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A Sl) Atencio e Interpretacaio Ordem do Mérito por Servi tiniea, Membro do Real Colésio de Cirurgides. Licenciado, pelo Real Colds de Mésicos. Anant Dieta da Sociale Butniss de eanalise ATENCAO E INTERPRETACGAO Uma Aprosimagao Cientifiea & Compreensio Interna na Psicandlise e nos Grupos Colegdo Psicologia Psicanal Directo de JAYME SALOMAO Membro-Associado da Sociedade Brasileira de Psicanilise do Rio de ‘aaeiro, Membro da Associagio Psiquidtrica do Rio de Janeiro Prefdcio de FRANK PHILIPS Tradugio de CARLOS HELEODORO P, APFONSO IMAGO EDITORA LTDA, Rio de Janeiro Titulo Original: ATTENTION AND INTERPRETATION A Scientific Approach 10 Insight in Psycho-Analysis and Groups ‘Traduzido da 1.* edigio, publicada em 1970 por Tavistock Publications Ld, Londres, Inglaerca Copyright © by W. R. Bion, 1970, Tavistock Publications Lid. 1973 Direitos para a lingua portuguesa adquirides por IMAGO EDITORA LTDA. Rua Siqueira Campos, 65-B, sobrado — telefone 255-2715, Rio de Janeiro, que se reserva a propriedade desta tradusio Impresso no Brasil Printed in Brazil INDICE Preficio A Edigio Brasileira (Frank Philips) 1 2 A Medicina como Modelo 3. A Realidade Sensorial ¢ a Psiquica . 4 Opacidade da Meméria ¢ Desejo 5 Teorias: Exemplo Particular ou Configuragio Gent 61 6 : 7 8 0 Mistico © 0 Grupo Continente € Contido 10 Imagens Visuais © Invariantes 11 As Mentiras e 0 Pensador . Continente © Contido Transformado . PREFACIO A EDICAO BRASILEIR* ‘A importincia para o trabatho dos psicanali##s 80 Brasil — e também em Portugal — que estdo interessad® RO assunto deste livro de Bion foi avaliada pelos Drs, Carl Heleodoro ‘Alfonso ¢ Jayme Salomio. Sua colaboragio, ber como a de D Maria Regina Affonso Jungueira, que contibuiu com a maior parte do exaustivo trabalho da tradugtio, foi °™ Sencrosa, ‘gracas principalmente & maneira altamente competMe com que Tevaram a cabo a tarefa gue accitaram. ros ¢ portugueses que ja 1e¢m™ este livro estardo mais capacitados pat @pfeciag © fo na tradugde, do que aguées que em agora pela primeira vez e em sua propria Iingua, Forem, 0 Hivro sera assim um tanto mais recompensador para °° colezas de pois a lingua inglesa nio & nada fécil. jeuldade com 05 assuntos deste '¥F0 de Bion. © autor trata de temas para os quais uma “Lingus” esté ainda @ ser inventada € qualquer psi problema incorrer em grave ti vimento, A abordagem de mais & nossa disposigio, sera apreciada pt 4! sentido em sua propria experigncia analitica alg? natureza dos problemas revelados. Os colegas qui i testemunharam os azares 4 #bordagens sabem que 0 perigo é de #40 reconhecer 1 — Introdugao Duvido que ‘a no ser um psicanalista, entenda er psicanalista que exerca a profissio compreendera © ‘que quero dizer, porque, ao invés dos que s6 sobre psicanilise, tem a oportunidade de experimentar por si mesmo o que, neste livro, represento apenas por palavras ¢ formulages verbais destinadas & tarefa, Essas palavras e formulagées foram desenvolvidas a partir de experién- ias_concr eserava da emogio ¢ 6: racionalizar a experiéncia emocional. & fungio da fala comunicar , As vezes, comunicar erradamente forjado desse mater idequadamente, quando, como na pr tais céleulos so necessé to & essencial para que o psica 1 jcaz numa abordagem psi esperar que a capacidade do ar set essencial ao psicanal ate seri uma desvantagem, sta permita a ele esta Ou, dizendo a mesma oder de susten “ams ateng: Jo para mentit qualquer retanto, minha experiéncia em aptiddo para mentir — tio universal que apenas um mentiroso poderia menosprezar sua avassaladora natureza — tem seu prd 19 abjeto de estudo, © & ignorada, ‘analisando, Em resumo, sua esfera, a presa a uma experiéncia particular, a q do analisando, Para fazé-lo deve empregar Exito.? Isto quer dizer empregar métodos que partida de durabilidade ow extensio. num tempo ow s vezes como sintoma de persona ide pr diz: “De repente, assim que terminei © almogo, ele jogou uma caneca de cerveja no meu rosto, sem nenlum aviso. Conservei 2 calma © no mostrei ressentimento algum, em tudo me lem- bbrando do que voc? me hav inguém percebeu Esta verbal indo? ‘Jo temos instru jo com a grade? — para iro a fazer a interpretagao, para auxiliar a observagdo,-e nao como substituto para a observagav. Recomendo a outros um conveniente estudo da se que a diferencia dos fendmenos aparen- es. O psicanalista det n, 1961). © individuo 6, da mesma do grupo. Por isso lags, exeeto por caso, Por exemplo, a toxico- 0 disfaree para a psicose, a men ificada como um aspecto da toxicom: Bion, trad. bras, es, 1966, onde 0 Convém que os psicanalistas determinem se se referem aos meios de comunicagio, incluindo comunicagao verbal, como is-em-si, ou se consideram outras coisas-em-si as quais estes elementos de comunicagiio — gestos, agies, siléncios ¢ formu- lagoes verbais — so usados para representar. A grade pretende Jembrar a0 psi em. sua expe rigneia.psican 1m elemento do outro ¢, em particular, reconhecer que tanto 1 comunicagio como 0 uso @ que na, Deve observar se a caract indicada (ou a caractert tem em vista post ie parte do espectro ge espero que no confunda ninguém, mas conduza a uma versa aperfeigonda, Usel os segti sformagdo comega nsformagao. nsformagio do éncia (a coisa-em-si) uma spi is siio semelhantes. Mas o que deve ser exato 10 entre os objetos particulares na 8, © bisturi do cirurgiaio esti incia_a inexatiddo do relacionamento aves se garfo assim como a faca esti para o garf ‘Os olhos estio para a mente assiin como a boca esté para a comida” € uma analogia correta e chama a atengio para um assunto que merece ser_observado, a saber, o relacionamento entre os dois. 2 — A Medicina Como Modelo Muitas pessoas acham que @ psican‘lise, © assim o fez Freud, é método de tratamento de uma enfermidade, Para elas, fa enfermidade se assemelhava & doenga fisica, que, uma vez reconhecida, é tratada de acordo com as regras da medicina, © paralelo com a medicina fof ti, ¢ ainda o 6. Mas, com a evolugio da psicanalise, evoluiram também as diferengas entre cia © a medicina fsiea, de tal mancira que @ lacuna cxistente conhece para di ie os modelos esclarecedores se tornaram opacos, e muitas Em m fe, por causa ir scu médico, que explicaré a nnatureza e a causa dessa dor, ¢ the dard instrugdes para fazer X ou microseopia, ¢ Ihe ministrara E 0 que parce; mais tarde, pode- isculir este relato, Presentemente, ele remos ter rages para 7 ow vé qual Achamos ns troamor adie mental pel fe, ms Tanto © médico como o a voi icanalista concordam ito também pelo suberdinado § cura. & opnido do psicandsta est express carta do Doute Jobson a Bennet Langon: *Nio st se ver vida tal como ela é nos di mi aque adivém da verdad, se que existe alguna, pode derivar do erro é representow como o de um também suscitar no ana- cele erraria, qualquer que fosse a nensional que escolhesse para rpretagio, A escolha da dimensio e da interpretagio poderia ir o anal ‘© analisando; ele nte da abundineia de alternatives sta uma Fesposta, “em que faceta de associagiio mul deve ser considerada como um objeto dé ieas da associagio: — a qual, portat categoria AG da grade, intuigio do analista a um fracionamento faneas. de cla tem a habilidade . a adotar um ponto de vista moral westigado mais tarde. O primeito nterpretagio dar. Qualquer das muitas te pode set notada melhor, Seré ‘multidimensional problem: facetas da formagio do multifacetada; s por uma figura, ppassam através de um ponto a mim, Vd eo com um néimero vo de superficies. Fla depends da realizagio, derivada do pago, de_uma expet el. A tentativa de exteriorizar sr imagem visual € resiita, como se a representagao através de pomtos e linhas fosse, ela mesma, um “espago” resi demais 9 He escrevi iaquela época ¢, nais tarde, em a dor ¢ a frustragao a sofrem © nem. descobrirdo, teremos de conjeturar daquilo que aprendemos im sofrer. O paciente que nao sofre a0 “softer” prazer e isso nega-the 0 encorajamento que ria reevber de uma ajuda acidental jente compreenderia uma_palavra j0 constante, este mesmo paciente a como uma coisa que nio esté presente, © esta, 3 que estd presente, & in fl de uma enum fe 0 termo “al a de associagdes que podem ser inapropriadas, denominei estes objetos de elementos-beta. Estas descrigdes de como os objetos aparecem ao paciente © como aparecem a mim tém a intengio de ajudar a com- preensiio do Iei fio suficientemente rigorosas para 0 goes temo status de e sua dispos este ponto, no passe de um grunhido ou um berro) uma conjuncio cons- ado, Se 0 elemento-beta ou 0 objeto bizarro devam ser classificados como pensamento ou no, & matéria de conveniéncia cientifica, a qual podera a ~ ser determinada mais tarde. Susiro, provisoriamente, que todos fos elementos-betasejam diferenciados dos elementos que Penetram nos processos mentais do paciente B, considerando © ailtimo como pensamento e 0 anterior nao, Os Pensamento mais gent clementos-alta, em di tos © la_-mental im, eles 60 do geometra deri le uma coisa estava” deve ser onde, na minha expe ido dizer que “um sentimento de. depressio “espago” é costumay Mostre um aspect qualquer outra emogio diferem. imagens pode passar ravés do pensamento Postulando espago mental como uma neognoscivel, mas que pode ser representada por n Pensamento, incluo tudo 0 que é primitivo, € coisa-em- pensam; Ifa deseritos anteriormente, Excluo, tos-beta. Os pensamenitos podem ser R {que se aproximam das representagdes do espaco tridimensional este particular: sfo intoleraveis para © paciente A porque compartiham da qualidade frustradora de todas as realizagées, pode ser pré-verb que procura verbalizé-lo ni dele, uma experié observar uma ¢4 constante, Est ele que € visto num mimero de cont similares, tais como: ter dor sem sofré © movimento planetirio porque 0 inventado; néo estar consciente de um fendmi ele foi reprimido, nao conhecer um evento porque este evento no ocorreu, ciemte pa Em todas estas situacdes, os problemas associados requer © pensamento para st Jo. Em todas, 0 pensam ado, diretamente, como, a intuigio, hai um ipulso de deixar a intuigio sem expresso © 0 impulso de expres o de represen- tagio, portanto, intromete-se-na nagio Ta > Ti do material pré-verbal. Uma pessoa aleanga a transformacio; outa, pode tolerar restrigio, niio alcanga. Por isso, ela se priva da frustragio, que o pensamento, se fosse capaz de tole- ri-la, Ihe daria, O comego do prin posto em perigo, Em minha definigdo de pensamento, produziré clementos-alfa, nem sera capaz de pensamento. ‘a qual deveria produzir clemen- tos-alfa, envolve a auséncia de imagens visuais mentais de pontos, 3B imensid0. O que pode, entio, eeer ao observa nsamentos, imagens visuais © ies deve ser por cle encarado como ruinas, restos A, portanto, carece de equi jor como p izagio do espago le precisou esperar oder elaborar a quanto espaciais, ndo tém definigiio. Os eventos de uma an: cespalhados sobre © que, para o analis e io muitos anos, apre- sentam-se, para A, como simples fragmentos de um momento isperso no espaco. A distancia, em tempo, que separa uma rio havia mais sorvete (ice-cream). Dois anos mais tarde cle diz que acha que nio existe sorvete (ice-cream). Se eu soubess onado pels prim ter anotado 0 tempo ¢ o I jo poderia prestar atengdo a essa a. Quando 0 a do tema (L seream), F que eu (no — I seream). irmacio ow intruso “eu apanhei 0 Nessa época, eu pod de uma explo: namento no qual o vineu ito” (I scream). Isto su grito” (I scream) ” (no — I scream). O is vineulado a0 seu objeto at de sorvete). Ist Sendo 0 espaco ment persam-se instantaneai tancia”” entre um pedaco ¢ out Deve-se mostrar ao paciente a evidéncia na qual se baseia a interpretagio; se a evidéncia esti esparsa num periodo de * problema da interpretacio assume sérias qual © paciente esti efetuando inguagem comum, ‘incias de seus pontos de origem ros). Este acontecimento explosive O jo, transformado, no mei clementos-beta, em Jo sujeito a formulagao adequa icfio_correspondent mbora no haja representagdo do espago ment nitada, permite uma ct continuadora expansio © separaedo de elementos-beta, Para © paciente no pode empregar © gedmetra os mensional e, substituindo geomet ia figurativa de Euclides, foi capaz de estender sua investigagio ao espago mul al reservar 0 espaco cuclidiano usado na preparagio psicolégica para as geometrias ndo-cuclidianas, agora disponiveis. Podemos para voltar as realizagdes emoci Necessita-se de formal: — tio goral, \5 para encontrar joras da mesma confi para niio cobrir as ariamente surgiram que torne desnecesss uma diversidade de rei comum que faz esquecer a natureza da frustragio. Muita gente abe que se trata de um fenémeno transitério, eaperimentado € desconhecido ¢ suas dificuldades AAs dificuldades se tornam ainda mais acentuadas quando o material a ser comunicado & pré-verbal ou niio-verbal. O psica 7 & questo aberta tro caso, de acordo com seu temp. ide & ineapaz de frustrat nas suas implicagies negativas e, em caso extremo, ra ela uma “nio- 6 aniquilar a afir- fungio de hipétese definidora, Um modeto seria niio tolera o desmame porque este est dominado perda do scio ¢ que, portant, nfio pode aceitar o que como substitute, O paciente no pode tolerar a hi ‘a pré-coneepgiio (D4) concepeiio (fungées D4). A “ obstruir a cigncia das realizagses, A. “nio- (de alguns obj santo que a ‘com suas proporciona enquanto que od da dependem de io seio) r uma 19 os escolha: ot que pode ser, de i aan para se tornar descreve ou ele pode usar o que seria uma “ndo- de um sistema de alucinose, para de transformagées_em isformagdes em. pin- tura, misici Jo é realeada pelo de comunieagto consideragiio da natureza das reagdes diferir para a “n mostraré que a palavra que representa um pensamento nio é ‘ident ndo representa uma alucinagao. Desde que a similaridade pode ser extremamente préxima cm palavras empregadas em ambos os sistemas e, algumas vezes, para ser combinadas, é ois io € a mesma investigagio cien- icam" ro” (dog) pode significar cachorro (dog) ou Deus (God) (56 para tomar ccnp). Nas transformagGes ndo-psieéticas a invariante & nguagem comum, 0 fato da io psicbtica € niv-psicstica, musical ow present jortanto, inadequada ‘Como as transformagoes verbai cas tém valores compensadores que surgem do fato de serem transformagées de O, € natural considerar-se semelhante possibilidade com a alucinose, Mas a alucinacio nao consiste jesentando 0 todo o tempo fosse aniqn jugar onde © presente costumava estar antes ido. sofrer. O paciente sabe © que (enso, estado, no se realm parte porque hi ocasides em que € conveniente supor ‘© paciente tem crenca tal e em parte porque é conveniente dor, sua ou de wam-se no estado, relativamente sem significado, ), ao qual n quem estou fai esejo aplicar o termo inas reconhecidas, tais como: t lum vértice particular podem ser categorizadas de acordo com a grade, 9) A seg representag 1 sentido de que aguele pa perturbado se tenha ajustado melhor ao que 0 de realidade. Da mesma forma, o psicanalista se a paciente chama de realidade. “Em algum lugar tum “superego” eruel, despido de todas as caracte ‘mente associadas ao superego c, finalmente, da prdpria éncia”. Possui, entretanto, as caracter ” que co um termo expl ie © tempo passa, © eses de obs fe de fato, most exceto o essenc pessoais se usavam sem a indicagio da pessoa a que deveriam se referir, Faltavam partes se como tal, porque comunicam tudo, As sentengas cram mutiladas. Os pronomes iportantes do discurso ¢ arti Meu interesse imediato no & para com 03 ataques a Jo, mas para com um aspecto da transformagio (Bion, 1965). O paciente, tendo-se libertado de uma sétie de afirmagies, presta atengio A interpretagao e, entéio, continua, pela aparéncia externa, no mesmo caminho, Observagiio posterior revela que hd, de fato, uma mudanca, Se minha interpretagio pretendia mostrar-Ihe que ele estava falando para ocultar, mais do que para revelar, algo sobre sua ida sexual, ele se com um “ponto de vista”, um vértice de modo que minha interpretagio esctarece apenas certos elementos, Assim, ele segue 0 matemitico, cuja férmula efetua uma transformagio no espago vetor, Representarei o que acontece, através de um modelo em cémara lenta: © paciente apanha 0 ponto essencial do que digo. A tota- lidade da afirmagio, inclusive a implicagio de que eu sou o analista, & evacuada (0 mecanismo representado pela teoria da jo projetiva). Ele se identifica com o ani por forga de sua intuigio, € eapaz de “ver” o significado da minha invejoso ante mi de sua vide sexual en presentar is, no expressos no intervalo entre interpre (orias para as qu Provas para apoiar a suposi possivel de ex; é mesmo aguela parte ent ment ow até limiada deste, eomparihada com o paviene, que conduriy 4 aumentos de “desejos a Cia Be met aa ha interpretagio, Par: 26 dentro de si mesmo — wm “exoesquel queleto”, Para construir isto, der jgnorincia, de 1 A ri, Com o vértice A, a tealidade seri res e B, a realidade sera liberadora © cone dutora ao crescimento. Alem, as formulagdes t diferenciadas de postu intos uns dos outros ¢ das hipéteses di cossirias, 6 que sio a menos que seja_usada. rada, quer dizer, sada 27 como uma pré-concep duzir a concepcao (E) da posigio esquizoparandide) e, assim, poe em perigo sua prépria consisténcia, livra-se das ve aplica. Aproxima-se O dilema pode ser esta 28 3 — A Realidade Sensorial ¢ a Psiquica , por isso, proponho que se considerem algumas razSes. 5 fatos psicanaliticos nfo podem ser referides de mancira mais direta, indubitével, ou incortigivel do que os de qualquer ‘outta pesquisa cientifiea. Usaret o sinal © para denotar a rea~ a representada por termos tais como realidade ima, verdade absoluta, 0 ente supremo, 0 infinito, a coi . nio eai no dominio do conhecimento ou da apren- identalmente; cle pode set “vir a ser”, mas " Apesar de obscuro e informe, entra no nio de C quando tiver evoluido até 0 ponto de ser elucidado io pela experiéncia, ¢ formulado fem termos derivados da experiéneia sensorial; sua existéncia € conjeturada fenomenologicamente, através de conhecimento adq s fatos da experigncia psicanalitica sfo transformados ¢ formulados. Estimamos o valor dessas formulagdes de acordo m as conigdes sob as quais se dio as transformagdes. As formulagSes dos acontecimentos da anstise, fcitas no decorrer dda mesma, devem possuir valores diferentes dos das formulagdes fcitas extra-sessio, Terapeuticamente, seus valores sio maiores se conduzem a transformagdes em C. ‘A experigncia da psicaniilise fornece um material impossivel de se igualar com 0 de qualquer outra fonte, Esse material deve, 2 associagdio com os sentidos, © impulso para se livrar do estimulo doloroso, jado se est ct sucedida cm suas acumulagoes ¢ a meméria, mais © mais cla tende a assemethar-se com um elemento saturado, saturado com elementos saturados. Um com mente dese incapaz de aprender, por causa da natureza que el 1um dos aspectos mprepado para ct de prazer ¢ esti vazia de componentes de despraz tude com relagio & “meméria” ou “inconsciente” depende da idéia de que ela é um continente das “evacuagdes” cacti “memiéria” nfo & 0 equipamento jo objetivo € O, e isto se pereebe < que esti, ness no da meméria, Os termos que uso devem ser cons como representagées verbais de absoluta em ¢ de Admite-se que isso niio pode ser cor humano; pode-se conhecer sobre ele, em rel senca pode ser recor existe € um postulado essencial da descoberto cientificamente, Nenhuma descobe € possivel sem o reconhecimento de sua exis estar-de-acordo com ele © uma evoluc: se aproximaram mais da expresso de sua expe- . Da mesma forma, a abord ntifica € to essencial igualmente ineficaz, até que uma transformagio C > O se descavolva, A fim de conhecer 0 analisando, o analista recorreu a C. A meméria & uma parte de C. A anotagto (Freud, 1911) é 33 de qu objeto como ientos de meméria, inevi- ientos de categoria Cy a prazer-dlesprazer (em e4 a memoria que esta se encontra a ve estimular a meméria ¢ 0 desejo, embora ambos, meméria renas sugiro ¢ desejo, tenham contribuide com elementos para sua formu- e descjo mpulsos de possessividade © avidez ‘0s impulsos dria ¢ desejo; estes geram sago de membrias © desejos de-acordo assemelha-se a possessiio ‘As classes diferem porque o modo de selegio e, desde que as classes difiram, a interpretagio (a form el itd, A evocagiio daquilo que no man- © desejo. Se re itagdio da “constelagac asso no proceso do 10 durante 0 ia do analista & que tenba uma outra prazer. ido proporeione conver Objesies saber, evitar ci esses termos, para ser priori na {mias ao sistema O. Por alguma divida sobre a re lade da experiéneia psica- nalitica, a qual permanece A recep desejo (que & essencial é essencial para a operagao de digéo patolégica ou me: presente, mas revestido por outro fendm ‘Se esses outros elementos puclerem ser m 9, que © esconde, rados ou suspensos, sua total profundidade e apenas de alucinose is siio manifestagoes tancia secundéti particip: por cle, caminhando, por assim » mum estado de de ver que a estamparia era, realmente, as minhas lucinose © acontecimento mental © tals impresses, dominio, nao dor, Desta forma, 0 fenémeno mental, nio susceptivel de ser voraz, 1 isento das nabilidades estarem préximos do objeto ido, © desprazer © 0 prazet si prové, necessariamente, es a a experigncia, ou interpretagao com a categoria de associages a grade & um insteun estabelecer qualquer rel descobrir_ a ea inter 4 do relacionamento As visdes expressas sobre meméria © desejo, ¢ a necessi- entacio das mesmas como preparagio do ma um ponto de partida para seu trabalho, propor reconsiderar 2 natureza da transformagio projetiva, Alu- 1c, que pode ser observada com o despojamento de meméria deve ter um mecanismo correspondente nos ista pode certas medidas que 0 ca | supor que o paciente tenha, da mesma for ‘edidas”, embora nfo necessariamente as mesmas, para a “ver” 0 que ele ve. a execto por 4 — Opacidade da Meméria ¢ Desejo lagio. £ necessitio s © desejos. Eles ambos se compécm de el eo psicanal je de produ 47 isto 6, 0 estado representado pelo termo “desejo E necessério um modo de representar © fendmeno mental sem palavras (que so inadequadas por causa de seu fundo de experién imagens visuais, ou pode ficar mudo por longos periodos, ou usa palavras que representam evocages de emosaes, veres emogdes podlerosas, mas que desafiam o detectar um contetido © expres evocagies de ira, ansiedade, medo, piedade, a si mesmo incluem, fregiientemente, palavras que dio ao todo ‘um particular colorido: coroa, comogio, comitér gados, indenizagdes, doenga, que sugerem procedim: Dessa maneira o analisando parece estar dem na fala, a nio ser inadequada ou excentric irbio parecesse explicado termos; por outro lado, im dizer que um ga considerar © p psi ha fala e 0 gago como a para fornia Numa carta a Lou Andreas-Salome, Freud sugeriu sew oferecia vantagens © objeto inves- 48 ‘odo para alcangar essa cegucira art iar meméria © desejo. Con- Jo © processo, incluo a compreensio © a re as propriedades a evitar. A. suspensio fungdes de meméria, desejo, compreensio ¢ sentido, juntas ow ‘tica na supressio dessas faculdades pode uuma ou outra de acordo jo de uma realee uma de cada vez. A ‘conduzir a uma hi com a necessidade, sono ott outros estados reconhecidos, devemos considerar se entende por cot reensdo, ow 44 opiniéio de Freud sobte meméria, reud, 1911). Desde que ¢ seu relacionamento com anotacao toda meméria possua um fundo de Prolisszio camente, a operagio de volver uma modal correta observagiio ou el dehard de ser senda como ume pssesso mas pode ornare um possessor da nalidade que a abriy perl enquanto houver progresso, © proceso de racionalizagiio gorias Dc Fe colunas 2, 4, 5, 6, Ce coluna 2, A necessidacde conduzir au A solugio do te atengio a0 i ago do objeto proje- presses sensoriais, Mas 0 desejo se relaciona ‘insaturado”. Hi, de © que ele representa, O problema em ue a discussio pode ser somente sobre earacte- nto que F est relacionado a0 proprio O. © problema em diferenciar de de meméria repousa no fato de que essa diferenga esti “localizada” num “lugar” que ngo pode ser determinado de maneira mais exata do que as paralelas dos trithos de uma estrada z & um termo com wm fundo de npressies sensorial fio possuindo un pano de fundo de impressBes sensoriais, nfo enham um iéncia do paviente A investigagio dos probl. ite € a identificagio com por algo bem diverso. A transformagdo em C deve em O, ¢ C deve ser substi (© ponto em 1a de interseecio da ‘Ty, Na transformagao, sr residual, muitas vezes auditiva e restrita a determinadas espécies de som, é responsivel por induzir uma reagio aguda € dolorosa (similar a reagio de susto vista em bebés). Além do mais, o sacrificio de prazer ¢ dor é uma privagio ‘Ado facilmente tolerada em perspectiva e antipatizada pelo analisando quando este a sente no analista, A privagiio corres- ponde 20 deslocamento do principio prazer-desprazer de sua posigio dominante. Isto no importaria se n&o fosse para uum aparente despojamento simultineo do principio de por ser baseado num pano de fundo de realizagées percept a psique com a mediagdo dos sentidos, © aumento disciplinado de F por supressio de C, ou a subordinagio de transformagses em C a transformagdes em O 6, contudo, sentido como um atague bem sério a0 ego até que F se estabeleca, Se consi- derarmos ‘stritamente que o método psicanalitico consiste no acimulo de conhecimento (possessividade), em harmonia com © prinefpio de reatidade € divorciado dos processos de maturi- dade € crescimento (ou porque o crescimento nio é reconhecido, ou porque, embora 0 seja, 0 individuo sente como inatingivel © além do sew controle) torna-se um estimulo claro da inveja Fonte adicional de distorgdo é a tendéncia a vincular F com © sobrenatural por causa da falta de experiéncia do “natural” a0 qual estd relacionado, A tendéncia ¢ introduzir um deus ow um deménio a ser revelado por F (ou a “evoluir” de O). O elemento F, que deveré permanecer insaturado, torna-se saturado e adequado a seu propésito, Os estigios progressives no exer- Jar proposto a0 analista so re de atraentes. Quanto mais hal desejo € compr. elmente, pelo menos nos primeiros es nogées dolorosas comumente excluidas ou escondidas aparelho convencional de “meméria” da sesso, teorias a ticas, muitas vezes desejos disfarcados ou negages de ignorncia 54 (que cot 2). Excluo, até aqui, a consideragdo de expe- por nio diferirem de experiéncias similares na ho nada a aeresventar a0 que ja € conhecido de contrat dela podem surgir. Mas convém dar uma othada em algumas experigncias mais comuns, somente como adverténcia para quem se disponha a praticar a abordagem que defendo. 1, © analista logo perceber’ que estava até esse ponto, como sinal ica, desconcertante reco- nhecer que no teve ne por exemplo, de que 0 paciente tenha se casado, ou tenha filhos, ou de certos aconte- cimentos que o analisando julga de grande significagio, Se o inte tem tragos parandides € apresenta tendéncia para jorar de justiga julgaria significativos, sinal de euidado médico comum para detalhe, Este seria, certamente, rf quaisquer que forem os riscos, a obrigagao do ani luzir 0 caso de acordo com (os seus eselarecimentos — e no de acordo com os supostos ista adquire presenta pouea semelhanga comos fichirios ¢ extérias de easos com os quais a psiquiatria est familiarizada. Diferirii do que se esperava a luz da teoria an tomando-se uum exemplo comum, um analista pode sentir que s casado; logo, isso si seu paciente idade emocional ¢ a ide baseada na suposigio do contrato de casamento si diiscrepantes. Se isto sugere que o analista deve preservar méria, afirmo que ele sempre o faz assim 35 lidade com que alguém , do que devido & negligéncia, Se o se recorda de que seu paciente € casado, 0 fato we © paciente diga alguma fa esse fato, casado, Mais ced mngio constante) ficam incapazes de preencher a fungdo a que s destinam. Tomando © momento pres i re profundamente dem frase ou @ resposta no depende somente do que se entende por casamento, Porque casamento é apenas um “clemer exemplo: 0 “significado” de marido com quem se ¢ ‘fato" do casam: tipos de fatos, to pertence a uma idade exter simples ate 56 . que © paciente & casado (isto coluna 3) mas que tém uma categori deriva, Seus elementos insaturados esto saturados. O que 0 ende, no que diz respei magies de cate- ages nunca sugeriram to 6, comporta-se de bua a suas afirmagdes ca-se de que real- 10 de afirmacdo que 0 &, casar). Esti claro agora que se o psicanalista se permitiu 0 jogo live da meméria, dejo © compreensio, suas p ira a fazer com que o analista a ve coluna 6 (ct recorrendo a0 fe fazer alguma coisa, pretendendo, aaberto ai expk testemun i a Essa digressdo faz-nos voltar & questéo do que se deve considera um fato, Parece reforcar diividas sobre que sio partes da “mem Deve-se combater a tendéncia a tentar recordar alguma suposta ‘ago diferente e mais agra- “causa” da crise © desejar uma si dio que se supée “ A “memsria revocada” satura as pré-concepges do psicanalista e obscurece o assunto num Ponto cm que a clareza de julgamento e 0 escopo de exercitélo sio capazes de coincidir — a sessiio em curso. Repetindo: a capacidade de esquecer, a habilidade em evitar descjo © compreensio devem ser consideradas como essencial para o psicanalista, A falta na prética dessa disciplina conduziré a uma constante deterioraco na faculdade de observat, cuja manutencdo 6 essencial. A submissio vigilante a tal disci- ina iré, gradativamente, fortalecer os poderes mentais do analista na mesma proporcio em que os lapsos nesta os debi- taro, Essa visio diverge da pritica comumente aceita , por- tanto, convém considerar a base teérica como impl Pritica accita, ita na A idéia de que o paciente A vem cinco vezes por semana € tem feito isso durante meses ou anos esta baseada ground de impresses sensor do individuo como emergéncia do mimero primitive uma espécie de método de assegurar Constante”, de assegurar que © objeto peri luma coi estamos interessados na ai que reaparece. No tomia do paciente; a crenga de que nenhuma mudanca celular ocorre em 24 horas néo é justificada, exceto numa visio grossciramente mactoscépica. O fendmeno ‘mental com © qual nos defrontamos néo pode permanecer inal- terado, mesmo se ndo houve nenhuma anélise. O fendmeno mental deve revelar invaridincia, sendo necessirio observar as 58 invariantes embutidas nesses fonémenos; mas uma invariante & uma caract nfo de permanén formacio. Devemos procurila em transformagio, Um psicanalista que se lembra que A é a mesma pessoa de ontem, abandona-se a a 2, Nao existe raziio ite que © analista 6 a mesma pessoa renga € sintoma de relacionamento conivente {que pretende prevenie o aparecimento de um vazio desconecido, incoerente, informe, e de um sentido persecut6rio associado pelos elementos de O evoluito. ‘Assim, desejo, meméria ¢ compreensio tm a fungi0 co- luna 2 de manter F afastado ¢ impedir que a transformagio em C se torne transformacao em O. Ostensivamente representam ‘um compromisso, no somente por impedirem F ¢ transfor- mages em O; mas substituem-nas por transformagées em C, tude de transformagSes em O ¢ fazem com que a pré-concepgio (D) em C sirva como saturagio a0 para saturagio, “Se eu tivesse tido a chance ular de conclusio (descjar nadar) foi aleangado ¢ impede a insaturagao aque seria sentida se o individuo desejar nadar. Denite as pi bilidades abominaveis, crescimento © maturagio so mais fre ailentemente temidos e detesiados. Essa hostilidade a0 provesso dle maturagio torna-se mais marcada quando a maturaco parece envolver a subordinagio do principio de prazer e 0 surgimento do principio de realidade, Nao se pode dizer que 2 mudanca soja odinda devido a envolver perda e prazer porque a atividade do principio de prazer significa atividade de dor. Da mesma 2 continuagdo do prazer, quando 0 domi impedida pelo do form: de prazer se encontra latente, ndo es principio de realidade, Mas a mudanca do pri de prazer para o principio de realidade significa abandono de controle sobre a proporgfio de desprazer para prazer, deixando-o a forgas 59 situadas fora da personalidade, Estar de acordo ou em unidade fom O € a tertivel perspectiva, Nao prevalece nenhuma expe- wiéncia, que \desafie, essa pré-concepedo, porque se inclui. em meméria e desejo, pertence a C e néo transforma em O, embora [possal marcar, 0 comeso. i; © ponto central é certamente a natureza dolorosa da mudanca em diregio & maturacio. E talvez indtil perguntar por que deve ser dolorosa, pi a intensidade do sofrimento ase! hecivel ¢ por que o sofrimento & tio divide de que lar, seria temido de modo famente ao perigo mental. O m o sofrimento é, contudo, obscuro. Isso no tem nada de especi de um elemento da personal determinar, Uma ciéncia dos relaci A, que representasse o relacionamento de lum elemento com outro na estrutura da personalidade psiquica, Podemos argumentar que as formulagdes matemiticas so ava. » Porque existe sempre um fundo mais concreto ‘com que se podem relacion: © pano de fundo seja ‘ico, Alguma coisa similar pode ser possivel no amento de elementos da estrutura da personalidade. ja aparece tipicamente em outros elementos da perso- nalidade, em todos os que esto preparados pai existéncia, Contudo, no tem chei is impalpével. Nao tem forma, Deve ter to certa © amplamente reconheci deve ser inva aceitar sua inaudivel, arifncia ou nfo seria © se tem invariantes inte em consideragio com operacio e, portanto, existe um grupo bisico de 60 5 — Teorias: Exemplo Particular ou Configurago Geral A controvérsia € 0 “ponto-crescente” de onde surge 0 de~ senvolvimento, mas este precisa ser uma confrontacéo genuina € no um impotente bate-boca entre oponentes cujas diferencas de visio nunca se encontcam. O que segue é uma contribuigéo para juntar visées psicanaliticas diferentes em acordo ou desacordo. ; ‘Ouvindo a controvérsia psicanalitca, senti que se descrevia ‘i ram, ‘4 mesma configuragio e que as aparentes diferengas cram, aie : inseoas; acredita-se que pontos de Contudo, todo © mundo sabe que 0 importante nao € 0 suposto ‘uso de certa teoria, mas se a teoria foi entendida adequada- mente ©, entio, se a aplicagio foi correta. —_ Objetar-se-4 que ‘0 envolve a consideragio criangas, O que nao € pet ¢ da sexvalidade infantil, sem mencionar seu vértice. Espero que evolua um método de designar o vértice com brevidade e pre- 61 iso. O que se segue ¢ um v ara alguma coisa mais ci Para atingir estado m evito qualquer exercicio de Quando estou tentado a recortlar os acontecimentos de deter- minada sessio, resisto & tentagdo. Desisto, se me encontro divagando mentalmente no dominio da meméria. Nisso, minha pratica diverge do ponto dé vista de que se devem guardar as notas ou de que os psicandlistés deviam encontrar um método pelo qual pudessem registrar suas sessdes mecanicamente, ou que deviam treinar para ter uma boa meméria, Se me encoatro sem nenkuma pista do que o paciente faz, e estou tentado a sentir que o segredo jaz excoatlido em algo que esqueci, resisto a qualquer impulso para fembrar 0 que aconteccu ou como interpretei o que aconteceu em qualquer ocasiio. Se acho que alguma meia-meméria esti comegando a se impor, resisto & sua chamada, no importando qui0 pressionante ou desejé essa chamada possa ser. Procedo do mesmo ans desejos: evito entreter desejos e tento exc! wente. (Nao basta tentar fazer isso na sess3o, porque ai € muito tarde: ndo deve itido 0 habito de desejar.) Por exemplo, penso ser um ito sério alguém se permitic desejar 0 fim de uma sesso, ima semana ow de um semestre; interfere com o trabalho 0 fazer ingressar na mente desejos de cura do paciente, cou de bem-estar ou de futuro, Tais desejos corroem o poder que sta tem para analisat ¢ fazem deteriorar progressivamente ospec¢ao mostrar quo difundidos e fre- giientes sao as memérias ¢ os desej0s. Eles esto constantemente presentes na mente © é uma disciplina dificil seguir minha adverténcia, Ha excegdes, todas de um simples ¢ Sbvio tipo. Alguns assuntos serdo facilmente anotados € niio necessitam sobrecarregar a mente como, pot exemplo, os hordtios das 62 sess6es. Seria absurdo se 0 analista se esquecesse de guardé-los € ele pode facilmente anoti-los numa tabela deh ‘A mesma coisa ¢ valida para idade, membros da familia, doengas passadas © outros fatos que se deseja guardar. Isso tem que ser anotado, juntamente com enderegos ¢ mimeros de {clefone porque poderdo scr esquecicos ¢ se prestam a recor- dagdo, Enquanto se estabelece precisamente que o paciente & casado e tem quatro filhos, ndo € fa seu estado mental é o de um homem casado, com quatro filhos, porque nao existe tat estado mental, Além do mais, uma “meméria” © a fembranga de que uma tal anotagéo prover obscureceria grandemente a observagio do estado mental do paciente, que se supde ser mais préximo de um solteiro do que era de esperar, Assuntos anotados com os meios que, no present incluindo meios mentais, sio as experiéncias is ¢ as transformacdes a que se submetem fluem em 2m todas, inclusive as formutagdes mateméticas, um fundo sensorial. © fenémeno central de psican fundo em dados sensoris no tem ; mesmo os sinais que acompanham ansiedade, respirago profunds, por exemplo, seriam mais apropriades para cheirar um perigo, se o perigo tivesse cheiro © se nossos poderes olfativos fossem bem desenvolvidos a ponto de detectar um fendmeno endopsiquico. Um aparelho, Gil para_o perigo sensorial, & instil ou obstrutivo quando o perigo deriva de um fundo mental endo sensorial. Portanto, ‘guardar anotagées para acontecimentos cujo pano de fundo seja sensivel, como a hora em que o paciente deve aparecer, mas no para fendmenos de interesse central para o psicanalista, jd que seu fundo nfo sensori De que forma, e estado mental do p: sei a resposta, disci devemos “observar” ¢ “anotar” 0 Tomo desejo discutir isto mas no 63 iia Disse Freud que tinha que “cegar-se artificialmente para sobre um ponto escuro”!. Isto fornece uma descrever a Grea que desejo cobrir por F. icjalmente cego” com a exelusio de meméria e e F; 0 raio que penetra a escuridio pode ser as caracterist Auavés de F pode-se “ver mental de cuja realidade embora no possa represent formulagdes existentes, © fenémeno fcante tem com exatidio, por © vértice que tenho tentado representar nessa descriglo, pode ser, depois, definido mais acuradamente. Espero que minha sirva, mesmo como esti, para gens. Por exemplo: & mals ficil, para out jar meu trabalho se conhece 0 v. Ele no tem de se engajar num argumento estéril sobre as teorias que uso (num contexto do qual ele pode nada conhecer) se a ele é dada alguma ia sobre o estado mental em que eu as ay Pode-se ver que, com um vértice, as teorias tertio a uti- lidade que ndo teréo com outro; que, se o vértice fosse alterado, outras teorias seriam necessirias para esclarecer 0 fenémeno discutido. Da mesma forma, outro psicanalista compreenderd * a situagdo edipica num contexto no qual talvez As regras so relativamente ficeis para um psicanalista seguir e, quando seguidas, diferentes tipos de pessoas ainda tera, 10s de pacientes, uma experigncia semelhante na, na pagina 48. antigas. A experiéncia a que me refiro € 0 contacto com os aspectos los de O, a realizago que eu chamei, variadamente, de realidade tltima, de coisa-em-si ou verdade. Logicamente, tanto quanto a légica ¢ modelo para minha abordagem, a ia de meméria ¢ desejo libertaré o analista daquelas lades que o tornam uma criatura de suas circunstineias ixam com aquelas fungdes, que so invariantes, as fungdes limo, De fato, isto nio ar disto depen- dora sua fade em alcancar a “cegueira”, que & um pré- requisito para “ver” os elementos evoluidos de O. Reciprocamente, sua liberdade para scr “‘cegado” pelas qualidades (ou sua percepetio delas) que pertencem ao dominio dos sentidos deve capacitar o analista a “ver” aqucles aspectos evoluidos de O, que sao invariantes no analisando. Quanto mais 4 anise progride, mais o psicanalista e 0 analisando adquicem tum estado em que ambos contemplam 0 minimo irredutivel que € 0 paciente, ( incurdvel, porque 0 que se vé é aquilo sem 0 que o paciente néo seria © paciente.) Suponha-se coerentes, plaush algumas anilises, fi imo irreduti © paciente desenvolve estérias sem fim, © aparentemente verdadeiras. Depois de evidente que alguma coisa esti errada: as associagdes variam de relatos de episédios alegadamente veridicos © que provavelmente aconteceram mesmo, a relatos que revelam falhas, embora parecam nao menos convincentes. Esté claro, pela prova interna, que no podia ter ocorrido 0 acontecimento, Mas o tom de seguranga da narrativa teria Se a narragao é nada, o paciente admite a falta ¢ imediatamente comeca a desenvolver outras invences, fazendo com que o analista ou 65 retire seus comentirios e reconhesa a verdade das assergses do paciente ou diga abertamente que ele estd mentindo, Nao adianta explicar detathes deste caso, Considerando as afirmagdes do paciente como transformages e categorizando-as por meio da grade, pode-se fazer alguma coisa no sentido de entender 0 que acontece. Aconselhei (em Os Elementos da Psi- candlise) exercicios deste tipo, mas isto no pressupde que entendimento desta natureza seja necessério, Ao contrétio, tal “compreensao” aparentaré ter por pano de fundo meméria e desejo €, portanto, devemos cviti-la, A importincia do exercicio é facilitar a capacidade do analista para a conjetura, ¢ néo impor-se a uma sessio analitica, Se @ andlise € conduzida da forma que aconselhei, a “evolucdo de O” torna-se, como deserevi, manifesta nas correntes de fabricagao, Deve ser possivel observat jum amplo espectro de categorias de mentiras € 0 que elas representam, Q fluxo de ass mente em tapar qualquer brecha invengao e velocidade (espe: nas fabricagSes) © uma medida de facilidade verbal que pode dar impressio de inteligéncia, especialmente se a meméria e 0 desejo destorcem o julgamento da categoria, Estou interessado, aqui, ndo em diagnéstico, prognéstico, tratamento ou cura, mas no O + podese ver que o analisando “cega” o analista inundando-o com esclarecimento — tantos fatos que © ponto “escuro” niio podia ser “visto”. Essa afirmagio se dis tingue do estado produzido se o analista nfo for bem sucedido em superar memoria ¢ desejo? Somente a sesso psicanalitica pode fornecer a resposta. A atividade extra-analitica e: diivida € a curiosidade no analista, Tal paciente estimula me- miéria ¢ desejo parecendo satistazer mas sem o fazer; tacitamente’ Convida o analista a “lembrar-se” de tudo o que Ihe foi contado. Numerosas questées — aqui vo apenas algumas — se colocam por este comportamento: 65 entita” 0 termo mais apropriado? Se nao, qual € a formulagio correta? Por que © pacie em invengies? c inventa, e 0 que ele transforma A iinvengio difere do mito? B, muitas vezes, uma narrativa plausivel e coerente, mas declara-se como categoria 3, quando, de fato, parece ser C2, Quais iio, entdo, as experiéncias emocionais que devem ser ‘ocultadas © impedidas de emergir? 4 — Como as afirmagées do paciente diferem de outras falsas afirmagdes? Respeito pela verdade vale pouco, comparado com outros véttices, Qual é, entio, 0 vértice? — C? Como isto se compara as objecées de Platio 20 pocta na sociedade? Em consideragio 2 outras falsas afirmagées, supée-se usualmente que existe ou uma idéia errénea de que a mentira é correta, ou a crenga de que se associa uma recom- pensa a capacidade de enganar. Algumas afirmagées ‘do atribuem recompensa a nenhum dos dois casos, mas talvez exista um prazer na criagio, mesmo quando esta s6 se efetue com uma mentira, E uma folie @ deux — uma colaboragio? Certamente, com F poderia ser um conluio sadomasoquista para “envenenar” ou ser “envenenado”. tas questdes $6 terJo resposta no contacto an © paciente, A grade, ou alguma verso melhorada dela, facilita a gindstica mental na preparagdo disso, a ai a 6 — O Mistico e o Grupo incapaz de avaliae Parece absurdo que um psicanalisa se dispoe da reputagao poy inadequada para fundament dade ou de um sentido de sat trabalho que parece, a ele, bem feito, Esta ultima é prove. velmente, © fundamento melhor de todos, mas esté su A tinica_outra pessoa bem colocada para ter lisando. Sua opiniao assunto para escrutinio. Os sentimentos ami da mesma forma, Tais formulagdes no se por algo melhor. sem 0 reconhecimento de que arte, cigncias, como os enten- ios quanto as formulagies reconhecido até o momento, ¢ adequado, £ tio absurdo criticar uma parte do trabalho psic tado positive para’a diset derada_como um termo que Podem-se passar anos antes que entendamos o que é conjugado conjungio, Pode fazer-se em termos verbais? srmos? Criticou-se a psicandlise por no ser uma ci set matematizada, As matemiticas ‘ psicanalista formulagSes apropriadas. Q mesmo ¢ verdade sobre verbalizagées disponiveis, mas isso costuma set posto de Jado porque i savelmenti bem para o analisando que até agora tem vindo analisar-se. Esta situagio tem-se alterado, de um lado, pelo advento dos ‘chamados casos elas necessidades de comu- nicagdo entre colegas psican: E iro_dizer_que os _mecanismos_ps jos de maneira adequada a ou vida (que € sindnimo de crescimento) minado grupo. A forga ruptora do 0 cujo ruptura, estende-se e depende da expressa em agio, discurso, constitui_uma_fungio partic desordenada e ori existem realizags bio numa personalidade; dem a essa teoria, mas penso se comporta como se fosse incapaz Realmente, muitas vezes cle fala ou se comporta como se esti- ido de que sio obvi inocentes de qualquer mm, claramente, uma mensagem de vvesse conv para mi , por parte da perso- ara for nalidade, de empregar sua ex quando se apreseniar a de empregar oloroso, ou se a como a confirmagio de wna e_admiradas.surgem, nifica que ele tem a conta. de ser pago pela popular ow aprovaciio, 0 problema original (p. 7) € a0 it Quanto mais a e de wma forma ist6riea de corroboradas por qualque wacteres que figuram na propria est6ria de alguém, mas servem para negar a qualidade dolorosa da conjuntura dificil at a fonte do embarago, B di desprovido de alguma coisa para a conjuntura iscencia torma-se uma categoria C2 or- tights) dolorosas esperar que a dos desejos ciente ser e considere pos gem advogada no .chard que as intuigdes por ela alcancadas causam nele o sentimento da necessidade de mais, anilise. E possivel que o teste de privagio sensorial envolvido ae desejo esclarega uma necessidade de analitica nio foi sufi- ion no teria ocorrido se 0 analista permanecesse satisfeito com a “atmosfera de privagio” entendida até aqui. O ponto & de importincia porque, se 0 abandono da meméria e desejo traz uma necessidade de resisténcia aumentada, 0s analistas podem ter de aceitar npreet de ser acompa- rnhados de mais anélise, Uma (al continggncia impde revisio de treinamento © manutengio de capacidade para uma catreira psicanalitica que os avangos em Embora seja facil enfrentar a necessidade de mais anilise, € certo que esta deva ser similar ao que experimentamos tendemos quando nos submetemos A primeira anélise, ‘A importincia do inconsciente no deve nos cegar ao fato de que, além de nossas memérias e desejos inconscientes, tratados psicanaliticamente, hd um. de nossas memér ‘oblema a resolver no manuscio s € desejos conscientes. Que tipo de “p jo para 0 consciente? niliso” & nece: © psieético ¢ consciente de que © que sentimos necessita para abordar este problema seri necessirio discutir meméria e desejo relatives 4 perda de contacto com a rea- ide, Supunha-se que o psiestico corta os vineulos com a lade para caminhar em diregiio a uma vida sexual de fan- tasia, mas pretende-se, igualmente, estabelecer liberdade do sexual ¢ correspondente estimulagio, Ele aleanga possivelmente ‘contacto do paciente neurstico , da maneira conhecida em at ico parece ter a mesma rel um resultado que st O psi 74 para aquilo que ndo foi capaz de realgar € que, portanto, per- ie outros pacientes tém para o incons- cicnte, © paciente neurdtico esté interessado em mostrar que ‘0s elementos neuréticos de seu comportamento sto racionais ¢ tico pode “ver” que qualquer ago tem um significado simbélico € que @ conjungéo dos elementos nao é fortuita mas tem um significado claro para ele, Isto pode acontecer desde que ele tenha cortado todos «0s vinculos com tudo 0 que mostre que a conjungio ¢ fortuita ¢ desprovida de significado, isto é, em minha terminologia, insa- turado — um elemento categoria D. A saturagio prematura nvolvida nisso tem o efeito paradoxal de que todos os atos sejam simbélicos e, mesmo assim, o paciente ¢ incapaz de for- magio de sfmbolos, de maneira acessivel & personalidade normal que permite que seus elementos permanegam insaturados, O contacto com a realidade é indesejavel, porque tende io s6 a mostrar que um elemento esti insaturado mas também a saturar 0 elemento Como todos os seus “simbolo: cilmente s&io mesmo considerados como simbolos ¢ niio se deixa nada que possa prem her a funcHo que os simbolos suprem jo-psicdtica, nna personalidade Como isto meméria e desejo? ‘ere do estado produzido pela eliminagio de Primeiro, estou advogando somente uma ruptura parcial com a realidade, Segundo, é um ato de disci ¢ consciente, Terceiro, tem um propésito que parece diferir da manobra psicética, Ele deseja destruir 0 contacto; eu desejo estabelecé-lo. Além do mais, ele esta fundamentalmente interes- sado om destruigtio de contacto sensorial ¢ sua concomitante saturacio, enquanto que eu estou ansioso em dimi sensorial para pér em foco a realidade psiquica. O psicético teme ¢ odeia esse resultado; é uma extensio da realidade. 5 pode ser investigado com met ndlise demor do, mais claro se torna qi ainda que a psicandlise seja prolongada, cla representa Pretendo explorar a a proporsao do conhe, igo de luz exposto. Considerando objegées & climinagio de meméria: parece impossivel haver um vinculo com um paciente sem recordar ‘mas tal reconhecimento niio depende da ja, nem da psicandlise. Depende do pano de fundo de uma experiéncia cuja peculiaridade indicarei por uma sétie de aproxi- mages. Estamos familiarizados com a experiéncia de recordar tum sonho; isto deve ser contrastado com sonhos que circulam a mente, espontincos € no provocados, ¢ desaparecem tam bbém, como que misteriosamente. O tom emocional dessa expe- 76 rigncia no é peculiar ao sonho: os pensamentos também vém espontinea, nitida e distintamente, com clareza que narece ser inesquectvel, e depois desaparecem sem deixar iracos pelos quais Possamos recapturé-los. Desejo preservar © termo “mem cionado a um fundo de experiéncia senst quado aos fendmenos da vida mental, os quais sto inform intociveis, invisiveis, inodoros e sem gosto, Estes elementos ‘amente reais (no sentido de pertencerem a realidade psiquica) so aqueles com os quais o analista tem de trabalhar. Talvez isso contradiga a teoria psicanalitica dos sonhos, flo se recorde que o sonho é a evolusao de O onde O evoluiu o suficiente para ser representado pela experiéncia sen- sorial. Os elementos sensoriais de um sonho psicético nfo repre- sentam nada, So uma experiéncia sensor Quem tenha feito anotagdes cuidadosas do que con: 0 fatos de uma sesso deve estar fat Figncia de que tais anotagSes se apresentam, na ocasitio, dre- nadas de toda realidade: poderiam ser notas de sonhos feitas para prevenir 0 esquecimento, ao acordar, Para mim, esse fato sugere que a experigncia da sessio rela semelhante a0 sonho, nifo no sentido de que os sonhos devam participar da preocupagio da sesso mas de que o sonho ¢ 0 ra izado com a expe- mna-se 20. material ezembro uma reaidade © do psicanalista comparttham ambos da -sonho, A realidade da experitacia psiquica — 0 0 dade humana — € fal, que quanto mals 0 poia era a parte dela que cle foi capaz le Saberd cl; esté formulando este sentido poderoso que ele mento que cessou de ter importincia quando foi formulado. ‘a de lembrar ou recordar destréi a capacidade para 2 Observagio dos eventos psicanaliticamente significantes, e inter- rompe o seu exercicio. Inversamente, 0 sac io da meméria e desejo é prove contribui para a dificuldade de ambos © que ccorreu; na medida em que a expe- ui para ase aqueles elementos recor. adios ¢ esquecidos. O desejo obstrui a transformagio de conhe. cimento © compreensio para ser, "> 0. 78 7 — Continente e Contido Uma vantagem de erer que as observagées constituem 0 fundamento do método cientifi que se pode mencionar n seguida produzir as condigGes em que sfo efetuadas, idade com que isso se da expretagbes das observacdes dessa situagio. E pos- siveLacraditar que a.andlise tenha uma localizacio em tempo ¢ espago: por exemplo, as horas € as quatro paredes da sala do consul e que ela nfo pode cout 5 Gentimentos a reopei dentro” de si_préprio, Encontrei teorias de atuagio que esclareciam, mas nfo © suficiente; menhuma das teorias que conhego “contém" os 79 distingio vengies do Est lista, que dest Ges. Pretendo empregar esses termos s que se repete na s- O modelo pode set dispensado sso seja mais ou menos a Sufismo e na teoria marsista), porque o grupo institucionalizado, (© grupo Trabalho (veja Bion, 1961) é tao essencial para o 20, como ele ¢ homem e mal definida; pouca distingZo se conhece, na psique ividuo, entre ego € superego. O Grupo Operacional, sob 0, deve fazer a diferenga entre homem © deus, jeionalizada tornari © homem consciente desse abismo em si mesmo nas contrapartes de si préprio no grupo de que & membro, A institucionaliza¢io da psicanélise requer um grupo psica- ico que tenha Estabelecimento como uma de suas fungdes. E ele mesmo ica, no mundo exterior, de um objeto no se efetuou a separagio desejada, Sua funcio é en essa sep personalidades de_scus_ membros. je € assim concomitantemente o modelo de um estado desejado lviduo cénscio do e uma cuja fungiio é fazer 0 jato entre ele pr lealizado, superegotizado eu) © ele_propri . i 6 que nio existe acesso }o a0 deus quem outrora se achava unido fami s submeteu-se m pano de fundo de experiéneia humana: Freud ¢ seus asso- los relacionam-se em termos de igualdade, tal como se di 83 ‘0s emocionais préprios de um grupo pri © mais ainda o faz, pelo seu trabalho. ‘ibuem_para_@ obstrugho das do contritio nfo haver comuns, Essa dstingdo nio pode ser aleangada de modo adequado se dizemos que la 6 grupo € uma realidade, essencial para, to de discriminagio no individuo, O préprio indi- luo deve ser capaz de distinguir entre si pr "£4 visio de que ele é oniscie © transeendente & posto em confronto . Quando a fungio do grupo é estabelecer rior mostram sinais de origem 10s podem ser considerados encarnagdes arte de sua propria deidade que reside nele individuo. fantemenie vemo-lo tentar aleancar’a uniéo com a deidade, ou achamos que ele possui, de certo modo, menor gran de igao real entre deus-caracteristicas humanas por um lado, ©, por outro, deuses bem reunigio com det O Freud). F uma discriminagao que signi te deles mesmos de uma crenga em suas qualidades caracteristicas — Freud ¢ o reconhecimento de que Freud, génio (mistico) nfio mais existe, Nao se pode criar outro Freud, nao importando quao essencial ele seja, O_grupo e ico so essenciais um ao outro; é contudo importante considerar como ou por que o grupo pode destruir 85 2 mistico ou o mistico pode destruir o grupo. Indicarei a natureza das questdes em debate, desde que é vital reconhecer a existéncia do problema. Ele inerente tanto & natureza do homem como animal politico como 4 natureza da psicanlise como forga explosiva, © relacionamento entre 0 grupo eo mistico pertence a uma, destas trés categorias: comensalsimbiblieo © paraslico, A mesma categorizagio se apliea a0 relacionamento de “um grupo com outro, Nao me importarei com o relacionamento comensal: os dois lados existem ¢ a existéncia de um é inofensiva de outro, No relacionamento simi tagio © resultado proJuzic crescimento, embora niio se porecba esse crescimento sem certa dificuldade, No retaciona- mento parasitica 0 produto da associagio é uma coisa que destréi ambas as relagdes em associago. A realizagiio que mais se aproxima de minha formulagdo € 0 conjunto grupo-individuo dominado pela inveja. Inveja geta inveja, © essa emogfo, auto- perpetuando-s, destr6i enfim igualmente hospedelro paras A inveja no pode set satistatoriamente atribuida a uma ou a a facgio: constitu, de fato, fungo do relacionamento, ico 0 grupo & capaz tanto de , € 8 contribuiggo do mi sujeita a cuidadoso escrutinio, Com esse escrutinio, 0 mis- tico € © grupo erescem em estatura. Na associagio parasitica, mesmo a amizade 6 mortal, Exemplo que se pode encontrar com facitidade € a promos8o do individuo pelo grupo a uma posigdo, no Establishment, em que suas enei de seu papel criativo-destrutive © absorvidas em fungSes admi- nistrativas, Seu epititio poderia ser: “Repleto de honrarias ele afundou sem deixar vestigio”. Eissler (1965), sem mencioniar © principio geral envolvide, mostra 0 petigo do convite, a0 ias so desviadas 86 grupo ou a0 luo, para tornar-se respeitavel: médico ‘qualificado, departamento universitario, grupo terapéutico, em suma qualquer coisa ndo explosiva. A atitude reciproca do istico € que 0 grupo deve prosperar ou desintegrar-se, mas do deve ser indiferente, As atitudes nfo so conscientes nem deliberadas, mas essenciais. Sem elas o grupo néo é um grupo, em 0 mistico um mistico. Um paralelo analitico € a inter- é fe para o estado. mental existente, 0 estado mental que esta sendo interpretado. Pior do que estar uma interpretacio ou certa ou errada a falha da inter~ pretagdo nio significativa, embora nao baste que ela seja sig ficativa, © fato de o ser apenas assegura que ela existe, Ela deve também ser verdadeira. O grupo parasitico pode estar, antes de mais nada, interessado em destruir 0 grupo mistico, ‘mistieas (messiinicas), mas se fracassar nessa io deverd “estabelecer” sua’ verdade ou a do grupo mistico, Eissler poe em discussio a psican: ada”, Suspeita que a psicanalise aplicada, mesmo se “aplicada” para curar pessoas, constitua um método para manter a psicandlise sob controle, tornando-a inofensiva ao Estabelecimento, Isso eu jé expressei em outro contexto, ¢ com uma abordagem diferente, enunciando a regta pela qual o analista nio deve se pen abrigar desejo, mesmo 0 desejo de cura, para no prejudicar (© desenvolvimento psicanalitico, O préprio desenvolvimento no um objeto que se possa “desejar”. A natureza dolorosa do dilema é esseneial. A configurago que se repete é uma forga explosiva com estrutura restringente, Por exemy :0 em contlito com o Estabelecimento, a nova idéia apri- sionada numa formulago que nijo pretende expressi-la; a forma artistica tornada antiquada por novas forgas que requerem re~ presentagao. 87 igica mat a representam tributos a0 trabalho que prossegue sem cesar com esse propésito. Nesse trabalho © homem ¢ a mulher comuns, com fazem uma tarefa que s6. se - Gragas a F aptidées comun Por pessoas exce 5, 8 pessoas com isticos em podem ser desperdi slo. Na sua obra Major Bi jostra como a apoteose do ditado. Jo de outro” 2 © conteddo emocional roblema de refreamento, € isso trouxe is desastrosas para o grupo judaico, O desastre num ponto 10} quatrocentos anos to Agostinho sentiu que jam bem sérias, a ponto de provocarem refutagio em sua “Cidade de Deus”, Ficam os problemas da revelagio mistica em que predo- mina uma relagio, ou pretensa relagio, com a deidade, Fic evidente a necessidade de 0 Establishment fazer 0 que 0 diretério niio conseguiu, Os protestos dos dit estruturada ("“quem sentara & mio ser mais do que meros pontos. ierarquia ¢ da in dade da fungio que © diretério rabinico falhou em exercer, Embora a Igreja te assuntos, a longa ias (veja Knox, 1950) mostra que a estrutura requerida para conter o ensini continuava a ser nais de que 0 mito edipico, € 05 elementos ctistdos referentes a patemnidade ¢ fiiagdo tém uma configurago que sugere um grupo bésico no qual estes, elementos so representativos. Usei o sinal © para denotar essa lade vitima”. Qualquer formulago que sintamos aproxi- nagio de O produz exatamente uma reagio insti- Jo pode florescer is expensas do mistico idéia, ou ser4 muito fraca para conter a revelagio mistica, ‘A formulagio pode aproximar-se da “iluminaggo" de O. Muitos misticos expressam suas experiéncias de acesso direto 4 deidade em termos de luz, mas luz nio € 0 Gnico modelo. (Os misticos judeus em particular acham que a vor representa bem a experiéncia, Para S. Paulo, a luz ¢ a voz so necessérias para representar a experiéncia. £ significativo que os psicanalistas, procurando acesso direto a 86 a parte de O que guage. A observagio psicanalitica nao se permite certamente © confinamento percepeao do que é somente verbalizado: € 0 que dizer de usos mais primitivos da lingua? A suspensio da meméria ¢ desejo promove 0 exerei aspectos da psique sem pano de fundo de experién: Paradoxalmente, a liberagao desses aspectos da psique capa- cila-os a revelar movimentos musculares ndo-verbais da Ifagua, como ocorre com um gago. O predominio da experiéncia sen- a falsidade que para aquelas diferencas, aparentemente tio significativas, mas de fato sem importincia. ive nfio pode desenvolver-se porque esi impedido por tais obstrugdes do “ A institucionalizagio das pala- 90 nie, de maneira a “conte a e destrutiva, A funcao ishment é a e sua forga criat nfo seja destrufdo, 8 — Vértices: Evolugio ‘menos dissimulada se usamos como modelo 0 impacto samento de Jesus sobre 0 grupo ju queriam ter uma regra para re expulsavam det 0s membros do movimento. psican A importincia da. motivagio ica, possuindo, em meus termos, um v Quem observar o grupo acharé que esse vériice € reconhecido como idéias de doencas, tratamento, © cura, As contrapartidas inconscientes Outros gcupos mostraro da mesma forma vértices predo- nantes: desejo de poder, mncia, propaganda, educacio, haverd uma diferenga entre os achados do grupo ¢ 0 vértice agi na. suposiio, de, que. 1 Relativa a espe © mito edipico, o impacto; q) sma, Esses da cura, ‘ando-dinheir io da contigur iato visica que dela se aproxima, A configuragdo que representa 0 rel 0 € a instituigdo serd reconhecida na relagio nocional © a formulagio repre tura, ete.) desi tre a expe- iva (palavras, © serd represen relagio 1 ocasionalmente que 0 “u verso ¢ se expande com tanta rapidez que deixamos de manter © que um soldado chama de “comunicagio lateral”. Tomando um exeimplo sobre o qual sou capaz de opinar: a diferencas fas sejam suas difereneas te6ri que 0 que separa os s. Muitas vezes no me iato. Pelo contririo, senti-me bastante separado que, aparentemente, sustentam as mesmas teorias. Portanto, se femos de medir hiato, que seja em outro dominio que -as em teoria constituem sintomas de dife- uma medida de diferengas. rengas de vértice ¢ 95 | 9 — Realidade Ultima ANE aqui este livro disse respeito & a teoria, © 0s poucos “fatos’ jonados eram modelos ilus- trativos que davam corpo ao que, de outra forma, seria mero exercicio de manipulagao de abstragées. Ele prepara caminho para uma teoria cuja realizagéo € um pano de fundo de pratica psicanalitica. A teoria formula um modelo que decorre de fo. Ela no substitui fe, mas pretende mostrar ise, quem se submete m qualquer ponto da anilise jo ¢ © desconhecido & pequena, de uma sesstio € a pers lidade deseonti pensam que saben igioso proclama 0 acesso com a qual aspira estar em acordo absolute, cia se exprime em termos que creio ser ut mas com uma diferenga que os apro) A penumbra de ass tomar, assim ma do meu pro- ‘des pretende ir em ajuda Aqueles’ Os objetos produzem emanagdes, ou qualidades emergentes ou caracteris evolugao que quase se impoem como fendmenos & personalidade Destas qualidades a personalidade esti Ne ou inconscientemente; clas diferem da realidade diltima um termo com uma penumbra de asso- ciagdes que 0 torna psicologicamente util, mas isso faz com que cle seja inadequado para representar algo incognoscivel por definigio, Igual objegdio se aplica ao termo “ente supremo Meister Eckhart julga que 0 ente supremo evolui até um ponto fem que © homem pode apreendé-lo, como a Trindade, Ao con- jo, o ente supremo é informe e infinito. Milton expressa semelhante na descricao do mundo de Aguas escuras e profundas que “surgiu do infinito vazio ¢ informe”, embora aqui a énfase seja menor na evolugéo caracteristica do ente supremo © maior nna capacidade de apreender atribuida ao objeto apreensor. A abordagem religiosa postula uma emanago © uma encar- nagio da deidade. Ambas as formulagdes so necessérias para representar estados mentais em que ©) estados de um objeto al ‘em fragmentos dispersos entre uma mult te uma interacdo entre algumas vezes clivado dade de objetos. o produz um modelo compensador para 0 Ros concentraremos em primeiro lugar. psicanalista testemunha 0 comportamento de um ser que esti comumente, embora no sempre, conversando deitado num divi. © analista toma a cena como um todo, ou considera qual- as vezes analista; por isso, 1 ucr parte dela. “Todo” ou “parte” silo aspectos de u lidade Ultima que evoluiu alé interceptar a person: observador (veja capitulo 3). Consideremos como base a abordagem @ um pano de fundo de impressies sensori presenga do psic: entifica, associ por exemplo a fa ¢ seu paciente na mesma sala, Se essa 7 fico, mas que 0 ten Jo a objetos dos sentidos, no se idades de que se ocupa a ermo adequatlo para representar a ie se relaciona com o desconhecido ¢ basicamente incognoseivel — com 0. A critica se aptica a qualquer vértice, seja ele musical, religioso, estético, politico; todos so inadequados quando rela- jonados com O porque, com a possivel excesio dar do mistico, esses vértices semelhantes nfo se adaptam a0 que do tem base sensorial, As realidades com que a psicandlise trata, por exemplo, 0 medo, 0 panico, o amor, a ansiedade, a paixao, nao tém pano de {undo sensorial, embora exista um fundo sensorial (movimento respiratério, dor, ) muitas vezes jcado com clas, © depois ica, Nao é p ‘mas uma ciéncia nao F ito ia de estar-de-acordo -a do estar-de-acordo abso- icacio. Nao pode haver geometria de “seme- 96 de analog luto, Ihante”, “idéntico”, A teoria da Encar- lar com ‘ansiedade”, representar essa arse, de modo que possa for- 1. Certos estados mentais obstruem is tarde, Tndica-se por néimero um aspecto de O que evolui. Parti- i cipam da evolugao o objeto, que pode multiplicar-se ou diminuir, © 0 observador, que sente que 0 objeto se multiplica ou diminui. Ignorando © objeto e discutindo apenas © observador, pode-se \ dizer que ele sente que 0 objeto aumenta ou diminui. A con- te indicada pelo nimero desperta a curiosidade ‘que, quando, por que, ov como, “A neces- sidade de saber” (se a mudanga (st) se da nos objetos obser- vados ou no “sentimento”) pode ser ativada, Admite-se que 0 nimero se relaciona a um aspecto do objeto observado, mas com igual propriedade se pode admitit que ele se relaciona a0 mento, Discutirei principalmente o “niimero” na con de nome do sentimento, mas para evitar confusio disting. | por exemplo, R3 (realidade externa) ¢ y3 (tealidade psiquica), a hima denotando um sentimento de “trfade”, contempordneo ‘ou nfo de “triade” como aspecto do objeto observado, Quando falo de “niimero” no contexto de sentimento, 0 nniimero possui associagées em demasia, de modo que eu nfo as determino com preciso, Assim, empregarei (¢) para designar guintes comum, ete.: “A maioria das pessoas. “Milhares (milhées) por todo o mundo. . “A Trindade” “Quatro ou cinco pessoas... “Por semanas (meses, anos) les esperaram Nestes exemplos, os mimeros, usados para representar um senti- mento do observador, podem ser categorizados, segundo os principios da grade, como pretendendo evocar curiosidade (cate~ 99 goria 4), ou como barreira contra afirmagtes que sugeritiam distirbio psicolégico (categoria 2) Esses niimeros foram mudados de y (¢) para R (é), para epresentar realizagdes que se aproximam doles. Essas realizagBes tornam-se as vezes extremamente complexas. Assim a geometria considerada como uma representagio cuja reali- zagio aproximada é 0 espaco, como as pessoas comuns 0 co- hecem. A geometria euclidiana torna-se a realizagio de pano de fando que se aproxima da ilgebra axiomiética, que a repre- senta, euclidiana A ilgebra axiomética desenvolve-se inteiramente indepen- dente de seu pano de fundo. Embora na teoria que desenvolvo aqui eu comece representando sentimentos que fornecem o fundo, 0 exemplo que apresento — dlgebra axiomética — fica por completo independente desse pano de fundo dos sentimentos, As formulagdes H (categoria da grade) comegam a faltar. Que significa o fato de essas formulagées perderem cessarem de representar um “sentiment ou “dez"” fundo sensor @ nio ser com ocesso de transformagao em espago comum, orma a total cia mental ou espiritual que comu- ¥ (®), que , adapta-se com relat sensoriai zagdes sensorial 100 Cerios problemas sio abordados pela matemética, outros pela economia, outros, pela religido. £ bom transferir um pro- blema nio passivel da disciplina A qual na aparéncia ele pertence, para campo da disciplina que realmente pode abordar 0 mencionado problema, Se a geometria euctidiana com problema jonais, geometria algébrica, que pode encarregar-se deles, Assim haverd uma transferéncia de problemas dentro de suas prOprias disci- plinas, de modo a tentar uma solugdo, As matematicas evoluidas pela manipulacao dos “nimer sucesso @ formulagio com a rei 0s néimeros que representam si combinaram com grande ig20 que ela representa, Mas timentos no evoluiram de lina para outra, ou de procedimentos préprios de uma 1a para procedimentos préprios de outra 10 — Imagens Visuais e Invariantes E agora possivel, a partir do material diseutido, detectar um modelo que permanesa inalterado em contextos amplos ¢ aparentemente diferentes, desse modelo a isolar e formular as invari m de que possa ser comunicado. E 0 que fazem as formulagdes de Freud, O pensamento que se desenvolveu com a psi im configuragies fo. Sera que suas formu hantes as descobertas q podem ser st vel rodas as coniiguragées similares ¢ nao le suas configuragées_pretei ntinuar a esclarecer, como agora, 05 trabalhos da lemonstrar os elementos de uma configuragio idade das 0 1V, Paraiso (a imposigao juntas, elas sugerem u 12 configuraciio comum, Curiosamente, a tentativa para diferenciar elementos emocionais resulta em insucesso, Assim, “bom onipotente”, “maldade”, conheci por meio da curiosidade”, “atrogincia”, © assim por diante, cada tentativa enfra- quece © impacto que os elementos tém 20 fazer parte da silbmetem-se a transformagdo semelhante & ho conscientemente recordado ou reprodu- zido em uma obra de arte. A transformago depende de uma © vértice do crindor de mitos nfo meu quando tento esta reformulagio; 0 vértice do sonhador néo € 0 do sonhador em vigélia; o vértice do artista nfo é 0 do intérprete da obra de arte. Da mesma forma, o vértice do psica~ nalista € as mudangas de vértice que correspondem 2 mudangas a cada momento de uma sessio, efeiuam as transformagées tornadas manifestas em associagdes € interpretagoes. narrativa tot que ocorre no Primeiro, deve haver uma diferenga de vértice para tornar possivel a correlagio. Deve ocorrer basicamente no indi (De momento admito que a correlagio é uma da confrontagio e que a confrontacdo é uma parte necess analise.) Mobilizam-se contra a confrontagio as defesas esqui- zofrénicas; a violencia torna impossivel a confrontagio, porque lados ambos os lados da confrontagio. Segundo, 0 vértice ndo deve estar nem muito longe nem iGo se torna impossivel, Como é entre Se o analista quer ganhar a vida, ¢ 0 analisando quer ser curado, como se deve “medic” a istincia” entre esses vértices? Um homem e uma que chamamos de muitas vezes perspectivas diferentes nperamentos, incompativeis”; ou visdes to semelhantes 10 podem estimular-se um ao outro, Existe um sentido q em que se possa medir a di 103 falou tanto que 0 fluxo de pal ficado que desejasse expressar. is abafou todo € qualquer signi- Espero ter transmitido ao leitor © meu sentido por meio do transformagées verbais das imagens visuals que empreguei, satistat6ria, A lequar-se ao rela Jocam excessivamente a penumbra consigo, Em resumo, ¢ uma cujas palavras ou cuja auséncia s de comunicar seu significado. muito poderoso em relagio & a expresso se perde numa “explosio” em que a formulagio verbal é destrui Considerando 03 fundamentos: a comunicagio é sobre um estes se expressam em mal bolos 9 € 2 para expressar um € contido; por enquanto, cont um objeto é colocado num continente de truido. Em. A teoria & qu modo que ou continente ou 0 objeto contido & termos pictéricos, 0 cor uma vagina, 0 c centre esses obj ee Por ci pelos sinais macho e fémea objetos Por depende do outro m \. Por “parasit pretendo apresentar um relacionamento em que um depende do outro para produzir um te iro, que destroi os trés. 105 n homem que deseja co- to dominado pela emogio que jantes sob a teoria que desejo © que cle 1 @ . O aborre- ser cor representado isso corresponde “perfeitamen ram para desen- lade para o discurso bem-escolhido e que sua capacidade para o discurso ajudou seu desenvolvimento emo- ional, Isso contrasta com o fato de 0 desenvo volver sua, 106 11 — As Mentiras e o Pensador mnalista, que tem de empregar, numa ap io entre verdade ias bem corretas e fortes para sobreviver As tempestades emocionais que clas deviam esclarecer. », para os problemas do entendimento, Igo que 0 fildsofo da le, sem ria 2 (reservada para forml A eategor provisoriamente a mentira. Tal categorizaciio supde que se autorizou continvar uma experiéneia até um ponto fem que o paciente sabe que sua formulagio & i \ém porque perturbaria seu desenvolvimento ira pode ser criada porque — na visio do 107 por apropriados, para que realizagées que imam possam apresentar-se ao analista ¢ ao analisando. © cataclisma emocional, contra 0 mudanga cataste cil entender por que a investigacio revela uma posigio capaz de evocar se jonam-se a um sistema moral violentado; do risco de mudanca na psique. Como o 86 pode ter ul para resolver recorri 1s eu se apy Agora, se stipomos qi inverfdica determinard a que surge agora para o a constan nagies — pelo menos teorica- ta a fazer interpretagoes cla e, posteriormente, a aceitar a men- 109 No dificuldades sugeridas. # facil imaginar que ha fatos que inde- pendem ie. A crenga que levou um de um penhasco confiante em sua capacidade de voar © pre- serva de dano © contribui para sua perda porque a de sua crenga, 0 O de sua crenga, rochedo. Mas O, sem tal vér (“encarnado” em) todas as coisas ¢ descor ‘A renga em voar ileso compara-se & crenga el Conforme o vértice, réncia a uma delas. Mas em que escala de © valor da crenca? Ruskin definiu como vivi 7 a teoria fornegam um vinculo (como faz 0 teorema de Pitégoras, com o uso das 1S, para a conversiio da geometria em for- tos de vida e instintos de morte, valioso € vivifieante e o seu oposto. lo homem, 5 slo valiosas © se d ul uldade porque a necessariamente ‘um paciente suicida adota + 0s ve ces, objetivos, falsamente julgados pelo a correto, Jo da categoria 2 & para ver em que sentido suas dores se comparam com as dos outros sistemas ¢ de que mancira os relacionamentos diferem, Tais comprecnsées internas coloca- das 4 disposicio do paciente dio-Ihe oportunidade de corrigic erros. A consideragio de varios sistemas capacita 0 anatista a reconsiderar e corrigir seu prdprio sistema. A categoria 2 envolve conflito com as impresses da realidade; algumas vezes essas impressoes carecem de importincia, mas além de certo ponte, 0 conflito entre a necessidade de saber e a necessidade de negar torna-se agudo e pode iniciar ataques contra a vinculagéo, para : fi Mas isso pressupde rte do mentiroso, ¢, portanto, um modelo que ule detectar. Por isso nto contamos com a percepgio de u yma eapaz de revelar 0 analista. causais. A reagio Ps <> D rev fagio perten- cente a uma realidade que preexiste ao individuo que a des- cobriu. A descoberta mentirosa carece da pobreza natural do genuino Ps <> D. A mentira requer um pensador para pensar. ‘A verdade, ou o pensamento verdadeiro, no requer um pen- sador — ele nfo € logicamente necessétio. Estabelecemos provisoriamente que a diferenea entre um pensamento verdadeiro e uma mentira consiste no fato que uum pensador € logicamente necessirio para a mentira, mas nfo para o pensamento verdadeiro, Ninguém precisa pensar o pensa- mento verdadeiro: ele espera o advento do pensador que aleanca significado através co pensamento verdadeito, A mentira © seu pensador so insepartiveis. O pensador nao tem nenhuma impor- tncia para a verdade, mas a verdade ¢ logicamente necesséria para o pensador. Sua significagio depende de ele entreter ow Zo © pensamento, mas o pensamento permanece i Ao contritio, a mentira gat absolutamente essencial um pensador cita suposi¢ao de Descartes, de que 0 © estado esquizoparanside parece entio peculiar ao pen- sador, que se encontra num estado de perseguigdo por parte de pensamentos pertencentes a um sistema ndo-humano, do- io O esta vi a em evolucio parandide, Se os pensamentos sio entretidos ou ‘ado para o pensador, porém no para a verdade, Se entre- los, conduzem & satide mental; se nZo, iniciam perturbagio. ‘A mentira depende do pensador © com cle ganha Bla 6 0 vinculo entre hospedeiro ¢ parasita num relaci © relacionamento entre a mentira, 0 pensamento, 0 pen- sador © 0 grupo € complexo. O pensador pode expressar a verdade num grupo mentitoso; o grupo pode nfo querer suas idéias perturbadas © seri dominado por mecanismos ¢ formu: lagSes categoria 2, O relacionamento entre esse grupo e esse pensador seré de inveja e ddio, Se o pensador expressa mentiras, © relacionamento do pensador com suas mentiras seré para , € as mentiras © o pensador se destruirdio mutuamente Se a mentira € do tipo “o sol nasce ao amanheces © rela. cionamento entre a mentira ¢ o pensador & comensal — esse Pensamento requer um pensador € o pensador é essencial. Mas 0 relacionamento, pelo menos na época atual, é comensal. O pensa- mento de que o mundo permanecerd pode ser uma mentira mas também sera essencial para manter A distincia mentira © pensador & simbici © vinculo entre duas mentes que condvz izacio que pretende representar. A mentira no se res- inge — como a palavra “mentira” implica comumente — ao dominio do pensamento, mas tem sua contrapartida no dominio do ser; & possivel ser uma mentira ¢ isso impede estar de acordo tivo e ganha significado pela natureza mentirosa do que diz, O relacionamento Parasitico entre o mentiroso ¢ o meio-ambiente, correspondendo oja de significado 0 meio-ambiente, O analista que aceita as ‘mentiras age como hospedeiro; se no as accita, contribui para sentimentos de perseguigo por “ser” um pensamento impensado, a4 lum pensamento sem pensador. O pensamento para o qual niio é preciso pensador é também um pensamento que o pensador considera improvavel para contribuir para seu significado. Pelo contririo, uma vez que tenha expressado uma verdade, © pen sador € supérfluo, Resumindo, formulo duas definigdes: 1) © pensamento verdadeiro io requer formulsgio nem pensador, 2) A mentira é 0 pensamento em que sio essenciais uma ormulagio eum pensador. ‘A mentira é peculiar a um relacionamento entre a mente hospedeira e mente parasitica, e destrsi ambas. O pensador pode manter pensamentos se ndo precisa de pensamentos que contribuam para sua importincia © pode tolerar pensamentos que no conseguem fazé-lo. Se essencial ao pensamento, 0 pensador esti em conflito com outros pensadores que também se sentem essencials a0 pensamento. A inveja, os citimes a possessividade que s¢ originam sto as dos elementos t6xicos no parasitismo fisico. Contribuem para a natureza destrutiva da cultura que surge do desenvolvimento da mentira, A necessidade que cada individuo experimenta, de rei como tiniea e essencial sua contribuigo para o pensa- entretém nfo gratificam © narcisismo do individuo, carecendo, Portanto, de interesse emocional. © trabalho que corrobora a descoberta de outros carece de interesse, Mesmo se requer um requer um de‘erminado pensador e nisso asseme- -se as verdacles — pensamentos que ndo requerem pensador, Desde que o interesse do analista est jdos de © e sua formulacao, as formul gadas levando em conta o quanto & neces pensador, ni i ‘nos elementos evo- gdes podem ser jul Pretagdes parecem mostrar qudo necessirios so seu conheci- mento, sua experiéncia, sew cardter para 0 pensamento como formulado, maior razao existe em supor que @ interpretagio & isto 6, al 116 12 — Continente e Contido Transformado Neste capitulo repito a configuragao em formulagées seme- Jhantes a explicagdes de acontecimentos em psicanilise ou em Jue néo tém o status de narrativa histérica sntos categoria C, imagens derivadas de um fundo de experiéncia ou relato de experiéncia, reagrupadas para meu propésito. $e @ contido ¢ continente, 0 uso dos simbolos macho e fémea ¢ intencional, mas isso no quer dizer que se © outros significados fora das impli- cages sexuais, Esses sinais designam o relacionamento entre @ © $. 0 vinculo pode ser comensal, simbiético ov parasitico, Explicagio 1: Denomino os Explicagdo 2: A palavra contém o significado; inversamente, © significado pode conter a palavra — que pode ser ou nfo descoberta, O relacionamento ¢ estabelecido pela natureza do vineulo, Uma conjunsio constante de elementos na psicant pode estar “amarrada” pela atribuico a cla de uma palavra, uma teoria, ou outra formulagiio. A patavra pela qual cla & amarrada pode ter uma penumbra to poderosa de associagdes preexistente, que ela exprime 0 significado da conjungio cons- tante que se supe marcar destréi a palavra, a teoria, ou outra formulago que a formulagio pretende “conter”, Por exemplo, um homem tenta expressar senti- uu? ‘mentos tio poderosos que sua capacidade para expressiio verbal se desintegra num gaguejar ou num inexpressivo e incoerente balbuciar de palavras. Explicagio 3: O continente (@) exteai tanto do contido ( 8) que © contido fica sem substincia. A psicandlise dura tanto tempo que 0 paciente ndo obiém significado dela, Exemplo muagdo até que 0 paciente deixasse de ter tolertincia, fortaleza, ou dinheiro. © continente espreme tudo “para fora” do contido, ou a “‘pressio” & exercida pelo contido de modo que o continente se desintegre. Uma ilustragio € a palavra sada como metifora até que o pano de fundo se petea € a palavra fique sem significado. Explicagdo 4: O casamento em que a telagio sexual 9 @ tem tal importincia que ndo hd lugar para nenhuma outra atividade em que o casal atividades (isto & “outeas tao importante que nao sexual. (AS metiforas usadas nessa expl fora-dentro, continente-contido, modelo @ 2.) F ou s pode representar meméria, O continente 9 é suprido com “memérias” derivadas da experiéncia sensor © pano de fundo sensorial € dominante ¢ as “memérias” com tal pano de fundo sio tenazes. A meméria © est (conse- aglientemente) saturada, O analista que vem para uma sessio 6 4, pois, em situacio de fazer ais desconhecidos porque esses 0, chamado muitas € essencial para o trabalho psicana- nio sio perc veres de “recordar”, € ql \ Veja H.W, Fowler, Dictionary of mod ‘Metaphor® 20. a ish usage, 18 1o, Isso deve ser distinguido do que venho chamando meméria, Quero fazer uma distinggo entre (1) recordar um sonho ou ter meméria de um sonho e (2) a expetiéncia do sonho que parece coerente como um todo, um momento ausente, em outro, presente, Essa experigneia, que considero essencial para a evolugdo da realidade emocional da sesstio, ¢ muitas vezes chamada meméria,, mas deve distinguir-se da experiéncia da recordagio. Em meméria, tempo é de esséncia, O tempo foi muitas vezes considerado da esséncia da psicanilise; no processo de crescimento ele niio tem parte, A evolugdo mental ou cres- cimento é catastt6fica ¢ atemporal, Usarei “meméria” no sentido comum da conversacio; de lugar na conduta psicanalista da psicanilise. Os patentes proximos do paciente estio sobrecarregados com memérias que 6s fazem juizes is) da personalidade do paciente © nio habilitados a analisar 0 paciente, ‘Até aqui, examinei a configuracio como aparece nos limites, das proprias palavras; seu aparecimento numa configuragao mais complexa indica o grau de sua persisténcia, A situagio psicana~ fica fornece © evoca exemplos de configuragio, ela permeia dificuldades que analisando ¢ analista encontram na comuni- cago, Existem experigneias emocionais a serem transmitidas ou representadas, algumas de grande intensidade, Portanto, encontramos exemplos da configuragio ao assunto-tema, € no Explicagdo 5: © paciente ficaré perplexo para trans significado, ou o significado que deseja transmitir sera demais para que ele o expresse corretamente, ou a formulagio seté to rigida que ele sente que o significado transmitido € desti- tuido de qualquer interesse ou vitalidade, Da mesma forma, fas interpretagdes dadas pelo analista, 3, vio encontrar a res- posta aparentemente cooperadora, repetida a titulo de confic~ 119 macio, que priva ¢ de significado ou pela compreenséo ou pela desnudagao. Se 0 significado nao for observado ou demonstrado, pode produzir uma andlise aparentemente progressiva mas de fato estéril. A chave repousa na observago das flutuagées que ‘bum momento fazem que o analista seja @ eo analisando 3, € noutro, invertem os papi \do se observa esse modelo, os vineulos (comensal, simbi 0) devem ser também observados. Quanto mais fam raglo 2 € 3, € com acontecimentos que se aproximam dessas duas representacdes, melhor seré. A experiéncia essencial no € a leitura deste livro mas a combinegio, numa psicandlise, dos acontecimentos reais que se aproximam dessas formulagées. As freqiientes referéncias a acontecimentos que ocorrem andlise” ou “no pasado” ou “dentro” ou “fora” deve contsibuir para o reconhecimento das realizagdes as quais esses sinais se relacionam, © reconhecimento da categoria do vinculo que esté operando pode ser mais dificil, a néo ser que se obtenka um indicio considerando o tipo de acontecimento que toma o lugar de @ ou 5. Assim um paciente extremamente vortz quer obter © mais que pode de sua anilise dando © minimo possivel; es- Peramos que isso aparega em acontecimentos freqiientes nos Guais 0 continente despoja o objeto contido, © vice-versa. © paciente pode mostrar que fez exigéncias enormes a sua familia mas se ressentiu de fazer alguma coisa por ela, Muitos pacientes tém comportamento desse tipo em ocasiges relativa- mente raras, mas alguns podem mostri-lo em muitas atividades © num grau extraordindrio, como, por exemplo, apresentando incoeréncia habitual, mas exigindo do analista grande precisdo de interpretagio, Esse tipo de paciente no pode ser descrito em termos de narrativa, registrando acontecimentos real primeico. lugar, porque qualquer formulacdo desse tipo fica es que dei a0 discutir meméria e, em segundo lugar, porque é impossivel predizer a forma que sua voracidade iré tomar. Portanto, 0 psicanalista que tenha tal paciente, ou uum paciente apresentando mais ow menos raramente tais mo- delos de comportamento, ou qualquer modalidade entre esses dois extremos, necessita de formulagées teérieas que o capacitem fa ter um espectro de observacio o mais amplo possivel, a fim de ‘que essas configuragées nfo passem despercebides. Se essas for- imulagées sfio muito abstratas, carecem de corpo, Concordante- mente, eu thes dou corpo empregando descrigdes categoria C, mas estas tendem a produzir uma penumbra de associages tio ‘grande que as formulacées ficam saturadas e reduzem a perspi- ciicia do psic es 1-5 poderiam incluir claustrofobia, agora- fobia e atuagdo como ilustragées de configuracio. A atuagio, como se entende comumente, ocorre na “anélise” ¢ a andlise & enti, ela propria, uma parte de atuagio. © paciente claus- tréfobo-agorifobo identifica-se com um objeto que esti dentro fou fora de um continente. A habilidade em ver @ configuragio revela relacionamentos na personalidade do paciente que per- mancceriam desconhecidos. Quando se diz que um paciente esti acting-out a anilise esti “numa situacdo de limites desco- hecidos". Se © comportamento designado como atuagio & tra- zido & andlise, cla pode fazer-se acompanhar de sintomas de claustrofobia no paciente. A coeréncia desses sintomas néo sera detectada caso nao se realizar a configuracdo bésica, Como este Sittimo ponto diz respeito a comportamento de grupo, farei em ‘minha préxima explicago uma formulagdo em terms de histéria, ‘A explicagio parecerii complexa porque pretendo ampliar 0 escopo da configuragio, mas sua complexidade ser menor se temos em mente que a descrigfo tem a mesma configuracio jo ocorre & primeira vista, Talvez ‘As exp fundamental, mesmo se isso seja bo cu explique que novas idgias parecem presentes a novidade delas, ou, a0 contririo, a fungdo da personalidade do -novie © nio se supde inse- Explicacao 6: Esta segiio € em grande parte recapitulagio & expansio do modelo do mistico e © grupo. Alguns misticos chamam a atengio © outros no, porque as condigdes nao sto propicias, © mesmo acontece com as idias. A idéia que consi- dero a contrapartida do mistico ou génio eu chamo de fanica pode confundir-se com a pessoa; um messias. A pessoa chamo messidnica”, Os termos (Os misticos aparecem em qualquer ‘ilo, cigncia, tempo e lugar. Tais pessoas contém a idéia messia- nica, ou a“ “contém” a pessoa que procura encarnar, representar ou manifestar o messias de modo anilogo wer a palavra que deve repre- jetzsehe disse que a sociedade em que aparece o mistico € um corpo cuja fungio & produzir um da sociedade tomar 0 mistico ou a aos membros do grupo. Isso é efetuado por por dogma (na religifo), por regras ou leis (na matematica ou ). Chamo de Establishment o corpo que governa a a contrapartida do dominio do pensamento seria a mbém fungio fazer leis ou regras, de modo que as vantage munhio dos misticos com Deus ou a verdade dade sejam compart 122 © Establishment pode fracassar nessa tarefa, por fal ado, favorecendo pontos de vista no verdadsiros, da, pela adesio rigida a estrutura existente, de modo a estabelecer um vinculo parasitico entre 0 mistico © © grupo 2 € 2. A vida 6 “espremida” do mistico, ou di-se 0 rompi- nento da sociedade ou ¢ Explicagdo 7: O conflito entre 0 mistico € 0 grupo aparece de forma mais exagerada, c, portanto, mais facil de estudar, no relato de Jesus e seu relacionamento com o grupo. Ele mesmo disse enfaticamente, da maneira tipica de muitos misticos, que seus ensinamentos estavam em conformidade com 0 Estal ‘ment existente. “Nao pensem que vim para destruir a Iei ou os profetas: no vim para destruir © sim para preencher” (Mateus 5:17, A.V.). Essa assergio associa-se muitas vezes & percepgio da forca ruptora que, movida de dentro, se abate sobre 0 grupo. O mistico nem sempre afirma que se conforma ao grupo. Ele pode surgir como um destruidor vindo de dentro ou de fora, Nao afirma ter intengdes ou métodos 0s, As vezes se faz uma distingio entre o mistico nillista, que fo, que se nega a adotar métodos violentos, em particular contra seu proprio grupo. Desejo realgar a qualidade ruptora do mistico, se ele afirma que € ot niio ruptor, visto que a qualidade ruptora se associa a hostilidade do grupo para com o mistico e vice-versa, E, além disso, a qualidade que desejo ‘A reagio do Establishment & a ruptura, e isso ele faz incorporando dentro de si préprio o mfstico. A isso corresponde a ilustragio biblica da tentacdo no deserto, em que as recom- pensas da conformidade estao estabelecidas claramente, A con- formidade pode ser a rentincia idéia messifinica ou a aceitagio do papel de Messias. Por outro lado, o mistico pode ser des- atizar nessa descricio. 123 rnesse sentido pressupée igualmente — uso a palavra com a im} contém outra — tiveram de ser do grupo, uma ostensivamente outra a favor de Jesus. Gradativamente se formava upo e um novo Establi is tico, a id tent para conter um messidnica, O grupo judaico aprendeu a manejar » mas as consegiiéneias foram desastrosas para si pré- pric. © grupo cristo, embora encontrando uma solugo dife- rente para o problema, alcangou um resultado singularmente satisfat6rio, Nenhum sistema esteve livre de repetigoes do pro- blema. Um Establishment cristo restaurou a estrutura rom= pida e assegurou sua continuidade adaptando a cle os festivais do paganismo © abrandando desse modo a hostilidade que , de outra mancira, seguir-se & perda de feriados ¢ festas ‘queridos © apreciados. Pode-se expor 0 tema como o de um mite com deuses renovados e rejue venescidos como sant muita clareza Le Il do Par Os problemas do Establishment cristio desenvolveram-se por toda a vida de Jesus. Eram: delineago das fronteiras do upo, selegdo e treinamento, e estabilizagio da hierarquia, Comecemos pelo iitimo ponto, Nos relatos do Evangelho ge Marcos (10: 35-45) o problema foi claramente colocado por Jaime ¢ Joao com suas reivindicagies de status. A réplica de Jesus sugere uma espécie de iniciago ou teste, mas a alegria com que os dois accitaram as condigées faz com que se torne cembora seja claro que Jesus a de suas forgas. Ele também es do Establishment (tai ntios daquele tempo). A proposta de 108. (Milton expressa isso com 1540 do Pandeménio nos Livros pronunciow como existia entre 0: 124 me ¢ Joo referia-se a status € status era uma espécie de substituto para qualificagio. O ponto era que scus desejos (deles) doviam ser satisfeitos como se fossem ex-officio. Pela séplica de Jaime vemos que a “posigio” aleancada ex-officio cra a alternativa que ambos preferiam ao submeter-se & expe- igncia do proprio mistico. Quanto a isso, a solugdo rejcitada satisfaria um dos requisites da sociedade, isto é, tornar os frutos do traballio do mistico acessiveis aos membros comuns que nfo tém as qualificagSes do mistico para estarem de acordo com a divindade. Cedo surgiu também o problema do membro do grupo ¢ de como decidir quem devia ou nfo chamar-se cristio.’ Isso depen dia caracteristicamente da questo da eficiéncia terapéutica do cristo e da cristandade, O problema se tornou premente quando surgicam efeitos terapéuticos bem sucedidos obtidos por pessoas ‘nfo qualificadas como membros do grupo (Marcos, 9:38). No exemplo assinalado, o eritério proposto por Jesus foi a cura bem sucedida ¢ atribuida pelo terapeuta a Jesus. Sio pontos guestionados: membro do grupo sendo o grupo um simbolo de status; o status, expresso pela locucdo “em Vosso nome” como agente terapéutico; 0 resultado terapéutico como critério de membro do grupo. A solucio era empitica mas accitou-se © critério da eficiéncia terapéutica, Por ora, 0 teste de membro do grupo tem especificamente duas faces, a mé- ica ou terapéutica e a capacidade para conseguit resultados. to constitui um problema que tem atravessado stéria. Pode consistir numa exigéncia de que 0 lider seja capaz de prever 0 futuro, em capacitar alguém que alegue ter sido capaz de fazé-lo no passado, ¢ garantir suficiéncia con- tinuada para todas as comtingéncias do futuro. + © mouerno Es quem é © quem nio é judeu. eve @ mesmo pr

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