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Egrégora . Hamilton Savi* APRESENTACAO Falar de EGREGORA nao ¢ uma questo muito simples. E tao dificil, que é um assunto tratado com certo desprezo por alguns eseritores magéni- cos denominados de auténticos, entre eles Castellani ¢ Nicola Aslan, ‘Todavia, mesmo tendo sido um termo mais utilizado pelas correntes herméticas, nao se pode desconsiderar a existéneia dessa manifestagio den- tro das Lojas Magdnicas, querendo ou no os auténticos. Nio foi encontrada a palavra nos “olds charges” € nem em outros documentos antigos. Sinto-me a vontade para falar de uma manifestagio que é citada na Magonaria, mas que é, certamente, uma decorréncia do pensamento ou das agdes de um grupo humano que tem energias proprias e que pensa e que pode pensar de forma sintonizada; o estado de espirito ¢ conduzido por uma ceriménia de abertura de trabalhos, auxiliado por uma coluna de harmonia ou, ainda, num momento de caridade, canalizando energias para um Irmio necessitado, quando reunidos, no final de uma sessio, formando uma Ca- deia de Uni INTRODUCGAO ‘Como a bibliografia macénica mais comum ndo contempla este tema, pesquisamos na literatura profana algum apoio ao que pretendemos expor. ‘Vamos buscar algumas definigdes e tentar compor para, pelo que entende- ‘mos, dur uma ideia de como se forma e como funciona uma EGREGORA, seja ela mag6nica ou de qualquer outro grupamento humano. Quando procuramos informages sobre esse tema no mbito da Mago- naria, vamos logo buscar referéncias nos escritos dos Irmios Castellani e Nicola Aslan, que se consideram da corrente auténtica entre os escritores ‘magénicos; na verdade, sentimos até ironia com relagio 4 palavra Egrégora, porque, segundo esses autores, esse conceito tem aparecimento relativamente recente. Do outro lado, temos Marius Lepage e Jules Boucher, entre outros, que aceitam a expresso, A palavra EGREGORA inexiste em diciondrios de lingua portuguesa, assim como nao existem tantas outras palavras que foram introduzidas na era da tecnologia, especialmente depois do rapido desenvolvimento da co- municagio eletrinica. Todavia, autores franceses introduziram o termo ~ com ou sem exage- 103 ~¢ ele foi incorporado na literatura magdnica do Rito Escocés Antigo & Aceito, No final, ouso emitir minha opiniao sobre tao controvertido tema, es- perando dar um pouco mais de objetividade a algo que nos parece tao natu- ral ¢ pouco explicado, Afinal, somos seres que temos energia propria e que, embora no conhecemos bem como funciona, constatamos a possibilidade de transmitir ¢ receber informagées mentais ¢ que podemos fazer com que um grupo vibre numa mesma frequéncia. Estaria, ai, criada a EGREGORA de um grupo, seja ela de um grupo magénico ou nao. ALGUNS CONCEITOS Lembro-me muito bem — ainda adolescente -, quando lia alguns livros da biblioteca de meu pai, h muitas décadas, que o termo genérico de uma certa area de conhecimento, nao incluido na ciéncia convencional, era co- hecido como OCULTISMO. Talvez por influéncia dos livros publicados pela “Editora O Pensamen- to”, que meu pai comprava e lia. Foi nessa época que vi alguns livrinhos do “Ciroulo da Comunhio do Pensamento”, e que havia uma determinada hora para meditagao com varias pessoas espalhadas pelo pais. O termo “ocultis- mo” nao era um termo muito bem visto pelos que nao estavam inseridos nesse circulo de leitura. Alguns anos mais tarde, com um pouco mais de liberdade de pensa- ‘mento, quando o padre da paroquia passou a ter menos influéncia, a cabe- «a das pessoas foi mudando, Tive a impresstio que quando comegamos a utilizar tradugo (ou outros nomes) para certas palavras, a restrigio foi mudando. Palavras como “parapsicologia” ou outros nomes comegaram a ser aceitos com mais naturalidade, Ocultismo passou a ser visto como coi- sa fei, A palavra ocultismo (do latim ocultus, escondido) teria sido criada por Eliphas Levi (1810-1878). Todavia, parece que a palavra se tornou mais difundida com 2 popularizagao dos livros de Krishnamurti, Annie Besant ¢ outros tantos escritores, resultando que esses conhecimentos ocidentaliza- dos perderam, lentamente, as rejeiges. Mais tarde, quando os herdeiros da cultura do Vale do Rio Hindu passaram a estudar esses mesmos assuntos com outros nomes, parece que as rejeigdes diminuiram. Hoje, encontramos 4 palavra ocultismo nos livros sobre Cabala, sobre hermetismo de uma for- ma geral. ‘Um dos exemplos dessas mudangas pode ser encontrado na palavra “bru- xa”, que até bem pouco tempo era até pejorativa, mas, quando passou a cha- mar-se WICCA, até 0s trabalhos por elas praticados passaram a ser menos mal vistos, mesmo que todas as suas atividades, os seus trabalhos, continuassem, como sempre, no campo da MAGIA, que é uma ciéneia pritica escondida por tris de nomes como ocultismo, hermetismo, alquimia e outros Desta forma, mesmo que os autores magGnicos classificados como auténticos no tenham dado muita atengdo —e até repudiado ~ & existéncia da egrégora ~ UMA EGREGORA MACONICA -, isso no elimina a pre- senga dessa manifestagao em todas as atividades, quer da corporacio, quer nas atividades em Loja. E nfo existe apenas uma egrégora magénica, mas ‘uma egrégora de cada um dos ritos magénicos Uma observacio, apenas para exemplificar: 0 REAA, que tem a Biblia judaica como uma forte onda portadora de parte das mensagens do rito, que incorporou elementos da Cabala, da construgdo do Primeiro Templo de Sa- Jomao, da Alquimia ¢ de outras correntes, tem uma eerégora que comega a ser formada na abertuta dos trabalhos, e que parece alingir o apice na aber tura do Livro da Lei. De forma semelhante, acontece no rito Adonbiramita que, embora um pouco diferente, foi estruturado com base nas mesmas fontes. O Rito Brasi- leiro, que dosa um pouco do REAA com a forte ceriménia das velas ¢ um componente de nacionalismo, também tem sua Egrégora, O Rito Francés ou ‘Moderno também tem sua frequéncia baseada na influéncia dos iluministas franceses, ¢ se caracteriza como um rito agndstico, ni se preocupande com delat 4 formagao religiosa e, muito menos, com suas erengas pessoais. O mes- mo acontece com outros ritos. José Castellani, procurando fontes fidedignas para os seus trabalhos, tecusow o termo ea pritica, mas mostra como a palavra entrou no vocabu- litio magénico. Segundo ele, foi Alec Mellor, no seu Dictionnaire de La Frane-Magonnerie et des Franes-Magons, fazendo uma analise critica do termo na Magonatia, Em tradugio livre do Irmio Castellani, veja o que ele diz: “Egrégora (Egerégore, ou Egrégore, do antigo grego) & um termo tomado ao ocultismo, onde significa a consciéncia coletiva de um grupo, dotada de personalidade. E uma entidade viva e ndo uma abstracdo. Essa concepetio, totalmente extramagénica e ausente de todos os rituais, foi admitida, sem grande espirito critico, por muitos macons ocultistas, que alam em “egrégora da Loja”, da Ordem, etc. Jules Boucher, em “La bolique Magonnique”, diz: "EGREGORA, do grego egregorien, veiller ~ velar), essa palavra designa, no livro de Enoch, os anjos que juraram velar sobre o monte Hermon e se traduziu por veilleurs (veladores). Cha- ma-se de EGREGORA uma entidade, un ser coletivo de uma assembleia.” Essa é também a tradugdo que pode ser feita no documento “Un Curieuse Enigme ~ Egregore Biblique e Egregore Magonique”, de Ray- mond Devis. Papus (G. Encause) publicou na revista “A Iniciagio”, de fevereiro de 1893, um texto inédito de Eliphas Levi, onde se pode ler: “As egrégo- ras sao deuses... as egrégoras sio espiritos moventes e criaturas com for- ‘mas. Deus dorme na natureza e 0 mundo é seu sonho. Dormindo, ele aspi- ra ¢ expira, Sua respiracio cria as egrégoras, havendo as egrégoras da aspiragio € as da expiragto”. No concordamos com o exagero de Eliphas Levi, Além do mais, estamos falando de dois autores, um deles conhecido como um grande cabalista e outro como um grande ocultista e que, para entendé-los em sua linguagem hermética, exige-se uma formagao que no possuo. Castellani continua: “Esse é Mellor, respeitadissimo em toda a co- munidade magénica mundial, Veja, meu caro Irméo, a fantasia total do texto de Levi e a sua ignorancia da etimologia. Fantasia ndo tem compro- ‘isso com a verdade, no precisa de documentagao, de provas. Pode-se dizer qualquer bobagem, porque a fantasia nao tem limites e os basbaques encantam-se com ela e com os autores que “viajam, como o citado “levi- tador”. Mas nao tem o mesmo encanto pela Historia séria e documentada, E por isso que, em nosso meio, ainda campeia a grande ignorancia do que 6, realmente, a maconaria, Maria Tereza Piaccentini, autora de varios traballios sobre a lingua portuguesa e revisora do Tribunal de Justiga de Santa Catarina, dando um exemplo, diz “A origem do termo EGREGORA é a mesma de “gregirio”, do latim gregariu: que faz parte da grei, ou seja, rebanko, congregacao, sociedade, conjunto de pessoas. No plano da espiritualidade usa-se o nome egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forcas, pensamentos ou vibragdes com um determi- nado fim ou direcionamento espiritual. (Piacentini) Num texto sobre Yoga, Egrégora € definida como “poder gregério gerado pela forga de coesiio de dois ou mais individuos. Tem o poder de induzir fortemente os membros de uma comunidade a agin, sentir e pensar dentro de um padrito, Pode ser interpretada como um segmento do incons- ciente coletivo, relativo a um grupo especifico (Do livro “Faga Yoga antes que vocé precise” Egrégora ¢ como um filho coletivo, produzido pela interagao “gené- tica” das diferentes pessoas envolvidas, Se nao conhecermos o fendmeno, as egrégoras vio sendo criadas a esmo ¢ 0s seus criadores tornam-se logo seus servos, jé que sio induzidos a pensar ¢ agir sempre na diregao dos vetores que caracterizaram a criagdo dessas entidades gregarias. Serio tanto mais escravos quanto menos conscientes estiverem do processo. Se co- hecermos sua existéncia ¢ as leis naturais que as regem, tomamo-nos senhores dessas forgas colossais. Encontrei na Internet, em artigo sobre diversos assuntos de magia, uma definigao muito clara que desereve 0 que acontece em nossas lojas, escrito por Alain Horvillier : £ uma energia coletiva nascida de pensa- ‘mentos emitidos por diversas pessoas ¢ orientados por eles em dire¢do a um mesmo objetivo. Uma outra definigio: Egrégora é um tipo de grupo mental criado por um grupo quando conscientemente apresenta-se juntos para um propésito comum. O autor dessa definigio ~ num site da Internet ~ sugere que 0 processo é inconsciente. (ds vezes é dificil de livrar-se do ambiente onde isso se passa). Jules Boucher chama a atengdo desses dois enfoques: um biblico e outro ocultista. Essa conexdo, diz Raymond Devis, Jules Boucher s6 veio a fazer sete anos mais tarde, ¢ que ele herdara esses conceitos de Marius Lepage, de quem foi disefpulo, ¢ de Oswald Wirth, de quem era amigo. Oswald Wirth, citado em “A Simbéliea Magdnica”, de Jules Bou cher, fala da Cadeia de Unido e diz: Toda coletividade, roda associacéio tem 0 seu correspondente nos mundos invisiveis. O espirito de um grupo é um ser vivo mais poderoso, salvo raras excegdes, que cada uma das pes- soas que 0 compdem. Embora no sendo termo magénico, nao traz inconveniente e nem conotagio religiosa, Na visto ocultista, é uma forga psicofisica, estranha a DEUS ou de entidade imaterial. Ha quem aficme que ela pode ser vista como “inconsciente coletivo”, no conceito de C.G Jung. Resumindo, essa dificil palavra tem diversas origens, uma visio bi- blica tradicional, uma visio ocultista ¢ varias visées de ordem pritica, adotadas sem medo por correntes ocultistas. COMO DEVE FUNCIONAR Na verdade, niio se trata de nenhuma bruxaria e nem é necessério ter medo de coisa alguma, e que v4 contaminar ¢, muito menos ainda, alterar 608 rituais magdnicos. Vejamos alguns fatos: 1) Qualquer pessoa ~¢ os RADIESTESISTAS sabem disso ~, cada objeto ¢ cada ser vivo emite alguma forma de energia que pode ser medida por virios processos. Denomina-se aura vital ou Cam- po Bioenergético. 2) Seres vivos do mundo animal emitem energias e o seu nivel e fre- quéncia, certamente, depende, entre outros, do estado de satide 3) A Radiestesia constata que o Corpo Humano vivo emite radia- gies 4) Seres do mundo animal, em especial 0 SER humano, possuem diferentes padres de energia, os quais podem ser medidos por ‘métodos sofisticados, 4) Uma pessoa—ou grupos de pessoas — pode ter seu estado psicolé- gico alterado por meio de sons, preces ou meditagdo entre outros: ¢, portanto, alterar o seu estado energético, 5) 0 SOM contém a chave dos mistérios do Universo, afirma a Cabala. De fato, 0 SOM pode ser uma forga construtiva ou des- trutiva, como o fogo. Hoje, conhecemos as aplicagdes do SOM na medicina (ultra-som), na indiistria ¢ os efeitos da musica na satide ¢ na mudanga do nosso estado psicoldgico. Um exemplo importante so os efeitos da misica gregoriana e de uma misica de camayal, por exemplo. Ambos nos conduzem a estados psico- ‘ogicos diferentes. Um dos exemplos mais poderosos so os man- tras. 6) Efeitos da oragio, quando dita em vor alta (SOM), segundo 0 Zohar, podem causar grandes modificagdes. 7) Um ser humano com a saiide abalada tem energia em niveis me- notes, relativamente aos padrdes de sua categoria, (Se tiver com boa saiide, tem mais, é claro), 8) Segundo 0 Irmao Danie! Valois, oficial aposentado da Marinha, psicoterapeuta, Venerdvel Mestre da ARLS.. “Giuseppe Garibal- i”, especialistas da NASA estiveram na cidade onde morava Chico Xavier e fizeram, por métodos sofisticados, a medida de sua ener- ia, Ficaram impressionados. Quem tiver interesse pode até ver ficar a veracidade entrando em contato com a Fundagio André Luis, que certamente fornecera os dados especificos. 9) Nas ruinas de Carnac, Franga, foram feitas experiéncias com gru- po de pessoas em torno do Megalito de “Gross Magnon”, trans- mitindo mensagens para um grupo que estava na Sibéria. E im- portante ressaltar que os acertos foram da ordem de 70%, ¢ isto, seguramente, nos obriga a pensar. EXPERIENCIAS NO CAMPO DO PENSAMENTO HUMANO- Nao hé bruxaria e nem mistificagdo nesse campo. Experiéneias fo- ram conduzidas pela NASA na época da Guerra Fria, sobre a transmissa0 e recepgao de energias humanas ou, mais precisamente, mensagens. O livro “O Despertar dos MAGICOS” apresentou esses dados ao grande piblico pela primeira vez ha mais de 30 anos, Foram feitas experiéncias em transmisso e recepedo entre 0 SER humano ¢ plantas e ficou compro- vado que ha comunicagao. E funciona de tal forma que a comunivagio foi feita mesmo estando um dos dois ~ transmissor ou receptor ~ protegidos por capas de chumbo. Isso mostra que uma forma sul da energia ¢ de elevada frequéncia pode ser onda portadora no pensamento. Especificamente no SER HUMANO, que é nossa preocupagao neste ‘momento, entendemos que ha diferentes formas de energias, evidentemente ccom suas respectivas frequéncias: a) Acenergia da pessoa, que depende de seu estado de satide; 'b) Energia propria, dependendo de seu estado de desenvolvimento espiritual, como por exemplo: Cristo, Buda, Teresa Davila, ¢ outros ituminados; um lider de uma nagao, etc. ©). Pessoas em diferentes estados evolutivos e contaminados com pen- samentos negativos, ais como: pessoas invejosas, falsas; 4). Pessoas em PAZ CONSIGO MESMO, e assim por diante. (Com certeza, todos os Irmaos devem ter exemplos para ilustrar). Como & que podemos mudar esse ESTADO DE ENERGIA que nos envolve ou que envolve um determinado grupo? 1) Se buscamos um estado de PAZ INTERIOR, vamos buscar formas de conduzir a esse estado livrando-nos dos pensamentos perturba- dores, podendo buscar um local adequado ou auxiliado por uma milsica; 2) Se buscamos uma comunhio com © NOSSO DEUS, por meio das formulas que as religides nos ensinam, como, por exemplo, buscar um templo gético ouvindo um canto gregoriano, buscar um local de recolhimento e usar MANTRAS adequados para nos levar a0 estado desejado; 3) Adotar 0 modelo de ingressar em ESTADOS ALTERADOS de cons- cigncia pelos métodos citados por Stanislau Groff 4) Se quisermos entrar numa roda de samba, temos que buscar aquela vibrago que nos sintonize com esse tipo de divertimento, N3o se entra numa roda de samba ouvindo a Nona Sinfonia de Beethoven ‘ou 0 Canto Gregoriano. 5) Hi uma infinidade de exemplos. A egrégora, nio tem mistério € nem misticismo: consiste apenas em somar energias e levar 0 grupo a vibrar na frequéncia desejada, Poderiamos dizer que cada grupamento tem a sua “liga”? ‘Mesmo que nao seja mencionado em nenhum ritual de uma sessio ‘magénica, o que fazemos, normalmente, é levar 0 grupo a uma frequéncia unissona ¢ desejada: recomenda-se deixar de lado as preocupagées do mundo profano, cessar 0 “zunzum” da sala dos passos perdidos c, auxili- ado pela coluna de harmonia, sintonizar com os trabalhos de Loja que, no REAA, parece ter o ponto alto na abertura do Livro da Lei. A partir desse ‘momento, a Loja passa a vivenciar a ENERGIA DO GRUPO e nao do individuo, Ena Cadeia de Unio? Todos os izmios, naquele momento, fortalecem o grupo com o soma- t6rio das energias individuais, conduzidas por um irmao que faz um apelo, € em conjunto elevam seus pensamentos, dirigindo-os a um fim especifico. Assim, o pensamento de uma Loja, conduzida por um Venerivel Mes- tre, em harmonia com os demais membros, tem uma determinada frequén- cia: PAZ? Pensamento predominantemente politico? Espirito predominan- temente cultural? Ele comanda a energia da Loja. Da mesma forma, a soma das Lojas leva a egrégora a Obediéneia e, de modo semelhante, i ORDEM. CONCLUSOES Independente de explicarmos sem rigor cientifico, somos forgados a admitir que, querendo ou nao, temos uma egrégora magénica. Com toda certeza é ela bem diferente dos néicleos que deram origem Magonaria ‘Moderna, Antes, reuniam-se meia diizia de profissionais em depositos de ‘materiais a0 lado das catedrais goticas. Mais tarde, em tavernas, formando Magom Livre em Loja Livre. Depois do século XVIII, com a formagio da primeira Obediéneia, saindo do jugo dos monarcas e da igreja e criando uma confederacdo de Lojas chamadas de Poténcia ou Obediéncia. Nascia ai a Magonaria burocritica, que, certamente, ¢ bem diferente da magona- ria que praticamos hoje. Estamos vivendo num clima de uma outra EGRE- GORA. Melhor? Pior?, Diferente. BIBLIOGRAFIA ~ _DEVIS, Raymond, Un Curieuse Enigme -Eprepore Biblique et Egregore Magoniue ~ BOUCHER, Juss. Sinbolica Magic. Edjbes 0 Pesamento, ~ LEE, Blphas. Dogma e Ritual da Alia Magi. ASLAN, Nicola. Grande Disionvio Maginico de Magonri e Sisbelisto. A Troha ~~ CASTELLANI, Jost Diversosatios, Sites da Itemet. Os sete pergaminhos dourados Irs, Milton Pozzo da Silva* Desde o ano do Senhor de 1374, CIPRIANO MARCATTO era 0 aba~ de. Trinta e oito anos ja haviam decorrido, desde que assumira a diregio daquele santuario. Com ele, conviviam mais dezessete monges ¢ oito novigos, jd bem préximos de assumirem as fungtes clericais A vida transcorria monétona ¢ sem graga, em total recolhimento espiri= tual, com um etemo vaivém da biblioteca para o jardim interno, pasando por escuros ¢ longos corredores que ostentavam grandes quadros empoeirados. © odor de mo‘ infestava todas as suas dependéncias Os monges, j4 acostumados, conviviam harmoniosamente, ignorando © pbe o cheiro que rasgavam as narinas e irritavam os olhos, causando um intermitente lacrimejar ¢ incessantes espirros. Velhos alfarrabios eram a nica fonte de conhecimento, diversao e pas- Garner SC ARISS "TM WSO —GOSE om Jacq, Christian - A Franco-Magoraria ~Histria Inicio Mellor, lee ~ Dicionétio da Franco-Magonaria ¢ dos Franco-Magons Monteiro, Eduardo Carvalho - Leon Denis €a Mayonaria Orega, Oswaldo - Uma Luz ns Mistérios Mayénivos Peters, Ambrisio - Magonaris- Histri ¢ Filosofia Rutherford, Ward -Pitigoras ‘Teixeira, Descartes Souza - Antimagonaris eos Movimentos Fundamentalistas “Toure, Fertand- Chaves da Franeo-Magonaria ‘Vannoni, Gianni As Sociedades Seeretas Egrégora Ire. Valmir Gentil Aguiar* “Pala corso eéue ele fe responder.” "Tada as coivas que compem este mundo -erornario ao principio vals de onde se oriinaram "4 Egrégora a forga de tudo. A palavra egrégora tem sua origem no grego egregorien cujo significa- do é velar. Por outro angulo, significa um grupo de pessoas unidas por inten- «Ges ¢ objetivos comuns. E num sentindo ainda mais amplo, designa a reunido = no tempo e no espago, e para além do tempo e do espago — de todos aqueles que foram ou estio animados por uma ideia e uma intengio comuns. Esse ‘grupo de pessoas constitui um todo hierarquizado ¢ o propésito ou pensamen- toforca que dele emana resulta numa energia sufil extremamente poderosa para a realizago dos fins ou objetivos institucionais visados. ‘Numa instituigao da Tradigio Primordial, por exemplo, a egrégora & constituida, de um lado, por aqueles sébios e conhecedores do passado e do presente, e de outro, pelos que hoje buscam tornar-se sibios e conhecedores. ‘7 Fiovntpols SC ARBLS “lemme Coobo™a 13 ~GOSC Por um outro prisma de visio, a egrégora é uma sabedoria acumulada ¢ sempre revigorada pela obra proativa de cada um e de todos do grupo. Assit, cada um e todos beneficiam-se da forea impulsora da egrégora, Hi um campo de forga que € a presenga imanente, operante e ativa das foryas, universais na egrégora da organizagao ou instituigao. Quanto mais organico © unido o grupo, visando a realizagao de seus fundamentos ¢ objetivos, mais a egrégora, sustentada no campo de forga, se fortalecerd, ‘Na verdade, 0 campo de forca é uma antiga egrégora, com raizes na Tradigdo Primordial, e que dava forga e vigor a antigas instituigdes inicidticas como foram, por exemplo, os colégios sagrados da Atlantida, do Egito, dos Essénios e de Pitigoras. A"Grande Egrégora’” e 0 “Grande Campo de Forga” so partes integrantes da “Grande Luz”, de Kin Sof Or, a “Grande Energia’, o Criador, “uma forga infinita de energia positiva, sem inicio nem fim; a essén- cia da esséncia; a fomte de tudo na Criagio que se opde as forgas de confusio ‘ecaos: uma fonte infinita de Luz; uma presenga eterna indescritivel.” Trés Vezes Grande Mestre Hermes Trismegisto, cuja identidade se perde na noite dos tempos do Egito pré-faradnico, muito antes de Moisés, talvez tendo sido um contemporineo de Abrahio, segundo certa tradigao he- braica, @ dizia, conforme o Caibalion, um tratado de filosofia e de principios 4a vida das leis da narureza, que “o todo é mente; o Universo é mental” © principio de Mentalismoy; que “o que esta em cima é como 0 que esta embaixo, ¢ 0 que esti embaixo é como o que esti em cima” (é 0 principio de Correspondéncia); que “tudo vibra, nada esta parado, tudo se move” (Go principio de Vibragioy; que “tudo é Duplo; tudo tem pélos; tudo tem seu oposto; igual e o desigual sio a mesma coisa; todos os paradoxos podem ser reconciliados” (¢ 0 principio de Potaridade); que “tudo ¢em fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilacdes compensadas; a medida do movimento a direita éa medida do movimento a esquerda” (¢ 0 principio de Ritmo); que “toda a Causa tem seu Efeito, todo o Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com ‘hd muitos planos de causalidade, porém nada eseapa & Lei"(é 0 principio de Causa e Efeito); que “o Género esti em tudo; tudo tem seu principio masculino c o seu prineipio feminino; 0 Genero se manifesta em todos os planos"(é o principio de Género). Estes 7 principios de Hermes Trismegisto, personalidade que também i WB é identificada com o deus Thot, pelos egipcios considerado o intermediario ‘entre Deus ¢ os homens, esto no bojo da “Grande Egrégora” e de todas as cegrégoras das escolas de sabedoria, ¢ de seus campos de forca. Para Pitigoras, tudo era parte da Unidade. Seo todo é mente, tudo é parte da “Grande Energia”, da “Grande Luz”, de Fin Sof Or, da Unidade Sagrada, inclusive cada ser humano ¢ todos os seres humanos: campos de energia ou ondas ¢ particulas, segundo a Fisica Quintica, integrando as egrégoras de to- ddas as entidades do plano universal, cuja origem vem de antes do “Big-Bang”. Como dizia um fildsofo da vida, “a realidade das muitas realidades, conforme vemos 0 que vemos, afeta a qualidade de nossa realidade. Nés somos criangas da terra ¢ do céu, DNAS descendentes ¢ ancestrais, seres hhumanos em corpos fisicos, ossos, came e sangue, como também espiritos. [Nés estamos no tempo e no espaco, mas nos somos além de tempo e espago, sendo o passado parte do presente ¢ o futuro parte do presente, vida e seres interligados. Somos DNAs da terra, da lua, dos outros planetas ¢ estrelas ‘Somos seres no Criador do Universo, somos eriagdes, espiritos ¢ inteligén- cias, seres ¢ humanos como poder. Somos partes das memérias da evolu. ‘Essas memérias tém nosso conhecimento, essas memorias tém nossas iden- tidades, com base em ragas, géneros, classes, idades: com base em cidada- nia, negocios, estado, religido, Nos somos seres humanos ¢ essas memérias estio tentando relembrar que somos seres humanos... Seres humanos... hora de despertar ¢ lembrar quem nds somos.” ‘Nés somos Arvores da Vida, na Grande Arvore da Vida. Cada ser hu- ‘mano, um Adam Kadmon, 0 Homem Primordial, comunicando-se como campos de energia sefirotica através dos mundos da Emanacao, da Criagto, da Formagio ¢ da Agao. As instituigdes iniciéticas ou filoséficas que tém suas raizes ou influ- éncia na Tradigdo Primordial, manifestam-se por organizagdes temporais, cencarregando-se de cumprirem missdes, conforme o» Planos da Hierarquia, para atendimento das necessidades gerais da humanidade, “O propdsito € ‘meta final de todas as organizagdes da Tradigdo é de operar a metamorfose completa do homem, sua regeneragio." Por isso, cada entidade integrante da Tradigo Primordial constitui uma egrégora e um campo de forga para, afinal, buscar religar a luz interior, a centelha divina do homem, ao Todo do Universo, & Grande Luz A Magonaria foi eriada por inspiragao de escolas ligadas & Grande Pra temidade Branca, como a Ordem do Templo ¢ a Fraternidade Rosa-cruz, para realizar uma missio especial: a de educar o homem para “conhecer-se «asimesmo”, mas também ser lider ético e construtor social, o Homem Magom a servigo da Liberdade, da Paz e da Fraternidade Universal. BIBLIOGRAFIA ATIENZA, Jus G."A Meta Secreta dos Temphirios”LitexaLishoa,Portugal, 1981. ATIENZA, Juan G, “O Legado Templétio”, leone Editor, Sto Paulo, S, 1996. [BERG Michael, “O Camino", Imago Fditora, Rio de Jancto, RJ, 203, BOUYER, Louis, "Les Liewx Megiques de la Légende da Gal”, O.E.LL., Pars, France, 1986 OREN, SigalthH,”Almanaque de Kabals" Esitora C Roka,StoPaulo, SP, 2000, NIEDERHAUSER, Hans Rudolf, “Les Templiers- Le Secret dela vill Tour, Cente Trades, Paris, Franes, 1982, 7. MOYA,M.A. Munoz, “Hermes Trismeysto” — Obras Completa, Vols. I. I Ill, Maioz. Moya -y Montravets, Etotes, Barcelona Espa, 1985. 8, REBISSE, Christian, “ROSA~CRUZ ~Hisiria e Mistéros" Eigdo auorizada por “Diffusion Rosierucienne - Chiteau d'Omonville”, Le Tremblay, France, taduzidoe eitado pela Ondem Rosa-eewz, AMORC, GLP, Curitiba, Paras, 2004, 9. TRES INICLADOS, “0 Caibalion”, Editor Pensamento, Sio Paulo, SP. O que a Maconaria nos proporciona Ir-, Ricardo Andalaft ‘Um das principais obyjetivas da Maconaria é ensinar ao individuo o modo dle se harmonizar com a Vida Universal e. nesse imate, apresenta ox meios rnecessarios que o auailiam a pore em mts tina harmonia com oem ambiente, principalmente, coma Natureza, Nao se trata de uma ciéncia que habilite o homem a satisfazer todos 08 seus desejos e paixdes, mas receher tudo aquilo que, com justica, Ihe perten- ¢2. Ora, 0 individuo s6 se pOe em harmonia com a natureza quando emite Gh £ 7 (atl

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