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pliagdes na ocupagio ou aproveitamento do solo, admitindo-se apenas reformas essenciais 2 seguranga e higiene das edificagées, instalagdes e equipamentos exis- tentes. Art. 42, As tipologias e perimetros das Zonas de Uso da Legislagdo de Par- celamento, Uso e Ocupagéo do Solo em vigor deverao ser adequadas as diretri- zes desta Lei, através de legislacéio especifica. Art. 43, Esta Lei entraré em vigor na data de sua publicagao. Art. 44. Revogam-se as dispcsigdes em contrario, em especial a Lei n. 7.688 (), de 30 de dezembro de 1971. ANEXOS A LEI N. 10.676, DE 7 DE NOVEMBRO DE 1988 ANEXO 3 SINTESE DE ESTUDOS BASICOS Esta sintese de estudos bdsicos que acompanha o anteprojeto de Lei PD/88, apresenta 0 suporte técnico & opcdo adotada para este Plano e recupera os as- pectos mais relevantes dos estudos desenvolvidos ao longo dos anos de amadu- recimento da proposta ora apresentada. ¥ uma reflexfio sobre um acervo de informagdes elaboradas pela SEMPLA no perfodo que busca também incorporar a pratica do planejamento desenvol- vido pelo érgéo. © presente trabalho seleciona, portanto, os aspectos que conduzem direta- mente as propostas, e referem-se a: 1 — populagio, evolugao e estimativas; 2— espaco urbano da Cidade de Sio Paulo e seus problemas basicos; 3 — habitagdo de interesse soci 4 — meio ambiente urbano; 5 — transporte e o sistema vidrio; 6 — finangas ptblicas municipais. Cabe salientar a necessidade de constante atualizacio deste diagndstico para implementar o relatério anual de evolugao urbana, peca fundamental para futu- ras atualizagdes deste Plano e para subsidiar os futuros Planos de Governo. No entanto, esse diagnéstico deve ser elaborado de forma a incorporar uma visio dinimica’ enriquecido pela pratica da produgéo e utilizacio do espaco ur- bano pelos seus diversos agentes. Isso s6 seré garantido pelo aperfeicoamento do sistema permanente de pla- nejamento, previsto no anteprojeto de lei 1. Populagdo: Evolugdo e Estimativas 1.1 — Aspectos do Crescimento Demografico Passado: © Municfpio de Séo Paulo apresentou notdvel crescimento demogrifico des- de o final do século passado, saltando do 10° (décimo) posto entre as cidades prasileiras, para situar-se entre as grandes metrépoles do mundo. © crescimento médio no perfodo de 1872/1980 foi de 5,3% ao ano, sendo que no perfodo 1890/1900 o crescimento foi de 14,0% ao ano (Tabela “A”). Este erescimento, bastante elevado, deveu-se & intensa migracgio para a Cidade, mo- tivada pela busca de melhores oportunidades de emprego. Essa corrente migra- tdria apresentou duas caracteristicas distintas. Em uma primeira etal o avan- co da cafeicultura, a eliminacéo do trabalho escravo, com a conseqtiente utili- zacao do trabalho assalariado, e a politica de migracéo adotada a essa época, exerceram forte atragéo sobre a mao-de-obra estrangeira, notadamente a italia- na. Em 1920, a participacdo da populagdo estrangeira na populagao total atingiu seu ponto méximo (36%) (Tabela “B”). A partir de 1940, contudo, a migracao interna passou a substituir a migra- c&o externa na determinagio do crescimento da Cidade. O componente migraté- rio representou, no perfodo 1940/1950, 72,2% do acréscimo populacional ocorri- do, com uma taxa de crescimento decenal de 47,4%; j4 para o perfodo 1960/1970, © saldo migratério representou 56,9% do crescimento total, a uma taxa decenal de 35,0%, ou seja, 0 crescimento da populagéo migrante deu-se a taxas decres- centes (Tabela “C”). For outro lado, nas tiltimas décadas, & medida em que se multiplicavam no- yas indtstrias nos arredores de Séo Paulo, os contingentes migratdrios passa- ram a se distribuir pelos Municipios componentes da Regiéo da Grande Sao Paulo, de tal forma que a participacao do Municipio de Sao Paulo, relativamen- te a Grande Sio Paulo, sofreu decréscimo, passando de 84,6% em 1940 para 728% em 1970 (Tabela “D”). 12 — Aspectos do Crescimento Demogréfico Recente: Dados do Censo Demogratico de 1980 do IBGE e do Movimento do Registro Civil no Estado de Sio Paulo da Fundagdo Sistema Estadual de Andlise de Dados — SEADE mostram que no periodo 70/1980 ocorreram importantes alte- ragdes na forma do crescimento populacional do Municipio. Nesta década, dada a reducio do movimento migratorio, 0 crescimento populacional, antes forternen- te baseado nas migragées, passou a apresentar maior participacdéo do componen- te vegetativo, que representou 55,6% do incremento populacional total do perio- do, contra 44,4% do componente migratério. A taxa de crescimento do compo- nente vegetativo no periodo foi de 24,1%, contra 19,2% do migratorio. No en- tanto, nao sé a taxa de crescimento do componente migratério foi menor do que a do vegetativo, como também foi menor o ntimero absoluto de migrantes que vieram para o Municipio entre 1970/1980, relativamente ao periodo 1960/1970. Isto revela marcante reversio nas tendéncias de crescimento, pois no periodo 1960/1970 0 saldo migratrio fora de 1.285.343 pessoas e no perfodo 1970/1980 esse saldo caiu para 1.139.727 pessoas (Tabela “C”). Como resultado do menor crescimento do componente migratério verificado no perfodo 1970/1980, 0 Municipio teve sua participacéo diminuida relativamen- te a Grande Sao Patilo; enquanto em 1970 a populag&o paulistana representava 72,8% da populacio da Grande Séo Paulo, em 1980 sua participagio caiu para 675%, ou seja, a Regiio Metropolitana atraia maiores parcelas de contingentes populacionais (Tabela “D”). Verifica-se também pelos estudos recentes do SEADE, que a Macrometrépole de Sao Paulo, abrangendo areas vizinhas no raio de cerca de 100km (cem qui- lometros) da Capital, apresentou também taxas de crescimento demogrdfico su- periores ts da propria Regifo Metropolitana. Outra conseqtiéncia da queda relativa do componente migratério seria a alte ragio da estrutura da piramide etdria, SA0 Paulo, ao oferecer oportunidades de emprego, atraia populacio em idade de trabalhar, o que determinava significa tiva participacdo relativa desse contingente, ao contrério da configuragdo tradi- cional da pirdmide etéria brasileira, onde as faixas etdrias iniciais silo as que apresentam maior peso. No entanto, 0 menor ritmo migratério ainda nfo foi suficiente para motivar tal alteragao. Por outro lado, em que pese a significativa participacio relativa do contin: gente migratdrio, sabese que a configurago da piramide etdria de Sio Paulo ainda é bastante afetada pelo compertamento da fecundidade e da mortalidade, especialmente da infantil. Assim, enquanto em 1970 cerca de 22,9% da populacgio de Sado Paulo possufa menos de 10 (dez) anos de idade, em 1980 essa participacdo sofreu pequena queda, passando para 21,1%; 0 contingente com menos de 30 (trinta) anos de {dade atingiu 61,8% em 1970, mantendo-se em 1980; o contingente de mais de 60 (sessenta) anos representava 6,1% em 1970 ¢ 6,4% em 1980. Esta pequena ten- déncia de aumento na participagio das faixas etdrias mais elevadas sugere que a ampliagéo dos servicos de assisténcia médica, associada aos avangos de medi- cina no periodo, contribufram para a sobrevivéncia de maior numero de pes: soas (Tabela “E”). A Tabela “F” apresenta a divisio administrativa do Municipio segundo as 33 (trinta e trés) Administragdes Regionais, mas, a distribuigao geogréfica da po- pulagéo foi analisada considerando a subdivisio do Municipio em regionais vi gentes no ano de 1980 em fungéo da comparabilidade dos dados. Para 9 ano Ge 1988 a populacho total do Municipio projetada pela SEADE foi alocada as regionais em fungao do incremento da drea construfda residencial. Os resultados sGo apresentados na Tabela “F” 13 — Projegdes da Populagao: Como se observou anteriormente, 0 crescimento da populagéo do Municipio de Séo Paulo deu-se em prazo relativamente pequeno, pouco menos de 120 (cen- to e vinte) anos. Tal crescimento foi decorrente do intenso processo migratério, em primeiro lugar do exterior, e depois de outras partes do Pais, devido ao aumento das oportunidades de emprego do Municipio e a fatores externos a ele. Esta corrente migratéria irradiou-se para os municfpios situados no entorno de Sao Paulo. O perfodo 1970/1980 marcou uma nova tendéncia: o crescimento do componente vegetativo voltou a ser o elemento principal do crescimento da Cidade, muito embora a migracdo para Sao Paulo ainda tenha sido intensa, ten- Go representado quase a metade do mimero de migrantes que acorreram & Re- gifio Metropolitana no mesmo perfodo. ‘Assim, mantendo-se as condigées atuais, é de se esperar que a taxa de cres cimento populacional fique mais proxima da taxa de crescimento do componen- te vegetativo nos préximos anos, ou seja, que a evolugdo das taxas brutas de natalidade e de mortalidade passem a desempenhar papel mais decisivo no cres- cimento populacional. Por outro lado, esperase que a taxa de natalidade apresente lento declinio, em funco de fatores tais como 0 desejo dos casais por menor ntimero de fi thos, a crescente participacio da mulher nas atividades remuneradas, a dissemi nagdo de informagdes sobre préticas anticoncepcionais, além da propria dims nuigéo do contingente migratério, j4 citada, pois sabese que os migrantes, ori gindrios das mais diversas regides do Pais, possuem habitos e costumes distin: tos dos verificados no Municipio e so adotam comportamento semelhante ao dos nativos quando se integram totalmente ao novo ambiente. % preciso nfio esquecer também que as taxas de fecundidade reduziram-se, na década de 70, em todo o Pais e nfo apenas nas dreas metropolitanas. Quanto as taxas de mortalidade infantil, também é esperado um certo declinio, em funciio, sobretudo, da redugéo da mortalidade infantil, em face nfo apenas da maior cobertura de assisténcia médica em geral, mais principalmente, em razdo da extensio dos servigos de infraestrutura e saneamento bdsico para a periferia da Cidade. Desta forma, com a manutencdo dessas tendéncias nas varidveis demografi- cas, 6 de se esperar que as taxas de crescimento da populagio do Municipio, nos préximos anos, sejam ligeiramente decrescentes, passando de 3,4% a.a. no periodo de 1980 a 1985 a 1,44 no perfodo de 1995 a 2.000. A Fundacdo SEADE elaborou uma série de hipdteses sobre o comportamen- to futuro da populacao paulistana, através do Método de Projecio por Corte e, na hipdtese recomendada, adota justamente essas tendéncias ligeiramente decli nantes quantificando, a populag&o provavel até o ano 2.000 em 13.130.200 habitan- tes para 0 Municfpio e 21.816.200 habitantes para a Regiao Metropolitana, o que significa um ritmo menos explosivo de crescimento do que 0 ocorrido no passado. TABELA “A” EVOLUCGAO DA POPULACAO MUNICIPIO DE SAO PAULO — 1872-1980 Incremento jaaeca ‘Anos —_Populacdo a Crescimento 2 Geométrico (%) 1872 31.385 1890 64.934 106,9 44 1900 239.820 269,3 140 1920 579.033 1414 45 1940 1.337.644 131,0 43 1950 2.198.096 64,3 51 1960 3.781.446 720 56 1970 5.924.615 56,7 46 1980 8.493.226 43,4 37 Fonte: Fundacao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Censos Demograficos. Rio de Janeiro, 1872/1980. TABELA “B” PARTICIPACAO DOS MIGRANTES ESTRANGEIROS SOBRE A POPULAGAO TOTAL DO MUNICIPIO DE SAO PAULO — 1872-1950 Anos Participacao (%) 1872 8.0 1890 22,0 1920 36,0 1940 22,0 1950 14,9 Fonte: Fundac&o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Censos Demogréficos. Rio de Janeiro, 1872/1950. TABELA “C” EVOLUGAO DA POPULACAO SEGUNDO SEUS COMPONENTES MUNICIPIO DE SAO PAULO — 1940/1980 Participagao Sie SS sie si, ese SET to he eevee treat ee ee Egret te An 1940 1.326.261 1950 2.198.096 871835 242810 629025 27,9 72,2 65,7 183 474 254 13,0 1960 3.656.350 1.583350 667459 915891 42,2 57,8 72,0 304 41,7 281 101 1970 5.224.615 2.257914 972571 1.285343 43,1 56,9 61,6 26,5 35,0 320 84 1980 8.493.226 2.568611 1.428884 1.139727 55,6 44,4 43.4 24,1 19,2 259 8,7 Fonte: Fundagao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Censos Demogréficos. Rio de Janeiro, 1940/1980. Fundagfo Sistema Estadual de Andlise de Dados — SEADE. Movimento do Registro Civil do Estado de Sao Paulo. TABELA “D” PARTICIPACAO DA POPULAGAO DO MUNICIPIO EM RELAGAO A GRANDE SAO PAULO — 1940/1980 Municipio ‘Anos de Aran (%) . Sao Paulo 4940 1.326.261 1.568.045 84,6 4950 2.198.096 2.662.786 82,6 1960 3.666.701 4.739.406 TIA 1970 5.924.615 8.139.730 72,8 1980 8.493.226 12.588.745 67,5 Fonte: Fundagao Instituto Brasileiro de Geografla e Estatistica. Censos Demogrficos. Rio de Janeiro, 1940/1980 TABELA “E” DISTRIBUICAO PERCENTUAL DA POPULAGAO, SEGUNDO A FAIXA ETARIA MUNICIPIO DE SAO PAULO — 1970/1980 Faixa Et: 41970 1980 0-4 11,7 11,6 5-9 14,2 95 10-14 10,2 88 15-19 98 10,4 20-24 10,2 115 Faixa Etaria 1970 1980 25-29 8,7 10,3 30-34 16 82 35-39 68 62 40-44 60 55 45-49 5,0 46 50-54 38 42 55-59 29 3 60-64 23 23 65-69 17 47 mMe+ 24 24 Fonte: Fundagao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Censos Demogrdficos. Rio de Janeiro, 1970/1980. TABELA “F” DISTRIBUIGAO DA POPULACAO NAS ADMINISTRACGOES REGIONAIS — ARs MUNICIPIO DE SAO PAULO —- 1980/1988 ARs - 1988 ARs (até dez./86) 1980 1983 Butanta (BT) Butanta (BT) 352.010 485.914 Lapa (LA) Lapa (LA) 239.170 269.034 Pinheiros (PI) Pinheiros (PI) 280.140 303.426 Sé (SE) Sé (SE) 582.362 585.257 Ipiranga (IP) Ipiranga (IP) 427.335 418.005 Jaragu4/Pirituba (PJ) a pare evaeaey Pirituba/Perus (PP) 309,662 435.411 Freguesia do © {FO} Casa Verde (CV) Freguesia do O (FO) 569.741 704.645 Vile Maria (VI) Vila Maria/ Vila Guilherme (VG) Vila Guilherme (MG) ce] eee ted Vila Mariana (VM. Jabaquara a : Vila Mariana (VM) 708.106 821.503 Campo Limpo (CL) tl caesyRsamean (Cry Campo Limpo (CL) 504,845 889.454 ARs - 1988 ARs (até dez./86) 1980 1988 Ermelino (EM) Séo Miguel (MP) Sao Miguel (ME) 617.626 895,055 Itainy Paulista (IT) Santo Amaro (SA) canal sien hes Santo Amaro (SA) 736.004 1.284.440 Parelheiros (PA) s aay Santana (ST) 341.486 403.326 Moéca (MO) Tatuapé (TA) Mosca (MO) 643.114 555.040 seca a ES . Aricand PSietCEeee ed Penha (PE) 564.984 751.581 Sapopemba (SE) : V. Prudente (VP) Vila Prudente (VP) 501.653 706.176 S. Mateus (SM) Guaianases (G) Itaquera (10) Itaquera/Guaianazes (1G) 430.467 751.211 TOTAL 8.493.226 10.822.009 Fonte; SEMPLA — Projecdo de Populacéo -— 1988. Nota: Estimativa preliminar segundo 0 método logistico, mediante atribuigéo de densi- dades de saturagdo para cada subdistrito/distrito do Municipio de Sao Paulo e, posterior- mente, para as dreas correspondentes as Administragdes Regionais. Projecdo a partir do total estimado pela Fundagao Sistema Estadual de Andlise de Dados — SEADE. TABELA “G” TAXAS DE CRESCIMENTO GEOMETRICO ANUAL Municipio de Grande Sao Estado de Sado Periodo Brasil ‘So Paulo (1) Paulo (1) Paulo (1) (@) 1980-1985 3,40 3,76 317 2,64 1985-1990 2,22 2,95 2,51 2,10 1990-1995 177 2,38 2,28 1,89 1995-2000 1,44 2,06 2,00 1,69 Fonte: (1) Fundagéo SEADE. Projecdo a partir do métoda dos componentes por Coorte: (2) Fundagao IBGE. 2. Espago Urbano de Sdo Paulo e seus Problemas Basicos A aglomeracdo urbana de Séo Paulo é constituida pela érea urbana continua que se desenvolveu em torno da cidade, e da qual a parte maior e mais impor- tante estd contida no Municipio. O Plano tem como objeto o territério do Municipio de Sao Paulo. Este terri- tério compée-se da Cidade de Sao Paulo (parte da. aglomeracaéo metropolitana contida dentro do Municipio) e do restante do territério municipal. © Municipio de Séo Paulo limitase ao norte com os Municipios de Guaru- lhos, Mairipora e Caieiras; ao sul com os Municipios de Itanhaém e Séo Vicente; a leste com Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos; a sudeste com os Muni. cipios de Maud, Santo André, Séo Caetano, Diadema e Sio Bernardo do Campo e a oeste com Cajamar, Santana do Paraiba, Osasco, Tabodo da Serra, Embu, Ttapecerica da Serra, Embu-Guacu e Juquitiba. Embora o Plano objetive apenas 0 Municipio de Sao Paulo, é forgoso consi- derar como objeto de estudo, dentro do conjunto da Regiio Metropolitana da Grande Sao Paulo, as areas urbanizadas contiguas (mancha urbana continua) pois estas, embora se encontrem fora do Municfpio, repercutem sobre sua dina- mica urbana. ‘A mancha urbana continua, também denominada aglomeragao metropolitana, estenile-se hoje por 22 (vinte e dois) dos 38 (trinta e oito) municipios que cons: tituem legalmente, deste 1974, a Regido Metropolitana de So Paulo. Esses 22 (vin- te e dois) Municipios sos os seguintes: Si0 Paulo, Itaquaquecctuba, Ferraz de Vasconcelos, Pod, Suzano, Moji das Cruzes, Séo Caetano do Sul, Santo André, Maud, Ribeiro Pires, Rio Grande da Serra, Séo Bernardo do Campo, Diadema, Tabodo da Serra, Itapecerica da Serra, Embu, Osasco, Carapicufba, Barueri, Jan- dira, Itapevi e Guarulhos. Os demais 16 (dezesseis) Municipios da Regifio Metro- politana, que nao fazem parte da mancha urbana continua, sio: Biritiba-Mirim, Salesdpolis, Vargem Grande, Guararema, Embu-Guagu, Juguitiba, Cotia, Santana do Parnafba, Pirapora do Bom Jesus, Cajamar, Caieiras, Franco da Rocha, Fran- cisco Morato, Mairipora, Arujé e Santa Izabel. Esta aglomeracéo, que constitui uma das maiores do mundo, tem seu tama nho geralmente expresso através de sua populagéo — aproximadamente 16 mi- Indes de habitantes. Nao é téo divulgada, porém expressiva, sua dimensio fisico- territorial. Embora repartida pelas zonas urbanas de varios municipios, aquela populacao se distribui por uma unica e enorme “Cidade”, com uma conforma Go ligeiramente alongada no sentido do Vale do Tieté — Leste — Oeste, limitada pela serra da Cantareira, ao norte e pelas represas, ao sul. ‘A Grea urbana continua da aglomeragéo 6 de 153,800ha ou 1.538km? medindo, do extremo oeste (4rea urbana de Itapevi) ao extremo leste (érea urbana de Moji das Cruzes), 90km em sua maior dimensio. Areas do Municipio de Séo Paulo e da Regido Metropolitana: ? 1988 ‘rea Total Area Urbana °™ Gm Municipio de Sé0 Paulo 1.509 899 610 Regido Metropolitana 8.051 1,538 6513 Fonte: Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande Séo Paulo, 1988. Secretaria Municipal do Planejamento — SEMPLA. Instituto Geografico e Cartografico — IGC. O Municipio de Sao Paulo detém 52% (cingiienta e dois por cento) da drea urbana, 73% (setenta e trés por cento) da populacao e 75% (setenta e cinco por cento) dos empregos de toda a aglomeraciio. Apesar da densidade demografica bruta média situarse em torno dos 72 hab/ ha do Municipio a maior parte da aglomeragao é ocupada com densidades bem inferiores, em virtude da grande quantidade de terrenos e glebas vagos, tanto maior quanto mais periféricas as dreas. Para explicar a expansio da mancha urbana continua, devem ser inicialmen- te analisados alguns aspectos geomorfoldgicos, de acessibilidade, de implantagio industrial e de polarizagdo. Do ponto de vista geomorfolégico, como seré descrito no diagndstico sobre meio ambiente, toda a ocupac&o do solo, no sitio caracterizado por colinas e corregos, evitou as vdrzeas, procurando solos mais secos sem, porém enfrentar declividades ingremes ou matas cerradas. A expansio deuse, assim, pelas meias encostas de vales, ocupando sucessivas colinas, a partir da colina central (Centro Histdrico). Do ponto de vista da acessibilidade, a Cidade expandiu-se ao longo das tni- cas vias consolidadas: as estradas que ligavam Sao Paulo ao Porto de Santos (Vale do Tamanduatei, Estrada de Ferro Santos—Jundiai e Estrada do Mar), ao Vale do Parafba e @ longinqua Capital Federal (Vale do Tieté e Vale do Parafba, Estrada de Ferro Central do Brasil, Via Dutra), ao vasto interior, demandando a regifio de Campinas (Vale do Tieté, Estrada Velha de Campinas e Estradas de Ferro Paulista e Santos—Jundiaf) e & regiéo de Sorocaba (Caminho da Consolacio, Estrada de Ferro Sorocabana). Formou-se assim um conjunto de vias radioconcéntricas, que garantiam o acesso a glebas potencialmente urbanizdveis, ao longo de corredores e, ocasional- mente, encontrando vilarejos contemporaneos a Sao Paulo (Sao Miguel, Sao Ber- nardo, Pinheiros, Vila Mariana, Osasco, etc.). Qs prentincios do processo de metropolizacio ocorreram quando, ao final do século XIX, sob 0 empuxo do crescimento demogrdfico, provocado por levas mi- gratorias estrangeiras, os espacos ao longo dos corredores se preencheram e a mancha urbana passou a incorporar os niicleos urbanos anteriormente isolados. Embora o crescimento neste século, mormente na década de 50, em que aumen- tou a migracdo interna, tenha prosseguido e, com o adensamento, tenha a trama vidria da Cidade se tornado mais complexa, continua presente a forca estruturante dos primitivos eixos vidrios acima apontados. O Vale do Tamanduatei, por exem- plo, foi sucessivamente reocupado em trés fases histdricas distintas: pelo coloni- zador, pela estrada de ferro e pela industria. A rapidez da ocupagdv, a topografia acidentada e a escassez de recursos man- tiveram insuficientes as alternativas vidrias. O transporte publico neste século, 2lém de sobre trilhos (trem e bonde), deu-se sobre pneus, aproveitando as vias existentes, reafirmando as tendéncias radioconcéntricas. Juntamente com o siste- ma de transportes, as dreas industriais constituem elemento importante da orga- nizacao espacial da Cidade, pois é em funcio da localizagao das atividades indus- triais e do sistema de transportes que se instala grande parte das demais ativi- dades econémicas e da habitagao. Portanto, so esses os elementos estruturais que conferem articulagao e uni- dade ao conjunto urbano. Esses elementos distinguem-se por terem maior esta- bilidade no tempo e sio fundamentalmente o sistema basico de vias e transpor- tes, os centros tercidrios, em que o centro principal se destaca, e as aglomera- des industriais O conjunto desses elementos constitui o que se poderia chamar de esqueleto da Cidide. Sobre este se desenvolve 0 tecido urbano, formado de ruas e lotes, que vinculado a sistemas de infra-estrutura, vai sendo ocupado por edificios e insta- lag6es, determinando afinal o quadro de assentamento de populagdes € unidades s6cio-econémicas (industrias, lojas, escritérios, estabelecimentos ptiblicos). Cabe uma rapida referéncia a estes elementos estruturais. O sistema vidrio principal compée-se de uma rede de vias arteriais e de vias répidas, estas de importancia basicamente regional e incluindo os trechos urba- nos das rodovias e suas interligagdes. O sistema principal de transportes abrange os corredores de Onibus predominantemente radiais, que utilizam vias de tipo arterial, onde circula a grande maioria dos passageiros de transportes coletivos, e pelo sistema de transportes de massa sobre trilhos, constituido pelo metro e linhas ferrovidrias suburbanas. Este sistema, caracterizado pelas dificuldades e limitagées de sua alteragdo (veja-se 0 alto custo e lenta maturagéio dos projetos capazes de neles influir), tem papel excepcionalmente determinante na organizacao da Cidade. Duas caracteristicas ressaltam na estrutura do sistema de transportes de Séo Paulo: a sua configuragao radioconcéntrica e a inexisténcia de um amplo sistema de transportes de massa, se comparado com outras metrdpoles do mesmo porte, mesmo da América Latina. O modelo radioconcéntrico vem sendo reforcado através de melhorias de vias, em funcao da demanda, resultando em algumas caracteristicas da estrutura urba- na, especialmente a polarizagio de atividades ao longo de corredores e a expan- sio das atividades tercidrias centrais na direcéo das dreas residenciais das cama- das de alta renda. © sistema hierarquizado de subcentros diversificados de comércio e servigos, constitui elemento estrutural fundamental da aglomeragdo urbana. Este sistema, associado ao sistema de transportes, organiza a estrutura de polarizacdo interna da aglomeragio. Esses subcentros (chamados também de pélos ou nticleos tercid- rios) foram classificados segundo 0 mimero de empregos no tercidrio, viagens atraidas por motivos de compras e negdécios e mimero e tipos de estabelecimentos. © Centro Metropolitano constitui o grande pélo de atragéo para toda a Re giiio Metropolitana. Nele se localizam de forma mais intensa as fung6es tercidrias (comércio, servicos, administracéo publica) centrais metropolitanas, ou seja, aque- las que atendem ao conjunto da metrdpole. A partir do Centro Metropolitano, irradiam-se aglomeragées tercidrias em for- ma de corredores que acompanham as grandes vias de tréfego. Sao exemplos des- tes corredores, a Avenida Rangel Pestana/Avenida Celso Garcia, a Avenida Santo Amaro, a Avenida Ibirapuera e a Avenida Domingos de Moraes/Avenida Jabaquara. Além do Centro Principal (Centro Historico mais a drea contigua até a Ave- nida Paulista), identificam-se os seguintes subcentros: Subcentros de 1° nivel: Lapa, Pinheiros, Brds e, fora do Municipio, Santo An- dré e Sado Bernardo. Caracterizam-se pela grande quantidade de lojas de porte, servicos pessoais, bancos e escritdrios de servicos ptiblicos. Subcentros de 2° nivel: Santo Amaro, Vila Mariana, Ibirapuera, Modca, Osas- co, Perdizes, Penha, Indiandpolis e Itaim e, fora do Municipio, Sao Caetano e Osasco. Possuem as mesmas caracteristicas dos de 1° nivel, mas em menor quan- tidade. Subcentros de 3, nivel: Satide, Vila Maria, Belenzinho, Pari, So Miguel, Tu- curuvi, Santana, Rudge Ramos, Cambuci, Jabaquara e Faria Lima e, fora do Mu- nicipio, Guarulhos, Cotia e Diadema. Possuem as mesmas caracteristicas dos de 22 nfvel, mas em menor quantidade. Subcentros menores: Alto da Moéca, Quarta Parada, Vila Prudente, Tatuapé, Silvio Romero, Bom Parto, Vila Formosa, Vila Ema, Parque Sao Lucas, Vila IVG, Vila Carréo, Vila Matilde, Mateo Bei, Amador Bueno da Veiga, Arthur Alvim, Ita- quera, Itaim Paulista, Guaianazes, Edu Chaves, Jardim Japéo, Vila Medeiros, Vila Sabrina, Vila Maria Alta, Vila Guilherme, Agua Fria, Tremembé, Casa Verde Baixa, Vila Nova Cachoeirinha, Lim&o, Brasilandia, Freguesia do 6, Vila Bonilha, Jaragué, Rio Pequeno, Vital Brasil, Vila Sonia, Campo Limpo, M’Bot-Mi- rim, Socorro, Largo do Socorro, Nossa Senhora do Sabard, Cidade Dutra, Vila Santa Catarina, Cupecé, Cursino, Sacoma e Sio Jofio Climaco. Além desses subcentros, identificam-se também dreas subatendidas em comér- cio e servigos, de acordo com os seguintes parémetros: a) as dreas situadas a mais de 12km (doze quilometros) do Centro Principal, sendo, no entanto, mais polarizadas por ele do que por qualquer subcentro; b) as éreas que apresentam mais de 40,0% de viagens internas apesar de nao possufrem nenhum subcentro de até 4° nivel. Para efeito de andlise é importante ressaltar que, segundo dados da Pesquisa Origem/Destino, a populagéo de todas as faixas de renda utiliza-se muito mais de servigos do que de comércio. Dentre a populacdo de baixa renda, a relagdo entre as viagens por motivo de servigos ¢ as por motivo de compras é de 95,0% e 5,0%, respectivamente, e, den- tre a populacio de renda média e alta, 85,0% e 15,0%, No caso da populagio de paixa renda, é ldgico imaginar que, dentre os servigos de que necessita, os servi- gos ptiblicos sio os mais demandados. Juntamente com o sistema de transportes e os subcentros de comércio e ser- vigos, as zonas industriais integram o esqueleto da organizacao espacial da Cida- de, pois em funcao da localizacéo das atividades industriais e do sistema de vias e de transportes, sao instaladas as demais atividades geradas pela economia, como por exemplo, as residéncias operarias e seus servicos complementares que, embo- Ya nem sempre conseguindo, procuram se situar préximas ao local de emprego. A partir de meados da década de 50, a localizacdo industrial na Regifio Metro- politana passou a se fazer ao longo dos principais eixos rodoviarios, principal- mente em Sao Bernardo e Guarulhos, Apesar da tendéncia de instalacdo de novas industrias grandes fora da Regido Metropolitana, estima-se que 0 setor secundério continuaré a crescer nesta regifio, porém a taxas menores e com menor participacio relativa das grandes industrias (mais de 100 empregados) Adotando-se a classificagio do Municipio em Zonas Centro, Norte, Sul, Leste e Oeste, notam-se algumas caracteristicas bastante marcantes. Enquanto na Zona do Centro predominam os estabelecimentos de pequeno porte, ligados ao ramo mais tradicional (notadamente Bom Retiro e Bras), nas Zonas Oeste e Sul pre- dominam os estabelecimentos industriais de maior porte, ligados a0 ramo mais moderno do setor industrial (destacando-se os Subdistritos da Lapa e de Santo Amaro), com uma concentracao espacial de estabelecimentos nas dreas préximas as vias marginais dos rios Tieté e Pinbeiros, respectivamente. A Zona do Centro, com cerca de 15% (quinze por cento) dos empregos indus- triais, caracteriza-se pela predominancia do rarno industrial de vestudrio, calca- dos e artefatos de tecido e o ramo da industria editorial e gréfica. A Zona Norte, com aproximadamente 8% (oito por cento) dos empregos indus- triais do Municipio, 6 a de menor concentracdo industrial, destacando-se as indis- trias do vestuério, calgados e artefatos de tecido, metalurgia e mecanica. ‘As Zonas Sul, Oeste e Leste, nesta ordem, sio as que detém a maior parcela do emprego industrial do Municipio, com participagéo em torno de 76% (setenta e seis por cento), onde os géneros metalurgia e material elétrico e de comunica- es assumem papel de destaque no mimero de empregos industriais (1). Cabe ainda ressaltar que, a medida em que se processa a distribuigéo terri- torial da populagao e as atividades econdmicas e, a0 mesmo tempo, ampliam-se as redes de transporte e outras infra-estruturas, vio-se alterando as vantagens e desvantagens relativas dos diferentes terrenos do espago urbano. Em cada zona e em cada terreno, a acessibilidade, somada a essas vantagens, determina sua atratividade. Essa atratividade, por sua vez, determina parte dos pregos da terra urbana. A outra parte desses pregos é decorrente do potencial construtivo de cada lote, fixado através da Lei de Uso e Ocupacéo do Solo (Zoneamento), pela Prefeitura. Estes precos — ou aluguéis —, que refletem perspectivas diferencia- das de lucro imobilidrio, irfo resultar no segundo momento, em niveis diferen- ciados de ocupacao de terrenos. Assim sendo, em cada zona, haverd graus varid- veis de segregacdo das diferentes classes sociais. Conseqtientemente, a populagéo de menor poder de compra distribuir-se-4 nos terrenos mais afastados e menos equipados e, por isso de menor prego. ‘As variagdes na ocupagéio do solo e outras caracterfsticas gerais do processo de urbanidagio apontadas pela andlise da pesquisa OD-77, relativas a densidade populacional, total e de baixa renda, condicio de propriedade, e pelos estudos elaborados por SEMPLA referentes & verticalizagéo, vazios urbanos, subcentros tercidrios, precos de terreno e infra-estrutura, permitem estabelecer trés compar- timentos correspondentes aos estdgios diferenciados de urbanizagdo. As tendéncias j4 verificadas em 77, hoje se confirmam e apesar das varidveis quantitativas nao terem sido atualizadas (2), a qualidade dos problemas que carac- terizam esses trés compartimentos nfo se altera, tanto assim que serviram de substrato as propostas constantes do Anteprojeto de Lei do PlanoDiretor. Nes- te Plano a delimitagéo das dreas de aplicagao das diretrizes foi alterada em re- lagéo & discriminacéo das dreas utilizadas na andlise a seguir apresentada. Os trés compartimentos mencionados em que 0 Municipio foi dividido so: Area Cen- tral, Anel Intermediério e Anel Periférico Entende-se por Area Central a grande regio que vai do rio Tieté, ao norte, aos Bairros do Paraiso e Cambuci, ao sul. A sudoeste chega até o rio Pinheiros, incluindo os Jardins e o Alto de Pinheiros. A oeste, alcanga até a Agua Branca e Perdizes. Trata-se de drea caracterizada por uma grande concentragao de empre- gos, intensa ocupagao do solo e grande congestionamento de trafego. EB possivel distinguir na Area Central duas dreas mais especificas: Centro Principal, formado pelo centro histérico e sua drea de expansdo até a Avenida Paulista; e Centro Metropolitano constituido pelo Centro Principal acrescido de sua zona de expanséo nos anos 70, atingindo até o rio Pinheiros. No Centro Principal a andlise do grau de aproveitamento de seus terrenos € a identificagio de areas deterioradas em suas vizinhangas constituem provas de estagnagao que vem ocorrendo ha anos, especialmente a partir de 1970. Esta estagnagio pode ser identificada pela redugfo do ritmo de crescimento populacional e de drea construida, quer comercial quer residencial, bem como pela diminuicio de converséo de edificios residenciais em comerciais. Isto vem (1) Fonte: Servigo Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAI/Diviséo de Pesquisas, Estudos ¢ Avaliago — DPEA — 1980/81. (2) A Nova Pesquisa OD estd sendo elaborada pela Companhia do Metropolitano de Sao Paulo S/A. ocorrendo em fungdo do deslocamento de uma série de atividades comerciais e de servicos geradores de empregos para as adjacéncias da Avenida Paulista e outras areas. Desta forma, o problema de ocupagao excessiva do solo e o conseqiiente con- gestionamento do centro, corridos na década de 60, reduziu-se sensivelmente, res- tando com isso, no Centro Principal, éreas onde o excelente potencial locacional e a infraestrutura disponivel encontram-se subutilizados e deteriorados. Nessas Areas, as edificagdes mais antigas vém sendo gradativamente encortigadas. Entre as dreas subutilizadas e deterioradas, vizinhas ao Centro Principal, in- cluem-se extensas porgdes de bairros como a Bela Vista, os Campos Elfseos e a Liberdade. Certas atividades especializadas tais como a de comércio ligado ao automével (Avenida Duque de Caxias), de comércio de material elétrico e eletronico (Rua Santa Ifigénia) e de diverséo noturna (Vila Buarque e Bela Vista) permanece- ram nas adjacéncias do Centro Principal. Por outro lado, a descentralizagio das atividades terciérias reforcou zonas préximas ao Centro Principal, tendo-se configurado um Centro expandido, ou Metropolitano, que apresenta uma clara tendéncia de expanséo na diregao sudoes- te, chegando até o rio Pinheiros. Trata-se de uma regiio j4 razoavelmente hete- rogénea pois a expansio central vem se fazendo de maneira cada vez mais disper- sa, “pulando” bairros residenciais, como os Jardins. A parte sudoeste do Centro Metropolitano (que vai da Avenida Paulista ao rio Pinheiros), é uma drea que esta a exigir atencéo do Poder Piiblico, dada a sua clara tendéncia & concentragéo de atividades e populagio e, conseqiiente- mente, ao agravamento dos problemas de congestionamento e poluicao. Dentre as tendéncias problematicas da Area Central, destacam-se: a possibi- lidade de repetigao dos padrées de ocupagio e congestionamento verificados em sua parte mais antiga, a deterioragdo das condicgdes ambientais, que jé se mani- festa em diversos locais, e acentuado conflito entre os usos residencial, comer- cial e de servicos. © grande Anel Intermedidrio, que envolve a Area Central, atinge Ermelino Matarazzo, a leste, e compreende Santana e Freguesia do 0, ao-norte, a Lapa, a oeste, e Santo Amaro e Jabaquara, ao sul. Possui razodveis condigées de acessi- bilidade e disponibilidade de infra-estrutura, alguns centros de comércio e servi- gos consolidados (Lapa, Ipiranga, Santo Amaro, Penha, Indiandpolis, Ibirapuera, Vila Mariana e Moéca), verticalizag&o incipiente sem no entanto apresentar os problemas de deterioragio das condigdes ambientais e congestionamento jé veri- ficados na Area Central. A falta de articulagao interna dificulta a interligagio entre os setores deste anel e 0 conjunto da aglomeragio. De maneira geral, 0 prego de terrenos no Anel Intermedidrio ¢ alto, especialmente na sua porcio sudoeste, onde mais se concen- tram as classes média e alta. Nele hé grande disponibilidade de terrenos nao ocupados que contam com infra-estrutura e equipamentos ociosos, caracterizando um potencial de urbanizagéo subaproveitado. No Plano-Diretor proposto preferiuse adotar diretrizes comuns a uma rea mais ampla do que a Area Central, denominada no texto do Plano-Diretor de Area Consolidada, atingindo a toda a regido até Santana ao norte, Tatuapé e Modca na diregéo leste, e Ipiranga, Jabaquara e Santo Amaro, na direcdo sul e abran- gendo a drea do Morumbi e Butanté a oeste. Essa ampliagao foi adotada porque a natureza das diretrizes recomendadas se aplica igualmente a toda essa regiao face & disponibilidade existente da infra-estrutura urbana e 4 consider4vel descen- tralizacio de atividades de comércio e servicos ja observada. O Anel Periférico compreende toda a drea entre o Anel Intermedidrio e as divisas do Municipio. A parte referente ao quadrante leste compreende as dreas extremas periféricas das Administragdes Regionais de Sao Miguel e Sao Mateus e Vila Prudente, passando por Itaquera e Guaianazes; nos demais figuram parte de Santo Amaro e Campo Limpo, ao sul, Butant e Lapa, a oeste, Freguesia do 6 e Perus-Pirituba, ao norte. A ocupagio do solo é zurefeita, as condig6es habita- cionais precérias, 0 sistema de transporte incompleto e deficiente e a infra-estru- tura, em geral, insuficiente. Sua populagdo é predominantemente de baixa renda. Como sua populagio é de baixa renda, ndo existem nesse anel subcentros ter- cidrios de importancia. Essas caracterfsticas, acrescidas da grande caréncia de equipamentos sociais, do baixo padrao de edificagio e urbanizacéo e da grande deterioragio do sitio urbano, configuram um espago desvalorizado, cuja recupe- rac&io exigiria recursos e procedimentos muito além dos que sio disponiveis a curto prazo. Essa configuracio fisica do espaco urbano decorreu das atividades dos empre- endimentos imobilidrios, obedecendo a leis de mercado tanto no parcelamento do solo como na implantagdo das edificagdes, que se exerceu com o minimo de con- trole por parte da Prefeitura até a década de 1970. Desta época em diarite o Poder Ptiblico passou a adotar uma concepgao de cidade que compreendia o estabele- cimento de diretrizes gerais fisico-territoriais, e o estabelecimento de metas para implantagéo dos servigos publicos a curto e médio prazo, em decorréncia dos déficits constatados, bem como, a instituigéo de aperfeigoamentos dos controles de forma a assegurar qualidade aos novos empreendimentos puiblicos e privados. No inicio do século, as normas vigentes estavam mais voltadas &’s condigdes de estética e higiene das edificagdes sem se preocupar com 0 direcionamento do crescimento urbano, estabelecendo téo-somente diretrizes para a localizacio de algumas atividades 'e, exigéncias minimas para a largura das ruas; porém, isto sem exercer qualquer controle sobre esse processo. Somente, em 1913 passa a Prefeitura a exigir a aprovagdo dos arruamentos (Lei n. 1.668, de 26 de marco de 1913). Em 1923 a concepgfo das normas municipais influenciada pela Companhia City passou a exigir nos arruamentos a obrigatoriedade de doagdo de espagos para dreas verdes e sistema vidrio (Lei n. 2611/23). Posteriormente, iniciou-se, através do Ato n. 663/34, 0 processo de zoneamen- to em regides do municipio por meio da criacéo de zonas estritamente residen- ciais unifamiliares. Somente em 1937, 0 Governo Federal, através do Decreto-Lei n. 58 (5), de 10 de dezembro de 1937, passou a exigir a obrigatoriedade da inscrigéo dos arrua- mentos nos registros de iméveis, porém, tal exigéncia no implicava na aprova- céo do loteamento pela Prefeitura Os recobrimentos aerofotogramétricos executados a partir de 1930 nfo foram plenamente utilizados como instrumentos de controle, mas sim, para constatagio da realidade, uma vez que nfo sofreram atualizagées sistematicas permanentes. Nesta época, a concepcdo de cidade nos planos municipais estava ligada & remodelagéo da rede vidria, resultando em varias leis de melhoramentos vidrios. Somente a partir da década de 50 tal concepgao comegou a ser alterada atra- vés da contratagao pela Prefeitura da pesquisa Sagmacs coordenada pelo Padre Lebret que efetuou uma andlise da aglomeracao urbana que culminou com pro- postas de alteracdo da estrutura urbana, sendo apenas algumas dessas propostas incorporadas pela legislagio municipal (Lei n. 5.261 (7), de 4 de julho de 1957). Posteriormente foram alteradas as normas de arruamento especialmente quan- to & exigéncia das areas a serem doadas para espagos verdes e quanto & exigén- cia de servicos de infra-estrutura até entao a cargo da Preteitura (Leis ns. 6.877 (*), de 11 de maio de 1966, e 7.035 (), de 12 de junho de 1967). Apesar da existéncia de algumas normas, a falta de concepcdo clara de estru- tura de Cidade, que foi apenas esbogada pela pesquisa Lebret, mas nfo absorvida pela administracdo, aliada & auséncia de instrumentacdo técnica e controle legal eficaz e uma decisio politica de implementagéo dos novos aperfeigoamentos nor- mativos conduziram a um desenvolvimento descontrolado da cidade. Com base nos estudos realizados pelo PUB — Plano Urbanistico Basico foi criada uma concepoao clara da cidade, apesar de influenciado pelo milagre eco- nomico de entéo, que culminou com. a aprovacgio do primeiro Plano-Diretor de Desenvolvimento Integrado do Municipio de Sao Paulo (Lei n. 7.688/71) com seus desdobramentos normativos através da primeira Lei Geral de Zoneamento (Lei n. 7.805 (19), de 1° de novembro de 1972), que continha além da criagéo de zonas de uso diferenciadas em fungio das diferentes regides da cidade e da concep¢io pro- posta, uma nova disposicao para o parcelamento do solo urbano. A partir de entio foram efetuados aperfeigoamentos sistematicos da legisla- c&o visando corrigir alguns aspectos da concepgao de cidade proposta. ‘Ao encontro desse aperfeigoamento foi promulgada legislagio federal referen- te ao parcelamento de solo urbano (Lei n. 6.766 (11), de 19 de dezembro de 1979 — Lehmann), que permitiu o controle efetivo do processo de parcelamento do solo, através da atuacio conjunta das Prefeituras Municipais e registro de imdé- veis, estabelecendo penalidades civis para os loteadores clandestinos. ‘Apesar de ter havido a0 longo do tempo, um aperfeigoamento do controle do processo de urbanizagao, ele apresenta ainda dificuldades operacionais para uma efetiva implantagao das normas estabelecidas. © novo PlanoDiretor pretende introduzir uma concepcio de cidade tendo em vista a adequacdo da intensidade da ocupagao do solo, a capacidade das infra estruturas instaladas e a qualidade ambiental, fixando para isso diretrizes para atuago dos setores ptiblico e privado, a serem implementadas gradualmente em funga da fixagdo de prioridades e disponibilidade de recursos. Para alcangar os objetivos previstos o Plano estabelece a criagéo de novos instrumentos normativos definindo uma participagio mais efetiva do setor pri- vyado na condugéo de solucio de recuperacéio de areas deterioradas e na ocupa- cao de novas dreas segundo padrées urbanisticos mais equilibrados nos aspectos ambientais e na relagéo entre espacos abertos e edificados, prevendo-se também, a regulamentagéo por legislagio especifica da participacao da iniciativa privada na complementacio dos servicos publicos de competéncia municipal. © aperfeigoamento do controle piblico sobre o desenvolvimento da Cidade dar-se-4 pela implementagao do Sistema de Planejamento previsto no plano, atra- yés do desdobramento normativo do anteprojeto de lei e uma maior eficdcia na fiscalizagio das normas vigentes. Os Conselhos Regionais de Planejamento cuja criagéo 6 proposta no anteprojeto de lei deverao colaborar com a administragéo detectando falhas e omisdes no cumprimento da legislacao, informando os 6rgios competentes para aplicagéo das penalidades cabiveis. 3. Habitagdo de Interesse Social A questdo habitacional assume neste Plano-Diretor papel de destaque visto que a moradia nao é apenas um abrigo, mas uma unidade fisica e familiar inse- rida no meio urbano, com seus complementos de infra-estrutura, transporte, equi- pamentos sociais, abastecimento e paisagem. O processo de crescimento da Cidade de Sao Paulo, nas ultimas décadas, tem tido como efeitos uma disponibilidade bastante desigual dos beneficios sociais, a persisténcia de uma precdria qualidade de vida urbana, além da deterioragéio do meio ambiente. ‘A questiio da ampliagao do atendimento da demanda habitacional nao se limi- ta hoje ao seu aspecto quantitativo. As chamadas habitacdes subnormais so o retrato inconteste da busca de soluc6es, pela populacao, diante da reduzida‘ capa- cidade aquisitiva das suas faixas de renda mais baixas. O total da populagao fa- . velada, que em 1973 era de 71.840 habitantes, pelo Censo de 1987 atingiu 818.872 habitantes, 0 que representa 7,5% da populacio total. A este quadro de subnor- malidade devem ser acrescidas as informagées, referentes & populagdo residente em cortigos e casas precdrias, cujo mimero depende de levantamentos adicionais. Este quadro de caréncia habitacional, ampliado pelas invasdes de terrenos pt- blicos (2%), pode ser atribuido, em parte, ao agravamento da crise econémica e de desemprego e indica a complexidade e 0 vulto das necessidades sociais a serem atendidas, constituindo-se em desafio ao Poder Puiblico Municipal para satisfazé-la, em face dos recursos disponiveis. Esforgos tém sido feitos pelo Poder Publico no sentido de atenuar.o crescente déficit habitacional. A produgdo oficial de habitagdes tem sido contemplada pelas diferentes esferas governamentais desde a década de 40. Com a criagio do BNH em 1964, e mais recentemente com a atuagdo da COHAB, essa produgdo se con- - solidou e operacionalizou-se em ampla escala, No entanto, essa produgéo tem sido ainda insuficiente em face da demanda acumulada e crescente. A responsabilidade principal do atendimento habitacional € do Governo Federal que tem a gestéo dos recursos do FGTS destinados preci- puamente & habitacdo. A Prefeitura deve contribuir, como vem fazendo, na apli- cag&o dos recursos e na implantacao de servicos publicos. O equacionamento efi- caz do atendimento exigiré entretanto, uma contribuigéo de subsidio para permi- tir 0 acesso & habitacéo da populacdo de baixa renda que o atual Governo do Estado pretende implantar. A acéio do Poder Publico Municipal tem sempre esbarrado na inevitabilidade do custo elevado da terra. Duas formas de atuac&o tém sido utilizadas: a regu- lamentacéo urbanistica (intervengéo indireta) e a intervengdo direta, através da Companhia Metropolitana de Habitagéo de Sio Paulo — COHAB, da Empresa Municipal de Urbanizagio — EMURB e a Superintendéncia de Habitagio da SEHAB. A COHAB produziu até 1985 cerca de 85 mil habitagGes, e entre 1986/1988 fo- ram executadas mais de 54 mil unidades. Quanto as dimensdes dos conjuntos habitacionais, baseiam-se no pressuposto de ganhos de escala. Da opgao por gran- de escala decorreu a necessidade de ocupar regides mais afastadas, desligadas da trama urbana, estendendo-a precocemente e, assim, aumentando todos os custos da gestio urbana. O que importa anotar é que a politica locacional e a politica de grandes con- juntos da COHAB acarretaram resultados problemdticos para a Cidade e para a propria empresa, A COHAB adquiriu 7 (sete) glebas grandes na Zona Leste da Cidade (Itaquera e Guaianazes), algumas parcialmente localizadas em zona rural, por preco unitdrio naturalmente baixo, uma vez que constituiam dreas afastadas, por vezes sem urbanizacio prdxima e acesso sequer projetado. Esta localizagao extremamente periférica, foi agravada, no caso de Santa Etelvina e de outras, pela topografia acidentada, o que exigiu enormes cortes, aterros, muros de arrimo e consolidagées. Além disso, deve-se mencionar que a regiéo era coberta por matas naturais que tiveram de ser derrubadas. Hoje com esses conjuntos parcialmente edificados, verifica-se 0 elevado custo direto de sua implantagio e o elevado custo indireto decorrente da extensio da rede de infra-estrutura, muito além da drea j4 urbanizada de Séo Paulo. Seu eventuel efeito polarizador acentuara a periferizacao da populacdo, o aumento do custo de transporte e a quantidade de vazios, que tornam ociosas as redes de infra-estrutura. A socializagdo destes custos ecamoteia o fato de ter havido um grave equivoco na adocao destas localizacdes extremamente periféricas, ao invés de se optar pelo preenchimento de vazios, com conjuntos menores, no Anel Inter- medidrio e nas dreas mais proximas do Anel Periférico. Além da atuacéo da COHAB, a SEHAB-Habi, através do FUNAPS (Fundo de Atendimento & Populacéo Moradora em Habitacéo Subnormal), atendeu, no perio- do de 1986 a 1988 a cerca de 11.700 familias nos Programas “Proviséo de Terra e Moradia”, “Urbanizacéio de Favelas” e “Melhoria de Favelas”. Também no que diz respeito & atuagdo indireta, o Municipio encetou esfor- cos para contar com a colaboragao da iniciativa privada na provisio da habita- G&o. Neste sentido, 2 PMSP aprovou o Decreto n. 17.810 ('2), de 4 de fevereiro de 1982 que fixou normas técnicas especiais para a produgéo de habitagdes de inte- resse social pela iniciativa privada, prerrogativa até entéo reservada ao Poder Publico. Nessa linha de intervengdo indireta e na perspectiva de promover um assentamento habitacional com qualidade em dreas j4 adotadas de infra-estrutura e equipamentos e que nao venha a acarretar novo dnus para o Poder Piiblico, o Municipio recorreu a novos mecanismos de intervengéo indireta. Assim, a Lei n. 10.209 (13), de 9 de dezembro de 1986 — Lei de Desfavelamento — possibilita © Municipio obter, da iniciativa privada, unidades habitacionais de interesse so- cial. Em contrapartida o Poder Piblico concede alteragdes de uso, indices de ocupagao e coeficiente de aproveitamento ao proprietério do lote que produziu as habitagoes. Esta negociagio deve obedecer a critérios de avaliagéo da troca e sobretudo as diretrizes urbanisticas gerais e locais da drea em que o proprietdrio recebe © beneficio. Este procedimento, em fase experimental de aplicagao, deverd sofrer os devidos ajustes, sempre no sentido de preservar a qualidade do produto habi- tagdo e do seu entorno, garantindo um assentamento com qualidade. 4. Meio Ambiente Urbano A Cidade de Sao Paulo estende-se atualmente sobre um amplo s{tio que com- preende compartimentos muito diversificados, especialmente no que tange & sua base geoldgica, ao relevo e & drenagem. Esses compartimentos sao compostos por planicies fluviais, colinas de médias declividades e, na periferia da cidade, por colinas de altas declividades. O sitio foi sendo urbanizado ao longo de vias que partiam do Centro Histé- rico evitando as varzeas e procurando as meias encostas ou os espigdes. Essas primeiras expans6es puderam ocupar solos adequados fugindo das var- zeas e das declividades excessivas. Mas, 4 medida que a populacio crescia, 0 ritmo de urbanizacio acelerou-se e loteamentos foram abertos e ofertados, sem a cautela necesséria para com a drenagem, a declividade e os demais aspectos que compéem o meio ambiente fisico da cidade. Na década de 50, quando o crescimento de Sao Paulo tornou-se extremamente répido, foi implantado um modelo de urbanizagao de fundos de vale, com cana- lizago de cérregos em galeria fechada, o que acarretou a impermeabilizacdo gra- dual dos fundos de vale, resultando, apds 3 (trés) décadas, em dificuldades cres- centes para a drenagem natural de aguas pluviais. Ao mesmo tempo em que a Prefeitura assim procedia, 0 meio ambiente .urba- no também foi degradado pelo desmatamento, pela derrubada indiscriminada de Arvores e pela ocupagao desordenada de solos arenosos e fridveis, de declividade excessiva para a urbanizacao. Isto ocorreu especialmente na periferia, onde os loteamentos, em grande parte clandestinos, sem pavimentagio de vias, provocaram a destruigéo da cobertura vegetal do solo, o qual ficou exposto & erosio, Por outro lado, os lotes oferecidos & populacao eram pequenos, sem espago para arbo- rizagdo e, freqiientemente, em declividade que provoca deslizamento. Este suceder de ocupagées inadequadas do sitio natural resultou em uma série de problemas ambientais que figuram no Quadro 1. Para efeito de um diagnéstico, no contexto do Plano-Diretor, destacam-se, den- tre os problemas que afetam a qualidade ambiental no Municipio, por sua signi ficfncia territorial e por sua repercussio na ocupacdo, os seguintes: vulnerabi- lidade & erosao, drenagem insuficiente (enchentes) e ma qualidade do ar (incluin- do o problema da poluic&o). © inventdrio da situagio de cada um desses 3 (trés) problemas permitiu o diagnéstico do sitio urbano por compartimentos diferenciados. Para definigéo dos compartimentos diferenciados segundo a vulnerabilidade a erosio, foram consideradas as propriedades geotécnicas dos solos, as incidén- cias de altas declividades e a distribuig&o diferenciada do impacto pluvial, consi- deradas as méximas em 24 (vinte e quatro) horas (Quadro 2). Para definigéo dos compartimentos diferenciados segundo as condigbes de drenagem, foram considerados os niveis de comprometimento dos fundos de vale e das bacias, pelo tipo de ocupagao, bem como a ocorréncia de inundagdes e a distribuigdo do impacto pluviométrico, consideradas as maximas em 24 (vinte e quatro) horas (Quadro 3). Para definic&éo dos compartimentos diferenciados, segundo as condicées de qualidade do ar, foram considerados, além dos indices de poluicéo (produzida pelo SO2 e por material particulado), os niveis de temperatura (existéncia de ilhas de calor), as isoietas (pluviosidade média anual) e 0 efetivo uso e ocupa- go do solo (Quadro 4). A situacao atual das dreas verdes e dos parques da Cidade de Sio Paulo merece uma avaliagio preliminar, pois nfo se dispoe de dados que apresentem um quadro geral de quantificagéo e de padr&o qualitativo dos mesmos. Com relagéo as dreas verdes, estao sendo elaborados estudos para estabele- cer com preciséo a quantidade e a distribuigio da vegetacao significativa no Mu- nicipio com 0 objetivo de preservd-la. O Quadro 5 mostra a distribuic&o das dreas verdes ptiblicas pelas Administragdes Regionais — ARs, incluindo-se as pracas, os Parques e as d4reas verdes ajardinandas do sistema vidrio. No que diz respeito aos parques municipais ¢ estaduais estes foram quanti- ficados 2 locatizados (Quadro 6) por Administraco Regional — AR, devido & especial relevancia que apresentam como condicionantes de qualidade do meio ambiente urbano. © processe de urbanizagio de Sao Paulo, eliminou parcelas sul stantivas da vegetagao existente, néio recompés a cobertura vegetal, impermeabilizon excessi- Vamente o solo e provocou graves erosdes; este processo em virtude de seu! ca verer inreversivel, resultou em grande caréneia de dreas verdes (apenas 3,69m? por habitants), hoje cada vez mais exigidas pela populagao, que tardiamente toma consciéneia de sua importéncia para a qualidade do ambiente urbano. 'A reserva de espagos para as areas verdes se faz, principalmente, através do processo de parcelamento do solo, regulamentada pela legisiacao municipal. Este processo ¢ precério, pois a reserva € feita com critério quantitative (15,0% da vree fetal do loteamento), ndo se vinculando a area verde & densidade popula: cional, ao volume de edificagdes ou & sua localizacao. Os dispositives da Let n. 4.913 (19), de 30 de dezembro de 1981, exiger? ane & prefeitura localize 60,0% (dos 15,0% j4 citados) da area verde, ou soja, 7.5% do fotal, e tal pratica vem acontecendo, Ocorre, entretanto, que a maioria dos lotea- wentos existentes néo foi aprovada, mas sim regularizada e nao se subordina a qualquer norma oficial, Agravando esta situacdo, estas dreas tém sido utilizadas Belo Poder Publico para localizacio de equipamentos urbanos, tendo sido, ultima- Frente, alvo de invasOes para habitago por parte de populages carentes, devido pfjalta de recursos da Prefeitura para urbanizar, conservar e fiscalizar esses espagos ptiblicos. 'A destinagio de dreas maiores para parques tem sido esporddica casuisti- ca, exigindo nova politica de reserva de éreas com dimensGes significativas para esse fim QUADRO I Qualidade Ambiental: Principais Problemas ¢ Causas Principais Problemas Causas perda de referéncias palsag(sticas Ooupagio inadequada de reas de potencial pasar gistico relevante (vegetacdo, relevo, solo @ dre- nagem) Caréncia de éreas verdes Legislagéo omissa quanto a critérios de conserva: cao de solo natural e arborizacao Desmatamento Escasso empenho das Administragdes e limitados recursos alocados a este fim Irreversibilidade do processo de Eliminagao do potencial geoecolégico acupacéo urbana, sem reserva de Dificu'dades econdmicas e culturais reas para parques Inviabilizando a reverséo do uso para recriar érea verde Principals Problemas Causas Mé distribuigao de 4reas verdes de recreacéo Invaséo de dreas com destinacéo para purques, para fins habitacic nais e para equipamentos Ocupagao indiscriminada do espago urbano com edificagoes Falta de conscientizagéo e reivindicacdéo popular Falta de estabelecimento de prioridades e de pla- nejamento Falta de areas livres com potencial para parques Falta de estoque de terras para usos habitacionais e para equipamentos Falta de conscientizagéo da signi- ficancia das areas verdes como elemento de equilibrio da estrutura urbana, para melhoria da qualidade de vida e da qualidade ambiental Aspectos culturais do proceso de urbanizagdo da populago migrante Eroséo Ocupagéo inadequada de dreas de altas declivida- des e solos vulnerévels Retirada da cobertura vegetal ‘Técnicas inadequadas de terraplanagem Pavimentagéo incompleta Infra-estrutura incompleta Enchentes Assoreamento dos cursos d’égua Excesso de impermeabilizagao do solo Sistema de drenagem incomplete ou insuficiente Ocupagio inadequada de varzeas e fundos de vale Poluigéo de 4gua (rios, cérregos, represas) Ocupagéo inadequada de bacias de drenagem © fundos de vale Coleta e tratamento de esgoto incompletos insu- ficientes Impermeabilizagao excessiva do solo insuficiéncia do sistema de coleta e destinacao do lixo Polulgao do ar Veiculos de motor de combustao Inddstrias sem controle ambiental Desconforto ambiental Legislagéo omissa quanto aos efeitos ambientais da urbanizagao Infra-estrutura e servicos insuficientes Ma qualidade dos logradouros pdblicos e outros espagos piblicos Qualidade Ambie QUADRO 2 ntal — Vulnerabilidade do Solo @ Erosdo, Segundo Compartimentos Compartimentos e Vulnerabilidade --Declividade —mpacto pluviom. subcompartimentos do solo a erosao % max. em 24h (mm) 1 Bacia Sedimentar de . aaa Nao vulnerdvel < 400 < 150 eeirernat ermelina Meters ce rae oe razzo & Vila Formosa oe isoladas 1 Morros da Zona Leste : ® Holidpalis Vulnerével < 400 < 150 lla Carmo e Santa Etelvina Vulneravel > 40,0 < 150 Ill Mela encosta da Can- tareira, Colinas do Bu- tare. Campo timpo — Wulnerdvel < 400 450-175 e Pedreira ll, Morumbi Nao vulnerével < 400 480-175 Win Barcnesa e Guacuri Vulnerdvel > 400 4150-175 IV Interlagos e Zona ree Vulnerével < 400 175-300 IVa Jaceguava, Parelheiros, —-Vulneravel > 40,0 475-300 Embura e Sul de Cam- dcorréncias po Limpo isoladas Vv Jaragué e Serra da een Vulnerével > 40,0 475-300 Des da Vulneravel > 400 > 300 Via Ponte Alta Nao vulnerdvel < 400 > 300 Q19LL Op Soy equawsaqucujwiopesd squawajueujwopesd ost > -uanye soBe199 sop seazipn jen6iw ogg ep seuyog “At sejdute seu sopezijeoo] soiuod @ [oN @ lenin £ feAju op jns @ joaqu ost > re ec 8 eye] & eluguc.0 op BIDUgII090 epucl 91897 euoz ep caw eci@enericstoonent Swowoweuuepoid 2 swousqueuopoid seUgIpoUUy! 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(82 - 22) "€ ap seuyjoo 9 sobepew) 1A apepisuap vipau ap oededn99 eIpay (ww) eypaut (0.) opejnopied jepoyeut x 010g op ogdedna9 2 os apepisoianid eumesodwiay ‘OS 248 op OpSinjog @ sowowpsedioy, CU) “ed we 4292's a a L9e'se wzo sso's68 9BL1Zt = a 9812 (a) 1@nBIN “S exsyined jan OBS avee'es a a AvEE'ES soo'eze = sos'98z oovse zg'0 vsr'ese ms — — (49) odwi] odweg ouy 89% a a ozy'89% (19) edu odwe Brg'6ele = szy'or ozz'ese (vr) exenbeqer oz 80S Ize (WA) cue “A SLeELES = 000'vas"t suz'68e (WA) eueHEW “A £19661 ms ovo'se ELO 9b (DA) euneytIND “A (OA) eatin “A eek oz169s -— oo = — ~ ozs" 10g = = ozs"bos (a) BHeW “A /eueW A osr610% 000'0%2't a ost ele (AQ) @pi9A eSeO oo'e Sro'ron ae = (94) © op eisanBa1y 829°L1S i = ezezig (Os) O op eisenBer4 z9r'S6L'6 = zOv'081'6 oso'st (dd) sn4eq (dd) sned gest bLySey _ zee'v09'S oor'eas'y 258822 SL6'98h (ra) std /“Beser Jeqnauid so'vt sooty zerrer9 gst'szr'S 000'S9F Feo bes (a1) ebuesdy 7 (at) eBuesdy 28h 2s2'S8S y98"S60'k a 2e9'S08 197/082 (as) 9s (as) 9s gue sev'eoe Sus‘ Lee = veosy bg6's8z (ig) sourayuid (id) soareyutd gs'y ‘vE0'692 Zhe Gee 000'00z 00°91 ZEPELOE (v7 edet (vd _edeq so'% vlessy LL0°062't a zes's07 SpS' 188 (1g) Bjueing (ig) Bqueing uu syexqU92 gu qey sod (qu) 42 sod ary au wu 38 ee6r soujoqueo (864) (s8/z2a 918) ‘@pi9n voue - ‘iqnd sepion —stenpeyse = stedtoyunus : E ep e21pur Indod —geaue ep ei, senbued sanbied pee fevojGeu “mpy leuojBeu “PY (I¥NOIDTE OYSVULSININGY WOd OVSINGTALSIA) OTnVd OVS Fd OIdIDINAW Od SVOITHAd SAAUTA SVAUY. opewinsd (.) ee 60'92z'80! 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Nome Area (m*) Localizagao (AR) 01 Luz 113.428 SE 02 Siqueira Campos 48.624 PL 03 Aclimagao 112.199 SE 04 Buenos Aires 16.000 LA "05 Ibirapuera 7 1.584.000 vM 06 Morumbi 142.432 BT or Guarapiranga 152.605 cR a 08 Carmo : 4.500.359 la - 09 Vila dos Remédios 109.810 PJ 10 Sao Domingos 80.000 Pd "41 Pirituba 7 39,047 Pd 12. Piqueri 97.282 TA 13 Goncelgéo - 15.040 JA 14 Nabuco 31.388 JA ~ 15 Raposo Tavares . 195.000 BT 16 Previdéncia : 44.000 BT 17 Lions Clube 23.700 st ~ 18 Anhangiiera (*) 9.780.402 PR 19 Independéncia 165.000 Pp 20 D. Pedro Il " 80.000 SE 21 Sociedade Paulista de Trote 38.000 vG 22 Rolindpolis 27.100 BT 23° Adventista 134.000 CR 24 Granja Julieta 28.400 SA (°) Apenas 80,000m? abertos ao public Parques Estaduais Area (m?) Localizagio (AR) 01 Parque do Estado 5.428.156 1P 02 Jaragua : 4.888.400 Pi 03 Horto Florestal = “1.740.000 cv 04 Agua Branca 200.000 1A 05 Parque Ecolégico do Tieté 2.500.000 PE 5. Transporte e Sistema Vidrio A expansfo da Cidade de Sao Paulo dese, historicamente, ao longo dos corre- dores de ligacio com outras cidades e regides (Rio, Santos, Campinas e Sorocaba) e 0 crescimento da area urbanizada, por sua vez, deu-se em funcio das condicées topogrdficas do sitio e impulsionado por uma implantacéo imobilidria dispersa. Este modo de urbanizagao, aliado a inexisténcia de vias estruturais implantadas, acabou reforgando a ocupagéo a0 longo dos corredores intermunicipais e confe- rindo ao sistema vidrio e de transportes uma configuragdo radioconcérsrica, com poucas ligag6es transversais e tendo como pélo principal a Area Central. Como conseqiiéncia de fatores exdgenos, que acarretaram grande migragéo e da falta de uma politica de desenvolvimento urbano, houve uma expansdo desor- denada da periferia, agravada pela formacao de vazios especulativos internos e pela falta de subcentros em reas populosas da Cidade. Por outro lado, a época de maior crescimento demografico e econémico da metropole coincidiu com um perfodo de crenga, no Pais e no exterior, de que o equacionamento do transporte urbano, mesmo nas grandes cidades, podia ser ba- seado no transporte privado. Esta postura muito contribuiu para que nao se empres- tasse grande énfase 4 implantagao de transportes de massa em Sao Paulo, e que a ampliagao do sistema vidrio fosse a grande tonica do perfodo. Mas a crénica defi- ciéncia de recursos nao permitiu expansdes significativas do sistema. No passado recente foram conseguidos aumentos considerdveis na capacidade do sistema vidrio. Contudo, as possibilidades de melhorias operacionais ja se esgo- taram na maioria dos casos, em se mantendo o atual sistema de transporte cole- tivo e a presenca dominante do automével. A partir de um certo ponto, s6 sao possiveis aumentos de capacidade, em termos de passageiros, utilizando coletivos, nio se viabilizando aumentos em termos de maior mtimero de veiculos no sistema. As caracteristicas da estrutura urbana e do sistema vidrio favoreceram a fun- co polarizadora da Area Central e sobrecarregaram os principais corredores ra- diais, Além disso, o transporte de parcelas crescentes da populagio de uma perife- tia cada vez mais distante faz com que se elevem os custos de transporte nfo sé para o usuério (tarifas), mas também para o Poder Publico, assim como aumenta © tempo de transporte para a populacao. O aumento dos custos de infra-estrutura e de operacdo de transportes, contraposto & diminuig&o real da renda ‘da popula- géio provoca um descompasso entre a tarifa e estes custos, 0 que resulta em ine- vitével queda do nivel de servico ofertado em termos de tempo de viagem, segu- ranga e conforto para o usuério. Como conseqiiéncia desse processo, se reforgou e consolidou 0 modelo radio- concéntrico, resultando em algumas caracteristicas que se verificam na atual estru- tura urbana: — 4 medida que nfo se complementaram ligagées transversais, a polarizagao de atividades se mantém marcadamente ao longo dos corredores. Em conseqiién- cia, nfo sO se mantém baixo 0 nivel geral de acessibilidade da cidade como um todo, com pequenos volumes de deslocamentos intersetoriais, como também se aumenta desnecessariamente o nivel de congestionamento do centro, passagem obri- gatéria desses deslocamentos; _— & medida que a populagéo residente nas areas desprovidas de comércio € servigos vé-se obrigada a se deslocar para a Area Central, gastando cada vez mais tempo nas viagens, uma vez que a expansio das atividdes tercidrias deuse apenas na direcdo das dreas residenciais das faixas de renda mais alta; a medida em que se privilegiaram abertura e melhoramentos de vias nas reas de urbanizagio mais consolidada, acentuaram-se na 4rea periférica as falhas cetraturais das vias, as descontinuidades de padréo, a caréncia de pavimentacio fadequada de numerosas vias importantes e a auséncia de dispositivos eficientes de controle de tréfego. Esta situagdo ¢ agravada pela inexisténcia de separacao funcional entre os tri- fegos das diferentes modalidades (carga, transporte coletivo, tréfego geral), resul. tado da utilizagio simultanea da mesma via por tréfegos com comportamento e yelocidades diferentes, 0 que acarreta diminuig&o das velocidades operacionais ¢ gera pontos de congestionamento, comprometendo o desempenho das diferentes modalidades de transporte. Por outro lado, a multiplicidade de Orgdos nas trés esferas governamentais tigados ao setor de transportes gera pluralidade de fungdes, 0 que resulta em falta de integrac&o entre os drgdos de planejamento, os 6rgaos executivos e ope- radores e os que tratam do uso do solo. Sistema Vidrio A andlise do sistema viério existente objetivou a obtencao de uma visto inte- grada dos problemas das diferentes modalidades de transportes procurou identi- ficar pontos onde eventuais intervencdes produzissem efeitos mais eficazes. ‘A andlise das insuficiéncias quanto @ capacidade do sistema vidrio mostrou grande comprometimento dos corredores radiais, na area mais central da Metrd- pole, utilizado por transporte coletivo e tréfego geral, além das Avenidas Paulista, Doutor Arnaldo, Heitor Penteado e as marginais dos rios Tieté e Pinheiros. ‘As descontinuidades fisicas da Rede Vidria principal aparecem nas 3 (trés) greas de urbanizagao diferenciada do Municipio, mas séo mais graves nos anéis intermediatio e periférico, devido a obstdculos fisicos, descontinuidades, pontos de estrangulamento ou insuficiéncia de ligagdes entre arteriais. ‘As descontinuidades da rede vidria estrutural, revelam as seguintes situac6es: a) inexisténcia de ligagdes entre corredores; p) inexisténcia de ligagées entre bairros e areas de oferta de emprego, como entre as 4reas residenciais da zona leste e os centros de empregos do ABC, de Guarulhos ou de outras regides do Municipio; c) inexisténcia de ligacdes adequadas a dreas isoladas como os conjuntos da. COHAB implantadas em areas mais periféricas, ou as dificuldades de acesso @ pairros isolados pelos bloqueios fisicos (RFFSA e rio Tieté por ex.). Outro aspecto relevante da andlise do sistema viério corresponde 20s trechos criticos de conflitos entre trdfego de diversas modalidades (carga, transporte co- Jetivo e tréfego geral), mostrando o comprometimento gerado pelo transporte e armazenamento de cargas, tais como os veriticados nas Areas de Vila Maria, Vila Guilherme, Coroa, Ipiranga, Modca, Bom Retiro, Barra Funda e Lapa. Nessas freas a interferéncia do caminhio no tecido urbano gera impactos negativos, como o comprometimento da qualidade de vida no entorno de suas areas de concen- tragdio, carga e descarga, deteriorando ainda a infraestrutura de equipamentos urbanos (pavimentac&o de redes subterraneas). Quanto as causas desse conflito entre modalidades, além de estrutura vidria radioconcéntrica, deve-se assinalar a utilizago inadequada do sistema vidrio. A inexisténcia de um esquema articulado de separagao funcional entre os tréfegos das diferentes modalidades, compromete nao apenas o desempenho do transpor- te coletivo, mas também o das outras modalidades. Persistem falhas estruturais no sistema viério principal, particularmente a insuficiéncia de ligagdes que articulem os eixos radiais, levando & prioridade de obras de complementacao e fechamento da malha. So assim seria possivel rom- per com a atual estrutura radioconcéntrica e induzir a uma nova estrutura urbana, Estas ligagdes entre os corredores radiais existentes acabarao formando um conjunto de anéis de ligacdo interbairros que, por sua vez, iréo proporcionar ligagdes mais diretas e de maior capacidade aos subcentros da Cidade fortalecen- do a polinucleagdo e atenuando, por conseguinte, a excessiva polarizagio exercida pelo Centro Principal Exemplos dessas ligagdes podem ser verificados no extenso programa de obras de novas ligagdes vidrias em andamento, especialmente aquelas que propor- cionam o fechamento do Anel Vidrio Principal, as duplicagdes de avenidas perifé- ricas e as avenidas de fundo de vale, que vém atender a ligagdes interbairros. Transportes Entre 1967 e 1977, ao mesmo tempo em que a populacéo do Municipio de Séo Paulo crescia de 5 para 7,6 milhées de habitantes, crescia também o nimero médio de deslocamentos de cada um desses habitantes, de 0,98 para 1,48 desloca- mentos/dia (no tocante aos motivos de viagem, observe-se que 48% do total dos deslocamentos do Municipio séo por motivo de trabalho). Ocorreu, portanto, um consideravel aumento do mimero total de deslocamentos realizados: 6,0 milhdes para 11,3 milhdes por dia, ou seja, um acréscimo de cerca de 90% na década. Por sua vez, essa tendéncia conduziu a uma notdvel alteracio na distribuicéo modal desses deslocamentos, em diregéo contraria ao preconizado pelos planos urbanfsticos e de transporte desenvolvidos na época. Com efeito os deslocamen- tos realizados por transportes coletivos, cairam de 63,5% do total em 1967 para 608% em 1977 Internamente 20 Municipio, 0 seu centro é ainda o grande polarizador de des- locamentos: o conjunto da Area Central expandida responde por cerca de 42,2% do total de deslocamentos. Lembrando que em 1967 esses deslocamentos repr sentavam 23,4% do total do Municipio, a sua composig&o atual indica a tendén- cia de centralizagao, em funcao de diversos fatores que se interagem: — a sua localizagao privilegiada em relago ao conjunto da aglomeracio, em termos de acessibilidade; — a concentracéo de equipamentos de interesse metropolitano Apesar da modalidade Onibus ter diminuido, entre 1967 e 1977, sua participa: c&o percentual no total de viagens de transportes coletivos (90,7% em 1967 contra 87,1% em 1977 e 75% em 1987), em termos absolutos o numero de deslocamentos didrios por Onibus quase dobrou no primeiro periodo, com um total de 2.128 m Thées de passageiros transportados em 1977 (ver Tabela 1). Naquele mesmo perio- do 1967/1977, a frota de énibus da CMTC cresceu 94%, ou seja, de 1,052 veiculos, e sua participagio aumentou de 17% para 21% do total de passageiros transpor- tados em 6nibus na Capital.

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