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Adminstração em Reuniões
Adminstração em Reuniões
SAÚDE
APRESENTAÇÃO EM PÚBLICO
Copyright © Portal Educação
76p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-356-2
CDD 808.51
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................4
9 CONCISÃO ...............................................................................................................................30
10 COERÊNCIA .............................................................................................................................31
20 CREDIBILIDADE ......................................................................................................................59
21 APARÊNCIA .............................................................................................................................62
22 VOZ ...........................................................................................................................................64
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................72 3
1 INTRODUÇÃO
Sempre que temos que nos expor seja para vender um produto ou para apresentar um
trabalho acadêmico ou simplesmente para falar de algum tema para um determinado número de
pessoas sentimos a boca seca ou os joelhos tremem. 4
Com este curso vocês verão que não precisamos ter tanto receio assim, falar em
público pode se tornar muito fácil desde que nos preparemos para isso.
Temos certeza que daqui para frente você irá perder o receio das famosas
apresentações em público.
Lembre-se “Falar em Público é treino” e para tal precisamos exercitar. Quanto mais
falarmos em público mais desinibidos nos tornaremos e menos ansiosos ficaremos nestes
momentos, afinal não falamos desde pequenos? Então por que esta dificuldade?
Vamos abordar vários temas relacionados ao ato de falar em público. Você está
preparado para iniciar esta jornada conosco?!
2 O ATO DE COMUNICAR
O homem criou além do mundo natural um mundo artificial. Essa segunda natureza
criada pelo homem recebe o nome de cultura. Cultura é todo fazer humano que pode ser
transmitido de geração a geração. A linguagem é, portanto, um elemento da cultura de um povo.
O ser humano nasceu predisposto para a comunicação em diversos níveis em que ela
pode acontecer. Há uma necessidade de exprimirmos nossos sentimentos, seja através do
choro, do gesticular, de cantar, de posicionar o corpo, etc.
Seriam incontáveis as formas encontradas pelo ser humano para que ele possa se
“fazer” compreendido e para que ele possa estabelecer contatos, dar ou receber alguma
informação.
Comunicar, fazer comum, participar à alguém alguma coisa é uma necessidade vital
nos dias de hoje. O homem buscando uma maior eficiência na tentativa de efetivar o processo
de comunicação foi buscando auxílio, fazendo experiências pelas quais idéias e sentimentos vão
sendo transmitidos de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social.
Poderíamos dizer que somos o que comunicamos, pois dá para se fazer uma boa
análise do perfil psicológico do emissor. Emissor, surge aqui um termo interessante que
abordaremos na seqüência.
Figura 01
Figura 1: Barack Obama durante discurso em sua campanha presidencial. Fonte: http://www.dreamstime.com.
Acesso em 23/04/2010.
Na linguagem falada, dispomos de uma série de reforços que não temos na escrita: o
timbre da voz, a entonação, os gestos, o jogo fisionômico e um sem-número de outros reforços
que contribuem para a mais fácil e eficiente transmissão e recepção da mensagem.
Sendo que muitas vezes a melhor forma de dominá-lo é se apropriar da sua língua.
Para garantir a desunião de um grupo, nada melhor que confundir sua língua.
A Torre de Babel seria o primeiro passo para garantir o domínio de alguns sobre os
outros. Quando ninguém se entende mais, aquele que é tido como o mais esperto “vende o seu
peixe”...
A competição nos dias de hoje tornou-se imensa. Lutamos por um lugar ao sol no
trabalho, na família, com os amigos enfim em todos os momentos da nossa vida.
8
O tempo tornou-se uma moeda caríssima, ou seja, a utilização do tempo tornou-se
muito importante. Quem de nós não gerencia o seu tempo? Todos nós fazemos isso não é
mesmo?
Falar bem, ter uma boa apresentação pessoal deixou de ser “perfumaria” para tornar-
se algo fundamental para quem deseja atingir seus objetivos pessoais ou profissionais.
Hoje em dia todos nós, sem exceção, precisamos verbalizar nos expressarmos,
comunicarmos de forma clara e objetiva. Atualmente todos os profissionais necessitam desta
ferramenta.
Sabemos que para algumas pessoas isso pode ser menos difícil, porém qualquer
pessoa pode atingir êxito ao falar em público, para isso deverá seguir algumas regrinhas
infalíveis que veremos no decorrer do nosso curso.
Cabe aqui ressaltar que quando uso a expressão “vender” eu não quero dizer no
sentido literal da palavra, mas sim, fazer com que o seu ouvinte acredite no que está ouvindo e
que realmente acate o que ouviu como certo, bom, desejável, ou seja, que “compre” a sua idéia,
produto, serviço ou sobre o que for que você estava explanando.
Como você se sentiria se fosse um dos ouvintes dessa palestra ilustrada pela Figura
02?
1. Emissor – é aquele que fala, quem envia uma mensagem, sendo representado pela
primeira pessoa verbal (eu / nós), é quem transforma pensamentos ou emoções em
código.
Já o meio psicológico é o meio utilizado para efetivar a comunicação que não utiliza
nenhum objeto para realizá-la. Ex.: expressões faciais, gestos, piscadas etc.
Cada um dos elementos da Comunicação irá gerar uma das Funções da Linguagem,
vejamos o que cada uma delas diz:
3 Função Fática - é aquela que tem por objetivo prolongar o contato com o receptor ou iniciar
uma conversa, caracteriza-se pela repetição de termos. Ex.: "O que você acha dos políticos? -
Olha, no meu ponto de vista, sabe, eu acho que,...bem...como eu estava dizendo, os políticos,
sabe como é né? É isso aí".
4 Função Conativa ou Apelativa - é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do
receptor, por meio de um apelo ou ordem. As propagandas veiculadas na televisão são um bom
exemplo desse tipo de linguagem. Ex.: "Compre o sabão espumante, que borbulha melhor do
que qualquer outro!".São características dessa função: verbos no imperativo, presença de
vocativos; pronomes de segunda pessoa.
5 Função Metalingüística - é aquela que utiliza o código para explicar o próprio código. Um
bom exemplo dessa função são os dicionários da língua portuguesa.
No senso comum, a palavra ruído significa barulho, som ou poluição sonora não
14
desejada. Na eletrônica o ruído pode ser associado à percepção acústica, por exemplo de um
"chiado" característico (ruído branco) ou aos "chuviscos" na recepção fraca de um sinal de
televisão.
De forma parecida a granulação de uma foto, quando evidente, também tem o sentido
de ruído. No processamento de sinais o ruído pode ser entendido como um sinal sem sentido
(aleatório), sendo importante a relação Sinal/Ruído na comunicação. Na Teoria da informação o
ruído é considerado como portador de informação. O ruído faz-se presente nos estudos de
Acústica, Cibernética, Biologia, Eletrônica, Computação e Comunicação. Para nós cabe
conhecermos os itens abaixo (nota do autor):
Para exemplificar esta hipótese, eu gostaria de convidá-los a ler abaixo um texto muito
interessante, gostoso e engraçado do Antonio Brás Constante encontrado na internet.
Vamos exercitar um pouco nossa imaginação, voltando no tempo até a época de Noé,
que era um homem bem relacionado no Céu e na Terra, e isto lhe garantia informações
privilegiadas sobre a meteorologia, mesmo antes da existência dos telejornais. 15
Para quem não sabe, Noé foi o precursor dos zoológicos, criando uma estrutura
itinerante em forma de barco. Ele também poderia entrar para o livro dos recordes, como o maior
colecionador de animais da história e também como o primeiro homem a sobreviver a um dilúvio.
Agora imagine ele, num derradeiro momento de distração, recebendo uma mensagem
celestial do Todo Poderoso, dizendo que uma grande tempestade viria, e que por isso Noé
deveria construir algo, em um determinado prazo, para proteger a si mesmo, sua família e todos
os animais da Terra.
Era uma tarefa grandiosa, já que existiam espécies de animais em todos os cantos do
planeta.
Alguns no ártico, outros nos trópicos, outros ainda somente em ilhas isoladas. Mas,
conforme sabemos, Noé encontrou um jeito de reuní-los. Algo que deve ter tomado quase todo
seu tempo.
Aquela correria também pode ter despertado comentários entre seus vizinhos, que
acharam estranha a nova mania dele de colecionar bichos, porém, como ainda não era possível
de se colecionar selos, resolveram deixá-lo em paz com suas excentricidades, causadas
provavelmente pelo excesso de vinho em seus miolos.
Terminado o prazo, o grande “Manda-chuva” dos céus iniciaria o dilúvio (não estou me
referindo a São Pedro e sim ao chefe dele, que talvez tenha recebido tal apelido depois deste
evento), sabendo que a raça humana (ou no caso, a família de Noé) e todos os animais estariam
a salvo.
Mas antes, daria uma olhadinha em direção ao seu fiel seguidor, para ver se a
bicharada estava se comportando direitinho. Para sua surpresa, o que “Ele” veria ao invés de
uma arca, seria um enorme guarda-chuva.
Embaixo dele estaria o pobre Noé, rodeado de animais, com a cabeça seca e água
até a cintura.
Um fato que se realmente tivesse acontecido, teria sido considerado como um dos
maiores lapsos da história, causando atrasos nos cronogramas celestiais, constrangimentos
divinos, etc.
Tempos atrás recebi um e-mail com o texto abaixo, talvez o encontrem na internet,
pois era uma corrente..., que acredito também trazer intrínseco o conceito de ruído de
comunicação, pois as pessoas entendem o que querem e podem entender. Nem sempre a
nossa comunicação se efetiva justamente por este espaço que existe entre o falar e o
compreender. Vejamos:
Existia um mosteiro Zen, conduzido por dois irmãos. O mais velho era muito sábio, e o
mais novo, ao contrário, era tolo e tinha apenas um olho. Para um forasteiro conseguir
hospedagem por uma noite nesse convento, tinha de vencer um dos monges, num debate sobre
o Zen-Budismo.
Uma noite, o forasteiro foi pedir asilo no convento e, como o velho monge estava
cansado, mandou o mais novo confrontar-se com ele, com a recomendação de que o debate
fosse em silêncio. Dessa forma, o monge tolo não cometeria enganos.
- ''Que homem sábio é o seu irmão! Conseguiu vencer-me no debate e, por isso, devo
ir-me''.
As pessoas sempre procuram nas outras pessoas e na vida confirmação do que elas
acreditam e, infelizmente, tem andado bem desesperançadas no amor, como se a insatisfação
fosse inevitável.
Com estes dois textos queremos deixar clara a preocupação que o palestrante, ou
seja, o emissor deve ter em REALMENTE passar com clareza e objetividade a sua informação
para não correr o risco de não ser bem interpretado.
A figura abaixo também nos mostra isso, você se lembra da brincadeira “telefone sem
fio”...?
Essas relações se fazem segundo muitos fatores, como, por exemplo, de acordo com
a maior ou menor proximidade das pessoas nos seus círculos de convivência, segundo o grau
de hierarquia em que se situam no mundo profissional, ou ainda conforme o modo como seu
grupo lingüístico é visto pela ótica social de outros grupos.
Individualmente, cada pessoa pode utilizar a língua de seu grupo social de uma
maneira particular, personalizada, ter seu próprio contrato, lembre de um surfista, um haper, um
skatista etc., cada um desses grupos possuem uma forma de se relacionar e de se comunicar.
Mas é preciso que este uso individualizado esteja contido no conjunto mais amplo que
é a língua, no nosso caso a língua portuguesa do Brasil, caso contrário não seremos
compreendidos pelos membros dessa comunidade de falantes.
Assim, a situação vivida caracteriza quem fala, ou quem escreve; e quem ouve, ou
quem lê o texto, no momento mesmo em que se está produzindo a mensagem, ou que se efetua
a sua compreensão.
De acordo com Preti (1982), cujo ponto de vista é sociolingüístico, tem-se três níveis
de linguagem: nível culto, comum e popular.
Nível Culto: se refere à variante padrão e está de acordo com as regras gramaticais. É
utilizado por intelectuais, cientistas, professores e outros, principalmente na escrita, como
exemplo: “Os possessivos - A idéia de posse talvez não seja velha como o homem, mas é com
certeza muito antiga. Nós todos conhecemos o impulso quase irresistível que nos leva a querer
possuir aquilo que nos dá prazer ou nos gratifica psicologicamente. Para usufruir, no entanto,
não é indispensável ter integralmente e por tempo indeterminado. A música, o pôr-do-sol, os
quadros de uma exposição, o bem-estar, o convívio das crianças, não estão sujeitos a qualquer
forma de apropriação e integram, como coisas importantes, a vida de um grande número –
felizmente muito grande – de pessoas. Para muita gente, entretanto, isso é insuficiente. Só
domínio total satisfaz, o controle absoluto e exclusivo, em que se estabelece uma relação de
senhor e escravo, de sujeito e objeto. Esses têm sido chamados, com razão, de possessivos.”
(LISBOA, 1977)
Nível Popular: não possui muito prestígio, é espontânea, descontraída e tem objetivo a
comunicação clara e eficaz. Vale-se de vários recursos tais como gestos e entonação. Este nível
não se preocupa com a correção gramatical, usar a expressão ta no lugar de está; O livro ta na
mesa. O livro está na mesa.
Para tornar-se uma pessoa que se expressa bem é necessário saber quando
empregar o nível culto ou o coloquial da linguagem.
Para a comunicação não existe mais fronteiras, isto porque com a tecnologia e a
habilidade humana podemos chegar onde quisermos, para tal é necessário termos os meios
para isso e principalmente querermos!
A revista VOCÊ S/A propôs um teste muito interessante - Como vai sua comunicação? -
Vamos fazê-lo?
Este teste foi elaborado com o objetivo de permitir que você reflita sobre os aspectos
mais relevantes da comunicação. Não encare o resultado como definitivo e único, apenas
aproveite para ponderar como você está se saindo.
Avalie as questões da maneira mais abrangente que puder. Para fazer um bom
diagnóstico responda de maneira sincera, como você realmente se comporta e não como acha
que deveria se comportar. Vamos começar?
1) Você se prepara sempre para falar levando em conta as aspirações (benefícios financeiros,
segurança, poder, prestígio...) e características dos ouvintes (nível intelectual, conhecimento
sobre o assunto, faixa etária...)?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
2) Você fica tenso antes de falar ou diante do público (mãos frias ou trêmulas, coração
acelerado, voz enroscada na garganta, branco...) e, por isso, chega a comprometer o resultado
da apresentação (trunca o raciocínio, mistura informações, esquece da sequência...)?
a) Sim 21
b) De vez em quando
c) Não
3) Quando você fala em público, sua gesticulação é moderada e enfatiza o que está dizendo (os
gestos acompanham o ritmo e a cadência da fala, alterna a posição de apoio, fica bem
posicionado...)?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
4) Você alterna a velocidade da fala e o volume da voz para produzir um ritmo agradável à
apresentação?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
5) Você planeja bem o começo, o meio e o fim de suas apresentações (sabe o que dizer no
início para conquistar os ouvintes, esclarece qual é o assunto, explica o problema, usa
argumentos na solução, afasta resistências, conclui de maneira correta)?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
6) Você deixa de prestar atenção na conversa ou na palestra porque se distrai com o som da
voz, os vícios de linguagem ou no tipo de roupa de quem fala (presta atenção em itens que
fogem do tema)?
a) Sim 22
b) De vez em quando
c) Não
7) Se você associar a imagem de quem fala com a de alguém que você conhece deixa de
prestar atenção na mensagem?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
8) Você começa a falar quando outra pessoa ainda está falando e atravessa a conversa?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
9) Você não consegue se lembrar do nome das pessoas com as quais acabou de conversar?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
10) Já deixou de fazer trabalhos porque não conseguiu se lembrar das orientações que recebeu
(do chefe, do professor, dos pares...)?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
11) Geralmente aceita como verdadeiros e não questiona dados estatísticos e resultados de 23
pesquisas (em palestras, reuniões, conversas, leituras...) e as repete em suas apresentações?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
12) Já fez observações sem perceber que o assunto já havia sido tratado?
a) Sim
b) De vez em quando
c) Não
Respostas /
A B C
Questões
1 5 2 1
2 1 2 5
3 5 2 1
4 5 2 1
5 5 2 1
6 1 2 5
7 1 2 5
8 1 2 5
9 1 2 5
10 1 2 5
11 1 2 5
24
12 1 2 5
De 51 a 60 pontos
De 42 a 51 pontos
Você se comunica bem. Com um pouco mais de concentração e preparo você terá o domínio
dos aspectos mais importantes da comunicação. Sua preocupação em adequar a mensagem
aos ouvintes permite que obtenha bons resultados com suas apresentações. Com certeza é uma
pessoa agradável e sempre bem recebida nas conversas.
De 36 a 42 pontos
A luz amarela está acesa para a sua comunicação. Você costuma ficar desatento e não se
prepara de maneira conveniente para falar diante das pessoas. Precisa aperfeiçoar os aspectos
essenciais da comunicação, como a voz o vocabulário, a gesticulação e a ordenação da fala.
Tem potencial para ser aproveitado, mas deve se dedicar bastante para se aprimorar.
Menos de 36 pontos
A qualidade da sua comunicação é deficiente. Você não sente prazer em ouvir as pessoas e só
se preocupa com o que deseja falar. Cuidado porque os grupos começarão a torcer o nariz
quando você se aproximar. Como não se prepara para falar em público corre o risco de passar
mensagens inadequadas para a platéia que irá ouví-lo. Ainda há tempo de se recuperar, mas
precisa estudar e treinar muito e passar a se interessar de forma mais sincera pelas pessoas.
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7 OBJETIVIDADE E PRECISÃO
O estilo é objetivo quando quem escreve se esquece de si mesmo e procura dar uma
impressão exata das coisas. Deve-se evitar o subjetivismo, isto é, a projeção do redator diante
da mente do destinatário. Ser objetivo exige que se coloque uma coisa depois da outra, 26
evitando-se o supérfluo, quer dizer, tudo quando possa dificultar a marcha do pensamento. Não
se deve dizer nada mais do que deva ser dito, dizendo-o com exatidão.
A precisão é a qualidade de estilo pela qual não devemos empregar senão os termos
necessários à enunciação das idéias, abreviando a expressão, de feitio tal que seja cópia fiel de
pensamento que intentamos traduzir.
27
8 CLAREZA, HARMONIA E POLIDEZ
Deve-se ter em mente, ao redigir qualquer correspondência oficial, que a polidez vem
mais da totalidade do texto que de um começo repetitivo ou de um fecho estereotipado,
redundante ou contraditório, aglomerado de amabilidades ilógicas e, muitas vezes, insinceras.
9 CONCISÃO
Conciso não quer dizer lacônico, mas denso. Estilo denso é aquele em que cada linha,
cada palavra, expressão ou frase estão carregas de sentido. Pela concisão, não se sacrificam as
idéias importantes nem se eliminam as considerações pertinentes, mas se tem sempre em
mente destacar o essencial e o necessário.
Ser conciso significa não ser prolixo, ou seja, escrever apenas o que é necessário para
informar algo.
Consiste em dizer tudo com poucas palavras, evitando palavras supérfluas, muita
adjetivação, períodos extensos.
Repetições;
Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no
sentido constituído pelo leitor.
A coerência é fruto do correto registro dos termos textuais, pois estes estão
encadeados logicamente. Imagine uma corrente, cada elo é um termo textual que ao ser ligado
ao outro vai formando o texto, formando assim uma corrente, uma cadeia em que todos os
termos estão ligados harmonicamente.
A coerência resulta também do real contexto, ou seja, àquilo o que o texto traz precisa
ser conhecido pelo receptor.
11 O ATO DE FALAR EM PÚBLICO
Isso porque a todo o momento nos solicitam coisas, nós pedimos determinadas
atividades, enfim a oratória ou o ato de falar em público faz parte do nosso cotidiano.
Nas palavras Froldi e O’Neal (1998), é preciso perceber a linguagem verbal como um
instrumento poderoso pelo qual a expressão de pensamentos se concretiza e que dela
dependemos totalmente para comunicar nossas idéias. Pode-se dizer, ainda, que é um
componente individual em que o domínio da língua é relevante e decisivo para a promoção da
imagem pessoal.
Isso mesmo habilidade! Sabemos que para algumas pessoas esta atividade é facílima,
já para outras pode se tornar torturante, porém todos sabemos e temos ciência que é
indispensável desenvolvermos este potencial para utilizarmos para atingirmos nossos objetivos.
De acordo com Emílio Gama, hoje em dia, apesar dos recursos de que um palestrante
dispõe em suas apresentações e das telas com design agradável, são os comentários e a
relação das imagens com o conteúdo que fazem a grande diferença. Por mais recursos que
disponha, a habilidade do palestrante é o seu verdadeiro diferencial. Daí a necessidade de
cuidar bem do seu estilo.
Estilo pode ser considerado como a SUA forma de falar, agir, gesticular e de passar as
suas idéias para uma platéia.
Esta forma deve ser toda sua, deve trazer a sua marca, pois hoje em dia não basta ter
um currículo maravilhoso, inúmeros cursos ou ser competente, devemos saber nos relacionar.
Crie um ambiente de intimidade com a sua platéia, mas não faça brincadeirinhas que
possam ser consideradas rudes, de mau tom ou deselegantes, converse com eles como se
estivesse falando com pessoas conhecidas, divida com eles seus conhecimentos e vivências.
Para isso é importante você conhecer o seu público, lembre-se dos níveis de
linguagem.
E não tome a postura do “senhor sabe tudo”, afinal por mais que estudemos...
Estudemos e estudemos, sempre haverá coisas para aprendermos e sempre haverá alguém
com experiências diferentes das nossas, e isso não quer dizer que você ou ele está certo, mas
sim que as diferenças coexistem.
34
12 O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO
Todos sem exceção sentimos certo medinho, um temor ao sabermos que termos que
falar em público, faz parte sentir os joelhos trêmulos, a boca secar e pensarmos que as coisas
não darão certo, porém não podemos deixar que estes sentimentos minem a nossa confiança e 35
acabem estragando nossa apresentação.
Para que esta sensação se torne ainda mais desconfortável é importante que
dominemos o assunto do qual trataremos, pois a partir do momento que sabemos, dominamos o
assunto falar dele será bem mais fácil.
O nervosismo inicial é normal, e eu diria que é até salutar, afinal é adrenalina no nosso
corpo, pois estão nos observando, estou sendo observado.
Quando você está proferindo as suas palavras a atenção de todos está voltada para
você, portanto mantenha o seu estilo, lembre-se que isso é o seu marketing pessoal.
Encare a platéia não como pessoas que querem o seu mau o que estão ali contra
você, pelo contrário, as pessoas estão ali para ouvir o que você tem a dizer e você tem muita
coisa para dividir com o seu público.
Quanto ao que você vai falar siga sempre estas quatro perguntas:
1. O que dizer?
2. Como dizer?
3. A quem dizer?
O medo não deve fazer parte da sua apresentação, pois o ato de falar em público deve
trazer-lhe satisfação e prazer, pois você estará apresentando um trabalho seu, suas idéias...
Estará dividindo com os outros algo seu, estará compartilhando através das suas palavras os
seus pensamentos em relação ao tema abordado na sua apresentação.
Confiança é a palavra de ordem!
E medo, ou melhor sentir medo é uma opção que você poderá ou não escolhê-la!
36
13 COMO SE PREPARAR PARA UMA APRESENTAÇÃO
Quando ficamos sabendo que faremos uma apresentação logo vem a pergunta: Como
me prepararei para fazer isso?
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Iremos agora descorrer sobre o passo-a-passo de uma boa apresentação:
Conheça a platéia, ou seja, o perfil do seu público e procure saber qual o conhecimento
que eles possuem sobre o tema a ser abordado, conheça o local onde você fará a sua
apresentação, a faixa etária, classe social, escolaridade dos seus expectadores, procure
saber se haverá um período para perguntas e respostas; procure saber o que este
público deseja ouvir, quanto tempo você terá; que instrumentos estarão à sua disposição
(retroprojetor, computador, TV, vídeo, lousa, etc.), enfim domine este momento;
Domine o assunto, não caia em armadilhas do gênero, na hora as palavras virão.
Errado! Para que as palavras venham é necessário conhecimento e para adquirirmos o
conhecimento precisamos estudar o tema que será abordado;
Ensaie, Prepare-se e se houver a possibilidade peça à alguém para assistí-lo a fim de
receber um feedback desta pessoa;
Planeje a sua fala, lembra-se das perguntas – O que dizer? - Como dizer? - A quem
dizer? – Por que dizer?
Seja claro, evite frases que sejam coerentes, evite os jargões e principalmente as gírias,
pois estas fazem parte de outro universo e devem ser usadas em outros momentos, pois
necessariamente elas poderão não combinar e não fazer parte deste momento, seja
natural;
Evite fazer piadas, pois como você está falando para um público, neste poderão haver
pessoas que não se importem, mas outras pessoas poderão se sentir constrangidas e
até atacadas por uma piada. Lembre-se você é um orador que possui estilo!
Controle a ansiedade e neste caso a respiração é o melhor exercício, não fale muito
rápido nem muito baixo, procure deixar o seu tom de voz normal, caso você esteja
usando microfone, o próprio aparelho se encarregará de amplificar a sua voz, aliás este
é um tema muito importante que abordaremos na sequência;
Escolha a melhor técnica de apresentação, pense nos materiais, nos instrumentos e
recursos visuais que você utilizará;
Conheça seus pontos fortes, suas qualidades e as aproveite no momento da sua
apresentação e não desista, pois o sucesso é o seu objetivo;
Falar em público é um desafio, o aceite e prepare-se para vencê-lo!
38
14 TIPOS DE OUVINTES E PERGUNTAS
Existem vários tipos de ouvintes, mas selecionei alguns aqui para falarmos um pouco.
Não quero com isso gerar ansiedade em você, ou preocupá-lo, porém acho importante
39
você conhecer os perfis básicos e que acabam por aparecer nas nossas apresentações mundo a
fora, muito embora em alguns momentos estes perfis possam até parecer caricato.
O engraçadinho sempre tem uma piadinha para fazer e nem sempre estas piadinhas
são interessante.
O compenetrado parece estar ali de olho e ao sinal do seu menor deslize ele estará lá
para tecer algum comentário que faça ridículo...
O ato de ouvir deve ser a habilidade mais subestimada nos negócios, mas antes de
rotular alguém como um mau ouvinte, precisamos entender com que tipo de ouvinte estamos
lidando. Isso certamente vai melhorar a comunicação no local de trabalho.
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Agora depois de lermos estes perfis caricatos, vamos falar da tipologia dos ouvintes,
navegando pela internet encontrei um texto focado para os Calls Centers, porém o ato de ouvir
se aplica tanto num Call Center quanto à um público, uma platéia, vejamos juntos o que cada
conceito traz de informações e novidades para nós:
2. Ouvinte diretivo tem uma visão bem clara do que pretende atingir e por essa razão
tende a ouvir para aumentar suas habilidades práticas de forma a ser capaz de realizar
rapidamente seu objetivo. Embora o ouvinte diretivo possa ser dependente de fazer as
coisas acontecerem e resolver os problemas de forma rápida, também necessita
compreender melhor as necessidades daqueles com os quais interage. Alguns dos meus
gerentes são grandes realizadores e mestres em extrair resultados de longas reuniões - o
próximo passo é assegurar que eles possam envolver e inspirar uma equipe para atingir
esses objetivos.
3. Ouvinte avaliador é um dos falantes mais exigentes em termos de precisão da
informação a ser dividida. No entanto, quando o ouvinte avaliador depara-se com uma
situação em que há dúvidas quanto às informações ou é pressionado para tomar decisões
rápidas, ele pode ser menos positivo e mostrar intolerância com falantes que considera
mal informados. Este tipo de ouvinte quer saber de tudo - e não deixa pedra sobre pedra.
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4. Ouvinte facilitador é o mais efetivo ao ser capaz de se explicar ao falante de forma
que permita que a conversa flua. Em geral, é muito bom no processo de construção de
relacionamentos, no entanto, também é muito fácil desviar-se das metas previstas em
agenda.
15 A COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO-VERBAL
Através da comunicação verbal, simbólica e abstrata, que se faz por palavras (faladas
ou escritas) o homem pôde compreender e dominar o mundo que o rodeia e, também, entender
os outros.
De acordo com Froldi e O’Neal (1998) não somente as palavras, mas o conjunto das
palavras, dos gestos, o olhar, a postura, a voz com sua tonalidade, a respiração, a inflexão dada
às palavras e até a pausa permitem reproduzir idéias, levando a audiência à reflexão. A
comunicação eficaz inclui todos estes elementos envolvidos na transmissão de mensagens, de
tal forma equilibrados, que se completam para tornar uma Idea comum a todos.
As comunicações não - verbais são sinais que produzimos, gestos que fazemos,
imagens que criamos ou percebemos.
Elas acontecem por meio das mãos, da cabeça, do rosto, da boca, enfim, ocorrem pela
expressão do corpo.
A expressão não verbal nem sempre possui a clareza das palavras, mas é carregada
de significados. Mais emocional e sensitivo, o não-verbal muitas vezes é o elemento de surpresa
na comunicação consciente e programada.
Ela transmite crenças, valores comuns a determinados povos ou mesmo a uma parcela
da população. O que a comunicação não-verbal não domina é o mundo interior do destinatário,
que interpreta, modifica, reinventa a mensagem.
44
A nossa motivação é intrínseca, ou seja, vem de dentro de nós mesmos e é ela que
nos leva a vencermos os obstáculos e nos dá a vontade de colocar um sonho em prática,
portanto a necessidade de fazer uma apresentação em público nos leva à motivação, que nos 45
leva ao desejo e a realização do nosso objetivo.
O vocabulário a ser utilizado deve obedecer ao padrão do nosso público, pois o nosso
foco é a efetivação da comunicação.
Caso você ainda não consiga olhar a platéia nos olhos, fixe mentalmente um ponto
sobre a cabeça da última pessoa da fila da direita, a mesma coisa no meio e também do lado
esquerdo (Figura 6).
Platéia
Você
Figura 6: Local adequado que o ministrante possa assumir durante palestra. Fonte: Arquivo pessoal da autora.
Isso dará a falsa idéia que você está olhando para o público. Não olhe para cima,
erguendo seus olhos para o teto, por exemplo.
Olhe para o público com um sorriso nos lábios, isso transmite receptividade.
Não cruzes os braços ou coloque suas mãos nos bolsos, tão pouco fique segurando a
mesa ou cadeira, balcão ou o púlpito caso você tenha algum desses objetos próximos.
Respire calmamente, pois quanto mais você fizer isso, mais oxigenado ficará seu 46
cérebro e a tendência e se acalmar.
Lembre-se de ter um copo de água por perto, pois de tanto falar pode ser necessário
beber água e isso pode ser feito naturalmente, afinal você está utilizando bastante o seu
aparelho fonador, logo sentirá necessidade de “aguar a garganta”.
No púlpito você não poderá caminhar, pois geralmente o microfone é fixo, porém se
você não estiver utilizando-o poderá caminhar calmamente pelo espaço que você tiver, mas
lembre-se ali não é pista de corrida, tão pouco você ficará de um lado para o outro.
Utilize suas mãos na altura da cintura, não fica bem levantar os braços na altura dos
ombros ou abaixo da cintura, pois você poderá chamar atenção para outra coisa que não será o
seu tema.
Cuidado com a roupa que usará afinal a primeira impressão é a que fica! Você que
cativar o público pelo que está expondo e não pelos seus atributos físicos.
Observe se a sua articulação das palavras está boa, ou seja, cuidado para não se
transformar numa metralhadora. Algumas pessoas ficam tão ansiosas ao falar em público que
disparam... Cuidado com os “s”, “m” e “r” no final das palavras.
É uma tendência de algumas pessoas “comer” o “r”, “m” e o “s” das palavras, por
exemplo: As “sala” estão com as “luz” “acesa”! – As salas estão com as luzes acesas!
Porém não fale tão lentamente, isso poderá dar sono na platéia, principalmente se o
seu tom de voz for sempre o mesmo.
Brinque com a sua voz, enfatize as suas palavras, ora falando com um tom doce, outro
com tom forte, outro com um tom questionador, enfim use e abuse deste recurso.
Seja expressivo module a sua voz, evite pigarrear, não é elegante limpara a garganta,
se você estiver segurando o microfone cuide para mantê-lo próximo aos lábios, controle sua
respiração, não demonstre estar ofegante, afinal a respiração é a energia da sua fala.
O movimento corporal se insere nos fatores pessoais que podem constituir barreiras à 47
comunicação. O importante é reter a idéia de que a forma como o corpo ocupa o espaço tem um
significado social e cultura que em determinadas situações o seu valor pode facilitar ou não a
comunicação entre os indivíduos. Movimente-se com naturalidade.
E o olhar? Os poetas já diziam que os olhos são as janelas da alma, portanto cative
através do seu olhar, isso poderá dizer mais do que as próprias palavras.
Os olhos e a forma de olhar refletem muito sobre nós. Em muitas ocasiões, um simples
olhar é capaz de transmitir muitas mensagens: de afeto, de desafio, de concordância, de
interrogação. Os olhos são persuasivos, podem sensibilizar ou agredir uma pessoa, como
também transmitir segurança, confiabilidade e simpatia.
Se o seu contato visual com o público ainda não “estiver no ponto” utilize a dica dada e
tenha paciência, pois se apresentar em público sem estresse é fruto de treino.
17 FALAR EM PÚBLICO NÃO É TÃO DIFÍCIL ASSIM
De acordo com a revista Você S/A (maio de 1999) falar em público, para um
profissional, é quase sempre assim. Tão simples e, ao mesmo tempo, tão complicado. Ainda que
para audiências pequenas, inspira medo, às vezes até terror. Esse medo é um dos males mais 48
comuns no mundo do trabalho. Carreiras podem ser completamente destruídas se a dificuldade
de falar em público não for contornada.
Uma pesquisa realizada com 10 mil australianos mostra que um terço dos
entrevistados prefere a morte a falar em público. Você pode não ter chegado a esse ponto, o que
é bem razoável, mas tente lembrar-se de quantas vezes quis desaparecer quando soube que
teria que fazer uma apresentação. Ou ficou calado numa reunião, com medo de dar a sua
opinião. Ou, ainda, recusou convites que seriam importantes para a sua carreira. Identificar o
medo e enfrentá-los são as melhores formas de impedir que ele atrapalhe o seu
desenvolvimento profissional.
1º Momento
MEDO
49
Sufoca a
vontade Limita
a criatividade
CONSCIÊNCIA
O dom não é Todos têm
indispensável potenciais a ser
desenvolvido
PROJETO DE AÇÃO
Acreditar em si mesmo
Preparar-se
2º Momento
HARMONIA ENTRE
LINGUAGEM LINGUAGEM
VERBAL NÃO-VERBAL
Gestos
Olhar
Palavra articulada
Postura
Expressão de
idéias Domínio do corpo
Geralmente, até mesmo para os palestrantes mais experientes pode-se sentir as mãos
suadas e ansiedade, porém isso é comum, aliás mesmo treinando muito isso é comum ocorrer
50
algum tempo antes da apresentação. Relaxe isso faz parte da apresentação é a adrenalina no
seu corpo, concentre-se, pois você fez a sua parte e agora é só apresentá-la.
Boa sorte!
18 O CORPO FALA
Passeando pela internet tempos atrás encontrei esta resenha escrita pelo Flávio
Resina, referente o livro “O corpo fala”, de Pierre Weil e Roland Tompakow, o qual acho super
interessante e adaptei para apresentar-lhes, assim, você aluno, pode conhecer um pouco e para
quem quiser ler na íntegra fica aqui a recomendação, leia!
Em alguns pontos o Perina discorda dos autores, ainda bem que vivemos na
democracia, mas eu acho a obra muito interessante.
Pois bem! O livro procura mostrar a linguagem manifestada pelo corpo, nos diversos
tipos de relacionamentos humanos que temos ao longo de nossas vidas.
Mesmo no dia-a-dia, podemos ver estes sinais com que as pessoas passam seus 52
sentimentos em relação a nós e aos outros. O corpo diz, em uma linguagem não verbal se está
havendo o feedback, ou seja, boa receptividade na forma como estamos tentando nos
comunicar.
Para nós, jornalistas essa linguagem pode ser muito importante. Afinal, temos que ser
observadores diferenciados dos acontecimentos e das pessoas. Temos que estar sempre
atentos se nosso interlocutor está mentindo, sendo sincero, desviando o olhar, nervoso, enfim o
corpo pode denunciar muitas coisas que podem ser importantes para fazermos bem nosso
trabalho.
O livro enfatiza também o quanto é pouco observador do que realmente precisaria ser.
Durante toda a nossa existência, desde tenra idade, aprendemos a decifrar esses códigos do
corpo. Nada do que foi discutido é novidade.
O nosso dia-a-dia, já nos ensina quando estamos sendo rejeitados ou bem aceitos.
Não há como se fazer um manual e entregar tudo pronto, como se não fossemos encontrar
pessoas dissimuladas que conseguirão fazer com que a linguagem corporal, apenas nos leve a
creditar em coisas que interessem somente a eles.
Olhos: “Os olhos conversam tanto quanto as línguas que utilizamos, com a vantagem de
53
que o dialeto ocular, embora não precise de dicionário, é entendido no mundo todo”.
(Ralph Wando Emerson)
Lábios:
Mãos:
Mãos na frente da boca = deseja falar algo mas não sabe como fazer;
Mãos sobre a mesa = dedicado aos negócios ou querendo negociar, demonstração
de sinceridade e honestidade;
Mãos nos bolsos = estar em contato com o próprio corpo, reconfortador, busca de 54
equilíbrio frente a uma possível insegurança;
Dedos:
Contar a partir do dedo mínimo = um meio mais suave de transmitir suas Idéias;
Manter os dedos esticados enquanto conta = pessoa que tem planos bem claros
e sabe o que chegar com eles;
Braços:
Cotovelos:
Fechados = afastando;
Joelhos/Pernas:
Fechados = proteção;
Cruzados = desembaraço.
Pés:
Direção oposta e tensão dos pés = prontos para correr ou atacar (desconfiança);
Inclinação do corpo:
Contrária = desinteresse;
Evite posturas subservientes: ombros caídos, olhar para baixo, costas curvadas,
expressão de desamparo;
Olhe para as pessoas e não por cima de suas cabeças. Os olhos são responsáveis
pelo diálogo silencioso;
Quando se sentir tenso, procure relaxar até ficar mais seguro, a rigidez muscular
interfere na harmonia dos gestos;
Se o assunto ou a situação permitir, exiba o seu melhor sorriso, aquele que reflita seu
lado mais bonito;
Evite gestos exagerados, deixe suas mãos acompanharem a sua fala. Se não souber
o que fazer com elas, deixe-as sobre seu colo de forma descontraída.
Não basta que o corpo se expresse, é preciso que ele se comunique! O corpo é um
instrumento que, se bem afinado, promove maior harmonia e maior credibilidade em sua pessoa.
19 ATRIBUTOS DE UM ORADOR
Alguns requisitos básicos importantes para um orador, não conta apenas o fato de ser
conhecedor do tema que irá abordar, mas a forma adequada de apresentá-lo. E como fazer
isso? 57
Pois bem as apresentações também, as idéias devem ser estruturadas de forma clara,
objetiva e devem seguir uma seqüência lógica, demonstrando um crescer dos fatos.
Tenha um olhar questionador sobre o tema, verifique o que é pertinente e o que você
não achar interessante exclua. Observe também a profundidade que você quer dar a
determinados temas, ou seja, qual será a ênfase dada a certos itens da sua apresentação.
Costumamos dizer não perca o seu precioso tempo com perfumaria, deixe um tempo maior para
explanar sobre o que é realmente o foco da sua apresentação.
Ao escolher o vocabulário que irá utilizar faça-o com atenção para não gerar dualidade
ou inexatidão, pois isso pode comprometer a sua apresentação.
Na introdução você deve criar o interesse dos ouvintes, desperte o desejo de ouvi-lo,
no desenvolvimento discorra sobre o assunto evidenciando o que você achar que deve fazê-lo,
pois você é o orador e a apresentação é sua, na conclusão feche suas idéias, mas não use
jargões como: “concluindo...”, “já estou concluindo...”, “agora farei a conclusão...” ou outros
similares. Deixe isso intrínseco!
Você já ouviu falar de teaser? Este é um termo que emprestarei do Marketing para
dizer que temos que fazê-lo na introdução, ou seja, você fará “pinceladas” do assunto, mas não
o abordará, pois está apenas introduzindo o tema, você está criando expectativas nos ouvintes,
despertando a vontade de ouvi-lo.
Na introdução você deverá situar a platéia quanto o assunto que tratará, definindo-o.
Será neste momento que você conquistará às pessoas e conseqüentemente a atenção delas.
Ao encerrar a sua fala retome a idéia principal, isso mesmo aquela que você expôs no
início da sua fala, nos primeiros momentos da sua apresentação e argumente novamente os
pontos fortes. Aqui não é apenas a questão de concluir uma apresentação, mas também a de
convencer a sua platéia, levando-os a reflexão, pois estarão registrando a mensagem e quem
sabe poderão até mudar algumas atitudes provenientes à sua fala.
Lembra-se da frase “venda o seu peixe?” Pois bem, é isso mesmo faça com que as
pessoas acreditem firmemente no seu discurso.
Comunicar torna-se, assim, uma arte de bem gerir mensagens, enviadas e recebidas,
nos processos interacionais. Mas não só! O tempo, o espaço, o meio físico envolvente, o clima
relacional, o corpo, os fatores históricos da vida pessoal e social de cada indivíduo, as
expectativas e os sistemas de conhecimento que moldam a estrutura cognitiva de cada um
condicionam e determinam o jogo relacional dos seres humanos.
20 CREDIBILIDADE
Recentemente tive contato com um texto do Vilela o qual transcreverei parte dele por
achar importante dividí-lo com vocês.
Quando nos comunicamos, é comum ouvirmos afirmações, como por exemplo: fui, fiz,
farei, disse ou as negativas correspondentes. Uma das coisas que fazemos é buscar
sustentação para o que ouvimos: procede, é fato, vai acontecer, é verdade? (...)
Muitas vezes não temos informação suficiente para verificar uma afirmação, e temos
que recorrer ao histórico de quem fala: essa pessoa tem tradição de falar a verdade, de cumprir
o que promete? O padrão que identificamos na pessoa a esse respeito constitui a sua
credibilidade perante nós. Como recebemos as informações através da comunicação da
pessoa, de fato a credibilidade da pessoa está mais especificamente associada à sua palavra e
à relação da palavra com as ações.
Nos casos em que as pessoas não podem validar o que dizemos, teremos somente a
credibilidade construída até então. Por exemplo, um marido injustamente suspeito de infidelidade
dificilmente terá como provar que não fez nada; mas, se tiver boa credibilidade, suas chances
são maiores.
Uma importantíssima distinção que deve ser feita é que a credibilidade não é uma
característica sua, mas sim de você com relação a alguém. Esse pensamento evita, por
exemplo, que você espere que alguém acredite em você só porque é você que está falando.
Sua credibilidade também pode ser contextual: você pode ter credibilidade quando fala
de sua área profissional, mas isso não assegura credibilidade quando você falar de outros
temas. (...)
Uma linha de opções para aumentar sua credibilidade então é dizer a verdade: se sei,
digo, se não sei, digo que não sei e se acho, digo que acho. Se concordo ou não, se aprovo ou
não, digo o que acho.
Há alguns condicionantes dessa direção. Por exemplo, se você deveria saber e não
sabe, como no caso de um professor, então melhor buscar saber. (...)
61
21 APARÊNCIA
Ainda nas suas palavras ser um bom apresentador torna a pessoa visível. A
visibilidade que a capacidade de falar proporciona torna-se parte do crescimento profissional.
Todo mundo está sempre prestando atenção em tudo e é notório que os bons comunicadores
estão sempre em foco. Saber conduzir uma boa exposição em público é um fator dominante no
conjunto de competências e, conseqüentemente, de melhores oportunidades profissionais.
Você com certeza já ouviu: a primeira impressão é a que fica; é muito difícil mudá-la.
A forma como nos vestimos, falamos, caminhamos são sinais captados pela platéia. Antes de
você se apresentar a platéia já terá formado uma opinião tomando como base as impressões.
Confira antes de subir ao palco os zíperes, botões a camisa, dentro da calça ou saia;
Eles permitem a ampliação do som e com essa colocação adequada a voz ganha
corpo e brilho.
A respiração também tem um papel fundamental para a voz. O fluxo de ar que sai dos
pulmões é que faz vibrar as pregas vocais, localizadas na laringe.
O olhar é um ótimo facilitador para a projeção vocal; olhe para onde você quer que o som atinja.
O envolvimento do público por meio do olhar deve ser uma constante usando ou não o
microfone.
A entonação, inflexão da voz que fazemos ao falar nos propicia diferentes curvas
melódicas no discurso. Com a entonação associada à pausa damos brilho a nossa fala nas
apresentações e provocamos um forte efeito no ouvinte.
Sem esses recursos, a fala pode tornar-se monótona, menos inteligível, levando o
interlocutor ao desinteresse.
Outra coisa importante é saber se falamos com o nosso tom natural. A forma de
descobrir é emitir “uhm huh” como resposta a uma pergunta. Compare o tom dessa emissão com
o tom de voz que usa habitualmente, se estiver diferente provavelmente você não deve estar
usando o seu tom natural.
A ênfase é o realce por meio da voz, devendo ser dada à palavra que consideramos
mais expressiva dentro de uma frase e que transmita a essência da mensagem.
A articulação é a produção dos sons da fala, para que ela ocorra de forma clara e
natural, é importante que nossa musculatura facial (dos lábios, da língua, do véu palatino – parte
macia e posterior do céu da boca) estejam funcionando bem.
Articule claramente as sílabas finas. O que se observa é que muitas vezes as pessoas 66
“comem” o final das palavras.
Uma fala bem articulada e compassada transmite segurança e calma. Uma fala
excessivamente rápida demonstra inquietude e nervosismo.
23 VOCABULÁRIO E AUTO-AVALIAÇÃO
Pois bem! A professora Thaís Diniz desenvolveu uma avaliação que costuma fazer
com os alunos, porém esta também pode e deve ser utilizada como uma auto-avaliação para
palestrantes.
Organização Geral
(c) Preparação
Critérios Lingüísticos
Atenção Excelente
1 2 3 4 5 6
(a) Vocabulário
(b) Gramática
(c) Pronúncia
(d) Entonação
(f) pausas
Outros Aspectos
Atenção Excelente
1 2 3 4 5 6
(f) Capacidade de
manter o interesse da
audiência
2. Use recursos visuais para ajudar a audiência a entender o que você está dizendo;
3. Um recurso visual deve conter apenas uma informação-chave na qual você deseja que sua
audiência se focalize. Explique o que o recurso visual está mostrando;
4. Tente suscitar interesse e atenção de sua audiência. Um modo útil de fazê-lo é usar
vocabulário dramático, (ex. extremamente interessante, muitíssimo importante, de grande valor
significante, totalmente inaceitável;
5. Não apenas termine sua apresentação. Ofereça uma conclusão, resumindo o que acabou de 69
dizer ou apresentando uma afirmação conclusiva sobre o que acabou de expor. (Me disponho a
responder alguma pergunta..., se tiverem alguma dúvida, terei prazer em respondê-la;
Comentários e sugestões são bem vindos / Agradeço a atenção... etc.);
7. Ensaie sua apresentação com antecedência tantas vezes quantas forem necessárias.
Verifique seus slides (ou cartazes ou transparências), folhetos, vocabulário, pronúncia e
entonação. Esteja preparado para perguntas.
Critérios de Avaliação
Outros
70
24 ETAPAS DE UMA APRESENTAÇÃO
Roteiro da Apresentação:
-
REFERÊNCIAS
72
BEHLAU, Mara & PONTES, Paulo. Higiene vocal: cuidando da voz. São Paulo: Guanabara
Koogan, 2001.
BEHLAU, Mara. A voz do especialista. Volumes I e II, São Paulo: Revinter, 2001.
CONSTANTE, Antonio Brás. Ruídos de comunicação que não se ouvem por aí. Disponível na
internet < http://www.overmundo.com.br/banco/ruidos-de-comunicacao-que-nao-se-ouvem-por-ai
> Acessado em 09 abr 2010.
DIAS, Reinaldo. Texto adaptado do livro Língua e literatura. Faraco, C. e Moura F. Funções da
linguagem. Disponível na internet < http://www.estudiologia.hpg.ig.com.br/comunica2.htm >
Readaptado pelo autor. Acessado em 08 abr 2010.
FROLDI, A. S. & O’NEAL, H. F. Comunicação Verbal – Um guia prático para você falar em
público. São Paulo: Thomson Pioneira. 1998.
LISBOA, Luís Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. São Paulo; Difel, 1977, p. 150
Preti, D. Sociolingüística: os níveis da fala. 4ª edição. São Paulo: Nacional, 1982. p.32.
SANTOS, Rosana Spinelli dos. O corpo fala – a linguagem dos gestos. Disponível na
internet:< http://www.scribd.com/doc/3073315/O-Corpo-Fala > acessado em 11 abr 2010.
UPTON, Neville. Call Center: A arte de ouvir. Disponível na internet:<
http://www.portalcallcenter.com.br/gestao/melhores-praticas/call-center-a-arte-de-ouvir >
acessado em 10 abr 2010.
WEIL, Pierre & TOMPAKOW, Roland. O corpo fala. 52ª edições. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.