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Sermões

MARÇO
1ª SEMANA
VIVENDO A COMPAIXÃO EM TEMPOS DE ESCASSEZ
Autor: Pr. Daniel Solano, missionário no Leste da África

1 Reis 17.8-16

INTRODUÇÃO:
Essa senhora viúva, que não sabemos o seu nome, não era judia. Vivia em Sidon a noroeste
de Israel. Nesse tempo, Elias estava fugindo do rei Acabe, portanto, precisava de um lugar
afastado. Mesmo fora das fronteiras de Israel, essa região também foi atingida pela seca
profetizada por Elias.

O profeta tinha passado alguns tempos sendo alimentado por corvos e bebendo de um
pequeno riacho. Mas até essas águas secaram, então, precisava mudar novamente. De
acordo com a Palavra de Deus, ele foi para essa cidade, onde deveria ser sustentado por
uma viúva. Ao chegar na entrada da cidade, ele encontrou a senhora que estava colhendo
lenha; pediu-lhe água e ela foi buscar. De saída, ela ouviu um pedido por comida.
Lembremos que Deus tinha dito a Elias que havia ordenado a uma senhora para
alimentá-lo.
Ela respondeu que iria cozinhar a última refeição que tinha para comer com o filho e
esperar pela morte. Esse foi um momento difícil para Elias: desafiar a mulher a crer em Deus
e cozinhar primeiro para ele.

Ajudar alguém com o que está sobrando pode não ser tão difícil, porém entregar a última
porção, é um teste de fé.

O mundo enfrenta uma crise sem precedentes. Países ricos se viram impotentes diante de
uma doença nova, que além de provocar mortes, provoca também crises políticas, sociais
e econômicas; coloca a liberdade individual e de culto em cheque. Atingiu também a
funcionalidade das igrejas. A verdade é que o mundo tem um problema em comum. Elias e
essa viúva também tinham a falta de alimento em comum e, juntos, confiados nas
promessas de Deus, sobreviveram à escassez.

I - O exercício da compaixão nos coloca em situações extremas no ministério.


Como um missionário que trabalha em aldeias muito pobres na África, posso imaginar
como foi difícil para o profeta pedir àquela Senhora para cozinhar seu último suprimento
para ele ter uma refeição. Essa é uma situação onde um homem de Deus vive seus limites.
Ele conhecia a Deus, mas talvez não conhecesse a experiência que a viúva tinha com Deus.

Há momentos em que chegamos a pensar que existe alguma coisa errada. Talvez não
entendemos bem o que Deus disse, imagine Elias: “Como assim? Me mandou para ser
alimentado por uma mulher que não tem comida? Isso parece não fazer qualquer sentido!”.
E realmente nem precisa fazer.
Paulo diz em Atos 20:35, que por meio da experiência ele ensinou que é preciso ajudar os
necessitados, lembrando as palavras de Jesus, que é melhor dar do que receber.
Certamente quem ajuda normalmente está em melhores condições. Isso, porém, nem
sempre é uma realidade. Quando operamos no nosso limite, como foi o caso da viúva,
muitas vezes é preciso oferecer o último recurso.

Como você tem exercido sua compaixão? Esse é o melhor momento para a igreja de Jesus
Cristo dar as mãos e evidenciar o amor de Deus que habita seu coração. A igreja,
conhecedora das promessas de Deus tem, com toda certeza, a melhor resposta para essa
crise. Nós temos o Príncipe da Paz, o que venceu as doenças, conquistado na Cruz um
direito de termos um corpo incorruptível; venceu o pecado e a morte. Nós, como igreja de
Cristo, temos a capacitação para viver no limite e mostrar Sua compaixão.

II - O exercício da compaixão depende de fé.

A viúva foi desafiada a preparar uma refeição com seu último suprimento, primeiramente
para Elias, e só depois poderia cozinhar para ela e seu filho. Isso é uma prova de fé. Com
essa obediência ela estava dizendo: “Eu creio que Deus vai me suprir”. Ela agiu como
Abraão, que subiu ao monte do sacrifício crendo que Deus iria prover o cordeiro para o
sacrifício.

Essa viúva só exerceu a compaixão, preparando sua última refeição para o profeta, porque
creu na palavra de Deus, dita pelo profeta, que a farinha e o azeite duraria até chover
novamente e terem suprimento. Sem crer nas promessas de Deus, não vamos conseguir ter
misericórdia, principalmente, quando nós também temos necessidades.

A fé é um elemento fundamental para que possamos manter as mãos abertas para


abençoar. Há muitos momentos em nossas vidas que nossa única garantia é a fé. Só
conseguiremos pisar no próximo degrau se formos capazes de crer nas palavras de Deus.

Se você não for capaz de crer que o Deus que colocou recursos em suas mãos é capaz de
continuar te suprindo, você também não estará preparado para ser misericordioso e ter
compaixão.

III- O exercício da compaixão ensina que Deus acrescenta onde aprendemos a tirar.

Deus não encheu a panela de farinha nem a botija de óleo, mas cada vez que a viúva tirava,
Deus acrescentava. Tanto para a sua refeição com o filho, quanto para Elias.

Essa experiência vivida pela viúva é repetida muitas vezes ao longo da Bíblia.

O maná caía a cada dia e para aquele dia. O Jordão se abriu quando os sacerdotes tocaram
as águas com seus pés.

Vale destacar que o azeite e a farinha só eram acrescentados quando ela tirava, não antes
disso. Aprendemos então que Deus vai acrescentando quando nós vamos aprendendo a
compartilhar e não acumular. Se queremos ver o milagre da multiplicação, precisamos
aprender a lição de compartilhar. Isso se torna um ciclo: Deus me deu, eu tiro, ele
acrescenta e eu tiro novamente... Deus já tomou a iniciativa colocando algum recurso
sobre sua gestão, você pode continuar o ciclo pela graça de dar ou pode interromper,
tentando reter ou acumular. Qual será sua decisão na gestão dos recursos que Deus te
confiou?
IV - O exercício da compaixão ensina que somos ajudados enquanto ajudamos.

Outro fato curioso é que essa viúva não estava apenas salvando Elias da fome, mas
salvando a si mesma. Lembremos que era a última refeição que ela tinha. Deus queria não
apenas salvar Elias da fome, mas a viúva e seu filho também. Caso contrário, Deus usaria
uma forma sobrenatural, como foi o caso de usar os corvos descrito no inicio do capítulo
17 de 1Reis.

Deus também estava interessado na salvação da viúva, por esse motivo enviou Elias até ela.

Precisamos entender que há propósito em todas as coisas, inclusive quando Ele envia
alguém para pedir. Se nós não aprendermos a ter compaixão, nossa vida cristã começa a
ficar vazia e sem propósito.

Elias também ajudava enquanto estava sendo ajudado. Ele tinha a Palavra de Deus; ele
tinha posse das promessas de Deus. Como diz o texto da introdução, essa viúva não estava
dentro das fronteiras de Israel, temos aqui um caso de missões transculturais.

A igreja de Cristo não é rica economicamente, porém, como disse Pedro na porta do
templo: “Não tenho ouro ou prata, mas o que tenho isso te dou”. Não somos desafiados a
dar o que não temos, apenas o que temos e o que temos é suficiente. O que temos é a única
esperança. A única solução para o dilema do mundo.

Conclusão:
Essa experiência vivida por Elias e a viúva de Sarepta nos ensina que quando somos
colocados em situação extrema em nossas vidas e ministério, Deus quer nos usar de forma
sobrenatural. Não olhe só para a escassez, mas para o Deus provedor.

É fundamental crer que o Deus que promete é o mesmo que realiza. Se não formos capazes
de crer, nosso ministério já está morto.

Deus prefere acrescentar quando aprendemos a tirar, compartilhar, dar. Quero te desafiar a
fazer essa prova.

Não vamos chegar a um estado de completa abundância para exercer compaixão, pois
somos ajudados enquanto ajudamos. Lembremos, portanto, que já temos o suficiente do
que o mundo precisa. Temos o Evangelho, a boa notícia, que está carregada de promessas.
Precisamos ter a coragem de Elias. Faça dessa maneira, pois assim diz o Senhor. Não somos
responsáveis pela fé das pessoas, mas pela mensagem, pela palavra que a desperta.
2ª SEMANA
VIVA A COMPAIXÃO DE JESUS!
Autores: Pr. Joel e Lucia Martiniano

Gálatas 2.20

INTRODUÇÃO:
Quando estávamos realizando trabalho missionário nos Andes peruanos, na Cidade de
Ayacucho, tivemos a oportunidade de evangelizar um homem belga e ele me disse: “Até
hoje não entendo porque um homem teve que morrer na Cruz por toda humanidade. Qual
a necessidade disso?”. Ele se referia à morte de Jesus na Cruz do Calvário. Este senhor era
casado com uma peruana e vivia numa casa fora da cidade. Como muitos outros em todo
mundo, ele ainda não entendera que a morte de Cristo Jesus foi um dos maiores atos de
compaixão que a humanidade já experimentou!

Gostaria de compartilhar três aspectos que devem ser frutos desta incomparável
compaixão de Jesus na vida dos que entenderam e receberam a Cristo como salvador!

• Aceite ser crucificado com Cristo Jesus!


• Compartilhe seu testemunho em Cristo!
• Mantenha sua fé firme em Jesus!

Viva a compaixão de Jesus

• ACEITE SER CRUCIFICADO COM CRISTO JESUS!

O apóstolo Paulo em certo momento de sua vida foi um perseguidor implacável dos crentes
em Cristo; só depois de genuína conversão ele pode entender o significado da Cruz e o
porquê de Jesus sofrer a morte de cruz, como disse o Dr. Billy Graham: “Na cruz, Jesus
estava dizendo para toda humanidade: ‘Eu te amo, eu te amo, eu te amo!’. ”
Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não
morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (João 12.24).

O apóstolo entendeu que ele precisava imitar a Jesus! Da mesma maneira, eu e você
precisamos. Não há maneira de fazer missões se não mortificar o nosso ego, nossa carne e
a própria vontade. Nisto estamos falando do princípio da renúncia, do sair sim da zona de
conforto, não por obrigação ou imposição, mas por compaixão para obedecer ao Ide do
nosso Senhor Jesus!

Quando o Espírito nos convocou para a missão transcultural, nosso primeiro campo foi o
Peru. As pessoas ao saberem de nossa decisão em aceitar o chamado, nos perguntavam:
“Como vai ser com seus filhos pequenos, Isaac (8) Miquéias (6) numa terra estranha? Vocês
não conhecem ninguém lá. E como vai ser com a língua? Estas e outras perguntas eram
comuns nas conversas, mas no nosso coração estava a convicção de atender ao chamado
do Senhor e, para isso, outras coisas tiveram que ser crucificadas, inclusive nossa vontade
de permanecer num lugar onde já tínhamos reconhecimento e estabilidade.

• COMPARTILHE SEU TESTEMUNHO EM CRISTO!

A compaixão de Jesus tem raízes profundas nos seus feitos de amor e misericórdia! Uma
coisa que ficou muito clara para nossa família, é que o Senhor nos salva e nos chama para
servir. A Bíblia nos diz que “nos últimos dias o amor de muitos se esfriará”. Somente cheios
da compaixão de Jesus teremos “gás”, força e ânimo para anunciar Jesus a tempo e fora de
tempo.

O apóstolo Paulo nos recomenda a obedecer ao Senhor quando disse: “Que pregues a
palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a
longanimidade e doutrina”. (2Tm 4.2).

O Senhor nos chamou para testemunhar de Jesus. Missões é falar de Jesus, seu poder, sua
graça salvadora e grande compaixão onde eu estou, aonde o Senhor queira me levar e
ainda que o ambiente ou situação sejam adversos! O Senhor nos salva para testemunhar de
sua tão grande salvação!

Nós sabemos que há campos missionários onde se pode testemunhar abertamente de


Jesus, já outros não. Quando chegamos a Arequipa, no Peru, encontramos um ambiente
hostil ao Evangelho. Muita tradição religiosa e o oposto da realidade que vivíamos em
nossa cidade no Brasil, onde cada semana várias pessoas recebiam a Cristo em nossa igreja.
Ali no Peru, demoramos pelo menos 2 meses para levar a primeira alma a Jesus. Foi o fim
de, para nós, uma longa espera. Uma alegria inusitada. Gritamos de alegria e nos
emocionamos. Foi mais que a emoção de um gol de virada do Brasil numa Copa do Mundo!
Foi um gol celestial! Festa nos céus e em nossos corações!

• MANTENHA SUA FÉ FIRME NO SENHOR!

Nós não podemos nos enganar que necessitamos da força compassiva de Jesus para
manter nossa fé Nele. O apóstolo Paulo neste texto deixa bem claro seu posicionamento de
que a vida que ele vivia no corpo, vivia pela fé em Cristo Jesus que o amou e se entregou
por ele.
O escritor sagrado escreveu em hebreus: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador
dos que o buscam.” Hebreus 11.6.

Não é possível avançar em nossa vida cristã, nem na obra missionaria, sem essa plena
consciência e confiança no Senhor Jesus e nos seu santo e poderoso amor. Quantas
situações nos sobrevém e testam a nossa fé? Mas a compaixão do Senhor se manifesta
através de seus feitos, através da oração, mediante a fé em o nome Jesus e no poder do seu
Santo Espírito.

Evangelizamos e estávamos fazendo o discipulado com a dona Isabel em Arequipa – Peru.


Ela havia sido seguidora do SENHOR DOS MILAGRES e todos os anos, no mês daquela
imagem, ela fazia os rituais e cultos concernentes à idolatria e passava o mês de outubro
vestida de roxo como os devotos daquele ídolo faziam. Antes de batizá-la tivemos que vir
ao Brasil para promoção missionária. Quando regressamos, quatro meses depois, a
encontramos e ela nos contou sobre vários embates que sofreu quanto à sua fé e nos disse:
“Pastor, as lutas foram grandes e até pensei que vocês não voltariam mais. Mas eu disse a
Jesus que mesmo que vocês não retornassem, eu não voltaria atrás porque tinha entregue
minha vida a Ele. O Filho de Deus mudou quem eu era”.

Conclusão:
Para concluir, é pertinente reconhecer e viver essa grande Compaixão de Jesus.
1) Aceitando ser crucificado com Cristo Jesus, permitindo o Senhor, dominar seu caráter e
vontade;
2) Não perdendo a oportunidade de falar, testemunhar de Jesus, fazendo disso seu estilo de
vida;
3) Mantendo a fé firme no Senhor Jesus!
Você percebeu que estes três elementos são fundamentais para a obra missionária no Brasil
e no mundo? Movidos por Cristo, que nos amou e se entregou por nós na Cruz, Viva a
Compaixão de Jesus.

3ª SEMANA
HÁ SEMPRE UMA CAMINHADA
Autores: Rita de Cassia, missionária na sede, e Almir Fellipe, Turma 6 do projeto Radical
África

INTRODUÇÃO:

A Bíblia é repleta de caminhadas. A primeira foi do próprio Deus que costumava caminhar
pelo Jardim do Edén. Depois vemos que Enoque andou com Deus.
Vemos a difícil caminhada de Abraão com Isaque à região de Moriá. Pedro andando com
Jesus sobre as águas. Porém, teve uma caminhada que foi difícil, triste e santa; uma
caminhada que nos trouxe vida, a caminhada do nosso Salvador, a Via Dolorosa.

Vemos na Bíblia o povo de Israel que por caminhar em desobediência sofreu nas mãos dos
seus inimigo. Os midianitas destruíram tudo de Israel, os gados, ovelhas, plantações. Até
que um dia Deus convidou um homem para caminhar e lutar com Ele e por Ele.

Deus viu o sofrimento do povo e chamou Gideão para caminhar com Ele e libertar o seu
povo. Texto de Juízes 6:11-17

1.HÁ SEMPRE UM CHAMADO

Deus viu o sofrimento do povo e chamou Gideão para caminhar com Ele e libertar o seu
povo.

Leve a sério que Deus te chama para fazer a obra dEle. Existem pessoas que acham que isso
é bobeira, perda de tempo.

Discernir o chamado representa um dos maiores desafios da sua vida. Você precisará estar
preparado para assistir à morte agonizante de alguns de seus sonhos.

Frederich Buichner escreve que “chamado é o lugar onde sua profunda alegria se encontra
com a profunda necessidade do mundo”.

O Senhor Jesus nos chama para ir e pregar o Evangelho, fazer discípulos, libertar os cativos,
trazer esperança para que ainda estão distantes de sua graça.

Ande! Você é chamado para libertar, para pregar Cristo às pessoas na escola, faculdade, na
rua. As pessoas à nossa volta estão padecendo.

Gideão foi chamado para libertar o seu povo e nós somos chamados para libertar pessoas
em nossa cidade e até os confins da Terra.

2.HÁ SEMPRE MEDO E ENCORAJAMENTO Juízes 6.13.

Deus sempre pede às pessoas coisas que elas têm medo. Com Gideão não foi diferente.
Quando o anjo do Senhor apareceu a Gideão falando que ele era valente, ele questionou
toda a sua situação. Mas o Senhor falou: “Eu estou contigo”. Ele prometeu dar força
necessária para vencer os inimigos.

Gideão deu algumas desculpas. Ao olhar suas limitações e fraquezas não enxergou como o
Senhor poderia trabalhar através dele.

Assim como Gideão, fomos chamados para servir a Deus. Embora o Senhor nos prometa as
ferramentas e condições necessárias, sempre inventaremos desculpas.

É normal sentir medo diante de um grande desafio.


Gideão, devido à situação que Israel passava, malhava o trigo escondido. Malhar o trigo é o
processo de separação dos grãos do trigo da palha. Normalmente o processo era feito
numa grande área, quase sempre numa colina onde o vento assoprava a palha quando o
agricultor jogava o trigo batido para o ar. No entanto, se Gideão tivesse feito isso, teria se
tornado uma presa fácil para os midianitas. Ele foi forçado a derrubar seu trigo em uma
prensa de lagar, um buraco escondido em um local pouco provável para se guardar as
colheitas.

Mas o Senhor disse: “Vai com tua força!”. E o Senhor nos diz para não temermos. Não tenha
medo. Seja forte e corajoso. Confia em Deus.

O medo é a principal razão pela qual as pessoas se recusam a obedecer a voz de Deus. Nos
não sabemos o que vai acontecer. É por isso que precisamos ouvir esta ordem o tempo
todo. São 366 versículos que dizem “não temas/ não tenha medo”. Creio que Deus diz não
tema com tanta frequência porque o medo tem a capacidade de penetrar mais depressa
que qualquer outra coisa. Destrói a fé e tornar-se o maior obstáculo à confiança e
obediência a Deus.

O senhor diz em Isaías 41.10: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque
eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.”

3.HÁ SEMPRE UMA DECISÃO E UMA VIDA TRANSFORMADA


Gideão disse sim ao chamado de Deus. Obedecendo ao chamado do Senhor, destruiu o
altar de Baal, um ato que mostrou a sua fé e seu comprometimento.

Vemos nos capítulos que se segue que Gideão tomou sua decisão, libertou o povo com 300
homens.

Nós temos que tomar nossa decisão se vamos caminhar com Deus e libertar as pessoas,
apesar do nosso medo, ou se vamos retroceder e dizer não. Temos que decidir!

Gideão teve sua vida transformada. De um fazendeiro medroso, passou a ser um juiz de
Israel, um dos heróis da fé, citado em Hebreus 11.

Conclusão:
Creio que há momentos em nossa vida que Deus nos chama para caminhar com Ele e para
Ele. E, ao dizer sim ao seu chamado, é provável que necessite enfrentar os próprios medos
para ter uma vida transformada.

4ª SEMANA
VIVA A COMPAIXÃO
Autor: Pr. William Freitas, missionário na Colômbia

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que
agora vivo na carne, vive-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si
mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)

Em Gálatas 2.20 o apóstolo Paulo escreveu que ele havia sido "crucificado com Cristo" e,
como resultado, ele não vivia mais. Isso significa que Paulo foi pendurado na cruz com
Jesus e foi fisicamente crucificado com ele? Obviamente não. Então, o que Paulo quis dizer
com "crucificado com Cristo"? A vida e a morte mencionadas aqui são espirituais, não
físicas.

No versículo anterior, Gálatas 2.19, Paulo afirma que em Cristo ele se tornou morto para a
Lei, insensível a ela da mesma forma que a morte física torna a pessoa insensível a todos os
objetos e influências ao seu redor. Paulo diz que se tornou insensível à Lei como meio de
justificação. Ela perdeu seu poder sobre ele e parou de influenciá-lo.
Paulo também estava morto para o mundo, para a ambição e o amor ao dinheiro, à soberba
da vida e ao domínio do mal e das paixões odiosas. Eles perderam o poder sobre ele; eles
pararam de influenciá-lo. Eles também foram crucificados com Cristo.

Quando somos crucificados com Cristo pela fé nele, devemos render completamente todos
os desejos e ambições egoístas à perfeita vontade de Deus e orientar nossa vida por aquilo
que é determinado por Cristo.

O que é determinado por Cristo? Poderia citar muitos textos bíblicos para argumentar as
respostas, mas desejo somente apontar um texto:
Filipenses 2.5 nos ensina…

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.

No contexto da passagem a exortação é ser humilde como Jesus. Humildade que o levou a
se esvaziar de sua glória, a ser obediente até a morte e morte de cruz, pelo “que também
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao
nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.9-11).

Assim como Jesus foi humilde, agora os cristãos são chamados à humildade, que leva cada
um a considerar os outros superiores a si mesmo. E não atentar cada um para o que é
propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. (Filipenses 2.3-4).
Como bem destacou São Padre Pio de Pietrelcina: “A humildade é o reconhecimento da
renúncia de si mesmo”.

Essa renúncia de si mesmo é o que nos possibilita ver o outro com o olhar atento ao que o
outro necessita e ter preocupação pelas suas necessidades. A humildade cristã gera
compaixão. Nisso também podemos aprender de Jesus, pois disse a Bíblia que “ao ver as
multidões, Jesus sentiu grande compaixão pelas pessoas, pois que estavam aflitas e
desamparadas como ovelhas que não têm pastor.” (Mateus 9.36).

Podemos considerar alguns pontos importantes:

1. O que podemos entender como Cristo viver em mim?

Entendo que significa que estamos mortos ao pecado, ao mundo, e a nossas paixões e
sentimentos. O que nos leva a considerar que pela fé a nossa vida é Cristo, portanto,
devemos render completamente todos os desejos e ambições egoístas à perfeita vontade
de Deus. E orientar nossa vida por aquilo que é determinado por Cristo.

2. Que tipo de sentimento devo ter em mim, agora que vivo pela fé no Filho de Deus?

Filipenses 2.5 “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.

Simples, mas não tanto, pois penso que o que acontece hoje é o fato de não sermos
consequentes com a nossa fé, porque, se assim fôssemos quando olhássemos à nossa volta
e comtemplássemos a realidade do mundo, não poderíamos deixar de sentir crescer em
nosso coração os mesmos sentimentos que animaram o de Jesus Cristo.

Podemos falar de muitos, pois nos evangelhos encontraremos que Jesus manifestou
muitos sentimentos. Mas pontualmente somos chamados à humildade.

Um espirito humilde que é acolhido por Deus e se manifesta em olhar para o próximo com
misericórdia, compaixão.

3. Como podemos manifestar compaixão?

É preciso sentir e fazer o bem com todos. Ao olhar para as pessoas da maneira correta,
vamos ver o que as preocupa, quais são as suas necessidades e o que podemos fazer para
atender essas necessidades.

Penso que a compaixão pode ser entendida como o resultado de um olhar amoroso de
Deus ao mundo e, de maneira especial, aos homens. No Evangelho o 'Jovem Rico' depois
que este disse já observar os mandamentos desde sua juventude, lemos que Jesus o olhou
com amor. Que olhar deve ter sido esse! Tão simples e tão profundo. Um olhar que vai até
o fundo de cada um de nós, “mais cortante que qualquer espada de dois gumes”, que
compreende toda a miséria do homem e a necessidade do amor de Deus.

A compaixão cristã nada tem a ver com o pietismo, com o assistencialismo. Pelo contrário,
é sinônimo de solidariedade e de partilha, e é animada pela esperança.

A Palavra que Jesus dirige aos apóstolos, “Ide e anunciai: ‘O Reino do Céu está próximo”
(Mateus 10.7) nasce da esperança. É uma esperança que se fundamenta na vinda de Cristo,
e que em última análise coincide com a sua pessoa e com o seu ministério de salvação,
onde Ele é o Reino de Deus, é a novidade do mundo!

Com efeito, a consideração das necessidades espirituais do mundo deve levar-nos a um


infatigável e generoso trabalho missionário.
Ao vermos tantas necessidades a nossa volta, e além de nossas fronteiras, precisamos
manifestar compaixão e entender a urgência da missão que nos incumbe. A missão de
Jesus deve levar-nos a fazer um sério exame de consciência: “Que fiz hoje para apresentar
a Deus?”; “A quem falei hoje de Cristo?”; “Preocupo-me realmente com a salvação dos que
me rodeiam?”; “Sou consciente de que muitos se aproximariam do Senhor se eu fosse mais
audaz?”.

Portanto, viver Cristo é viver a compaixão. Amém!

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