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RESENHA SOCIOLOGIA DA GLOBALIZACAO Teorias da Globatizagao. Rio de Janeiro, Civilizagaio Brasileira, 1995, de Octavio lanni A\pis ter publicado “Sociedade Gto- bal”, livro no qual ja apontava para questées fundamentais para se pensar o fim do século XX as transformagdes que marcam a entrada do novo século, Octévio lanni, em Teorias da Globalizagdo, mapeia as principais teorias que visam esclarecer as condigdes sob as quais se forma a sociedade global, bem como os desafios criados paraas sociedadesnacionais. O livroéum compéndio de temas apresentados em debatesem ambientes universitérios e textos publicados em revistas especializadas e jornais de grande circu- lado. Consciente de que no ocaso do século XX as ciéncias sociais se defrontam com um novo desafio epistemoldgico, qual seja, a tentativa de pensar 0 mundo como uma sociedade global, Tanni procura analisar o tema com profundidade, * Mestrando do Programa de Pés-Graduagio em Sociologia da FELCH-USP, Plural; Sociologia, USP, S. Paulo, 4: 179-185, 1.sem. 1997 por Wagner Iglecias* investigando seu desenvolvimento e seus possi- veis desdobramentos O livro traz muito claramente a idéia de que o paradigma clissico das ciéncias sociais foi constituido e é desenvolvido na reflexdio sobre as formas e os movimentos da sociedade nacional. Mas alerta que a sociedade nacional vem sendo recoberta pela sociedade global. E acrescenta que © conhecimento acumulado sobre a sociedade nacional nao é suficiente para se pensarem as configurages eos movimentos da sociedade glo- bal, a qual é uma realidade ainda nao totalmente reconhecida e codificada. A sociedade global no éaextensdo quantitativa e qualitativa da socieda- denacional, pois se constitui como uma realidade original, permeada por desafios empiricos, meto- dol6gicos, histéricos ¢ tedricos que exigem da- queles que ambicionam pensar a realidade um sallo qualitativonoesforgo dareflexio, destinado a criar © novo paradigma. lanni desenvolve seu 179 | | | i i becwal raciocinio elucidando as principais metforas que tém sido criadas e usadas para dar conta das transformagées pelas quais o mundo vem passan- do. Afirma quea proliferagao de metéforas ocorre porque estdo sendo abalados os modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. Assim, cita diversas delas, como “aldeia global”, “fabrica global”, “cidade global”, “nave espacial”, “nova babel” etc. As idéias de fim da hist6riae fim da geografia também so metaforas utilizadas para entender 0 processoem curso, bem como'“sistema-mundo”e “shopping center global”. Asmetaforas produzi- das nos horizontes da globalizagao entram em dialogo umas comas outras, desafiando-se ¢ enri- quecendo-se mutuamente. E assim que a socieda- de global adquire fisionomia e significados. De metdfora em metéfora chega-se a fantasia, que ajuda a reencantaro mundo, produzindo a utopia ‘A utopia reencanta o real problematico, dificil, cadtico. Num momento em que os quadros de referéncia se desmancham no ar, qualquer utopia pode permitir a ilusio de um minimo de articula- go. Tanni aborda o debate entre Fernand Braudel ¢ Immanuel Wallerstein, notando que o pensamento de ambos privilegia o aspectoecond- miconna reflexao sobre o curso da historia mundi- al. Tanto para um quanto para outro a histéria se constitui na sucessio de “economias-mundo” ou sistemas econdmicosmundiais. Para Braudel sem- pre existe um centro econémico dominante a0 qual se subordinam zonas dependentes ¢ periféri- cas. Wallerstein afirma que a economia-mundo, que ele chama de “sistema-mundo” possui organicidade, e nela lutam forgas conflitantes 180 buscando cada qual aleangar seu beneficio parti- cular. Braudel entende a histéria como permeada por estruturas de longa diregao, enquanto Wallerstein privilegia a dinamica das realidades politicase econémicasdo capitalismo, apontando para o fato da expanstio continua do capitalismo. E preciso notar, diz lanni, que a economia-mundo capitalista esté permeada de economias-mundo menores ou regionais, organizadas em moldes coloniais, imperialistas etc; e que ao longo da historia das economias-mundo capitalistas houve e continua a haver a ascensio e queda de grandes poténcias, como centros dominantes de economi- as-mundo regionais. A partir deste conceito fica fécil entender que neste final de século XX se desenha um novo cenario de economias-mundo regionais, com predominancia dos BUA, Europa, Japao, Russia e China. lanni alerta para o fato de que Braudel e Wallerstein privilegiam 0 conceito de Estado-nago em suas analises, e afirma que o dilema estdem se constatar se esta ounaohavendo uma ruptura histérica em grandes proporgdes, em Ambito global, assinalando o declinio do Estado- nagdo ¢ a emergéncia de novos ¢ poderosos cen- tros mundiais de poder, soberania e hegemonia. Apés a Segunda Guerra Mundial predominaram ‘0s movimentos € as formas de reproducaio do capital em escala internacional, alterando as con- digdes dos movimentos e das formas de reprodu- ‘¢40 docapital em ambito nacional. Aos poucos, as, formas singulares e particulares do capital, ambi- tosnacional esctorial, subordinaram-seas formas docapital em geral, conforme seus movimentos e suas formas de reprodugao em Ambito internacio- nal. Esse processo vem se aprofundando apés 0 Plural; Sociologia, USP, §. Paulo, 4:179. 5. Lsem, 1997 fim da Guerra Fria, com a incorporagiio das eco- nomias planificadas do ex-mundo socialista no ambito da economia de mercado global. Além disso, com a flexibilizagaio de processos produti- vos € com a nova divisdo internacional do traba- tho, passam a ter papel fundamental na economia globalizadaas corporagées transnacionais, as quais redesenham os mapas do mundo em termos geoeconémicos e geopoliticos bastante diversos daqueles tragados pelos mais importantes Estados nacionais, Na base da internacionalizagao do capital esto a formagao, o desenvolvimento e a diversi- ficagdo da chamada “fibrica global”. O mundo transformou-se numa imensa e complexa fabrica, conjugada a0shopping center global”. Intensifi- cou-se 0 processo de disperstio geografica da produséio, compreendendo capital, tecnologia, forga de trabalho, divisio do trabalho social, planejamento e mercado. A nova divisto interna- cional do trabalho envolve e agiliza, sob base das {écnicas eletrdnicas, oneofordismo, o toyotismo, aflexibilizagaoe a terceirizagao. A fabrica global no globaliza s6 0 processo produtivo, mas o faz também com as relagdes de produgo, mundia- lizando as instituigdes, os principios juridico- politicos, os padrdes sdcio-culturais etc. Passa-se da industrializagao substitutiva de importagdes para a industrializagao orientada para a exporta- G0, simultaneamente a desestatizagao, & desre- gulagdo, & privatizagdo, 4 abertura de mercados ¢ Amonitoragio das politicas econdmicas nacionais pelas instituig6es multilaterais como FMI ¢ Ban- co Mundial. As condigdes ¢ possibilidades de soberania, projeto nacional, emancipagao nacio- Plurat: Sociologia, USP, . Paulo, 4: 179-185, | sem, 1997 nal, revolugdo social etc., passam a estar determi- nadas por exigénciasde instituigdes e corporagdes transnacionais ou mundiais que pairam acima das nagdes. A moeda nacional passou a ser apenas reflexo da moeda mundial. © aparelho estatal 6 levado a reorganizar-se ou “modernizar-se” se gundo as exigéncias do funcionamento mundial dos mercados, dos fluxos dos fatores de produgiio ete, A divisio do trabalho ¢ levada ao extremo, na quala fragmentagao 60 processo geral. A interna- cionalizagao do capital é internacionalizagao do proceso produtivo, e também a internacio- nalizagio da questio social. Janni afirma que est’ em marcha um processo de desterritorializago. O fluxo de di- nheiro é apenas virtual, eletrénico, entre os diver- sos mercados. O capital financeiro adquire mais forga do que em qualquer outra época, dadas as redes € circuitos informatizados, por onde as transnacionais e os bancos movem o capital por todos os centros do mundo. Todasas corporagdes, mesmo as tipicamente industriais, tm em suas aplicagées financeiras um elemento central do processo de acumulagao do capital. © poder real nao esta nos grandes escritérios das transnacionais, mas nos mercados financeiros, dado queestas sA0, também constrangidas e controladas pelo capital financeiro. Tanto as corporagdes quanto aqueles que controlam o poder politico nacional sao con- trolados pelos mercados financeiros, A idéia do Estado nacional como ator, ainda muito forte na dinamica da globalizagao, continua sendo defendida por diversos autores, que supdem comoessénciado Estadoa soberania. Seusestudos reconhecemas disparidades entre os 181 i Estadosnacionais, quantoa capacidadedeatuagao no cenério mundial, ¢ entendem 0 mundo como uma coletividade de nagoes diversa ¢ desigual, mas tendem a vé-lo como um todo que se volta paraa interdependéncia negociada, administrada, pacifica. Supdem a paz entre as nagdes domi- antes ¢ subordinadas, ou centrais e periféricas, como tendéncianecesséria, predominanteou ideal realizavel. lanni lembra que no ambito do sis- tema mundial permanece o problema da hege- monia, do Estado-nagdo mais forte ¢ influente, monopolizandotécnicas de podere oferecendoou impondo diretrizes aos outros Estados. Ele afirma que a teoria sistémica envolve geraimente as nogdes de evolugdo e modernizag&o do capi- talismo. Ela contempla 0 suposto de que a organizagio ea dindimica prevalecentes tendem a pautar-se pelas sociedades modernas mais desen- volvidas, dominantes, centrais ou hegeménicas; hd um evidente ocidentalismo quando se entende 08 atores, as partes, os segmentos menos “de- senvolvidos” como arcaicos, periféricos ou mar- ginais. A propria nogao de hegemonia, na andlise sistémica, pressupde que o hegeménico nao sé centraliza edirige, mas também orienta, impde ou implementa diretrizes destinadas a tornar os tradicionais em modernos. Ha na teoria sistémica aidéiade queocapitalismoocidental um processo civilizatério nao sé “superior”, mas também mais ‘ou menos inexordvel. Tende a desenvolver-se pelomundoafora, generalizando padroes, valores © instituigdes ocidentais, ainda que tenha, em muitos casos, de combinar com padrées, valo- res e instituigdes locais, mas em geral predo- minando. 192 Na época da globalizagio, mundiatizam- seas instituigdes mais tipicas e sedimentadas das sociedadescapitalistas dominantes. Os principios envolvidosnomercadoenocontrato generalizam- se, tornando-se padrdes para os mais diversos povos, organizagées da vida social, organizagdes do trabalho, culturas e civilizagdes. Mercado, livre-empresa, produtividade, desempenho, consumismo, lucratividade, tecnificagao, automa- $40, robotizago, flexibilizagao, informatica, tele- comunicagées, redes, realidades virtuais, atra- vessam ilhas, arquipélagos, continentes. Barreiras locais, nacionais, regionais, continentais, culturais, civilizatérias, linguisticas, religiosas sido ultra- passadas pelas relagdes, processos e estruturas dinamizadas pela modernizagio, em geral tra- duzida em técnicas sociaisde produgiioe controle. Muito do que se faz e se pensa no mundo passa a pautar-se peloqueé, parece, ou pode ser moderno. E tudo 0 que parece ou pode ser moderno, modernizado, modernizavel ou modemizante traduz-senecessariamente em pratico, pragmatico, t€cnico, instrumental. A tecnologia, como forma de organizar a produgdo que caracteriza a era da maquina, é um modo de organizar as relagdes sociais, as manifestagées predominantes do pensamento, os padrées de comportamento e um instrumento de controle e dominagao. No mesmo. cursodamodemnizagao domundo eda globalizagiio do capitalismo, prossegue a generalizagio do Ppensamento pragmatico ou tecnocratico. As técnicas da modernizagao sto monopolizadas ou administradas pelos que detém o poder, em sociedades atravessadas por desigualdades sociais, econémicas, politicase culturais,eé evidente que Plural; Sociologia, USP, S. Paulo, 4:179-188, 1 sem. 1997 elas tendem a ser manipuladas de modo a reiterar © desenvolver as estruturas prevalecentes, em suas diversidadese desigualdades. Cabe ressaltar © papel decisivo da midia eletrénica, organizada em redes planetirias, na formulagao, difusio, alteragao ¢ legitimac4o de padroes, valores ¢ instituigdes modemos, modernizados, moder- nizdveis ou modernizantes. A industria cultural de McLuhan viabilizou-se ¢ transformou-se num, poderoso setor de produgaode mercadorias, hucro, e mais-valia. No Ambito da aldeia global, tudo tende a tornar-se representagdo estetizada, rea- lidade pasteurizada, simulacro, virtual, A midia torna-se um vasto, complexo e global intelectual organico. Constitui-se das estruturas de poder prevalecentes em Ambito mundial, traduzindo as imagens da realidade e as visGes do mundo de blocos de poder, composigdes de classe e grupos sociais que detém meios e modos de organizar, influenciar, induzir ou dinamizar as estruturas de dominagiio politica e apropriasio econémica prevalecentes na sociedade global Janni nos remete a Weber para que lem- bremos que desde sempre o proceso de desenvol- vimento do capitalismo ¢ também um processo de racionalizagao. Aos poucos, as mais diversas es- feras da vida social sao burocratizadas, organiza- das em termos de calculabilidade, contabilidade, eficdcia, produtividade, ordenamento juridico, lucratividade. Neste contexto se formam, genera- lizam e predominam as tecnoestruturas destina- dasa diagnosticar, planejare implementar diretri- zes gerais ¢ decisbes especiais. Sdo organizagoes sistémicas, expressando a racionalidade instru- mental ou técnica predominante no capitalismo. Plurat; Sociologia, USP, S. Paulo, 4: 179-185, 1 sem. 1997 © principio da quantidade passa a predominar sobre 0 prinefpio da qualidade. Ao longo do desenvolvimento do capitalismo 0 ascetismo pa- rece declinar e o consumismo hedonista, crescer; individuos multiddes imaginam que esto reali- zando a cidadania, confundindo a liberdade ¢ a igualdade de consumidores com os direitos de cidadio. © processo de racionalizagao passa a submeter 0 individuo aos produtos de sua ctiatividade. De produto, meio ou instrumento, @ tecnologia transforma-se em finalidade, objetivo por exceléncia, numa surpreendente inversio de meios e fins. Essa é a metamorfose provocada pela tacionalizagdo que configura um estigio avangado de desencantamento do mundo, quando de repente o individuo e a coletividade se véem encerradosna gaiola de ferro que construiram, no empenho de levar a racionaliza¢ao ao extremo da perfeigao, lanni lembra ainda que Marx jé havia apontado em seus escritos a vocagao do capitalis- mo em tornar-se mundial, a tendéncia a influenci- ar decisivamente todas as formas de organizagio do trabalho e vida social. Hoje se avalia que 0 amplo debate sobre a globalizagao da vida econé- mica significa principalmente a universalizagao do capitalismo, posto que nao ha nenhuma aiter- nativa evidente ao capitalismo em cena. A mica da reprodugao ampliada do capital, em esca- la mundial, tem propiciado uma acentuada con- centragio do poder econdmico, agravandoa ques- tdo social em ambito também mundial. Aomesmo tempo, a globalizagao reabre a discussio entre planejamento estatal e mercado aberto, tipicos da luta ideoldgica dos tempos da Guerra Fria, lanni fornece um panorama no qual caem 0s argumen- tos da hegemonia do mercado aberto, posto que nunca se planejou tanto as atividades econémicas como neste final do século XX. O que parece irénico € que o lugar onde o planejamento se encontra mais vivo do que nunca é no interior das corporagdes transnacionais. Elas mobilizam re- cursos intelectuais, cientificos e técnicos com vistas a0 objetivo fixo da maximizago dos lu- cros. Os préprios atores politicos predominantes no cenério mundial globalizado sabem queo puro principio do mereado conduziria a economia glo- bal ao caos. Assim, as tecnoestruturas privadas e estatais planejam a expansio ea consolidacao dos empreendimentos ¢ da competica0. Na economia capitalista o planejamento pode ser mobilizado como uma técnica de realizago do excedente econémico potencial, desde quea conjugagao das forgas produtivas sejaamiaiseficaz. Nasociedade burguesa ocorrem reorganizagées das foreas pro- dutivas e das relagdes de produgdio, de maneira a racionalizar e dinamizar a produtividade e a lucratividade, sem que necessariamente também hajam mudangas na distribuigao do produto soci- al. As maravilhas da ciéncia e da técnica nao se traduzem necessariamentena redugioou elimina- io das desigualdades sociais; ao contrario, em geral preservam, recriam ou aprofundam as desi- gualdades. Finalmente, [anni aponta para a questo do abalo epistemolégico provocado pela globa- lizagdo que traz. consigo a questo da validez do conceito demodernidade para se pensararealidade nos dias de hoje. Tendo como pressupostos fun- damentais 0 espago ¢ 0 tempo, a modernidade passa a ser questionada quando a razio ¢ a 184 imaginagao geradas desde o Iluminismo sio desafiadas pela fragmentagio do real disperso pelo espaco e despedagado no tempo. Quando se acelera a globalizagao, muitos imaginam que chegou-se 4 pés-modernidade. E neste contexto que revelam-se novas formas sociais do espago ¢ tempo. Pluralizam-see entrecruzam-seemmoldes, desconhecidos, ainda nto codificados. Dissolvem- se as realidades, diversidades e desigualdades no mundo dos simulacros e virtualidades. Esta posto © grande desafio as ciéncias sociais: seu objeto transforma-se de modo visivel e surpreenden- temente. Pela primeiras vez, somos desafiados a pensar 0 mundo como uma sociedade global, a qual se constitui como uma realidade original, desconhecida ¢ ainda carente de interpretagées. Osestudos es interpretagdes da sociedade global até aqui desenvolvidos apresentam algumas caracteristicas: baseiam-se principalmente nas teorias evolucionista, funcionalista, sistémica, estruturalista, weberiana e marxista; priorizam certos aspectos da sociedade global, tendo iculdades em formularem abordagens abran- gentes e integrativas; elegem o método com- parativo,em geral tendocomorreferéneiaconceitos como “modemno”, “desenvolvido”, industrializa- do” etc. A verdade € que muitos dos conceitos, categorias e interpretagées tipicos das ciéncias sociais esto postos em causa. Alguns tornam-se obsoletos, outros perdem parte de sua vigéncia e ha os que sfio recriados, A realidade social passa porumarevolucao, asciéncias sociais esto sendo apresentadasanovos edificeis desafios empiricos, metodologicos, tedricos € epistemolégicos, ao mesmo tempo em que vao se descortinando novos Plural, Sociologia, USP. S. Paulo, 4:179-185, I sem. 1997 horizontes para o pensamento. Complexa e ainda em processode formagaio, a realidadeda sociedade global transborda os limites convencionais desta ou daquela ciéncia social, tornando evidente que qualquerandlise mais apuradadeve envolver varias ciéncias, Como afirma lanni, énecessirio entender queasoviedade global se constitui numa totalidade problematica e contraditéria, aberta e em movi- mento, a0 mesmo tempo caldeirao de singulari- Plural: Sociologia, USP, S. Pavlo, 4: 179-185, 1.sem, 1997 dades e concretizacao da historia universal. Cum~- pre observar que a globalizagao, entendida como um problema que desafia fortemente as ciéncias sociais, $6 € possivel ser pensada, ainda que nao exclusivamente, mas fundamentalmente, a partir da dialética da historia esbogada por Marx e da teoria da racionalizagao generalizada trazida por Weber, o que demonstra a grandeza, a atualidade © a pertinéncia desses nossos dois chissicos.m 8s

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