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Cálculo Numérico

Prof. Aparecido J. de Souza


aparecidosouza@ci.ufpb.br

Integração Numérica
A Regra do Trapézio
Integração Analítica
O Teorema Fundamental do Cálculo. Suponha que f seja
uma função contínua no intervalo [a, b]. Então
Rb
f(x)dx = F(b) − F(a),
a
onde F (x) é uma primitiva de f (x), isto é, F ′ (x) = f (x),
∀x ∈ (a, b).

Problema. Como determinar expressões analíticas de funções


primitivas para calcularmos integrais definidas?

Exemplo 1. Quais as primitivas de f (x) = x, f (x) = ex ,


2 sen2 (x)
f (x) = e−x , f (x) = ?
x

Veja no WolframAlpha.
Integração Analítica
O Teorema Fundamental do Cálculo. Suponha que f seja
uma função contínua no intervalo [a, b]. Então
Rb
f(x)dx = F(b) − F(a),
a
onde F (x) é uma primitiva de f (x), isto é, F ′ (x) = f (x),
∀x ∈ (a, b).
Exemplo 1. Resultados do WolframAlpha.

Obs. Que funções são estas erf (x) e Ci(2x)?


Rx Rx cos(t)
São: erf (x) = √2 exp(−t 2 )dt e Ci(x) = dt.
π t
0 ∞
Integração Numérica
Fórmulas fechadas de Newton-Cotes.
Ideia: Dividir o intervalo [a, b] em n subintervalos usando de
(n + 1)-pontos igualmente espaçados xi = a + ih, i = 0, 1, . . . , n,
com h = (b − a)/n, interpolar (xi , f (xi )) por um polinômio de
grau no máximo n e obter uma fórmula do tipo
Z b
f (x) dx ≈ A0 f (x0 ) + A1 f (x1 ) + · · · + An f (xn ) (1)
a

sendo os coeficientes Ai , i = 0, 1, . . . n, determinados de acordo


com o polinômio interpolador.

Obs. A fórmula é dita fechada porque usa todos os pontos da


malha, inclusive os extremos a = x0 e b = xn .
Regra do Trapézio Simples
Rb
Tome f (x) dx e considere que não haja divisão do intervalo
a
[a, b] em subintervalos.

Então temos apenas o intervalo [a, b] e 2 pontos. Isto é, x0 = a,


x1 = b, n = 1 e h = b − a.

Tome a interpolação linear dos pontos (a, f (a)) e (b, f (b)).


Regra do Trapézio Simples
Tome a interpolação linear dos pontos (a, f (a)) e (b, f (b)).

Então x0 = a, x1 = b, n = 1 e h = b − a e assim,

f (x) ≈ f (a) + f (b)−f (a)


b−a (x − a) =

f (a) + h1 [f (b) − f (a)](x − a).


Rb Rb Rb
Daí, f (x) dx ≈ f (a) 1 dx + h1 [f (b) − f (a)] (x − a) dx
a a a
2
= f (a)h + h1 [f (b) − f (a)] h2
h
= f (a)h + [f (b) − f (a)] h2 = [f (a) + f (b)].
2
Regra do Trapézio Simples
Rb h
Portanto, f (x) dx ≈ [f (a) + f (b)] .
a 2
Conclusão. A área sob o gráfico da função f é aproximada
pela área do trapézio de bases f (a), f (b) e altura h = (b − a).

Obs. Com relação a fórmula de Newton-Cotes em (1) temos


A0 = A1 = h2 .
Regra do Trapézio Simples
Rb h
f (x) dx ≈ [f (a) + f (b)] .
a 2
Erro de Integração na Regra do Trapézio Simples.
Rb Rb Rb f ′′ (ξx )
ET = f (x) dx − p1 (x) dx = (x − a)(x − b) dx.
a a a 2
Problema: ξx ∈ (a, b) não é conhecido em geral. Logo é
preciso obter uma estimativa do erro de integração. Como
estimar o erro de integração?
Se f , f ′ e f ′′ forem contínuas no intervalo [a, b], então deve
existir uma constante M2 ≥ 0 tal que |f ′′ (x)| ≤ M2 , ∀x ∈ [a, b].
M2 Rb M 2 h 3 M 2 h3
Daí, |ET | ≤ |x − a| |x − b| dx = = .
2 a 2 6 12
Regra do Trapézio Simples
Rb M2 h3
f(x) dx ≈ h2 [f(a) + f(b)] , |ET | ≤ 12
a
com M2 = max{|f ′′ (x)|, para a ≤ x ≤ b} .
R1 −x 2
Exemplo 2. Aproxime o valor da Integral e dx pela regra
0
do trapézio simples e obtenha uma estimativa do erro.
2
Solução. n = 1, a = 0, b = 1, h = (1 − 0)/1 = 1, f (x) = e−x ,
f (a) = e0 = 1, f (b) = e−1 ≈ 0.3679.

Aproximação do valor da integral:

Z1
2 h 0 1
e−x dx ≈ [e + e−1 ] ≈ [1 + 0.3679] ≈ 0.6839 .
2 2
0
Exemplo 2 (cont.)
M2 h3
Para estimar o erro usamos a fórmula |ET | ≤ 12 com
M2 = max{|f ′′ (x)|, para x0 ≤ x ≤ x1 } .
2 2 2 2
Temos f (x) = e−x , f ′ (x) = −2xe−x , f ′′ (x) = −2e−x + 4x 2 e−x .
Gráfico de f ′′ (x), para 0 ≤ x ≤ 1.

Daí, M2 = 2 .
Exemplo 2 (cont.)
M2 h3
Para estimar o erro usamos a fórmula |ET | ≤ 12 com
M2 = max{|f ′′ (x)|, para x0 ≤ x ≤ x1 } .

Fazendo o gráfico de f ′′ (x), para 0 ≤ x ≤ 1, obtivemos que


M2 = 2.0 .

Substituindo M2 na fórmula da estimativa do erro, com h = 1,


obtemos que

M2 h3 2.0 × 13
|ET | ≤ = < 0.1667 .
12 12
Regra do Trapézio Repetida
Considere agora que o intervalo [a, b] foi dividido em n
subintervalos de comprimento h = (b − a)/n pelos (n + 1)
pontos x0 = a, x1 = x0 + h, . . . , xi = x0 + ih, xi+1 =
x0 + (i + 1)h, . . . , xn = x0 + nh = b.

Usando a fórmula do trapézio simples em cada subintervalo


substituindo “a” por “xi ” e “b” por “xi+1 ” temos que
xRi+1
M2i h3
f(x) dx ≈ h2 [f(xi ) + f(xi+1 )] , |ETi | ≤ 12
xi
com M2i = max{|f ′′ (x)|, para xi ≤ x ≤ xi+1 } .
Regra do Trapézio Repetida
Aplicando o mesmo raciocínio em todos os n subintervalos
[xi , xi+1 ], i = 0, 1, . . . , n − 1, do intervalo [a, b] com h = (b−a)
n
temos:
Z b n−1 Z xi+1 n−1
h
f(x) dx = ∑ f (x) dx ≈ ∑ 2 [f (xi ) + f (xi+1 )]
a i=0 xi i=0

h n−1
= ∑ [f(xi ) + f(xi+1 )] .
2 i=0
Estimativa do Erro: Se existir M2 ≥ 0, tal que |f ′′ (x)| ≤ M2 ,
∀x ∈ [a, b] então, como n h = (b − a), temos
n−1
M2 h3 n M2 h3 M2 nh h2 M2 (b − a)h2
|ETR | ≤ ∑ = = = .
i=0
12 12 12 12
Regra do Trapézio Repetida
Exemplo 3. Repita o Exemplo 2 usando a Regra do Trapézio
Repetida com 10 subintervalos.

(a) Temos a = 0, b = 1, n = 10,


h = (b − a)/n = (1 − 0)/10 = 0.1,
xi = 0 + i ∗ h = 0.1 ∗ i.
Zb
h n−1
f(x) dx ≈ ∑ [f(xi ) + f(xi+1 )] .
2 i=0
a

R1 −x2 0.1 9 h −(0.1 i)2 2


i
Daí e dx ≈ ∑ e + e−(0.1 (i+1)) ≈ 0.7462.
0 2 i=0

(b) Já temos que M2 = max |f′′ (x)| = 2. Daí,


0≤x≤1

M2 (b − a)h2 2 × (1 − 0) × (0.1)2
|ETR | ≤ = < 0.0017 .
12 12
Regra do Trapézio Repetida
Exemplo 3 (cont.). Estime o número mínimo de subintervalos
2
em que o intervalo [0, 1] deve ser dividido para que 01 e−x dx
R

seja aproximada com |ETR | ≤ 10−8 .

M2 (b − a)h2 2 × (1 − 0) × h2 h2
Solução. |ETR | ≤ = = .
12 12 6
h2
Se ≤ 10−8 , então |ETR | ≤ 10−8 .
6
h2
Mas ≤ 10−8 ⇐⇒ h2 ≤ 6 × 10−8 .
6 √
Daí, h ≤ 6 × 10−8 ≤ 2.45 × 10−4 = 0.000245.
(b − a) (1 − 0) 1 1
Como h = = = , então ≤ 0.000245 e
n n n n
1
portanto devemos ter n ≥ ≈ 4081.6327.
0.000245
Assim, devemos considerar n = 4082 para que |ETR | ≤ 10−8 .
Estimativa do Erro
Exemplo
R 1.2 x
4. (Cuminato, Ex.11.2, pg. 327): (a) Aproxime
0 e cos(x) dx usando 6 subintervalos e a Regra do Trapézio
repetida. (b) Estime o Erro cometido.

(a) n = 6, h = 1.2/6 = 0.2, xi = 0 + ih = 0.2i, i = 0, 1, . . . 6.


h n−1
Z b
f(x) dx ≈ ∑ [f(xi ) + f(xi+1 )] .
a 2 i=0
1.2
ex cos(x) dx ≈
R
Daí,
0
0.2 5
∑ e0.2i cos(0.2i) + e0.2(i+1) cos(0.2(i + 1)) ≈ 1.639.
 
2 i=0

M2 (b − a)h2
(b) |ETR | ≤ . Como f ′′ (x) = −2ex sen(x) e
12
|sen(x)| ≤ 1, então |f ′′ (x)| ≤ 2e1.2 ≈ 6.64 = M2 e
2
|ETR | ≤ 6.64×1.2×(0.2)
12 = 0.02656.
Dicas do WolframAlpha
Disponivel em https://www.wolframalpha.com
• Para aproximar a integral definida ab f (x) dx, ao acessar o
R

WolframAlpha digite simplesmente integrate


[f (x), x = a..b].

• Para calcular a derivada segunda da função f (x) digite


d2/dx2(f (x)) e para visualizar o gráfico do valor absoluto
desta derivada no intervalo [a, b] digite
plot[abs(d2/dx2(f (x))), x = a..b]).

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