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Proposta de síntese de material

(Zeólita Na-X)

Alunos (DRE):
Ana Leticia da Silva Espindola (120034088)
Luiz Henrique Maistrelo (120039101)

Disciplina:
Inorgânica Experimental 1

Turma:
IQG350

Professores:
Marta Eloísa Medeiros
Thiago Custódio dos Santos

Instituto de Química
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Abril, 2023
1. Objetivo:
Sintetizar zeólita Na-X, a partir dos reagentes de partida aluminato de sódio e
silicato de sódio, para realização de adsorção de íons metálicos através do
mecanismo de troca iônica realizada nos sítios de cátions porosos do mineral.

2. Materiais:

2.1 Equipamentos/vidraria:

Balança
Espátula
Placa de aquecimento e agitação
Bastão magnético
Béquer de polipropileno
Vidro de relógio
Estufa
Dessecador
Água destilada

2.2 Reagentes de Partida/periculosidade:

Na2SiO3 1
Não apresenta ingredientes perigosos conforme o Regulamento (EC) No.
1907/2006.

NaOH 2
Corrosão cutânea (Categoria 1A)

(CH3COO)2Al(OH) 3
Lesões oculares graves (Categoria 1)
Perigoso ao ambiente aquático – Crônico (Categoria 3)

2.3 Produtos/ periculosidade

NaAlO2 4
Corrosão por metal (Categoria 1)
Irritação cutânea (Categoria 1A)

Nan(AlO2)n(SiO2)192-n
De acordo com Anexo XIII do Regulamento REACH, as substâncias inorgânicas não
requerem avaliação 5.

3. Método Experimental:

É necessário, primeiramente, sintetizar o aluminato de sódio (BALKUS,


1991)6. Para tal, é pesada a massa de 5,51 g de acetato básico de alumínio e 2,4 g
de hidróxido de sódio, com o auxílio de uma balança e uma espátula. Essas massas
são adicionadas a um béquer de polipropileno de 250 mL, junto com 9 mL de água
destilada. Sobre esse béquer, é posicionado um vidro de relógio (para evitar perdas
de água) e esse sistema é, então, submetido à agitação e a aquecimento leve
(abaixo de 80ºC) em um banho maria com óleo, até que um gel claro seja
observado. Junto a isso é realizado o preparo de uma solução de silicato de sódio,
com a pesagem de 6,103 g de sal de silicato de sódio diluído em 6 mL de água
destilada.

Assim que a solução de aluminato de sódio resfriar a temperatura ambiente


será misturado com a de silicato de sódio para então formar a zeólita. O recipiente
deve ser, então, agitado com uma espátula até que a mistura esteja homogênea.
Posteriormente, essa mistura é transferida para um frasco de polipropileno,
tampado, selado, e levado até uma estufa a 90ºC. A estufa não deve ser aberta
constantemente para evitar flutuações na temperatura. O tempo de permanência da
solução na estufa será entre 3-4 horas.

Após esse período, a solução é deixada à temperatura ambiente, até ser


resfriada. Posteriormente, essa solução será lavada com água destilada para
neutralizá-la, seguido de filtração a pressão reduzida. Após as lavagens os cristais
de zeólita serão deixadas no dessecador para secar e então poderão ser aplicadas
em aulas posteriores.

Após seco iremos testar o material sintetizado fazendo reagir com cloreto de
cobre, em uma solução padronizada de 0,01 mol.L-1 e medir sua taxa de adsorção.

3.2 Reações envolvidas:

3.2.1 Síntese de Aluminato de Sódio:

(CH3COO)2Al(OH) + NaOH → NaAlO2 + 2CH3COO-


3.2.2 Síntese da Zeólita Na-X:

Na2SiO3 + NaAlO2 —> Nan(AlO2)n(SiO2)192-n

3.2.3 Troca catiônica realizada entre Zeólita Na-X e CuCl2:

Nan(AlO2)n(SiO2)192-n + nCuCl2 —> CunNa-2n(AlO2)n(SiO2)192-n + 2nNaCl

3.3 Cálculos estequiométricos:

3.3.1 Pesagem de Silicato de Sódio:


[SiO2] MM: 60,08 g/mol
massa: 3 g
[NaOH] MM: 39,99 g/mol
massa: 2,4g
[Na2SiO3] MM: 122,06

SiO2
1 mol — 60,08 g
x mol — 3 g
x= 0,05 mol

NaOH
1 mol — 39,99 g
x mol — 2,4 g
x = 0,06 mol

Imaginando 0,05 mol sintetizado do produto


Na2SiO3
1 mol — 122,06 g
0,05 mol —x
x = 6,103 g será pesado na balança

3.3.2 Síntese de Aluminato de Sódio:


[(CH3COO)2Al(OH)] MM: 162,08 g
mol: 0,034 mol
[NaOH] MM: 39,99 g/mol
massa: 2,4g
[NaAlO2] MM: 81,97 g/mol

(CH3COO)2Al(OH)
1 mol — 162,08 g
0,034 mol — x g
x = 5,51 g

NaOH
1 mol — 39,99 g
x mol — 2,4 g
x = 0,06 mol

NaAlO2
1 mol — 81.97 g
0,034 — x g
x = 2,79 g

3.3.3 Reação de troca catiônica:


Para cada íon cobre adsorvido menos 2 íons de sódio serão retirados do mineral

4. Discussão da proposta de síntese e de caracterização:

4.1 Discussão do método proposto:

Há inúmeros tipos de zeólitas e inúmeros tipos de aplicação. As zeólitas


de interesse, chamadas de Faujasitas, a X e a Y, apresentam estruturas
cristalinas idênticas. A Faujasita pode ocorrer na natureza, mas é rara. A sua
estrutura consiste em dez gaiolas conectadas por eixos hexagonais prismas ou
unidades de seis anéis duplos, como visto na figura 1. Essa porosidade é o que
facilita a adsorção. Mesmo tendo a mesma estrutura, as zeólitas tipo X e Y mostram
características distintas entre si, tanto na
sua composição química quanto nas suas
propriedades físicas e químicas. Estas
diferenças residem principalmente na
relação Si/Al, na qual esta varia de 1 a 1,5
para a zeólita X e 1,5 a 3 para Y. Esta maior
quantidade de alumínio na estrutura da
zeólita X confere uma maior capacidade de
troca catiônica. Já a maior quantidade de
silício na zeólita Y, reflete uma maior estabilidade térmica e hidrotérmica 7.
Uma vez que a relação 1:1,5 é usada para Zeólita Na-X sua fórmula molecular
pode ser representada da seguinte forma Nan/x(AlO2)n(SiO2)192-n , onde x
representa a valência do metal, (neste caso 1), indicando que a quantidade de
aluminato e sódio serão iguais e a de silicato terá essa quantidade
multiplicado por 1,5 como mostrado na relação.

O método proposto (BALKUS, 1991)6 é reprodutível em laboratório uma


vez que pode ser realizado em um curto tempo, entre 2-4 horas, utilizando
equipamentos mais comuns. Deve-se ter uma atenção acentuada no
processo de síntese, uma vez que não poderá se utilizar vidrarias, e sim,
utensílios de polipropileno devido o meio estar bastante alcalino. Uma vez que
a síntese é realizada com aquecimento, o uso de polietileno poderia levar a
acidentes, já que esse material não suporta altas temperaturas, podendo
rachar.

Como o laboratório de graduação não dispõe do reagente sílica gel,


mas tem disponível o silicato de sódio, essa etapa de síntese desse sal não
será necessária. Notando a estequiometria utilizada no artigo, onde utiliza-se
0,05 mol de sílica gel, será igualmente pesado 0,05 mol de silicato de sódio,
para reagir com aluminato de sódio. O isopropóxido de alumínio também não
está disponível no laboratório, por isso no lugar do mesmo será usado o
acetato de alumínio como fonte de alumínio (o artigo menciona que pode
haver outras fontes do mesmo). No artigo de referência, foi pesado 0,034 mol
de isopropóxido de alumínio, e a relação estequiométrica será mantida a
mesma, pesando-se também 0,034 mol do acetato básico de alúminio, ou
seja, 5,51 g.

Após a síntese, outro cuidado que se deve ter é com a filtração. A


solução não deverá ser colocada no funil de Buchner diretamente, pois o
papel filtro pode reagir com o mineral por está muito básico, por isso o
material será neutralizado primeiro.

4.2 Proposta de caracterização do material:

Após a secagem, a caracterização do material por DRX será realizada. A


técnica será importante para determinar quão próxima a síntese está
estruturalmente do desejado, usando como referência base de dados da literatura.
Será possível, por exemplo, se obter a distância interplanar do mineral através da
fórmula d = nλ/2𝑠𝑒𝑛θ. As supercaixas ou α são esferas possuem diâmetro interno de
12 Å, às quais se ingressa por aberturas formadas por 12MR (anéis de 12 membros)
de diâmetro igual a 7,4 Å, e um sistema de canais formado pela conexão alternada
de caixas sodalitas ou β e supercaixa α, a qual se penetra por aberturas de 4MR.
Com DRX também é possível interpreta o quão cristalino estará o material,
tomando ciência de que com mais tempo na estufa mais cristalinidade é obtida

5. Proposta de aplicação:

Compostos que conferem uma capacidade de troca iônica como zeólita


tipo-X podem ter uma aplicação verde, como por exemplo a retirada de íons
metálicos tóxicos ou radioativos de efluentes contaminados, trocando esses
cátions pelos íons presentes no composto. A zeólita Na-X possui essa
capacidade, trocando íons presentes em solução por íons sódio. Neste
trabalho, será utilizada uma solução padrão 0,01 mol.L-1 contendo íons Cu2+
para testar essa capacidade de troca iônica do material sintetizado. A solução
será analisada pela técnica de UV-visível antes e após a aplicação do mineral
trocador iônico para verificar sua eficiência ao longo do tempo.

5.1 Método da proposta de aplicação:

Uma solução padrão de 0,1 M de CuCl2 será preparada em um béquer.


Dessa solução, serão retiradas alíquotas para fazer outras quatro soluções de
concentrações menores, por meio de diluição. Essas cinco soluções serão
pontos de uma curva de calibração feita em um equipamento de UV-visível,
escolhendo o comprimento de onda em que esse composto apresenta maior
absorção. Essa solução de 0,1 M (de coloração azul), ao ser analisada pela
técnica de UV- Visível, terá um resultado de intensidade de absorção.

Em um outro béquer contendo um volume específico da solução 0,1 M,


será aplicada uma massa pesada do mineral sintetizado, a zeólita. Como
ocorre a troca catiônica, é esperado que os íons cobre II sejam substituídos
por íons sódio, o que ocasionará o descoramento da solução, de azulada, por
conta do cobre, para transparente.

O mineral será retirado da solução por meio de uma filtração à pressão


reduzida. A solução restante, após a retirada do mineral, será novamente
analisada pela mesma técnica, para determinar a concentração (menor,
conforme esperado) dessa solução após a troca iônica.

6. Referências Bibliográficas:

1. Merck, Químicos - FISPQ. Ficha de dados e segurança. Disponível em:


https://www.icb.ufmg.br/institucional/administracao-central/gerencias/residuos/fispq-fi
chas-de-informacoes-de-seguranca-de-produtos-quimicos/326-silicato-de-sodio/file.
Acesso em: 17 maio 2023

2.SIGMA-ALDRICH. Ficha de dados e segurança. Disponível em:


https://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/hidroxido%20de%20sodio.pdf. Acesso em: 17
maio 2023

3. Safc. Ficha de dados e segurança. Disponível em:


https://sites.unipampa.edu.br/laboratoriosuruguaiana/files/2022/11/acetato-de-alumini
o.pdf. Acesso em: 17 maio 2023

4. Alquimia - Produtos químicos para inds. ltda. Ficha de dados e segurança.


Disponível em:
https://alquimiaprodutosquimicos.com.br/wp-content/uploads/2021/12/Aluminato-de-s
odio-FISPQ-90371.pdf. Acesso em: 17 maio 2023

5. ThermoFisher scientific. Ficha de dados e segurança. Disponível em:


https://www.alfa.com/en/msds/?language=PT&subformat=CLP1&sku=45876 Acesso
em: 17 maio 2023
6. Kenneth J. Balkus, Kieu T. Ly. The Preparation and Characterization of an
X-Type Zeolite. Journal. Chem. Educ. outubro de 1991 v. 68 n. 10 p. 875-877. DOI:
https://doi.org/10.1021/ed068p875. Disponível em:
https://pubs.acs.org/doi/10.1021/ed068p875. Acesso em: 17 maio 2023

7. Sibele B. C. Pergher. et al. Materiais Magnéticos Baseados em Diferentes


Zeólitas para Remoção de Metais em Água Quim. Nova, v. 28, n. 5, 751-755,
2005. Disponível em: https://quimicanova.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=3166.
Acesso em: 17 maio 2023

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