P=2Ƴ/R em


que R é o raio da forma esférica da curvatura da superfície líquido-ar.

Se incluirmos a altura média da coluna de liquido do tubo h de densidade p, o raio r do tubo e


o ângulo de contacto θ, obtemos a equação:

ℎ =2𝛾 𝑐𝑜𝑠 𝜃/𝜌𝑟𝑔

Quando o ângulo de contacto é maior de 90º o cosseno é negativo e a altura é menor que
zero, por tanto, o nível do tubo fica abaixo da superfície horizontal, como se verifica por
exemplo com o mercúrio.

Descrição do método do anel e da placa

Neste método usa-se um anel de platina rugosa cujo diâmetro seja maior que a sua espessura
e coloca-se numa balança.

Posteriormente, o anel é mergulhado no líquido, sendo depois levantado lentamente devido á


rugosidade, puxando uma película para fora do volume.

À medida que o anel vai sendo puxado, a força exercida vai variando até atingir um valor
máximo correspondendo à película de líquido disposta de modo vertical quando levantada.

A força F é equilibrada pela soma do peso do anel, fios e volume do líquido levantado com a
força F´ que se pretende medir, devida á tensão superficial:

Ana Nunes
F=Ƴ4Πr=ƳL

Neste método, usa-se uma placa de platina rugosa em vez do anel. Neste caso, a placa não
será mergulhada, apenas toca na superfície. Deste modo, o liquido adere á placa exercendo
uma força na placa que é F=ƳLcosθ em que L corresponde ao comprimento total da linha de
contacto, ou seja, duas vezes o comprimento da placa mais duas vezes a sua espessura. Não
será necessário fazer correções devido ao peso da massa líquida-gaviómetro.

Definição de índice de refração

A energia das ondas eletromagnéticas pode ser absorvida por algumas matérias dependendo
da sua transparência, isto é, dependendo do maior ou menor grau de absorção consoante das
propriedades do material e da frequência da onda.

Assim, a absorção quântica pelos eletrões das moléculas e átomos é importante para a luz
visível e gamas de infravermelhos e ultravioletas.

Em meios transparentes, quando a luz passa, os átomos que compõem o meio reagem á
variação dos campos elétricos e magnéticos da onda, acabando por retardar a propagação.

Dado que no vazio não existe meio de propagação a ser retardado, a luz acaba por ter maior
velocidade v=v ( f )< c e também depende da frequência f da onda.

A nível macroscópico define-se constantes-permitividade elétrica ε e permitivade magnética μ,


que traduzem o modo como os materiais reagem aos campos externos.

c
Em suma, para cada meio definem-se índice de refração n ( f )=
v (f )
O índice de refração será sempre maior ou igual que 1.

Dado que a velocidade da luz no ar é ligeiramente inferior á do vazio consideramos o índice de


refração igual a 1 para o ar.

Quanto maior n, mais refringente é o meio, por tanto menor velocidade da propagação da luz.

A velocidade da luz depende da resposta dos átomos ás variações dos campos elétricos e
magnéticos da onda eletromagnética, introduzindo um atraso na propagação.

Apresente a lei de Snell e o seu enquadramento.

No interior dos materiais transparentes, a frequência da onda eletromagnética não se altera


em relação á que tem no ar, mas a velocidade da luz altera, por tanto, também o comprimento
v
de onda comp .= =c /(nf ) sendo menor nos materiais do que no ar ou no vazio.
f
Na superfície fronteira, interface entre o ar e o meio onde aluz incide e onde propaga, tende a
manter-se coerente as frentes de onda (linhas ou superfícies nas quais a onda está em fase
com todos os pontos da crista. A única maneira de tal acontecer com a diminuição do
comprimento de onda é através da variação da direção de propagação.

Ana Nunes
Se a luz passa de um meio cujo índice de refração é menor que o índice para onde a onda
passa a propagar, então, o angulo de incidência (entre a direção da onda e a perpendicular da
interface) é maior que o angulo de refração. A relação entre os comprimentos de onda é dada
comp2 v 2 T
por: = =n1/n2. Sendo também igual à razão entre os senos dos ângulos de
comp1 v 1 T
refração e incidência:

comp2 senθ 2
=
comp1 senθ 1
Daqui retiramos a equação de Snell para a refração da luz numa superfície plana de interface
entre dois meios de índice de refração diferentes:

senθ 2 n 1
= ´
senθ 1 n 2
Esta lei também é valida quando a luz incide de um meio de maior índice para outro de menor.

Explique o fenómeno de dispersão de luz branca

Dado que o indicie de refração depende da frequência da luz, portanto, da cor para a luz
visível, então o angulo de refração no violeta é menor que no vermelho e quando a luz passa
do ar para o vidro e provoca a dispersão da luz branca nas suas componentes de todas as
cores.

O angulo que a direção de propagação faz com a perpendicular à interface é sempre maior do
lado de menor índice de refração. Assim, se a luz passar de um meio de maior índice de
refração para outro de menor, o angulo de refração será maior

À medida que se aumenta o angulo de incidência, o angulo de refração irá atingir o valor
máximo possível de 90º, com o raio refratado rasante à interface, para um angulo de
incidência menor que 90, designado por angulo critico.

n2
Pela lei de Snell temos para o angulo critico: senθc=
n1
Se aumentarmos mais o angulo de incidência, não vai haver mais luz refratada, sendo toda
refletida de volta ao meio de incidência-reflexão total da luz de interface.

Que princípios físicos se baseia o refratómetro?

O refratómetro é um instrumento ótico que serve para medir o índice de refração de uma
substancia translucida a partir do angulo critico ou angulo limite de reflexão total, ou seja,
quando a luz ao atravessar um meio para outro sofrendo refração, uma alteração do angulo de
incidência. Assim consegue-se determinar a concentração de uma substancia na solução ou
grau de pureza.

Explique em que consiste o fenómeno de difração

Consiste no desvio da direção de propagação da onda ao encontrar uma fenda ou objeto da


mesma ordem de grandeza da onda. Não propagação em linha reta, mas sim em todas as
direções tornando-se numa onda circular.

Ana Nunes
As técnicas de caracterização e análise por difração baseiam-se no fenómeno de interferência
entre as ondas circulares ou esféricas provenientes da difração por muitas fendas pontuais, ou
lineares muito estreitas, de largura menor que o comprimento de onda incidente.

Oque é a rede de difração?

Se tivermos um número de fendas superior a duas com a mesma largura e colocadas a


distâncias iguais, ocorre interferência conjunta entre todas as ondas circulares ou esféricas,
sendo válidas as mesmas expressões para máximos e mínimos de interferência.

Porem, á medida que o numero de fendas aumenta, cada vez há menos pontos intermédios de
intensidade nula (mínimos), concentrando-se cada vez mais a intensidade á volta das posições
dos máximos de interferência.

Assim, quando temos muitas fendas iguais e à mesma distancia entre elas, em numero da
ordem de grandeza das centenas ou dos milhares, temos uma rede de difração, em que as
posições dos máximos de interferência são dependentes do comprimento de onda:

mcompr .
senθ=
d
Se a luz que incidir na rede de difração for constituída por mais do que um comprimento de
onda, como nos espetros de emissão atómica, a observação da distribuição de intensidade
luminosa de um único dos máximos de interferência funciona como um método
espectroscópico utilizável na análise da luz emitida ou reemitida por qualquer material.

A partir deste efeito de dispersão é possível distinguir e medir os comprimentos de onda e das
frequências da radiação emitida em transições quânticas.

A dispersão por um prisma também permite fazer espectroscopia atómica.

Oque é a difração de raios X e a sua aplicabilidade?

Em vez de uma fenda pode-se tratar de obstáculos muito finos, por exemplo, cabelo ou
partículas muito pequenas aproximadamente esféricas que o fenómeno de difração ocorre na
mesma.

Se a luz incidente constituir um feixe de raios paralelos, como num feixe de um laser, a maior
parte da intensidade luminosa continuará em frente, mas uma pequena parte será difratada
pelo obstáculo. Se o obstáculo for um fio propaga-se uma onda cilíndrica, se for pontual
propaga-se uma onda esférica.

Um numero muito grande de fios ou de pontos iguais e igualmente espaçados constitui uma
rede de difração.

O mesmo acontece com átomos de materiais cristalizados, ou seja, no caso no material


inorgânico NaCl que contem átomos Na+ e Cl- coesos entre si por ligações de modo que é
estabelecido um padrão geométrico que se repete de ião para ião em grandes extensões
espaciais que constituem o volume do cristal. Constitui-se assim uma rede de difração.

Se utilizarmos uma onda eletromagnética com um comprimento de onda adequado


comp.=d(comprimento entre os átomos), como raios-X obtemos uma interferência construtiva
para determinados valores de θ .

Ana Nunes
Se usarmos luz visível não se observa nenhuma interferência.

Para analisar e caracterizar a estrutura de materiais cristalinos, utilizam-se feixes


monocromáticos de raios-X com uma direção de incidência no cristal bem definida e
controlada. A partir de um detetor de raios-X adequado, procuram-se as direções do espaço à
volta do cristal em que há máximos de interferência, normalmente espalhados a três
dimensões.

Num cristal mais complexo, como o de um sal de lítio de DNA, o padrão de direções de
interferência é também mais complicado, proveniente das múltiplas sub-redes estruturais com
repetições que provocam difração de interferência.

Ana Nunes

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