Dra Delfina LOURENÇO Dra Neusa MULANDA BIOESTRATIGRAFIA Coluna estratigráfica da Bacia do Kuanza Unidades biostratigráficas
Bioestratigrafia: é a parte da Estratigrafia e da Paleontologia que
trata da distribuição dos fósseis no registo estratigráfico; subdivisão e organização dos materiais estratificados em unidades bioestratigráficas (base no conteúdo fóssil - Biozonas). Se utiliza para conhecer a idade das rochas sedimentares (datar). Se fundamenta na evolução temporal constante de organismos. Relacionada estreitamente com a Paleoecologia => evolução está normalmente produzida por câmbios ambientais. Paleobiogeografia => distribuição estratigráfica de um fóssil depende de sua distribuição geográfica.
Classificação estratigráfica: corresponde a subdivisão e organização
sistemática das sequências estratigráficas em unidades nominais baseadas no conteúdo fóssil. As rochas, que não contém fósseis não possuem carácter bio estratigráfico. Bioestratigrafia • Domínio de aplicação: rochas sedimentares (ou volcano-sedimentares)
• Normas para definir Biozonas (marcadores zonais)
– Morfologia diferente: facilmente identificável
– Distribuição geográfica ampla – Especificação da classe de Biozona e seus limites – Base taxonómica, abundância – Facilidade de reconhecimento – Estratotipo Definição Biozona => conjunto de estratos caracterizados por conter um fóssil/fósseis que são diferentes dos estratos adjacentes. => espessura de uma biozona pode variar de uma localidade a outra.
=> extensäo paleogeográfica de uma biozona varia: desde biozonas
locais até globais. => Limites inferior e superior biozonas se denominam BIOHORIZONTES Principais atributos Os limites laterais e verticais dos estratos que constituem uma unidade bioestratigráfica representam os limites da ocorrência dos seus elementos bióticos característicos • Independência das unidades litoestratigráficas=> os limites de uma biozona podem ou não coincidir com os limites das unidades litoestratigráficas
• Independência das unidades
cronoestratigráficas => os limites da maioria das unidades bioestratigráficas são conceitualmente diácronos, devido às mudanças de fácies deposicionais, variação nas condições de fossilização, tempo de migração
deslocamento lateral de biofácies (não-
marinha, costeira e marinha franca) em decorrência de variações ambientais, e duas assembléias fossilíferas distintas, resultantes da sucessão dos fósseis no tempo Os limites laterais de uma dada biozona são definidos com base na distribuição biogeográfica dos taxa que a caracterizam, e os limites verticais dependem do alcance estratigráfico dos referidos taxa => os limites das biozonas podem sofrer grande variação
Mudanças na base taxonômica do fósseis-guia podem aumentar ou
reduzir o conjunto de estratos englobados em uma unidade bioestratigrafica
Biozona hipotética indicada por seus limites geográfico e
vertical. Os limites laterais são estabelecidos com base no alcance biogeográfico do táxon e os limites verticais são controlados pela persistência do táxon ao longo do tempo geológico Tipos de Biozonas • A Biozona, designada frequentemente por Zona (quando o contexto é conhecido) Exemplo: Biozona de Globorotalia Margaritae; Biozona P5;
• Existe diferentes tipos de « zonas »
– Zona de amplitude – Zona de associação – Zona de Concorrência ou Coincidente – Zona de Intervalo – Zona de abundância (apogeu) Unidades biostratigráficas
Biozona de amplitude: Conjunto de estratos contidos no intervalo dos
alcances estratigráfico e geográfico conhecidos de um táxon particular, ou seja, entre seus primeiro (FAD) e último aparecimento (LAD) globais. Os limites de uma zona de amplitude correspondem às ocorrências estratigráficas mais inferior e mais superior de um determinado táxon na seção.
Este tipo de biozona recebe o
nome do táxon cujo alcance representa
FAD (1ª aparição) - marca a superfície estratigráfica
a partir da qual aparece um determinado taxon;
LAD (última presença) - que corresponde as
superfícies estratigráficas a partir da qual o fóssil não esta registrado. Unidades biostratigráficas
• Biozona de assembleia ou associaçäo: formada por todas as categorias de
formas fósseis presentes. Corresponde conjunto de estratos caracterizado pela ocorrência de três ou mais taxons em uma assembleia natural, que o distingue dos estratos adjacentes. Nem todos os membros da associação necessariamente devem estar presentes para que uma determinada seção seja atribuída a uma dada zona de assembleia
O alcance estratigráfico total de
quaisquer dos taxa escolhidos como diagnósticos pode se estender além dos limites da zona Unidades biostratigráficas
Zona de extensäo concomitante ou coïncidente
Conjunto de estratos que engloba a interseção dos alcances estratigráficos de dois taxa. Uma zona de concorrência pode incluir taxa adicionais, mas apenas os dois taxa especificados são utilizados para definir os limites da zona. Os limites são marcados, pela ocorrência estratigráfica mais inferior do táxon com alcance mais alto, e a ocorrência estratigráfica mais superior do táxon com alcance mais baixo.
Este tipo de biozona recebe o nome de
um ou mais taxa que a definem e caracterizam. Unidades biostratigráficas
Biozona de extensão intervalar: conjunto de estratos entre dois biohorizontes
especificados. Definida na base pelo aparecimento (FAD) ou desaparecimento (LAD) de uma espécie; e no topo pelo aparecimento (FAD) ou desaparecimento (LAD) de uma outra espécie
As zonas de intervalo recebem os nomes
dos taxa que caracterizam seus biohorizontes limitantes, sendo que o nome do taxon que define o limite basal deve preceder o nome do taxon que caracteriza o limite superior. Unidades biostratigráficas
Biozona de abundância, apogeu ou acme: corpo de estratos nos quais a
abundância de un taxon particular ou de um grupo específico de taxons é significativamente maior do que o normal encontrado em partes adjacentes da sequência. Limites quantitativos A abundancia incomum de um ou mais taxa no registro estratigrafico pode ser o resultado de inúmeros fatores ambientais, o que não quer dizer que esta não represente um marco temporal Unidades biostratigráficas
Intervalo estéril: Corresponde a intervalos estratigráficos sem fósseis. São
comuns nas secções estratigráficas entre sucessivas biozonas ou no interior de uma biozona. Estes intervalos não estão sujeitos a classificação bioestratigráfica.
! Na prática, os intervalos estéreis podem conter fósseis => estéril relativo
ao grupo fóssil que se está estudando. Limitações Problemas de tipo taxonómico: necessidade de excelentes taxons guias. Utilização de FAD e LAD => Valor local e NAO global. Endemismo – extinções locais.
Hiatos: a falta de sedimentação durante certo tempo resulta em um registo
micropaleontológico incompleto, consequentemente induz a erros (p.e., falsas extinções).
Problemas tafonómicos: produzem un registo parcial e desordenado (p.e.,
dissolução de um determinado taxon pode ser interpretada como uma extinção; a bioturbação pode misturar artificialmente varios taxons).
Factores paleoecológicos / Preservaçäo
Variações paleoambientais produzem desaparições cíclicas de especies (p.e., transgressão-regressão, salinidade)
Ausência de rocha/litologia compatível com a preservação do organismo (fossilização)
Ausência de uma litologia reflectindo um fácies compatível com o modo de vida da espéci
Inconformidades (ausência de rocha de determinada idade na secção)
Aplicações Correlação baseada em três Fosseis Index Bioestratigrafía integrada
Se utiliza o máximo possivel de
microfósiles para melhor datação dos sedimentos.
Possivel uso em Paleoecologia
Principais grupos de fosseis utilizados em bioestratigrafia (meio continental) Principais grupos fosseis utilizados em Bioestratigrafia (meio marinho)