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CP 1 – Liberdade e responsabilidade

democráticas

50 horas

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3. Democracia representativa e participada

Estado

Estrutura organizada, reconhecida por todos os membros da


sociedade, dotada de força coerciva e capaz de garantir a vida
em sociedade.
Elementos do Estado

POVO TERRITÓRIO SOBERANIA

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3. Democracia representativa e participada

Constituição da República Portuguesa


Artigo 5.º (Território)

1. Portugal abrange o território historicamente definido no


continente europeu e os arquipélagos dos Açores e da Madeira

2. A lei define a extensão e o limite das águas territoriais, a zona


económica exclusiva e os direitos de Portugal aos fundos
marinhos contíguos.
3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou
dos direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo da
retificação de fronteiras. 3
3. Democracia representativa e participada

Democracia, o queé?
“A Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”

Abraham Lincoln (1809 –1865)

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3. Democracia representativa e participada

“Muitas formas de governo foram tentadas, e serão testadas neste mundo de


pecado e aflição. Ninguém finge que a democracia é perfeita ou onisciente. De fato,
diz-se que a democracia é a pior forma de governo exceto todas as outras formas
que foram testadas de tempos em tempos.”

Winston Churchill

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3. Democracia representativa e participada

Estados democráticos, o que são????

❖O Estado democrático de direito é um conceito que designa


qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das
liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e
pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de
uma proteção jurídica.

❖Num estado de direito, as próprias autoridades políticas estão


sujeitas ao respeito das regras de direito.
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3. Democracia representativa e participada

Um Estado democrático chamado Portugal


“A República Portuguesa é um Estado de direito democrático,
baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e
organização política democráticas, no respeito e na garantia de
efetivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e
interdependência de poderes, visando a realização da democracia
económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia
participativa.”

Artigo 2.º da Constituição da Républica Portuguesa

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O Estado de direito – a Constituição


Até hoje, Portugal teve 4 Constituições que coincidiram com
alteração do sistema político:
1ª Constituição: 1822
2ª Constituição: 1911
3ª Constituição: 1933
4ª Constituição: 1976 (a atual)

Adicionalmente temos a Carta Constitucional (1826) e a Constituição de 1838

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1ª Constituição – 1822:

Em 1820, a população portuguesa vivia descontente, porque Portugal tinha


ficado devastado pelas invasões francesas; a família Real tinha fugido para o
Brasil e os ingleses não saíam de Portugal. No dia 24 de agosto de 1820 os
conspiradores liberais fizeram rebentar a revolução, para criar um Governo
liberal que garantisse a igualdade e liberdade de todos os cidadãos. Para
consolidar essa revolução, começaram a elaborar uma Constituição – documento
que contém as principais leis de um país – a primeira Constituição de 1822, ano
em que foi aprovada. Passou-se, assim, de uma monarquia absoluta para uma
monarquia liberal.

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1ª Constituição – 1822:

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1ª Constituição – 1822:

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2ª Constituição – 1911:

Nos finais do século XIX a maioria do povo português continuava a viver com
grandes dificuldades. Os pobres ficavam mais pobres, e os ricos ficavam mais ricos.
Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar
as condições de vida da população. Nesta altura, surgiram os republicanos, que
eram contra os liberais e achavam que à frente do País não devia estar um rei, mas
sim um presidente eleito pelos Portugueses e que só governasse por alguns anos.
A 4 de outubro de 1910 iniciou-se em Lisboa a primeira grande revolução
portuguesa do século XX. Essa revolução saiu vitoriosa e, em 5 de outubro de 1910
é proclamada a República. Assim termina a monarquia em Portugal.
Em 1911 fez-se uma nova Constituição.
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2ª Constituição – 1911:
A Primeira Républica ❖A 5 de Outubro de 1910 dá-se a
Implantação da Républica em
Portugal.

❖Em 1911 foi aprovada a primeira


Constituição da Républica Portuguesa
e foi eleito o primeiro Presidente da
Républica (Manuel de Arriaga).

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2ª Constituição – 1911:

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3ª Constituição – 1933:
Durante a 1ª República, entre 1910 e 1926, Portugal viveu um período de grande
instabilidade governativa.
Tanto o Presidente da República como o Governo, para não serem demitidos,
precisavam de ter no Parlamento uma maioria de deputados que os apoiasse. Isso
raramente acontecia porque os deputados do Parlamento estavam frequentemente
em desacordo - 16 anos, Portugal teve 8 Presidentes da República e 45 Governos.
A maioria dos Presidentes não cumpriu os 4 anos de mandato que a Constituição
estipulava. E os Governos eram substituídos constantemente, não chegando a ter
tempo de concretizar medidas importantes para o desenvolvimento do país.
A instabilidade governativa culminou no golpe militar de 28 de maio de 1926,
colocando fim à 1ª República e iniciando uma ditadura militar que durou de 1926 a
1933. 15
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3ª Constituição – 1933:
Durante a ditadura militar não se realizaram mais eleições para o Parlamento, e
os governadores passaram a ser escolhidos pelos militares. Proibiram-se as
greves e as manifestações e a imprensa passou a ser controlada pela censura.
Ainda em 1928, o presidente Óscar Carmona convidou o Dr. Oliveira Salazar
para fazer parte do Governo como ministro das Finanças. Salazar só aceitou o
cargo depois de lhe ter sido garantido que ficaria a fiscalizar as despesas de
todos os Ministérios.
Em 1932, Salazar foi nomeado Chefe do Governo (Primeiro-Ministro), cargo que
manteve durante 36 anos (até 1968).

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3ª Constituição – 1933:

Sob a sua orientação fez-se uma nova Constituição – a Constituição de 1933.


Começou, então, um novo regime a que se chamou Estado Novo e que durou 40
anos (até 1974). O Governo passou a ser o órgão de soberania com mais poder e
a decretar a maioria das leis. Salazar controlava todos os ministérios e governava
o país de uma forma autoritária e absoluta – Ditadura.

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3ª Constituição – 1933:
Durante os anos de ditadura não havia liberdade de expressão, de reunião e
de associação. Foi proibido o direito à greve e não era permitido aos
trabalhadores associarem-se livremente em sindicatos e federações. Também
não era autorizada a formação de partidos políticos. Havia uma polícia
política que tinha informadores secretos e perseguia todos aqueles que
manifestassem ideias contra o Estado Novo.
Existiam portugueses a defenderam ideias contrárias à ditadura e a lutarem
pelos direitos e liberdades perdidas. Durante os longos anos de ditadura,
várias manifestações se foram organizando contra a falta de liberdade. Esses
golpes tinham de ser planeados em segredo, pois senão, os envolvidos eram
perseguidos pela PIDE. 18
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3ª Constituição – 1933:
Para além da falta de liberdade do povo português, também as colónias
portuguesas sofriam com a falta de autonomia dessas populações. A revolta dos
povos africanos contra a ocupação portuguesa foi crescendo porque, ao
contrário da França e Inglaterra, Salazar negava o direito de independência às
colónias. Por isso, as colónias começaram movimentos de guerrilha.

A maior parte dos países do Mundo condenava o


governo português por não acabar com a guerra
colonial. Apesar disso, a guerra prolongou-se por
13 anos, perante o descontentamento dos
militares e da população.

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4ª Constituição – 1976:
Cansados da repressão e da guerra colonial que parecia não ter fim, um grupo de
jovens militares formou o Movimento das Forças Armadas (MFA) e começou a
preparar um golpe militar. Esse golpe viria a realizar-se no dia 25 de abril de 1974.
Acabava a ditadura e restabelecia-se, então, o regime democrático em Portugal – a
2ª República.

Democratizar
Descolonizar
Desenvolver
eram os objetivos do MFA

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4ª Constituição – 1976:
Era necessário substituir a Constituição de 1933 por uma nova Constituição que
incluísse as liberdades. A nova Constituição resultou do trabalho de todos os
partidos políticos representados na Assembleia Constituinte. E, depois de pronta,
foi aprovada pela maioria dos deputados e publicada em 2 de abril de 1976.

Com a democracia todos os Portugueses passaram a ser iguais perante a lei, quer
dizer, a ter os mesmos direitos e deveres e a poder escolher os governantes do
País através do direito de voto.

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4ª Constituição – 1976:

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3. Democracia representativa e participada

4ª Constituição – 1976:
•A Constituição da República promulgada em 1976
representa o fim legal do Estado Novo.
•Restitui aos portugueses direitos, liberdades e
garantias de que tinham sido privados durante a
ditadura (como por exemplo: o direito ao voto, a
liberdade de expressão, entre outros).
•Estabelece o funcionamento dos órgãos de poder
central, local e regional (é dada à população a
possibilidade de eleger os órgãos de poder local e
regional, coisa que não acontecia até aqui).

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4ª Constituição – 1976:
Princípios da Constituição de 1976:

• O Princípio da Universalidade (artigo 12º), no qual é garantido a todos a


usufruição dos direitos e a sujeição aos deveres que são consignados na
Constituição;
• O Princípio da Igualdade (artigo 13º), que estabelece que todos os cidadãos
são iguais entre si e perante a lei e, por tal, ninguém pode ser privilegiado,
beneficiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever sem
razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou
condição social.
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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português

Em Portugal, com a transição para a democracia a 25 de abril de 1974, passamos


a ter um Estado de direito. Os seus princípios fundamentais assentam:

• Na lei como expressão da vontade geral;

• Na divisão de poderes:
- legislativo (que compete à Assembleia da República);
- executivo (que compete ao Governo);
- judicial (conferido aos Tribunais);

• Na legalidade de administração, ou seja, na submissão à lei.

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Organização do Estado democrático português


O poder passa a estar organizado a nível:

• Central;
• Regional (regiões autónomas dos Açores e da Madeira);
• Local.

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


O Poder Central é o poder político que se estende a todo o território e a toda a
população portuguesa. Este poder é exercido pelos órgãos de soberania ou
Poder Central, na sua maioria, dependem direta ou indiretamente do voto da
população.

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Presidente da República

É eleito por sufrágio universal, tendo cada mandato a duração de 5 anos. A


mesma pessoa não pode ser reeleita para um terceiro mandato consecutivo.
É, por inerência, o Comandante Supremo das Forças Armadas.

Quinto presidente da República eleito


democraticamente por sufrágio universal após o 25 de
Abril de 1974, em 24.janeiro.2016.

Reeleito em 24.janeiro.2021.

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Central


Presidente da República – principais competências
• Cumprir e fazer cumprir a Constituição;

• Promulgar os diplomas legais, tendo ainda, a este respeito, o poder de vetar (o direito
de veto define-se na capacidade de não promulgar um determinado diploma legal,
dentro do estipulado pela Constituição);

• Dissolver ou convocar extraordinariamente a Assembleia da República;

• Nomear embaixadores; • Indultar e comutar penas;

• Nomear e demitir (exonerar) o primeiro-ministro; • Declarar o estado de sítio ou de

• Submeter a referendo questões de relevante emergência;

interesse nacional; • Marcar a data das eleições;


• Declarar a guerra e fazer a paz.
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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Assembleia da República
O Parlamento português, ou Assembleia da República, é constituído por uma câmara de
Deputados que representa todos os portugueses por períodos de 4 anos

Os Deputados são eleitos por sufrágio universal direto e secreto.

A Assembleia da República tem os poderes principais de:


• Legislar – fazer as leis;

• Aprovar o Programa do Governo;

• Fiscalizar a atuação do Governo;

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Assembleia da República – principais competências
Alguns exemplos de matérias sobre as quais só o Parlamento pode legislar:

• Constituição da República Portuguesa;

• Lei eleitoral;

• Organização e funcionamento do Tribunal Constitucional;

• Lei dos Partidos Políticos;

As competências e as regras de funcionamento da Assembleia da República e os


direitos e deveres dos seus Membros são definidos pela Constituição, pelo
Regimento, pelo Estatuto dos Deputados e pelo Código de Conduta.

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Governo
O Governo é o órgão de condução da política geral do país e o órgão superior da
administração pública.

É constituído pelo primeiro-ministro, pelos ministros, secretários e subsecretários do


Estado. Pode incluir, também, vice-primeiro-ministro.

O governo é o conjunto de pessoas mandatadas pelo Presidente da República para


assumirem a gestão do Governo (órgão), principalmente na sequência de eleições
legislativas; podem também haver governos de iniciativa presidencial.

Normalmente, é chamado a formar governo o partido ou a


coligação de partidos que venceu as eleições; porém, carece de
apoio da Assembleia da República. 32
3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Central


Governo – principais competências

• propor leis à Assembleia da República

• fazer decretos-leis em matérias não reservadas à Assembleia da República;

• fazer regulamentos técnicos para que as leis possam ser cumpridas;

• elaborar os planos (por exemplo, nas áreas da economia, das finanças e do orçamento,
das relações exteriores, da justiça, da segurança e de outras áreas setoriais) e ordenar a
sua execução;

• fazer executar o orçamento de Estado;

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Tribunais
São os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo.

São independentes e apenas estão sujeitos à Lei.

A todos os cidadãos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus
direitos e interesses legalmente protegidos. Todos têm direito, nos termos da lei, à
informação e consultas jurídicas, ao patrocínio judiciário e a fazer-se acompanhar por
advogado perante qualquer autoridade.

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Organização do Estado democrático português – Poder Central


Tribunais

Tribunal Constitucional: compete-lhe especificamente administrar a Justiça em matérias


de natureza jurídico-constitucional, designadamente julgar a conformidade das leis com a
Constituição e pronunciar-se sobre o contencioso eleitoral.

Supremo Tribunal de Justiça e Tribunais Judiciais de primeira e segunda instância: são os


tribunais comuns em matéria cível e criminal e exercem jurisdição em todas as áreas não
atribuídas a outras ordens judiciais.

Supremo Tribunal Administrativo: são competentes para julgar litígios emergentes das
relações jurídicas administrativas e fiscais.

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Central


Tribunais

Tribunal de Contas – é o órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas


públicas e de julgamento das contas que a lei manda submeter-lhe Compete-lhe,
designadamente, dar parecer sobre a Conta Geral do Estado, incluindo a Segurança Social
e as contas das Regiões Autónomas.

Para além dos Tribunais Judiciais, existe uma figura primordial, no âmbito da justiça e da
cidadania, no regime democrático – o Provedor de Justiça.

Maria Lúcia Amaral


1º mandato – 02.11.2017
2º mandato – 02.12.2021
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Organização do Estado democrático português – Poder Regional

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Regional


Os arquipélagos dos Açores e da Madeira
também estão, como qualquer outra parcela
do território português, dependentes do
poder central.

No entanto, devido principalmente à sua


situação geográfica e aos desejos de autonomia
dos seus habitantes, têm uma organização
política e administrativa diferente.

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Regional


Assembleia legislativa regional e o Governo regional – orgãos políticos específicos

Assembleia legislativa dos Açores Assembleia legislativa da Madeira

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José Manuel Bolieiro Miguel Albuquerque
3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Regional


Para cada uma das regiões autónomas há um ministro da República, nomeado e
exonerado pelo Presidente da República, competindo-lhe, designadamente, assinar e
mandar publicar os decretos legislativos e regulamentares regionais e exercer o direito
de veto nos termos previstos na Constituição.

Pedro Alves Catarino – desde 2011 Ireneu Cabral Barreto – desde 2011

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Local

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Local

O poder local é organizado


através de autarquias locais:
freguesias e municípios. Esta
organização é fundamental para a
descentralização do poder.

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Local


Os órgãos representativos das autarquias locais são a Câmara Municipal e a Assembleia
Municipal, no que respeita ao município, e a Junta e a Assembleia de Freguesia, no
âmbito da freguesia. A Junta e a Câmara têm o poder executivo.

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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Local


Câmara Municipal - competências

• Construir escolas primárias;


• Construir instalações desportivas;
• Aprovar projetos para habitações;
• Definir as áreas destinadas a habitações, à construção de fábricas, a
parques desportivos…
• Construir e reparar estradas e caminhos;
• Instalar redes de saneamento, de distribuição de água e de
eletricidade, fazer recolha de lixo;

• Aprovar as taxas do município e fixar o respetivo valor;


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3. Democracia representativa e participada

Organização do Estado democrático português – Poder Local


Junta de freguesia- competências

• Executar e velar pelo cumprimento das deliberações da assembleia


de freguesia ou do plenário dos cidadãos eleitores;
• Conferir atestados de residência;
• Zelar pelos bens públicos da freguesia;
• Informar e requerer à Câmara Municipal obras de interesse local;
• Elaborar e manter atualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis
da freguesia;
• Designar os representantes da freguesia nos órgãos das empresas
em que a mesma participe;
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4. Comunidade global

Cidadania Europeia

A cidadania europeia foi instituída pelo Tratado de Maastricht, em 1992, e


confere direitos e deveres aos cidadãos da União Europeia.

“É cidadão da União qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de


um Estado-membro.”

art.º 8 do Tratado de Maastricht

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4. Comunidade global

Cidadania Europeia
Direitos e deveres do cidadão europeu

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4. Comunidade global

Do Tratado de Roma ao Tratado de Maastricht

Com a assinatura do Tratato de Roma em 1957, deu-se a criação da então


Comunidade Económica Europeia (CEE) com a finalidade de estabelecer um
mercado comum europeu.

Em 1986, com o Ato Único Europeu, havia o objetivo de abolição de todas as


barreiras físicas, técnicas e fiscais existentes entre os Estados-membros de
forma a instituir o Mercado Único Europeu em 1993, prevendo-se a livre
circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais;

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4. Comunidade global

Tratado de Maastricht

Com a assinatura deste tratado em 1992 (entrou em vigor em 1993) abandona-se a logica
da integração apenas centrada na questão económica, para se introduzir também a via da
integração política e social. A então CEE passou a chamar-se Comunidade Europeia.

Este Tratado tinha fundamentalmente dois objetivos:

• A criação de uma União Política


• A criação de uma União Económica e Monetária.

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4. Comunidade global

Tratado de Maastricht – União política

No âmbito da União Política são estabelecidos os seguintes objetivos:

• Criação de uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC);


• Reforço de cooperação nos domínios da Justiça e Assuntos Internos;
• Instauração de uma cidadania europeia;
• Construção de uma Europa social;
• Novos campos de ação comunitária;
• Reforço da legitimidade democrática.

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4. Comunidade global

Tratado de Maastricht – União monetária

Para além da abolição de todas as fronteiras, era necessário derrubar outro obstáculo que
agora se colocava à livre circulação, a existência de diferentes moedas dos países-membros.
Nesse sentido, foi estabelecido como meta a alcançar a prazo, o estabelecimento de uma
união monetária e a adoção de uma moeda única em todo o espaço da comunidade.

As moedas nacionais vêm a ser substituídas pelo euro e a circulação do euro como
moeda física veio então a acontecer em janeiro de 2002

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4. Comunidade global
Tratado de Maastricht – União monetária
Critérios de convergência para adesão à União Monetária:

• Estabilidade de preços: a taxa de inflação média não poderia ultrapassar 1.5% da taxa de
inflação média verificada nos 3 países com melhores resultados em termos de
estabilidade de preços, ou seja, com menor inflação.

• Défices orçamentais: os défices de cada país não poderiam exceder 3% do PIB (deveriam
ser inferiores a 3% do PIB).

• Dívida Pública: não poderia ser superior a 60% do PIB.

• Estabilidade de cotações: a moeda nacional de cada país não poderia ter tido grandes
flutuações nos últimos dois anos, mantendo-se dentro da margem de flutuação prevista
pelo Sistema Monetário Europeu.

• Taxas de juro: as taxas de juro a longo prazo não poderiam exceder em mais de 2% a
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média da taxa de juro a longo prazo dos 3 países com as taxas mais baixas.
4. Comunidade global
Direitos dos cidadãos europeus

Os direitos dos cidadãos da UE estão consagrados no Tratado sobre o Funcionamento da


União Europei (artº 20) e na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (Título V).
V).

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