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LABORATÓRIO DE ANATOMIA

SISTEMA DIGESTÓRIO

SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório é o sistema do nosso corpo responsável pela condução dos


alimentos, pela quebra deles em partículas menores e então absorção dos seus
nutrientes. Para tanto, além de seus órgãos componentes, existem glândulas anexas
capazes de secretar substâncias que facilitem todo esse processo. Para além disso,
também é através do sistema digestório que o material não digerido é excretado.

1. COMPOSIÇÃO

• Cavidade oral: está relacionada, principalmente, com a ingestão, mastigação e


apreciação dos alimentos, que são manipulados pela língua;

• Faringe: é a parte expandida superior do sistema digestório, posterior às cavidades


nasal e oral e à laringe, sendo contínua com o esôfago na sua parte dista;

• Esôfago: responsável pela condução do alimento da faringe até o estômago;

• Estômago: realiza numerosas funções, incluindo o armazenamento temporário de


nutrientes ingeridos, quebra mecânica de alimentos sólidos e digestão química de
proteínas;

• Duodeno: corresponde à parte proximal do intestino delgado;

• Jejuno e Íleo: são o sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes
e secreção endócrina;

• Intestino grosso: é um tubo especializado na absorção hídrica de resíduos não


digeríveis para a formação de fezes semissólidas;

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• Glândulas anexas, como o fígado, pâncreas e glândulas salivares: desempenham


papel que vão desde a funções endócrinas até a digestão.

2. CAVIDADE ORAL

A cavidade oral é a porção do nosso corpo que atua, principalmente, na ingestão,


na mastigação e no processo de apreciação dos alimentos, que são manipulados pela
língua. Estende-se desde os lábios e bochechas (externamente) até os arcos
palatoglossos (internamente), a partir de onde ela se continua com a faringe (que vemos
na parte de Trato Respiratório Superior).
Essa cavidade ainda é delimitada: a) por um teto formado pelo palato, que ainda
é subdividido em um palato duro e um palato mole; b) por um assoalho, que fica abaixo
da parte móvel da língua e acima dos músculos milo-hióideos, sendo recoberto pela
mucosa oral; e, por fim, c) por paredes laterais, as quais são constituídas pelas
bochechas e pelos espaços retromolares.
Além disso, é importante saber que a cavidade oral pode ser dividida em 2
partes: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca

2.1. VESTÍBULO DA BOCA

O vestíbulo é uma fenda em formato de ferradura que se encontra entre os


dentes, a gengiva, os lábios e as bochechas e ele abriga uma quantidade variável de
pregas em formato de foice, as quais são produzidas por reflexões da mucosa oral,
contudo, normalmente essas pregas são em número de 2:

• Frênulo (ou freio) do lábio superior;


• Frênulo (ou freio) do lábio inferior.

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2.2. DENTES

Entre o vestíbulo e a cavidade própria da boca é onde se encontram os dentes,


que são estruturas rígidas que atuam realizando a mastigação e auxiliando na
articulação da fala. São em número de 32, estando divididos entre as duas arcadas
(superior e inferior), onde fixam-se aos processos alveolares presentes nas maxilas e na
mandíbula. No que tange à sua estruturação, tem-se que os dentes podem ser divididos
em 3 partes:

• Raiz;
• Colo;
• Coroa.

A raiz corresponde à porção do dente que se fixa ao processo alveolar. Já o colo


consiste na área de transição entre essa raiz e a coroa, que, por sua vez, é a região do
dente que fica exposta na boca e sobre a qual é possível delimitar 4 faces: a) a lingual,
que fica voltada internamente; b) as mesial e distal, através das quais os dentes estão
em contato uns com os outros; e c) a oclusal, que corresponde à superfície mastigatória.
Além disso, no interior dos dentes é possível encontrar a chamada cavidade
pulpar, a qual é delimitada em todos os lados pela dentina (tecido conjuntivo avascular
e mineralizado que compõe a maior parte do dente) e aloja tecido conectivo, vasos e
nervos.
Obs. em sua parte mais externa, a dentina é sempre revestida, mas na coroa, seu
revestimento recebe o nome de esmalte, enquanto na raiz, ele se chama cemento.

Os dentes ainda costumam passar por duas classificações: uma cronológica e


uma morfológica. Na classificação cronológica, eles são divididos entre descíduos (ou
primários) - que são os famosos dentes de leite - ou então permanentes (ou secundários)
- que são os típicos dos adultos. Já na classificação morfológica, são separados entre:
• Incisivos (que ideais para cortar);
• Caninos (que são pontiagudos e, por isso, laceram e perfuram);

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• Pré-molares;
• Molares (que possuem uma face oclusal plana, que os permite triturar os
alimentos).

Posteriormente aos dentes molares existe um espaço chamado de “espaço


retromolar”, que comunica o vestíbulo da boca com a cavidade própria da boca.

2.3. CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA

A cavidade própria da boca encontra-se internamente aos dentes, sendo o


espaço entre os arcos dentais maxilar e mandibular e o local em que é secretado o
conteúdo das glândulas salivares, as quais podem ser divididas entre menores e
maiores.
As glândulas menores, também chamadas de “acessórias”, são as labiais, as da
bocheca, as palatinas e as linguais.
Já as glândulas maiores (principais), por sua vez, são 3 em especial:

• Sublinguais;
• Submandibulares;
• Parótidas.

Um detalhe interessante é que a cavidade oral, quando fechada, encontra-se


quase que completamente preenchida pela língua.

2.3.1. LÍNGUA

A língua é um órgão muscular que participa dos processos de mastigação (já que
ela leva o alimento de um lado ao outro da boca), também no de deglutição, produção
da fala e na própria apreciação dos alimentos, pelo paladar.
Possui uma raiz (posterior e que está fixada ao osso hióide e à mandíbula) e um
corpo (anterior), cuja extremidade apresenta um ápice.

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Esse corpo possui duas faces: uma ventral e outra dorsal, sendo que essa face
dorsal é marcada por um sulco terminal em formato de “V”, cujos braços correm
anterolateralmente, na direção dos arcos palato-glossos, a partir de uma depressão
mediana chamada de “forame cego”.
Dessa forma, esse sulco acaba por dividir o dorso da língua em duas partes: uma
pós-sucal e outra pré-sucal. A porção pós-sucal, também chamada de “faríngea”,
corresponde ao 1/3 posterior da língua e, na posição anatômica, fica mais verticalizada,
de modo a se voltar para a orofaringe. Já a porção pré-sucal, por sua vez, também pode
ser chamada de “oral” e ela representa os 2/3 mais anteriores da língua, onde esse
órgão é mais horizontalizado e, por isso, fica voltado para o palato. Assim, é nessa
porção que a gente encontra as papilas linguais, que são de 4 tipos:

• Circunvaladas;
• Folhadas;
• Filiformes;
• Fungiformes.

Por fim, como viu-se que a língua é um órgão muscular, tem-se que ela é formada por
dois grupos de músculos: um intrínseco e outro extrínseco.
Os músculos intrínsecos são aqueles que se localizam completamente dentro da língua
e, dessa forma, acabam sendo os responsáveis por promover as alterações no formato
desse órgão. Eles são em número de 4:

• Longitudinais superior e inferior;


• Transverso;
• Vertical.

Já os músculos extrínsecos, por sua vez, são aqueles que possuem uma inserção na
língua e outra fora dela, de modo que conseguem fazer o deslocamento desse órgão
dentro da cavidade oral. Eles são em número de 5:

• Palatoglosso;
• Condroglosso;

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• Hioglosso;
• Genioglosso;
• Estiloglosso.

3. ESÔFAGO

O esôfago é um tubo muscular responsável por conduzir o alimento desde a


faringe até o estômago. Dessa maneira, possui cerca de 25cm de comprimento e 2cm
largura, estendendo-se de C6 até T11 em um trajeto tortuoso que acompanha a curva
da coluna vertebral ao atravessar as regiões do pescoço e dos mediastinos superior e
posterior.
Além disso, pode ser dividido em 3 porções: uma cervical, uma torácica e uma
abdominal, ao longo das quais se distribuem 3 constrições e 2 esfíncteres. Dessa forma,
antes de falar sobre cada uma dessas porções em específico, é importante que
compreender a diferença entre uma constrição e um esfíncter.
Esses dois termos fazem relação a uma mesma coisa: redução da luz de uma
estrutura. Contudo, no caso de uma constrição, essa redução ocorre devido à uma
compressão extrínseca, ou seja: algo aperta o órgão e reduz o seu lúmen. No caso do
esfíncter, o que acontece, na verdade, é uma hipertrofia na musculatura interna do
próprio órgão.

3.1. ESÔFAGO CERVICAL

O esôfago cervical corresponde à primeira porção desse órgão. Estende-se desde


a junção faringoesofágica (C6) até a abertura superior do tórax, apresentando um
trajeto encurvado para a esquerda e que é marcado pela presença da 1ª constrição, a
qual é realizada pela porção cricofaríngea do M. Constritor Inferior da Faringe e que
dista, em média, 15cm da arcada dentária superior.
Vale ressaltar, ainda, que essa compressão gerada pelo músculo, acaba
desencadeando uma resposta por parte da parede esofágica, a qual sofre uma
hipertrofia de sua musculatura, de modo a formar o 1º esfíncter, que é o esofagiano

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superior (EES). Isso implica dizer que a 1ª constrição coincide com o 1º esfíncter. Além
disso, viu-se lá na histologia que todos os órgãos do trato digestório possuem uma
parede composta necessariamente por 3 camadas, que de interno para externo são:

• Mucosa;
• Submucosa;
• Muscular:
▪ Interna (circular);
▪ Externa (longitudinal).

Compreender isso é muito importante aqui no esôfago cervical por 2 motivos: a)


primeiro, porque a camada muscular externa aqui é formada por músculo estriado
esquelético, ou seja, é de atividade voluntária; e b) segundo, pois observa-se no esôfago
cervical um certo desencontro das fibras musculares internas com as externas e isso
acaba gerando áreas de fragilidade nesse órgão. Essas áreas são:

• Trígono de Killian = corresponde à porção mais inferior da parte cricofaríngea do


músculo constritor inferior da faringe.
• Trígono de Laimer = está localizada entre o músculo cricofaríngeo e as fibras
longitudinais do esôfago.
• Área de Killian-Jamieson = situadas nas extremidades do músculo cricofaríngeo.

3.2. ESÔFAGO TORÁCICO

O esôfago torácico corresponde à segunda e maior porção desse órgão, uma vez
que se estende desde a abertura superior do tórax até o hiato esofágico (T10).
Dessa forma, encontra-se localizado nos mediastinos superior e posterior e
difere-se do esôfago cervical por apresentar um trajeto curvado agora para a direita (D)
e por ter sua camada muscular externa composta tanto por músculo estriado
esquelético, quanto por músculo liso.

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Sabe-se, ainda, que é nessa porção onde encontra-se a 2ª constrição, a qual é


formada pelo Arco Aórtico e pelo brônquio principal esquerdo (E), e dista cerca de
22,5cm da arcada dentária superior.

Observação: Há uma grande discordância na literatura no que tange a essa constrição.


Alguns dizem que essas duas estruturas promovem constrições que são contínuas entre
si e, portanto, devem ser consideradas como uma coisa só. Outras fontes defendem que
não: que a constrição aórtica dista 22,5cm da arcada dentária superior, enquanto que a
brônquica dista 27,5cm, o que dá uma diferença importante de 5cm entre elas, sendo
que (teoricamente) ficam mais nítidos os dois pontos de constrição quando olhamos o
esôfago por uma vista lateral. De todo modo, o que acontece é que do ponto de vista
endoscópico isso não tem muita importância, mas do ponto de vista cirúrgico, um objeto
empalado a 22,5cm é mais perigoso do que um a 27,5cm, já que está perto da Aorta.
Porém, independente disso, ao chegar próximo ao diafragma, o esôfago torácico se
curva para a esquerda e, então, se continua com o esôfago abdominal.

3.3. ESÔFAGO ABDOMINAL

O esôfago abdominal corresponde à 3ª e menor porção desse órgão, uma vez


que se estende desde o hiato esofágico até o óstio cárdico do estômago (na junção
esofagogástrica), medindo cerca de 1,25cm de comprimento.
Apresenta, ainda, um trajeto encurvado para a esquerda e uma camada muscular
externa formada apenas por músculo liso, o que implica dizer que possui atividade
involuntária. Além disso, essa porção é a única que se encontra revestida pelo peritônio
(que é uma camada de serosa que fica externamente àquelas 3 camadas: mucosa,
submucosa e muscular) e ainda é fixada ao hiato esofágico por meio do ligamento
frênico-esofágico.
Ligamento esse que advém da fáscia infradiafragmática. O que acontece é que o
Músculo Diafragma encontra-se revestido por uma fáscia supradiafragmática e outra
infradiafragmática (ou transversal), sendo que essa última divide-se e prolonga-se
formando os ligamentos frênico-esofágicos ascendente e descente, os quais tem como

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principal função: promover uma independência de movimentos ao esôfago e ao


estômago em relação aos movimentos fisiológicos da respiração e da deglutição.
Assim, no esôfago abdominal encontram-se a 3ª constrição e o 2º esfíncter
esofágico (o inferior, EEI). A constrição, aqui, é produzida pelo pinçamento
diafragmático e dista cerca de 40cm da arcada dentária superior, enquanto o esfíncter
coincide com a linha z, a qual marca uma transição abrupta da mucosa esofágica para a
gástrica, sendo que é importante frisar que não necessariamente essa constrição e esse
esfíncter coincidem.

4. ESTÔMAGO

O estômago é a parte expandida do trato digestório entre o esôfago e o duodeno


e que atua principalmente na digestão enzimática. Esse órgão encontra-se localizado,
principalmente, nas regiões de epigástrio e hipocôndrio E, podendo ainda estender-se
para o mesogástrio e para o flanco E, caso a pessoa encontre-se em decúbito dorsal.
Desse modo, é importante salientar que a posição desse órgão, bem como seu
tamanho e forma são influenciados por uma série de fatores como, por exemplo:

• Biotipo do individuo;
• Posição do corpo;
• Conteúdo ingerido;
• Tônus da musculatura gástrica e da parede abdominal anterior;
• Movimentos respiratórios;
• Posição das vísceras adjacentes.

Esse órgão ainda é caracterizado por apresentar 2 curvaturas e 2 incisuras. As 2


curvaturas são: a maior e a menor. Já as 2 incisuras, por sua vez, são a cárdica e a
angular, sendo que a incisura cárdica delimita o chamado “ângulo de His”, formado
entre o esôfago e o estômago. Assim, quanto mais afastado esses órgãos estiverem,
mais obtuso esse ângulo será e, com isso, acaba por favorecer o refluxo gastroesofágico.
Por outro lado, quanto mais próximos estiverem, mais agudo o ângulo será e isso o torna
o primeiro dos mecanismos antirrefluxo que se encontra no estômago.

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Esse órgão ainda pode ser dividido em 4 regiões anatômicas (não histológicas),
as quais são delimitadas por 3 linhas arbitrárias traçadas em sua superfície externa:

• 1ª linha: da incisura cárdica até a curvatura maior;


• 2ª linha: da incisura angular até uma endentação na curvatura maior;
• 3ª linha: acompanhando o sulco intermédio.

A partir disso, então, delimita-se a cárdia (que circunda o óstio cárdico, ao nível
de T11), o fundo, o corpo e, por fim, o piloro, sendo que essa última região ainda é
subdividida pela terceira linha em um antro e um canal pilórico.
É sabido que ao longo dessas 4 regiões, o estômago encontra-se revestido por
peritônio, exceto no local por onde passam os seus vasos sanguíneos, ou seja: suas
curvaturas. Inclusive, é justamente nessas curvaturas que se fixam os omentos maior e
menor, sendo que o omento maior fixa-se na curvatura maior, pende na cavidade
abdominal e retorna para fixar-se ao colo transverso. Já o omento menor, por sua vez,
é formado por 2 espessamentos:

• Ligamento Hepatogástrico (que se estende do fígado à curvatura menor);


• Ligamento Hepatoduodenal (que se estende do fígado até a porção superior
do duodeno e que representa um dos limites do forame omental ou forame
de Winslow).

A grande importância desse forame é que delimita a entrada da bolsa omental,


bolsa essa que consiste em uma reflexão de peritônio que se encontra posteriormente
ao estômago e permite o deslizamento desse órgão em relação às estruturas que
compõem o leito gástrico. Esse deslizamento é de grande importância porque o
estômago é um órgão que precisa de espaço para expandir-se, bem como apresenta
grande força contrátil.
Essa força, por sua vez, é proporcionada pela parede muscular desse órgão, que
- diferente da dos outros órgãos do trato digestório - é composta por 3 camadas:

• Longitudinal Externa;

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• Circular Intermédia;
• Oblíqua Interna.

Nota-se que próximo à região cárdica ocorre um encontro de fibras circulares


intermédias e oblíquas internas, formando o que se chama de “colar de Helvetius”, um
outro mecanismo que impede o refluxo do conteúdo presente na cavidade gástrica.
Cavidade essa que é marcada pela presença de um canal gástrico acompanhando a
curvatura menor, que fica mais visível quando em jejum.
Já do outro lado, observa-se a presença de uma série de pregas gástricas, que
são rugas que desaparecem durante a distensão e que também ajudam a impedir o
refluxo, em especial, aquelas que se organizam próximo à região cárdica e que formam
a chamada “roseta gástrica”.
Essa roseta colaba-se reduzindo a luz do óstio e consegue ser visto em
endoscopias, onde observa-se, ainda, que uma das pregas que a formam destaca-se por
ser maior e mais proeminente, que é a chamada “prega de Gubaroff”. Assim, tanto as
pregas gástricas, quanto a roseta gástrica e até a prega de Gubaroff representam
mecanismos antirrefluxo.
Então, compreende-se que a contração tônica da musculatura do pilar D do
diafragma e da parede esofágica inferior exerce uma pressão radial formando uma zona
eletiva de alta pressão (ZAP), que também é um dos mecanismos antirrefluxo.
A saber mais, a transição da mucosa esofágica para a gástrica é marcada por uma
linha chamada de “linha Z”, que é abraçada pelo pilar D do diafragma e ainda coincide
com o esfíncter esofagiano inferior (EEI), o qual representa o último dos mecanismos
antirrefluxo, sendo, inclusive, responsável por controlar todos os outros.

5. INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é o órgão que se encarrega por finalizar o processo de


digestão e por realizar a absorção da maior parte dos nutrientes adquiridos com a
alimentação. Estende-se desde o piloro até a junção ileocecal (a partir de onde une-se
ao ceco), de modo a apresentar cerca de 7m de comprimento, os quais se dividem em 3
partes: duodeno, jejuno e íleo.

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5.1. DUODENO

O duodeno corresponde à porção inicial do intestino delgado, sendo o trecho


mais curto, mais largo e mais fixo de todo esse órgão. Encontra-se entre os níveis de L1
a L3, estendendo-se desde a extremidade distal do canal pilórico até a flexura
duodenojejunal, apresentando, dessa maneira, um formato de “C” ao redor da cabeça
do pâncreas, o que lhe garante cerca de 20 a 25cm de comprimento, sendo que desses,
os 2cm iniciais são intraperitoneais, enquanto que o restante é classificado como
parcialmente retroperitoneal. É importante estabelecer que o duodeno ainda pode ser
dividido em 4 porções: superior, descendente, horizontal e ascendente.

5.1.1. PARTE SUPERIOR

A parte superior do duodeno encontra-se ao nível de L1, estendendo-se desde a


extremidade duodenal do piloro até a flexura duodenal superior, o que implica dizer que
possui cerca de 5cm de comprimento. Desses, os 2cm iniciais consistem na chamada
“ampola duodenal” ou “bulbo duodenal”, a qual apresenta uma certa mobilidade, é
intraperitoneal e ainda corresponde à única porção do intestino que é desprovida de
pregas circulares (as válvulas de Kerkering). Já seus 3cm distais diferenciam-se
justamente por não terem mobilidade, serem retroperitoneais e por já apresentarem as
pregas das quais foram citadas. Essa porção do duodeno ainda serve de fixação para os
2 omentos, o maior e o menor (nesse último caso, mais especificamente: o ligamento
hepatoduodenal).

5.1.2. PARTE DESCENDENTE

A parte descendente está à direita das vértebras de L1 a L3, estendendo-se desde


a flexura duodenal superior até a flexura duodenal inferior, o que lhe garante cerca de
8cm a 10cm de comprimento. É caracterizado por se curvar ao redor da cabeça do
pâncreas e por conter as papilas maior e menor.
A papila maior está entre 8cm e 10cm distalmente ao esfíncter pilórico e nela
que se abre a ampola hepatopancreática ou ampola de Vater, uma estrutura formada

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pela junção do ducto pancreático com o ducto colédoco e que marca a transição do
intestino embriológico anterior para o médio (uma informação importante quando tem-
se em vista que a origem embriológica determina o padrão de vascularização das
vísceras gastrointestinais). A papila menor, por sua vez, é inconstante, mas quando
presente, situa-se cerca de 2cm acima da papila maior e recebe o ducto pancreático
acessório (de Santorini).
Por fim, tem-se, ainda, que essa porção do duodeno também é retroperitoneal,
exceto na região em que é cruzada pela raiz do mesocolo transverso e, por conta disso,
não possui sua face anterior revestida por peritônio.

5.1.3. PARTE HORIZONTAL

Em relação à parte horizontal do duodeno, sabe-se que encontra-se ao nível de


L3, estendendo-se transversalmente da direita para a esquerda, desde a flexura
duodenal inferior até a junção com a parte ascendente (anteriormente à Aorta), o que
lhe confere cerca de 10cm de comprimento, também é retroperitoneal, exceto nos
pontos em que é cruzada pela raiz do mesentério e pelos vasos mesentéricos superiores.

5.1.4. PARTE ASCENDENTE

A quarta e última porção do duodeno corresponde à parte ascendente, que


apresenta cerca de 2,5cm de comprimento por ascender ao nível de L2, desde a junção
com a parte horizontal até a flexura duodenojejunal, a qual é sustentada pelo Ligamento
de Treitz. Ligamento esse que é formado por um componente fibroso e outro muscular.
O componente fibroso advém do próprio peritônio que o reveste, o componente
muscular é formado pelo Músculo Suspensor do Duodeno, formado por fibras de
músculo esquelético advindas dos pilares diafragmáticos, e fibras de músculo liso do
próprio duodeno.
A grande importância dessa estrutura muscular é que quando se contrai, ela
acaba aumentando o ângulo da flexura duodenojejunal, facilitando, assim, a passagem
do conteúdo intestinal.

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5.1.5. FÁSCIA DE COALESCÊNCIA

Além disso tudo, é pertinente saber que todos os órgãos secundariamente


retroperitoneais contam com uma estrutura chamada de “fáscia de coalescência”,
responsável por fazer a sua fixação à parede abdominal posterior. Diante disso, o
duodeno também possui uma dessas, que, inclusive, é a mesma que sustenta o
pâncreas.
Essa fáscia é formada pela fusão de duas lâminas de peritônio: uma que se
encontra posteriormente aos órgãos (fáscia retro-duodeno-pancreática (de Treitz)) e
uma que fica anteriormente a eles (fáscia pré-duodenopancreática (de Fredet)). A
grande importância dessas fáscias é que são avasculares e, por isso, podem ser
ressecadas durante cirurgias para aumentar a mobilidade dos órgãos, por exemplo.

5.2. JEJUNO E ÍLEO

O jejuno e o íleo são a porção distal do intestino delgado, de modo a representar


o sítio terminal de digestão de alimento, absorção de nutrientes e secreção endócrina.
São órgãos intraperitoneais que se encontram fixados à parede abdominal
posterior por meio do mesentério do intestino delgado e juntos medem entre 6 e 7m
de comprimento, sendo que seus 2/5 proximais correspondem ao jejuno, enquanto seus
3/5 distais correspondem ao íleo.
Dessa forma, compreende-se que o jejuno se inicia na flexura duodenojejunal e
ao longo do seu trajeto ocupa predominantemente o quadrante superior esquerdo do
compartimento infracólico. O íleo não possui um início bem definido, contudo,
encontra-se principalmente no quadrante inferior direito do compartimento infracólico
e estende-se até unir-se ao ceco através da junção ileocecal, sendo que seus 30cm
proximais a essa junção consistem no chamado “íleo terminal”, o qual caracteriza-se
por apresentar funções específicas.

Observação: um exemplo da atuação do íleo terminal é com relação à vitamina B12. O


que acontece é que nosso corpo não consegue absorver essa vitamina, daí o estômago

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produz uma molécula chamada de “fator intrínseco”, a qual se prende à B12 e consegue
ser absorvida justamente no íleo terminal.

5.2.1. DIFERENÇAS JEJUNO x ÍLEO

Como comentou-se, não há uma distinção clara que marque a transição do


jejuno para o íleo, contudo, essas duas porções do intestino delgado apresentam 8
características morfológicas que as diferem entre si:

• Cor = o jejuno é mais avermelhado do que o íleo (por conta da vascularização,


como já vamos ver);

• Calibre = o jejuno possui um calibre maior (externo: 4cm / interno: 2,5cm) do


que o íleo (externo: 3,5cm / interno: 2cm);

• Parede = diante das medidas do calibre, a parede do jejuno é mais espessa.

• Pregas circulares = no interior desses órgãos, existem as chamadas válvulas de


Kerckring, que são estruturas responsáveis por aumentar a superfície absortiva
e lentificar o trânsito intestinal, porém estão em maior quantidade no jejuno;

• Vasos = os vasos retos que irrigam o jejuno são maiores;

• Vascularização = em contrapartida, os vasos mais curtos do íleo se anastomosam


bastante, tornando sua vascularização mais complexa;

• Nódulos Linfoides = o íleo possui mais nódulos linfoides (placas de Peyer) em


sua parede - possivelmente por conta de sua proximidade com o intestino
grosso, órgão no qual encontra-se uma grande quantidade de microorganismos;

• Gordura = o íleo também tem uma maior quantidade de gordura em seu


mesentério.

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6. INTESTINO GROSSO

O intestino grosso é um tubo especializado na absorção hídrica de resíduos não


digeríveis para a formação de fezes semissólidas e estende-se desde a junção ileocecal
até o orifício anal, de modo a formar uma moldura ao redor das alças do intestino
delgado, do qual se diferencia por:

• Mais fixo;
• Mais calibroso;
• Pequenas projeções de tecido adiposo chamadas “apêndices omentais”;
• Musculatura longitudinal concentrada em 3 faixas chamadas de “tênias”:
▪ Mesocólica (que se fixa ao mesocolo transverso e ao
mesossigmoide);
▪ Omental (que se fixa aos apêndices omentais);
▪ Livre (não se fixa a nada).

É parcialmente por conta dessas tênias que as paredes do intestino grosso se


encontram pregueadas devido a presença das saculações (ou haustrações), as quais são
produzidas justamente durante a contração dessas faixas musculares. Além disso, o
intestino grosso ainda pode ser dividido em:

• Ceco;
• Apêndice Vermiforme;
• Colo Ascendente;
• Colo Transverso;
• Colo Descendente;
• Colo Sigmoide;
• Reto;
• Canal Anal.

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6.1. CECO

O ceco, então, é a primeira parte do intestino grosso e consiste em uma bolsa


intestinal de fundo cego que mede cerca de 7,5cm de comprimento e de largura.
Localiza-se na fossa ilíaca D, abaixo da papila ileal e é intraperitoneal, porém não possui
meso, o que confere uma relativa liberdade de movimento. Porém, apesar disso, ainda
é preso à parede abdominal por meio das pregas cecais de peritônio.
Além disso, temos que é justamente no ceco que se abre a parte terminal do íleo,
através da junção ileocecal. Sendo que o óstio ileal, em seu interior, é guardado por uma
estrutura que recebe o nome de “papila ileal”, a qual é composta por 2 lábios:

• Ileocólico (superior);
• Infracólico (inferior).

Esses dois lábios unem-se entre si nas laterais e, a partir disso, formam os
frênulos do óstios ileal. Uma coisa interessante é que no cadáver, costumam apresentar-
se em formato semilunar, mas em vivo formam um padrão em roseta ou trevo na
mucosa. A aproximadamente 2cm abaixo dessa papila, tem-se o óstio do apêndice
vermiforme.

6.2. APÊNDICE VERMIFORME

Apêndice esse que é um divertículo intestinal de fundo cego, que apresenta


grande quantidade de tecido linfoide, o que nos leva a pensar que desempenha alguma
atividade imunológica, ainda que secundária.
Possui cerca de 6cm a 10cm de comprimento e origina-se na face posteromedial
do ceco, inferiormente à junção ileocecal. Quanto ao seu posicionamento, sabe-se que
isso é bastante variável, mas, de modo geral, encontra-se em posição retrocecal.
O apêndice também é intraperitoneal e, por isso, está fixado à parede abdominal
por meio de um meso chamado de “mesoapêndice”.

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6.3. COLO ASCENDENTE

A segunda porção do intestino grosso é o colo ascendente. Estende-se do ceco


até a flexura cólica D (ou hepática), de modo que possui aproximadamente 50cm de
comprimento e um calibre menor que o do ceco.
O colo ascendente é considerado uma estrutura retroperitonal, uma vez que é
recoberto pelo peritônio apenas na sua superfície anterior e nos lados, de modo que
acaba revestindo um sulco vertical profundo chamado de “sulco paracólico D”, mais
comumente conhecido como “goteira parietocólica D”, a qual se situa entre a face
lateral do colo ascendente e a parede abdominal adjacente.

6.4. COLO TRANSVERSO

O colo transverso corresponde à terceira e mais longa porção do intestino


grosso, uma vez que se estende desde a flexura hepática até a flexura esplênica, o que
lhe garante, em média, 50cm de comprimento.
Além disso, o colo transverso possui uma posição bastante variável dentro da
cavidade abdominal e é a porção mais móvel. Mas apesar disso, ele está ligado a outras
estruturas da cavidade abdominal através de três ligamentos:

• Ligamento frenocólico (o liga ao diafragma);


• Ligamento gastrocólico (o liga ao estômago);
• Ligamento esplenocólico (o liga ao baço).

Considerado um órgão intraperitoneal, apresenta um meso: o mesocolo


transverso, o qual se adere a parede posterior da bolsa omental e tem sua raiz contínua
com o peritônio parietal posteriormente.
Dessa forma, o colo transverso e o seu meso dividem a região abdominal nos
compartimentos supramesocólico e inframesocólico.
Vale ressaltar, ainda, que a porção final do colo transverso (entre seu 2º e 3º
terço) é um marco anatômico que define a transição entre os intestinos embriológicos
médio e posterior.

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6.5. COLO DESCENDENTE

Fazendo parte já desse intestino embriológico posterior, então, tem-se o colo


descendente, que corresponde à quarta porção do intestino grosso e estende-se da
flexura esplênica até a fossa ilíaca E, mede aproximadamente 25cm de comprimento.
O colo descendente (assim como o ascendente) é considerado uma estrutura
retroperitoneal e forma um sulco paracólico E (ou goteira parietocólica E), que se situa
entre sua face lateral e a parede abdominal adjacente.

6.6. COLO SIGMOIDE

Continuando-se do colo descendente, tem-se à quinta porção do intestino


grosso: o colo sigmoide, que é uma alça em forma de “S” com comprimento variável.
Estende-se desde a fossa ilíaca E até a junção retossigmoide (ao nível de S3) e é
considerado intraperitoneal, assim, possui um meso que é o mesossigmoide. Além disso,
é a última porção do intestino onde é possível encontrar as tênias e os apêndices
omentais.

6.7. RETO

Agora desde a junção retossigmoide ao canal anal, tem-se a porção mais fixa do
intestino grosso, que é o reto. Localiza-se na pelve e estabelece 3 relações diferentes
com o peritônio:

• 1/3 superior é intraperitoneal;


• 1/3 médio é retroperitoneal;
• 1/3 inferior é subperitoneal.

Dessa forma, apresenta seu próprio meso, que é o mesorreto e, apesar de seu nome, o
reto é marcado por 5 flexuras:

• 2 dobras (flexuras anteroposteriores):


▪ Flexura Sacral do Reto;
▪ Flexura Anorretal do Canal Anal.

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• 3 curvaturas (flexuras laterolaterais):


▪ Flexura Superior;
▪ Flexura Intermediária;
▪ Flexura Inferior.

Apresenta, também, as chamadas “pregas retais”, que podem ser longitudinais


(desaparecem quando ele se distende) ou transversais (chamadas de “válvulas de
Houston” e que são permanentes). E sua porção distal é mais distendida, formando
assim a ampola do reto.

6.8. CANAL ANAL

A porção terminal do intestino grosso e do trato digestório é o canal anal, o qual


se encontra colabado, exceto durante a passagem das fezes e se estende da face
superior do diafragma da pelve até o ânus. Ao longo desse trajeto, apresenta seus terços
superior e médio sendo circundados pelo Músculo Esfíncter Interno (que é voluntário),
enquanto seus terços médio e inferior são circundados pelo Músculo Esfíncter Externo
(que, por sua vez, é voluntário).
Essencial saber, ainda, que no seu interior, encontram-se as chamadas “colunas
anais (de Morgagni)”, que são produzidas pelos ramos terminais da A. e V. Retais
Superiores, que entre elas delimita-se os seios anais.
Por outro lado, unindo as extremidades inferiores dessas colunas, encontra-se as
válvulas anais e, desse modo, as válvulas associadas aos seios delimitam a chamada
“linha pectinada”, que é um importante marco embriológico entre o intestino posterior
e o proctodeu embrionário.

7. MESENTÉRIO

O mesentério é um órgão dobrado de forma compacta em formato de leque


dentro da cavidade abdominal e que está relacionado à regulação de cascatas
fibronolíticas e inflamatórias, além de participar no processo de coagulação e no sistema
imunológico.

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Possui um tecido móvel e rico em células-tronco (o que possivelmente está


associado à patogênese de doenças abdominais) e ainda se responsabiliza por
suspender e fixar os intestinos à parede abdominal posterior, de modo a favorecer o
trânsito intestinal e impedir seu desabamento na cavidade pélvica. Contudo, para
conseguir isso, conta com o auxílio de uma estrutura chamada “meso”.
O meso corresponde a uma dupla prega de peritônio que reveste os órgãos
intraperitoneais e depois se fixa à parede abdominal posterior, de modo a criar um
espaço entre suas lâminas, sendo que é justamente nele que se encontra o mesentério.
Entendido isso, tem-se que o mesentério se estende desde a flexura
duodenojejunal até o reto, carregando estruturas vasculonervosas e linfáticas além de
certa quantidade de tecido adiposo. E embora seja contínuo ao longo de toda a sua
extensão, o meso que o delimita recebe nomes diferentes, de acordo com o órgão ao
qual está associado. Dessa forma, temos:

• Mesocolo Ascendente;
• Mesocolo Transverso;
• Mesocolo Descendente;
• Mesossigmóide;
• Mesorreto;
• Mesentério do Intestino Delgado (só para ressaltar: esse é o nome do meso que
delimita a parte do órgão mesentério que está associado ao intestino delgado).

Observação: sendo que os mesocolos ascendente, descendente e a parte curva do


mesossigmóide são achatados contra a parede abdominal posterior e, então,
reabsorvidos.

8. FÍGADO

O fígado é a maior glândula do nosso corpo e o segundo maior órgão (perdendo


apenas para a pele). Na vida fetal, apresenta atividade hematopoiética, enquanto na
vida adulta volta-se para o armazenamento de glicogênio, produção da bile e ainda atua

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realizando uma série de funções metabólicas como, por exemplo, a produção de uma
proteína chamada “albumina”.

Observação: inclusive, a albumina serve como um marcador funcional hepático, ou seja,


caso o paciente esteja baixa dessa proteína, isso indica uma provável insuficiência
hepática.
O fígado apresenta um formato de cunha com uma coloração marrom-
avermelhada e uma consistência que varia de macia a firme. Pesa de cerca 1,5kg em
adultos e, apesar de ser considerado um órgão friável, encontra-se revestido por uma
cápsula fibrosa chamada de “cápsula de Glisson”.
O fígado possui 2 faces: uma diafragmática (posterossuperior) e uma visceral
(anteroinferior), as quais ajudam a estabelecer a posição anatômica desse órgão, que
fica contido na cavidade abdominal, estendendo-se pelas regiões de hipocôndrio D,
epigástrio e, a depender do seu tamanho, pode atingir até o hipocôndrio E. Dessa forma,
o fígado acaba estabelecendo algumas relações anatômicas, inclusive com o peritônio.

8.1. ÁREA NUA

O peritônio parietal ascende pela parede abdominal anterior e, ao chegar na face


inferior do diafragma, reflete-se e passa a revestir a face diafragmática do fígado. É
justamente essa reflexão que forma a lâmina anterior do ligamento coronário.
Na parte posterior, o peritônio visceral reveste a face visceral do fígado, daí
continua pela face disfragmática e, então, sofre outra reflexão para poder revestir a
parede abdominal posterior. Essa outra reflexão, por sua vez, corresponde à lâmina
posterior do ligamento coronário.
Diante disso, entende-se que essas duas lâminas do ligamento coronário se
unem lateralmente formando os ligamentos triangulares D e E e, assim, acabam por
delimitar a área nua do fígado, que consiste em uma porção da superfície hepática que
não é revestida por peritônio.

Observação: justamente por conta da grande extensão dessa área, que a gente tem
dificuldade em classificar o fígado como sendo um órgão intra ou retroperitoneal.

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8.2. RECESSOS HEPÁTICOS

As reflexões sofridas pelo peritônio, associadas às próprias relações anatômicas


do fígado, acabam formando alguns espaços chamados de “recessos hepáticos”, que
são melhor visualizados em um corte sagital. Esses recessos são em número de 3:

• Subfrênico;
• Sub-hepático;
• Hepatorrenal.

O recesso subfrênico encontra-se entre o fígado e o diafragma e, de um modo


geral, não é muito bem visualizado - exceto quando há alguma situação patológica
como, por exemplo, pneumoperitônio, ou seja, ar dentro da cavidade peritoneal.
O recesso sub-hepático, por sua vez, encontra-se logo abaixo do fígado e
continua posterossuperiormente com o recesso hepator-renal (bolsa de Morrinson),
que é o recesso que separa o fígado dos órgãos abdominais que fazem relação com a
sua face visceral.

8.3. FACES

Aliás, por falar em face, como viu-se, o fígado possui 2 delas: uma diafragmática
posterossuperior e uma visceral anteroinferior, sendo que são separadas por uma
margem inferior aguda.

8.3.1. FACE DIAFRAGMÁTICA

A face diafragmática é lisa e convexa e se relaciona com a concavidade da face


inferior do diafragma. É parcialmente coberta por peritônio (exceto na sua área nua) e
apresenta 4 ligamentos: o coronários e os triangulares D e E (que já foi citado) e o
ligamento falciforme, que é o responsável por fixar o fígado à parede abdominal
anterior.

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8.3.2. FACE VISCERAL

A face visceral também apresenta um revestimento peritoneal, exceto na fossa


da vesícula biliar e na porta do fígado, que é por onde as estruturas vasculares e ductais
entram e saem desse órgão. Por possuir muito mais relações anatômicas do que a face
diafragmática, acaba apresentando uma série de impressões e fissuras. No caso das
impressões, tem-se 7:

• Esofágica;
• Gástrica;
• Duodenal;
• Fossa da vesícula biliar;
• Cólica;
• Renal;
• Suprarrenal.

Em relação às fissuras temos 2 fissuras sagitais, uma D e uma E. A fissura sagital


D é marcada inferiormente pela fossa da vesícula biliar, e superiormente pela fossa da
VCI. A fissura sagital E é marcada inferiormente pelo ligamento redondo (de Teres) - que
é o remanescente da V. Umbilical - e superiormente é marcada pelo ligamento venoso -
remanescente do ducto venoso. Por fim, unindo essas fissuras entre si, há uma 3ª fissura
hepática chamada de “transversal”, o que acaba por formar o que se chama de “H
hepático”.
Essa última fissura, então, é muito importante, pois é por ela que passa a tríade
portal. Tríade essa que se agrupa no ligamento hepatoduodenal, anteriormente ao
forame omental (de Winslow) e que é formada por 3 estruturas:

• V. Porta;
• Ducto Hepático Comum;
• Hepática Própria.

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8.4. DIVISÃO ANATÔMICA

Compreender essas fissuras e ligamentos do fígado ainda é de grande


importância pois acabam por dividir esse órgão em lobos anatômicos.
Na face diafragmática, o ligamento falciforme é o responsável por dividir o fígado
em um lobo D (maior) e outro E (menor), sendo que essa divisão, na face visceral é
realizada pela fissura sagital E.
As fissuras sagital D e transversal acabam por delimitar outros 2 lobos acessórios
que são o caudado (posterossuperior) e o quadrado (anteroinferior).
O lobo caudado recebe esse nome por apresentar um processo papilar em forma
de cauda e ainda e caracterizado por possui um processo caudado, que o une ao lobo D.
O lobo quadrado localiza-se no lobo anatômico D, contudo, funcionalmente faz parte
do E - isso porque além da divisão anatômica, o fígado apresenta ainda uma divisão
funcional, mas para entendê-la, precisa-se conhecer a vascularização desse órgão.

8.5. DIVISÃO FUNCIONAL

O fígado pode ser dividido em várias porções que são funcionalmente


independentes umas das outras, ou seja, cada uma delas recebe seu próprio ramo da
Veia Porta e da Artéria Hepática e ainda é drenado por seu próprio ducto biliar, ou seja,
cada um consegue comunicar-se diretamente com a tríade portal.
Toda essa independência entre as porções, acaba por torná-las cirurgicamente
ressecáveis, ou seja, pode-se retirar qualquer uma e isso não causará nenhum prejuízo
ao restante do órgão. É justamente por isso que é tão importante a gente compreender
essa divisão. Dessa forma, tem-se que as Veias Hepáticas D, Intermédia e E separam o
fígado em 4 partes: lateral D, medial D, medial E e lateral E.
Por outro lado, existe um plano que corta o fígado transversalmente e, dessa
forma, acaba dividindo essas partes em uma porção superior (que se projeta para
posterior) e outra inferior (que se projeta para a anterior). A única exceção é a parte
medial E, que não é dividido por esse plano transverso. Ao invés disso, só separa o lobo
caudado, que corresponde ao primeiro segmento hepático.

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Dessa forma, seguindo no sentido horário a partir do caudado, tem-se 8


segmentos hepáticos:

• Segmento I = lobo caudado;

• Segmento II = segmento posterior lateral E;

• Segmento III = segmento anterior lateral E;

• Segmento IV = segmento medial E;

• Segmento V = segmento anterior medial D;

• Segmento VI = segmento anterior lateral D;

• Segmento VII = segmento posterior lateral D;

• Segmento VIII = segmento posterior medial D.

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Conduto, há de se convir que um cirurgião não conseguirá enxergar essa divisão


toda quando se deparar com o órgão em sua frente, uma vez que os referenciais
adotados são todos intraparenquimatosos. Foi pensando justamente nisso que se criou
uma divisão funcional mais prática e que é adotada pelos cirurgiões na hora de fazer a
ressecção. Consiste em 1 linha oblíqua, 2 verticais e 2 horizontais:

• Linha oblíqua: segue desde a margem medial da vesícula até o porto mais
superior do ligamento falciforme;
• 1ª linha vertical: acompanha o ligamento falciforme;
• 2ª linha vertical: segue da margem lateral da vesícula biliar até a parte mais
superior do fígado;
• 1ª linha horizontal: segue da metade da parte direita do fígado até encontrar-se
com a linha oblíqua;
• 2ª linha horizontal: segue da metade da linha vertical sobre o ligamento
falciforme até a margem esquerda do fígado.

Observação: como pode-se concluir, na divisão funcional prática, não é possível


identificar o primeiro segmento hepático, até porque ele fica na porção mais posterior
da face visceral.

9. VIAS BILIARES

As vias biliares consistem em um sistema de vasos e ductos que transportam e


armazenam a bile - uma secreção amarelo-acastanhada ou verde, produzida nos

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hepatócitos e armazenada na vesícula biliar e que atua promovendo a emulsificação da


gordura. Mas como é isso?
Bem… a bile não possui função enzimática, ou seja, não digere a gordura, apenas
aumenta a superfície de contato de suas gotículas e as armazenam em moléculas
chamadas de micelas para que, dessa forma, haja um aumento na eficiência da digestão
(feita pelas lipases) e da absorção da gordura (ocorrida no duodeno).
Uma vez entendido isso, compreende-se que as vias biliares costumam ser
divididas em duas porções: a árvore biliar intra-hepática e a árvore biliar extra-hepática,
onde a porção intra-hepática é constituída por:

• Canalículos biliares;
• Ductos biliares interlobulares;
• Ductos biliares coletores;
• Ductos hepáticos D e.

Enquanto a porção extra-hepática é formada por:

• Ducto Hepático Comum;


• Vesícula Biliar;
• Ducto Cístico;
• Ducto Colédoco.

9.1. ÁRVORE BILIAR INTRA-HEPÁTICA

A bile é produzida nos hepatócitos e despejada nos canalículos biliares, que são
os espaços presentes entre as células hepáticas. Feito isso, a bile segue para os ductos
biliares interlobulares, que ficam situados na periferia do lóbulo hepático, e, em seguida,
é coletada pelos ductos biliares coletores, os quais fazem parte da tríada portal intra-
hepática juntamente com os ramos da Artéria Hepática e com as tributárias da Veia
Porta. Esses ductos coletores, então, confluem para formar os ductos hepáticos D e E,
que se encarregam por drenar os lobos funcionais D e E (respectivamente) do fígado.

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Observação: o lobo caudado do fígado pode drenar tanto para o ducto hepático D
quanto para o E.

Por fim, a confluência desses dois últimos ductos dá origem ao Ducto Hepático
Comum, o qual deixa o fígado e, assim, inicia a árvore biliar extra-hepática.

9.2. ÁRVORE BILIAR EXTRA-HEPÁTICA

Nessa porção, tem-se que o ducto hepático comum passa por entre as lâminas
do omento menor carregando a bile e essa secreção, a partir daí, pode seguir
diretamente para o ducto colédoco ou ser armazenada na vesícula biliar.
Vesícula essa que consiste em um divertículo em forma de cantil com fundo cego,
possuindo de 7cm a 10cm de comprimento, de modo a conseguir abrigar, em média,
50mL de bile. Encontra-se localizada na face visceral do fígado (mais especificamente:
na fossa da vesícula biliar) e, por conta disso, acaba sendo parcialmente revestida pelo
peritônio que recobre esse órgão.

Observação: até por conta dessa íntima relação da vesícula biliar com o fígado, é comum
haver alguns ductos biliares acessórios (de Luschka) que drenam a bile do fígado
diretamente para dentro da vesícula biliar.

A vesícula ainda pode ser subdividida em:

• Fundo (mais largo e arredondado);


• Corpo;
• Infundíbulo (também chamado de “Bolsa de Hartmann”);
• Colo (onde encontra-se cristas oblíquas que formam um sulco espiral, contínuo
com a válvula espiral do ducto cístico).

Esse ducto cístico, por sua vez, é o responsável por ligar o colo da vesícula biliar
com o ducto hepático comum. Desse modo, também passa entre as lâminas do omento
menor e apresenta cerca de 3cm ou 4cm de comprimento.

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No ponto em que o ducto cístico se une com o ducto hepático comum, então,
tem origem o ducto colédoco, o qual possui entre 5cm e 15cm de comprimento e
aproximadamente 6mm de diâmetro.
Esse ducto desce posteriormente a parte superior do duodeno e situa-se na face
posterior da cabeça do pâncreas. Feito isso, na sua porção terminal se une com o ducto
pancreático principal (de Wirsung), formando, assim, a chamada “ampola
hepatopancreática (de Vater)”, a qual se abre na papila maior da porção descendente
do duodeno e é circundada pelo músculo esfíncter de Oddi, que participa do mecanismo
de enchimento da vesícula biliar juntamente com a válvula espiral do ducto cístico.
O que acontece é que quando o esfíncter de Oddi se contrai, a bile fica impedida
de entrar no duodeno. Por conta disso, a válvula espiral garante que o ducto cístico
ficará aberto e aí, a musculatura da vesícula sofre uma contração que acaba criando uma
pressão negativa, que suga a bile para seu interior.

10. PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula do sistema digestório que possui função mista, ou


seja, apresenta tanto atividade endócrina (produzindo e secretando insulina e
glucagon), quanto atividade exócrina (produzindo e secretando enzimas digestivas).
Encontra-se na cavidade abdominal, mais especificamente: nas regiões de
epigástrio e hipocôndrio E, situado ao nível das vértebras L1 e L2 e apresenta entre 12cm
e 15cm de comprimento, uma vez que se estende transversal e superiormente desde o
duodeno até o hilo do baço, de modo a passar por trás do estômago, compondo, assim,
o leito gástrico.
Além disso, o pâncreas é um órgão retroperitoneal e que apresenta um formato
de língua achatada, sendo mais espesso em sua extremidade medial (cabeça) e mais
delgado na extremidade lateral (cauda).
Entendido isso, é importante saber que esse órgão pode ser dividido em 4
porções, de medial para lateral: cabeça, colo, corpo e cauda. Mas nem sempre foi assim.
O que acontece é que no desenvolvimento embriológico do pâncreas logo no início,
apresentava 2 brotos: um ventral e um dorsal. O dorsal correspondia à maior parte da
glândula, enquanto o ventral, menor, é que dá origem ao processo uncinado.

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LABORATÓRIO DE ANATOMIA
SISTEMA DIGESTÓRIO

No momento em que o duodeno começa a rotacionar para assumir o aspecto de


“C”, acaba levando o broto ventral para trás. Depois de um tempo, então, os dois brotos
fundem-se, de modo que os seus ductos se anastomosam entre si.

10.1. SISTEMA DE DUCTOS

Esse sistema é formado por dois ductos: o ducto pancreático principal e o ducto
pancreático acessório.

10.1.1. DUCTO PANCREÁTICO PRINCIPAL

O ducto pancreático principal, também chamado de ducto de Wirsung, estende-


se por todo o pâncreas e termina unindo-se ao ducto colédoco para formar a ampola
hepatopancreática (de Vater), que desemboca na porção descendente do duodeno
através da papila maior.
Contudo, antes de haver essa união, apresenta na sua porção mais distal o
músculo esfíncter do ducto pancreático, que atua promovendo a regulação da espessura
dessa ampola.

10.1.2. DUCTO PANCREÁTICO ACESSÓRIO

Além do ducto pancreático principal, há também o ducto pancreático acessório


que ainda pode ser chamado de “ducto de Santorini” e corresponde a um ducto menor
que costuma desembocar no ducto principal, mas há casos em que se abre diretamente
na papila menor, localizada na porção descendente do duodeno (a qual está em íntimo
contato com a cabeça do pâncreas).

10.2. CABEÇA

A cabeça corresponde à porção mais espessa e mais larga do pâncreas e


encontra-se à direita do plano mediano, aderida ao duodeno, pois, como sabe-se, esse
órgão realiza um trajeto em formato de “C” ao redor dela.

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SISTEMA DIGESTÓRIO

É nessa porção que se encontra o processo uncinado, o qual apresenta uma


origem embriológica diferente do restante da glândula e, até por conta disso, é a única
porção do pâncreas que fica posteriormente aos vasos mesentéricos superiores.

10.3. COLO

O colo do pâncreas é limitado pelos vasos mesentéricos superiores e encontra-


se justamente na frente da região em que a Veia Mesentérica Superior se une com a
Veia Esplênica para dar origem à Veia Porta. Essa porção do pâncreas que se encarrega
por unir a cabeça desse órgão ao seu corpo.

10.4. CORPO

Corpo esse que é a parte mais longa do pâncreas e que está em íntimo contato
com a Veia Esplênica, uma vez que se situa anteriormente à desembocadura na Veia
Mesentérica Inferior, nessa veia.

10.5. CAUDA

A cauda do pâncreas corresponde à parte mais estreita e lateral desse órgão e


encontra-se entre as lâminas do ligamento esplenorrenal.

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