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D10 (3 Série - Ens. Médio - L.P - BLOG Do Prof. Warles)
D10 (3 Série - Ens. Médio - L.P - BLOG Do Prof. Warles)
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
não adianta precisar, entraram num restaurante de Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças,
luxo, que não me interessa dizer qual seja, um ratinho pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para
gordo e catita e um enorme tigre de olhar estriado e não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação
grandes bigodes ferozes. Entraram e, como sucede nas bastante embaraçosa, que as outras flores não
histórias deste tipo, ninguém se espantou, muito comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou
menos o garçom do restaurante. de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na
Era apenas mais um par de fregueses. Entrados ocasião devida.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Maneira de amar. In: Histórias para o Rei. Rio de
os dois, ratinho e tigre, escolheram uma mesa e se Janeiro: Record, 1999, p. 52.
sentaram. O garçom andou de lá prá cá e de cá prá lá,
como fazem todos os garçons durante meia hora, na O conflito dessa narrativa se inicia com
preliminar de atender fregueses, mas, afinal, atendeu- A) a antipatia do girassol pelo jardineiro.
os, já que não lhe restava outra possibilidade, pois, por B) a ausência de comentários das outras flores.
mais que faça um garçom, acaba mesmo tendo que C) a recusa do girassol em voltar-se para a luz.
atender seus fregueses. Chegou, pois, o garçom e D) o diálogo do jardineiro com as flores.
perguntou ao ratinho o que desejava comer. Disse o E) o relacionamento entre o gerânio e o jardineiro.
ratinho, numa segurança de conhecedor:
– Primeiro você me traga Roquefort au Blinnis. ------------------------------------------------------------------
Depois Couer de Baratta filet roti à la broche pommes -
dauphine. Em seguida Medaillon Lagartiche Foie Gras (SAEGO). Leia o texto abaixo.
de Strasbourg. E, como sobremesa, me traga um
Parfait de biscuit Estraguèe avec Cerises Jubilée. Café. O mágico de araque e a nuvem de traque
Beberei, durante o jantar, um Laffite Porcherrie
Estudar com o irmão na mesma escola tem
Rotschild 1934.
vantagens e desvantagens... [...]
– Muito bem – disse o garçom. E, dirigindo-se ao
Foi numa manhã fria e ensolarada de outono em
tigre – E o senhor, que vai querer?
que tudo aconteceu. Naquela sexta, na hora do
– Ele não quer nada – disse o ratinho.
intervalo, havia um clima estranho no ar: a
– Nada? – tornou o garçom – Não tem apetite?
movimentação no pátio da escola era grande e um
– Apetite? Que apetite? – rosnou o ratinho
menino-sanduíche zanzava de um lado a outro,
enraivecido – [...] Então você acha que se ele estivesse
carregando um cartaz que anunciava O Grande
com fome eu ia andar ao lado dele?
Houguini: o maior ilusionista de todos os tempos.
Moral: É necessário manter a lógica mesmo na
Houguini? Aquilo me cheirava mal, muito mal...
fantasia.
FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro, 1964, p. 89. Dez e cinco: uma multidão começou a se aglomerar na
quadra. Por causa da importância do evento, as
Nesse texto, no trecho “... um ratinho gordo e catita e partidas de futebol foram suspensas e uma pequena
um enorme tigre de olhar estriado e grandes bigodes confusão teve início na disputa pelos melhores
ferozes.” (1° parágrafo), o elemento da narrativa lugares. Para os professores, foram reservados até
predominante é camarotes. Os bedéis formavam um cordão de
A) a ambientação do espaço. isolamento entre o público e o han-han – mágico.
B) a descrição dos personagens. Temendo o pior, achei melhor me esconder
C) a marcação do tempo. atrás de uma árvore. Dito e feito: o Hugo apareceu
D) o clímax. vestido com uma capa preta, gravata-borboleta e
E) o desfecho. cartola. Ninguém aplaudiu a entrada do mágico; a
plateia estava bestificada. De repente, surpreendi
------------------------------------------------------------------ olhares vindos em direção à pata-de-vaca, já quase
- sem folhas. Os que não aprenderam que era feio
(SAEPE). Leia o texto abaixo. apontar para os outros, levantavam o indicador, sem
piedade para mim.
Maneira de amar
Silêncio total. O pobre menino ainda vestia a
O jardineiro conversava com as flores, e elas se propaganda e comia um sanduíche gordurento pra
habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando chuchu. O menino-sanduíche havia sido sorteado
coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava entre os alunos da 2ª série e a Ingrid, a menina mais
um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou bonita da escola, fora convencida pelo melhor amigo
porque não fosse homem bonito, ou porque os do meu irmão a participar como ajudante do mágico.
girassóis são orgulhosos de natureza. [...]
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
CAMARGO. Maria Amália. Carta fundamental. Abr. 2011. *Adaptado: ------------------------------------------------------------------
Reforma Ortográfica. Fragmento.
-
Nesse texto, a história é narrada sob o ponto de vista (SAERO). Leia o texto abaixo e responda.
A) do irmão de Hugo.
B) de Ingrid. Área interna
C) do melhor amigo de Hugo.
Morava no terceiro andar [...]: não havia vizinho,
D) de Hugo.
do quarto andar para cima, que não jogasse lixo na sua
E) do menino-sanduíche.
área. Sua mulher era uma dessas conformadas que só
existem duas no mundo, sendo que a outra ninguém
------------------------------------------------------------------ viu:
- – Deixa isso pra lá, Antônio, pior seria se a gente
(AREAL). Leia o texto abaixo. morasse no térreo.
Antônio não se controlava, ficava uma fera
Capítulo 26 – O autor hesita
quando via cair cascas de banana, de laranja, restos de
Súbito, ouço uma voz: – Olá, meu rapaz, isto não comida. Em época de melancia ficava quase louco,
é vida! Era meu pai, que chegava com duas propostas tinha vontade de se mudar. A mulher procurava
na algibeira. Sentei-me no baú e recebi-o sem contornar:
alvoroço. [...] – Tenha calma, Antônio, daqui a pouco as
– [...] Demais, trago comigo uma ideia, um melancias acabam e você esquece tudo.
projeto, ou... sim, digo-te tudo; trago dois projetos, Mas ele não esquecia:
um lugar de deputado e um casamento. Meu pai disse – Acabam as melancias, vêm as jacas, acabam as
isto com pausa, e não no mesmo tom, mas dando às jacas, vêm os abacates. Já pensou, Marieta? Caroço de
palavras um jeito e disposição, cujo fim era cavá-las abacate é fogo!
mais profundamente no meu espírito. A proposta, Um dia chegou na área, tinha até lata de
porém, desdizia tanto das minhas sensações últimas, sardinha. Procurou pra ver se tinha alguma sardinha,
que eu cheguei a não entendê-la bem. mas a lata tinha sido raspada. Se queimou. Falou com
Meu pai não fraqueou e repetiu-a; encareceu o o síndico, ele disse que era impossível fiscalizar todos
lugar e a noiva. os quarenta e oito apartamentos pra ver quem é que
– Aceitas? atirava as coisas. Pensou em fechar a área com vidro,
– Não entendo de política, disse eu depois de pediram uma nota firme e se não decidisse dentro de
um instante; quanto à noiva... deixe-me viver como sete dias, ia ter um acréscimo de trinta por cento. Foi à
um urso, que sou. polícia dar queixa dos vizinhos, o delegado achou
– Pois traga-me uma ursa. Olhe, a Ursa Maior... muita graça, disse que não podia dar educação aos
Riu-se meu pai, e depois de rir, tornou a falar sério. vizinhos e, se pudesse daria aos seus, pois ele morava
Era-me necessária a carreira política, dizia ele por vinte no térreo e era muito pior. [...]
ELIACHAR, Leon. O homem ao zero. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.
e tantas razões, que deduziu com singular Fragmento.
volubilidade, ilustrando-as com exemplos de pessoas
do nosso conhecimento. Quanto à noiva, bastava que O fato que motivou essa narrativa foi
eu a visse, iria logo pedi-la ao pai, logo, sem demora A) o lixo jogado na área.
de um dia. [...] B) o descontrole do marido.
– Não vou daqui sem uma resposta definitiva, C) a paciência da mulher.
disse meu pai. De-fi-ni-ti-va! Repetiu, batendo as D) a queixa feita contra os vizinhos.
sílabas com o dedo. [...] E) a resposta dada pelo delegado.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 6ª Ed. São Paulo:
Ática, 1977. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento.
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O conflito dessa história tem início quando -
A) o filho pede ao pai que o deixe viver como um (SAERO). Leia o texto abaixo e responda.
urso.
B) o filho senta-se no baú para ouvir o pai. Feijões ou problemas?
C) o pai começa a rir da resposta dada pelo filho.
D) o pai faz duas propostas ao filho. Reza a lenda que um monge, próximo de se
E) o pai insiste em obter uma resposta do filho. aposentar, precisava encontrar um sucessor. Entre
seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que
eram os mais aptos, mas apenas um o poderia. Para
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio, para por Um dia chegou na área, tinha até lata de sardinha.
a sabedoria dos dois à prova: ambos receberiam Procurou pra ver se tinha alguma sardinha, mas a lata
alguns grãos de feijão, que deveriam colocar dentro tinha sido raspada. Se queimou. Falou com o síndico, ele
dos sapatos, para então empreender a subida de uma disse que era impossível fiscalizar todos os quarenta e
grande montanha. oito apartamentos pra ver quem é que atirava as coisas.
Dia e hora marcado, começa a prova. Nos Pensou em fechar a área com vidro, pediram uma nota
primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a firme e se não decidisse dentro de sete dias, ia ter um
mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. acréscimo de trinta por cento. Foi à polícia dar queixa dos
vizinhos, o delegado achou muita graça, disse que não
As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa
podia dar educação aos vizinhos e, se pudesse daria aos
dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir
seus, pois ele morava no térreo e era muito pior. [...]
de vista. ELIACHAR, Leon. O homem ao zero. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.
Prova encerrada, todos de volta ao pé da Fragmento.
montanha, para ouvir do monge o óbvio anúncio. Após
o festejo, o derrotado aproxima-se do vencedor e No trecho “...não havia vizinho, do quarto andar para
pergunta como é que ele havia conseguido subir e cima, que não jogasse lixo na sua área.”(1° parágrafo),
descer com os feijões nos sapatos: a expressão destacada refere-se ao termo
– Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei. A) vizinho.
Carregando feijões, ou problemas, há sempre B) Antônio.
um jeito mais fácil de levar a vida. C) mulher.
Problemas são inevitáveis. Já a duração do D) síndico.
sofrimento, é você quem determina. E) delegado.
Disponível em: <http://www.metaforas.com.br/>. Acesso em: 13 mar.
2011.
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Qual é o conflito gerador desse enredo? -
A) A necessidade do monge em encontrar um (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
sucessor. Nasrudin e o ovo
B) A solução encontrada pelo discípulo vencedor.
C) A subida dos discípulos a uma grande montanha. Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi que
D) O desafio proposto pelo mestre aos seus sempre fingia ser louco – colocou um ovo embrulhado
discípulos. em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade e
E) O sofrimento do discípulo ao ver o oponente chamou aqueles que estavam ali.
vencer. – Hoje teremos um importante concurso! – disse.
Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu
------------------------------------------------------------------ dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
-
– Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de
(SAERO). Leia o texto abaixo e responda. fazer adivinhações!
Área interna Nasrudin insistiu:
– O que está neste lenço tem um centro que é
Morava no terceiro andar [...]: não havia vizinho, amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor
do quarto andar para cima, que não jogasse lixo na sua da clara, que por sua vez está contido dentro de uma
área. Sua mulher era uma dessas conformadas que só casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade
existem duas no mundo, sendo que a outra ninguém viu: e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos.
– Deixa isso pra lá, Antônio, pior seria se a gente Então, quem pode me dizer o que está escondido?
morasse no térreo. Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha
Antônio não se controlava, ficava uma fera quando em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que
via cair cascas de banana, de laranja, restos de comida. ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros. E
Em época de melancia ficava quase louco, tinha vontade se não fosse um ovo, mas algo muito importante,
de se mudar. A mulher procurava contornar: produto da fértil imaginação mística dos sufis?
– Tenha calma, Antônio, daqui a pouco as Um centro amarelo podia significar algo do sol, o
melancias acabam e você esquece tudo. líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico.
Mas ele não esquecia: Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de
– Acabam as melancias, vêm as jacas, acabam as ridículo.
jacas, vêm os abacates. Já pensou, Marieta? Caroço de Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se
abacate é fogo! arriscou a dizer algo impróprio.
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo. começou a sentir um pouco de Flamengo dentro de si.
– Todos vocês sabiam a resposta – afirmou. E Era o canto?
ninguém ousou traduzi-la em palavras. Eram braços e pernas falando além da boca? A
emanação de entusiasmo o contagiava e
Moral da história: É assim a vida daqueles que não têm transformava. Marcou com a cabeça o
coragem de arriscar: as soluções nos são dadas acompanhamento da música. Abriu os lábios,
generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre simulando cantar. Cantou. [...] Estava batizado,
procuram explicações mais complicadas e terminam não crismado e ungido: uma vez Flamengo, sempre
fazendo nada. Pare de tentar complicar a vida! Isso é o
Flamengo.
que temos feito sempre... A vida é feita de extrema
O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio
simplicidade. Só um caminho a ser seguido: o seu! Uma
para descer também e continuar a festa, mas Eváglio
pergunta a ser respondida: “o que você realmente
quer?” E uma atitude a ser tomada: entregar-se! Pare de mora em Ipanema, e já com o pé no estribo se
lutar com a vida, porque quanto mais você luta, mais lembrou. Loucura continuar Flamengo [...] Segurou
você dói! firme na porta, gritou: “Eu volto, gente! Vou só trocar
Revista Geração saúde, Ano 4, Nº 35, p. 34. de roupa” e, não se sabe como, chegou intacto ao lar,
já sem compromisso clubista.
Nesse texto, a característica do personagem principal ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em:
<http://flamengoeternamente.blogspot.com/2007/04/o-torcedor-carlos-
éa drummond-de-andrade.
A) astuta inteligência. html>. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento.
B) capacidade de ler mentes.
C) imaginação insensata. O clímax desse texto encontra-se no trecho:
D) personalidade mesquinha. A) “... acabou se metendo num ônibus em que não
E) tendência à comicidade. cabia mais ninguém,...”. (2° parágrafo)
B) “Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até
------------------------------------------------------------------ mesmo dentro da bola chutada por 44 pés.”. (3°
- parágrafo)
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. C) “Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve
medo, para não dizer terror.”. (4° parágrafo)
O torcedor D) “Estava batizado, crismado e ungido: uma vez
Flamengo, sempre Flamengo.”. (5° parágrafo)
No jogo de decisão do campeonato, Eváglio E) “O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio
torceu pelo Atlético Mineiro, não porque fosse para descer também e continuar a festa,...”.
atleticano ou mineiro, mas porque receava o carnaval (último parágrafo)
nas ruas se o Flamengo vencesse. Visitava um amigo
em bairro distante, nenhum dos dois tem carro, e ele ------------------------------------------------------------------
previa que a volta seria problema.
-
O Flamengo triunfou, e Eváglio deixou de ser
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
atleticano para detestar todos os clubes de futebol,
que perturbam a vida urbana com suas vitórias. Saindo Folhas secas
em busca de táxi inexistente, acabou se metendo num
ônibus em que não cabia mais ninguém, e havia duas Eu estava dando uma aula de Matemática e
bandeiras rubro-negras para cada passageiro. E não todos os alunos acompanhavam atentamente.
eram bandeiras pequenas nem torcedores exaustos: Todos?
estes pareciam terem guardado a capacidade de grito Quase. Carolina equilibrava o apontador na
para depois da vitória. ponta da régua, Lucas recolhia as borrachas dos
Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até vizinhos e construía um prédio, Renata conferia as
mesmo dentro da bola chutada por 44 pés. A bola era canetas e os lápis do seu estojo vermelhíssimo e
ele, embora ninguém reparasse naquela esfera Hélder olhava para o pátio.
humana que ansiava por tornar a ser gente a caminho O pátio? O que acontecia no pátio?
de casa. Após o recreio, dona Natália varria calmamente
Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve as folhas secas e amontoava e guardava tudo dentro
medo, para não dizer terror. Se lessem em seu íntimo de um enorme saco plástico azul. Terminando o varre-
o segredo, estava perdido. Mas todos cantavam, varre, dona Natália amarrou a boca do saco plástico e
sambavam com alegria tão pura que ele próprio estacionou aquele bafuá de folhas secas perto do
portão.
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Hélder observava atentamente. E eu observava a como caindo – já era hora de acender candeeiros, de
observação de Hélder – sem descuidar da minha aula recolher bezerros, de se enrolar em xales. A friagem
de Matemática. De repente, Hélder foi arregalando os até então continuada nos remansos do rio, em fundos
olhos e franzindo a testa. de grotas, em porões escuros, ia se espalhando,
Qual o motivo do espanto? entrando nas casas, cachorro de nariz suado farejando.
Hélder percebeu alguma coisa no meio das Manarairema, ao cair da noite – anúncios,
folhas movendo-se desesperadamente, com aflição, prenúncios, bulícios. Trazidos pelo vento que bate
sufoco, falta de ar. Hélder buscava interpretações para pique nas esquinas, aqueles infalíveis latidos, choros
a cena, analisava possibilidades, mas o perfil do de criança com dor de ouvido, com medo do escuro.
passarinho já se delineava na transparência azul do Palpites de sapos em conferência, grilos afiando ferros,
plástico. morcegos costurando a esmo, estendendo panos
Um pássaro novo caiu do ninho e foi confundido pretos, enfeitando o largo para alguma festa soturna.
com as folhas secas e foi varrido e agora lutava pela Manarairema vai sofrer a noite. [...]
liberdade. Não se podia mais sair de casa, os bois
– Ele tá preso! atravancavam as portas e não davam passagem, não
O grito de Hélder interrompeu o final da podiam; não tinham para onde se mexer. Quando se
multiplicação de 15 por 127. Todos os alunos olharam abria uma janela não se conseguia mais fechá-la, não
para o pátio. E todos nós concordamos, sem palavras: havia força que empurrasse para trás aquela massa
o bico do passarinho tentava romper aquela estranha elástica de chifres, cabeças e pescoços que vinha
pele azul. Hélder saiu da sala e nós fomos atrás. E preencher o espaço.
antes que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da Frequentemente surgiam brigas, e seus
palavra “calma”, o saco plástico simplesmente estremecimentos repercutiam longe, derrubavam
explodiu, as folhas voaram e as crianças pularam de paredes distantes e causavam novas brigas, até que os
alegria. empurrões, chifradas, ancadas forçassem uma
Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos arrumação temporária. O boi que perdesse o equilíbrio
presos. Outros viram três passarinhos voando felizes e e ajoelhasse nesses embates não conseguia mais se
agradecidos. Lucas diz que era um beija-flor. Renata levantar, os outros o pisavam até matar, um de menos
insiste que era uma cigarra. Eu, sinceramente, só vi que fosse já folgava um pouco o aperto – mas só
folhas secas voando. enquanto os empurrões vindos de longe não
Para concluir esta inesquecível aula de restabelecessem a angústia. [...]
Matemática, pegamos vassouras, pás e sacos plásticos VEIGA, José J. Disponível em: <http://www.portugues.com.br/literatura>.
Acesso em: 5 mar. 2012. Fragmento.
e fomos varrer novamente o pátio.
MARQUES, Francisco. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/folhas-secas- Uma característica da tipologia narrativa que
634210.shtml>. predomina nesse texto é:
Acesso em: 14 fev. 2012.
A) a caracterização dos personagens.
B) a descrição do ambiente e dos fatos.
Nesse texto, o elemento gerador da narrativa é o fato
C) o desfecho inesperado.
de
D) o momento de maior tensão no enredo.
A) Carolina equilibrar o apontador com a régua.
E) o narrador onipresente.
B) Dona Natália varrer as folhas do pátio da escola.
C) Hélder se espantar com algo se mexendo dentro
do saco plástico. ------------------------------------------------------------------
D) Lucas recolher as borrachas dos amigos para -
construir um castelo. (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
E) Renata conferir as canetas e os lápis de seu
O cego, Renoir, Van Gogh e o resto
estojo.
Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos
------------------------------------------------------------------ conversando diante do quadro Rosa e azul, de Renoir,
- comentando o quadro. Porém, quem prestasse
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. atenção nos dois perceberia, talvez estranhasse, que
um deles, o de elegantes óculos de sol, parecia um
A hora dos ruminantes pouco desinteressado, apesar de todo o empenho do
outro, traduzido em gestos e eloquência quase
A noite chegava cedo em Manarairema. Mal o
murmurada. [...]
sol se afundava atrás da serra – quase que de repente,
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
O que falava segurava às vezes o antebraço do não tem uma afeição no mundo e que passa como um
de óculos com uma intimidade solícita e confiante. [...] estranho por entre os prazeres que o cercam.
Aproximei-me do quadro, fingindo olhar de perto a – Que santo amor, meu Deus! Era assim que eu
técnica do pintor, voltei-me e percebi: o de óculos sonhava ser amada! ...
escuros era cego. [...] – E me pedias que te esquecesse!...
Algo extraordinário acontecia ali, que eu só – Não! não! Ama-me; quero que me ames ao
compreendia na superfície: um homem descrevendo menos...
para um amigo cego um quadro de Renoir. Por que – Não me fugirás mais?
tantos detalhes? [...] – Não. [...]
– Azul com o quê? Fale mais desse azul – pediu o ALENCAR, José de. Cinco minutos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. Fragmento.
B) a decisão de começar a arrumação pela sala. Esse texto se organiza, principalmente, a partir
C) o desaparecimento da faxineira. A) da descrição do espaço.
D) o pedaço de torrada que caiu no chão. B) da marcação do tempo.
E) o reaparecimento da faxineira no dia seguinte. C) da sucessão dos fatos.
D) do uso do discurso direto.
------------------------------------------------------------------ E) do uso do discurso indireto.
-
(SIMAVE). Leia o texto abaixo e responda. ------------------------------------------------------------------
A reunião se estendeu pela tarde inteira. -
Amontoados no quarto de Cris, os meninos não (SAEMS). Leia o texto abaixo.
chegavam a um acordo sobre quem faria o quê na O burro selvagem e o burro doméstico
peça. Foi preciso muita conversa (e até alguns
beliscões) para que a maioria se conformasse com a Um burro selvagem, como visse um burro
distribuição dos papéis. Júnior era o mais forte do doméstico tomando sol, aproximou-se e o felicitou por
grupo e por isso ganhou o direito de segurar o sua constituição física e pelo proveito que tirava da
esqueleto. A Ique caberia a tarefa de mover os ossos forragem. Mas depois, ao vê-lo carregando um fardo,
do braço, fazendo os gestos necessários para tendo atrás o asneiro que lhe batia com um cacete,
acompanhar a fala de Valfrido. E a voz, rouca e disse: “Ah! Não mais te felicito, pois vejo que tens
tenebrosa, Biel treinou durante toda a manhã. coisas em abundância mas não sem grandes males!”.
Apesar dos protestos, as meninas se sujeitaram Assim, não é invejável o ganho acompanhado de
a permanecer na retaguarda, de olho na casa do Bola e perigos e sofrimentos.
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna,1994.
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Ela tinha certeza de que eu ia retornar à Santa
O texto se organiza, principalmente, Catarina, renovar; e trajar terno de sarjão, flor no peito,
A) pela descrição do espaço. sendo o da festa de casamento. Eu fui, com o coração
B) pela passagem do tempo. feliz, por Otacília eu estava apaixonado. Conforme me
C) pela sequência dos fatos. casei, não podia ter feito coisa melhor, como até hoje ela
D) pelas características do burro. é minha muito companheira – o senhor conhece, o
E) pelo uso do discurso direto. senhor sabe. [...]
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro. José
Olympio, 1978. Fragmento.
------------------------------------------------------------------
- O acontecimento que dá origem aos fatos narrados
(SADEAM). Leia o texto abaixo e responda. nesse texto é
A) o descanso do narrador na rede de algodão.
O burro selvagem e o burro doméstico B) o aparecimento da moça Otacília.
C) o coração do narrador ter batido forte.
Um burro selvagem, como visse um burro D) o narrador ter se declarado à Otacília.
doméstico tomando sol, aproximou-se e o felicitou por E) o casamento de Otacília com o narrador.
sua constituição física e pelo proveito que tirava da
forragem. Mas depois, ao vê-lo carregando um fardo, ------------------------------------------------------------------
tendo atrás o asneiro que lhe batia com um cacete, -
disse: “Ah! Não mais te felicito, pois vejo que tens (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
coisas em abundância, mas não sem grandes males!”.
Assim, não é invejável o ganho acompanhado de Amor
perigos e sofrimentos. Um pouco cansada, com as compras
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1994.
deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde.
Depositou o volume no colo e o bonde começou a
O conflito desse texto é gerado pelo fato de o burro andar. Recostou-se então no banco procurando
A) apanhar do asneiro. conforto, num suspiro de meia satisfação.
B) estar tomando sol. Os filhos de Ana eram bons, uma coisa
C) ser um animal doméstico. verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho,
D) ter coisas em abundância. exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais
E) tirar proveito da forragem. completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão
enguiçado dava estouros. O calor era forte no
------------------------------------------------------------------ apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o
- vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a
testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador.
Grande sertão: Veredas Ela plantara as sementes que tinha na mão, não
Até que, um dia, eu estava repousando, no claro outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia
estar, em rede de algodão rendada. Alegria me espertou, sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a
um pressentimento. Quando eu olhei, vinha vindo uma água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia
moça. Otacília. a mesa com comidas, o marido chegando com os
Meu coração rebateu, estava dizendo que o velho jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das
era sempre novo. Afirmo ao senhor, minha Otacília ainda empregadas do edifício. Ana dava a tudo,
se orçava mais linda, me saudou com o salvável carinho, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua
adianto de amor. Ela tinha vindo com a mãe. E a mãe corrente de vida.
dela, os parentes, todos se praziam, me davam Otacília, Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa
como minha pretendida. hora da tarde as árvores que plantara riam dela.
Mas eu disse tudo. Declarei muito verdadeiro e Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-
grande o amor que eu tinha a ela; mas que, por destino se. No entanto sentia-se mais sólida do que nunca, seu
anterior, outro amor, necessário também, fazia pouco eu corpo engrossara um pouco e era de se ver o modo
tinha perdido. O que confessei. E eu, para nojo e como cortava blusas para os meninos, a grande
emenda, carecia de uns tempos. Otacília me entendeu, tesoura dando estalidos na fazenda. Todo o seu desejo
aprovou o que eu quisesse. Uns dias ela ainda passou lá,
vagamente artístico encaminhara-se há muito no
me pagando companhia, formosamente.
sentido de tornar os dias realizados e belos; com o
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
tempo, seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e (E) lamenta a sua situação decrépita, mas sente-se bem
suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto por saber que ela paga pelo sofrimento que lhe
que tudo era passível de aperfeiçoamento, a cada causara.
coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a
vida podia ser feita pela mão do homem. ------------------------------------------------------------------
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 19. -
Fragmento.
Leia o texto, abaixo e responda.
No terceiro parágrafo desse texto, o elemento da O Eco
narrativa predominante é (Autor Desconhecido)
A) a apresentação do espaço.
B) a descrição da personagem. Pai e filho caminhavam por uma montanha. De
C) a passagem do tempo. repente o menino cai e grita: “Aaaaaaiii!!!”
D) o conflito do personagem. Para a sua surpresa, escuta a voz repetir-se, em
E) o desfecho da história. algum lugar da montanha: “Aaaaaaiii!!!”.
Curioso, pergunta “quem és?” e recebe como
------------------------------------------------------------------ resposta “quem és?” Contrariado, grita, “covarde!” e a
- resposta é “covarde!”.
Então, olha para o pai e pergunta, aflito: “O que
(SARESP-2011). Leia o texto abaixo. é isso?”
Ao fundo, por trás do balcão, estava sentada uma O pai sorri e fala “Filho, presta atenção”. E grita
mulher, cujo rosto amarelo e bexiguento não se em direção à montanha: “Eu admiro-te!!!” e a voz
destacava logo, à primeira vista; mas logo que se responde: “Eu admiro-te!!!”. De novo o homem grita:
destacava era um espetáculo curioso. Não podia ter sido “És um campeão!” e a voz responde “És um
feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e não pouco campeão!”.
bonita; mas a doença e uma velhice precoce destruíam- O menino fica espantado. Não entende. O pai
lhe a flor das graças. Crê-los-ei, pósteros? Essa mulher explica:
era Marcela. – As pessoas chamam a isto eco, mas na verdade
Marcela lançou os olhos para a rua, com a atonia de isso é a vida. Ela nos dá de volta tudo o que dizemos.
quem reflete ou relembra; eu deixei-me ir então ao Nossa vida é o reflexo de nossas ações.
passado, e, no meio das recordações e saudades, Disponível em: <http://www.via6.com/topico/38684/textos-curtos-de-
perguntei a mim mesmo por que motivo fizera tanto autores-que-gostamos> Acesso em: 10 mar. 2011.
desatino. Não era esta certamente a Marcela de 1822;
mas a beleza de outro tempo valia uma terça parte de Qual é o conflito desse texto?
meus sacrifícios? Era o que eu buscava saber, A) O questionamento do filho ao pai.
interrogando o rosto de Marcela. O rosto dizia-me que B) O grito do pai em direção à montanha.
não; ao mesmo tempo os olhos me contavam que, já C) A visão sobre a vida exposta pelo pai.
outrora, como hoje, ardia neles a flama da cobiça. Os D) A caminhada de pai e filho pela montanha.
meus é que não souberam ver-lha; eram olhos da
primeira edição. ------------------------------------------------------------------
(Machado de Assis, Dom Casmurro)
-
Ao reencontrar Marcela, o narrador Leia o texto abaixo e responda.
(A) entristece-se por vê-la em má situação, mesmo
Cascas de barbatimão
sabendo que ela, desde sua juventude, já não vivia
bem.
Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma
(B) reconhece a beleza imutável de Marcela e consegue
reportagem para um jornal de Belo Horizonte.
entender por que em sua juventude cometera
O trem parou numa estação, ficou parado muito
tantos desatinos por ela.
tempo, ninguém sabia por quê.
(C) toma consciência de que, mesmo depois de tanto
Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um
tempo, continua amando Marcela com a mesma
mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores.
intensidade.
Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram
(D) passa a questionar se os desatinos cometidos em
cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei
sua juventude por Marcela valeriam a pena, de
para meu assento no trem e ainda esperei parado algum
fato.
tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu
caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.”
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D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
Perguntei a algumas pessoas para que serviam dizia isto sempre. Etelvina? Seu Cosme? Com certeza
aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que Etelvina que vivia amando toda a gente. Até ele.
era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas Sujeitinha impossível. Só vendo o jeito de olhar dela.
davam uma tinta avermelhada muito boa. Bobagens. O melhor é ir andando.
Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas Foi.
nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria - Pé no chão é bom só na roça. Na cidade é uma
“cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro porcaria. Toda a gente estranha. É verdade. Agora é
nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de que ele reparava direito: ninguém andava descalço.
especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de
Sentiu um mal-estar horrível. As mãos a gente ainda
Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro
escondia nos bolsos. Mas os pés? Cousa horrorosa.
Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali, naquela
Desafogou a cintura. Puxou as calças para baixo.
estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era
Divinópolis ou Formiga. Escolheu os artelhos. Deu dez passos assim. Pipocas.
Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho Não dava jeito mesmo. Pipocas. A gente da cidade que
sobre a minha jornada na face da terra, que poderei vá bugiar no inferno. Ajustou a cintura. Levantou as
afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo? calças acima dos tornozelos. Acintosamente. E muito
Talvez me ocorra apenas isto, no meio vermelho foi jogando os pés na calçada. Andando duro
de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão como se estivesse calçado.
MACHADO, Antônio de A. O aventureiro Ulisses. Contos reunidos. São
secando ao sol.”
Paulo. Ática, 2002, p. 122
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