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Curta Não, Obrigada
Curta Não, Obrigada
Uma pessoa corre pelas ruas rapidamente. Ela não utiliza a calçada e apenas anda no meio
da rua sem segurança alguma.
Corre como se fugisse de algo ou alguém.
Sua expressão é de extremo desconforto e tristeza, mas não de pavor ou medo.
Observamos o rosto dessa pessoa se contorcer enquanto ela fecha os olhos, como se
estivesse tentando não pensar em algo.
Dois jovens cambaleiam se apoiando um no outro entrando no quarto mal iluminado por um
abajur.
JOVEM APAIXONADA:
- Você está bem?Consegue andar até a cama?
AMIGO
- Claro que eu consigo, vem, vamos!!!
O/ A jovem que corria pelas ruas está mais sóbrio que o/a outro/a e ajuda a pessoa do seu
lado a se apoiar e depois o/a joga na cama a sua frente e se senta ao seu lado.
Notamos um olhar carinhoso vindo dessa pessoa para com a outra. Um olhar romântico.
A outra pessoa abre os olhos devagar e ri ainda deitada olhando em direção a outra
sentada ao seu lado.
Então se levanta rapidamente e se inclina em direção a outra, se aproximando, quase
encostando os lábios nos dela.
Quando a que estava sentada fecha os olhos esperando o beijo que tanta anseia, a outra
observa, começa a rir e se afasta, fazendo com que abra os olhos.
AMIGO
- O que você estava fazendo? ( diz rindo)
Ainda correndo agitada, a pessoa não se cansa e nem olha para trás. Ela foge das
memórias, ela foge de tudo.
Narração:
- Eu talvez dissesse algo se você não estivesse "pisando" na minha garganta.
A personagem que corre nas ruas está sentada na cama. Ela está sozinha no quarto
esperando alguém voltar. Ela observa o quarto. Cada centímetro, enquanto o computador
toca música.
Narração:
- Seria mais fácil encarar o purgatório do que entrar no seu coração ou ignorar o meu.
Ela fixa o olhar em um ponto e se perde nele.
- As vezes eu sinto que você soube do momento em que pôs os olhos em mim que
isso poderia acontecer.
A personagem apaixonada escova aos dentes e faz uma maquiagem simples para cobrir as
imperfeições do rosto. O outro personagem entreolha através do espelho os olhos dela e
todo o ritual.
Quando os olhos se encontram ela muito envergonhada apenas sorri e diz:
MYLLENA:
- O que você está olhando?
Hela:
- Nada
NARRAÇÃO
- Eu estou aqui para você de corpo e alma, mas a cada momento que passa eu sinto
que não é isso que você sente.
Narração:
- E nesse momento eu me dou conta o quanto eu amo essa pessoa, mas como ela
nunca vai me amar desse jeito.
Ela chora e enquanto o outro a chacoalha e pergunta se ela está bem. Mas ela só soluça e
não tem forças para responder.
A personagem para de correr de repente e apoia as mãos nos joelhos tentando recuperar o
ar. Ela derrama algumas lagrimas. Então as enxuga com os braços e volta a correr.
Narração:
- "Qualquer coisa"
- "Não, não de você!"
- As palavras infernais que eu não queria sentir.
FIM.