Professional Documents
Culture Documents
Livro Resignificando 2k
Livro Resignificando 2k
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574
São Paulo
HA Edições Literárias
2022
4
5
6
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
1 Graduado em Belas Artes pela Universidade Estadual de Brera, em Milão. Mestre em Gestão
Cultural pela Universidade de Valencia e pela Universidade Politécnica de Valencia - Espanha.
Doutor em Difusão do Conhecimento - PPGDC - (Universidade Federal da Bahia – UFBA et al.)
e em Indústrias da Comunicação e Culturais na Universidade Politécnica de Valencia - UPV -
Espanha. Pós-Doutor no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (UA)
- Portugal.
12
13
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.1
14
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
da prática proposta.
Previamente, realizou-se o planejamento da oficina, visando promover a
autonomia, a cooperação e o interesse, além de fortalecer o vínculo dos
discentes com os usuários do CAPS. O planejamento deu-se por meio de uma
reunião entre os discentes responsáveis pela oficina, na qual foi procedida uma
revisão intencional da literatura, a fim de compreender como se dá a oficina
terapêutica lúdica e dialogada.
Em um primeiro momento, foi escolhido um local dentro do CAPS, para a
realização da oficina. Posteriormente, reunidos todos os usuários, os discentes
se apresentaram e foi explicado como funcionaria a oficina com os balões,
contextualizando a importância das oficinas na rotina diária de vida dos usuários.
Em seguida, foram distribuídos um balão, uma caneta e papel para cada usuário,
de modo que eles pudessem escrever o seu maior sonho, que deveria ser
depositado dentro do balão, que seria enchido e amarrado.
O propósito da dinâmica era caminhar em círculo dentro do espaço que
foi estabelecido, jogando o balão para cima, evitando que o mesmo estourasse
e o sonho se esvaziasse. Inicialmente, a atividade foi executada com esforço,
pois alguns balões estouraram. Mas, seus respectivos donos puderam recuperar
seu sonho, enchendo outro balão.
Como suporte metodológico para esta oficina, tivemos como auxílio o
campo da psicologia, que contribui com os conhecimentos de Carl Gustav Jung,
para compreender os sonhos. Jung foi um psiquiatra e psicoterapeuta suíço que
fundou a psicologia analítica. Ele propôs e desenvolveu os conceitos da
personalidade extrovertida e introvertida, dos arquétipos e do inconsciente
coletivo, além de propor que sonhos revelam muito mais do que ocultam (JUNG,
2008).
18
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.2
25
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.3
INTRODUÇÃO
36
traz resultados benéficos à saúde humana. Por esse motivo, é tão importante
respeitar e conhecer as diferenças existentes entre a ciência e a religião,
entendendo, por exemplo, a distinção entre conceitos básicos de medicação e
remédio, para que seja possível ampliar o olhar acerca dessa temática. Assim,
os medicamentos configuram-se como produtos feitos a partir de fármacos, que
têm como objetivo um efeito benéfico, produzidos para fins comerciais, com
finalidade terapêutica, que consiste na cura de uma doença ou na melhora dos
seus sintomas, podendo, de igual modo, ter outras ações, como a profilática,
ajudando na prevenção de doenças e auxiliando em diagnósticos usados em
exames, para que se possa determinar a presença ou a ausência de
determinada doença (GUIMARÃES; TAVEIRA, 2014). Já "remédio" tem um
conceito um pouco mais amplo, pois abrange qualquer coisa que faça o indivíduo
se sentir melhor, desde um medicamento até uma massagem ou uma
fisioterapia.
O processo de cura abrange fé e crenças, como a bênção de um pastor
ou o trabalho de uma benzedeira. Preparações caseiras também são
consideradas remédios, mas não medicamentos, como um chá ou uma
compressa (GUIMARÃES; TAVEIRA, 2014). Ou seja, os benefícios ao indivíduo
podem vir de várias formas, por meio de métodos químicos (medicamentos),
físicos (massagem, radioterapia), preparações caseiras ou qualquer outro
procedimento, ou por recursos espirituais.
Desse modo, todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é
um medicamento (GUIMARÃES; TAVEIRA, 2014). Nesse âmbito, entender
sobre os aspectos culturais dos rituais de cura é de suma importância, uma vez
que o ritual, palavra derivada do latim ritualis, é considerado uma ação
relacionada ao misticismo e à religião, que pode ser praticado individualmente
ou não. O ritual pode ser cerimonial, quando há a necessidade de uma
preparação quanto ao local, à vestimenta, aos materiais e aos instrumentos
utilizados; ou psíquico, quando se pretende interferir e/ou transformar algo no
mundo físico. Os rituais de cura, que existem em diversas culturas e são
marcados por experiências religiosas singulares, possuem algumas diferenças
de acordo com as atribuições de sentidos dadas pelas comunidades que os
criam e recriam cotidianamente, possibilitando a disseminação dos preceitos
religiosos entre as comunidades, como forma de afirmação das suas crenças e
38
MATERIAIS E MÉTODOS
39
RESULTADOS E DISCUSSÃO
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
41
REFERÊNCIAS
42
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.4
44
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
PREVITALI, F.; ALLEN, L. D.; VARLAMOVA, M. Not Only Virus Spread: the
Diffusion of Ageism during the Outbreak of COVID-19. Journal of Aging &
Social Policy, p. 1–9, 6 jun., 2020. Disponível em:
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/08959420.2020.1772002. Acesso
em: 23 nov. 2022.
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.5
53
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.6
61
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
dos temas, realiza-se uma votação entre os temas propostos, que será eleito
como o tema da roda daquele dia (REIS, 2017).
A construção desses espaços, sobretudo, pautados no respeito e não
julgamento, estimulam e beneficiam a adesão dos estudantes. Estudos
corroboram ao afirmarem que a implantação/implementação efetiva de rodas de
terapia comunitária nas universidades podem ser um meio de manejo de
situações estressantes. Além disso, as rodas possuem um grande potencial de
melhorar o rendimento acadêmico e reduzir o abandono/evasão dos estudos
(ALBUQUERQUE, 2021).
Nesse sentido, a TCI constitui-se como um espaço de articulação e de
busca de soluções compartilhadas, para problemas que são de todos, como
também de prevenção para problemas futuros, possibilitando a construção de
redes de apoio social, que tornam o indivíduo e a comunidade mais autônoma.
É justamente a metodologia dessa prática que torna eficiente o cenário
acadêmico, pois o compartilhamento de situações pelos estudantes, com pares
que possam compreender e até mesmo estar vivenciando o mesmo problema,
faz com que se diminua o sentimento de solidão, amenizando o sofrimento
(FARIA et al., 2018).
Além da TCI, a auriculoterapia vem ganhando evidência na diminuição de
índices de estresse e de angústia na população. Essa prática é composta por
técnicas terapêuticas complementares, preventivas e curativas à saúde. A
auriculoterapia age por meio de pontos reflexos da orelha sobre o sistema
nervoso central. A estimulação mecânica da orelha, nas áreas inervadas,
principalmente, pelo ramo auricular do nervo vago, é efetiva na redução de
sintomas patológicos. Dessa maneira, é capaz de atuar em várias desordens do
corpo, por meio da estimulação por pressão digital, com sementes, microesferas,
cristais ou agulhas (USICHENKO et al., 2020).
Estudos afirmam que a auriculoterapia pode ser utilizada como um
tratamento complementar para a ansiedade em estudantes universitários, visto
que o período universitário é repleto de situações capazes de desencadear
sintomas de ansiedade. Além disso, os autores enfatizam o uso dessa PIC não
somente na população de estudantes universitários, apontando que essa
intervenção pode ser utilizada também em outros cenários (SILVA et al., 2021).
Os autores consentem ainda sobre os principais fatores associados à
67
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, a realização desta revisão suscita uma reflexão sobre a real
necessidade de desenvolvimento e de implementação de estratégias e
intervenções que possam mitigar o sofrimento experienciado por universitários,
que lidam com conflitos interiores, cobranças e outros aspectos emocionais
dentro da academia.
Ressalta-se, ainda, que tais fatores podem repercutir não só no
rendimento acadêmico do aluno, mas, sobretudo, no seu estado de saúde e,
especificamente, no seu psicológico. Dito isto, são evidentes as contribuições
das PICs na saúde mental desse público. A TCI, por exemplo, está notadamente
mais presente nos ambientes educacionais, favorecendo o percurso formativo
de estudantes, uma vez que são capazes de reduzir a carga de estresse e de
angústia provenientes da formação.
Ademais, a bibliografia torna claro o papel das rodas na saúde mental de
universitários. Mediadas pela escuta qualificada, elas proporcionam ao
estudante a partilha de emoções e de sentimentos, a criação de vínculos, a
restauração da autoestima, a construção do autocuidado, a ressignificação dos
seus problemas e, consequentemente, a busca de novas soluções.
Desta maneira, espera-se que esta revisão possa promover discussões
importantes sobre a implantação de programas perenes de promoção da saúde
mental, no âmbito universitário, com vistas à inclusão das Práticas Integrativas
e Complementares, como espaços de escuta, acolhimento e cuidado de
estudantes universitários. Além do que, considerando que é dever da
comunidade acadêmica zelar por um ambiente emocionalmente saudável, a
inserção dessas práticas, dentro da rotina da instituição, acarretará melhora no
desempenho escolar e no bem-estar dos estudantes.
69
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.7
72
INTRODUÇÃO
Frente a essa situação, o presente estudo tem como objetivo traçar o perfil
dos óbitos por infarto agudo do miocárdio, no estado da Bahia, no período
compreendido entre 2016 e 2020. Espera-se, a partir das informações obtidas
neste estudo, conhecer o perfil dos óbitos por infarto agudo do miocárdio no
Estado da Bahia, bem como os dados sociodemográficos dos pacientes
acometidos, além de fornecer aos gestores informações sobre indicadores de
mortalidade por infarto agudo do miocárdio úteis, para a formulação de políticas
públicas e para a qualificação dos profissionais de saúde no processo de
educação permanente voltada para a prevenção das doenças cardiovasculares.
74
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O levantamento dos dados foi realizado, a fim de traçar o perfil dos óbitos
por infarto agudo do miocárdio (IAM) no estado da Bahia, no período
compreendido entre 2016 e 2020. O período foi escolhido por ser o último mais
atualizado deste banco de dados, quando realizado o estudo. Foram coletados
dados referentes à faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade, estado civil e local
de ocorrência.
No período estudado, foram registrados 24.907 óbitos por IAM de pessoas
residentes no estado, passando de 4.444, no ano de 2016, para 5.390, em 2020,
o que representa um aumento de 21,3% no número de mortes por IAM no
período. Ao considerar o total geral de óbitos registrados no estado, nesse
mesmo tempo (n = 469.396), aqueles por IAM representaram 5,31%.
Calculando-se por anos, passou da proporção de 5,05%, em 2016 (n = 4.444),
para 5,03%, em 2020 (n = 5.390).
No ano de 2020, durante o período pandêmico por COVID-19, houve
redução de aproximadamente 40% nas internações hospitalares por infarto
agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral nas unidades de emergência
dos Estados Unidos e da Espanha (MELO et al., 2020). Acredita-se que, no
Brasil, este cenário epidemiológico tenha contribuído para o déficit de
diagnósticos de doença cardiovascular decorrente da redução dos
procedimentos eletivos.
Conforme o Gráfico 1, o número de óbitos, entre os indivíduos do sexo
masculino, foi maior do que entre o sexo feminino. Estudo, realizado por Santos
et al. (2013), encontrou resultado semelhante, em que a taxa de mortalidade
média padronizada para o Brasil no sexo masculino foi 1,75 vezes maior do que
a do sexo feminino, realidade que também foi observada em todas as regiões
geográficas do país.
Segundo dados do IBGE, no ano de 2013, 78% das mulheres afirmaram
ter procurado atendimento de saúde, nos últimos 12 meses, em relação a 63,9%
dos homens. A adesão aos cuidados de saúde pode ser fundamental para a
identificação precoce de fatores de risco, no que diz respeito às doenças
cardiovasculares (SILVA et al., 2013).
76
Gráfico 1: Proporção de óbitos, segundo sexo, no estado da Bahia, no período de 2016 a 2020.
15,0
10,0
5,0
0,0
2016 2017 2018 2019 2020
OBITOS TOTAIS POR IAM MASC. FEM.
Faixa Etária Fa %
30 a 39 anos 549 2,2
40 a 49 anos 1646 6,6
50 a 59 anos 3444 13,9
60 e + 19130 77,2
Total 24769 100
Cor/raça
Branca 5150 22,0
Preta 3589 15,3
Amarela 79 0,3
Parda 14548 62,1
Indígena 62 0,3
Total 23428 100
Escolaridade
Nenhuma 6933 35,5
1 a 3 anos 5955 30,5
4 a 7 anos 3374 17,3
8 a 11 anos 2563 13,1
12 anos e mais 720 3,7
Total 19545 100
Estado civil
Solteiro 5701 26,1
Casado 8683 39,8
Viúvo 5014 23,0
Tabela 2. Local de ocorrência dos óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio no estado da Bahia, no
período de 2016 a 2020.
Local ocorrência N %
Hospital 13074 52,5
Outro estabelecimento de
saúde 2315 9,3
Domicílio 8430 33,9
Via pública 528 2,1
Outros 542 2,2
Total 24889 100
Fonte: Ministério da Saúde/DATASUS/SIM (2022).
79
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo proporcionou conhecer o perfil dos óbitos por infarto agudo
do miocárdio (IAM), no estado da Bahia, no período de 2016 a 2020,
evidenciando que, durante o intervalo em questão, houve leve aumento do
número de óbitos por IAM com predominância dos óbitos em pessoas do sexo
masculino; em sua maioria idosos; de cor parda; estado civil casado; sem
nenhum nível de escolaridade; ocorrendo, majoritariamente, em instituições
hospitalares.
Esses resultados são de grande utilidade para a formulação de políticas
públicas para prevenção, controle e tratamento dessa patologia silenciosa, que
apresenta alta taxa de mortalidade. Esses dados também podem ser utilizados
para estimular a qualificação dos profissionais no processo de educação em
saúde voltada para a prevenção das doenças cardiovasculares, para a qualidade
do serviço prestado aos pacientes e para a redução da mortalidade por IAM no
estado da Bahia.
Vale ressaltar que o estudo apresenta limitações, uma vez que envolvem
dados secundários, que repercutem na qualidade e na completude do modo
como eles são apresentados.
80
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.8
84
INTRODUÇÃO
LETRAMENTO
Isso ocorre devido ao fato, por exemplo, de terem pessoas que sabem
87
produzir histórias, mas não sabem como escrevê-las; outras que já têm o
domínio da escrita e da leitura, mas não fazem o uso dessas tecnologias. É um
tema muito complexo, porque, no primeiro caso, o indivíduo é letrado por saber
produzir algo, que é parte do letramento, mas lhe falta o conhecimento da leitura
e da escrita como tecnologias necessárias para o registro desse algo.
Nesse sentido, discutiremos, na próxima seção, conceitos que tocam a
questão da existência de níveis de conhecimento, por exemplo: entre a pessoa
que é alfabetizada e não faz uso da leitura nem da escrita, e da pessoa que não
é alfabetizada, mas que compreende a sua importância e faz uso destas, mesmo
que necessite de ajuda para tal.
88
Alfabetização e Letramento
Ainda de acordo com Soares (2009), uma pessoa pode ser letrada e não
ser alfabetizada, e ser alfabetizada e não ser letrada. A alfabetização é saber ler
e escrever, já o letramento vai além de saber ler e escrever, é saber
corresponder-se adequadamente no contexto das práticas sociais. Nesse
sentido, uma criança pode ser analfabeta e ser letrada. Por exemplo: no
momento em que ela pede para alguém escrever por ela e dita a mensagem, ela
não sabe escrever, mas conhece a função da escrita e a exerce. Da mesma
forma, observa-se o letramento quando a criança tem acesso aos livros e,
mesmo não sabendo ler, cria suas próprias histórias. Nessa atividade, ela está
fazendo o uso do letramento. Pode acontecer também de o indivíduo ser
alfabetizado e não ser letrado; sabe ler e escrever, mas não sabe fazer o uso da
leitura nem da escrita nas práticas sociais (SOARES, 2009).
No processo educacional, o esperado é que haja uma alfabetização
letrada, que é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura
e da escrita, pois a linguagem é um fenômeno social, assunto que será discutido
a seguir.
90
linguagem bem desenvolvido, o que pôde ser percebido nos diálogos coerentes
que praticava com todos à sua volta, porém entendemos que essa habilidade de
interação estaria ainda mais bem desenvolvida se estivesse interagindo com os
coleguinhas, no ambiente escolar presencial.
Em uma das ocasiões em que estava sendo observada, Ana arrancou o
rótulo de um suco de garrafa e jogou fora. Quando sua mãe perguntou se ela o
havia arrancado, ela disse que sim e, na sequência, dirigiu a pergunta à mãe do
porquê da preocupação com o rótulo, se era porque lá estaria o modo de preparo
do suco. Essa pergunta ocorreu em razão do fato de Ana ter estudado, dias antes
desse acontecimento, o conteúdo sobre gênero textual, especificamente o
gênero receita, quando Ana, juntamente com sua mãe e irmã mais nova, fizeram
uma receita de brigadeiro, seguindo a receita que foi enviada pela professora.
Foi uma aula lúdica e divertida, e principalmente importante, pois Ana entendeu
o que é uma receita, para que serve, sendo um texto, que se utiliza de palavras
para constituir uma mensagem a ser passada a alguém.
Segundo Nogueira Filho (apud SANTOS et al., 2020, p. 55),
O ensino remoto não deve se resumir a plataformas de aulas online,
apenas com vídeos, apresentações e materiais de leitura. É possível
(e fundamental!) diversificar as experiências de aprendizagem, que
podem, inclusive, apoiar na criação de uma rotina positiva que oferece
a crianças e jovens alguma estabilidade frente ao cenário de muitas
mudanças. Envolvimento das famílias também é chave, já que poderão
ser importantes aliados agora e no pós-crise.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.9
102
INTRODUÇÃO
1 São unidades públicas estatais estabelecidas pela municipalidade fora do escopo preconizado
pelo Sistema único de Assistência Social - SUAS, cujas unidades públicas estatais são
nominadas de CRAS, CREAS e Centro Pop. Cada NAS tem coordenação própria e é gerido pelo
CRAS responsável pelo território de abrangência em que aquele está situado.
2 A Prefeitura de Goiânia possui uma unidade pública estatal de acolhimento institucional para
participar da pesquisa. Uma por motivo de saúde, vez que foi recentemente diagnosticada com
104
carcinoma e as outras duas, sem alegar motivos menos fúteis, não se colocaram à disposição.
As demais, num total de 05 (cinco) assistentes sociais encontravam-se de licença, seja médica,
para tratamento de saúde, ou para mandato classista, ou, à disposição de outros órgãos, e 02
(duas) lotadas em instâncias que não compõem o SUAS.
105
1O que, infelizmente, não significa que não houve violência de gênero uma vez que como já
mencionado o gênero, a raça, as relações de classe são categorias estruturantes da/na
sociedade brasileira (ROSADO-NUNES, 2021).
106
Figura 1: Idade
Fonte: As Autoras.
1A relevância deste concurso público para a política social pública de assistência social está salientada
em pesquisa consubstanciada na dissertação intitulada “Tendências do pragmatismo na política social
pública de assistência social em Goiânia” (TEIXEIRA, 2017).
109
Fonte: As Autoras.
Fonte: As Autoras.
Foto: Pesquisadores de Apoio1
1 Este artigo é um resultado parcial da pesquisa doutoral em curso que contou com
Pesquisadores de Apoio, grupo formado por profissionais de Serviço Social e estudantes, uma
da graduação e um do ensino médio que foram responsáveis pelas degravações das entrevistas
e pela preparação dos arquivos degravados que foram inseridos no Iramuteq, um software livre
de análise de dados.
114
comunidade”.
Dessa maneira, o grupo de estudo/supervisão técnica vai muito além de
gerar melhoras em seus meios sócio-ocupacionais, mas também produz e
produzirá resultados que reverberarão no bem-estar físico, mental e social das
profissionais, assegurando-lhes, sem dúvida, melhor qualidade de vida.
116
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. Trad.:: Christine
Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. Recife: SOS Corpo, 1992. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/generodh/gen_categoria.html.
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.10
121
INTRODUÇÃO
podendo ser um objeto até um indivíduo que tem um significado que vai além do
seu sentido, podendo levar o ser humano para diferentes realidades, muitas
vezes não sendo definido em palavras, mas algo que revela mistérios e uma
experiência com o transcendente. Uma tradição que se remete a figura de Deus,
é a ideia de que ele seja como o vento, onde não podemos ver, mas podemos
sentir, isso remete ao símbolo, uma forma de trazer e de representar esse
contato com o sagrado, onde nem todos os elementos existentes no cotidiano
podem ser considerados como simbólicos, esse tendo que representar o
sagrado, sendo uma lente que se vê aquilo que não é visível para nossos olhos
(CROATTO, 2010, p. 88) .
Alguns símbolos remetem a fé de cada indivíduo, trazendo o seu local de
fala e compartilhando de um sentimento de representatividade. No caso das
benzedeiras, são apresentados diferentes crenças, como o uso de santos
católicos, esses distribuídos em altares, das festas de reis, das congadas e de
outros elementos que fazem parte da cultura tradicional goiana, onde ao tratar
sobre essas práticas se percebe os espaços da fé, seja pelo uso de uma cruz,
uma corrente, cordões, seja pela roupa que utiliza em seus rituais e nas práticas
religiosas, seja pela forma como se pronunciam as palavras, tudo isso são
elementos simbólicos sendo fatos sociais (CROATTO, 2010) por isso ao se falar
sobre as benzedeiras, percebe-se que muitas pessoas possuem um sentimento
de rememoração de sua infância, de terem passado por alguma benzedeira ou
de conhecer algumas, devido os usos de elementos simbólicos que representam
essas mulheres.
Apresentado esses aspectos sobre o local de fala e as representações
das benzedeiras, faz-se necessário compreender o uso da fé como elemento de
promoção da cura e do bem-estar social nos dias de hoje.
126
se que a grande maioria são casadas, moram em casas simples, tem como
religião o catolicismo ou são de outras vertentes religiosas como o Candomblé,
umbanda, espiritismo, protestantismo e outras religiões, enquanto outras não
frequentam nenhuma igreja ou credo (SANTOS, 2016).
A medicina, vem-se utilizando da religiosidade popular para trazer
melhorias de pacientes, onde vem se comprovando a grande eficácia do uso da
religiosidade como elemento terapêutico. Ecco (2016) et al, apresenta que a
terapia integrativa promove uma maior interligação entre paciente e medico,
aliviando dores, trazendo o alívio de ansiedade e outros males que afligem o
paciente em seu tratamento. Muitas vezes aquilo que não é visível em exames,
está relacionado ao espiritual e psicológico onde a fé pode atuar. Alguns males
com espinhela caída, vento virado, olho gordo, estão interligados a força
espiritual de cada pessoa, onde através do uso das orações e do uso da fé,
conjuntamente a medicina, pode-se gerar o bem-estar e o alívio.
Ao se buscar compreender de onde surge esse dom de curar pelo uso de
orações, plantas e gestos, percebe-se em alguns dos relatos colhidos pelos
pesquisadores Nogueira; Versonito; Tristão (2012), que esse dom é adquirido
não da noite para o dia, mas pode ser adquirido de diferentes maneiras, como
por exemplo através de uma visão em sonho, ou aprendendo com algum familiar
que lhe introduz no processo. Quando é descoberto esse dom, a benzedeira já
não vive apenas no individualismo, mas ela passa a viver de forma coletiva,
escutando as necessidades de sua comunidade, e passa a ser reconhecida
como um agente e uma figura representativa daquela comunidade, o que explica
o porquê de em determinados locais a população procurar usar dos benzimentos
como elemento de cura e de auxílio.
Outro elemento que caracteriza as benzedeiras, é a sua fé e sua ligação
com as forças divinas, onde ao realizar seus rituais, antes de tudo, pede a
intercessão de um santo, ou de Deus, até mesmo de alguma divindade, onde ao
relatarem o que faz a pessoa ser curada, não é somente a fé da benzedeira, mas
também a fé daquele que está sendo benzido, como é apresentado no
documentário da TV CULTURA Retratos de fé (2016), onde as benzedeiras
entrevistadas, relatam que para haver a cura é necessário acreditar naquilo que
está sendo realizado, ou o benzimento não possui força e muito menos ação.
Outro elemento que permeia as práticas dos benzimentos, é a dádiva,
128
onde as benzedeiras trazem bênçãos para aqueles que são benzidos, sem
buscar nenhum fim lucrativo, mas ao receber a graça da cura, aqueles que foram
atendidos por ela, contribuem com uma ajuda financeira ou simplesmente
agradecendo devolvendo a benção para elas.
Muitas sociedades realizam esse sistema de trocas de favores e de
bênçãos, onde ao analisar essas práticas, Mauss (2003) apresenta que para
receber as graças, muitos pais ao nascer seu filho, ofertam tudo o que tem para
determinadas divindades, para receber as bênçãos e as graças. O mesmo pode
ser observado nas práticas dos benzimentos, onde antes mesmo de realizar o
ritual, a benzedeira pede a graça divina e ao finalizar faz o agradecimento a Deus
ou a aquelas divindades que ela crê.
Percebe-se a humildade dessas mulheres que não buscam bens
financeiros nos seus atendimentos, mas ao contrário, buscam promover o
conforto daqueles que sofrem e que possuem dificuldades, não atuando apenas
na realização de rituais, mas também na atuação de resolução de conflitos e
dificuldades sociais em suas comunidades. Um exemplo disso, é a atuação das
benzedeiras na promoção da saúde das crianças.
Grande parte dessas taxas de mortalidade, derivam das condições
precárias, falta de saneamento básico, condições precárias do atendimento à
saúde, falta de vacinação das crianças, o que gera sérios problemas de saúde,
levando até a morte. A atuação das benzedeiras demonstra os seus cuidados e
atenção as crianças, desde a gravidez das mães, essas mesmas recomendando
que procurem atendimento médico, quando a situação da mãe ou da criança é
muito mais grave, essas realizando benzimentos para quebranto, mau olhado,
cobreiro, essas geralmente relacionados ao corpo da criança que recebeu
alguma energia negativa e que está carregado (SILVA, 2014).
Ao analisar os locais de convívio social das benzedeiras, especificamente
do Estado de Goiás, a maioria se localiza em cidades do interior do Estado, como
por exemplo Quirinópolis, Niquelândia, Anápolis, Luziânia e dentre outras
cidades que se localizam na zona rural, essas sendo muito conhecidas pelos
moradores das regiões devido as curas feitas, o que gera prestígio para elas.
Além de realizarem os benzimentos, as benzedeiras promovem e auxiliam na
organização de festividades religiosas, que unem toda a comunidade, como
também no benzimento de casas, como é apresentado por Silva (2014):
129
são variadas, podendo serem tanto para doenças espirituais, desde dores de
cabeça, até para a proteção do espírito da pessoa, o corpo fechado como muitos
falam, onde há uma variedade de aspectos onde as benzedeiras são buscadas
como ´promotoras do bem estar social.
Na minha infância, há diversas lembranças em que a minha avó realizava
diversas orações além de indicar garrafadas, isso se a pessoa a procura-se,
dentre suas várias orações, haviam aquelas que eram específicas para doenças,
ou para livrar de espíritos malignos, além das formas como organizar a casa, um
exemplo o deixar a chinela virada, era considerado por ela como algo que traz
azar, tudo isso está interligado as simbologias introduzidas pela cultura popular.
Croatto (2010) ao apresentar os símbolos, demonstra que cada indivíduo
vê um elemento de seu cotidiano de uma forma, sendo o símbolo algo que
desencadeia uma vivência humana, por isso os símbolos remetem as memórias
e as experiências de cada indivíduo, ou seja, se para alguns os benzimentos e
as orações são importantes e fazem parte de sua história, para outros esses são
tidos como crendices e que não possuem o mesmo significado. Cabe a figura do
historiador apresentar as diversidades culturais (BLOCH, 2007).
As práticas das benzedeiras remetem ao uso de simbologias e de suas
crenças que não se configuram em uma única fé, mas que permeiam e bebem
de diversas religiosidades e credos. Para benzer é necessário o uso da fé, e
também saber aquilo que afeta a pessoa que está sendo benzida. Cada
benzedeira utiliza as rezas de uma determinada forma e para cada elemento que
aflige a pessoa, havendo o dia mais específico e próprio para realizar os
benzimentos, além da forma como se realizam esse ritual (DIAS, 2016, p. 44).
As orações são diversas, e possuem cada uma sua especificidade, onde a
maioria remetem ao rompimento daquele mal que está causando determinada
doença ou carregando energias negativas na pessoa:
Mal do ar, mal do mar, mal do fogo, mal da lua, mal das estrelas, mal
do ponto do meio dia, mal do ponto da meia noite. Se tiveres com
quebranto, mau olhado, feitiçaria e bruxaria, em nome de Deus e da
Virgem Maria, seja levado paras ondas do mar sagrado, onde não
canta o galo nem a galinha e nem tem criancinha chorando e nem
cristão batizado. Depois rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria (DIAS,
2016, p. 47).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOI: doi.org/10.59601/9786500595574.11
138
INTRODUÇÃO
Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados disponibilizados no portal da instituição.
144
UNEB – CAMPUS VI
UNEB – CAMPUS XX
Campus Cursos
• Bacharelado em Administração
• Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo
• Bacharelado em Biologia
• Bacharelado em Biomedicina
• Bacharelado em Ciências Contábeis
• Bacharelado em Direito
• Bacharelado em Educação Física
• Bacharelado em Enfermagem
• Bacharelado em Engenharia Ambiental
• Bacharelado em Engenharia Civil
• Bacharelado em Engenharia de Produção
• Bacharelado em Engenharia Elétrica
Guanambi • Bacharelado em Engenharia Mecânica
• Bacharelado em Farmácia
• Bacharelado em Fisioterapia
• Bacharelado em Jornalismo
• Bacharelado em Medicina
• Bacharelado em Medicina Veterinária
• Bacharelado em Nutrição
• Bacharelado em Odontologia
• Bacharelado em Psicologia
• Tecnologia de Gestão da Informação
• Tecnologia em Estética e Cosmética
• Tecnologia em Gastronomia
• Tecnologia em Radiologia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Alieci Santos
Monitora voluntária do projeto de extensão “Brincar é Coisa Séria” e voluntária
do projeto de extensão “Interdisciplinar em Atenção Integral à Saúde do
Adolescente e Jovem”. Secretária da diretoria da Liga Acadêmica de Semiologia
e Semiotécnica em Enfermagem-LASSE. Membro do Grupo de Pesquisa
Interdisciplinar em Saúde Coletiva – GPISC. Graduanda em Enfermagem, na
Universidade do Estado da Bahia – Campus XII.
E-mail: aliece_santos@hotmail.com
E-mail: rosemarynf@gmail.com
169