You are on page 1of 10
IDENTIDADES COMPARTILHADAS a identidade nacional em questo Cecilia Azevedo* objetivo neste texto 6 discutir um tema ja bastante debatido, porém ainda mui Io da identidade nacional, Parto do entendimento de nagio como “comur {maginaria”, o que implica articular termos que provocam grande polémica: idade, imaginario e nagio. Embora hoje os dois primeiros ocupem lugar de que no campo da historia cultural, ainda nao encontram acolhida unanime {5 historiadores e cientistas socias, herdando as eriticas e ressalvas que se 4 Mistéria Culeural como um todo, No interior deste campo, por sua ver, a discussio sobre identidade muicas vezes 1 em outra “estrela” conceitual: a da mestigagem ou hibridismo cultural ito de, & primeira vista, poderem ser vistas equivocadamente como concor- ‘esas questies sZ0, na verdade, absolutamente convergentes ou, mais do que ‘iio entrelacadas. Da mesma forma, compreendo os debates em tomo do va- Biiitapectivas micro e macro-histSricas, da curta ¢ da longa duracdo, que se {eoimpreencler como um eco das proposigées do que comumente se chama Nova- ste movimento de abercura para novos objetos e problemas trouxe A cena Malidades coletivas operando na longa duragao, sem deixar de abrir possibili Jpira fururas¢ fetes discussdes centradas no biogrifico, no cotidiano. Com 0 ‘ocaso da Historia das Mentalidades, a Micro-histéria ganhou destaque, le 4m relativo ostracism as anlises que persegaiam identificar tendéncias ¢ ‘le forga tomando como referéncia coletividades ¢ periodos mais amplos. An [potspectivas opostas e concorrentes, quero defender aqui, mais uma ver, as tniero € macro-historicas também como complementares, a0 contri spdem algumas correntes que posteriormente tentarei configura! para defender uma abordagem da questio identtaria, relacionandos ido da nagio ¢ da nacionalidade, centareirecuperar rapidament através das erftieas que incidem sobre IDENTIDADE « 39) anos no Brasil, entre 1960 e 1980, como voluntérios de uma agéncia governamental horte-americana — os Corpos da Paz. As diferentes representagies e priticas que 0 programa estudado abrigou me valeram como campo de observagie da dinamica simbolica e dos processos ce construc e reelaboragaio das identidades individuais € coletivas af implicadas. Procurei investigar como os individuos se apropriaram de lementos do que configurei como imaginirio politico nacional, verificando as intexpretagies do discurso governamental e dos mitos fundadores da nacionalidade? ‘Ao lado dos variados significados atribuidos & América e & condigio de norte ricano, deparei-me com algo imprevisto: o compartilhamento de um sentido de silo extremamente fort, inclusive entre aqueles mais critcos do discurso nacio- ita. Dando margem a inimeras apropriagdes, uma retérica de fando religioso nava o discurso de diferenciados © mesmo antagdnicos segmentos politicos se envolveram nesse programa, visto por conta disso como bastante representa- dda sociedade americana, Fui entao impelida a refletir sobre as interferéncias que ia como mnituas entre imaginsio politico e religioso. A difuso da sensibilida- josa nos Estados Unidos me sugeriu a busca de um eraso identitario, uma rea cultural rlacionada & religido. Embora contasse apenas com a observa- Juma realidade empfrica limitada, arrisquei reconhecer numa temporalidade ga da hist6ria dos Estados Unidos aquilo que intimeros estudiosos da cultura unericana ja apontaram: uma homologia entre a estrurura de certas formulas politicas, sugerindo um trago identitério, uma sutil marca cultural relacio- ‘feligido.' Este percurso me fez, portanto, recuperar a idéia de identidade despeito de suas dificuldades. além de possfveis objecdes tedricas, o atual contexto de globalizagio im- Avie de questdes. Em meio a um processo no qual a fragmentagio e a ynrecem imperar, ainda haveria sentido falar em identidade nacional? Que jos ela ceria adquirido? Como fazer frente a esse movimento centrifuge tempo que enfatiza a potencialidade do sujeito, repudia os fios lon- in deixa de Indo anslises macrossociais? Pensar o compartilhamento ‘dentidades, implicaria eeair no esgotado esteuturalismo ou no engodo is quest0es de fundo que proponho enfrentar,ciente de que conceitos ‘para fondmenos nararais, mas construgdes culturais reformuladas inigessante disputa politica, social e académica, istéria Cultural pede ooue op arsed w sou -o13eur & “eannpagy“t>4 seuade opuaaiaxa ‘ord » sopruinsse sojapout sod sv} sssou sepeiuasoude svoyydurojsouvynoned seupi9j94 $8 “WIs¥l OpUDG, ‘0 anup ogSe[ar ¥ anb Sopusius nour ou ayouieperoainbs “wapIsoD PRN -tgpssod up ‘w2aya2us ep opsuowap vu oupayuo> ov watssuy‘opy2qNo> 9 PMO) 2am auansexa umd v wodoquygns OD ‘0428, S0}2POU 50 “PISIUOIIN|ON ® soysuuuatap o3towperourssqns ‘osuoyiod “ops 120, sojapou so “opuawunued ap med nas los onb sonbjon@) (~) ousso} opSnjon9 ep ouryd ow sonuouuy stay ap souuor wa somts9ssiy sossaz04d 50 aqaou0D ,o&seWL, SUaBNpA0g® SO ‘a1uaii09 essap souesdaiut sop win “pegs opti oweyen sopeuioasiy op jeuyy eSuotuos & ossdnsos ‘ovsod wsso enISn|! LAN ‘ovSeasosqo ap oes 0 a1uouypesodwiat ii ‘urapusiso ‘Sose9 sounur we ‘aonb stersossorsew! sasteue se sepesadns aut -aasit 1819p {su0> ap o1a$exa OU a2109U1 “euEIP!OD OLSURLNIP ENS WHD S1P1908 fi sop wpsugiiadx2 e a1gos znj se5uey ap opnuas ou 'sosoy[ea eplanp wos ‘so5i0p _ezpejuo opuemnsoad ‘onb “et1p3siy-Os51ur ep , Seisyeauautepuny,, s91u92109 9} -oxd onb ogSeanp eftuo] ep eansadsiad y 2 ste/s0sso.9eur so110201 soe ‘sanbet ‘epe|monize 49s apod apepnusp! ap ovSou ep orSiatar v “eLorstyy vp odures oN _{wottauremsne sus oF 2 opsn>xo eisquapow e18]es0 ‘wn owo> e-opueayt(enb ‘epepauspy ep ovSemis0U09 ap SeArrEIUa Sv SepOI jraypes seipndas v owsour 9s-e8ay5 “orsodnssaud owoo eysens aruaurersodns 9p) fap! ap ogSou vanb e}puguiasa wo ope>iais wip sozoane sung “e2rUpeae epOLL LUNN ,OSOIPISUL Os, iqp| win e aeamnbe apepnuapr outa o anb opurumnssy yesMY|N POISE ‘woo weypeqes onb so anuo epeunuassip a1ueaseg 2foy 2 seuyjdiosip senino ap ova ‘op epeqnos ‘opepauap! ap opSou ep osn 0 gis essap Sonje SO anu pod 9 98 vjacl , eHOINIY ep o1dUNASLH op si ‘4uosjudosd se510j se zepuansap ap saucy sonbpenb was ‘senyjipdns wgi0d ‘ooyqnd ‘apunatl ov oppde apuest ap ‘seosarond sero oon shas JUOyvOD eaMIN euOIs Y “seouITeUE anb seasU> lua soxu09u4 © eLeAa] so anb 0 “e>12991 ePsuarsIsODU 2 oUIsHa|s9 ap soxdape snas sia 9p omtod op [{8p4j epesoprsuod opuas enunuod jesnyynd ws “int oofuiape2e 073439 ou sFeIUoUIEpURY ssuopeLOASIY Jod epruiMsse opuds ‘sepErzEA ‘a1ueaseg 5298} x0}9803 ap 9 zeuRUN|sad woNFID essa opesodaooUt 321 ap oxtadsap y +, .0AR9|09 aUR}ISUODUL, OWISBU 109 oquouresaduaa, ¢, vana|oo apepsleuosiad,, 9p se oW09 sven 3 sepowwg> seigpt ap ureaesnge anb sastpue se seany9 nodnod ogu ajjano, o1doad © “apep 1508 epep Bum ap [PIUaUL OSJ2AIUN Op souowiae SoPEUIMIDaP ap vIDUI909 9 9PEPT \quise ‘opepiouaZouioy ap sourso3 wo eavoy|duat onb ojad vpeonitio ov. ‘apepyferuaU ap opSou ep zen] 0 opedioo auowexeps 321 eoosed o1spurBeum ap ogsou y -apepiauapy ens ap ouxozuoa o eSex) “tiga ‘sunwwo> seSuai9 9 sauo]a auradxa ‘sye1d0s soghisod 2 stated inqinsip apepranajoo eu yenb lop soaene ootjoquis vuiasis wn owlO9 opipuaiua ‘oupuISeU! o epeiBofialzd o¥s -ttawuyp ouioo ‘oBrowo ‘seuoa sosso v Four Wy “oSoHSIfax 9 oonm ossaqtun fsoanyod tennis 9 svasoj owo9 “Svanaqoo syeanajno sogSersayiuew! epeprpenxas ep no wSus0p ep Souowr ep oro wo ssoSequasardas se owiod ‘[e;guoisixe ogsuowip eu e wejade anb Sauoinpos aquoweuonx9 SeUIa], “SopepITEIUaTA Sep ELOISTEY EP eOUgNI v os fe Sepexesa Se SasUEYpPIUS seopPUD v OpuEDIpep 2s enURUOD 2 ‘seu gute 2 sianstaur seuoeu sv suauypetsodso opuenoyua ‘sjewuaut sogSesuasa1doy 9 suse enn se tuo opSedngoaad v nozayas jesra|n EONS ¥ anb jaarSout 9 omesua ou Sopey o23no Jog “vaysoxsiy a [e}90s eotuIYUEp e ORSej21 Wa seUIOUOAne a sazuapuddaput quoureaesd ureaeo[0o sv anb <, srezuow seanannse,, sep ‘e1>19U! asenb ‘oepruay et ‘ope| uin 20g “endique opSejps eum ep ‘oausus019%od epiSans “fesnajn) wuoasipy v anb sazip 9s-apod “erso v ovSejas wig “esaouTe3y sopep eauayy Sep BuORSIE vp WaBUO eu enUODUD as anb oauouAOW ‘sapep! jeittows Sep 0 outoa ‘soprrouaSiou sou soisodse vsed as “saz0re sop se5u019 9 sapmane se ‘Soanout So ‘SaohuaxU Se eIDUDI9sLI09 v OD0} ua ¥0I09 anb epuppuas IH BU seaypaioms suafepioqe navau0Aey O1uaLUtAOW assq ‘seureuiny sogSe se opueuatIo siaxgur seypnenisa CousturuZa.ap urBx9dns aonb esas 2p 28S] ou ‘9s-opue>ytuap! [e908 euueUIp ep oesuaoudusod e ezed sexBopeuL Staou wresaooUs0} oseas 2 ofof -sopepaioos sep ‘vaTupzour stead ayueurea9 w2s0d “eons stem opsta bun seUOJOUSap UrEsa7y es emNANsIs9 21309 ap selZo= sepLEss SEP ‘ouopiteqe © “0961 2P PPE29P ep vasioxWOUO29 euBipesed Op asiu> vu ‘owuauIEAINP VIVOUSIE 30 ONISNA * OF eum wia29u0} anb sey 'yajeainba anb ‘orSeuspus no opSeiuasaidar vp 0 -10>0 ourpnMo9 Q “anuALUTIoe sIeU WHaBIa OLSAOD aapLpI assoN “9pepnuaps eudoad e ve sapepuaafe ep o1dipuuid 0 9 oxtauid ¢ sordsound 5) ‘20 -2uta steuu snas sou ‘apepniuap! ep ewiojgosd ov ovssnosip bss9 Uped OpIIt orloxd owos apepnuapy xp anb oonpsd osuas ov wu9puodsasi09 2p equ bs9 repusiaa1 awouupenst au-22axed ,norpsnog sod osoxtoad ‘sn 1109 © “apepluntuos wun ap ovsesfowut & woznposd 9 wonsiunsip anb MK e011 souauu no steu ae ap 9. 1mU98 ap Sesuad ap sopoU ap ‘21010 9 SOOM 9p ontureynzeduioa o ‘Seanslqns seiouguadxo 9 epis ap seatalgo s00%ipil09 eouapuadaprorut aodnssead opuayap inbe anb apepniuap! ap vippt e “o1senOg “sepruro.op stem0s 9 stot sogSipuoo ap ‘elas no Sfesmy susiqure oj Soprnusues SO|RULEAS 2p OPED| ‘ops se anb ap one op a1zo2ap steauou saQSeauosazdas sep O410}09JOHE18> usoa1 anueisuo> Ula Puoquls‘Sopesnanins> axusurEAaud SosI98IUN WO LIEU 23 seja.anb ap one 0 zasamnasqo anap ovu vrouauiadxa & 2 O¢Seia1N ¥ OppaduOD O -tatud ¢ “suauoy sop s90Se sé opuenta1s0 9 opueuorsypuo> stemaxano9 sopepauida tweisixa anb sw19pisuo> ap sexpp ogy aueuodu! 39s onpasse ‘ossIp 21001, “ssoSeindlyuo> seu ‘sooSusaid wapeainbs ovu staazaaasqo sopepse os @ yuuopt aw pend e wo> ‘eansadsiod essay eSuepnus 2 oeSnposdas‘9pepaz0s 2 OnpiA ~tpur‘eonpad a ovSemsoidas soomupeue ouo9 sopeuso auauseauio.u9 sojod opel ch = gavaLNaa! suynouys wo opdednooaid ens aun uuouueiy 90 “opyquiv wu 49s v eMUTUOD 4 sv saqaaiod osouadutw398 anb oyreqe.n 0 xeyjasuoaesap v vai wv avs Ts ve awsodosur [eae ap soodeasosqo se ova. fe ‘stamansa9 so1u9s9 313910) yt ‘souaioa so 2 oftanb ©, nas sod v1s9Is-019 plsto> 49s apod ‘sojmgs v a1ua1ayput saz a8 ap ox.adsap v ‘onl anqAu #BA snd sonuas9,1p ap nedwoo e opuryode sooseuye wozey — tanga) 19 vf 0.9 si jeIeN “3M 9.94 010 — nay sopues,9QZ Ww SepEay|qnd sexstAasIUD ap a “soanmo 50 tHo> sun ovSejas Jonbjen urypsendl Op sowsonosonu 9 seIouEASUT SELES apuo a ‘oseae Ojad 9 apeprnunuoasap vjad opi “oonugagozinbsa opuniu tun ap wean se8nj sep aAap ou fem tuo apepiiqou e zeniusoe wiapod sagSenats no sazoxe sopewiuoiap 2p ovS¥A 499qo ap oiuod o 2 wa8eproge v *ezau29 Wo. ‘staxviapisuon sag toques JUiIOM woo ap wrextop ovu sepa ‘sonueuodun sogasanb seoyruap! opnruiod wor soprznpa sosi9alun opuianjontia Ooffgjodonue a1109 ap sostjpue anb apepras 9 28 “Wiss 88108-99189 BSUED|E BAND osap ows wanda 28 syeas9 ap ewe 01199 opuisnaqoos4 esOquU9 “yu, “OID Od seu 0 annua soBorip sor 01x n9s 9p OVSn}IUOD w OpLED!PACT,'.]NOHE 96 OpIAyh ajanbe stenb sep onuap siaaysiauy seat 3s9 no yemaaluog ‘owue,, tin ap sgaene ‘tgqurea seu ‘onxsiuo> assap sosseds Sorsyput so eae $ Op ‘oxSuate ens e3]oa euoanp saxejnomued sopepyjearap suaBeuossad sowtuoue sod sepia sviouguiadxa st 2upuassap © opearpop Jopetioisi| o anb xeyeutsse ered “Banqzuy wwaquues sew [assy os ob eapdinoa3 SejuNEA Sopuauas owsaW asoN “wpep ove uo euun ap 2019101 ou od no onpraspur vpe> ap souidoxd sosina9s so 29421109 ‘opuextap ‘wiazejar 2 womnsuo9 9s seanojo0 sapepnuapr sv stenb sop o1ou Jod VIYOLSIE aa ONISN # Eh “Mi ENSINO DE HISTORIA Fearranjo de seu ambiente natural ou técnico podem colocar em questo, mo- tinea ou duradouramente, esta configuragio. Em momentos de crise, muitas identidades que permaneceram reprimidas, reduzidas ao silencio, submersas, is, num grupo aparentemente coeso, emergem, provocando concestagées € Ianejamentos substancias, atingindo em profundidade a representagio que um spo pode fazer de si mesmo € de suas agées. O cardter miltiplo da identidade, od tensdo entre projetos, necessidades concorrentes,revela-seclaramente, Merece lo 0 faro de que membros de um mesmo grupo se apropriam de maneita de de um estogue simbélico comum, Porém, nao se deve de forma alguma perce- 4 identidade como uma simples nogdo psicolégica. Da mesma forma, como femos posteriormente ao tratar da questo nacional, também se deve evitar 0 0 de reduzi-la a um simples artefato politico, artificial e superficial. A constru- ‘ atribuicdo de identidade equivale certamente a uma estratégia de legitimacio, ifirmagio de hegemonia, na medida em que estabelece modelos sociais de condu- Mas esses modelos nao sio arbitrérios, mas frutos de uma negociacao simbslica Iso em questo, defendo que a identidade nacional devé ser percebida como ompeticao entre diferentes histdrias sobre a auto-identidade de uma nacio, diferentes simbotos de sua unidade. A identidade pode ser vista como a tradu- Bes projero, de uma uropis.” Nagao: identidade imagindria _ Depois de terem contribudo para a constituigao das bases intelectuais do nacio- gino século XIX, apés a Segunda Guerra Mundial, a tendéncia entre 0s histo~ foi a de nutrir nao s6 suspeigio, mas uma verdadeira rejeigao as idéias le ‘de nacionalismo, A arefa assumida era a de denunciar o carter eminente> onstruido ¢ portanto artifical desses fendmenos, que, antes de encontrarem “Wt naturera ou na historia, seriam conscientemente fabricados para atender a 0} politicos, afinados com a secularizagéo e a expansio da burocracia estat Iagllo, portanto, nio passaria de uma construgao recente de ide6logos empe> ‘om produzir instrumentos de legitimagio e mobilizagao, através dos qual im emogoes ativicas, medos e ressentimentos das massas, pelo apelo a unt wiferenga cultural, do qual decorreria 0 equivoco da identidade nacional.” ne verifiear que tanto a filosofia politica liberal quanto a marxista agllo um “resquicio” de processos mais amplos, como bem dee IDENTIDADE © 45 Mas conforme o proprio Hobsbawm concede, somente algumas tradigdes tém ressonincia e durabilidade, ea nagio seria a mais importante ¢ duradoura das tradi- es inventadas, mesmo considerando-se uma margem de déficit de adesio. Diante disso, embora seja evidente que as representagdes idealizadas da nagao estao relacio- nadas a interesses e priicas coneretas, caberia refletir por que essa invengio, tio freqiientemente e em diferentes contextos sociais e culturais, produziu um enraiza~ mento e uma vinculacio tio profundas. E, para tanto, tlver seja preciso ampliar 0 {foco, incluindo nao s6 0s mecanismos de produgdo, mas também os de recepgio € teelaboracio desses discursos pelos seus miiltiplos destinardrios. & importante con- iderar que a “inveng2o da nacao” certamente foi favorecida por referéncias simb licas preexistentes, que, recombinadas, deram origem uma nova configuragio Imagindria. Nesse sentido, surgiram objecdes & idéia de invengio de Hobsbawm, onsiderando-se preferivel substtui-la pela de criagao. A critica também incide so- Ie a despreocupagio de Hobsbawm em discernir melhor aquilo que sustentaria a lade nacional, qualificada por ele, sem maiores comentérios, como “costt- , Embora assinale que as nagdes sio fendmenos duais, construidos essencial- jente do alto, mas incompreensiveis se ndo analisadas de baixo, ou seja, do ponto visa das pessoas comuns, Hobsbawm se preocupa bem menos com essa segunda nso, Os que preferem seguir o caminho oposto sublinham que nem sempre é vel identficar intencionalidade ¢ a consciente participagdo na construgio ou tilhamento do sentido de nacionalidade. Tal sentido seria gerado inconscien- ngnte pela forga de “numerosos atos cumulativos”.” Com 0 objetivo de esclarecer e melhor encaminhar essa discussio, Motyl pro- diseriminar identidade nacional de nacionalismo.”* © segundo fendmeno seria diretamente relacionado as construgdes ideol6gicas € politicas das elites em o de condigées histéricas determinadas, com destaque para o processo de secu- Wo ¢ novas condigdes tecnolégicas surgidas com o lluminismo e a moden Identidade nacional, segundo este autor, embora potencializada pelo advento Wornagio, se associaria a uma estrutura de sentimentos relativamente inde- ** © antropdlogo John Boreman estabelece 0 mesmo contraste, porém se Aerio nationness, raduzido como “nacionidade”, para retratar as “intera- cas cotidianas que produzem um sentimento intrinseco e freqlentemente lo de pertencer, de estar em casa”.”* ‘ulate em separaressas esferas, alguns autores preferem assumir sua 10 que ne pode encontrar em Weber, que se refere & nagio como um ‘A “esfera dos valores”, que envolve a constituigao de um sen- le de sentimento que tende a produzit um Es- sopuoxdtion op aured opsprod opuoy ousau 5 uate yunuuedus ov seasia two> 9pepatse oxSezue8i0 ap ew} yedroutsd eu mansuoo as wigguse seu soui3) ua e}suaiagss 2p aprplun owto> woueU 9s suade OvU [UOINEU O sjeuiap so woo esed ar SSoapyod ‘sooquiquos9 Sousa wa sewnsIp ss95isod 40d sw) -uenuosua ‘ossip wipye ered ‘9 ‘apes v a2ey Jan 9s ap aoueYD oRIaI eo oud anb svossad asus ozqunwo> ap opnuas win aodns Suosiopuly woyput aus ‘onb pf ‘orsensqe ewn anouewuad jeuoreu apepnuapy e anb eqres 26 vioquy joaod un, op jespsowd ap) owo> eurapour apepleuojseu ep eonn9 ewes|eurE ewIN,, reUassude w sepRDy oeSeuosaidas ap seanyjod,, wipquier 2s-weasosqo ope] oxno 40g “erOye Opt jad sonuesfijan 9p selugj09 sep ose> 0 9 «oD ‘seUpUuO s9QSeU Sens ap SUDIS toy sep 05 9414 wonb sod sepmuunsse o sepezteyuD opts wonumuOD sILUO|9 1S ¥ anb ag-apuaaaduson “esnp] ap 9xey> essoN “WSU siey, yeampno opdeznoydn no Bde UNSSE v areLEZIIGE .St>ngxDuIs sooSuaaU!, 9p sgatate apepauap! ep oeSeumyrar e fosioaut o owen “opepusyye & eoupisisos ep o¥Inpas opuenuasaidas ‘ovSesfoxUH ep OSUEAE 0 OILED KOU Y “SeLOUpesv0> saoSemis OpeAIasqo WAI vUIa} OF SOPED sosioayq's9[dus azored ogu ovisonb v‘opepino woo opuesosqc) opSezpLqiy ep OUAUIQUA} O8 wIOPEALDsuOD LoUpISISAH Puun seIUDSoId euapod yeuorseu aprpnuaps vu yene eisupsisur vpipout anb wa gfeqo(# wes -1souH wp jaagaisout Buona W opuEjeUIsse UTES no “eoLUQUENa4 [eUO!DEU BAMA ERIN suupuserep stew sezpensa arsed anb euaysad run seuade opueuasaxdas yemay9 or © gavatunaat Jo1ap wu asi e}>uaptiodsais09 9p 9 UULIOGOR nat ‘ope wan sod Soph sopmiie ap vyeovo wu odaadas & epep ‘onl sds 9 ‘9g "ees € no enue o1i0> ‘Se>1o}O190$ S9OSIPLO enuoous 98 ovu ‘woo Eun e ‘opessed wn ¥ opejnoutA sogoo.0d 9§ OW 40 ‘nb sanoquones ostoasd 9 “Sorosou09 ons sorefoxd 2 s205e t 1woy So a1qos osorapod 01 291 ap “woUpasIsU0> ap vprAoxdsap ‘oy up Sop oeSesonu1 ead opezayre atuouren ‘exy9 epeqrae Pulsos ap aspx9 OgU OBSEU Y OpLUIOK jew © 001"/9s9 wog 9 ‘osmMosIp ou seuade SOLDNXD Sey "CHOISY JOM lwaflezoout ap oauod win wesiuo.u9 suswoy so ‘epriadas aaustuonuEsso0U UP I ‘eamenreu essay “efoupNsIxa ens ap sopeuunyS ‘[eansinvay osimosyp wi “eq Ml ‘ruin wia8rxo ‘oduion ronbjenb wa ‘sapepotoos se Swasemsadsod 9s 2 095909 ap 0 ta jaajU tun wasstuEUE Ese “apepyvas ep someway saruzapp So opuvzinbs 2 opuyjnonize ‘opumu ou visugisixo ens sapuooide wremunsod soy] anb s9g5 -audos ap owuntuo9 win ap sopeiop uselas sosqusauu snas anb wo epspaus eu WOMAN as 98 sagSeu se anb apuayap 914 ,'serojoapy sep anb saor8x>x sep ounxoad ‘ovowouay win ouisyeuoppeU 0 euvUIOA onb o ‘epesses ovsuounp ens exed OPS + eureyp ‘epeutieun apeprunaio> cum opSeu e 198 sodosd anb “uosiapury “| -apepinsiqure anroueuszod ens of je omoa ‘9 ‘ojoquiys owo> ovSeu ep eIgp! & orfayLAL4g “opersg ojad sepel stejayo sogsia4 sep rpued r soana[o> somauunas so atznpop aaruuzad ov ¥>} 9 eouryulp © anb 9 o1xa axsap soaualqo sop ogSuny wa 30 0s soraye sop a opSesaMU] ep opunas op o1I09 w9q “E>1H0}00p) vrugusi aq ONISNa WM + BNSINO DE HISTORIA credo americano Wirios autores concordam que os Estados Unidos sto in dos paises do mundo tal que produziu um dos mais ricos repertérios miticos nacionais, inchuindo historiografia fortemente marcada por um sentido nacionalista.” A sacralizagio “origens ¢ das insttuigSes politicas nacionais concede as bases para o mito da cionalidade da América, cuja contrapartida é a idéia de a nagao ser portadora missio, de um destino tinico no planeta Aoutilizar a expressio imaginario politico, tenho em mente, portanto, as hist aw miticas, os esterestipos, as crengas ¢ tradigdes que remetem as origens ¢ conce- fustentagio simb6lica a unidade nacional. Mitos que, no entanto, convém insist ‘histéria, permitindo identificar, em suas diferentes versbes, os paradoxos “nevitavelmente comportam. Seguindo este raciocinio, é possivel verificar como kos desse imaginario revelam-se em combinagBes e nuances que variam de lo com 0s contextos ¢ atores que deleslangam mao. Dessa forma, identificar 0 lhamento de determinados tragos ou um padrao de distribuigao de orienta- oliticas e religiosas nos Estados Unidos nao equivale & demarcacio de uma uta fixa, de um “cardter nacional”, que fluiria inalterado através do tempo. ‘Mas voltemos aos Corpos da Paz, que elegi como estudo de caso. Como organi dedicada a projetos de assisténcia comunitaria com base em trabalho volunt: 0 veria digno de nota ou motivo de estranheza identificar a presenga de forte Inissionirio entre seus integeantes. Mas a histéria dos Corpos da Paz, a meu lisse no s6 a um contexto especifico da historia norte-americana € mun- ‘cortentes politcas determinadas, mas a um imaginério nacional, e nesse sen- 0, € um e480 paradigmatico. Os Corpos da Paz, criados por Kennedy no seu governo, encarnaram, como nenhuma outra agéncia governamental, a 0 de, a um s6 tempo, reformular ¢ reafirmar as tradigdes nacionais. No ‘ldéia de criar uma agéncia nesses moldes nao partiu do presidente, mas de ito politico denominado Americans Committed to World Responsibility os Comprometidos com Responsabilidades Mundiais), que encontrou adep- iniversidades,sindicatos, igrejase organizagdes da sociedade evil, Eneampada ite no calor da campanha eleitoral, a proposigao gerou enorme enti- sido milhares de jovens americanos de todas as partes do pafba se insre= 1s: Apesar de ter sofrido insimeras rmudangas ao longo das diferenees mocratas ¢ republicanas, os Corpos da Paz se mantém ainda hoje ‘mals consagradas pela opiniio publi Iniimeros autores procuram explicar a verdadeira obsessio moral dos norte- americanos, centrada especialmente no sentido de virtude. Tocqueville foi o primei- toa sugerir afinidades entre 0 protestantismo e o sistema politico norte-americano, percebendo que, embora separada do Estado, a religido deveria ser considerada “a primeica das instiuigdes politicas norte-americanas”."” ‘Mas foi na consageada obra de Weber — A ética protestante e 0 espirito do éapitalismo — que descobri uma brecha para tentar compreender a perspectiva Inissionaria que marca o imagindrio norte-americano ¢ que se expressa através da lifusio da filantcopia nessa sociedade, em que o apelo ao sucesso é tao forte. Weber yma a atengdo para o que se poderia perceber como um significativo desvio da outrina calvinista, relacionado A valorizagio das boas obras. Ele demonstra que a ociagio entre salvagao ¢ boas obras foi desenvolvida em muitas igrejas e seitas formadas, muito embora fosse censurada por sua identificago com o catolicismo mais do que isso, fosse, a priori, considerada despropositada, ja que a decisio bre a cleigdo era inalterdvel representava um mistério divino que nao se deveria Iuor pretender desvendar, No entanto, o pragmatismo se impos e as boas obras se iam indispensaveis como sinal de escolha, levando a que, progressivamente, 0 ista pudesse eria sua prépria salvacio ou, mais exatamente, a convicgio disto.” ‘Mais recentemente, outros autores tém-se dedicado a analisar a forga dos ele- 08 religiosos na ret6rica politica, valendo-se inclusive da expressio “religiao para caracterizar a interpenetracao e mesmo a simbiose entre religito e politi maginsvio nacional norte-americano.” Neles encontrei respaldo para as sus- surgidas durante a pesquisa com os Corpos da Paz. Voluntérios oriundos los politizados campi universitacios, identficados com a New Left ¢ 0 movi- polos direitos civis, quanto de regides agricolas do conservador meio-oeste, Numa elevada preocupagio moral, apropriando-se de formas bastante dife- aaié mesmo inusitadas, dos sentidos de virtude e de missio difundidos ee mente, vale pegar de empréstimo as palavras de Verdery sobre a idéia de 1 pessoas que a utilizar de maneiras diferentes podem mobilizar priblicos (internoseinternacionais), que pensam compreender uma mesma coisa del devemos indagar: qual ¢ 0 contexto global, societdrio os diferentes grupos competem pelo controle dese simbolo ‘Quais sto 08 projetos dos diferentes grupost”” m, 08 Corpos da Paz. foram is dos negros norte-americanos, mas também uma politica externa assenta- tiversalizagio dos padrdes de democraciae liberdade, supostamente inventa- wenvolvides nos Estados Unidos, 0 que representava uma inflexdo na tese ii excepeionalidade norte-americana, que inibia uma maior abertura para o ), Muito significativo também foi o esforgo da agéncia em se apresentar como ite, discriminada tanto em relagao as diretrizes ¢ a0 aparato diplomatico, ‘elagito aos mecanismos tradicionais de assisténcia internacional. Os Cor, apresentavam, desde o principio, um duplo objetivo, uma dupla face: para o entio chamado Terceiro Mundo as benesses da cultura e da tecno- imericanas, através do exemplo e da acio dos voluntétios, e tornar a Horte-americana mais permeavel ao outro, pela experiéncia de imersio cul- ue Propiciava. A énfase e mesmo a opgao por um ou outro viés produziram, ‘Principio, inimeros conflitos no interior da agéncia, envolvendo as diretri- treinamento dos voluntarios ¢ dos projetos a serem executados. Esse conflito igualmente grande parce dos voluntavios. deixar de se apoiar em determinadas leituras dos mitos fundadores da lade, como a aventura dos eregrinos religiosos que cruzaram o Atlantic loneiro solitario desbravando as fronteiras do Oeste, muitos voluntirios igo altruista e filantrépica, Percebendo que os principios humanitérios e 108 proclamados pela agéncia eram contraditados pela orientagao geral ‘exterior norte-americana de ampliar a influénciae a hegemonia dos Esta- fio mundo, muitos voluntérios rebelaram-se, denunciando do exterior a Fenia moral do governo norte-americano. A agéncia teve muita dificuldade, lo, de conter manifestagdes contra a guerra do Vietn’ da parte de volus /oluntirios que passaram a engrossar as marchas pacifistas ao retornar Unidos, Também elogiiente foi o caso de um grupo de voluntarios que idiou a condigio de representantes do governo norte-americano, mas wisn deisio de abandonar a condigio cle voluntérios dos Corpos da Paz Halt 08 Compromissos assumidos com as comunidades pobres da Bahia, ‘eumprit seus dois anos de servigo.”” No entanto, cabe ressaltar que, indo & mistica de herofsmo e © papel de missionsrios de uma dada anismo, denuncianclo as contradigBes que a experiencia evelava, os Hilo deixaram de se aferrar a um sentido de moralidade bastance difuns lo norte-americana, Mis relatvista também emanado do discurso da agency A critcar a presungio vniverslista dos valores nortee IDENTIDADE « 5 lum lugar, de uma histéria, de uma cultura, de uma linguagem particular, cujo peso tna construgio de sua subjetividade e de sua identidade nao pode ser negligenciado, Para conclu, eafirmo a validade de se discutir a cultura e a identidade norte- Aamericanas articulando curta e longa duragées, produzindo uma interpretagio que implica a imprudéncia calculada da generalizagio, Trafegar por entre as sombras das identidades, das estruturas de sensibilidade das sociedades exige mobilizar nossa ‘propria sensibilidade em busca de insights. Algo que & primeira vista parece ter con- ‘sistncia rala, ser implausfvele predominantemente pouco insteutivo, mas que repre- enka um primeizo passo no desvendamento de determinados processos. Em Contraposigao a idéia de que a triade interpretagio-generalizagao-identidade corres- onderia a uma falsficago, pode-se propor que a auséncia de qualquer ambigio esse sentido poderia implicar a reducao da historia a uma mera crénica de trviali- des. Nesse sentido, retomanclo 0 ponto de partida desse texto, considero que as lentidades coletivas podem ser percebidas como uma aposta e nao um blefe. Por iriscarem deixar o flanco aberto para critica, as interpretagoes generalizantes sus- tam o debate, o que, a meu ver, como ja indiquel :o iniciv, jé conta a seu favor inal, ndo hi vida seni rscos. Notas “Trofessora adjunta do Departamento de Histéria da UFF e doutora pela USP. ‘asa uma dscussio sobre os cruzamentosefasos cruzamentos entre Nova Historia, Histéria ‘dhs Mentalidades, Historia Cultural e Micro-hstoria, além de um balango equilibrado sobre J) percurso.eas inovagdes da Micro-histéra, ver VAINEAS, Ronaldo. Micro-histdva: Os pro- onistas andninos da historia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BVEDO, Cecilia. Ene nome da América: 0s Corpos da Paz na Brasil, Tese de doutorado, ide de Filosofia, Letras e Cigncias Humanas da Universidade de Sio Paulo, 1999. AZBVEDO, Cecilia, “A santificag3o pelas obras: experiéacias do protestanismo nos EUA" 0 {Rio de Janciro, vol 6, n. 11 {julho 2001), p. 11-129, BACZKO, Bronislaw. *Imaginagto socal”. In: Enciclopedia Einaudi, Lisboa: Imprensa inlasa da Moeda, 1985, vol.5, p.296-332 e PESAVENTO, Sandra Jatahy. “Em bus: Juma outra historia: imaginando o imaginseio", Revista Brasileira de Histéria. vol. 15, HLL Michel, Idcologias © mensalidades. Si0 Paulo: Brasiiense, 1987. Ver também Histria das mentalidades ¢ historia eultural”, In: C. F Cardoso e R. ); Dominios da hitsria:ensais de teoriae metodologia, Rio de Janciro: Campus, op. cit dl dental cultural, Trabatho apresen- 02) *Subjetivida 42 RINSINO DE HISTORIA GRIBALDI, Maucizo. “Escala, pertnéncs econfigurasio". In J Revel org.) Jogoedeesca- li Rio de Janceo: FGY, 1998, p. 123, i, Jacaues (or). Jogoe de excala, op. cit, “Aprsentagao", p38, INFAS, Ronaldo. *Histéria das menalidades e histiia cultural, op city p. 110. Pars “inn esitica do abandono radial da busca de wma visio global e sitéie da realidade pela Uitria, ver DOSSE, Frangois. A Historia a prova do tempos da bistéria em migalbas ao do sentido, So Paulo: Ed. UNESP, 2001. WZBURG, Carlo apud R. Vania. Micro-histria: Os protagonisas andnimos da bistria ‘iy pe 111. INFAS, Ronaldo, Micro-histériar Os prozagomistas ands da historia, op. cits p. 149. ISON, Frederic. *Pevioizando os anos 60”. In: H. 8. de Hollands (org). Posmodernise ‘politic. Rio de Janeeo: Rocco, 1991, p. 81-126. VLLARES-BURKE, Maria Licia Garcia, As muita faces da itvia, Nove entrevista 0 oy Bd UNESP, 2000. eter. Variedades de histéva cultural. Rio de Jancio: Civiloagio Brasilia, 2000, OUADIEU, Pere. A economia da trocas simbolicas. Sto Paulo: Perspectiva, 1973, (JO, J. N., SONKI, Léa e FARIA, Carlos Aurclio G. orgs). Figura paterna e ordem ttle, autoridad « legitimidade nas socedades contemparineas. Belo Horizont: ini UCMinas, 2001, oelagio entre projetoe identidade pode str encontrada em VELHO, Gilberto. Projeto€ orfose. Antropolegia das sciedadescomplexas. Rio de Janceo: Jorge Zahar Eton, |, Anthony. "Nationalism and the Historians" In: Eebnicity and Nationalism, Leiden: Bil, 1992. Viewinia Macia. “A questio nacional: alguns desafios para a reflexiohistrica”. In: donga'e M, Motta (orgs). Nagdo e poder: As dimensdes da bistévia, Niterdi: EAUFR, JAWM, Ere © RANGER, Terenes. A invengio das tradigdes. Rio de Jancio: Paz ¢ 1984, Ly Alexander J. “Inventing Invention: The Limits of National Mentty Formation”, Siny eM. D. Kennedy orgs.) Intellectuals and the Articulation ofthe Nation. A lnsbor The University of Michigan Pres, p. 68. Pamplona considera que tl discriminago¢ importante, dado que é possve, retro: A perfodos anteriores A Bpoca Moderna, verficar a ocorréncia de formas e sentidos mgo, Ver PAMPLONA, Marco Anténio. “A questo nacional no mundo neo", In: D, A. Reis Filho, J. Ferreira, C. Zenha. O século XX — o tempo das da delinio das utopias is globalizagbe. Rio de Jancco:Civlizago Brasilia, 2000, ‘Ver também VERDERY, Katherine, “Para onde vio a ‘nagio’ ¢ 0 ‘nacionalis shnan (ry). Ur mapa da uestdo nacional. Rio de Jneio: Contrapon st atta percehe a nag como um dispostiv de eager, coe IDENTIDADE © 53 ANDERSON, Benedict. Nacdo e consciéncia nacional, Sio Paul: ica, 1989. A visio de ‘Anderson de que as nagGes pecmaneceriam abertas, copazes de absorvero outro a diferenga de forma analogs as grandes religies mundiais universalstas, Ihe reudeu critieas de autores {que o acusam de apresentar uma visio excessivamente posiiva do nacionalismo, que se ss- ‘entaria fundamentalmente na soldariedade politica ¢ ni no antagonismo em relagio ao outro, Apegado a essa perspectiva, Anderson deixaria de reconhecer a pressio no sentido da hhomogeneidade promovido pela idéia de nacio. Ver BALAKRISHNAN, Gopal. “A imagina- ‘10 nacional”, e CHATTERJEE, Partha. “Comunidade imaginada por quem?". In; G. Balakrishnan (org.). Un mapa da questio nacional, op. ct. ANSARTT, Pieree.Ideologias, canfltose poder. Rio de Jancto: Zahar Ediores, 1978, ‘Ver ESCOSTEGUY, Ana Carolina, Cartografa dos estudos eulturas: wma versio laino-ame- ricana, Belo Horizonte: Auténtca, 2001. GRUZINSKL, Serge. Pensamento mestico. Sao Paulo: Companhia das Letas, 2001. pad ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Cartografa dos estudos eulturais, op. ct, p- 146, PAMPLONA, Marco Anténio. “A questio nacional no mundo contemporineo”, op. cit, SENNETT, Richard. O declinio do homem prblico: as tranias da intimidade. Sao Paulo: ‘Companhia das Letras, 1988, ZELINSKY, Wilbur. Nation into State. The sbifting symbolic foundations of American rationalism. Chapel HillLondres: University of Noth Catolina Press, 1988. TOCQUEVILLE, Alexis de, A democracia na América. Belo HorizonteSio Paulo: Itacaial [FAUSR, 1977; JASMIN, Marcelo. “Interesse bem compreendido e vireude em A democracia ua América”. In: N. Bignoto (org.). Pensar a Repiblice, Belo Horizonte: Ed UFMG, 2000. WEBER, Max. A ética protestante e 0 espirito do capitalismo. Sio Paulo: Gratica Urupés, 1967. SUSMAN, Warren I, Culture as History: The transformation of American Society in the ‘Tiventeth Century. Nova York: Pantheon Books, 1984; DIGGINS, John. The Lost Soul of American Politics: Virtue, Self-nterest and the Foundations of Liberalism. Chicago: The University of Chicago Press, 1986; BERCOVITCH, S. The American Jeremiad. Madison: University of Wisconsin Pres, 1978; BERCOVITCH, S, “A retérica como autoridade: purita- pismo, a Biblia © o mito da América” e ELLIOT, Emory. “Religio,identidade eexpressio na fultura americana: motivo e significado”. In: Religido e identidade nacional: Brasil e Estados Unidos. Rio de Janciro: Graal, 1988. BELLAH, R. The Broken Covenart: American Civil Religion in Time of Trial. Chicago: Tae Univesity of Chicago Pres, 1984; MARSDEN, George. “Keligion anid American Culture. Orlando: Hascourt Brace College Publishers, 1990; ROBERTSON, James Oliver: American Myth, American Realty. Nova York: Hill & Wang, 1980, entre outios. VERDERY, Katherine, "Para onde vao a ‘nagio’e o ‘nacionalismo'?, op. cit, p. 240-261, ifien "white, anglo-saxon, protestant”, ou sea, branco, anglo-saxio e pro- 540 dos voluntitios mencionados teria consiuido 6 que wm memorando da diregio los Corpor da Pua shamou sea "Filosofia da Bahia”. Ver AZEVEDO, Ceti, En ‘06 Corpos da Pas no Brasil op. cit sutoblogratia do ex-voluntirio Paul Cowan, significacvamente inctu- h experince, ‘rooe ‘sede loupuef ap ong "mupIsH| YP SotpouD serOSEYOA! 5) FOUOISK-O.H “OPIEBOR “SVINIVA ‘g860 PED sro 9p ong sopmin sopoasg 2 seq ouoron apaprnap! 2 OP/}2q "Ne 19 SIN ‘SHOVS ‘3661 ‘ADA ‘oslour| 2p ong 27259 ap so¥0f “Ha0)saaboel “TAAL ‘0007 USANA “PA Orme ous “srjtnao 000N PONS Up Soe) sm Sy HD HOT HUEY NUN SPAVTINL 997 ‘DN “Pa wORUOH OPE “VA sou psoag ov owopew apeprp! vp sepsemasoadoy:soutououiy“\86Fy ET] VUTIAFTO 61 ANP HO any -eupany ap seomeonap sy opod 2 p20N 580) BSIEWWALLOW 9 E9S WONOGNEN “y86l sey. o neq conve 2p ont sooSpou sop opbuonuy 200K, NEON 22H WAWWASHOH oracet 8 L664 skit “1208 3p OM 80]opoIu 9 wHO>T ap sores sougaty up sopipung, “si0} pqeuoy ‘SVANIVA 9 YOBEWELL 815 “OSOTAVD ood ease oBSeRAr)-NBUEL ap OL AMD nUOI 2p sapPpIUEA 2 TAN 661 “apasiotun astot0g osu 2p OF| son wo vououy ¥ 80) S86 ‘GNVNAN 2 #890 "INHOONOG AT “ZLAOTEA ‘0002 oquenr tosiuef ap ony youore opis ep pd a (20) j2405) *NYNHSDENV TV vege “Eau soe OPS YoUorH Pong}sHO9 2 OPFNN, 2{P2UOH NOSTAGNY vyeationqya VINOLSIH 30 ONISNI #15

You might also like