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GNE 247 – ELEMENTOS

DE POLUIÇÃO DO AR

Evaporação e
Evapotranspiração

Profa. Sílvia Monteiro

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EVAPORAÇÃO
evaporação da água de uma superfície (lagos, rios, oceanos, do solo,
vegetação, evaporação do orvalho e da chuva interceptada pela
superfície), ocorre com a mudança do estado líquido em vapor d’água,
sem que a temperatura tenha atingido o ponto de ebulição (água, 100 °C).

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EVAPORAÇÃO

principal responsável pela evaporação da água de uma superfície é a


radiação solar, seguido da temperatura, vento e da quantidade de vapor
d’água presente na atmosfera.

para evaporar 1grama de água da superfície são necessários em


média 590 calorias, que provém
durante o dia (balanço positivo de radiação) e
durante a noite (fluxos de calor do solo e ar)
(Tubelis e Nascimento, 1980).

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EVAPORAÇÃO

vento tem grande influência na evaporação;


substitui o ar úmido que se encontra sobre uma superfície líquida
por ar mais seco, buscando um equilíbrio e intensificando a
transformação do líquido em vapor d’água;
quanto maior for a velocidade do vento maior será a taxa de
evaporação.

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MECANISMO DA EVAPORAÇÃO
Cerca de 70% da quantidade de água precipitada sobre a superfície
terrestre retorna à atmosfera pelos efeitos da evaporação e transpiração;
água, recebe calor, inicia um processo de aquecimento até que seja
atingido seu ponto de ebulição.

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MECANISMO DA EVAPORAÇÃO

Calor incidido sobre a superfície líquida, não atua mais na elevação da


temperatura, mas como calor latente de vaporização, convertendo a
água do estado líquido para o gasoso;

este vapor d’água, passa a compor a atmosfera, situando-se nas


camadas mais próximas da superfície.

Evaporação potencial: é a evaporação que se processar livremente,


sem restrições do suprimento de água.

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A ÁGUA POLUÍDA FICA LIMPA QUANDO EVAPORA?

Sim

durante o processo de evaporação ela se separa dos elementos que


a contaminam por ter ponto de ebulição (100ºC em condições
normais de temperatura e pressão) mais baixo que eles;
Isso não quer dizer que pode ser bebida após se condensar e cair na
forma de chuva;
 Ela volta a se poluir ao se misturar a outros componentes
atmosféricos ou ao retornar a um local já contaminado.

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A ÁGUA POLUÍDA FICA LIMPA QUANDO EVAPORA?
Contaminação Evaporação Recontaminação
Diversos poluentes, como substâncias têm vapor d' água, livre de
gorduras, detergentes, diferentes pontos de poluentes, migra para outras
micro-organismos e ebulição, não sobem à áreas e pode se ligar a
metais pesados (chumbo, atmosfera juntas. partículas tóxicas suspensas
por exemplo) afetam a Evaporando mais rápido, no ar, como o óxido sulforoso
qualidade da água. a água se torna limpa. e formar a chuva ácida.

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http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/agua-poluida-fica-limpa-quando-evapora-670383.shtml
MÉTODOS DE MEDIDAS

Existem diversos equipamentos utilizados para medir a evaporação


mais comuns: atmômetros (evaporímetro de Piche) e os tanques
evaporímetros ;

Evaporímetro de Pichê
é instalado dentro do abrigo meteorológico;
mede em milímetros de água evaporada a sombra
um papel filtro de pouco mais de 3,2 cm de diâmetro, colocado sob uma
coluna d’água e preso por uma mola, tornando-se úmido.
passagem de água através do papel ocorre a medida que a água é
evaporada de sua superfície para a atmosfera.

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MEDIÇÃO DA EVAPORAÇÃO

Figura. Atmômetro (evaporímetro) de Pichê 10


MÉTODOS DE MEDIDAS

TANQUE EVAPORÍMETRO “CLASSE A”


feito de metal (chapa galvanizada n° 22), cheio de água limpa até 5,0 cm
da borda superior;
 possui forma circular, com diâmetro de 121 cm e altura de 25,4 cm;
 instalado sobre um estrado de madeira pintado de branco, de mesma
altura do tanque.
fica sobre a influência da radiação solar direta e difusa e da ação dos
ventos;
sofre também influência da cobertura do solo no qual está instalado
e da faixa de bordadura.

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MEDIÇÃO DA EVAPORAÇÃO

TANQUE EVAPORÍMETRO “CLASSE A”

é permitida uma variação máxima de 25 mm de água evaporada, sendo


necessário neste momento completar o tanque com água até valor inicial;
leituras são realizadas por meio de micrômetro de gancho colocado dentro
de um poço tranquilizador;
medição é realizada diariamente, sempre no mesmo horário;
poço tranquilizador tem a função de impedir que a água oscile devido ao
vento no momento da leitura;
limpeza do tanque deve ser realizada periodicamente;
área onde fica instalado deve ser cercada, para evitar que animais bebam
a água, gerando informações erradas.
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Tanque evaporímetro “Classe A”

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Micrômetro de gancho e termômetro
TRANSPIRAÇÃO DAS PLANTAS
é a perda de água por evaporação que ocorre nas plantas e animais;
nos vegetais, ocorre predominantemente nas folhas, onde a
evaporação ocorre nas paredes celulares em direção aos espaços
intercelulares;
por difusão, o vapor d’água se transfere para a atmosfera por meio dos
estômatos.
planta necessita absorver grandes quantidades de água para retirar os
nutrientes do solo (retiram a água do solo através de suas raízes);
parte desta água (menos de 2 %) tem o objetivo de atender as
necessidades fisiológicas da planta (constituição de órgãos, transporte de
gases e solutos, compor a fotossíntese, a hidrólise dos açucares, etc.) e o
restante é transpirada.
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MECANISMO DE TRANSPIRAÇÃO

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MECANISMO DE TRANSPIRAÇÃO

fatores intervenientes na transpiração são praticamente os


mesmos associados à evaporação (vento, temperatura e umidade).

luz age como fator limitante, uma vez que é responsável pela
abertura dos estômatos.

transpiração é considerada quase que desprezível durante as


horas sem insolação.

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MECANISMO DE TRANSPIRAÇÃO

Transpiração
estômatos atuam como reguladores da taxa de transpiração,
procurando evitar ou minimizar as situações de elevado estresse hídrico.
estômato é o órgão responsável por mais de 80% da transpiração nas
plantas.

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MECANISMO DE TRANSPIRAÇÃO

estresse hídrico pode ocorrer em duas situações:


solo não contém água disponível às plantas;
solo contém água disponível, mas a planta não é capaz de
absorvê-la em velocidade e quantidade suficiente para suprir a
demanda atmosférica.
elevada demanda atmosférica:
baixa umidade relativa do ar, ou seja,
um elevado déficit psicrométrico (es – ea).

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MECANISMO DE TRANSPIRAÇÃO

manutenção da transpiração ocorre através da reposição da água


perdida, na fase de vapor, que ocorre através do sistema condutor desde
as raízes até as folhas;
gradiente potencial da água desde o solo (Ψsolo) até o ar (Ψatm)
quanto mais seco estiver o ar Ψatm=-100 a -1000atm
(potencial hídrico altamente negativo)
maior será a demanda do ar
Ψfolha= -5 a -40atm
em reter vapor d’água, com tendência
do aumento da taxa de transpiração.

Ψraiz=-1 a -10atm

Ψsolo=-0,1 a -2atm
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EVAPOTRANSPIRAÇÃO

solos com cobertura vegetal é praticamente impossível separar o vapor


d’água proveniente da evaporação do solo (orvalho, água depositada pelas
chuvas) daquele originado da transpiração das plantas;
 assim, a análise do aumento da umidade atmosférica é feita de forma
conjunta, interligando os dois processos num processo único, denominado
de evapotranspiração.
evapotranspiração - descreve o total de transferência de água do
sistema solo-planta-atmosfera.
evapotranspiração é controlada pela disponibilidade de energia, pela
demanda atmosférica e pela disponibilidade de água no solo às plantas.

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Fonte: Google imagens
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Fonte: Google imagens
EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL (ETP) ou REFERÊNCIA (ETO)

é a quantidade de água transferida para a atmosfera por unidade de


área e tempo;
superfície natural e totalmente coberta por vegetação baixa com altura
uniforme e elevado índice de área foliar (IAF),
a grama é a principal vegetação adotada ou, em alguns tipos de clima, a
alfafa;
teor de água do solo próximo ou na capacidade de campo;

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EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA (ETC)

é a quantidade de água consumida por uma cultura sem restrição


hídrica em qualquer fase de seu desenvolvimento;
ETc pode ser entendida como sendo a evapotranspiração potencial
que ocorre em cada fase de desenvolvimento da cultura;
ETc é fundamental em projetos de irrigação, pois representa a
quantidade de água que deve ser reposta ao solo para manter o
crescimento e desenvolvimento em condições ideais;
determinação da ETc é difícil e sujeita a muitos erros;
forma mais usual para se obter a ETc é pela aplicação do coeficiente de
cultura (Kc).

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Coeficiente de cultura (Kc)

é adimensional;
representa a razão entre a evapotranspiração da cultura (Etc), e a
evapotranspiração de referência (Eto);
é determinado empiricamente;
varia com a cultura, com seu estádio de desenvolvimento, com o clima e
práticas agronômicas adotadas:

ETc
Kc =
ETo

valor de Kc aumenta desde um valor mínimo (germinação) até um valor


máximo (cultura em pleno desenvolvimento), e decresce a partir do início da
maturação;
Coeficiente de cultura (Kc)
valores de Kc, médios para diferentes culturas, em diferentes estágios
de desenvolvimento ( Doorenbos & Kassam (1994).
EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL (ETR)

é aquela que ocorre independente das condições de contorno pré-


definidas para a evapotranspiração de referência (ETo) ou da cultura
(ETc);
ETr ocorre em qualquer circunstância, independente do tipo e das
condições da cultura, da dimensão da área e da umidade do solo;
pode atingir valor menor, igual ou superior a ETo.

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FATORES DETERMINANTES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Climáticos: Radiação líquida (Rn)

 é a principal fonte de energia para o processo de evapotranspiração,


dependente da radiação solar incidente e do albedo da vegetação.
determinado local, a disponibilidade de energia (radiação) é controlada
pela reflexão da superfície (albedo);
vegetação mais clara reflete mais que as mais escuras e, logo, têm
menos energia disponível;
sob mesmas condições climáticas, uma floresta evapotranspira mais que
uma superfície gramada.

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Climáticos: Albedo

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Fonte: Google imagens
Climáticos: Albedo

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Fonte: Google imagens
FATORES DETERMINANTES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Climáticos: Temperatura

temperatura do ar provoca aumento no déficit de saturação de vapor


d’água ao longo dia;
quantidade de vapor d’água varia em proporção menor ao longo do
dia, tornando maior a demanda evaporativa do ar.

Climáticos: Vento

remove vapor d’água do ar junto às plantas para outros locais;


é responsável pelo transporte horizontal de energia de uma área mais
seca para outra úmida;
 contribuindo para o aumento da evapotranspiração.
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FATORES DETERMINANTES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Climáticos: Umidade relativa do ar (UR)

atua juntamente com a temperatura;


quanto menor a UR, maior será a demanda evaporativa, logo, maior a
ET;
vapor d’água transferido para atmosfera é controlado pelo poder
evaporante do ar;
quanto mais seco estiver o ar, maior será a demanda atmosférica.
existe interrelação entre a disponibilidade de água no solo e a
demanda atmosférica.

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EVAPOTRANSPIRAÇÃO (ET)

Fatores da planta

Espécie: fator associado aos aspectos morfológicos da planta, tais como,


distribuição espacial da folhagem, resistência interna da planta ao transporte
de água, número, tamanho, e distribuição dos estômatos, exercendo
influência direta na ET.

Albedo ou coeficiente de reflexão: influencia diretamente na disponibilidade


de energia (Rn) para o processo de ET. Ocorrendo maior reflexão, haverá
menor energia disponível.

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EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Fatores da planta

Índice de área foliar (IAF): acompanha o estádio de desenvolvimento e


crescimento da cultura, aumentando a área foliar transpirante.

Altura das plantas: as plantas mais altas interagem mais eficientemente com
a atmosfera, extraindo mais energia e a ação dos ventos é mais relevante,
aumentando a ET.

Profundidade das raízes: diretamente relacionada ao volume de solo


explorado. Plantas com raízes superficiais, por explorar volume menor de
solo, em períodos de estiagem não conseguem extrair água suficiente para
atender a sua demanda transpirativa.
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EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Umidade do solo:

Influência da umidade do solo na relação ETr/ETp, equivale para a


relação ETr/ETc.
quanto à capacidade de armazenamento de água, os solos
argilosos possuem maior capacidade de armazenar água do que
os arenosos, sendo capazes de manter a taxa de ET por período
mais longo;
solos arenosos as raízes tendem a ser mais profundas,
compensando a menor retenção de água.

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EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Umidade do solo

Influência da umidade do solo na relação ETr/ETp, equivale para a


relação ETr/ETc.
umidade do solo está próxima da capacidade de campo, a
evapotranspiração é mantida na razão potencial e determinada pelas
condições climáticas predominantes.
solo perde umidade, a ETr terá valores mais abaixo que a Etp;

relação entre a umidade do solo e a razão ETr/ETp depende das


características físicas do solo, da cobertura vegetal até certo
ponto e da demanda evaporativa da atmosfera.

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DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

pode ser determinada através de medidas diretas e medidas


indiretas;
 medidas diretas: lisímetros;

medidas indiretas: realizadas através de equações, por


gravimetria e pelos evaporímetros.

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DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

LISÍMETRO ou EVAPOTRANSPIRÔMETROS

apresenta um elevado custo de instalação;


demanda de muitos cuidados na operação;
geralmente utilizado por universidades e institutos de pesquisa.
consiste de uma caixa impermeável, contendo um volume de solo
representativo da área a ser avaliada e coberta com a vegetação a ser
estudada;
volume de solo é irrigado periodicamente, sendo que a
evapotranspiração será obtida pelo resíduo após efetuar o balanço hídrico
neste volume de solo;
tipos de lisímetros: drenagem, sub-irrigação e de pesagem.
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LISÍMETRO DE DRENAGEM

funcionamento adequado em períodos longos de observação (± 10


dias);
padrão geralmente empregado nas estações climatológicas, como na
Estação Climatológica Principal de Lavras-MG;
chamados também de evapotranspirômetros de Thornthwaite;
construídos de caixas de cimento amianto comerciais, com pelo
menos, 0,54 m2 de área por 0,60 m de profundidade;
no fundo de cada caixa, coloca-se uma camada de cerca de 10
cm de brita fina, coberta com uma camada de areia grossa para
facilitar a drenagem de água no perfil do solo.

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LISÍMETRO DE DRENAGEM

quantidade de água que ultrapassa o valor da capacidade de campo


é drenada no fundo do tanque e conduzida para um poço coletor
(medida em um recipiente graduado);
instalados em conjuntos de pelo menos três aparelhos;
sistema de irrigação que deve ser acionado em intervalos de quatro a
cinco dias;
vegetação externa, seu espaçamento e sua densidade populacional
sejam a mesma da que está instalada dentro do tanque;
borda superior do tanque deve permanecer 5 cm para fora do solo.

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LISÍMETRO

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Fonte: Google imagens
LISÍMETRO

Tampa
grama

(solo) (solo) Tanque (solo) (solo)

Brita Coletor

Lisímetro de drenagem

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Fonte: Carvalho et al.(2010)
LISÍMETRO

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BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO

sob a superfície do solo, é definido um volume de controle


representativo para área da cultura.
dentro do volume de controle é efetuado o balanço de água
(entrada e saída de água);
camada subsuperficial do volume - entrada (ascensão capilar da água
- AC) ou saída (drenagem profunda - DP), dependendo da variação do
armazenamento da água no solo no período analisado;
 AC e DP representam o fluxo subsuperficial de água no solo no limite
inferior do volume de controle;

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BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO

chuvas (P) de grande quantidade,


pode encharcar o solo, ocorrendo
escoamento superficial (ES).;
irrigações (Ir) frequentes para
manter o solo próximo ou na
capacidade de campo são sempre
inseridas no sistema em condições
experimentais;
 entrada ou saída de água do
sistema, haverá uma variação de
armazenamento de água (±DA) no
volume de controle.
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Fonte: Google imagens
BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO

A evapotranspiração pode ser obtida pelo resíduo do balanço de água


no solo

P + I + AC − DP − ES − ET ± ∆A = 0

ET = P + I + AC − DP − ES ± ∆A

Todas estas variáveis poderão ser expressas diretamente em altura de


lâmina d’água (mm).

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Referência Bibliográfica

 Biscaro, G. A. Meteorologia Agrícola Básica. Cassilândia: 1ª Edição.


UNIGRAF. 2007. 87p.
 Carvalho, L. G., Dantas, A. A. A.; Castro Neto, P. Agrometeorologia -
GNE 109 - Lavras : UFLA, 2010. 172 p.
Pereira, A. R.; Angelocci, L. R.; Sentelhas, P. C. Agrometeorologia:
fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Agropecuária, 2002. 478 p.
Pereira, A. R.;Nova, N. A. V.; Sediyama, G. C. Evapotranspiração.
Piracicaba: FEALQ, 1997. 183p.
 Vianello, R. L.; Alves, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa:
Editora UFV. 2000. 449p.

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