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Sinopse

Muito Quente Para Lidar…

Tabitha Allen cresceu no meio do Chaos – o Chaos Motorcycle Club. Seu pai é o líder
Chaos, e o clube sempre protegeram suas costas. Mas, um motoqueiro era diferente desde o início.
Quando Tabby estava correndo selvagem, Shy Cage estava lá. Quando a tragédia destruiu sua vida,
ele a ajudou a remendá-la de volta. E agora, Tabby está pensando em muito mais do que amizade…
Tabby é tudo que Shy sempre quis, mas tudo o que ele acha que não pode ter. Ela é linda,
inteligente, e como a filha de seu amigo, intocável. Shy nunca esperou mais do que amizade, então
quando Tabby indica que ela quer mais – muito mais – ele se sente como o homem mais sortudo do
mundo. Mas até mesmo os homens de sorte podem quebrar e queimar…
Prólogo
Você Não Me Conhece

Seu celular tocou e Parker "Shy" Cage abriu os olhos.


Ele estava deitado de costas na cama, no seu quarto no Complexo do Chaos
Motorcycle Club. As luzes ainda estavam acesas e estava enterrado sob uma pequena
pilha de mulheres. Uma delas estava dobrada contra seu lado, a perna jogada sobre suas
coxas, seu braço sobre as costelas. A outra estava de cabeça para baixo, dobrada para o
outro lado, seu joelho em seu estômago, o braço sobre suas panturrilhas.
Ambas estavam nuas.
— Merda — ele murmurou, enquanto levantava-se e retorcia-se debaixo de sua
cerca de membros. Ele estendeu a mão para o telefone.
Verificou o visor e tocou o polegar na tela para atender a chamada.
— Oi, irmão — ele murmurou para Hop, um de seus irmãos no Chaos MC.
— Onde está você? — Hop perguntou.
— Complexo — Shy respondeu.
— Você está ocupado?
Shy ergueu-se sobre um cotovelo e olhou para as duas mulheres desmaiadas em
sua cama.
— Não mais — ele respondeu.
Conhecendo Shy e sua reputação, havia humor no tom de Hop quando ele
declarou: — Chamada de Tabby.
Diante desta notícia, fogo atingiu suas entranhas, como sempre acontecia quando
ele recebia aquela chamada em particular. Ele não sabia por que, não fazia sentido, mal
conhecia a menina, mas sempre quando ouvia sobre ela, isso chateava o inferno fora dele.
— Vocês estão com merda pra cima de mim? — Shy mordeu fora.
— Não, irmão. Recebi um telefonema de Tug, que recebeu um telefonema de
Speck. Ela está fora à espreita, como de costume. Ela está mais perto de você do que de
mim, então se você puder se separar da vagina desmaiada em seu quarto seria bom você ir
buscá-la.
Lá estava. Hop conhecia Shy e sua reputação.
— Estou na minha moto. Passe o endereço por mensagem — Shy murmurou,
saindo debaixo dos corpos e colocando os pés no chão ao lado da cama.
— Certo. Sob radar, sim? — Hop voltou, dizendo-lhe algo que ele sabia, e Shy
cerrou os dentes.
Há três anos que eles estavam fazendo essa merda com Tabby. Três malditos anos.
Estava demorando, malditamente longo, ele sabia, a não ser que ela recebesse uma fodida
chamada, essa menina nunca aprenderia.
Mas, ninguém estava disposto a fazê-lo. O Club, normalmente não tinha quaisquer
problemas em colocar as coisas para fora, não importando o que precisava ser dito, mas
Tab era diferente. Ela era a filha de dezenove anos de idade do Presidente do Clube, Kane
"Tack" Allen.
Isso significava que ela era tratada com cuidado. Isso também significava que
quando recebiam a notícia de que ela estava fora farreando, e precisava de alguém para
prender a bunda dela e levá-la para casa antes que se envolvesse em problemas, eles
faziam isso sob radar. Em outras palavras, eles não contavam a Tack. E eles não contavam
a Tack, porque a primeira vez que isso aconteceu, ele perdeu a cabeça, mas pior, sua
mulher partiu para arrancar Tabby de uma situação ruim e quase teve sua cabeça
amassada por um taco de beisebol.
Ninguém queria uma repetição desse tipo de bagunça, então os irmãos mantinham
um olho nela e cuidavam dos negócios sem envolver Tack.
— Sob o radar — Shy murmurou em seguida terminou: — Mais tarde — e tocou a
tela com o polegar.
Ele se fixou em torno do chão para encontrar jeans, camiseta, cueca e meias. As
mulheres em sua cama não se mexiam, quando ele se sentou ao lado delas para puxar as
botas.
Vestido, ele apagou a luz do seu quarto e dirigiu-se para o corredor e na sala
comum do Complexo do Clube. Os quartos dos irmãos estavam na parte de trás, portas
abrindo para um longo corredor que corria o comprimento do edifício. A porta no meio do
corredor levava à área comum, que tinha um bar curvo e longo, e uma confusão de sofás,
cadeiras, mesas e mesas de bilhar. Do outro lado, através de outra porta era a sua sala de
reuniões, uma cozinha e um conjunto de armários numa reforçada despensa.
Enquanto se movia através do espaço comum ele viu Brick, um dos membros do
Caos, deitado de costas em um dos sofás. Ele tinha um pé no chão e estava morto para o
mundo. Ele também tinha uma mulher envolta nele, morta para o mundo também. Ela
usava uma pequena saia jeans, e Shy viu que Brick estava dormindo com a mão na bainha,
segurando a bunda dela. Shy também viu que a mulher não estava usando calcinha.
Fora isso, o espaço estava vazio e, atualmente, iluminado apenas por uma
variedade de sinais de néon de cerveja nas paredes.
Naquela noite, a garota de Brick trouxe duas amigas para a festa.
Brick ficou com a garota. Shy com as amigas.
Shy deixou o Complexo, foi para a sua moto, jogou uma perna por cima, e dirigiu
por seis quadras para o apartamento dele. Uma vez lá, ele não se preocupou em subir para
a sua casa. Ele nunca se preocupou em ir lá para cima, para o seu lugar.
Perguntou-se vagamente por que ele mantinha isso. Raramente estava por lá. Ele
comia fast food que pedia para entregar. Ele dormia em sua cama em seu quarto no
Complexo. Trabalhava na oficina da Ride ou na loja de autopeças em anexo. Bebia e
festejava onde houvesse bebida ou festa acontecendo. Ele comunhava com a irmandade.
Todas as outras vezes ele estava em sua moto.
Isso porque Parker Cage só se sentia bem em sua moto.
Tudo começou com a moto suja que ele obteve quando tinha quatorze anos, e
nunca mais parou.
Cinco anos atrás, em sua Harley de terceira mão, ele cruzou pela Ride Carros e
Motos Personalizados, uma enorme loja de autopeças que foi anexada a uma oficina na
parte de trás que construía carros e motos personalizados. Ele tinha ouvido falar dela, o
inferno, todo mundo tinha. O Chaos MC era a proprietária e a dirigia, e a oficina era
famosa pelos seus carros personalizados para filmes e milionários.
Mas, foi à bandeira que voava sob a bandeira americana no topo da loja, que
chamou sua atenção. Até aquele dia, ele nunca olhou para cima para vê-la. Era branca e
tinha o emblema Chaos Motorcycle Club sobre ele com as palavras — Fogo e vento de um
lado e Passeio e Livre do outro.
No segundo que seus olhos tocaram essa bandeira, ele sentiu a sua vida tomar
forma.
Nada, nem nenhuma coisa em sua vida até aquele momento, a não ser a primeira
vez que ele montou em uma moto, tinha falado com ele como aquela bandeira. Ele não
entendeu o porquê e nem perdeu tempo tentando. Isso apenas o tocou. Tão forte, que
puxou direto para o estacionamento e ajustou suas botas para o interior da loja.
Em poucos meses, ele era um recruta do Chaos.
Agora, ele era um irmão.
Fora de seu apartamento, ele estacionou sua moto e moveu-se para sua
caminhonete. Dependendo de sua condição, Tabitha Allen não seria capaz de segurar nele
em uma moto. Se ela estivesse se sentindo atrevida, o que geralmente era o caso, ela iria
colocar-se numa luta que não poderia ganhar com ela em uma moto. Então, colocou seu
rabo em sua potente, velha, branca caminhonete Ford, ligou e decolou na direção do
endereço que Hop tinha enviado.
Enquanto dirigia, aquele fogo em suas entranhas intensificou-se.
Ela estava na faculdade agora, supostamente estudando para ser enfermeira.
Cherry, a Gerente do Escritório da oficina e que também passou a ser a senhora de Tack e
madrasta de Tabby, gabava-se de suas notas e quão boa ela estava saindo-se na escola. Shy
não tinha ideia de como Tab poderia tirar boas notas quando ela estava fora fazendo
merda o tempo todo. Ele não podia dizer que um dos irmãos tinha uma Chamada de
Tabby a cada noite, mas estava longe de ser pouco frequente.
A menina gostava de festejar.
Isso não era surpreendente. Ela tinha dezenove anos. Quando tinha dezenove anos,
ele gostava de se divertir também. Foda-se, ele tinha vinte e quatro anos e ainda gostava
de se divertir de uma maneira que sabia que nunca iria largar.
Mas ele não era Tabby Allen.
Ele era um motociclista que trabalhava em uma oficina e loja de autopeças, e
muitas vezes levantava o inferno e chutava algumas bundas quando necessário.
Ela estava estudando para ser uma enfermeira pirada, com seu pai pagando essa
conta, de modo que ela precisava sossegar o rabo.
E nem sequer, poderia ser ignorado que não era uma novidade que ela gostava de
festa e passear pelo lado selvagem. Três anos atrás, em sua primeira Chamada Tabby, ela
tinha dezesseis anos e seu namorado de vinte e três anos de idade, a agrediu porque ela
não iria passar dos limites. Essa foi à situação em que Cherry quase teve sua cabeça
amassada com um taco de beisebol, e isso aconteceu bem na frente de Shy. Foi um milagre
de reflexos rápidos que não terminou em desastre. Shy gostou de Cherry, todos gostaram,
a mulher era foda; engraçada, bonita, sexy, inteligente, forte e boa para Tack em todos os
sentidos que ela poderia ser.
Se você pudesse escolher a perfeita senhora, Tyra "Cherry" Allen seria ela. Ela era
impertinente, mas com classe, bem vestida, não deixava Tack passar por cima dela, mas
fez isso de uma maneira que não arrebentasse as bolas dele. Ela era hilária. Ela era doce.
Ela era um membro de uma família motociclista, enquanto ainda continuava a ser mulher
que sempre foi. E, pelo amor de Deus, ele nunca tinha visto um homem rir e sorrir com
mais frequência que Kane Allen. Ele tinha uma boa vida, e não foi perdido por um único
membro do clube que Cherry fez dessa forma.
Assim, durante a primeira chamada de Tabby, tudo teria ferrado se Cherry fosse
uma molenga lidando com a merda de Tab. Sem falar, que se Shy tivesse de explicar por
que estava atrás de Cherry, observando sua cabeça ser arrebentada por um taco, em vez de
tomar a liderança e protegê-la de tal eventualidade, Tack estava tão apaixonado por sua
mulher, que era altamente provável que Shy já não estivesse respirando.
Como Tabby não aprendeu a lição depois daquela confusão, ele não tinha ideia, e
enquanto dirigia, ele entendeu claramente que ela precisava aprender uma.
E ele estava tão chateado, que decidiu que ia ser o único a dar a ela.
Esta noite.
Shy parou em frente a casa e não estava surpreso com o que viu.
Ele conhecia a cena, viveu até que encontrou a irmandade.
Na escola e fora dela, os outros jovens o identificavam como da galera "drogada" os
"encapuzados" apesar de sua filiação com eles ser apenas para ficar embriagado. Ele não se
conectou com qualquer pessoa na escola ou depois dela, não de forma real, mas isso não
significava que ele não encontrou uma fuga. Um lugar para beber cerveja e encontrar uma
cadela para transar. Então, ele tinha estado em muitas casas como esta, com carros e motos
fora como as que ele viu agora.
Ele ainda vivia aquela cena, mas era melhor.
Era família.
Ele viu algumas motos estacionadas fora da totalmente iluminada e elevada casa, e
o irritou ainda mais do que já estava chateado. As motos eram velhas, as crianças lá de
dentro não tinham dinheiro suficiente para algo melhor, mas ainda assim, eles não
cuidavam delas.
Se você tinha uma Harley, você cuidava dela. Você a tratava como uma mulher,
muita atenção, muita amor e carinho. Sem desculpas. Se você não fizer isso, você não
merecia ter a sua.
Havia também um par de carros novos, robustos e envenenados, o que significava
quem quer que o possua, colocou cada centavo para mantê-los em cima.
Mas havia mais porcarias e carros clássicos, este último no meio de uma
restauração, tudo envolvido com amor. Seja lá quem fosse o dono estava tomando seu
tempo, fazendo a coisa certa, economizando e cuidando do seu bebê antes de se mudarem
para o próximo projeto na fila para fazer o seu Mustang, Nova, Charger, GTO, ou
qualquer que fosse.
Esses carros significavam que nem todos naquela casa eram perdedores.
Pelo menos isso era algo.
Shy saiu de sua caminhonete e moveu-se na direção da casa. Uma vez dentro, ele
andou através dos corpos, ignorando os olhares das meninas e os queixos levantados dos
caras. Ele estava em uma missão e queria terminar isso.
Não demorou muito tempo para encontrá-la. Ela estava na sala de estar sentada em
um sofá, um copo de cerveja na mão, a cabeça dela se afastou dele, seu perfil bastante
transformado pela risada.
Quando ele a viu, aconteceu como sempre acontece. Ele não sabia por que não
tinha aprendido, por que não se preparava. Ele sempre esperava que fosse superar, se
acostumaria com isso, mas ele não o fez.
Vê-la, bateu direto no peito, a queimação em suas entranhas se deslocou até
queimar seus pulmões, comprimindo-os, tornando-se de repente difícil respirar.
Ele não superou isso.
Ela era linda. Jesus, ela era linda. Todo aquele cabelo grosso, escuro e aqueles olhos
azuis safira, seu corpo curvilíneo, pequeno, perfeito, pele dourada ainda bronzeada do
verão. Qualquer cara, mesmo que não curtissem uma mulher pequena de cabelos escuros,
podia ver que ela era bonita.
Era mais do que isso, e ele sabia também, ele esteve ao redor dela por tempo
suficiente para perceber isso muitas vezes. Seu rosto era expressivo, ela era rápida em
sorrir e rir. Ela era animada. Ela era justamente uma daquelas garotas que era bom estar ao
redor.
Ela poderia ficar chateada. Ela poderia ficar mal-humorada.
Na maioria das vezes, porém, ela estava de bom humor, mas seus bons humores
eram dos tipos que enchiam a sala. Mesmo que você estivesse tendo um dia de merda, se
Tabby Allen entrasse na sala comum do Complexo com um sorriso, um pouco dessa
merda iria desaparecer e seu dia ficaria melhor.
Mas ela era filha de seu irmão, o que já era o motivo número um para não ir lá.
Além disso, ela era muito jovem e muito imatura. Ela fez merda, como estar com esta
multidão, bebendo cerveja sendo menor de idade e rindo, em vez de estudar em casa ou
sair com garotos da faculdade. Portanto, independentemente de ser fodidamente linda, ter
um pequeno corpo doce, e poder iluminar uma sala com o seu humor, ele nunca iria lá,
mesmo se pudesse, não iria, porque ela era um problema pronto para estourar.
E, no entanto cada vez que a viu, ele de alguma forma balançava.
Ele ignorou essa sensação que não queria ter e não entendia, e sua boca apertou-se
quando viu como ela estava vestida. Saia justa, curta. Top apertado, decotado. Muita
perna à mostra, mesmo que ela não fosse tão alta. Belas pernas. Pernas bem torneadas.
Uma fodida e grande perna.
Merda.
E sandálias de salto alto tipo foda-me, que mesmo ela sendo muito jovem e filha de
seu irmão, ao vê-los Shy sentiu direto em seu pau.
Maldição.
Ele ignorou isso também e andou através da sala, os olhos focados nela.
Ela deve ter sentido sua aproximação, pois ela virou a cabeça, olhou para cima, e
aquela queimação não diminuiu em tudo, quando seus inacreditáveis olhos azuis cercados
de cílios longos e escuros encontraram os dele.
Ele não se surpreendeu quando seu sorriso desapareceu, a animação deixou seu
rosto e ela retrucou: — Que merda é essa???
Isso irritou Shy também. Ele odiava quando ela amaldiçoava. Tack não dava à
mínima, mesmo quando seus filhos eram mais jovens. Shy, porém, detestava. Havia algo
de muito errado em palavras como estas, virem de lábios tão belos como os dela.
— Vamos — ele cortou.
— Shy… — ela começou, mas não terminou, principalmente porque Shy agarrou
sua cerveja colocou-a de lado, agarrou a mão dela e puxou sua bunda fora do sofá.
Surpreendentemente, ela não lutou.
Ela o seguiu.
Bom, ele pensou. Ele queria isto terminado.
Ele a tirou da casa desceu pela calçada e abriu a porta de sua caminhonete para ela.
Ele estava puxando-a pela mão para levá-la para a cabine, quando ela finalmente falou.
— Shy, eu continuo dizendo a vocês que isso não é o que vocês…
Ele se inclinou cara a cara com ela e cortou. — Cale a boca.
Ela piscou mesmo quando sua cabeça se sacudiu. Isso não foi uma surpresa. Irmãos
respeitavam irmãos, e uma das maneiras que eles faziam isso era mostrando respeito aos
seus parentes. Chaos era Chaos, era tudo família. Irmãos, esposas, crianças. Shy nunca
tinha falado com ela daquela maneira. Nenhum dos irmãos tinha. Não para ela.
— Entra na porra da caminhonete — ele continuou.
Tabby ajeitou-se e começou a dizer: — Posso ao menos explicar?
Shy a interrompeu novamente. — Entre nisso ou eu colocarei você nele, Tab.
Mesmo nas sombras da noite, ele viu um flash em seus olhos, antes que a visse
apertar a boca fechada. Foi com movimentos bruscos que ela puxou a mão da dele, virou-
se e subiu no carro.
Shy bateu a porta, deu a volta no carro e entrou.
Eles estavam a caminho quando ela tentou de novo, sua voz calma. — Shy,
realmente, aqueles eram meus amigos. São todos legais. Apenas algumas cervejas. Um
pouco de baseado. Eu não estou fumando e estou dirigindo, então eu não iria…
— Então todas essas crianças são estudantes de enfermagem? — Ele questionou.
— Não — ela respondeu. — Eles são amigos do colégio.
— Você não está mais no colégio, Tabby — ele ressaltou, e sentiu os olhos dela nele,
mas manteve seus olhos furiosos na estrada.
— Você está certo — ela retrucou, a calma na sua voz desapareceu. — Eu não
estou. Isso não significa que eles não são mais os meus amigos. Nós tivemos um monte de
bons momentos juntos. Somos próximos. Qual é? Você acha que eu deveria apagá-los?
Ele não olhou quando respondeu: — Uh, sim, Tab. Eles são lixo. Você não é. Jesus.
— Ele balançou a cabeça. — Eu não entendo você. Eu sei que sua mãe é uma cadela, mas
nos últimos três anos, você teve Cherry em sua vida. Não é como se não tivesse um bom
modelo. Por que diabos você não pode ser como ela, está além da minha compreensão.
Ouviu a ingestão rápida de ar antes que ela retornasse. — Talvez seja porque eu
deveria ser como EU e, a propósito, Shy, Tyra quer que eu seja como EU também.
Os membros do clube chamam a mulher de Tack de Cherry, mas Tack a chama de
Ruiva. Seus filhos e o resto das pessoas a chamam de Tyra ou Ty-Ty.
— De qualquer forma — Tabby continuou irada, — eles não são lixo.
— Eles são lixo — ele constatou com firmeza.
— Eles. Não. São. — Ela declarou em voz alta.
Lá estava. Isso lhe deu a abertura.
— Você quer esta vida? — Ele perguntou.
— Que vida? — Ela atirou de volta.
— Bebedeiras e corpos, encontros casuais e bate-boca, — explicou.
— Hum… olá, Shy. Essa é a minha vida.
— Então você quer isso, — ele concluiu.
Ela ignorou sua pergunta e apontou. — É a sua vida também, você sabe. Nada de
errado com isso. Nunca foi, nunca será.
Uma estudante de enfermagem.
Certo.
Neste passo, ela nunca conseguiria. Neste passo, ela acabaria como aquelas cadelas
em sua cama. Neste passo, Tabby estava jogando fora sua educação universitária e Tack
poderia muito bem estar jogando seu dinheiro ao vento.
— Você quer esta vida, — ele disse suavemente, — você acha que isso é legal,
baby? Então vamos rodar.
Foi um timing perfeito porque ele tinha dado seta para virar para o Ride.
— Mas que diabos? Por que estamos aqui? — Ela perguntou, mas ele não
respondeu.
Ele dirigiu ao redor da loja e através do pátio da oficina para estacionar na frente
do Complexo. Ele não demorou em sair da caminhonete, dando a volta no capô, e
puxando a porta aberta.
— Shy, o que você… — Ela começou, mas parou desde que ele se inclinou sobre
ela, soltou o cinto de segurança, agarrou sua mão e puxou-a para fora da cabine. — Droga!
Shy! O que você está fazendo? — Ela cortou.
Mais uma vez ele não respondeu. Ele simplesmente puxou-a para dentro do
Complexo e foi direto atrás do bar. Pegou uma garrafa de tequila de uma prateleira na
parte de trás, em seguida, puxou-a na frente dele.
— Pronta para deixar ir a garotinha de cerveja de merda? — Ele perguntou
segurando a garrafa.
Seus olhos foram para a garrafa e, então para ele. Ele viu a confusão e sentiu sua
inquietação.
Ele ignorou isso também.
— Tab, fiz uma pergunta. Você gosta de festejar. Você não está mais na escola.
Quer crescer e aprender como isto é realmente feito?
Ela ignorou-o neste momento e perguntou: — Por que você está sendo tão
estranho?
Ele a puxou para mais perto e inclinou o queixo para baixo para manter seu olhar,
agora ignorando que era nitidamente evidente que ela não estava respirando e seu corpo
permanecia imóvel.
— Não respondeu minha pergunta, baby, — ele disse baixinho e observou-a
engolir, em seguida lamber seu lábio superior.
Jesus. Merda.
Ele nunca tinha visto ela fazer isso. Definitivamente não tão perto assim.
A ponta da língua rosada naquela perfeição de lábio rosado.
Merda.
— Tab — ele chamou, sua mão apertando a dela.
— Eu quero ir para casa, — ela respondeu calmamente, sendo esperta por uma vez.
— Tarde demais para isso, — ele murmurou, em seguida afastou-se, puxando-a
com ele enquanto movia-se por trás do bar, através da sala e no hall de volta.
Ela puxou sua mão e chamou. — Shy. Sério. Você está mais do que meio me
assustando.
Esperançosamente, em cerca de dois segundos, ela estaria muito mais do que meio
assustada. Ela estaria com medo suficiente para largar essa merda que continuava
insistindo.
Portanto, dois segundos depois, ele puxou-a para o seu quarto, fez uma parada e
acionou o interruptor de luz.
As duas mulheres ainda estavam nuas, deitadas com a cabeça nos pés da cama,
tendo, desde que ele se foi, se enroscado uma com a outra.
Rapidamente, ele tentou se lembrar de seus nomes.
Ele parou de tentar quando ele sentiu a mão de Tabby se contraindo na sua, deu
um puxão duro para tentar fugir, mas ele apenas a segurou mais apertado e virou-se para
ela.
— Normalmente, nós nos encostamos um pouco, relaxamos e entramos no clima,
— ele a ensinou, levantando a garrafa. — Eu vi a maneira como você olha para mim, baby,
por isso, se você quer apenas ficar nua e transar, eu estou aqui para isso também. Elas
estão apagadas, mas, vamos dar um tempo, que sem dúvida, elas vão recuperar as
energias e juntar-se a nós. Parece extremo, mas, acredite, se você experimentar, você vai
gostar.
Quando ele começou a falar, os olhos dela estavam sobre a cama, mas se moveram
lentamente para ele e ele viu que ela estava pálida sob seu bronzeado. Seus olhos também
estavam arregalados de choque e mais alguma coisa que ele não pegou, e seus lábios
carnudos se separaram.
— O que é que vai ser? — Ele perguntou. — Você quer relaxar ou você quer apenas
transar?
— Por que você está fazendo isso? — Ela sussurrou, e Shy deu de ombros.
— Isso é quem você é ou quem você está caminhando para ser. Você poderia muito
bem parar com essa porra, baby, ou ir em frente.
Seus olhos deslizaram para o lado, em seguida, para ele antes que declarasse em
voz baixa. — Isso não é quem eu sou.
Ele a olhou de baixo para cima e apontou. — Saias curtas justas, tops muito
apertados. Eu sei que você percebeu que posso ver a maioria de seus seios, não só através
da camisa, mas explodindo fora dela, Tab. Então, temos os seus saltos altos, muito cabelo,
muita maquiagem. Você grita que tem um lado selvagem, baby. Pare de brincadeira. Você
está querendo explorá-lo desde que você tinha dezesseis anos. É o momento certo. O palco
está montado. — Ele a puxou para mais perto e levantou a garrafa novamente. — Vamos.
Quando ele disse a palavra dezesseis, ela se encolheu e sua mão se sacudiu na dele
novamente.
Além disso, o olhar em seus olhos que ele não conseguia definir ficou claro.
Dor.
Que droga. Ele não gostava de fazer isso com ela, mas achava que a emoção forte
em seu olhar significava que ele estava chegando ao seu ponto.
— Leve-me para casa, — ela disse suavemente, e ele se moveu para mais perto
dela.
Ela balançou um pouco para trás, mas seus movimentos eram duros.
— Vamos lá, baby. Não me venhas com tretas, — ele persuadiu com uma voz
suave. — Eu vi os olhares que você me dá. Agora é a sua chance. Você é quente, você gosta
de se divertir, você não deve perder esta oportunidade.
— Leve-me para casa, — ela repetiu.
— Se você não quer uma audiência ou este é um esporte para apenas dois
participantes, eu posso despertar essas cadelas… — ele sacudiu a cabeça para a cama, —
enviá-las em seu caminho antes que a gente comece.
— Leve-me para casa, — ela disse novamente.
— Ou podemos deixá-las dormir. Vamos para o quarto do seu pai — ele sugeriu, e
estava feito.
Com um puxão violento, ela arrancou a mão da dele, virou-se e correu da sala.
Muito mais lentamente, Shy colocou a garrafa na cômoda, desligou as luzes e
seguiu-a. Ele não estava alarmado. Ela não tinha rodas e estava de salto alto, ela não
poderia ir longe.
Surpreendentemente, quando ele saiu do Complexo, ela estava sentada no lado do
passageiro de sua caminhonete, sua cabeça se virou para olhar pela janela lateral.
Sim, ela estava pronta para ir para casa.
Ele não tardou em se mudar para o lado do motorista, entrando e ligando a
caminhonete. Tabby não olhou para seu lado, quando ele deu ré e se dirigiu para a
Broadway.
Eles estavam bem no seu caminho através de Denver até as montanhas, onde Tack
e Cherry viviam, onde Tab ainda vivia com eles e seus dois novos meninos, antes de falar
dentro do ar pesado na cabine.
— Você é uma boa garota, Tabby. Não deixe que sua mãe te tratando como merda,
afete você. Saia desse caminho.
— Você está nesse caminho — ela sussurrou para sua janela.
— Baby, eu não estou. Eu sou um homem e eu tenho irmãos. Eu escolhi um estilo
de vida e uma irmandade. É diferente para você e você sabe disso. A merda que você está
puxando, o caminho que está seguindo, não é brincadeira, mesmo que você queira esta
vida, queira ser a mulher de alguém, isto não vai funcionar, não importa o respeito que
temos pelo seu pai. O caminho que você está seguindo a leva direto para ser uma BeeBee,
e você sabe disso também.
Ela não falou, mas Shy percebeu que seu ponto foi feito. Tabby conhecia BeeBee,
todo mundo conhecia. BeeBee tinha sido proibida de abrir as pernas e espalhar o seu
talento a todos os membros do clube, depois que estupidamente bateu boca com Cherry.
Mas, mesmo assim, ela não foi esquecida. Naquela época, Tabby era muito jovem para
conhecer BeeBee, de qualquer forma real que não fosse BeeBee pendurada e apagada. Mas,
não havia maneira de não notar sua utilidade para o clube, mesmo para uma adolescente.
Seu ponto feito, ele também ficou em silêncio o resto do caminho até a casa de
Tack.
Ele estacionou em frente à porta e ela soltou imediatamente o cinto de segurança, e
abriu a porta. Ele se virou para ver que ela tinha se mexido para saltar fora, e abriu a boca
para dizer algo, mas ele não conseguiu. Ele não tinha ideia de como explicaria para seu pai
que um irmão a trouxe para casa, mas isso era o problema dela, não dele.
Ela virou-se e todas as palavras morreram em sua garganta, quando viu pela luz da
cabine as lágrimas brilhando em seus olhos e os rastros deixados por aquelas que tinham
deslizado silenciosamente por suas bochechas.
Seu corpo ficou como rocha sólida com a evidência da dor causada por sua lição.
Merecida, ele sabia, mas ainda doía. Então, quando ela se inclinou, ele não se afastou.
— Você não me conhece — ela sussurrou. — Mas, agora, eu te conheço, e, Shy…
você é um idiota.
Mesmo com essas palavras, ela ainda levantou as mãos, colocou-as em ambos os
lados de sua cabeça e inclinou mais perto. Apertando os lábios contra os dele, aquela doce
língua rosa dela deslizou entre os lábios para tocar a ponta da língua dele, antes de deixá-
lo ir tão rapidamente como o agarrou. Ela saltou da cabine e correu graciosamente na
ponta de suas sandálias de salto alto até a varanda e entrou na casa.
Shy tinha se deslocado para assistir seu movimento, seu peito e intestino, ambos
em chamas, o breve, mas inegavelmente doce sabor dela ainda em sua língua.
A luz do lado da casa apagou, e ele estava mergulhado na escuridão.
— Merda — ele murmurou, antes de colocar o carro em marcha e dar a volta.
Enquanto dirigia para casa, ele não podia tirar da cabeça o seu rosto manchado de
lágrimas e os olhos molhados.
Ele também não podia tirar o gosto de sua língua.
Cinco Meses Mais Tarde…

O sino sobre a porta da Fortnum Livros Usados tocou quando Shy a abriu.
Shy veio a Fortnum por uma razão, e não era para comprar livros usados. Foi
porque eles tinham um balcão de café e área de estar na frente da loja, e todos em Denver
sabiam que o homem chamado Tex, que trabalhava na máquina de café expresso era um
mestre. Shy gostava de cerveja, Bourbon, e vodca, ocasionalmente tequila, às vezes Pepsi,
mas com a forma como ele vivia suas noites, suas manhãs sempre incluíam um monte de
café.
Os olhos de Tex o acompanharam, enquanto se movia por entre as mesas e
poltronas espalhadas em frente ao balcão de café expresso e ele explodiu um: — Oi,
turista! O de sempre?
Shy ergueu o queixo de forma afirmativa, mas algo chamou sua atenção para o
lado, e olhou naquele sentido para ver Tabby sentada à mesa redonda escondida no canto.
O fogo atingiu seu peito.
Ela tinha livros e cadernos empilhados ao redor, duas xícaras de café vazias sobre a
mesa, uma pela metade. Ela estava inclinada sobre um livro, cotovelo na mesa, a mão em
sua juba de cabelos no topo da cabeça, segurando-o longe de seu rosto. Sua concentração
estava em um livro e um bloco de notas na frente dela, lápis na mão.
Ele não a tinha visto desde a noite que lhe deu a lição e a levou para casa. Ela não
era uma regular na Ride ou no Complexo, mas ela estava por perto. Ela era próxima a
Cherry; elas foram às compras juntas muitas vezes, e Tabby encontrava com Cherry lá
quando saiam. Às vezes, ela estudava no escritório enquanto Cherry trabalhava. Ela era
próxima de algum dos irmãos, particularmente os tenentes de Tack, Dog e Brick, e Big
Petey, um dos membros fundadores que tirou uma folga do Club, por alguns anos, para
estar com sua filha enquanto ela estava lutando contra o câncer. Ele voltou quando ela
perdeu essa luta e Tab, sendo como Tab era e por ter crescido com Big Petey, tornou-se um
bálsamo para aquela dor. Então, não era inédito vê-la falando besteira com Pete em frente
ao balcão dentro da loja de autopeças, provocando-o por sua Harley Trike no pátio ou
sentada perto dele e conversando sobre uma das mesas de piquenique fora do Complexo.
Então, por cinco meses, ela tinha desaparecido. Nem um sinal dela. Shy não estava
no Chaos a cada minuto do seu dia, mas quando estava, ela não estava lá.
Ela não esteve em nenhum dos três assados de porco que tinham feito. Ela nem
sequer foi para a festa que fizeram quando assumiram seus novos recrutas, Snapper e Bat.
E não havia tido outra Chamada de Tabby desde aquela noite.
Agora, aqui estava ela, estudando. O negócio estava movimentado e Tex parecia
precisar fazer tanto barulho quanto possível quando tirava um café da máquina de
expresso, e ainda assim ela não olhou ao redor ou quebrou sua concentração em tudo.
E, Shy pensou, lá estava ele. Ele fez o seu ponto. Ela tinha aprendido a lição.
Concentre-se na merda que importava. Ela estava aproveitando a oportunidade que seu
pai estava oferecendo, preparando-se para uma vida boa, controlando o lado selvagem e
limpando o lixo para fora de sua vida.
Ele pagou o café ao ruivo chamado Indy que possuía o lugar, pegou de Tex na
outra ponta do balcão e moveu-se para a mesa de Tab.
Ele puxou a cadeira em frente a ela e virou-a para sentar-se escarranchado, dizendo
baixinho: — Ei, querida, — antes que seu corpo estremecesse de surpresa e sua cabeça
levantasse.
Os olhos dela o atingiram e ele viu algo que inquietou, um flash passou por eles,
antes que ela o apagasse. O rosto dela ficou em branco, e seus olhos deslizaram pela sala
antes de voltar para ele.
— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou em voz baixa.
Ele ergueu o copo para viagem. — O café. Melhor da cidade. Venho aqui o tempo
todo.
Ela olhou para seu copo, em seguida, para as duas canecas de café sobre a mesa à
sua frente antes que seus dedos deslizassem por seu cabelo e se endireitou na cadeira.
Quando Shy se recuperou de observar seu grosso e brilhante cabelo passando por
entre os dedos, ele percebeu que ela não estava falando e perguntou: — Estudando?
Seu olhar foi para os livros como se ela nunca os tivesse visto antes, voltou para ele
e respondeu: — É. Eu tenho dois testes esta semana.
— Desagradável — ele murmurou, embora ele não soubesse. Ele nunca tinha
estudado para testes. O fato de que em algum lugar da bagunça em seu apartamento tinha
um diploma do ensino médio era um milagre.
— Sim — ela concordou. — Eu preciso voltar a ele.
— O quê? — Ele perguntou.
Ela olhou para os livros, virou o lápis na mão e tocou a ponta de borracha em seu
bloco de notas antes de repetir. — Eu preciso voltar a ele.
— Você não quer companhia, — ele supôs.
— Hum… Eu tenho dois testes. Eu tenho um monte de trabalho a fazer.
Shy assentiu e perguntou: — Você vem muito aqui?
Aquela doce língua rosa saiu para tocar o lábio superior, a queimadura em seu
peito aumentou antes que a língua desaparecesse e ela respondeu: — Não, apenas
tentando lugares onde eu possa melhorar meus estudos. Fica um pouco louco em casa.
— Os meninos — Shy supôs. Ela tinha dois novos irmãos: Rider, que acabou de
completar três anos, e Cutter, de um ano, o que significava que casa não era o lugar onde
ela melhoraria nada em particular.
— Sim, eles são crianças pequenas, mas também são Allens, então as coisas podem
desandar — ela murmurou.
Ele ouviu Tex batendo na máquina de café expresso, e ele sabia que na Fortnum as
coisas poderiam ficar um pouco loucas também.
Pensando nisso, pensando que era legal Tabby finalmente ter focado nas coisas
certas, e tentando não pensar sobre o quanto ou por que ele gostaria dela em sua casa, ele
ofereceu. — Você precisa de espaço, querida, eu tenho um apartamento. Eu nunca estou
nele. Não posso dizer que é limpo, mas é tranquilo.
— Obrigada, mas eu estou bem.
Ele se empurrou da cadeira, arrumando-a na mesa, dizendo: — A qualquer hora,
Tab, se você precisar, ele é seu. Apenas me ligue.
Ela assentiu, engoliu em seguida murmurou. — Até mais — para seu ombro antes
de olhar de volta para seus livros, enrolando-se na cadeira, debruçando-se sobre seu
cotovelo, mão de volta em seu cabelo.
Foi o ato de engolir, o murmurar e o falar com o ombro que levou Shy dar a volta
na mesa, levantar a mão e empurrar seu cabelo longe de seu rosto.
Ela levantou a cabeça para trás enquanto o fulminava com os olhos.
— Nós estamos bem? — Ele perguntou.
— Claro, — ela respondeu muito rapidamente.
— Você tem certeza disso? — Ele pressionou.
— Por que eu não teria? — Ela perguntou de volta, muito casualmente.
— Baby, a última vez que te vi foi tenso. — Seus olhos foram para a mesa, em
seguida, de volta para ela. — Vejo que você me entendeu, mas seria legal saber que
estamos bem.
— Estamos bem, — ela assegurou-lhe, mais uma vez, rapidamente.
Ele estudou seu rosto. Foi cuidadosamente vago.
Ele não a conhecia tão bem, mas ele tinha estado ao redor dela vezes o suficiente
para saber que Tabitha Allen nunca foi inexpressiva.
Foda-se.
Ele deixou ir e reiterou. — Se você precisar do meu lugar, meu bem, é só gritar.
— Eu vou fazer isso, Shy — respondeu ela calmamente.
Ele ergueu o queixo.
Ela se virou de costas para ele e se jogou sobre seus livros.
Shy saiu da Fortnum com aquele sentimento familiar de queimação. Só que, desta
vez, não estava em seu intestino.
Estava em torno de seu coração.
Ela nunca ligou para usar sua casa.
Ela nunca ligou de qualquer forma.
E ele nunca mais a viu na Fortnum.

Seis Meses Depois…

Shy estava fora do Complexo em cima de uma das mesas de piquenique, com os
pés sobre o assento, a perna aberta e o cotovelo sobre suas coxas, garrafa de cerveja
segurada livremente entre as mãos, olhando.
Tabby estava no Chaos pela primeira vez em cerca de um ano. Ela estava saindo do
escritório e descendo os degraus, a mão de Rider na dela enquanto ela o segurava e ele
lutava com as perninhas para descer as escadas. Ela tinha Cut em seu quadril, e Shy podia
ver Cut batendo com seu pequeno punho em seu rosto enquanto ela andava.
Ela os levou em segurança até o fim das escadas, mas parou, e Shy viu quando ela
virou a cabeça, empurrou-a para frente e capturou o punho de Cut em sua boca.
Ele gritou. Tabby deixou seu pequeno punho ir, e seu riso musical atravessou o
pátio e acertou diretamente no intestino, tão forte, que era a porra de um milagre ele não
grunhiu.
Então aconteceu.
Rider tropeçou e Tabby inclinou-se para a direita dele e em seu caminho para cima,
seus olhos se moveram através do pátio, através do Complexo, em linha reta através dele.
Através dele.
Como se ele fosse malditamente invisível.
Jesus.
Caralho.
Jesus.
Houve um tempo, que ele encontrava seus olhares, seus olhos se afastavam
rapidamente e ele sabia que ela estava olhando. Sempre que ela estivesse ao redor, antes
do que ele fez naquela noite, se ele a visse, seus olhos estavam sobre ele.
Agora ele era invisível. Era como se ele não existisse.
Ela levou as crianças para seu carro e os prendeu nos assentos na parte de trás, e
Shy continuou observando, seu estômago apertado, aquele fogo queimando seu coração.
Ela tinha um grande carro. O pai dela deu quando ela tinha dezesseis anos, e ela
cuidou dele como se fosse um de seus irmãozinhos. Sua pintura azul elétrico brilhava,
limpa e pura, sob o sol de agosto.
Um bom passeio, mas Tabby, usando um daqueles fluidos, florido, vestidos soltos
que percorre todo o caminho até os pés, tanto tecido, porra, você não poderia começar a
adivinhar o que estava por baixo, não parecia que aquele carro pertencia a ela. O vestido
foi salvo por ser sem alças, o top essencialmente um tubo elástico superior cobrindo os
seios, mas firme.
Não eram os shorts curtos e camisas de roqueiro que ela costumava usar.
E seu cabelo não estava solto e selvagem. Ele estava preso em tranças grossas perto
de seu crânio em ambos os lados, para explodir em uma massa de cabelos em sua nuca
que apenas mostrava os bons genes que a densa e brilhante crina de Tack havia concedido
a ela.
Sim, ele fez o seu ponto.
Oh foda-se, há um ano, ele fez seu ponto pra caralho.
Ela prendeu as crianças e Big Petey saiu do escritório, arrastou-se escada abaixo, e
Shy assistiu Pete e Tabby envolverem-se em uma discussão brincalhona que não conseguia
ouvir. Tab se soltou e fingiu estar chateada, quando entregou as chaves e deu a volta no
carro.
Pete teve uma criança, sua filha, agora sob a terra. Quando ele voltou de seu
funeral, ele estava quebrado. O homem não era jovem, mas depois que perdeu sua filha e
voltou para a irmandade, ele parecia ter mil anos de idade.
Agora, Shy viu, ele sorria enquanto dobrava sua enorme barriga de cerveja ao
volante do carro de Tab e ajustava o assento.
Tab fez isso. Tab o trouxe de volta. Tabby juntou as peças e deu a Pete algo sobre o
que sorrir.
Tab olhou através de Shy como se ele não existisse.
Petey arrancou e ele, Tab, Rider, e Cut partiram para onde, Shy não tinha ideia. Shy
tinha escutado Cherry e Tack falando sobre isso o suficiente para saber, que a irmã mais
velha de Rider e Cut os adorava e os estragava. Então ele pensou em sorvete, parque, mas
o que quer que fosse estava cheio com o amor de sua irmã.
Ele observou o carro até que não podia mais vê-lo.
Então, pulou fora da mesa de piquenique e entrou.
Na escuridão fria do Complexo, ele parou na sala comum e em pé, olhou para a
bandeira do Chaos montada na parede na parte de trás da sala.
Fresco e escuro, enquanto seu intestino ainda se retorcia e seu coração queimava.
Ele ergueu a garrafa e com o braço cortando o ar em um arremesso, jogou a garrafa
através da sala para o outro lado, arrebentando-a em uma explosão de espuma de cerveja
e vidro marrom, na parede oposta à porta com a bandeira do Club.
— Jesus, irmão, que porra é essa? — Ele ouviu o retumbo do lado da sala. Ele
virou-se e viu High sentado em um banquinho no bar com Snapper por trás deste.
Shy não respondeu. Ele rondou atrás do bar e pegou uma garrafa de tequila.
Deu a volta saindo do bar, caminhando para seu quarto, ele ordenou a Snapper. —
Limpe essa merda.
Então ele desapareceu em seu quarto.

Sete Meses Mais Tarde…


Ele estacionou sua caminhonete atrás do carro azul elétrico ao lado da estrada.
Shy recebeu sua primeira Chamada Tabby em dezoito meses.
Ela não estava perambulando.
Ela tinha um pneu furado.
Ela estava de pé, quadris vestidos de jeans contra a lateral de seu carro, braços
cobertos pela blusa térmica que usava embaixo do colete, botas de salto baixo cruzadas na
altura dos tornozelos, cabeça virada para ele, os olhos escondidos atrás de um par de
lentes espelhadas e armação de metal, olhando o vazio.
Ele a tinha visto uma vez desde que ela partiu com Petey e seus irmãos, e isso foi
na festa de Natal no Complexo Chaos. Ele apareceu com uma mulher em seu braço. Ela
saiu quinze minutos mais tarde.
Era isso.
Agora, ele saiu de sua caminhonete e moveu-se em sua direção, ela não se mexeu.
Apenas o observando.
Quando ele chegou perto, mesmo que ele não tivesse falado uma palavra com ela,
desde que se viram na Fortnum há mais de um ano, ela anunciou bruscamente:
— Eu sei como trocar um pneu furado, mas eu não consigo mover as porcas.
Ele parou a meio metro de distância dela, olhou através de seus óculos abaixados
no nariz e rosnou;
— Eu estou bem pra caralho, querida. Obrigado por perguntar. Como diabos você
está?
Ela levantou a cabeça e endireitou os ombros como se uma haste de aço houvesse
sido presa por sua espinha.
— Perdão? — Ela perguntou.
— Nada, — ele murmurou. — Faça-me um favor, afaste-se do carro. Não precisa
pegar o macaco, enquanto eu lido com seu pneu já que sua bunda está grudada nele.
Ela afastou-se do carro e Shy foi para o pneu. Ela pegou o estepe, levantou o
macaco do carro e a chave de roda e colocou tudo no asfalto. Shy agachou e foi pegar a
chave quando ela falou.
— Roscoe telefonou. Ele está há dez minutos daqui. Se isso está atrapalhando sua
programação, ele disse que seria capaz de ajudar.
— Dê-me dez minutos. Depois, você pode desaparecer de novo, — ele murmurou,
colocando a chave na porca e descobrindo que ela não estava errada. Essas cadelas
estavam apertadas.
Tabby calou-se. Shy trabalhou.
Ele trocou o pneu com o estepe, despejando o furado no porta-malas, e estava
batendo para fechá-lo, quando declarou:
— Vá para a oficina. Você tem tempo, agora seria bom. Não dirija muito longe com
esse estepe.
— Eu posso ser uma menina, mas o meu pai é um motociclista e um mecânico. Eu
acho que sei o suficiente para não andar por aí em um estepe, — ela devolveu. — Ainda
assim, — ela continuou quando seus olhos encontraram os dela, — você me deu uma
ideia. Todas essas mulheres tolas por ai que não sabem nada, eu poderia dar uma mão
amiga, projetar alguns folhetos. Espalhá-los por toda Denver. Explicações sobre o uso de
estepes. Como isso é perigoso. Eu vou ter a certeza de colocar um bando de borboletas
sobre ele e contornar com glitter para que possa manter sua atenção enquanto elas estão
lendo.
Ele sentiu os olhos arregalando e a sua boca perguntou: — Que porra é essa?
— Nada, — ela murmurou, então ele sentiu seu estômago apertar quando ela
perguntou:
— O boquete é um pagamento aceitável para uma troca de pneus ou a cabeceira da
cama precisa balançar?
Sério.
Ele não viu a cadela em meses, ele não falou com ela há mais de um ano, que porra
de atitude era essa?
Ele estava desgraçadamente muito irritado para perguntar, tudo o que podia forçar
a sair foi uma repetida: — Que porra é essa?
— Retorno, Shy. Eu certamente não gostaria de tirá-lo fora do seu caminho para
nada — ela explicou e ele sentiu sua mandíbula apertar, antes que forçou-se a relaxar e
responder.
— Dê-me cinco minutos, baby, arraste sua bunda aqui para que eu cuide de você,
meu caminhão é velho, o calor não é o que costumava ser. Ela aquece, um boquete na
cabine seria muito bom.
— É necessário que eu chame uma amiga ou só eu faço? — Ela atirou de volta.
— Difícil para duas cadelas colocarem suas bocas em volta do meu pau, mas se
você tem um jeito, docinho, eu estou pronto para a experiência.
— Oh, você vai estar, — ela sussurrou, inclinando-se ligeiramente.
— Não faça promessas que não pode cumprir — ele retornou.
Ela o encarou através de seus óculos, sua boca apertada, e ele sabia que se
arrancassem aqueles malditos óculos de sol, seus olhos estariam queimando.
Ele puxou uma respiração, acalmando a queimadura em seu interior para que fosse
capaz de pedir:
— Você quer explicar a atitude?
— Não — ela respondeu.
— Se você não fizer isso, então não jogue essa merda fora. Você tem algo na sua
bunda, você tem que ter a coragem de deixá-lo sair. Não jogue a merda e espere que vou
engolir quando eu não sei o seu maldito problema.
— Você está certo, Shy. Minhas desculpas. Você vem até meu carro amaldiçoando-
me sarcasticamente, tirou-me do sério. Você saiu do seu caminho para me ajudar, eu
deveria ser mais sensível.
Suas palavras eram doces. Seu tom não era.
— Baby, você já começa vociferando que teria tudo arrumado se pudesse mover
essas porcas. Você nem disse uma porra de um olá. Como, exatamente, você gostaria que
eu respondesse a isso do jeito que você estava, sendo que não te vejo em um maldito longo
tempo.
Ela jogou as mãos em uma merda de gesto de desculpas. — Desculpe, Shy, por
isso, sinto muito. Quero dizer, não é como se eu estivesse no meu caminho para fazer
alguma coisa quando eu tenho um estúpido pneu furado, então não podia mover as
estúpidas porcas e eu tentei como, — ela inclinou-se — nunca. Então, quando você
encostou para ajudar, em vez de estar compreensivelmente frustrada, eu deveria ter
colocado um sorriso no rosto e ter sido amável. Eu entendo isso, você se arrastou até aqui
para ajudar e estar chateada por que meu dia foi totalmente fodido, minhas mãos estão
sujas, meus jeans estão sujos, eu tenho que ir para casa e trocar-me não é o seu problema.
Eu não deveria ter agido assim.
Porra, ela tinha razão.
— Tabby… — ele começou, mas ela o interrompeu.
— E a coisa do boquete está fora da linha. Peço desculpas por isso também.
— Tab…
— Foi uma coisa de amigo e, bem… tudo. Agora, estamos bem?
Lá estava.
Sua chance.
E ele pegou.
Ele deu um passo em direção a ela e disse calmamente:
— Estamos bem, querida, mas desde que seu dia está ferrado de qualquer maneira,
e nós estamos no meio do nada, devemos aproveitar este momento para falar.
Quando ele aproximou-se dela, ela manteve-se firme. Depois que ele fez a sua
sugestão, ela inclinou-se ligeiramente para trás.
— Sobre o quê? — Ela perguntou.
— Eu tenho a sensação de que você está me evitando.
— Eu não estou — afirmou, muito rapidamente.
— Eu não falei com você em mais de um ano — ele ressaltou.
— Nós nunca fomos muito próximos, Shy — ela respondeu.
Shy tentou uma tática diferente. — Eu costumava vê-la o tempo todo, Tab. Agora
eu nunca mais te vi.
— Eu estou ocupada.
— Você estava ocupada antes e eu ainda te via.
— Agora estou ocupada…
Ele balançou a cabeça e aproximou-se. Ela manteve-se firme, mas ele viu o corpo
dela endurecer. Ele ignorou isso e continuou:
— Você está me evitando e tem sido desde que a merda veio abaixo há um tempo.
— Que merda? — Ela perguntou, e ela estava tão obviamente tentando fugir do
assunto, ele quase sorriu porque era bonito pra caralho.
Droga.
— Você sabe que merda — ele respondeu.
— Shy — ela começou, movendo-se para trás, mas ele a pegou pelo braço superior
e ela ainda ficou firme.
Ele inclinou-se para que seus rostos se aproximassem.
Jesus, ela tinha uma boca fantástica.
— Fui duro, querida, muito, muito duro. Eu vejo isso agora, mas já faz mais de um
ano e você ainda está dando-me um gelo. Esta merda não pode continuar, Tabby. Somos
uma família.
Ele viu aquela fantástica boca dela virar de uma forma que fez seu estômago fazer
o mesmo, antes que ela sussurrasse:
— Nós não somos uma família.
— Nós ambos somos Chaos — ele lembrou.
— Nós não somos uma família — ela repetiu.
— Querida!
Ela torceu o braço fora de seu controle, mas não se afastou quando falou.
— Minha família conversou comigo sobre aquela merda, que veio abaixo com
aquele cara depois do que aconteceu anos atrás, Shy. Ty-Ty, Papai, Rush estavam lá para
mim. Eu estraguei tudo, as coisas com a minha mãe estavam ruins, ela estava sempre em
cima de mim, mesmo quando eu não fiz nada de errado. Eu tinha dezesseis anos e
estúpida assim, pensei, que diabos? Se eu estava em apuros de qualquer maneira, eu
poderia muito bem fazer algo para entrar em problemas, e estava com um cara que era
muito velho para mim. Ele tentou transar comigo, sacudiu-me, e quando eu disse que não,
ele não foi legal. Ele bateu-me, machucou-me, e eu chamei Tyra para me ajudar. Ela
chamou você para cobrir suas costas. E, bem, você estava lá. Você sabe o resto.
— Tab… — Shy tentou de novo, agora tentando cortar o assunto, pois ele poderia
dizer que voltar ao passado não era algum lugar que ela queria estar, mas Tabby
continuou falando.
— Quando eles me confrontaram sobre isso, não foi confortável, mas foi honesto e
gentil e o que eu precisava. Sheila chamou-me de lado, questionou-me e ouviu-me quando
eu tive que liberar a merda sobre a mãe. Arlo levou-me para um cachorro-quente e uma
discussão sobre como identificar um bom rapaz, e como saber quando um cara é um
idiota. E todos eles estiveram a minha volta por anos, depois que tudo veio abaixo para
garantir que nada parecido acontecesse novamente. Foi exagerado, super protetor e chato,
mas pelo menos era amor. — Ela balançou a cabeça. — Mas você… você fez suposições.
Você mostrou que decidiu exatamente o tipo de garota que eu era naquela noite, quando
aquele cara colocou a mão em mim, sem saber uma única coisa sobre mim. Eu não era o
que você pensava, Shy. Eu não preciso da sua merda e também não merecia isso. Família
não faz julgamentos. Eles conversam. Eles apoiam. Você fez um julgamento. Você agiu por
esse julgamento. Fazendo isso você machucou-me tanto, que significa que você não é a
minha família.
Após acabar com ele, ela virou-se nos seus pés, pisou em seu carro, dobrou seu
curvilíneo pequeno corpo para dentro, e então ela estava fora, deixando Shy de pé ao lado
da estrada.

Quatro Meses Depois…


Shy sentou em sua moto, chateado. Construções para melhorar o centro e alguns
shows acontecendo no Centro de Artes Performáticas de Denver (CAPD), significavam
que o tráfego estava congestionado em cada porra de lugar.
Ele observou três carros passarem o farol e não se mexeu em sua moto, antes de
estar de volta ao vermelho, e tornou a pensar que deveria andar com sua moto por cima
da calçada e sair desta merda. Os carros foram movendo-se, disputando posição para
passar pela única pista que tinham, ele nem podia andar entre elas e dar o fora desta
porra.
Ele voltou a sentar e virou a cabeça, deslizando seus olhos através da maré de
pessoas que rastejavam sobre as calçadas, atravessando a rua e subindo as escadas do
CAPD, quando seus olhos passaram por ela e parou sua cabeça de volta.
Tabby.
Tabby usando um apertado, sem alças, vestido vermelho coberto de rendas, a barra
roçando os joelhos. Em seus pés saltos alto pretos que eram sexy pra caralho, e ao mesmo
tempo de classe. Sua massa de cabelo foi puxada levemente para trás de seu rosto,
escondido em um arranjo complicado de cachos na parte de trás.
Ela parecia uma princesa moderna. Elegante. Sofisticada. Da alta classe.
— Jesus — ele murmurou.
Ela estava olhando ao redor como se estivesse perdida, e ele estava prestes a
colocar a língua entre os dentes para assobiar, quando ela encontrou o que estava
procurando e Shy endureceu como uma rocha.
Um cara bonito, loiro, alto, musculoso vestido em um terno virou para ela,
sorrindo. Ela inclinou a cabeça para trás, não sorrindo.
Foda radiante.
Shy viu quando o homem deslizou um braço ao redor de sua cintura, ela encostou-
se ao seu corpo, e ele inclinou-se para tocar sua boca na dela. Ele continuou inclinado e
manteve o rosto perto do dela, como qualquer homem faria, com Tabby vestida desse jeito,
com aquela aparência, sorrindo assim, e sua boca moveu-se.
Então atirou sua cabeça para trás quando ele começou a rir.
Tabby o observou por uma batida antes que ela deixou cair o queixo e encostou a
testa contra o peito dele, os braços se enrolando em torno dele para abraçá-lo, enquanto ele
balançava com humor.
— Jesus — Shy murmurou, aquela queimação voltou, no estômago, peito, coração,
mesmo em sua maldita garganta.
Ele queria, mas não conseguia tirar os olhos quando o homem abaixou o queixo,
segurou sua mandíbula com a mão, levantou o rosto para o dele, e inclinou-se para tocar a
boca na de Tabby de novo.
Mas não foi um toque.
Ele manteve sua boca na dela um longo tempo, porra. Como se eles não estivessem
em uma calçada com centenas de pessoas fluindo ao seu redor e esperando nos carros
parados no trânsito. Como se estivessem sozinhos, somente eles.
Shy ficou observando quando o homem interrompeu o beijo. A mão de Tabby,
agora no pescoço do cara, mudou-se para que seu polegar pudesse acariciar o queixo e ela
olhava para ele como se fosse o único homem no planeta.
Foi então que Shy desviou os olhos.
Assim, ignorando as buzinas e os gritos que vinham das janelas, ele manobrou sua
moto através dos carros, quase levantando as pernas e a moto.
Dois segundos depois, quando o sinal abriu, ele rugiu para longe.

Oito Meses Mais Tarde…

— Jesus, falando sério, ajudem-me — Dog rosnou enquanto caminhava para o


Complexo e se dirigia para onde Shy, Arlo e Brick estavam sentados, bebendo cerveja, Bat
em frente a eles bancando o barman.
— E aí irmão? — Aro perguntou, enquanto Dog lançava sua bunda em um
banquinho.
— Nossa pequena Tabby está noiva.
Shy sentiu como se tivesse sido esmurrado.
— Não brinca — Brick perguntou, soando como se tivesse sido esmurrado
também.
— Jesus, Deus, por favor, não permita que seja aquele cara loiro que é construído
como um zagueiro e se parece com um policial. — Bat murmurou.
Dog tomou um longo gole de sua cerveja concordando com a cabeça. Em seguida,
ele deixou a cerveja cair em cima do bar e elevou os olhos para Brick.
— Cara legal, eu o conheci. Fisioterapeuta. Jogava bola na faculdade, bom nisso,
mas não bom o suficiente. Embora essa experiência o ajudou. Ele trabalha para os Broncos.
Shy olhou para a cerveja que estava segurando no bar.
Merda.
Caralho.
Merda.
— Ela está além da lua, de tão feliz — Dog continuou, e o intestino de Shy se
contorceu. — Cherry está também. Cherry acha que ele é o cara. Não posso dizer que não
gosto dele, mas ele é fodidamente normal. Tack está dividido. O cara realmente acha que a
nossa menina anda sobre a água, qual pai que não gostaria disso? Ele está bem com isso.
Ele conhece a gente, quem somos, de onde ela veio, não dá a mínima pra isso. Ele a levaria
sem pernas e sem braços se ela ainda fosse Tab, ele não se importa de onde ela vem. Dito
isto, ele está longe de saber o que é a vida, ele vem da porra do subúrbio, e Tack está se
debatendo sobre isso.
Shy levantou sua cerveja e deu um gole.
Ele engoliu e achou que ainda assim não ajudou com a queimação.
Dog, infelizmente, continuou falando pra caralho. — Eles vão esperar até que ela se
forme para se casar. Ela está sendo engraçada sobre isso. O cara quer que ela se mude, ela
diz que depois do casamento. Não sei por que simplesmente não junta os trapos com ele.
Experimenta antes de comprar, veja se vai funcionar. Mas, ela não cede, então… que seja.
Tabby sendo deles, seus irmãos poderiam falar sobre essa merda a noite toda.
Mas Shy tinha o suficiente.
Ele empurrou seu banco para trás, deslizou para fora e murmurou:
— Tenho que ir.
— Aonde você vai? — Bat perguntou.
Ele não sabia. Ele não se importava. Em qualquer lugar contanto que fosse com sua
moto.
— Merda pra fazer — ele murmurou e moveu-se em torno do bar, olhando para os
pés, a mente centrada em manter a mandíbula relaxada, suas mãos se abriram.
Ele saiu pela porta, girou em sua moto e rolou para fora.
Ele não voltou ao Chaos por três semanas.

Seis Meses Depois…

Shy estava atravessando o pátio em direção ao Complexo, a fim de tomar um


banho e sair. Suas mãos estavam sujas de graxa. O carro em que estava trabalhando nos
últimos três meses estava finalmente pronto.
Hora de comemorar.
Ele entrou no Complexo e sentiu o peso no ar imediatamente. Os meninos estavam
se movendo para fora, rostos em alerta e assustados, um clima ruim.
— O que está acontecendo? — Ele perguntou a Roscoe, que estava movendo-se,
como todos os irmãos, em direção à porta.
— Acidente de carro — Roscoe respondeu, parou e olhou. — O noivo de Tab.
A força dessa informação bateu duro em Shy, tão forte que era uma maravilha que
ele não caiu em seus joelhos.
O casamento seria em três semanas.
Jesus. Tabby.
— O quê? — Ele sussurrou.
Roscoe balançou a cabeça. — Só tenho a notícia. Ela está no Centro Médico de
Denver. Ele está…, irmão, essa merda é do caralho, mas o cara morreu na hora. Não
aguentou sequer chegar ao hospital. Morreu. Tack disse que Tab está perdida. Nós
estamos indo para apoiar, cobrir as costas de Tack, ver o que podemos fazer. — Sua cabeça
inclinada para o lado. — Você vem?
Morreu na hora.
Não chegou até o hospital.
Morto.
Tab está perdida.
Perdeu-o.
— Alguém cuidando das crianças? — Ele se forçou a falar.
— Sheila está indo para lá.
— Eu vou ajudá-la — ofereceu Shy, virando-se, cavando a mão gordurosa em seu
jeans para suas chaves.
— Ajudar Sheila com as crianças? — Roscoe perguntou de volta.
Shy não respondeu. Estava tudo afundado, uma lama do caralho, mas tinha que
fazer algo. Algo longe de Tabby.
Ela não gostaria de vê-lo agora.
Ela nunca quis vê-lo.
Mas ele tinha que fazer alguma coisa.
Ele não era a sua família.
Mas ela era a sua.

Três Dias Depois…

Shy sentou na sala de estar escura de seu apartamento, a primeira vez que tinha
estado lá por meses.
Ele estava pensando, e estava lembrando-se.
Lembrando, pela primeira vez em muito tempo daquele dia, quando chegou à
notícia.
Lembrando do dia que sua vida, com doze anos de idade, mudou e passou de bom,
não, ótimo, para a merda absoluta.
Lembrando do dia, anos depois, quando ele encontrou o Chaos e pensou que,
finalmente, porra, finalmente, a sua vida não seria mais uma merda e ele estava certo.
E pensar que, há seis horas, provavelmente vestindo preto, provavelmente,
parecendo sem vida, tal como ela parecia ontem quando a viu saindo do escritório,
abraçada com Cherry, com a cabeça balançando como se estivesse concordando com o que
Cherry dizia, quando soube só de olhar, que ela não estava ouvindo nada, Tabby estava
em um cemitério enterrando seu homem.
Seu homem tinha vinte e sete anos de idade.
A idade de Shy.
Shy levou a garrafa de vodca aos lábios e tomou um longo gole.
Ele só a largou para pegar outra.
Capítulo 1
Eu Sonhei Um Sonho…

Três meses e meio depois…


— Seu celular tocou e Parker Cage "Shy" abriu os olhos.
Ele estava deitado de costas na cama, no seu quarto no Complexo de Chaos
Motorcycle Club. As luzes ainda estavam acesas e ele estava enterrado sob uma pequena
pilha de mulheres. Uma delas dobrada contra seu lado, a perna jogada sobre suas coxas,
com o braço sobre seu peito. A outra estava de cabeça para baixo, dobrado para o outro
lado, seu joelho em seu estômago, seu braço sobre seu tornozelo.
Ambas estavam nuas.
— Merda — ele murmurou, contorcendo-se com dificuldade sob a cerca de
membros. Ele estendeu a mão para o telefone.
Ele verificou o display, suas sobrancelhas se juntaram ao ler – chamada
desconhecida – então apertou para atender a chamada.
— Oi — disse ele ao telefone.
— Shy? — Uma mulher perguntou, ela soava estranho, distante, quieta.
— Sou eu — ele respondeu.
— É Tabby.
Ele rapidamente sentou-se na cama, membros voando e eles não eram dele.
— Ouça, eu sinto muito, — sua voz soou como se estivesse tentando parar de
chorar ou, talvez, hiperventilando, em seguida, ela sussurrou: — Então, sinto muito, mas
eu estou em um aperto. Eu acho que pode até ser um pouco… hum, em apuros.
— Onde você está? — Ele latiu no telefone, rolando sobre a mulher ao seu lado e
levantando.
— Eu… eu… bem, eu estava com este velho amigo e estávamos. Droga, um… —
ela gaguejou, enquanto Shy equilibrava o telefone entre a orelha e o ombro e puxava a
calça jeans.
— Querida, onde você está? — Ele repetiu.
— Em um banheiro — ela respondeu, enquanto ele puxava uma camiseta do chão e
endireitou-se, esperando por ela para dizer mais.
Quando ela não o fez, gentilmente, ele pediu.
— Eu meio que preciso saber onde este banheiro fica, doçura.
— Eu, uh… esse cara é… hum, eu não sabia que, obviamente, mas eu acho que ele
é — outra parada em sua respiração, antes de sussurrar tão baixo que ele mal ouviu, — um
cara mau.
Caralho.
Merda.
Caralho.
Ele agarrou as botas no chão e sentou-se na cama para colocá-las com suas meias,
perguntando: — Será que eu preciso de apoio?
— Eu não quero que ninguém… — ela fez uma pausa. — Por favor, não conte a
ninguém. Assim… você não pode apenas mandar uma mensagem quando chegar aqui?
Vou ficar no banheiro, colocarei meu celular no vibra para que ninguém ouça, e eu vou
rastejar para fora da janela quando você chegar.
— Tab, ninguém vai pensar merda. Apenas me diga como está o terreno. Você está
em perigo?
— Eu vou rastejar para fora da janela.
Ele suavizou mais sua voz, e parou de colocar as botas, para dar-lhe toda a sua
atenção.
— Tabby, baby, você está em perigo?
— Eu… bem, eu não sei realmente. Há uma grande quantidade de drogas e eu vi
algumas, bem, uma grande quantidade de armas.
Merda.
— Endereço, querida — ele insistiu, e ela deu a ele.
Então ela disse: — Não diga a ninguém, por favor. Apenas mande mensagem.
— Eu faço isso se você continuar me avisando com frequência. Mensagens de texto.
Apenas um "estou bem" a cada minuto ou pouco. Eu não tenho uma, e vou saber que você
não está, então chamo os meninos.
— Eu posso fazer isso — ela concordou.
— Certo, aguente firme, eu estarei ai.
— Uh… obrigado, Shy.
— A qualquer hora, Tab. — Sim?
Ele esperou, e parecia que anos se passaram ate ela sussurrar. — Sim.
Ele desligou, calçou a outra bota, levantou, puxando sua camiseta enquanto se
virou para sua cama. Uma das mulheres estava sobre um cotovelo e piscando para ele. A
outra ainda estava dormindo.
Enquanto pegava sua faca na mesa de cabeceira e empurrava a bainha em seu
cinto, ele ordenou:
— Levante a bunda dela dai. Vocês duas precisam se vestir e ir embora. — Ele
enfiou a mão no criado-mudo e pegou sua arma, empurrando-a em suas costas, no cós da
calça jeans e abaixando a camiseta sobre ela.
— Você tem 15 minutos para sair. Se você não foi embora quando eu estiver de
volta, eu não ficarei feliz.
— Com certeza, querido — a mulher acordada murmurou. Ela levantou a mão
para empurrar no quadril de sua amiga.
Jesus.
Passando o olhar através delas ele soube que estava acabado. Alguns dos irmãos,
muito mais velho do que ele, aproveitaram o máximo que puderam, e quando chegou o
momento, eles não limitaram só a dois pedaços de rabo.
Ele teve este passeio por muitas vezes.
Então, bateu-lhe direto que isto não levaria a lugar algum.
Ele nunca, nem uma vez, caminhou até uma mulher que parecia perdida sem ele e
encontrou-se no segundo que o viu. Que se apoiou nele no minuto em que ele a tocava.
Que o fez rir com tanta força, ao ponto de jogar sua cabeça para trás. Cuja boca ele pegaria
e o mundo se derreteria ao seu redor, assim como ele faria a mesma merda acontecer para
ela.
E ele não teria isso, se continuasse com essa merda.
Ele correu através do Complexo para sua moto e dirigiu com o celular na mão.
Ela mandou uma mensagem, eu estou bem, e Shy respirou calmante e olhou de volta
para a estrada.
Ela mandou outra mensagem. Desta vez, eu ainda estou bem, e, aproximando-se
dela, Shy sentiu sua mandíbula começar a relaxar.
Poucos minutos depois, ela mandou uma mensagem novamente. Desta vez era eu
ainda estou bem, mas esse banheiro é muito tosco.
Quando Shy leu e seus olhos voltaram para a estrada, ele estava sorrindo
abertamente.
Ela manteve as mensagens de texto sobre a sua condição permanente de bem, com
um breve comentário do quanto ela não gostava do local atual, até que ele estava fora da
casa. Ele desligou a moto e observou. Luzes acesas na sala da frente, outra iluminando
uma pequena janela no lado oposto na parte de trás. O banheiro.
Ele inclinou a cabeça para o telefone e mandou uma mensagem, Do lado de fora,
baby.
Segundos depois, ele viu um pé descalço saindo da pequena janela, depois outro,
então, as pernas. Ele chutou para baixo o suporte, girou fora de sua moto e correu através
da escuridão até o lado da casa.
Ele pegou as pernas dela e puxou-a para fora o resto do caminho, colocando-a em
seus pés.
Ela inclinou a cabeça para trás para ele, com o rosto pálido no escuro.
— Obrigada — ela disse suavemente.
Ele, infelizmente, não tinha a noite toda para olhar em seu lindo rosto nas sombras.
Ele não tinha ideia com o que estava lidando. Ele tinha que tirá-los de lá.
Ele pegou a mão dela e murmurou: — Vamos.
Ela assentiu com a cabeça e correu ao seu lado, com uma mão na dele, seus sapatos
pendurado em sua outra mão. Ele sentou na moto, ela girou em suas costas. Como se
tivesse nascido para isso, ela colocou os braços ao redor dele sem hesitação.
Ele sentiu seus seios pressionados em suas costas e fechou os olhos.
Então ele os abriu e perguntou: — Aonde você quer ir?
— Eu preciso de uma bebida — ela respondeu.
— Bar ou Complexo? — Ele ofereceu, sabendo o que ela escolheria. Ela nunca mais
veio ao Complexo.
— Complexo — ela o surpreendeu ao responder.
Graças a Deus que ele chutou aquelas cadelas fora. Ele só esperava que elas
seguissem suas ordens.
Ele dirigiu para o Complexo, estacionou em frente, e sentiu a perda quando ela
afastou-se e balançou fora. Ele ergueu a mão para segurá-la firme, enquanto ela deslizava
sobre os calcanhares, então ele pegou a mão dela e a levou para dentro.
Felizmente, estava deserto. Felizmente, o quarto também. Ele não precisava de uma
daquelas cadelas vagando por ai e fodendo ainda mais a noite de Tab.
— Pegue um banquinho, querida. Vou pegar uma bebida — ele murmurou,
passando a mão e braço para levá-la para o lado de fora do bar, enquanto se movia para
dentro.
Tabby, ele notou, fez o que pediu. Ela contornou a curva do bar e pegou um
banquinho.
Shy foi para trás do bar e perguntou: — O que você está bebendo?
— O que deixa bêbado mais rápido? — Ela perguntou de volta, e ele parou, virou-
se, pôs as mãos sobre o balcão os olhos fixos nela.
— De que tipo de problema eu te tirei? — Ele perguntou em voz baixa.
— Nenhum, agora que estou fora daquela janela — ela respondeu calmamente.
— Você conhece aquelas pessoas? — Ele perguntou.
Ela deu de ombros e olhou para suas mãos no bar. — Uma velha amiga. Ensino
médio. Apenas ela. Os outros… — ela parou em outro encolher de ombros.
Shy olhou para suas mãos.
Elas estavam visivelmente tremendo.
— Tequila — afirmou, e ela olhou pra ele.
— O quê?
— Deixa bêbado mais rápido.
Ela apertou os lábios e assentiu.
Ele pegou a garrafa e colocou na frente dela.
Ela olhou para a garrafa, então para ele, e inclinou sua cabeça para o lado quando
ele não se mexeu.
— Copos — ela pediu.
Ele pegou a garrafa, tirou a tampa, levou-a aos lábios e tomou um gole. Quando
terminou, ele deixou cair o braço e estendeu-a para ela.
— Você não pode ficar bêbada rápido, se você usa uma porra de um copo — ele
informou.
A ponta de sua língua saiu para molhar seu lábio superior e, Jesus, ele esqueceu o
quão bonito que era.
Felizmente, ela tirou a sua língua fora da mente dele, quando pegou a garrafa,
olhou para ele por uma batida, em seguida colocou-a nos lábios e mandou para dentro
uma golada.
A garrafa caiu com Tabby engasgando, e Shy estendeu a mão para ela.
Através de um sorriso, ele aconselhou: — Você pode estar bebendo direto, doçura,
mas você ainda tem que beber de forma inteligente.
— Certo — ela suspirou como se sua garganta estivesse em chamas.
Ele colocou a garrafa aos lábios e deu outro gole antes de colocá-la no bar.
Tabby envolveu a mão em torno dela, levantou e engoliu um pouco, mas desta vez
ela fez isso de forma inteligente e sua mão com a garrafa desceu lentamente, embora ela
ainda respirasse um pouco forte.
Quando ela recuperou-se, ele apoiou os antebraços no bar e perguntou baixinho: —
Você quer conversar?
— Não — ela respondeu bruscamente, apertando os olhos, a tristeza, passando
através deles, cortando seu intestino. Ela ergueu a garrafa, tomou outro gole antes de
bloquear o seu olhar com o dele. — Eu não quero falar. Eu não quero compartilhar meus
sentimentos. Eu não quero desabafar. Eu quero ficar bêbada.
Ela não deixou nada nas entrelinhas, ela disse claramente, então ele deu isso a ela.
— Certo, então vamos fazer isso, você fica sentada a toa, e eu aqui parado,
assistindo você, ou vamos fazer alguma coisa? Como jogar bilhar.
— Eu detono no bilhar — ela o informou.
— Baby, eu vou limpar o chão com você.
— De jeito nenhum — ela zombou.
— Totalmente, — disse ele através de um sorriso.
— Você está tão certo, querido, vamos torná-lo interessante, — ela ofereceu.
— Eu estou pronto, — ele concordou. — Se eu ganhar, você me faz cookies. Você
ganha, você escolhe.
Ele mal terminou de falar, e ela lhe deu o melhor presente que teve em toda sua
fodida vida.
O pálido saiu de suas feições, enquanto o rosa atingia seu rosto, um tiro de vida em
seus olhos, tornando-os vibrante, sua cor brilhante balançando-o até a porra do seu núcleo,
antes que ela superasse toda essa merda e caísse na gargalhada.
Ele não tinha ideia do que fez, o que ele disse, mas o que quer que fosse, ele iria
fazê-lo e dizê-lo mais e mais, até que ele desse o seu último suspiro apenas para que
pudesse vê-la rir.
Ela não disse uma palavra, quando seu riso transformou-se em gargalhadas e
continuou em silêncio, com os olhos nela.
Quando ela o pegou olhando, ela explicou: — A minha comida é inconstante. Às
vezes, é brilhante. Às vezes… — ela sorriu — … não é. Com os assados é a mesma coisa.
Eu só não consigo pegar o jeito dele. Eu nem sequer tenho um — ela levantou os dedos
para fazer marcas de aspas no ar — prato especial que fica ótimo toda vez. Eu não sei qual
meu problema. Papai e Rush, mesmo Tyra, eles detonam na cozinha. Eu, não. — Ela se
apoiou.
— De jeito nenhum. Então, eu estava rindo porque quem me conhece, não pensaria
em cookies como um bom negócio para uma aposta. A verdade é que eles poderiam ser
impressionantes, mas eles também poderiam estar uma droga.
— Que tal eu me arriscar? — Ele sugeriu.
Ela deu de ombros, ainda sorrindo. — Seu funeral.
Shy ficou tenso com suas palavras, e o rosa saiu do seu rosto, a vida começou a
escorregar de seus olhos.
— Beba, — ordenou rapidamente.
— O quê? — Ela sussurrou, e ele estendeu a mão e deslizou a tequila para ela.
— Beba. Agora. Mande pra dentro, querida. Faça isso pensando no que você quer
se ganhar a aposta.
Ela assentiu com a cabeça, pegou a garrafa, tomou um gole, e deixou-a cair sobre o
bar com um barulho, deixando escapar um "Ah", fofo pra caralho, antes de declarar: —
Você troca o meu óleo.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Só isso?
— Eu preciso trocar meu óleo e custa, tipo, trinta dólares. Eu posso comprar um
monte de coisas com trinta dólares. Um monte de coisas que eu quero. Eu não quero óleo.
Meu carro precisa, mas eu não.
— Tabby, docinho, o seu pai é dono de parte da oficina mais fodida deste lado do
Mississippi, e a maior parte do outro lado também, e você está pagando por trocas de
óleo?
Seus olhos deslizaram para longe e ele sabia por quê.
Foda-se.
Ela estava fazendo isso para evitá-lo. Ainda.
Certo como o inferno, isso tinha que parar.
Então, ele iria parar com isso.
— Nós jogamos bilhar, ficamos bêbados e vamos nos divertir, este é o nosso plano
então, vamos tirar essa merda fora do caminho, — afirmou. Seus olhos deslizaram de volta
e ele disse de modo plano:
— Eu estraguei tudo. Um erro enorme. Foi há muito tempo, mas marcou você.
Você estava certa. Eu era um idiota. Fiz suposições, elas estavam erradas e agi de acordo
com elas, eu não deveria ter feito isso, o que foi mais errado. Eu gostaria que você tivesse
tido a oportunidade de jogar isso na minha cara anos atrás, então poderíamos ter tirado
isso do nosso caminho, mas está feito. Quando você jogou isso na minha cara, devia ter
lidado com a merda, te encontrado e pedido desculpas. Eu não fiz isso também. Eu
gostaria de saber por que você me ligou hoje à noite, mas se você não quer compartilhar
essa merda, está legal também. Eu só vou dizer, querida, eu estou feliz que você ligou.
Você precisa de um lugar seguro, apenas para esquecer a merda e fugir, eu vou dar a você.
Hoje à noite. Amanhã. Semana que vem. No próximo mês. Esse lugar seguro sou eu,
Tabby. Mas, eu não quero esse assunto antigo nos assombrando. Fantasmas assombram
até que você livre-se deles. Vamos nos livrar desse maldito fantasma e seguir em frente,
assim eu posso chutar sua bunda no bilhar.
Enquanto falava, ele viu a piscina de lágrimas nos olhos dela, mas ele continuou, e
quando parou ele não se mexeu, mesmo que quase o matou. Não tocá-la, até mesmo sua
mão. Não dar-lhe algo.
Isso o matou.
Antes que ele perdesse a luta para se segurar, ela sussurrou: — Você nunca vai
chutar minha bunda no bilhar.
Foi quando ele sorriu, inclinou-se para frente e envolveu sua mão ao redor da dela,
sentando no bar.
— Prepare-se para ter seu traseiro chutado, — disse ele em voz baixa.
— Trocas de óleo por um ano, — ela retornou suavemente.
— É isso aí, mas cookies por um ano, — ele disparou de volta.
— Ok, mas não diga que eu não avisei, — respondeu ela.
Ele comeria seus cookies, fossem ótimos ou uma porcaria. Se Tabitha Allen fizesse
algo, ele comeria qualquer coisa.
Shy não compartilhou isso.
Ele deu-lhe um aperto de mão, pegou a garrafa, e foi em direção aos tacos na
parede.
Tabby o seguiu.

Eles estavam no escuro, em sua cama, em seu quarto no Complexo.


Shy estava de costas, os olhos para o teto.
Tabby estava afastada um pouco, de lado, seu queixo virado para baixo.
Ela estava destruída.
Shy não estava nem um pouco bêbado.
Ela ganhou quatro jogos, ele venceu cinco.
Cookies por um ano.
Agora, ele estava ganhando algo mais, porque tequila não deixou Tabitha Allen
uma bêbada feliz.
Ela deixou uma faladora.
Ele também a fez contar sobre sua feia história e confiou nele com absolutamente
tudo o que importava agora em seu mundo.
— Morto na hora, — ela sussurrou para a cama.
— Eu sei, docinho, — ele sussurrou para o teto.
— Onde você ouviu? — Ela perguntou.
— Eu estava entrando no Complexo, os rapazes tinham acabado de ouvir e eles
estavam de saída.
— Você não foi ao hospital.
Ele ficou surpreso que ela tinha notado.
— Não. Eu não era a sua pessoa favorita. Não achei que eu poderia ajudar. Fui até
Tack e Cherry e ajudei Sheila com os meninos, — ele disse a ela.
— Eu sei. Ty-Ty me disse, — ela o surpreendeu novamente dizendo. — Foi legal da
sua parte. Eles dão trabalho. Sheila tenta, mas os únicos que podem realmente lidar com
eles são papai, Tyra, Rush, Big Petey e eu.
Shy não respondeu.
— Então, uh… obrigada, — ela terminou.
— Sem problemas, querida.
Ela ficou quieta e Shy aguardou.
Ela quebrou o silêncio.
— Tyra teve que cancelar todos os planos de casamento.
— Foi? — Ele perguntou em voz baixa.
— Sim, — ela respondeu. — É a segunda vez que ela tem que fazer isso. Esse cara,
Elliott não estava morto, quando ela teve que fazê-lo por Lanie, mas ainda assim. Duas
vezes. Dois casamentos. Não vale a pena. Todo o planejamento. Todo esse dinheiro… —
ela puxou uma respiração instável — … não vale a pena. Eu não vou fazer isso de novo.
Eu nunca vou me casar.
Com isso, Shy rolou para o lado dele, estendeu a mão e encontrou a mão dela
estendida na cama.
Ele fechou a mão em torno da dela, segurou firme e aconselhou: — Não diga isso,
baby. Você tem vinte e dois anos de idade. Você tem a vida inteira pela frente.
— Assim como ele tinha.
Foda-se, ele não poderia discutir isso.
Ele levantou as mãos da cama e juntou-as um pouco mais perto antes que dissesse
gentilmente:
— Se ele estivesse neste quarto agora, docinho, neste momento, ele não iria querer
isso. Ele não gostaria de ouvi-la dizer essa merda. Pense bem, Tabby. O que ele gostaria de
ouvir você dizer?
Ela ficou em silêncio, em seguida, ele a ouviu respirar fundo e sussurrar:
— Eu daria qualquer coisa…
Ela parou e ficou quieta.
— Baby — ele sussurrou de volta.
Sua mão se sacudiu e seu corpo deslizou sobre a cama encontrando o dele, seu
rosto em sua garganta, o braço se enrolando em torno dele apertado, sua voz tão crua, que
doeu ouvir. Sua própria garganta estava arranhando, apenas a ouvindo.
— Eu daria qualquer coisa para ele estar neste quarto. Qualquer coisa. Eu daria
meu cabelo, e eu gosto do meu cabelo. Eu daria meu carro, e meu pai construiu esse carro
para mim. Eu amo esse carro. Eu nadaria um oceano. Eu andaria através de flechas. Eu
sangraria para ele estar aqui.
Ela se enterrou mais perto dele e Shy respirou fundo, puxando-a mais perto,
dando-lhe o seu calor. Ele passou um braço em torno dela e puxou-a mais apertado,
enquanto ela chorava em silêncio, uma mão segurando firme.
Ele não disse nada, mas ouvia de olhos fechados, o coração queimando com os sons
da sua dor.
O tempo passou e suas lágrimas lentamente pararam de escorrer.
Finalmente, ela disse baixinho: — Eu sonhei um sonho.
— O que querida?
— Eu sonhei um sonho — ela repetiu.
Ele inclinou a cabeça e colocou os lábios na parte superior de seu cabelo, mas ele
não tinha resposta. Ele sabia que era uma droga quando os sonhos morrem. Ele tinha
estado lá. Não havia palavras para dizer. Nada melhor, exceto o tempo.
Em seguida, ela o chocou completamente e começou a cantar, sua voz alta e limpa
envolvida numa música que ele nunca tinha ouvido antes, mas sua letra era visceral,
perfeita para ela, o que ela tinha que estar sentindo, levando o fogo de seu coração para a
garganta, tão alto, que ele poderia jurar que conseguia sentir o gosto.
— Les Mis, — ela sussurrou quando terminou a música.
— O quê?
— O musical. Les Misérables. Jason me levou para assistir. É muito triste.
Era uma música da peça, só podia ser.
Ela se apertou mais forte. — Eu sonhei um sonho, Shy.
— Você vai sonhar mais sonhos, baby.
— Eu nunca vou sonhar — ela sussurrou, sua voz perdida, trágica.
— Nós vamos te arrumar um sonho, querida — ele prometeu, puxando-a para
mais perto.
Ela pressionou-se mais e ele ouvia enquanto sua respiração acalmava-se, sentindo
seu corpo deslizar para o sono, o tempo todo pensando que seu cabelo cheirava
fenomenal.
Shy virou-se para ela, prendendo seu pequeno corpo sob o dele e murmurando: —
Vamos levá-la a um sonho.
Tabby segurou sua mão em seu sono.
Shy segurou a dela, mas não dormiu.
O sol tocou o céu e os olhos de Shy fecharam.
Quando os abriu, ela se foi.
Capítulo 2
Acordar Em Seus Braços

Seis Semanas Mais Tarde…


A campainha do meu apartamento tocou e, de pé na frente do espelho no banheiro,
eu pulei.
Papai e Tyra estavam lá para me levar para o assado de porco.
Estava na hora, de acordo com o papai, que eu voltasse para a vida. Eu não tinha
tanta certeza, mas meu pai tinha e quando meu pai estava certo sobre algo, bem… você se
arrumava e arrastava-se para um assado de porco.
Olhei para mim mesma no espelho, vendo meu cabelo para lá, mais maquiagem do
que eu normalmente usava, uma doce camiseta Harley de mangas compridas, que
comprei apenas na semana passada, a primeira que eu tinha comprado ou usado em anos,
jeans desbotados que se ajustavam perfeitamente e um cinto fabuloso. Eu não podia vê-las
no espelho, mas também tinha botas de cano alto com saltos finos que geralmente usava
sob saias inteligentes.
Bom.
Estúpida!
Eu parecia impressionante, tão impressionante, que até mesmo eu poderia dizer
que parecia incrível.
Ainda era estúpido.
A campainha tocou novamente e houve uma batida seguinte, mas eu não podia
mover-me. Eu só fiquei ali, olhando para mim mesma no espelho, perguntando o que
diabos eu estava fazendo.
Eu ouvi a porta abrir e sabia que Tyra tinha usado sua chave.
— Tabby, querida, você está aqui? — Eu ouvi o seu chamado e tentei mover meus
pés, mas eu continuei congelada em frente ao espelho. — Tab, você está aqui? — Ela
gritou.
Ela estava mais perto, movendo-se para o meu quarto, eu poderia dizer.
Meus pés finalmente se moveram, levando-me para fora do banheiro e dentro do
quarto.
Lá estava ela, com seu grosso, exuberante e brilhante cabelo ruivo, grande corpo,
mesmo depois de dois filhos, Tyra Allen, minha amiga, minha salvadora de anos atrás.
Minha madrasta.
No instante em que seus olhos verdes pousaram em mim, eles se arregalaram e um
sorriso se espalhou em seu rosto lindo.
— Uau, querida, você está ótima.
Vê? Eu estava ótima.
Eu ainda era estúpida.
Eu sabia o que ela viu. Durante meses, eu segui os movimentos da vida, mas não
coloquei nenhum esforço nisso. Eu levantei-me e fui para o trabalho, voltei para casa e
tentei dormir. Eu juntava-me com a família e fingia que estava tudo bem, mas eles sabiam
que era tudo um show.
Especialmente meu pai.
Kane Allen, conhecido como Tack para todos, mas era Pai para mim, estava longe
de ser bobo, o que foi legal a maior parte do tempo, mas não foi quando eu tentei passar a
perna em alguém, algo que eu nunca na minha vida, consegui fazer com o meu pai.
— Eu errei — declarei e vi Tyra piscar.
— Perdão — ela perguntou.
— Eu errei — repeti.
— Como você errou? — Ela perguntou.
— Eu dormi com Shy.
Então, ela não piscou. Seus olhos ficaram tão grandes que pensei que eles iam
saltar fora de sua cabeça.
Ela recuperou-se rapidamente, enfiou a mão no bolso de trás e pegou o telefone.
Ela apontou com o dedo e colocou-o em seu ouvido.
— Tack, mel, continue sem nós — disse ela em seu telefone. — Tabby e eu vamos
com o carro dela e nos encontramos lá mais tarde. — Ela fez uma pausa e em seguida. —
Eu não sei ainda, mas ela e eu temos que falar e quando resolvermos as coisas, nos
encontraremos no Chaos. — Pausa, então. — Bonito, eu te disse, eu ainda não sei, mas vou
descobrir e nós vamos resolver isso, então nós vamos encontrá-lo lá. — Outra pausa com
um rolar de olhos, então, mais suave: — Eu tenho isso, você sabe que eu faço. Nós vamos
encontrá-lo no assado em breve.
O pai estava preocupado, eu poderia dizer. Isso não foi uma surpresa. Ele era o
tipo de pai que te amava tanto que se machuca, quando você se machuca, e quando você
perde algo precioso ele também perde com você.
Por esse pensamento, eu vi o que via sempre quando Tyra estava conversando com
o papai.
Mesmo que ela abaixasse o queixo e virasse a cabeça para que tivesse seu perfil, eu
ainda vi o rosto de Tyra ficar suave antes de dizer calmamente: — Sim. Vai dar. Amo-te.
Então, eu vi uma coisa que também vi várias vezes, quando Tyra estava
conversando com meu pai: seu rosto ficava mais suave e eu sabia que meu pai estava
dizendo a ela que a amava também.
Tyra era uma bomba, então eu estava feliz com o que ela tinha de papai e fiquei
ainda mais feliz com o que ela deu para ele.
Ela esfaqueou a tela do seu telefone, enfiou a mão no bolso e focou em mim.
Então, ela perguntou: — Você dormiu com Shy?
Eu balancei a cabeça, mas esclareci: — Há seis semanas, nós dormimos; dormimos
não o negócio antes de dormir. — Suas sobrancelhas subiram então eu expliquei: — Veja,
eu estava em uma situação, ele me tirou daquela situação, eu pedi-lhe para embebedar-
me, ele fez, nós jogamos bilhar, conversamos, acabamos na cama, eu cantei-lhe uma
canção de Les Mis, então desmaiei e acordei em seus braços.
Ela inclinou a cabeça para o lado e seus olhos cresceram afiados, e eles fizeram isso
quando eu disse que estava em uma situação.
Como eu disse, meu pai estava longe de ser burro. Não sendo muito idiota, por
algum motivo que não entendo, ele casou-se com a minha mãe, que estava muito mais
perto do que qualquer idiota que eu conhecia. No entanto, não sendo burro, meu pai
livrou-se dela e não cometeu o mesmo erro duas vezes. Portanto, Tyra era também longe
de ser estúpida, o que era bom para mim, na maior parte do tempo.
Às vezes, isso não era.
Eu sabia que este era um daqueles momentos quando ela perguntou: — Você
estava em uma situação?
Lambi meus lábios enquanto ela observava.
Em seguida, ela mudou-se para a cama apontando com a mão. — Certo, fale
comigo.
Ela sentou-se na cama, e eu me sentei com ela e comecei a colocar para fora.
— Ok, bem, o que vou dizer não vai te fazer feliz, mas aqui está. Seis semanas
atrás, eu estava com Natalie.
Ela mordeu o lábio, seu rosto ficou em branco e eu entendi.
Natalie Harbinger tinha sido a minha melhor amiga desde sempre. Eu fui para a
faculdade para ser uma enfermeira. Natalie foi para a mesma faculdade que eu, mas ela foi
para a festa. Ela colocou um grande esforço e, portanto, destacou-se neste
empreendimento ao ponto que foi expulsa da faculdade. Ela continuou a festejar e não
havia nada de errado com isso, exceto que quanto mais ela fazia, o mais preocupante era o
que ela estava fazendo com isso.
As pessoas na nossa idade começaram a crescer e a organizarem suas vidas. Se não
o fizessem, suas vidas entrariam numa espiral descendente por um caminho que
significaria que nunca estariam arrumados.
Natalie não cresceu e se organizou.
Eu entendo isso. A mãe de Natalie foi, sem dúvida, uma cadela maior que a minha.
O problema era que Natalie não tinha um pai que se preocupasse, ou uma madrasta que
era demais. Compreendi que estava fazendo essas coisas para chamar a atenção, mesmo
que fosse uma atenção ruim, mas para mim essa porcaria foi há anos atrás. Ela
simplesmente não parecia ser capaz de sair fora disso.
Assim, Tyra não era um grande fã de Natalie, e mesmo meu Pai, que era o
presidente de um clube de motocicletas e, essencialmente, tinha um lema de vida de "viva
e deixe viver" teve problemas com ela. O resumo é que eles não gostavam que eu saísse
com ela.
Além disso, Jason a odiava. Infelizmente, Natalie retornou o favor. Isso me colocou
no meio, o que não era um lugar divertido para estar. Jason era o tipo de cara que deixava
claro o que pensava, se a situação assim justificasse e ele odiava Natalie suficiente para
demonstrar abertamente. Natalie, também, não era o tipo de pessoa para manter as coisas
enterradas, assim, ela não hesitou em compartilhar. Isto não era confortável para mim,
mas eu era o tipo de pessoa que estava crescendo e ordenando minha vida. Eu também
estava apaixonando-me, naturalmente, ao invés de fazer uma escolha (como essa), eu
comecei há gastar menos tempo com ela e mais tempo com Jason.
Ela aproveitou o tempo que poderia dar a ela sem muita lamúria, e eu trabalhei em
manter nossa amizade, mesmo que ela mudasse com os diferentes caminhos que nossas
vidas estavam tomando.
Mas, quando Jason morreu, ela intensificou-se totalmente. Ela estava lá para mim.
Ela não respirava uma palavra contra Jason e manteve a outra porcaria separada. Era tudo
sobre proteger minhas costas.
Seis semanas atrás, eu precisava dela para estar nas minhas costas de uma maneira
diferente.
Eu estava cansada de não dormir. Eu estava cansada das constantes lembranças de
que Jason não estava lá e nunca mais estaria. Eu estava cansada da sensação de vazio no
estômago, que aprofundava ainda mais, quando alguma memória me batia ou um cartão
de casamento de alguém, que não tinha ouvido falar sobre Jason chegava pelo correio, ou
eu recebia um telefonema de alguém que Tyra não sabia que tinha contato comigo e a vida
que Jason e eu começaríamos.
Eu precisava de uma libertação. Eu precisava voltar no tempo, quando, Natalie e
eu, éramos tudo sobre diversão, música, cerveja e falar e não sobre como a vida poderia ir
direto para a privada.
Eu precisava esquecer. Eu precisava lembrar-me de quando a vida era diferente, o
quanto isso foi bom.
Quando as coisas deram erradas, eu liguei para Shy, porque ele não era como os
outros caras. Ele não conhecia Jason e ele não gostava de mim. Eu pensei que, como
qualquer dos irmãos do meu pai faria, ele viria me pegar, me deixaria segura, e seria isso.
Ele não olharia para mim com olhos bondosos, faria com que eu falasse, ou me daria um
leve sermão sobre sair com Natalie, e eu não precisava de nada disso. Na verdade, eu saí
com Nat, em primeiro lugar, para fugir disso.
Eu tinha programado o seu número quando peguei meu celular novo. Eu não sei
por que, não pensei por que, eu apenas fiz.
O que eu não esperava era que ele me daria, exatamente o que eu precisava, sendo
totalmente legal sobre isso e também incrivelmente doce.
— Seis semanas atrás você estava fora com Natalie — Tyra afirmou e me concentrei
nela.
— Eu só precisava… Eu precisava… — Eu parei, e Tyra estendeu a mão para
apertar a minha.
— Eu entendo o que você precisava — disse ela suavemente, em seguida, ergueu o
queixo para eu continuar, então eu fiz.
— Sendo Natalie, eu tenho certeza que você não está surpresa que as nossas
companhias não eram boas companhias. — O olhar em seu rosto me disse que não ficou
surpresa, mas ela não tinha resposta, então eu continuei. — Eu estava um pouco
assustada, liguei para Shy, ele veio e me pegou, e o resto aconteceu como lhe disse. O
problema é que Shy foi incrível, muito legal, e eu caí fora, enquanto ele estava dormindo e
não o vi ou falei com ele em seis semanas, o que não é legal.
— Não tenho certeza sobre a parte de não se falar durante seis semanas, mas Shy é
incrível — ela declarou e eu pisquei.
— Você acha que Shy é incrível? — Eu perguntei incrédula.
— Eu acho, você não? — Ela perguntou.
— Uh… eu não o conheço muito bem… ou não conhecia — eu me evadi.
— É verdade, eu notei isso — ela murmurou. — Você está ligada com todos os
irmãos, mas não com Shy. Pensei que era por causa da grande paixão que você teve por ele
há muito tempo, mas, que seja. Principalmente, ele é um bom sujeito.
Tyra não sabia sobre o que Shy fez para mim, ninguém sabia. Eu compartilhei tudo
com Tyra, mas não o que ele tinha feito. Eu nem sequer contei a Natalie sobre isso, e eu
compartilhava tudo com ela também.
Isso foi o quanto doía.
Eu o amava. Era um amor juvenil, á distância, mas, às vezes, esse era o tipo mais
intenso, ou é o que é quando você é jovem e ama alguém de longe. Ele destruiu-me tão
forte que não fui capaz de reviver isso ou compartilhar.
Então, eu não contei.
Quando eu não falei, Tyra fez.
— Eu gosto dele. Seu pai gosta e o respeita. Ele é ótimo com os seus irmãos mais
novos, ele é realmente ótimo com todos os filhos dos irmãos. Ele é esperto. Ele é
engraçado. Ele trabalha duro e é leal. Seu pai diz que se Dog ou Brick quiserem se afastar
de seus lugares como tenentes, ele pediria a Shy para assumir.
Eu a encarei, pois isso me chocou. Isso era enorme vindo de meu Pai.
Ela continuou falando. — Diz que ele é leal ao clube de uma forma que os recrutas,
que não passaram pelo que os outros irmãos viveram, quando seu pai estava limpando o
clube, não são, porque eles não foram testados. Eles não sabem como devem ser. Shy sabe,
porém, de acordo com Tack. Shy é tudo sobre seus irmãos, o clube, a família, por isso não
estou surpresa que ele cuidou de você, Tab. Qualquer um dos meninos faria isso para
você, não apenas para o seu pai. — Ela sorriu. — No entanto, não tenho certeza se
qualquer um dos rapazes ficaria com você cantando uma música de Les Mis. Isso mostra
que seu pai está certo. Shy é mais leal do que o resto, se ele se prestou a isso.
Revirei os olhos.
Ela ignorou meu rolar de olhos e perguntou: — O que você cantou "Master of the
House"?
Revirei os olhos para ela.
— "Eu Sonhei um Sonho", — eu respondi, e seu sorriso desapareceu.
Papai nunca tinha visto Les Misérables. Papai nunca iria ver Les Misérables. Papai
tinha um olhar engraçado no rosto, quando eu lhe disse que Jason estava levando-me para
ver Les Misérables. Para o papai, um homem que leva sua mulher para um musical, não
diz coisas boas. Quando eu disse-lhe, ele abriu a boca para dizer alguma coisa, com um
grande sorriso tipo "eu sei que você vai estar em perigo" e Tyra, felizmente fechou sua
boca e não disse mais nada.
Mas, Jason tinha uma mãe e três irmãs que adoravam musicais. Elas o arrastavam
junto e Jason ia, mas ele fazia isso sob coação.
Mas não Les Mis.
— Querida, — ele disse. — Eu vi The Pajama Game, quando eu tinha onze anos e
tive pesadelos até os quinze. Nós não vamos falar sobre o que Cats fez comigo. Mas, Les
Mis, Tab, todo mundo tem que ver isso.
Significava muito para ele que eu fosse, e eu tive que admitir que não entendi nada
durante o primeiro ato. Jason tinha decidido que eu precisava dessa "experiência", então
ele não me disse nada, e uma vez que eles cantaram o tempo todo, até mesmo os diálogos,
eu não podia pegar tudo e não tinha ideia do que estava acontecendo. Felizmente, houve
algumas ótimas canções, ou o primeiro ato teria sido desperdiçado para mim.
No intervalo, Jason viu o erro de seu caminho, preenchendo-me, e o segundo ato
balançou meu mundo.
O papai me amava, mas ele nunca iria ouvir um musical comigo.
Tyra me amava, e ela não se importava com musicais, mas ouvia-os comigo no
meu carro o tempo todo quando estávamos fora para fazermos compras ou para o almoço
ou o que fosse.
Ela tinha ouvido "Eu sonhei um Sonho" muitas vezes.
Ela sabia o que eu estava dizendo.
— Oh, Tabby — ela sussurrou.
Vê?
Eu caí de costas, olhando para o teto, em seguida, movi apenas os meus olhos para
ela e vi que ela se aproximou e estava descansando em um lado na cama ao meu lado.
— Senti-me bem — eu disse a ela, e ela sorriu.
— É claro que se sentiu bem, querida. Shy é um cara legal que cuidou de você e a
ouviu cantar uma música triste. Era o que você precisava e ele deu a você.
— Não — eu sussurrei e segurei seu olhar. — Foi bom acordar em seus braços.
Seu sorriso desapareceu novamente.
— Oh, Tabby — ela repetiu em um sussurro, e eu coloquei as mãos sobre o meu
rosto.
Por trás delas, eu disse. — Foi confuso, louco, errado. — Eu puxei minhas mãos,
olhei para seu rosto perturbado, e desabafei. — Foi errado, Ty-Ty. Foi… foi uma bagunça.
Esqueci-me.
— Você esqueceu o que, querida? — Ela perguntou suavemente.
— Tudo, — eu respondi, rolando para o meu lado e apoiando-me em um
antebraço. — Tudo, Ty-Ty. Eu estava chorando quando adormeci e Shy estava me
segurando, mas de alguma forma quando estávamos dormindo, ele me enfiou debaixo
dele, segurou-me perto e eu acordei e tudo que sentia era calor. Quente e segura, amada e
certa. Isso era tudo o que sentia. Tudo o que pensava. Tudo o que passou pela minha
cabeça era como foi bom sentir tudo isso.
— Isso é ruim? — Seu tom ainda era gentil, mas agora também cauteloso.
— Sim — eu assobiei.
— Como? — Ela perguntou com cuidado.
— Jason não me segurava. — Ela fechou os olhos e os abriu quando continuei, e,
assim, eu agradeci a Deus que podia falar com Tyra sobre tudo: — Ele estava apaixonado e
podia abraçar, mas não, você sabe, na cama. Ele era um cara abraço – e – virar. Depois que
nós, uh… — Eu deixei aquilo no ar e segui: — Ele me abraçava, me soltava, e em seguida,
virava para longe. Ele era doce sobre isso, mas não era o seu perfil. Ele gostava de dormir
em seu espaço e me deixava no meu. Eu nunca tive isso, não sempre, não de um cara, não
até que tive com Shy e eu gostei. Senti-me bem. Não, me senti muito bem.
— Tab — ela começou, mas eu parecia um rolo tagarelando, falando por cima dela.
— E fica ainda pior — eu compartilhei. — Mesmo depois que acordei me sentindo
segura e certa, isso tudo não caiu sobre mim. Eu não percebi de uma vez. Eu olhei para
Shy e ele é, bem… você sabe, todo mundo sabe que Shy é muito bonito, mas dormindo,
Ty-Ty, dormindo, — eu me inclinei para ela, — ele é incrível. Tão incrível, tão bonito, tão
perto, abraçando-me, fazendo-me sentir segura e amada, e depois de ter sido tão legal
comigo na noite anterior, eu continuei esquecendo. Esqueci-me de tudo e eu, oh Tyra,
Deus me ajude — minha voz caiu para um sussurro. — Eu quase o beijei.
Depois de compartilhar isso, cai para trás na cama, coloquei minhas mãos sobre
meu rosto e deixei isso passar por mim, como fazia toda vez que eu lembrava, que eram
muitas vezes, dezenas de vezes por dia durante seis semanas.
Culpa.
Vergonha.
Traição.
— Tabby, querida, olhe para mim — ela chamou suavemente, eu puxei uma
respiração por trás de minhas mãos, então as deixei longe do meu rosto e olhei para ela.
Ela estava sorrindo para mim tão suavemente como estava falando comigo, e eu
percebi, não pela primeira vez, e não por um longo tempo, que eu amava Tyra Allen por
completo.
— Estou feliz que você compartilhou isso comigo. Seu pai tem se preocupado e
ainda mais ultimamente, pensando que alguma coisa não estava bem com você — ela me
disse.
Lá estava ele.
A prova que meu pai não era estúpido e que eu não podia esconder nada dele.
— Foi uma traição para Jason — eu sussurrei, e admitir isso em voz alta machucou
mais.
Ela continuou falando suavemente mesmo quando ela pegou minha mão e
apertou. — Não foi, Tabby. É natural. É a prova de que você está se curando.
Eu balancei minha cabeça, mas ela apertou minha mão novamente.
— É querida — ela empurrou. — Isso é uma merda, isso é um saco enorme, tão
grande que não há palavras para o quão grande essa porcaria é, e eu diria que você é
muito jovem para processar isso, perder Jason do jeito que você perdeu e quando você
perdeu. Mas, honestamente, você poderia ter cento e três anos e você não teria vivido o
suficiente para ser capaz de processar esse tipo de perda. Jason era um bom homem e ele a
amava. Ele merece o seu sofrimento. Mas ele te amava e ele gostaria que você se curasse,
seguisse em frente, encontrasse a felicidade.
Eu balancei a cabeça novamente e ela mergulhou o rosto mais perto e continuou.
— Eu entendo porque você se sente dessa maneira, mas o que você precisa
entender é que é parte do processo. Ter esses sentimentos te lembra de que você está viva,
lembra-se que há coisas boas para olhar para frente. Você é jovem, Tab, você tem muita
vida pela frente. O que aconteceu com Shy é para lembrá-la de que a vida está lá fora para
você quando você estiver pronta. Esses sentimentos que você teve com Shy são naturais.
Eles são bons. Eles estão certos. Mais do que isso para você agora, porque eles indicam que
você começou o processo de cura.
— Eu esqueci completamente dele, Tyra — Voltei. — Eu esqueci completamente
Jason por minutos inteiros, deitada nos braços de outro homem. Pior! — Eu gritei,
sentando-me e virando para ela que tinha recuado. — Parecia… parecia… — Eu gaguejei
incapaz de deixar sair o que eu realmente não tinha sequer admitido a mim mesmo. Então
eu empurrei para fora. — Lindo. Acordar assim com Shy… era… senti-me…
Oh Deus, eu ia dizer?
Eu ia dizer isso.
— Melhor — eu terminei. Eu vi como seus olhos se apagaram, escondendo sua
reação e eu sabia o que aquilo significava, então eu gritei: — Vê! Eu estou uma bagunça!
Ela estendeu a mão, pegou a minha novamente e sacudiu-a.
— Você não está uma bagunça, Tabby. Você é uma mulher e Shy um homem, um
homem bonito que estava lá para você quando precisou dele, e ele te tratou com carinho.
Seus sentimentos são naturais. Eles são lindos. Eles estão certos. Não há nada errado em
esquecer. Quero ser gentil com você, querida, eu sei que você não quer perder Jason agora,
mesmo só tê-lo na dor, mas com toda a honestidade, vai chegar ao ponto em que você vai
esquecer por dias, então semanas — ela apertou minha mão assim meu coração apertou e
ela terminou, — e assim por diante. Isso vai acontecer e isso é cura também e você pode
não acreditar, mas eu, eu acredito totalmente. Eu sei que ele te amou o suficiente para não
querer que você o esqueça completamente, o que você nunca vai, ele vai ser sempre uma
parte de você, mas o suficiente para que você possa ser feliz. Eu sei disso, Tab. E bem sei,
Deus me livre, se os papéis fossem invertidos, você iria querer isso para Jason também.
Nada, nem uma coisa que você fez ou sentiu naquela noite era errado ou vergonhoso. Eu
não penso assim, e eu não acho que Jason iria também.
Eu tinha que admitir, ela estava certa sobre isso. Jason me amava e eu o amava, e,
embora fosse ser muito doloroso para ele como foi para mim, se ele me perdesse, eu o
amava o suficiente para esperar que ele, eventualmente, fosse feliz.
— Eu te entendo — ela disse suavemente. — Eu te entendo bem, Tab, passar o
tempo com Natalie, chamando um irmão para cuidar de você, ter os sentimentos que você
teve. Você não está fazendo nada de errado, exceto sendo muito dura consigo mesma.
Neste momento especial, minha linda menina, você precisa ser gentil com você mesma.
Por favor, pare de se bater.
Ok, eu tinha que admitir que ela talvez pudesse estar certa sobre isso também.
— Tudo bem? — Ela pressionou e eu assenti.
— Tudo bem, — eu respondi em voz baixa, e um pequeno sorriso curvou sua boca.
Então ela soltou a minha mão, mas levantou a dela para dobrar o meu cabelo atrás
da minha orelha, antes que ela passasse o dedo carinhosamente ao longo da minha
mandíbula e sua mão caiu.
— Agora, já que disse tudo isso, o que vou dizer em seguida não retira o que eu
disse antes, mas deve ser dito. Shy é um bom rapaz e ele fez o certo por você. O que você
sentiu foi natural e faz parte da cura. Sair com Natalie era o que você precisava, e quando
sentiu que a situação era insegura, fez a coisa certa e chamou um irmão para cuidar de
você. Mas eu te aconselho, Tab, aprenda com essas coisas, como deu errado e como elas
fizeram você se sentir. Eu sei que você ama Natalie, mas eu também sei que você sabe que
ela pode ser um problema. Pelo que você disse, eu sei que Shy te tratou com cuidado, mas
também sei que você sabe como ele pode ser um problema para uma menina que perdeu
algo precioso e está vulnerável.
Pode-se dizer que eu sabia disso.
Tyra não tinha terminado.
— Eu não posso imaginar Shy jamais ir lá com você, mas Shy é Shy e todo mundo
sabe todas as maneiras que ele é, o bom e, para uma mulher, o mal. Não fique confusa com
os bons sentimentos que você teve com ele ou qualquer outro homem. Avalie onde você
está e só avance no processo de cura, quando você estiver realmente pronta. Não vá por
esse caminho, apenas porque é bom e fez você esquecer. Estou fazendo sentido?
Ela estava.
Ela estava totalmente.
Ela também estava certa. Shy cuidou de mim e me tratou com cuidado.
Mas Shy era Shy, e esse não era o caminho a ser seguido. Eu não era para ele.
Ele fez certo em tapar o buraco, mas isso tinha sido há muito tempo. Eu não
poderia realmente atrapalhar e confundi-lo com outra coisa.
— Eu fiz cookies para ele — eu disse a ela, e ela piscou.
— Você fez cookies?
— Jogamos bilhar, fizemos apostas nos jogos e ele apostou comigo por cookies. Eu
fiz para ele. Eles estão na cozinha. Eu também não telefonei durante seis semanas, mesmo
depois que ele foi ótimo comigo e agora, eu… eu… bem — Eu joguei uma mão. — Eu não
sei como enfrentá-lo. O que dizer. Como desculpar o fato de eu não ligar para dizer
obrigado ou mesmo oi.
Seus olhos se moveram sobre meu rosto e cabelo, vi um flash antes que ela o
escondeu, pegou meu olhar e sorriu para mim.
— Shy apostou cookies com você.
Eu sorri de volta e murmurei: — Cala a boca.
— Talvez Shy não seja tão afiado como Tack pensa que é — ela comentou.
— Eu avisei, ele disse que queria cookies.
Algo mais brilhou em seus olhos novamente, antes que ela escondesse de novo e eu
deixei passar. Eu fiz isso porque quando precisava do meu próprio espaço, ela deu para
mim. Seria chato não devolver o favor.
— Ok, este é o plano, — declarou ela.
— Eu levo o seu carro e os cookies para o assado. Eu digo a todos que você não está
se sentindo bem e peço a um dos caras para trazer o seu carro de volta amanhã. Você tira
essa noite para relaxar e refletir. — Ela sorriu. — Ou não refletir e somente relaxar. O que
você precisar. Então, em seu tempo, quando você estiver pronta, você encontra um modo
de se conectar com Shy e agradecer. Ele saberá pelos cookies que você não esqueceu.
Isso soou como um plano e, como de costume, Tyra me reorganizou.
— Obrigada, Ty-Ty, — eu disse suavemente.
— A qualquer hora, querida — ela respondeu suavemente, em seguida, se virou
para sair da cama, ordenando. — Certo. Cookies.
Eu saí pelo meu lado, entreguei minhas chaves e os cookies, ela me deu um longo
abraço na porta e trancou-a depois que ela foi embora.
Voltei para o meu quarto, coloquei uma camisola e meu robe, tirei a maquiagem do
meu rosto e fui para a cozinha. Peguei o chocolate restante do Natal que tinha sobrado um
monte. Tyra enlouqueceu com meias no Natal, e não apenas com Rider e Cut que
esperavam o Papai Noel, mas também comigo e com meu irmão mais velho, Rush, que
também era muito velho para Papai Noel. Estavam vencidos há três meses, mas eu ia
comê-los.
Levei-os para o sofá, resolvi por a minha maratona de Hitchcock, e me assustei
bobamente com Rebecca e Janela Indiscreta, antes de adormecer entre uma montanha de
papeis verde, vermelho, ouro e prata durante Os Pássaros.
Capítulo 3
Ele Era da Família

A campainha na minha porta tocou. Eu pulei e folhas de embalagem saíram


voando.
Eu vi a tela azul na minha TV e olhei para ela vagamente por um segundo antes de
agarrar meu controle remoto, apertar desligar, e a tela ficou em branco. Meus olhos foram
para o leitor de DVD e vi que ia dar nove horas da manhã.
A campainha soou novamente, e eu virei minha cabeça para olhar para a porta.
— Quem poderia ser? — Eu murmurei, endireitando-me no sofá em meio a uma
queda de prata, ouro, vermelho e verde.
Não era nem nove, e eu cresci no Chaos. Isto significava que sabia que o meu povo
não era visto à uma hora dessa e, definitivamente, não depois de um assado de porco.
Nem mesmo se ele tivesse um cabelo selvagem e estivesse preocupado comigo e
aparecesse por aqui, o que aconteceu mais do que ocasionalmente nos últimos tempos.
Fui até a porta, fiquei na ponta dos pés e olhei pelo olho mágico.
Então eu parei de respirar.
Shy estava lá fora, com a cabeça inclinada para baixo olhando para suas botas, mas
mesmo com a cabeça inclinada para baixo, a maior parte do rosto escondido, ele ainda
parecia quente.
Merda!
Agora, o que eu faço?
Enquanto eu olhava pelo olho mágico, sua cabeça surgiu, suas sobrancelhas
desenhadas, e ele olhou para a porta. Eu estava um pouco surpresa que ele não parecia
irritado ou impaciente. Em vez disso, ele parecia um pouco perplexo e um pouco
preocupado.
Ele ergueu a mão e nada de campainha desta vez, ele bateu na porta. Alto.
Oh Deus.
O que eu faço?
Antes que minha mente percebesse, meus pés me levaram correndo para minha
sala, então elas me viraram e me mandaram de volta para a porta, enquanto minha boca
gritou: — Estou indo!
Ok, eu não sabia o que fazer, mas os meus pés e boca sabiam, e, aparentemente,
estava agindo como uma idiota.
Cheguei até a porta, abri as fechaduras e escancarei-a, e de pé, lá estava toda a
gostosura que era Parker "Shy" Cage.
Minha barriga remexeu.
Merda.
— O que você está fazendo…? — Eu comecei, mas não terminei.
Eu não terminei porque sua mão serpenteou fora, agarrou na parte de trás da
minha cabeça, e puxou-me para frente forçando meu rosto em seu peito. No instante em
que eu estava lá, o outro braço foi em volta da minha cintura, ele nos arrastou e chutou a
porta com a bota para fechar.
Então, eu senti seus lábios encostarem em meu cabelo e eu fiquei completamente
imóvel.
Eu fiz isso, pois meu pai colocava seus lábios em meu cabelo quando estava
segurando-me perto e falando comigo.
Eu gostei. Eu sempre gostei.
Mas isso, com Shy, eu amei.
— Cherry disse que você estava mal, doçura. Você está melhor? — Ele perguntou
para o meu cabelo.
— Hum… sim — eu murmurei em seu peito, esta foi a minha única opção já que
meu rosto estava esmagado lá.
Seus lábios deixaram meu cabelo, mas ele não recuou quando comentou: — Uh,
Tab, só estou dizendo. Você se sentir uma merda, comendo uma montanha de doces de
Natal de três meses atrás, pode não ser o caminho a percorrer.
Obviamente, ele espiou a minha cascata de embalagens de doces.
Ele também estava sendo engraçado, mas eu não ri, embora eu sorria em seu peito.
Sua mão na parte de trás da minha cabeça escorregou para o meu pescoço. Eu tirei
meu rosto de sua camiseta e olhei para cima.
Sim, preocupação, gostosura… não, com mais precisão, extrema gostosura. Era
isso.
— Você não está com raiva de mim?
Oh! Isso foi o que veio diretamente da minha boca.
Suas sobrancelhas juntaram-se. — Chateado com você?
Ele parecia perplexo e eu me perguntei se ele estava confuso sobre por que deveria
ficar puto, e se eu devia esclarecê-lo.
Como era sempre o meu caso, a minha boca decidiu antes do meu cérebro fazer e
começou a tagarelar.
— Por não, hum… quando você foi tão legal comigo naquela noite, e eu não liguei
para dizer obrigado por ser tão legal, o que não foi legal.
Seu rosto relaxou, seus surpreendentes olhos verdes ficaram quentes e ele
respondeu calmamente:
— Baby, ser seu porto seguro não significa ficar chateado, quando você tem que
fazer o que tem que fazer, quando você acha que tem que fazê-lo. Também não significa
ficar esperando você explicar por que você fez o que tinha que fazer. Ser seu porto seguro
significa deixar você fazer o que tem que fazer, quando você tem que fazê-lo e não ficar
com raiva.
Essa foi uma boa resposta.
E legal.
E doce.
Merda.
Ele deu-me um aperto, deixou-me ir, em seguida, andou em torno de mim,
passeando com seu corpo alto, elegante, de membros leves, com a graça de um
motociclista fodão, na direção do meu sofá, dizendo:
— Você está se sentindo melhor, eu vou fazer o café da manhã.
Eu não estava ouvindo, principalmente, porque estava envolvida em observá-lo em
movimento, abaixando e recolhendo embalagens de doces de Natal, amassando-as em seu
punho. Enquanto estava ocupada com isso, eu também queria saber como ele poderia ser
todo alto e esguio, membros leves, um motociclista fodão ao limpar embalagens de doces
de Natal. Além disso, como sempre fiz em torno de Shy, mesmo quando eu estava com
raiva, eu achava que ele era todos os tipos de bonitões. Cabelo grosso, escuro, longo
demais. Mandíbula forte que era tão curta, que se projetava um pouco nas articulações.
Aqueles olhos verdes. As tatuagens do Chaos no interior de seus antebraços. Os pequenos
medalhões de prata pendurados em finos cordões de couro preto ao redor de seu pescoço.
Na palma, tiras pretas de couro em torno de seus pulsos que tinham grossas bandas de
prata perfuradas com insígnias. Os anéis de prata nos dedos grossos.
Incrível.
Ele virou-se para mim — Tab, querida, você quer café da manhã?
Eu despertei com um sobressalto e olhei para ele. — Café da manhã?
— Sim, café da manhã. Você está se sentindo melhor, eu vou fazer-lhe algum.
— Eu não tenho qualquer comida em casa — disse a ele e suas sobrancelhas se
ergueram.
— Você não tem comida em casa?
— Bem, — eu fiz um inventário mental rápido, imaginei que ele não gostaria de
atum ou feijões estilo fazenda no café da manhã, em seguida, sugeri: — Poderíamos ter
Pop-Tarts.
Seus lábios tremeram e ele balançou a cabeça. — Não tenho certeza se Pop-Tarts
são bons sentada nesta montanha de doces de Natal. Vou levá-la para sair.
Minha barriga virou novamente.
Ele vai me levar?
Para o café da manhã?
— Perdão? — Eu perguntei.
Ele jogou a bola de papel alumínio sobre a minha mesa de café, que saltou para o
outro lado, foi rolando pelo chão e parou a poucos metros em frente à TV.
— Vou levá-la para tomar o café da manhã, — ele repetiu, principalmente.
Meus olhos deixaram a bola de papel alumínio e seguiram para ele.
— Uh… — Eu comecei então, percebi, por uma vez, a minha boca não poderia
continuar.
— Tab, querida. — Ele veio para mim. — Mexa-se. Uma vez que você se vestir, nós
iremos. — Ele fez isso para mim, pegou minha mão e puxou-me para a entrada do
corredor.
Ele nos parou lá e eu olhei para ele, ainda congelada.
— Vá, — ordenou suavemente. — Café da manhã.
Então ele colocou a mão na parte de baixo das minhas costas e me deu um
empurrãozinho.
Vendo que ele empurrou-me, porém gentilmente, e o impulso do meu corpo estava
levando-me ao fundo do corredor, eu fui e corri para o meu quarto perguntando-me se
poderia tomar café da manhã com Shy, ou até mesmo se eu deveria.
Mas, o que importava era que ele tinha aparecido na minha casa depois que eu não
tinha falado com ele em seis semanas, e ele não estava chateado ou jogou isso na minha
cara. Ele estava preocupado e queria me levar para o café da manhã.
Então eu entrei no chuveiro, pensando que eu não só poderia fazer isso, eu deveria.
Ele encarou a nossa história de frente, nos guiou em torno dela, e, obviamente, com
a forma como ele estava agindo, tinha a intenção de manter-nos firmemente no caminho.
E Tyra estava certa. Ele era Chaos, um irmão, família. Ele fez o que qualquer um
dos irmãos faria naquela noite cuidando de mim.
Sim, eu definitivamente deveria fazer isso.
Quarenta e cinco minutos mais tarde, eu decidi não só que eu não deveria, mas eu
não podia.
Isso porque, mesmo que eu tivesse depilado minhas pernas ontem à noite
enquanto me preparava para o assado de porco, eu fiz isso de novo.
Eu também não poderia, porque eu peguei minha camiseta favorita da Harley.
Uma que foi enterrada em uma gaveta. Uma que eu não usava há anos. Uma que vestia
bem e desde que ficou apertada em meus seios se tornou ainda melhor.
E, ainda mais, porque eu tinha em jeans desbotado, um cinto rebitado fabuloso, e
botas de salto alto, e afofei meu cabelo e borrifei aquilo que fazia parecer praiano e fresco.
Eu também me maquiei, mesmo que não pretendesse. Eu tinha colocado um pouco de
maquiagem, apenas blush e rímel, mas eu decidi por delineador. Então, decidi que
delineador sem sombra nos olhos parecia estúpido, então eu apliquei sombra no olho.
Depois de tudo isso, eu decidi que maquiagem não parecia legal, sem acessórios
adequados, então eu mergulhei na prata e agora eu estava totalmente maquiada,
arrumada e (principalmente) enganada.
O que era estúpido (de novo).
E errado.
E isso significava que eu não deveria, não poderia ir tomar café da manhã com Shy.
O problema era que ele estava esperando por quarenta e cinco minutos, e eu sabia
por experiência de vida que os motociclistas não eram tão pacientes. Para corrigir o dano,
eu precisaria de uma roupa nova, uma limpeza no rosto e eu não tinha tempo para
selecionar uma nova roupa. Isso poderia demorar pelo menos 20 minutos.
Por essa razão, eu sabia que tinha que fazer isso.
Ele estava sendo legal e doce.
Era apenas um café da manhã.
Então eu saí do meu quarto a fim de fazê-lo.
Eu virei à esquina no final do corredor e vi Shy apoiado em seu braço no bar, de
cabeça baixa, rabiscando um pedaço de papel.
Meu primeiro pensamento foi que ele era canhoto.
Meu segundo pensamento foi que eu achei isso extremamente interessante.
Meu terceiro pensamento foi que Shy parecia perfeitamente à vontade em minha
cozinha, como se tivesse estado lá dezenas de vezes antes. Como se ele estivesse
confortável lá. Como se ele pertencesse ao lugar.
Merda.
Meu apartamento estava em um complexo decente que era bem cuidado. No
entanto, ele era velho, mas não tão velho. Ele também era usado, mas não tão usado. E os
aparelhos não eram legais, mas eles não eram assim tão ruins.
Era um lugar tão bom quanto qualquer outro para esperar até a minha nova vida
começar. Eu não ia ficar lá por muito tempo (ou assim eu pensava), o aluguel era
conveniente, então porque não?
Dito isto, eu mudei e tornei-o a minha cara com material original que eu gostava, e
tive que admitir que estava confortável lá. Era pequeno, acolhedor, tomava muito pouco
tempo para limpar, e era perto do hospital e do Chaos.
Jason vivia em uma casa de três quartos, que ele comprou para morarmos juntos
quando as nossas vidas começassem. A casa da cidade não era usada ou velha, e os
aparelhos eram incríveis.
Jason tinha crescido no subúrbio de Denver, seus pais e uma de suas irmãs ainda
moravam lá. Ele nunca teve nada velho ou usado. Sempre que algo ficava muito velho ou
quebrava, seu pai o substituía.
Jason odiava meu apartamento. Não frequentemente, mas vezes o suficiente para
fazer seu ponto, quando estávamos abraçados no sofá assistindo TV ou quando estava
sentado em um banquinho no bar assistindo-me arruinar o jantar, ele diria algo como:
— Não posso esperar até que possamos tirar você deste buraco.
Não era um buraco. Era velho e gasto, mas não era um buraco.
Jason pensava que era um buraco.
Olhando para Shy encostado no balcão, não parecia que ele achava que minha casa
fosse um buraco. Não parecia que ele achava qualquer coisa, exceto o que ele estava
rabiscando no papel.
— Nós vamos ao Racine na minha moto, — ele murmurou, sem olhar para cima. —
Tug trará seu carro de volta mais tarde. Quando voltarmos, vamos pegá-lo e levá-la para o
mercado. Eu fiz um inventário e sério, Tab, você precisa abastecer-se.
Isso foi quando ele levantou a cabeça e olhou para mim. Duas batidas depois que
seus olhos alcançaram meu rosto, eles moveram-se sobre o meu cabelo antes de irem para
baixo, em seguida, eles voltaram. Eles fizeram isso lentamente, com certo olhar neles que
fez minha barriga virar novamente.
No caminho de volta para cima, vi um músculo saltar em sua mandíbula.
Ok, talvez eu não devesse fazer isso.
Seus olhos estavam em outra corrida para baixo, preso ao redor da área dos meus
seios quando eu me forcei a dizer: — Racine?
Seus olhos mudaram de direção e encontraram os meus. Ele se afastou do balcão,
puxou a folha de papel fora do bloco e, empurrando-a no bolso de trás, ele disse: — Sim,
Racine. Pronta?
Isto me pegou, em seguida, ele disse que estava me levando para Racine em sua
moto.
Eu gostei disto.
Primeiro, Racine era incrível, especialmente para o café da manhã.
Em segundo lugar, ele estava levando-me em sua moto.
Eu tinha que admitir, mesmo que me matasse isto era algo que eu sentia falta com
Jason.
Motos.
Eu adorava andar na parte de trás de uma moto, sempre fiz. Adorava o rosnar dos
escapamentos das Harleys. Eu amava até mesmo olhar para elas.
Jason não gostava de motos, e enquanto nosso casamento aproximava-se, eu tinha
começado a planejar como falaria com ele sobre ter uma.
Eu não tinha realizado grandes avanços com meu plano.
Isso porque ele declarou certa vez, embora suavemente. — Eu sei que era a sua
vida, querida, como você cresceu. Não é apenas uma coisa minha e, sem ofensa para a sua
família, mas também não é realmente seguro.
Bem, ele estava em um carro quando morreu, então, aparentemente, eles também
não eram realmente seguros.
— Tab, querida, você está pronta? — Shy perguntou, e eu olhei para ele. Ele
aproximou-se durante meu pequeno transe, mas ele deu uma olhada para o meu rosto,
aproximou-se e perguntou em voz baixa: — Ei, você está bem?
Eu dei uma respirada forte, balancei a cabeça e respondi: — Eu vou estar quando
eu estiver na parte de trás de sua moto.
Seus olhos moveram-se sobre o meu rosto, em seguida, seus lábios abriram-se, e,
por fim, ele pegou minha mão e moveu-nos para a porta.
Ele segurou minha mão enquanto íamos para sua moto. Ele montou. Eu montei.
Sua Dyna Glide rugiu para a vida, e eu descobri que estava certa.
Eu estava bem agora que estava na garupa de sua moto.
Eu fiquei melhor ainda quando o vento corria pelo meu cabelo, minha frente
apertada em suas costas, meus braços ao redor dele, sentindo as mesmas coisas que senti
quando ele veio e tirou-me de apuros à seis semanas atrás.
Livre.
Certo.
Eu não deixei a minha mente correr para o quão livre e certa eu me senti, ou por
quê. Eu apenas deixei-me sentir, deixei o vento afastar minhas preocupações, deixei o som
dos escapamentos abafarem qualquer coisa na minha cabeça. Agarrei-me e aproveitei o
passeio.
Nós chegamos ao Racine's muito cedo. Shy estacionou, eu joguei uma perna por
cima, ele jogou a perna dele e agarrou a minha mão. Ele a segurou enquanto caminhamos
para o restaurante, e continuou segurando-a enquanto nos mostravam nossa mesa. Ele só
me deixou ir quando estávamos sentados.
Nós recebemos nosso café e fizemos nosso pedido, antes que Shy falasse.
— Então, o que foi aquilo? — Questionou.
Eu abaixei minha xícara de café sobre a mesa e perguntei de volta: — O que foi o
quê?
— Você se sentindo uma merda, — disse ele. — Dor de cabeça, gripe, o quê?
Olhei-o nos olhos e decidi pela honestidade.
— Não foi nada. Tyra usou desculpas. Eu só não estava pronta para um assado de
porco e não me sentia bem com alguém cutucando e incitando sobre por que eu não estava
pronta para um assado de porco. Então, eu fiquei em casa.
Ele segurou meus olhos por uma batida e disse em voz baixa: — Isso é legal.
Era legal que ele achava que era legal.
Ele era simplesmente mais do que legal.
E doce.
Ele sendo tão legal e doce, eu decidi que era hora então de dar isso a ele.
— Agora que estou com você, eu só queria dizer que, tardiamente, obrigada por
largar tudo e ir me pegar naquela noite. Você… eu… bem, eu precisava sair naquela noite
de algum modo, e acabou indo para o lado errado, e você estava lá para mim. Eu… todo
mundo… bem, eu precisava ficar bêbada, jogar sinuca e cantar canções de musicais e você
fez aquilo de forma segura para mim. Era o que eu precisava, e desde que você me deu
isso, eu queria dizer obrigada e agora… bem, agora eu posso. Então, obrigada.
Pronto.
Bom.
Eu finalmente tive a chance de dizer o que precisava dizer, e embora eu,
principalmente, gaguejei, eu ainda disse e estava feliz por isso.
Shy tomou um gole de seu café, colocou a caneca sobre a mesa, se encostou, olhou
para mim e começou a balançar meu mundo.
— Fico satisfeito por ter dado isso a você, Tabby. É o que você precisa, é o que eu
estou aqui para lhe dar. Saiba disso. Eu gostaria de ter tido alguém para me dar uma coisa
assim, quando meus pais foram assassinados, então eu estou feliz que pude dar a você.
Felizmente, eu não estava tomando um gole de café ou eu não só teria cuspido
sobre ele, mas eu também teria engasgado.
— Perdão? — Eu sussurrei e sua cabeça virou um pouco, mas seus olhos se
acentuaram em mim.
— Você não sabia? — Ele perguntou.
Inferno que não, eu não sabia.
— Não, eu não sabia, — eu respondi em voz alta.
Ele olhou para o lado e murmurou: — Os irmãos não compartilham.
Os irmãos certamente não compartilham.
Eu não disse isso, eu fiquei em silêncio.
Shy não.
Ele me contou sua história de cortar o coração.
— Véspera de Ano Novo, eu tinha doze anos. Meu irmão e eu estávamos na casa
da babá para passar a noite lá, pois meus pais iriam sair. Mamãe estava em casa se
arrumando. Papai estava na loja de bebidas pegando uma garrafa de champanhe. Um cara
veio para roubar a loja, atirou no funcionário e no meu pai. Pegou o dinheiro da caixa
registradora, a carteira do funcionário, a carteira do meu pai e chaves e levou o carro do
meu pai. Não sei ao certo, mas eu acho que ninguém tem uma sorte tão fodida, então eu
acho que também que não foi um caso aleatório que algum outro filho da puta matou
minha mãe. Em outras palavras, é lógico o mesmo cara usando a carteira de motorista do
meu pai, encontrou nossa casa, usou sua chave para entrar. Ele entrou, atirou na minha
mãe, levou tudo o que podia colocar em nosso carro, e foi embora. Os policiais deram uma
batida na espelunca onde ele penhorou alguns dias mais tarde. Encontraram o nosso carro,
três semanas depois a dois estados de distância. Nunca o encontrei.
Minha respiração era superficial, quando ele acabou, mas eu forcei através dela.
— Deus, Shy. Deus. Eu não sabia. Isso é uma merda, enorme, tão grande que é
impossível medir o quão grande que é essa porcaria, é enorme.
Ele sorriu.
Sim, eu disse sorriu.
Através de seu sorriso, ele disse: — Isso praticamente cobre tudo, doçura.
Eu ignorei o sorriso que sabia, por experiência própria, escondia sua dor e
tagarelei:
— O que… quero dizer, você não tem que falar sobre isso, se você não quer, uh…
você não tem que me dizer, mas o que aconteceu depois? Com você e seu irmão.
Ele inclinou-se mais para trás em sua cadeira, ajustando os quadris, assim suas
pernas se abriram para o lado. Ele as esticou e cruzou-as nos tornozelos, casual, fresco,
como se isso fosse uma conversa qualquer.
— Mamãe e papai, Lan, meu irmão, e eu éramos ligados. O papai era legal, mas
não na sua frente, a mamãe era incrível. Você está certa, foi uma foda enorme que eles se
foram e, depois, o irmão de meu pai levou-nos. Ele era legal, muito parecido com o papai.
Meu irmão e eu gostávamos dele. Nós não entendemos até mais tarde, que havia um
monte de coisas sobre ele não pareciam com meu pai.
Isso, pensei, não era um bom começo.
Shy continuou falando e descobri que estava certa.
— Minha tia não era legal. O papai a odiava. Mamãe a detestava. Disse diretamente
na nossa cara, na minha e na de Lan, que ela era uma vadia. Minha tia odiava-nos por
estarmos lá e ela não tinha problemas em deixar-nos saber. Agarrada em seus dois
pirralhos de merda, agia como se Lan e eu tivéssemos roubamos a última fatia de pão que
a família poderia ter e chateou-se com isso. — Ele inclinou a cabeça para mim. — Sua mãe,
a vi por aí, Tab, antes de Tack parar de cuidar de sua merda. Ela é uma cadela total. Minha
tia faz sua mãe parecer com a mãe do ano. Ela era implacável. Ela tinha veneno suficiente
para mil cobras e não tinha medo de atacar.
— Isso é uma merda também, — notei, então, terminei, — também enorme.
Ele sorriu de novo e aquele sorriso, assim como o primeiro, diante de nosso assunto
deixou-me inquieta. — Você está certa sobre isso também, querida.
— Eu não sei o que dizer, — disse a ele, e eu não sabia. Quer dizer, eu realmente
queria dizer algo, eu simplesmente não sabia o que.
Ajustou-se na cadeira, colocou as pernas debaixo da mesa, e inclinou-se para mim,
o tempo todo com os olhos presos nos meus.
— Nada a dizer, Tabby. A vida foi uma merda. Perdi minha família, anos mais
tarde, encontrei uma nova. Então, a vida não foi mais uma merda.
Ele estava falando sobre sua vida, mas seu ponto era claro.
Minha vida era uma merda. Perdi Jason. Mas um dia, a vida não seria mais um
merda.
Ele estava certo, e Tyra também estava.
Perder Jason, morrer com a sua idade e três semanas antes de nosso casamento, foi
uma droga enorme. Tão grande que era impossível de medir.
Mas o tempo passava e, se eu tivesse sorte, a vida não iria ser uma droga mais.
Para expressar a epifania a que ele me levou, eu sussurrei. — Certo.
— Certo, — ele sussurrou de volta.
Nossa comida chegou.
Era hora de comer e nos livrar da conversa pesada, e eu sabia que Shy concordava,
porque ele endireitou-se, então eu fiz também.
Eu estava cortando meus ovos quando isso ocorreu-me.
Eu nunca deveria ter tido dúvidas sobre sair com Shy, pois Shy era Chaos. Eu era
Chaos. E Chaos era família.
Assim sendo, sair com Shy estava certo, porque ele era da família.
— Obrigado por arrastar o meu rabo para o café da manhã, Shy Cage, — eu
murmurei para meus ovos, em seguida, enfiei alguns em minha boca.
— Foi um prazer que você arrastou seu traseiro para vir comigo, Tabitha Allen. —
Shy murmurou de volta. Eu levantei meu olhar para ele e vi seus incríveis olhos verdes
quentes e sorrindo para mim.
Eu mastiguei, engoli e informei-o:
— Só que, espero que você saiba que você está pagando a conta.
Shy soltou uma gargalhada.
O som era bonito.
Bom.
Certo.
E mais uma vez, eu estava certa, isso era certo, isso era bom.
Isto era família.
Capítulo 4
Vamos Dar Uma Volta

Dois Meses Depois…


Eu entrei como um furacão pelo estacionamento do hospital e esfaqueei o meu
celular.
Eu o coloquei em meu ouvido, ele tocou uma vez, então ele disse o que sempre
dizia quando me atendia.
— Doçura.
— Onde você está? — Eu rebati.
Silêncio por uma batida então, com humor em seu tom que eu sabiamente decidi
ignorar, Shy perguntou:
— Onde você quer que eu esteja?
— Minha casa para o jantar. Vinte minutos. E eu não me importo com que gosto se
parece, Shy, você vai comê-lo e você não vai ter dor de barriga por causa disso.
— Sua casa. Vinte minutos, — ele concordou, ainda com humor em seu tom, que
eu continuei sabiamente ignorando.
Em seguida, ele desligou.
Enfiei minha chave na porta do carro e o abri.
Eu só me senti melhor quando virei à chave na ignição e ele ronronou à vida.
Meu pai me deu meu carro, ele restaurou-o para mim, e ele ainda mantinha-se
ronronando para mim. Ele fez isso com amor, em linha reta desde os meus dezesseis anos
até agora, e ele iria fazê-lo até que ele não pudesse levantar uma chave de fenda mais.
Toda vez que ela ronronou à vida, lembrava-me que ele fez isso, e me sentia
melhor.
Eu agarrei-me a esse sentimento todo o caminho para casa, mesmo que minha
mente se encheu com os últimos dois meses.
Nesse tempo, eu tinha me aproximado muito de Shy.
Isto foi em parte, porque ele não me tratava como frágil como todos os outros
faziam. Shy tratou-me como eu era, e enquanto os dias passavam com Shy na minha vida,
eu sentia-me cada vez mais eu, do que me senti em muito tempo.
Isto também ocorreu, porque houve momentos em que precisava ser tratada com
fragilidade e com um agudo senso de que era um pouco estranho (e algo que eu estava
enterrando no meu poço de negação, um lugar que eu criei depois do café com Shy, que
estava vendo um monte de ação nos dias de hoje), Shy sabia quando eram aqueles
momentos e tratava-me como tal.
Duas vezes. Eu adormeci em seus braços chorando sobre Jason.
Duas vezes. Eu acordei quando ele pegou-me, embalando-me e levando para a
cama.
Eu senti isso quando ele deitou-me. Eu senti quando ele puxou os lençóis sobre
mim. Por fim, eu senti (mas, estava enterrada no meu poço de negação), quando seus
lábios roçaram meu cabelo e ele afastou-se.
A propósito, eu também estava enterrada no meu poço de negação quando como
me senti ao ser carregada e, essencialmente, enfiada na cama por um cara quente.
Desde que nos aproximamos, não é necessário dizer que passamos muito tempo
juntos. Ele veio e eu arruinei o jantar, conversamos, então nós assistíamos a TV. Fui para o
Complexo e jogamos bilhar ou sentávamos no sofá, falávamos pelos cotovelos e às vezes
riamos, ou sentávamos no bar com alguns dos caras e jogávamos conversa fora.
Nós não nos víamos todos os dias, apenas quatro, cinco vezes por semana, mas nos
falamos todos os dias no telefone, às vezes mais de uma vez, apenas checando, batendo
papo. Shy mantendo o dedo no meu pulso (algo que também estava enterrando no meu
poço de negação).
Com a ajuda de Shy, eu estava voltando para minha vida, e estava curando da
perda de Jason. Eu não pensava nele a cada minuto, os momentos em que me sentia vazia
vinham com menos frequência, e os momentos que sorria ou mesmo ria estavam vindo
com mais frequência.
À medida que os dias passavam, com Shy neles, também estava percebendo, de
uma forma que não poderia enterrar no meu poço de negação, que tinha sido um longo
tempo desde que eu estava sendo eu, realmente eu, antes mesmo de Jason morrer.
Eu também estava lembrando coisas. Como quando eu peguei Jason encarando um
cabelo muito longo na minha camiseta Harley na minha gaveta, com o rosto inexpressivo,
mas o tempo que ele demorou, dizia muito e agora eu estava começando a entender, o que
antes eu me recusava a reconhecer. Eu também lembrei momentos, como quando
estávamos sentados do lado de fora de um restaurante e uma moto passava, eu observava,
ouvia o escapamento e quando elas desapareciam ao longe, eu encontrava seus olhos em
mim. Eu sabia que meu rosto estava melancólico e seu olhar era contemplativo.
Tendo estas memórias, eu perguntava-me se Jason perguntou-se se havia alguma
parte de mim que eu estava enterrando, que acabaria por emergir e, sem Jason vivo,
respirando, andando, falando, colocando suas mãos e boca em mim, tornando-se tudo de
bom, eu estaria perguntando a mesma coisa também.
Ele nunca havia julgado, nunca agiu como se eu fosse alguma coisa ou alguém, mas
alguém que ele queria. Ele ficava legal e confortável em torno de Papai e Tyra, Rider, Cut,
Rush, Dog, Big Petey, qualquer um associado com a minha família, ou ao Chaos.
Jason não me obrigou a não ser eu. Era eu que estava negando o meu mundo,
minha vida, a fim de viver com Jason e eu perguntei-me se em algum lugar dentro dele,
ele sabia disso.
Papai sabia e estava preocupado com isso. Antes de Jason morrer, ele conversou
comigo sobre isso, compartilhando que não era uma escolha fácil sair do mundo que você
conhecia e viver em outro.
Mas, então, eu tinha Jason e ele era a pessoa certa para mim. Eu sabia. Eu não tinha
perguntas, dúvidas, nem uma única. Então, não repensei minha decisão, porque sabia que
era o caminho certo.
Agora queria saber e isso me incomodava, essas perguntas, essas dúvidas vieram à
tona quando ele se foi.
Na volta para casa, enquanto minha mente vasculhava os últimos dois meses, não
estava focada apenas em pensamentos felizes sobre Shy ou eu voltando a ser eu, mas
também, não estava com pensamentos sombrios de dúvidas sobre Jason.
Eu estava tendo pensamentos chatos sobre o trabalho.
A vida era a vida e continuava, mesmo quando você estivesse lutando para lidar
com a porcaria que te atingiu, e às vezes lhe batia com mais porcaria, antes de estar pronta
para isso.
E, atualmente, a minha vida estava me batendo com mais porcaria.
Ou seja, o Dr. Cabeça de Pau.
Nós tínhamos um médico no hospital que era mais idiota do que a média dos
babacas. Tanto assim, que ele ganharia o titulo de "Babaca do Ano" se houvesse uma
competição, e eu tive um desentendimento com ele naquele dia.
Quando Shy apareceu na minha casa, eu ainda estava irritada, girando em torno na
minha cozinha, rock tocando alto do meu aparelho de som.
Ele usou a sua chave. Eu não lhe dei uma chave, ele confiscou uma, a fim de travar
a porta na primeira noite que me levou para a cama após o acesso de choro.
Eu também não pedi ela de volta.
Seus olhos encontraram-me. Eu olhei para ele e então, eu sabiamente ignorei seus
lábios curvando-se, mesmo quando seus olhos foram para o chão, sem sucesso,
escondendo o seu sorriso de mim.
Ele achava que era divertido quando eu ficava irritada.
Eu não achava nada de engraçado nisso.
Suas pernas longas levaram seu elegante e esguio corpo para meu som e ele
abaixou o volume a partir do dez até cerca de um três, um movimento que era tão anti
motociclista fodão, que se seus irmãos soubessem que ele fez isso, eles provavelmente o
jogariam para fora do clube.
Uma vez que fez isso, ele moveu-se para minha geladeira de onde tirou duas
geladas, tirou as tampas e colocou uma ao meu lado. Então, ele passeou ao redor do bar,
sentou seu traseiro em um banquinho, e nivelou seus belos olhos verdes com aros de cílios
grossos escuros para mim.
Antes que ele pudesse dizer uma palavra, eu anunciei:
— Nós vamos comer hambúrgueres, porque ninguém pode arruinar
hambúrgueres, até mesmo eu. — Agarrei a cerveja que ele me pegou e dei um gole.
Quando eu a deixei cair e olhei para o rosto dele, eu sabia que ele discordava. Seus
olhos brilharam com humor, e ele apertou os lábios. Ele tinha comido minha comida. Ele
sabia que eu poderia estragar qualquer coisa. Era a sua vez de agir com sabedoria, porque,
apesar de seus olhos discordarem, sua boca ficou fechada.
Então ele a abriu e disse: — Fale comigo.
Peguei o sal, comecei a jogar no monte de carne moída na tigela, aceitei seu convite
e gritei: — Veja isso! Dr. Cabeça de Pau escreveu uma ordem errada no quadro, o que
significa que eu administrei uma dose mais alta da medicação do que era necessário ou até
mesmo saudável. Então, quando tudo deu errado, eu o ouvi dizendo ao administrador do
hospital que, apesar de a dose estar errada no quadro, ele verbalmente me deu uma ordem
com a dosagem certa e eu tinha administrado à errada, o que Shy, ele… não… fez. — Eu
bati o sal para baixo.
O músculo na mandíbula de Shy saltou, o que era uma tendência a fazer quando
ele estava chateado, o que aconteceu muitas vezes quando eu estava reclamando sobre Dr.
Cabeça de Pau.
Eu agarrei a pimenta e comecei a jogar ainda reclamando.
— Felizmente, o erro não foi tão ruim que terminou em trauma, lágrimas, ações
judiciais e perda de emprego, apenas as explicações desconfortáveis e eu guardando meu
desejo de cometer um "medicocídio", mesmo assim!
Eu terminei minha última palavra em uma nota estridente, bati a pimenta para
baixo, agarrei o alho desidratado picado e voltei a temperar e tagarelar.
— A administradora do hospital sabe que ele é um idiota. Ela falou comigo por
tipo cinco segundos, antes de balançar a cabeça e sair. Ainda assim, foi uma dor na minha
bunda.
— Tab — Shy começou, mas fui direta sobre ele.
— Não se preocupe. Está tudo bem. Não só o administrador sabe que ele é um
idiota, todo mundo sabe que ele é um idiota. Mesmo os outros médicos acham que ele é
um idiota, embora não diriam isso em voz alta. Isso é como um grande idiota que ele é. E
não importa o que ele diz, quando as coisas saem errado, o que vale é o que está no
quadro. Ainda assim, eu não gosto da ideia de como isso poderia ter saído mal. Ok, com
certeza, se a dose fosse loucamente errada, eu iria notar e questioná-lo antes de
administra-la, assim o mau nunca seria tão ruim. Ainda assim, não tão ruim, como hoje,
não é bom.
— Doçura — Shy tentou de novo, com os olhos na tigela, mas eu continuei
balbuciando.
— É só ele mentindo sobre mim. Isso me incomoda. Ok, tudo sobre ele me
incomoda, mas, hoje, esse é o topo da lista de todas as 107 mil coisas sobre ele que me
incomodam.
Seu olhar encontrou o meu e ele disse: — Baby, eu quero que você reclame,
desabafe sobre essa merda, processe isso para que você possa seguir em frente e ter uma
boa noite, mas você está processando enquanto arruína o nosso jantar. Tenho que dizer, eu
prefiro quando você estraga o nosso jantar rindo e sorrindo, não reclamando e furiosa.
Meus olhos abaixaram para a tigela e notei um não-pequeno monte de alho sobre a
carne moída.
Merda.
Senti o alho sendo retirado da minha mão e levantei minha cabeça de volta para
encontrar Shy perto.
— Deixe. Sente-se em um banquinho, beba cerveja e reclame. Eu vou lidar com
isso, — ele ordenou suavemente.
Eu balancei minha cabeça e dei-lhe um pequeno sorriso. — Está legal, Shy, eu vou
consertar.
Ele se aproximou e sua voz ficou mais suave quando repetiu:
— Deixe.
Eu enterrei a suavidade de sua voz no meu poço de negação, juntamente com a
forma como ele me fez sentir. Agarrando minha cerveja, eu deixei e movi-me em torno
dele e do bar para arrastar minha bunda em um banquinho. Eu engoli a cerveja enquanto
Shy fez o seu melhor para agitar o alho na pia.
— O que você vai fazer em relação a esse filho da puta? — Ele perguntou.
— Engolir esse sapo, — eu respondi e sua cabeça virou ao redor para que ele
pudesse olhar por cima do ombro para mim com os olhos arregalados.
Eu entendi essa reação. Nós dois éramos Chaos. Não passou despercebido por
mim, que qualquer membro do Chaos poderia levantar o Dr. Cabeça de Pau em cerca de
três segundos.
Eu sorri para ele antes de lhe dizer: — Eu não posso, exatamente, plantar uma
bomba em seu carro.
Shy olhou para a carne, aquele músculo se movendo em sua mandíbula, e eu sabia
que ele estava puxando em seu banco de memória para determinar exatamente como
plantar uma bomba no carro do Dr. Cabeça de Pau.
Eu enterrei isso no meu poço de negação também.
— Shy — eu disse calmamente e ele se afastou da pia. Ele voltou para o balcão na
minha frente enquanto eu expliquei: — Eu sabia que esse era o cenário quando comecei.
Não é um segredo que médicos podem ser Cabeças Duras. Eles não avisam nos livros
didáticos na escola de enfermagem, mas a palavra fica ao redor. Tenho sorte, todos os
outros médicos com quem trabalho são grandes, sempre foram, mesmo na escola de
enfermagem. É só ele. Há sempre um.
— Você não come merda, baby — ele me disse.
Lambi meus lábios, seus olhos caíram para a minha boca, aquele músculo pulsou
em sua mandíbula novamente, e eu enterrei instantaneamente no meu poço de negação.
— A vida pode ser uma merda, Shy, por isso, infelizmente, às vezes você tem que
comer, — eu disse a ele.
— Certo, correção, — ele retornou. — Você come merda até cansar de comer merda
e, depois você encontra uma maneira para que não coma merda mais.
Eu sorri para ele.
— Ok, como é isso? — Eu comecei. — Eu como merda até eu terminar de comer
merda, então eu vou para o administrador do hospital, compartilho minhas preocupações
de forma oficial, e espero.
As mãos de Shy estavam formando bolas enquanto seus olhos permaneceram em
mim e, mais uma vez, eu sabia que ele não estava de acordo com a minha solução.
Quando ele não disse nada, eu continuei:
— Então, se um milagre acontece e ele é convidado a seguir em frente, a vida será
alegre e vou sorrir e rir enquanto arruíno o jantar, em vez de reclamar e delirar. Está bom
pra você?
— Sim, doçura, funciona para mim — ele murmurou, e eu não enterrei em minha
cova de negação o quanto eu gostava quando ele me chamava de doçura. Isto aconteceu
principalmente, porque era grande demais para caber no meu poço. E esse poço foi
escavado profundamente, não porque eu estava enterrando profundamente as coisas, mas
porque Shy estava me dando muita coisa pra enterrar.
Ele empurrou o queixo na direção do corredor e ordenou: — Vá, troque seu
uniforme. Eu vou lidar com isso.
— Certamente, chefe motociclista — eu murmurei, sorrindo para ele agarrando a
minha cerveja e pulando fora do meu banco.
Eu estava quase na entrada do corredor quando ele chamou.
— O que vamos ter para acompanhar isso?
Eu parei e olhei para ele. — Salada de batatas compradas na loja e batatas tipo
chips.
— Chips? — Questionou.
— Chips — eu confirmei.
— Você tem batatas? — Ele perguntou, e meu levantar de lábios tornou-se um
sorriso.
— Só porque você comprou para mim no outro dia — eu respondi.
— Você tem óleo? — Ele prosseguiu, e meu sorriso ficou maior.
— Só porque você comprou para mim no outro dia.
— Então nós vamos ter batatas fritas — ele murmurou para os bolinhos de carne.
— Fritas? — Eu perguntei e seus olhos voltaram para mim.
— Fritas — ele respondeu.
— Batatas fritas caseiras? — Busquei informação adicional.
— Você tem batatas, óleo e uma faca. Tudo que você precisa fazer é cortá-las, fritá-
las, e, se você está se sentindo mal-humorada, tempere-as.
— Para sua informação, motociclista chefe, eu estou me sentindo mal-humorada —
eu gritei minha ordem velada.
Shy sorriu enquanto colocava a carne na frigideira e se virou para a pia,
murmurando:
— Minha garota está se sentindo mal-humorada, ela vai ter suas batatas
temperadas.
Eu enterrei como isso me fez sentir também. Mesmo assim, eu ainda caminhei para
o meu quarto, sorrindo.
Eu troquei meu uniforme por uma camiseta velha do Mötley Crüe e calça jeans
rasgadas, e ainda sorria quando voltei para a cozinha.
Shy estava dando-me de volta a mim. Ele estava guiando-me para a cura. Ele
estava fazendo-me companhia de uma forma que eu gostava. Ele tratou-me como eu
mesmo quando eu precisava dele e ele tratou-me como frágil quando precisava disso. Ele
escutou-me lamentar sobre o trabalho. Ele abasteceu meus armários. E ele me fez batatas
fritas caseiras.
Sério, eu poderia amar esse cara.
Eu cheguei à cozinha e Shy tinha o óleo pronto e uma pequena montanha de
batatas cortadas em uma tábua. Fui até a geladeira, peguei duas novas geladas e coloquei
uma em cima do balcão ao lado dele, então me mudei em torno do bar e sentei-me em
cima do banquinho.
— Obrigada por me trazer de volta para mim.
Sim, foi o que saiu da minha boca, e eu sabia que minhas palavras não foram uma
invenção da minha imaginação (infelizmente) quando seus olhos focaram em mim.
— Diga de novo, querida? — Ele pediu.
Escapou. Eu tinha que explicar. E de qualquer maneira, este era Shy. Ele havia
provado ao longo dos últimos dois meses, ele poderia aguentar isso, pegar qualquer coisa
de mim e lidar com isso com cuidado.
— Eu voltei a ser eu mesma — eu disse a ele. — E você está me ajudando. Há um
longo tempo desde que eu tenho sido eu mesma, somente eu. Eu estive pensando e
percebi que, mesmo antes de Jason morrer, eu estava enterrando partes de mim.
Shy segurou meu olhar, algo trabalhando em sua mente que eu não entendi logo,
mas ele não disse nada, então eu apressei-me no caso de ele entender errado.
— Jason não queria que eu enterrasse nada, só para você saber. Ele não era esse
tipo de cara. Fui eu quem enterrei. Somente eu. Agora, olhando para trás, eu fico pensando
se isso viria à tona. Eu fico pensando se ele preocupava-se com isso. Eu fico pensando se
poderíamos ter.
— Pare com isso, querida. — Shy ordenou firmemente e eu pisquei.
— Perdão?
— Da maneira que você fala, você estava naquele cara e ele estava em você. Não
faça perguntas que nunca terão respostas. Você vai ficar louca com essa merda. Basta
lembrar que você estava com ele, ele estava dentro de você, tudo era bom, e não estrague
boas lembranças com perguntas que não têm respostas e nunca terão.
Ele estava certo. Totalmente.
Minha cabeça inclinada para o lado e eu senti meus olhos ficarem suaves quando
perguntei: — Como você ficou tão sábio?
— Tive um bom professor, — ele respondeu.
— Seu pai antes de morrer?
— Meu pai, antes de morrer e seu pai, quando o encontrei.
Eu respirei apertado.
Não passou despercebido por mim que Shy gostava do meu pai, ele o respeitava, e
eu adorava isso, porque era assim que eu me sentia sobre o meu pai. Obviamente mais, já
que ele era meu pai, mas eu ainda amava que Shy sentia o mesmo.
Sim, eu totalmente poderia amar esse cara.
— Você acabou com a reclamação e não há nada a fazer senão sentar lá e olhar para
mim — Shy começou, — tire seu traseiro deste banco, dê a volta e venha me ajudar com as
batatas fritas.
Eu acabei com as lamentações e provavelmente iria queimar minhas retinas se
olhasse para ele por muito tempo, então eu sorri, puxei minha bunda para fora do banco,
dei a volta e ajudei-o com as batatas fritas.

— Doçura, você está acordada?


Abri os olhos e pisquei para a TV em branco.
Eu não sabia que horas eram, mas parecia tarde. O que eu sabia era que adormeci
com a cabeça no peito de Shy, minhas pernas enroladas atrás de mim no sofá, o meu braço
apoiado sobre seu abdômen, seu braço em volta de mim.
A última coisa que eu lembrava era de ser sugada para uma maratona de American
Chopper.
Eu inclinei minha cabeça para trás e olhei para ele.
— Ei, é tarde? — Eu perguntei.
— Sim, você tem que trabalhar amanhã? — Ele perguntou de volta.
— Sim — eu respondi.
Ele acenou com a cabeça, me deu um aperto e deslocou-se para levantar, mas meu
braço em torno dele se apertou e ele se acalmou.
— Por quê? — Perguntei.
— Por quê? — Ele retornou.
— Por que você perguntou se eu tenho que trabalhar amanhã?
— Vou dar um passeio, pensei que se você não tivesse que trabalhar, você poderia
querer vir comigo.
Ele estava indo para um passeio.
Eu queria ir com ele.
Eu queria ir com ele, porque eu gostava de andar de moto. Eu queria ir com ele
porque ele era Shy, e eu era eu, e isto era o que fazíamos. Não era raro, não era frequente,
mas ele gostava de estar em sua moto e ele não hesitava em oferecer-se para me levar com
ele. Eu não hesitava em dizer que sim.
Isto, também, eu estava negando. Quanto eu gostava que ele pedisse. Como eu
gostava de ficar atrás dele, na garupa de sua moto.
Eu me mexi, dizendo: — Eu vou pegar um sapato.
Ele me deu um aperto e seu punho entrou embaixo do meu queixo, inclinando
levemente a cabeça para olhar para ele de novo.
— Tabby, baby, você tem que trabalhar. Está legal. Uma outra vez.
Eu segurei seus olhos e respondi calmamente:
— Eu estou viva. Você está vivo. Tenho que trabalhar para viver, então eu faço isso
e vou ter que fazer por um longo tempo. Mas, quando eu não estou trabalhando, eu estou
vivendo. Então, vamos montar.
Seus olhos se moveram sobre o meu rosto e, em seguida, um processo lento,
preguiçoso, sexy como o inferno, um belo sorriso se espalhou em seu rosto por cerca de
um milésimo de segundo, antes que ele saísse do sofá, levando-me com ele e colocou-me
sobre os meus pés.
Então, olhando para mim ainda sorrindo aquele sorriso inacreditável, ele
sussurrou:
— Vamos montar.
Eu sorri de volta, saí, peguei meus sapatos. Shy segurou minha mão todo o
caminho para a sua moto e nós montamos.
Durante muito tempo.
Isto.
Era.
O Paraíso.
Capítulo 5
Apocalipse

Dois Meses e Meio Depois…


— Você está louca?
Isso veio da minha melhor amiga Natalie, que não só fez a pergunta, mas também
estava olhando para mim como se eu fosse louca.
Eu estava de volta. Totalmente de volta.
Eu era eu.
O que eu não estava era louca.
A vida ordenou-se, cresceu em um padrão em que eu gostava do trabalho e da
família, amigos e Shy.
Eu estava saindo novamente com Tyra, fazendo compras, encontrando amigos
para o almoço, passando tempo com os meninos, agindo como uma louca, como eu
costumava fazer.
Eu ainda encontrei tempo para me aproximar da família de Jason, ver se havia
relações lá para salvar.
Eu não poderia dizer que era próxima de sua mãe e irmãs, mas eu gostava delas de
uma forma que eu sabia que, se tivéssemos o futuro que nós deveríamos ter, eu teria
ficado próxima delas. Embora, eu não gostasse muito de seu pai. Ele era muito moralista
para mim, e eu não gostava do jeito que ele às vezes latia para Jason, fazendo Jason calar a
boca, e, posteriormente, Jason jogaria essa porcaria em mim. Mas, sua mãe e irmãs eram
legais.
Nós ficamos juntas depois da perda de Jason então, naturalmente nos separamos,
envolta em nossos nevoeiros individuais de tristeza. Mas quando as coisas se assentaram,
estava claro que eles não queriam a ligação que eu tinha com Jason e me cortaram fora, e
eu senti o mesmo.
Foi tudo bem.
Minha vida com Shy não havia mudado. Nós víamos um ao outro o tempo todo, eu
arruinei o jantar, ele me levou em sua moto, chamamos um ao outro com frequência, e eu
ri e sorri ainda mais.
E tinham passado semanas, desde que eu tinha tido um momento em que ele
precisava tratar-me fragilmente e eu já não me sentia vazia por dentro.
Isso não significava que os golpes da vida não continuavam. Se eu passasse de
carro por um restaurante onde Jason e eu fomos, eu lembrava, e minha respiração me
deixava. Ou eu estava secando meu cabelo, olhava no espelho e lembrava como Jason
costumava chegar, abaixar a cabeça e beijar o meu ombro. E ir para a cama e acordar só
todos os dias, eu ainda não estava acostumada com isso.
Mas, eu já não estava indo com a maré. Eu estava voltando à vida, vivendo-a e não
fingindo.
Assim, eu estava almoçando fora com Natalie e compartilhando o meu plano.
Olhei em seus lindos olhos cinzentos, emoldurados por uma impecável pele creme
de pêssegos e um halo de cabelos loiro acinzentado fabuloso com luzes espetaculares, e eu
estreitei os olhos.
— Você é — afirmou. — Você é louca.
Eu inclinei-me para frente.
— Eu não sou louca.
— Errado — ela declarou.
— Eu não disse que ia sair e caçar o homem que matou os pais de Shy.
Esta foi à razão porque Natalie pensou que eu estava louca.
Embora, a maior parte do tempo, que Shy e eu estávamos juntos, eu estava
tagarelando, houve alguns momentos em que ele falava. Ele compartilhou. Ele desabafou.
Ele estava tão confortável dando para mim enquanto eu estava dando a ele.
Ele falou muito sobre os pais e o irmão, o que significava que eles estavam em sua
mente muito. Ele fez isso muitas vezes rindo, gargalhando, natural, confortável, mas
conforme o tempo passava, eu vi que tudo isso era um ato.
Sua perda incomodava.
Não, isso não o incomodava. Estava claro que isto o estava comendo por dentro.
Toda a sua conversa era compreensível sobre seu irmão. Ele estava no Exército e
baseado no Afeganistão agora, e eu sabia que, apesar de Shy não dizer em voz alta, ele
estava preocupado. Eu nem o conhecia, mas, por Shy, eu estava preocupada com ele
também.
Era mais do que isso, no entanto. Ficou claro que eles tinham uma boa família, mas
foi uma família interrompida, e o fato de que o cara que assassinou seus pais nunca foi
capturado e Shy, ainda falasse sobre isso, significava que ele não teve qualquer
encerramento. Ele não tinha deixado isso pra trás e eu queria ajudá-lo a curar, seguir em
frente como ele fez por mim.
Então eu percebi que encontrar o cara, levando-o para a justiça, se isso pudesse
acontecer, ajudaria Shy a curar-se. Ou, pelo menos, não faria mal.
— Não — Natalie cortou meus pensamentos, — você não vai procurar o cara por
você mesmo, mas isso não significa que você não é louca.
— Por que encontrar aquele filho da puta é loucura? — Eu rebati.
— Quantas razões que você quer? — Ela retrucou.
— Cinco — eu retorqui.
Ela sentou-se em sua cadeira, levantou a mão com um dedo estendido e disparou.
— Um, você está contratando Lee Nightingale e, menina, você sabe, aquele cara
teve livros escritos sobre ele. Eles eram ficção, mas ele também está no jornal o tempo
todo, então nós duas sabemos que quem escreveu essa merda não ocultou nada. Ele é o
fodão para acabar com todos os fodões. Ele é tão fodão, que ele é a maldita definição de
fodão, e sua equipe de fodões só existem para definir nuances alternados da mesma coisa.
Seu queixo levantou.
— Fodão.
— Isto é bom em um detetive particular, — eu apontei.
Natalie ignorou-me, levantou a mão novamente e agitou dois dedos para mim.
— Dois, ele é o melhor do melhor, e o melhor dos melhores é caro. Você recebe um
bom salário como enfermeira, mas mesmo assim, você também não tem esse dinheiro
sobrando.
Eu tinha que admitir que essa era uma preocupação.
Quando me mudei para meu apartamento, meu pai e Tyra surgiram com a mobília
da minha sala de estar, os irmãos compraram-me um aparelho de som assassino, e as
mulheres deles se uniram para equipar a minha cozinha com a porcaria que eu poderia
usar para arruinar a comida. Eu só tive que comprar minha mesa de jantar, a mobília do
quarto e eu estava pronta para ir. Meu aluguel também era barato. E Nat estava certa, eu
tinha um bom salário. Eu não era uma milionária, mas meu salário não era nada
desprezível, especialmente na minha idade.
Portanto, eu estava confortável.
Dito isso, eu estive pensando sobre este plano por um tempo, e eu tinha ligado há
mais de um mês para conseguir uma consulta com Lee Nightingale da Nightingale
Investigações, o primeiro serviço privado de investigação de Denver, ou, talvez, por sua
reputação, do mundo. Eles atenderam-me, mas minha consulta era na próxima semana.
Isto era pra ver como o cara era concorrido. E, geralmente, esse tipo de coisa reflete nos
honorários.
— Três — Natalie continuou e eu me concentrei nela.
— Eu não sei, é um palpite já que eu nunca fui estúpida o suficiente para contratar
um fodão, mas, eu diria que, quando um fodão envia uma fatura e ele não recebe o
pagamento, ele fica irritado.
Outra preocupação que eu tinha.
— Talvez ele faça parcelas — sugeri.
Ela novamente me ignorou.
— Quatro e cinco, porque, garota, quando eu digo isso, você vai entender que vale
por dois números, você consegue contratar Lee Nightingale, ele consegue encontrar esse
cara, e, Tabby, sabe Nightingale é tão bom, que esse caso poderia ser frio como o Ártico, e
ele ainda encontraria esse cara, estamos falando de Shy Cage e Chaos aqui. O cara que
levou seus pais é desenterrado, ele vai ir como o apocalipse em sua bunda. Estamos
falando de levar esse cara para algum lugar que ninguém conhece, brincar com ele por
talvez anos, então, provavelmente, joga-lo em um poço, regando-o com fluido de isqueiro,
e atear fogo nele como aquele negão frio como pedra fez com a filha de Tig em Sons of
Anarchy.
— O Chaos não é SAMCRO — eu devolvi, referindo-me a sigla para o moto clube
daquele programa de TV.
Ela levantou as sobrancelhas.
Eu decidi não discutir esse ponto.
Ela inclinou-se para frente e continuou.
— Tab, eu entendo. Minha menina está de volta e eu não quero mandá-la de volta
para aquele lugar escuro que você está deixando para trás, mas Shy Cage não é um
fisioterapeuta. — Sua voz caiu mais silenciosa. — Em outras palavras, garota, ele não é
Jason.
Eu lambia o meu lábio superior e mexia na minha cadeira.
Natalie continuou falando.
— Se os pais de Jason fossem assassinados, você encontrou o cara que fez isso, ele
ia ficar na frente de repórteres e fazer declarações de alivio sobre a justiça sendo feita. Você
sabe, não há nenhuma maneira que o filho da puta fosse encontrado, Shy, que de repente
você está estranhamente ligada, e vamos falar sobre isso mais tarde, — declarou ela
ameaçadoramente. — E seu pai, eu vou esclarecer, uma vez que Shy é um irmão e aqueles
irmãos são todos sobre a fraternidade, eles não vão perder a suas mentes fodidas de
motociclista fodão e deixar essa merda passar sem vingança, eles vão pensar que uma
vingança é necessária.
Ok, mesmo que eu estivesse pensando sobre isso por algum tempo, talvez eu não
pensasse sobre tudo.
— Ok, — eu comecei.
— Talvez eu possa fazer um acordo com Nightingale que ele encontrará provas
suficientes de que, quando esse cara for preso, ele nunca sairá.
Natalie sentou-se, as sobrancelhas dispararam e ela gritou: — Garota, você não
assiste TV?
Eu olhei para ela.
Ela inclinou-se para mim novamente e disse:
— Esses caras têm ligações. Esse cara seria desmembrado em cerca de dois
segundos antes de algum preso que devia favor ao Chaos, dê a palavra e ele tenha o nome
daquele filho da puta entalhado por uma faca.
Isto, também, provavelmente era verdade.
Inclinei-me para ela e admiti:
— Natalie, ele tem sido super legal comigo. Você está certa, estamos muito
próximos e ele fala sobre os pais o tempo todo. Eu tenho que fazer alguma coisa.
— Agora, nós estamos falando sobre o que eu quero falar, — ela me informou.
— Diga-me, que caralho eu estava fazendo na sua cozinha, por quatro horas, na
semana passada te ajudando a estragar lote após lote de cookies, para obter um bom o
suficiente para dar a Shy Cage?
— Eu te disse, fizemos uma aposta, jogamos sinuca. Eu perdi.
— Mentira — ela voltou e sacudiu a cabeça, os olhos movendo-se sobre mim, seu
rosto ficando mole.
— Tabby, eu te amo. Eu vi isso acontecer. Eu vi você se jogar no poço de desespero
quando perdeu Jason. Tomei esse passeio fodido com você, e eu estou ardendo em cócegas
porque você está achando o outro lado e voltando a ser você. E, querida, ouça isto, tem
sido meses e é hora. Teias de aranha estão crescendo nas suas partes de menina. Você
precisa voltar ao rodeio. — Ela segurou meus olhos e sua voz caiu tranquila.
— Mas, não com Shy Cage.
Eu senti minhas costas endurecerem e disse a ela:
— Não é desta maneira.
— Você anda na garupa de sua moto? — Ela perguntou.
Eu ignorei essa pergunta e disse novamente: — Nat, não é assim.
Ela inclinou-se mais sobre a mesa.
— Ouça-me, Tab. Eu vou te dizer de uma vez e é um saco, mas aqui está. Você sabe
que eu não gostava de Jason. Pensei que ele tinha um pau no rabo. Eu sabia que ele não
gostava de mim. Eu sei que era uma merda para você e eu sinto muito. Não se engane,
esse pedido de desculpas é direto do coração. Olhando para trás, gostaria de ter agido
diferente. Eu não fiz e tenho que viver com isso, porque ele se foi. Sei também, o tanto
quanto eu odeio admitir isso, ele te amava. Amava você como eu nunca vi. — Eu senti
minha respiração escapar e sua mão veio por cima da mesa para pegar a minha.
— E, garota, queima em mim lembrá-la dessa merda, mas eu tenho. Você nunca vai
ter isso de volta. Acabou, ele se foi. Ainda assim, mesmo ainda sentindo coisas boas por
ele, isso não significa que você não pode encontrar algo ainda melhor. Você só tem que
obter a sua bunda lá fora e olhar.
— Eu não estou pronta para isso, — eu disse a ela.
— Você está, — ela disparou de volta imediatamente e eu comecei a ficar chateada.
— Eu estou? — Eu perguntei sarcasticamente, puxando a minha mão da dela.
— Você sabe? Você perdeu seu noivo três semanas antes de seu casamento e eu
perdi um memorando?
— Não, eu vi minha melhor amiga suportar essa merda e erguer-se
completamente, mas você não pode ficar congelada no processo e não vê-lo passar. Tem
sido perto de um ano, Tab. É hora de acabar esse processo. Quer dizer, garota, você
chegou ao outro lado e seguiu em frente, você não faz isso pelos gostos de Shy Cage.
Senti um frio na barriga com a ideia de seguir em frente na vida com Shy, que
imediatamente transferi para o meu poço de negação.
Então eu assobiei.
— Natalie, não é assim.
Ela balançou a cabeça, mas seus olhos nunca deixaram os meus.
— Talvez não para você, mas esse menino é tudo sobre sexo. Você acha que com
você sendo toda atrevida, quente, doce e engraçada, ele não está esperando pelo tempo de
obter retorno?
— Não, — eu cortei. — Eu não acho isso.
— Bem, você também sabe que eu tenho a oportunidade de ficar ao redor de
Chaos, e eu conheço Shy Cage. Eu o vi em torno de um lote e, querida, ele fica em torno de
um lote. Lee Nightingale é a definição de fodão. Shy Cage é a definição do cara.
— Ele é um irmão, ele é família, — eu atirei.
— Ele é um cara, Tabby, e você não pode esquecer isso. Se ele está sendo legal com
você, ótimo. Fico satisfeita que ele está dando isso a você. Pegue-o. Você precisa da família.
Estou apenas dizendo para manter seus olhos abertos e ver o seu coração. Ou, mais
precisamente, cuidar do seu rabo, porque se você não fizer isso, Shy vai batê-lo.
Revirei os olhos.
— Não é brincadeira, — afirmou.
Revirei os olhos para ela.
— Eu estou pensando que gostava mais quando você me tratava como se eu fosse
frágil.
— Dê um beijo de adeus, — ela retrucou.
Ótimo.
Tomei uma respiração.
— Nat, honestamente, nós somos apenas amigos, — eu sussurrei e ela estudou-me.
Em seguida, ela sussurrou de volta: — Eu acredito em você.
Eu balancei a cabeça.
— Mas, você me entende? — Ela pressionou.
— Eu te entendo, — eu disse suavemente.
Ela sorriu.
Eu sorri de volta.
Então, eu endireitei-me e ela também, virando a cabeça e chamando alto e
rudemente a ninguém em particular. — Oi! A conta!
Meu sorriso transformou-se em um riso.
Isso era Natalie. Barulhenta, rude, engraçada, acima de qualquer coisa, sempre
surpreendente e, principalmente, sempre amando.
Eu só queria que ela estivesse disposta a ouvir conselhos, tão facilmente como ela
estava disposta a dá-los, e eu determinei que durante o nosso próximo almoço, seria a
minha vez de colocar tudo para fora.
Desta vez, foi a minha vez de pagar a conta.

— Obrigado, Lenny, — eu falei para o homem sob o meu carro.


— Sem problemas, Tab, será feito em cerca de meia hora. — Lenny falou de volta.
— Legal — eu terminei e depois saí do vão da garagem da Ride.
A parte boa de não guardar rancor contra Shy mais, era que eu ficava mais na Ride,
no Chaos, mais com os irmãos, mais família e, obviamente, mais com Shy.
Eu também tenho troca de óleo grátis.
Eu estava indo em direção ao Complexo para ver se Shy estava lá e se queria
compartilhar uma bebida, quando eu o vi.
Saindo do Complexo de mãos dadas com uma alta e forte morena.
Meus pulmões começaram a queimar e meu corpo jogou-se ao lado dos degraus de
cimento que levava ao escritório, me escondendo do casal.
Eu me agachei e respirava profundamente.
Que diabos?
Que diabos?
Ok, tudo bem, tudo bem.
Não. Não está bem. Não tudo bem.
Que diabos?
Levantei e espiei sobre as escadas em direção ao Complexo e meus pulmões
explodiram em chamas com o que vi.
Shy e a mulher encostados em sua moto. A mão dela no quadril dele. A mão dele
no pescoço dela. Suas bocas estavam ligadas.
Eu empurrei para baixo e meus pulmões transformaram-se em cinzas, eu lutava
para respirar quando ouvi um rugido da Harley, e pressionei-me contra o cimento ao lado
da escada, os olhos colados ao pátio para que eu pudesse vê-los passar, Shy em sua moto,
a mulher pressionada em suas costas.
Felizmente, a cabeça de Shy estava virada para o lado oposto ao meu.
Com meu coração partido, o rosto dela pressionado contra seu ombro.
Uma enorme onda quebrou em cima de mim, puxando-me abaixo, arrastando-me
ao redor. Eu não conseguia me controlar. Eu não podia voltar à superfície.
Eu estava me afogando.
Eu cresci no mundo dos motociclistas e sabia.
Eu sabia.
Eu sabia como parecia um pedaço de rabo andando na garupa de uma moto, e eu
sabia como a mulher de um motociclista parecia.
Aquela mulher não era um pedaço de rabo.
Ela era a mulher de Shy.
Eu ainda não tinha me recuperado e outra onda caiu em cima de mim, maior do
que a primeira. Tão grande e poderosa, que eu nunca poderia voltar ao topo.
Eu observei até que desapareceram e continuei observando, tentando voltar à tona,
pegar um pouco de ar.
— Pote de mel, que raios que você está fazendo? — Eu ouvi Big Petey perguntar.
Eu levantei da minha posição e virei para vê-lo caminhando em minha direção,
vindo de uma das baías.
— Hm… — eu murmurei, mas não poderia continuar.
Ele olhou para mim e preocupação tomou conta de suas feições. — Você está bem?
— Uh… sim, — eu forcei a sair. — Ótima.
Ele olhou para mim, em seguida, disse: — Você se parece com alguém que
atropelou seu cachorro.
Oh Deus.
Seus olhos moveram-se sobre a minha cara: — Você parecia assim quando…
Prendi a respiração. Pete parou de falar, em seguida, virou-se para olhar para a
entrada de Ride. Então ele examinou o Complexo. Então, algo moveu-se sobre sua feição e
olhou para mim.
— Ele está a vendo por três meses.
Oh Deus.
Eu cerrei os dentes juntos para minha boca não cair aberta. Senti-me como se
tivesse levado um soco no estômago.
Três meses.
Shy a via por três meses.
Três meses!
Como?
Como ele estava vendo-a quando ele estava me vendo?
E por que ele não me contou?
Saí dos meus pensamentos febris, mas não fora da névoa de dor que eu estava
tentando negar, porque eu não entendia. O que eu estava sentindo. Como era enorme.
Quão profundo ele bateu-me. Quanta dor que causou.
Não, eu fiz, mas eu estava enterrando-o.
A mão de Pete enrolou-se em volta do meu braço. — Vamos pegar uma bebida.
Minha cabeça virou para trás para olhar para ele.
— Não, está tudo bem — Eu disse suavemente. — Eu estou dirigindo. — Sua
cabeça caiu para baixo para se aproximar de mim.
— Tabby, pote de mel, vamos pegar uma bebida. Prometo, vamos mandar uma
dose pra baixo, e nós vamos te tirar daqui antes que eles voltem.
Ele segurou meus olhos e eu sabia que, como sempre, ele estava olhando para mim,
mesmo, neste caso (embora eu estivesse negando isso), poupando-me de mim mesmo.
Pete era o avô que nunca tive.
O pai de meu pai estava preso, prestando serviços por duplo homicídio. O pai o
odiava, eu nunca o conheci e, vendo o jeito que meu pai se sentia, eu sabia que nunca o
conheceria.
O pai de minha mãe era um bom avô, mas ele não entendia a vida de motociclista.
Ele também não tinha problema de partilhar isto com frequência. Ele não gostava de sua
filha nesta vida, e ele não gostou quando pensava que foi meu pai que a arrastou para isso.
Antes do divórcio, quando estávamos todos juntos, isso fez as visitas familiares não serem
nada divertidas, e eu era próxima dmeu pai, então eu realmente nunca perdoei vovô por
ser um pé no saco.
Ele estava no Arizona agora com a minha avó, e eu nunca mais os vi. Eles enviaram
cartas e ligavam em aniversários e Natais, mas eles estavam fora da família. Tanto é, por
alguma louca razão, eles não tiveram a capacidade de ligar e cancelar o presente que
compraram para Jason e eu. O presente e o tiro no coração que isso trazia, chegaram cinco
semanas após sua morte, quando nós estaríamos voltando de nossa lua de mel.
Então, para mim, foi Pete, sempre tinha sido Pete.
E, olhando em seus olhos, eu sabia que, uma vez que ele só tinha uma filha, agora
morta e sem netos, seria sempre eu.
Então eu peguei a mão que ele ofereceu e deixei que me levasse para o Complexo.
Ele me deu um drink.
Ele também me tirou de lá antes que Shy voltasse com sua mulher.
Capítulo 6
Amarrado Em Suas Cordas

Duas Semanas Depois…


Eu subi as escadas para o meu apartamento, cansada como um cão.
Eu estava exausta, porque tinha acabado de ter dois dias de turnos dobrados sem
parar.
Eu tinha um turno no dia seguinte também, e embora não fosse duplo, eu precisava
de uma pausa.
Pensar sobre amanhã me deixou ainda mais exausta.
E como estar cansada como um cão, não fosse o suficiente, eu tinha esbarrado com
o Dr. Cabeça de Pau naquele dia e foi ruim.
A fofoca estava correndo solta no hospital, a enfermeira que ele estava sempre
pegando na despensa estava negando-lhe o seu pedaço de rabo até que ele pedisse à sua
esposa o divórcio. Isso não o deixou feliz. Ele era o tipo de cara que não estava feliz
normalmente, mas ele era muito menos feliz quando não estava tendo sexo regularmente,
e uma mulher tentando arrancar sua coleira só piorou as coisas.
Infelizmente, por alguma razão, ele estava despejando isso em mim e
(principalmente) só em mim. Eu tinha chamado a sua atenção de alguma maneira. Talvez,
porque eu era a enfermeira mais recente e jovem na enfermaria, e carne fresca. Talvez, só
tivesse focado mim porque ele era um babaca.
O foco constante de sua babaquice extrapolou naquele dia em que ele descontou
em mim na frente de um paciente. Isso não era normalmente legal, mas na frente de um
paciente significava que eu não poderia me defender. Eu tive que aguentar.
Então eu fiz e foi ruim.
Tão ruim que eu queria virar a cabeça para o paciente e dizer: — Se você me der
licença — dar a volta na cama e dar uma joelhada nas bolas dele. Eu não fiz isso. Em vez
disso, ele terminou, caiu fora, e eu sabia que era tão ruim quanto parecia, quando o
paciente perguntou: — Você está bem?
Assegurei-lhe que estava, mas ficou estampado na minha cara, que eu estava
garantindo a uma paciente que estava tudo bem quando era o meu trabalho me certificar
de que ela estivesse bem.
Eu estava cansada de sua porcaria. Eu estava simplesmente cansada e o que tornou
as coisas piores era que não tinha nem mesmo Shy para conversar.
O trabalho estava uma merda. Não ter Shy era uma merda maior ainda.
Tudo era uma merda.
Eu estive evitando-o durante duas semanas, não atendendo suas chamadas, não
retornando suas mensagens, não passando na Ride e encontrando maneiras de ficar longe
de meu apartamento apenas no caso de ele aparecer.
Eu não sabia por que eu o estava evitando, mas eu disse a mim mesma que estava
fazendo isso, pois precisava colocar minha cabeça no lugar.
Não, risque isso, eu sabia por que estava fazendo isso. Eu apenas deixei inflamar
aquele lugar fundo dentro de mim que eu nunca, jamais visitaria.
Então, eu não tinha ninguém para conversar sobre a droga do meu trabalho, e não
tinha ninguém para conversar sobre como me sentia sobre Shy, porque eu nem sequer
admitia para mim mesma como eu estava me sentindo sobre Shy.
Eu estava ferrada.
Eu também estava começando a pensar que era uma idiota.
Estes foram os meus pensamentos quando entrei em meu apartamento escuro,
tranquei a porta atrás de mim, deixei cair à bolsa e as chaves sobre a mesa ao lado da
porta, e me movi através da sala escura para a lâmpada ao lado do sofá.
Eu a acendi e, então, deixei escapar um pequeno grito.
Shy estava sentado no sofá, longas pernas magras para fora, os dois pés apoiados
na minha mesa de café, braços esticados para fora e descansando na parte de trás do sofá,
os olhos em mim.
— O que você está fazendo sentado no escuro? — Eu perguntei, minha mão em
minha garganta.
— Você está me evitando?
Eu sabia o que ele estava perguntando. Eu não podia não saber, mas não sabia
como explicar isso a ele, então eu congelei.
— Perdão?
Lentamente, oh, tão lentamente, ele ergueu as botas da mesa, colocou-as no chão e
puxou-se para fora do sofá. Igualmente, lentamente, virou-se e trancou os olhos em mim.
Tudo isso foi muito assustador.
Ficou mais assustador quando a sua voz, baixa e ameaçadora, veio para mim tão
lentamente como ele havia se movido.
— Você. Está. Me. Evitando? — Ele enunciou cada palavra com precisão, e isso era
ainda mais assustador.
— Eu estive ocupada — disse a ele, e meu coração deu um pulo quando vi um
músculo saltar em sua mandíbula.
— Você cantou essa música antes, Tabby — ele me lembrou. — Não gostei da
última vez. Realmente não gosto agora, porra.
— Estou em turnos dobrados. Uma enfermeira está doente e outra está de férias. —
Isso era verdade, mas isso só explicou os últimos dois dias e não as duas últimas semanas.
Shy estava longe de ser burro. Ele podia ver através disso e me cobraria.
Ele não tardou em ver isso e me cobrou. — Seu celular quebrou? — Perguntou.
— O quê? — Eu perguntei de volta.
Ele se inclinou um pouco para mim e me custou um tanto não me inclinar para
trás. — O seu telefone quebrou? — Ele repetiu, novamente com voz baixa e ameaçadora.
— Não — eu admiti.
— Então, explique, se você não está me evitando, você recebeu um telefonema
meu, por que não atendeu? E, Tab, eu vou dizer isso agora para que você tenha tempo de
sobra para chegar a mais uma desculpa, quando eu deixar uma mensagem, eu quero saber
por que ela não é respondida.
Eu olhei para ele e ele olhou para mim.
Eu lambi o meu lábio superior, os olhos caíram para a minha boca, seu rosto ficou
duro e de repente parecia que um trovão silencioso havia passado pelo quarto.
Foi então que eu soube que eu não aguentava mais.
— Eu sei sobre ela — eu sussurrei, e sim, aquilo saiu logo para fora, e sim, soava
como uma acusação.
— Diga de novo — ele pediu.
— Eu sei sobre ela. Sua mulher.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Então?
Então?
Então?
— Então, você não me contou sobre ela — eu apontei.
— Desculpe, Tab, não sabia que precisava te informar sobre quem eu fodia — ele
disparou de volta.
Auch.
Isso dói, mas sem escolha, eu trabalhei com isso e me recuperei.
— Somos próximos — eu disse calmamente.
— Não tão próximos — ele devolveu.
Auch, novamente.
Mas eu consegui, eu consegui totalmente, e não tinha escolha a não ser passar por
isso, então, com dificuldade, eu ultrapassei. — Ok, Shy, eu entendo e é legal. Tudo isso é
legal. Você estava lá para mim e eu aprecio isso. Você ajudou muito. Agora você está fora
do gancho.
Seus olhos se estreitaram, a sensação de trovão voltou, e ele cruzou os braços sobre
o peito. — Estou fora do gancho?
Eu balancei a cabeça novamente. — Yeah. Eu… é… eu entendo. É legal. Nós
estamos bem. Eu entendo e eu quero que saiba que aprecio tudo que você fez, mas você
pode… bem, você está de folga agora. Você pode fazer, uh… o que é que você faz.
— Eu posso fazer tudo aquilo que faço — ele repetiu, e desejava que ele não fizesse
isso, repetir as coisas que eu dizia. Estava me assustando.
— Sim.
— Deixe-me ver se eu entendi direito, querida. Você acha que eu tenho uma
mulher e você me põe de lado e, devo salientar que está fazendo essa merda fodida em
exagero. Você não fala comigo sobre isso. Você não me liga. Você não atende meus
telefonemas. Você não responde minhas mensagens. Você não está nem na porra da casa
metade do tempo para que eu possa vê-la. E, agora você me dispensa?
— Isso não é o que estou fazendo — eu respondi.
— Você não teve tempo para imprimir os papeis, mas, doçura, você fez essa merda
do mesmo jeito.
— Você não me contou sobre ela — eu o lembrei.
— E, — ele voltou em sua palavra afiada, eu estendi fora a mão, começando a ficar
irritada.
— Shy, você passou um tempo comigo enquanto você estava gastando tempo com
ela, há meses, e você não me contou?
— É o que parece, — ele respondeu e eu balancei minha cabeça.
— Isso não é legal.
— O que não é legal é essa besteira, Tab. Você tem um problema — ele se inclinou
para mim, — você fala comigo. Você tem algo a dizer — ele se inclinou mais perto, — você
diz isso para mim. O que você não faz é pôr a porra do meu traseiro de lado.
Ok, porcaria, ele tinha razão.
— Certo, certo, Shy. Você está certo — eu concordei, — eu deveria ter falado com
você.
— Eu malditamente sei que estou certo, Tabby — ele ainda tenso, ainda seriamente
irritado.
— Eu concordo Shy — eu apontei.
— Não, você não concorda. Você está docemente achando que eu vou recuar,
quando você não respondeu a minha maldita pergunta — ele disparou de volta, e agora eu
estava com medo e um pouco chateada, mas também confusa.
— Que pergunta? — Eu disse.
— Eu tenho uma mulher, você descobre, por que diabos você está me pondo de
lado?
Uh-oh.
Isso não era bom, principalmente porque eu não tenho uma resposta.
Não, isso não era verdade, mas a resposta estava escondida lá no fundo. Tão
profundo, que eu nem estava admitindo para mim mesma, então, certamente, eu não
poderia admitir isso para Shy.
Portanto, eu contornei isso. — Eu só estou chateada que você não me disse. Você
escondeu de mim e não entendo isso.
— Ok, então — ele retornou imediatamente. — Você quer isso, nós vamos pô-lo
fora. Amanhã à noite, você vai encontrar a mim e a Rosalie para jantar e verá por si
mesma.
Isso veio como uma surpresa, instantânea, avassaladora, tão grande que
interiormente balancei para trás como se tivesse sido golpeada no estômago.
Olhei para ele, incapaz de respirar, dor saturando o meu sistema, e eu vi alguns
dos flashes de raiva saírem de seu rosto, assim como a preocupação tomava o lugar.
Ele não perdeu a minha reação.
Então, novamente, Shy nunca perdeu nada. Não quando tinha a ver comigo.
— Você está bem? — Ele questionou.
— Não — eu sussurrei.
Ele deixou cair os braços e deu um passo em minha direção.
Eu dei um passo para trás.
Ele parou e com a cabeça inclinada para o lado. — Você tem uma cãibra?
Eu balancei minha cabeça. — Não.
— Tabby, querida, que porra é essa?
— Eu não posso fazer isso, — eu anunciei, sem saber de onde essas palavras
saíram, mas sabendo que elas vinham de algum lugar profundo, e eu queria dizer cada
uma delas mais do que quis dizer qualquer outra coisa na minha vida.
Suas sobrancelhas se juntaram. — Você não pode fazer isso?
Eu balancei minha cabeça.
— Fazer o que? — Ele procurou esclarecimentos.
Eu levantei minha mão e acenei-a entre ele e eu. — Isto.
Seus olhos foram para a minha mão, em seguida, mudou-se para o meu rosto, e ele
perguntou: — Isto? Você e eu?
Você e eu.
Você e eu.
Nunca ia ser um ele e eu.
Minha barriga, torcida em nós, torceu mais apertada e a dor era insuportável.
Ele olhou para mim, seus olhos movendo-se sobre minha feição, e eu assisti no
fascínio horrorizado com a dor como seu rosto ficou terrivelmente escuro.
Então ele sussurrou: — Você tem que estar malditamente me zoando.
Eu não sabia se eu estava zoando. Eu não sabia o que diabos estava fazendo.
— Diga-me, Tab, que você está me zoando — ele exigiu.
— Honestamente, Shy, eu não sei o que estou fazendo — eu admiti.
— Eu faço — ele grunhiu. — Você está parada aí me dizendo que, anos, há
malditos anos atrás, você estava interessada em mim, eu fodi tudo, você guardou rancor,
também por malditos anos, você perdeu tudo, e só então me deixou entrar novamente.
Agora, você descobre que eu tenho uma vida sem você nela, uma mulher, e você não pode
lidar com isso. Por malditos meses eu ouvi você falar sobre ele. Eu te segurei enquanto
você chorou por causa dele. Agora, você está me fazendo essa merda?
Ele tinha um ponto sobre isso também.
Deus! O que eu estava fazendo?
— Shy. — Tentei fazer controle de danos.
Eu falhei.
Espetacularmente.
O estrago foi feito, nenhuma forma de controlá-lo.
— Não — ele mordeu. — Você precisa desaparecer para pôr a sua cabeça no lugar,
Tabby? Você malditamente deve fazê-lo. Isso funciona para mim. Eu não faço passeios que
não gosto, e apenas descobri que estava em um passeio que não sabia que estava tomando,
e eu não gosto disso. Então, coloque sua cabeça no lugar Tab, mas você não volta para
mim até que tenha a cabeça no lugar. Não antes, querida. Eu não preciso dessa merda na
minha vida. Eu não vou vê-la passar através dessa merda de caminho, amarrado a seus
caprichos. Estou cortando isso. Você vem a mim e você não tem a sua merda resolvida,
você quer colocar sua cabeça no lugar me arrastando junto com você, você pode ir se
foder.
Com isso, ele tirou as chaves para fora da calça jeans, torceu minha chave fora do
chaveiro, e meu coração torceu quando ele a deixou cair sobre a mesa de café. Então, ele
passou a porta e bateu-a atrás dele.
Rigidamente, caminhei até a porta e tranquei.
Assim como rigidamente, caminhei até a minha cama e me sentei na beirada.
Ouvi sua Harley rugir, e olhei para a minha parede sem ver, enquanto ouvia como
ela rugia até que não podia ouvi-la mais.
Só então entrei em colapso, meu rosto em minhas mãos, quando comecei a chorar.
Capítulo 7
Você Não Está Partindo

Um Mês Depois…
Shy saiu de seu apartamento, trancou a porta e dirigiu-se para as escadas.
Por estes dias, ele ficava por lá, vendo como Rosalie limpava e também via que,
uma vez que ele não tinha mais a despensa de Tabby para encher, ele pegou na sua bunda
e comprou mantimentos para a sua própria maldita casa. Ele também ficava por lá, porque
Rosalie não era o tipo de mulher que você transa em uma cama em um Complexo
motociclista, enquanto os homens estavam levantando o inferno na sala comum ou
estapeando bundas em quartos no corredor. Ela era o tipo de mulher que você transa em
um apartamento que era dois níveis acima de um buraco de merda e que ela mantinha
limpo.
Ele correu pelas escadas, mudou-se para o sol e viu Roscoe sentado em sua moto.
Seu irmão estava lá porque tinha alguns negócios na Chaos para resolver.
Shy ergueu o queixo, Roscoe ergueu o dele em retorno, e Shy foi para sua moto.
Ele jogou a perna por cima e estava começando a dar partida quando Roscoe falou.
— Merda, cara.
Shy virou a cabeça para Roscoe. — O que é uma merda?
— Tab, dando o fora para Cape Cod.
Essa queimadura atingiu o peito invadindo perigosamente perto de seu coração.
Uma queimadura que ele não sentia há quatro meses. Uma queimadura que, ao longo do
último mês, ardia com profundidade. Agora, se espalhou para a vida e chamuscou seus
pulmões.
— Diga de novo, — ele pediu e as sobrancelhas de Roscoe ergueram.
— Você não sabe? — Ele perguntou de volta.
— Não, eu malditamente não sei — Shy mordeu fora. — Tabby está indo para
Cape Cod?
— Como você pode não saber? Vocês dois são bem próximos. Você não está
transando com Rosalie, você está na casa de Tab.
— Eu não sabia, Roscoe — ele cortou. — Ela está indo para Cape Cod?
Roscoe assentiu. — Sim, irmão. Algum médico no trabalho estava lhe fazendo
merda, ela não aguentava mais, então deixou o emprego. Ela está fazendo as malas,
estocando suas coisas com Tack e Cherry e caindo fora. Algum programa de viagem para
enfermeiras, contrato de seis meses.
A visão de Shy ficou nublada.
Ele não podia acreditar nesta merda.
Aquela vadia.
Essa puta.
Ela estava indo embora.
Deixando a sua família, deixando-o, deixando as pessoas que tinham cuidado dela
por todo um ano fodido.
Partindo.
Deixando-o.
— Não estou fazendo isso, — ele rosnou mesmo antes de sua moto rugir para a
vida.
— Fazendo o que? — Roscoe gritou por cima do barulho do escapamento e Shy
olhou para ele.
— Isso. Nosso negócio. Você precisa de alguém como apoio, chame Tug ou
Snapper. Eu tenho coisas para fazer.
Antes que Roscoe pudesse dizer qualquer coisa, Shy arrancou e saiu do
estacionamento.
Em seu caminho para Tab, ele não fez um único esforço para acalmar a sua bunda.
Ele precisaria de tudo o que tinha para não torcer o seu lindo pescoço quando chegasse lá
e despejasse nela.
Partindo.
Deixando-o.
Foda-se!
Dez minutos depois, ele parou fora de seu apartamento, estacionou, desligou a
moto, procurou por veículos que ele conhecia.
A moto de Tack não estava lá, nem o seu Expedition. O Mustang de Cherry não
estava lá. O carro da amiga de Tab, Natalie também não estava lá.
Mas, o carro azul elétrico que Tabby cuidava como se fosse seu bebê estava lá,
brilhando no sol.
O caminho limpo, Shy balançou fora de sua moto, correu para a escada, subiu dois
degraus de cada vez, e não hesitou em bater com o punho na sua porta no instante em que
chegou lá. Ele também não parou de bater até que ouviu a fechadura girar e a porta foi
aberta.
— Jesus, Shy, qual é o problema? — Tabby retrucou, olhando para ele.
Ele não a tinha visto em um mês.
Isso significava que era a saudação errada.
A forma de saudação errada.
Fazendo as coisas ainda piores, atrás dela tudo, menos o mobiliário, estava
embalado.
Lutando contra sua necessidade de explodir, ele entrou e Tabby teve que sair seu
caminho. Uma vez dentro, ele se virou para ela.
— Feche a porta, Tabby — ele ordenou.
— Shy, que…?
— Feche a maldita porta Tabby — ele gritou e viu o rosto pálido quando ela fechou
a porta e virou-se para ele.
— Ok, Shy, acalme-se. Vamos conversar — disse ela suavemente.
— Você está partindo? — Questionou.
— Eu… — ela hesitou, lambeu a porra do lábio e, Cristo, que o atingiu direto no
seu pau como sempre o atingia diretamente em seu pau.
— Sim, Shy, — ela admitiu. — Eu ia te ligar na próxima semana. Falar com você.
Contar-te o que…
Ele a cortou: — Você não está indo embora.
Ela levantou a cabeça, em seguida, ela lhe disse: — Eu estou Shy. Eu preciso de
espaço para colocar minha cabeça no lugar. O contrato está assinado.
— Você. — Ele a interrompeu novamente: — Não. Está. Partindo.
Ela fechou a boca e olhou para ele.
Ele continuou falando.
— Você tem que colocar sua cabeça no lugar, você faz isso aqui, onde eu posso
chegar até você, e não em algum lugar onde tenho que pôr minha bunda em um avião
para chegar até você. Você está me compreendendo?
— Mas, Shy — ela começou.
Ela não estava compreendendo-o.
— Você não está indo embora — ele repetiu.
— Eu tenho que ir o…
Ele se inclinou em direção a ela e rosnou. — Você não está indo embora.
De repente, ela se perdeu, jogando as mãos para os lados, ela perguntou: — Por
quê?
— É por isso — ele cortou, percorreu os três passos que os separavam, serpenteou
um braço ao redor da cintura dela, levou a mão na parte de trás de seu cabelo, e puxou-a
em seus braços.
Ele bateu com a boca para baixo sobre a dela.
Então, ele enfiou a língua entre os lábios e aí estava.
Cristo, aí estava, porra.
Esse gosto que ele tinha em sua língua por malditos anos.
Doce, Deus, tão fodidamente doce.
Linda.
Ele levou mais e ela deu-lhe, seu corpo fundindo-se ao dele, ficando na ponta dos
pés, os braços rodeando seus ombros, segurando-o, uma mão deslizando para cima em
seu cabelo, segurando sua boca na dela.
Ela continuou dando-lhe e, assim, ele tomou ainda mais e Jesus, o gosto dela, a
sensação dela pressionada tão próxima, o mundo se dissipou. Era mais inebriante do que
qualquer bebida alcoólica, um barato melhor do que qualquer porra de drogas.
Fenomenal.
Melhor do que ele poderia imaginar. Melhor do que anos de imaginar quão bom
isso poderia ser.
O melhor que ele já teve.
Com apenas uma porra de um beijo.
Ele separou os lábios dos dela, mas segurou-a perto, a excitação pulsando nos seus
lábios quando disse mais uma vez: — Você não está indo embora.
— Ok — ela respirou, e ele fechou os olhos, baixou a testa na dela e respirou fundo
para ganhar controle sobre a queimadura em seu peito.
Quando ele conseguiu, ele abriu os olhos e olhou para ela.
Seus olhos estavam sem foco, nebulosos. Ela foi pressionada contra ele, ainda
segurando-o, a mão em seu cabelo.
Ele fez o mundo derreter para ela também.
Essa queimadura voltou, mas era diferente, e a mudança foi brilhante pra caralho.
— Você está colocando sua cabeça no lugar aqui — exigiu.
— Ok — ela concordou em outro fôlego.
Foda-se, ela era bonita. Quente e bonita.
Era hora de falar com Rosalie.
— O que você está fazendo? — Questionou.
— Não estou partindo — ela respondeu.
Boa. Ela estava entendendo.
— Então o que você está fazendo? — Shy empurrou.
— Colocando minha cabeça no lugar — ela respondeu.
— Quando tempo vai demorar?
— Duas horas.
Ele sentiu seus lábios se contorcerem.
Finalmente.
Porra, finalmente.
— Você tem duas horas, doçura, então você vem até mim. — Shy exigiu. — O meu
apartamento. Eu vou te enviar uma mensagem com o endereço.
Seus belos olhos azuis prenderam os dele e ela sussurrou: — Tudo bem.
— Duas horas, Tabby.
— Duas horas, Shy.
Sim.
Lá estava.
Porra, finalmente.
— Bem, baby, agora me beije.
Seus olhos brilharam de uma forma que ele também sentiu em seu pau, então ela
rolou até os dedos dos pés, colocou a boca bonita, rosada na dele e deu-lhe o que tinha
desejado por quatro anos.
Essa doce língua rosa dela deslizou para fora, deslizou entre os lábios e tocou a
ponta dos seus.
Sua língua empurrou-a de volta em sua boca e ele assumiu o beijo. Foi uma
repetição da primeira, mas, mais longo, mais úmido, mais profundo, não melhor, mas um
conjunto muito malditamente mais quente.
Ele separou a boca da dela e ordenou: — Duas horas, baby.
Ela ofegava contra sua boca e assentiu.
Ele a deixou ir. Ela balançou. Ele foi à porta, abriu-a, virou-se para ela e levantou a
mão com o dedo do meio e o indicador estendidos na direção do teto.
Suas bochechas estavam rosadas, a boca inchada, os olhos sonhadores, ela parecia
bem pra caralho.
Ela ultrapassou a neblina e assentiu.
Shy sorriu, virou-se, fechou a porta atrás dele, e continuou sorrindo enquanto
corria para sua moto.
Capítulo 8
Fui Pra Você

Eu fiquei do lado de fora da porta de Shy tentando não hiperventilar e também


tentando colocar a minha cabeça no lugar.
Duas horas não foi tempo suficiente.
Eu sabia de uma coisa. Meu poço de negação não podia mais ser negado. Não
depois de um mês sem Shy. Não depois daquele beijo.
Aquele beijo.
Esse fabuloso, inacreditável, incrível beijo.
Não era isso que eu tinha que resolver na minha cabeça.
Pelo menos eu tinha sido capaz de lidar com a agência que estava me enviando
para Cape Cod. Eu tinha ligado e dito que tinha uma emergência familiar, que podia
significar que eu teria que dar para trás, o que era uma mentira, mas depois daquele
beijo…
Aquele beijo!
Depois daquele beijo eu sabia que uma coisa era certa, eu não poderia decolar e ir
para tão longe de Shy por seis meses ou até mesmo por outro dia. Eu tive um mês sem ele
na minha vida e eu me senti ainda mais perdida do que me senti quando Jason morreu.
Eu sabia o porquê disso. Ao contrário de Jason, eu não tinha ninguém para
conversar sobre o assunto e até mesmo estava negando a mim mesma por que nossa
separação me afetou tão profundamente. Ambas as coisas se tornaram mais difíceis, tão
difíceis que eu não poderia lidar sem fugir. Portanto, Cape Cod.
Então, depois daquele beijo, de jeito nenhum eu poderia ir mais de um continente
para longe dele e ficar presa em uma maldita ilha por seis meses.
Mas, ainda tinha coisas para resolver. Como Rosalie.
Uma coisa que eu tinha conseguido fazer nessas duas curtas horas foi telefonar
para Big Pete. Eu tentei jogar verde, dançando em torno do assunto, mas eu percebi que
ele viu através disso quando procurei saber sem vir a público, e perguntando se Shy ainda
estava vendo Rosalie.
Pete me deu a má notícia soando como se ele estava me dando más notícias, por
isso que eu pensei que não disfarcei. A má notícia, Pete me disse, era que Rosalie havia
desembarcado no Complexo há três dias e que tinha saído na moto de Shy.
Antes de passarmos daquele beijo, eu tinha que saber o que estava acontecendo
com Rosalie.
E por último, mas não, oh, tão, menos importante precisamos ter uma conversa
sobre ele ter perdido a cabeça quando ele se irritou comigo.
Eu passei uma vida a assistir garotas de motoqueiros e o jeito que elas ficavam com
seus motoqueiros malvados. Eu sabia que era um campo minado, e sabia que Shy não era
o único motoqueiro fodão, que ficava louco como ele ficou naquela noite que discutimos
por eu ter desaparecido por duas semanas e como ele ficou novamente há duas horas
quando me confrontou sobre partir.
Tanto quanto eu poderia dizer, havia três opções para uma relação de longa
duração com um motoqueiro e depois daquele beijo isso era o que estava em minha mente.
Ter uma relação séria com um motoqueiro. Com Shy.
As opções eram, um, desistir e deixá-los fazer o que quisessem com você.
Eu não acho que isso era eu, ou eu esperava que não fosse.
O próximo era se tornar uma cadela de motoqueiro, como a minha mãe tinha se
tornado. Mamãe era apenas uma cadela, por isso estava destinado a acontecer, que ela
deixasse sua luz de cadela brilhar. Mas, às vezes, quando os meninos eram meninos,
fodões motoqueiros mandões, em vez de estabelecer os limites logo de início, eu tinha
visto as mulheres que passam por cima com afronta, intrometendo-se contra o seu homem
o tempo todo e sem conversar com eles, de forma que eles estavam o tempo todo
brigando. Em voz alta. Publicamente. Feiamente.
Eu não queria isso também.
Nem um pouco.
A última opção era a forma como Tyra foi com meu pai. Eu não sei como ela
equilibrava, mas eles eram quem eram e de alguma forma, isso funcionou. Ela não o
deixava fazer tudo o que ele queria, embora ele tivesse uma personalidade dominante, do
tipo que empurra para fora todas as outras personalidades, a menos que você fosse capaz
de se segurar contra ele. Ainda assim, Tyra teve que encontrar esse meio termo onde dava
ao meu pai o que ele precisava para ser, bem… pai. Um pouco mais, ele batia de frente
com você e os resultados não seriam bonitos. Um pouco menos, ele aproveita e, em
seguida, perde o interesse, especialmente em mulheres, porque, tanto quanto meu pai
estava sobre controle, ele não quer controlar sua mulher. Ele gostava de um desafio.
Apenas não muito de um desafio.
Eles funcionavam.
Espetacularmente.
Dito isto, por vezes, as coisas ficavam intensas, o ato de equilíbrio saia pela janela,
era o vale tudo, e Tyra não aturava um monte de merda dele.
Eu nunca esqueci aquela noite, anos atrás, quando ela veio em meu socorro depois
do meu ex, muito mais velho que eu, namorado me bater e, depois quase bater na cabeça
de Tyra com um taco de beisebol. O pai perdeu a cabeça por ela ter se colocado nessa
situação, e eu ainda me lembro de ouvi-los brigando.
Na época, eu fiquei arrasada com eles brigando por mim assim. Depois que tudo
estava bem de novo, eu a admirei por ter gritado de volta e não aceitado o seu lixo.
Era isso que eu queria para mim se eu fosse aparafusar a minha carroça na
motocicleta de Shy.
Então, antes de eu estragar tudo e começar algo com Shy após toda a nossa história
e sendo o meu primeiro relacionamento após Jason (que esta foi, era importante notar,
minha única relação real), tínhamos que conversar. Pôr algumas coisas no caminho certo.
Dependendo das respostas de Shy, eu saberia se tinha minha cabeça no lugar ou se
eu precisava de tempo e espaço para encontrar isso.
Eu respirei fundo, decidida a falar tudo com ele, sem perder minha cabeça, a minha
paciência, a paciência, ou a mim mesma, mas eu nem sequer levantei a mão para bater
quando a porta se abriu.
De repente eu tinha um braço enganchado na minha cintura, eu estava em seu
apartamento, e a bota de Shy estava chutando a porta fechada.
A próxima coisa que soube, eu tinha seus lábios nos meus e uma língua na minha
boca.
Com isso, eu não sabia mais nada. Eu não quero saber de mais nada. A única coisa
que eu queria saber era de Shy.
Ele era apenas tão bom. Tão bom, que quando ele me beijou, o mundo se dissipou.
Sua boca rompeu com a minha e meu pensamento voltou, mais ou menos.
— Shy, nós precisamos conversar, — eu respirei, meu pulso acelerado, a minha
pele quente, minha respiração vindo rápida, meus braços fechados em torno dele, os
dedos de uma mão em seu cabelo, assim como a primeira vez.
Exatamente como da primeira vez.
De repente, minha camisa tinha ido embora.
Minha respiração, já rápida, me deixou totalmente, e meus mamilos começaram a
formigar.
As mãos de Shy deslizaram até meu lado e esses formigamentos ficaram loucos.
— Pôs a sua cabeça no lugar, doçura, — ele perguntou seus olhos verdes intensos,
quentes e trancados nos meus, seu corpo me empurrando para trás.
— Sim, — eu respondi. — Mas, nós temos que conversar.
Suas mãos deixaram os meus lados, mas ele continuou me empurrando, ao mesmo
tempo, ele tirou a camiseta.
Meus pensamentos voaram para fora da janela.
— Nós vamos conversar mais tarde, — ele murmurou, suas mãos pararam na
minha cintura.
Eu tenho um segundo para apreciar o seu magro e musculoso peito e a enrolada e
elaborada tatuagem que adornava seu peitoral superior esquerdo que dizia alertando. —
Amor morre, — antes de eu estar caindo para trás.
Eu aterrissei na cama.
Shy pousou em mim.
Antes que eu pudesse conseguir algum juízo, os lábios de Shy estavam de volta nos
meus, sua língua estava na minha boca, e suas mãos estavam se movendo em mim.
Suas mãos sentiam bem. Sua boca sentia bem. E ele tinha um sabor bom.
Eu queria mais dele. Não, risque isso, eu precisava mais dele. Eu coloquei minhas
mãos em seu corpo, e a sensação de toda essa pele lisa, suave ao toque, dura por baixo
abalou-me tão completamente que parecia ter começado no meu cabelo e terminado nas
minhas unhas.
E isso foi tão bom que eu precisava ainda mais.
Então eu peguei nisso, arqueando-me, pondo-o de costas e montando nele. Eu
coloquei minha boca nele, o pescoço, garganta, clavícula, tórax, mamilos, meus lábios se
movendo, a minha degustação com a língua, enquanto minhas mãos percorriam.
Enquanto eu estava explorando, os dedos de Shy foram para o gancho do meu sutiã e, com
um movimento, ele se soltou.
Eu só parei o tempo suficiente para retirá-lo e jogá-lo de lado.
Então eu recomecei.
Eu não perdi o meu tempo. Eu estava desesperada, precisando que ele entrasse em
mim tão rápido quanto eu poderia como se ele fosse sumir em uma nuvem de fumaça a
qualquer momento.
Eu fui até o cós da calça jeans, minha língua lambendo uma linha ao longo da
borda enquanto os meus dedos desfaziam os botões, quando de repente Shy me puxou,
levou minha boca em outro devastador, molhado beijo, duro, quente, e virou-me de costas.
Em poucos segundos, meu jeans foram desabotoados, ele quebrou o beijo, e então
eles foram embora. A sensação do tecido deslizando pelas minhas pernas causou outro
parafuso de desejo e fome através de mim.
Shy se afastou, mas apenas para me levantar e me ajeitar na cama para que minha
cabeça estivesse sobre os travesseiros. Ele puxou minhas pernas e se posicionou de joelhos
entre elas.
Olhei para ele, minha respiração rápida e superficial.
Ele estava olhando para mim, seu rosto escuro com a mesma fome que eu sentia
esgueirando pelo meu corpo, e suas mãos estavam se movendo para baixo nas laterais de
minhas coxas até que parou atrás de meus joelhos dobrados.
— Você — ele rosnou, o som do seu rosnado, uma voz profunda e dura como um
toque. — Na minha cama — ele terminou e meu coração acelerou.
Quatro palavras.
Quatro palavras que diziam tudo.
Ele me queria lá.
Ele me queria lá por um tempo.
A partir do olhar em seu rosto, o som de sua voz, ele ainda precisava de mim lá,
como eu precisava estar lá.
— Shy — eu sussurrei, mas ele ergueu minhas pernas e curvado para frente, a boca
bateu em minha barriga, ele desceu rapidamente até que se fechou sobre a minha calcinha
entre minhas pernas.
Minhas costas arquearam, minhas pernas sacudiram, e minha boca se abriu em um
gemido silencioso.
Paraíso.
Assim que eu o tive, eu o perdi e minha cabeça disparou, mas ele mexeu-se para
puxar minha calcinha pelas minhas pernas. Quando elas foram embora, ele rolou de volta
entre as minhas pernas, jogando-as sobre os ombros, e então eu o tive, só a boca contra
mim sem nada no meio.
Eu estava errada.
Isto era o paraíso.
Em minutos, Shy quase me levou lá, e assim como o meu orgasmo estava prestes a
rasgar por mim, a boca tinha desaparecido.
Minha cabeça disparou novamente. — Shy — eu respirei e lá estava ela de novo,
necessidade escorrendo de minha voz.
— A primeira vez que eu fizer você gozar será comigo dentro de você — ele rugiu,
e eu quase vim apenas a partir de suas palavras.
Uma coisa que eu sabia no meu mundo louco, eu estava ok com isso.
Ele moveu seu tronco, em direção à mesa de cabeceira, e eu me sentei, colocando
minha boca na sua pele enquanto minhas mãos desfizeram os botões de sua calça jeans.
Quando estava suficientemente desabotoado, eu puxei-as para baixo de seus quadris e
senti um choque elétrico começar entre as minhas pernas e emanar para fora.
Ele era lindo em todos os lugares.
Ele voltou com um preservativo e assumiu, mas mantive minha boca sobre ele, sua
barriga, suas costelas, minhas mãos sobre ele em todos os lugares que eu podia tocar, mas
continuei olhando para baixo para ver o seu trabalho com as mãos, ficando cada vez mais
excitada simplesmente por vê-lo rolar um preservativo.
Um nano segundo depois, Shy tinha-o no lugar, ele tinha um braço em volta da
minha cintura, o outro curvado sob minha bunda e eu estava em cima. Meus braços e
pernas circulando ele, Shy avançou dois passos de joelhos, minhas costas bateram na
cabeceira da cama, e Shy deslizou dentro.
Meus olhos fechados, a cabeça caiu para trás, em seguida, para frente, a testa
batendo no seu ombro.
Lindo.
Isso era o que eu estava esperando.
Não há meses.
Por anos.
Para estar bem aqui, bem desse jeito.
Com Shy.
— Linda, querida, você… sente-se… linda… porra — ele gemeu no meu pescoço
antes que ele começasse a se mover.
Deve ser dito, eu sentia o mesmo.
Minhas pernas se apertaram ao redor dele e seu braço em volta do meu rabo
moveu-se, derivando pelo meu lado, o meu braço puxando-o para longe dele, até que ele
tinha a minha mão. Ele enfiou o polegar na palma da mão, fechou os dedos em torno e
apertou as nossas mãos contra a parede.
Minha cabeça caiu para trás, bateu na parede e Shy apareceu. Vi imediatamente
seus olhos espelhando como eu me sentia.
Amei.
Certo.
Portanto, eu sabia que era seguro para compartilhar o que estava em meu coração.
— Eu senti sua falta — eu sussurrei, enquanto ele se movia, construindo-o ainda
mais, indo fundo, doce, lento.
Nunca tinha tido isso, não isso, mas o que eu disse era verdade. Eu sentia falta
dele.
As minhas palavras, ele fechou os olhos, baixou a cabeça para descansar sua testa
contra a minha, e continuou se movendo, mais rápido, mais doce, mais profundo.
Ele abriu os olhos, mas não levantou a cabeça, mesmo quando o poder de seus
quadris aumentou, a queimadura construindo, e sua mão na minha apertando duro.
— Senti sua falta também, querida.
Oh Deus.
Ele sentiu minha falta.
Eu amei isso.
Ele foi mais rápido, a construção aguçou, a queimadura aumentou e eu ofeguei. —
Shy.
— Espere por mim, Tabby — ele rosnou.
Mais rápido, mais profundo.
Oh Deus.
Deus!
— Eu não sei — eu comecei.
— Aguente firme, baby. Estou perto, — ele ordenou, sua voz grossa.
— Eu não sei se eu…
Mais rápido, tão profundo. Assim, tão profundo.
— Vamos — ele ordenou, com a voz rouca.
Eu deixei ir. Torcendo minha cabeça e empurrando meu rosto no pescoço de Shy,
eu gemia contra a sua pele, ao mesmo tempo senti seu gemido vibrando contra meu
pescoço enquanto ele caiu sobre nós dois, a onda levando-nos abaixo, afogando-nos de
uma maneira que nenhum de nós ia lutar.
Segurei-o perto e Shy ficou enterrado profundamente, sua mão segurando a minha
apertada, sua respiração pesada contra a minha pele, a minha contra a dele.
Surfando de baixo da onda, percebi que eu estive errada duas vezes antes.
Shy tão perto, enterrado profundamente, segurando a minha mão, sua respiração
na minha pele… Isso era o paraíso.
Antes que eu pudesse pegar um pensamento, completamente preciso de como foi
bonito o momento, Shy soltou a minha mão e mudou, caindo às costas, com um braço em
volta de mim, uma mão em concha na parte de trás da minha cabeça, nossos corpos ainda
conectados.
Ok, antes, o paraíso, mas deitada em cima de dureza quente de Shy estava longe de
ser pobre.
— Nunca me deixe — ele murmurou.
Eu pisquei para o cordão em sua garganta com seus medalhões fodões ligados aos
pedaços finos, pretos de couro descansando contra sua pele.
Eu tentei levantar minha cabeça, mas a mão na parte de trás manteve onde estava e
ele repetiu: — Prometa-me, Tab. Nunca me deixe.
Oh, meu Deus.
O que eu diria?
Eu não menti quando ele estava se movendo dentro de mim. Eu sentia falta dele
quando ele se foi. Além disso, não era só sexo que tínhamos. Eu não tenho muita
experiência, mas sabia o suficiente para saber disso. Foi mais. Era uma ligação. Uma
promessa. E quando ele veio para minha casa há pouco mais de duas horas a ser intenso e
mandão, não só foi tão quente, foi incrível. Era o que eu precisava para parar de negar
tudo o que eu estava sentindo e, finalmente, admitir o que ele significou para mim.
Mas, isso era demais.
Talvez não demais, mas definitivamente muito cedo.
— Temos que conversar — eu disse-lhe em voz baixa, e sua mão largou a cabeça
para que ele pudesse envolver o braço em volta dos meus ombros.
Ergui a cabeça para ver o queixo abaixar-se para que seus surpreendentes olhos
verdes pudessem ver os meus.
Ok, olhando para aqueles olhos, aqueles lindos olhos que pareciam saciados e
quentes, mas intensos e sérios, todos quentes, todos lindos, eu pensei que talvez não fosse
muito cedo.
— Sim, Tab, temos muito que falar. Você está certa. Isso não vai ser fácil.
Uh-oh.
O que ele quis dizer com isso?
Ele não me fez esperar por uma explicação. — Temos muito para resolver. Tenho
que te dizer como eu passei às duas horas desde que estive na sua casa. Temos que
trabalhar sobre a forma como eu perco a cabeça quando você precisa tratar as coisas na sua
cabeça e me deixa de fora. Temos que trabalhar o porquê você me deixa de fora, quando
você entra em sua cabeça. E, baby — a mão se afastou do meu ombro para enrolar em
volta da parte de trás do meu pescoço. — Eu sei que você sabe e também tenho certeza que
não passou despercebido de seu pai e Cherry que eu tenho uma má fama. Se eles
descobrem que você e eu somos um nós, eu não vejo coisas boas. Foda-se, metade dos
irmãos no clube não vão pensar coisas boas. Pete já está me dando olhares há um tempo.
Quando deixarmos este apartamento, eu e você temos que estar na mesma página. Mas
dizendo isso, doçura, — sua voz baixou, — o que aconteceu foi uma coisa que é maior do
que tudo isso. É maior do que tudo. Eu tive um gosto de você, há quatro anos, que eu
nunca pude tirar da minha língua. Agora, eu já provei mais de você com mais do que
apenas minha boca e sei que eu quero mantê-la em uma maneira que eu não quero pensar
nisso acabando. Não em poucas semanas. Não em poucos meses. Talvez nunca.
Oh wow. Podia-se dizer que tudo isso era muito cedo também, mas também tinha
que dizer que eu gostei.
Tipo, realmente gostei.
Tanto que eu derreti automaticamente em seu corpo.
Enfiei a mão no pescoço e sussurrei. — Shy.
Ele continuou: — Então me prometa, agora, com meu pau ainda dentro de você,
você nua em cima de mim na minha cama, nós partilhando o que acabamos de partilhar,
nós tendo um gostinho de como é estarmos distantes e sabendo que estamos melhores
juntos, que você não vai me deixar. Você não entra em sua cabeça e desaparece, não
importa o quê. Você fica comigo até que não haja nada para manter, se isso algum dia
acontecer.
Eu poderia prometer isso.
— Tudo bem, querido. Eu prometo — eu disse calmamente.
Seus olhos se fecharam lentamente, em seguida eles abriram, sua mão penetrando
no meu cabelo e puxou minha boca para a dele.
Ele me deu um beijo suave, em seguida, seus dedos apertaram minha cabeça
suavemente.
Eu recebi a mensagem, puxou um pouco para fora e ele sussurrou: — Odeio te
perder, mas você tem que sair de cima de mim, querida. Preciso me livrar desse
preservativo, então podemos falar de merda que eu não quero falar com você sentada no
meu pau.
Meus lábios tremeram, eu sussurrei. — Ok, — então saí de cima dele, lentamente,
tomando o meu tempo, não gostando da sensação de perdê-lo, mas realmente gostando da
maneira como seus olhos ficaram preguiçosos enquanto eu deslizei-o para fora de mim.
Uma vez que eu tinha saído dele, ele me rolou para minhas costas, inclinou-se e
beijou meu peito, em seguida, beijou o lado de baixo do meu queixo e saiu da cama.
Eu o vi caminhar até seu jeans enquanto ele se afastava, apreciei a bunda dele
quando fez isso. Então, meus olhos se voltaram para a tatuagem de Chaos que se estendia
nas costas, e eu apreciei isso também. Tudo isso eu apreciei enquanto apreciava a forma de
gingar com que seu corpo esguio se movia antes de desaparecer por uma porta.
Virei os olhos para o teto e sorri.
Ele tinha os mesmos pensamentos que eu tinha, exatamente. Ele sabia que
precisava falar e ele sabia o que precisávamos falar. Ele ia me dar isso.
Eu rolei em direção à borda da cama, estendi a mão, e peguei a minha calcinha, e
uma vez que a camiseta de Shy estava perto, peguei isso também. Eu deslizei minha
calcinha enquanto deitada de costas, sentei-me, puxei a camiseta sobre a minha cabeça, e
meu sorriso voltou.
Sua camisa cheirava a ele.
Outro pedaço do paraíso.
Colocando-me de pernas cruzadas na cama, olhei em volta e a surpresa me atingiu,
diminuindo as (mas não matando, nada poderia fazer isso, exceto, talvez, o fim do mundo)
vibrações felizes.
Shy morava em um apartamento que era apenas um pouco mais velho e mais gasto
que o meu. O tapete não era ótimo. As paredes precisavam de uma nova camada de tinta,
e elas precisavam dessa camada de tinta cerca de sete anos atrás. Havia caixas ao redor e
sem toques pessoais em tudo. Era como se ele não tinha, realmente, se mudado ainda.
Eu nunca tinha ido a casa dele, e sabia que ele passava muito tempo no Complexo,
mas também sabia que ele tinha seu próprio lugar por um longo tempo.
Talvez ele tivesse se mudado recentemente, no entanto, se este era um passo em
frente, eu me perguntei onde ele morava antes.
Eu estava na sala de estar e, estranhamente, era onde estava a sua cama. Estava na
parede ao fundo da sala, mas havia duas portas do lado da sala de estar e eu achei que
pelo menos uma deveria ser um quarto. Havia um sofá empurrado contra a parede lateral,
mas estava coberto de caixas. Havia também uma velha TV em um suporte a cerca de dois
metros do pé da cama. Havia uma mesa de cabeceira com uma lâmpada sobre ela, um
punhado de trocos, pacotes de preservativos, e era isso. Nenhum outro mobiliário. Não
havia armários. Não havia estantes.
Nada.
Estava um pouco arrumado considerando que qualquer espaço cheio de caixas não
era exatamente arrumado. Ele também estava surpreendentemente limpo. O que não era
um lar. Nem perto disso. Nem mesmo um apartamento de solteiro.
Parecia que era apenas um lugar para dormir de vez em quando e armazenar
coisas.
Isso me fez sentir desconfortável.
O que não me fez sentir desconfortável foi quando Shy caminhou de volta para a
sala com a sua graça de motoqueiro, o peito à mostra.
No instante em que o vi, eu empurrei-me de joelhos e fui para a beira da cama.
Shy, com seus olhos em mim, seu rosto suave, fez exatamente o que eu queria que
ele fizesse.
Veio direto a mim.
Eu deslizei meus braços em torno dele e pressionei meus lábios contra o peito.
Ele curvou uma mão em torno de um lado do meu pescoço, a outra mão deslizou
para cima no meu cabelo para se enrolar ao redor da minha nuca.
Lá estava de novo, esse sentimento.
Amada.
Certo.
Levei meus lábios de sua pele e coloquei meu queixo lá, vendo a tatuagem "Amor
morre".
Eu tinha visto as duas tatuagens que ele tinha no interior de seus antebraços e
suspeitei que como todos os irmãos, ele tinha o emblema do Chaos em suas costas. Estas
três tatuagens todos os irmãos tinham, as duas que Shy havia pintado em seus antebraços,
os irmãos colocavam onde eles queriam. O emblema de costas, todos os caras tinham em
suas costas. Eles têm as costas tatuadas no minuto em que o Clube aceita-os como
membros.
Sem nunca ter visto seu peito, eu nunca tinha visto a única tatuagem que ele
parecia ter fora as do Chaos.
— O amor morre? — Eu perguntei em voz baixa, levantando meu olhar ao dele.
Sua mão girou suavemente no meu cabelo, mesmo quando seus dedos no meu
pescoço cavaram um pouco, e ele quebrou meu coração quando ele respondeu
calmamente de volta. — Tive uma mãe e um pai que eu amava que morreram. Tive um tio
que amava, que não nos protegeu daquela cadela e esse amor morreu também. Uma noite,
eu tinha dezessete anos, escutando eles discutirem, ela reclamando ainda sobre um fodido
benefício de terem mais duas bocas para alimentar, mais dois corpos para vestir de modo
que não poderia ir para o Havaí ou qualquer merda, e eu sabia que no dia seguinte o seu
humor ia estragar minha semana, porque ela sempre descontava a merda sobre ele
primeiro, depois sobre nós. Ele não nos defendeu durante a discussão, e eu sabia que ele
não iria nos defender no dia seguinte. Naquela noite, meu amor morreu por ele. Eu estava
segurando-o, mas ele fugiu. Eu tinha uma identidade falsa para comprar bebida, então eu
escapei pela janela fora e fui até um lugar de fazer tatuagens aberto toda a noite. — Ele
ergueu a mão para indicar a tatuagem. — E isso foi posto em mim.
Meus olhos se viraram para a tatuagem, mas voltaram a recuar, e eu me afastei um
pouco quando ele se inclinou ligeiramente.
Seu rosto se aproximou e ele continuou: — Eu era jovem, chateado e estúpido,
doçura. Eu não acredito nessa merda. Mas tinta é tinta, não desaparece. Infelizmente, isso
me faz lembrar um tempo de merda na minha vida cada vez que vejo. — Ele sorriu. —
Isso também me lembra não fazer nada de forma permanente e estúpida porque eu estou
chateado.
Eu sorri de volta. — Boa lição para aprender.
Seu sorriso desapareceu e ele murmurou: — Não sei se aprendi.
Eu sabia o que ele estava dizendo, então eu sussurrei. — Shy, não. Nós dois
fizemos merda e, obviamente, não foi permanente.
Ele tocou sua testa na minha e suspirou antes de ele ordenar. — Mexa-se Tabby.
Estou subindo.
Eu me mexi. Shy subiu, em seguida ele me chamou. Descansando com a cabeça
sobre o travesseiro, ele me puxou sobre seu corpo e se mexeu de forma a que estivesse de
lado, com o corpo enrolado na cintura e joelhos e meus quadris que estavam embalados
em seu colo, coxas sobre o quadril, costas na cama, cabeça no travesseiro. Shy subiu em
um cotovelo, a cabeça na mão e apontou os olhos para mim.
— Rosalie — ele murmurou.
Oh merda.
Eu me preparei e seu olhar se virou sobre o meu rosto, mesmo quando a mão dele
bateu na minha barriga e deslizou, me puxando e me colocando mais perto de seu corpo.
Ele continuou falando: — Até cerca de uma hora atrás, estávamos nos vendo.
Agora nós não estamos.
— Shy. — Eu comecei e sua mão ao lado da minha cintura me deu um aperto.
— Deixe-me terminar, baby. — Quando eu fechei minha boca, ele continuou. — Foi
desagradável, para ela isso veio do nada e ela não estava chateada. Ela ficou magoada.
Com estar chateada eu posso lidar, mas, machucada é muito mais difícil. É uma merda. Foi
o fim. Ela é doce, agradável, bonita, ela vai encontrar alguém.
— Hum… — Eu comecei hesitante. — Para ser honesta, embora seja bom saber que
você teve essa conversa com ela antes de nós, uh… iniciarmos oficialmente as coisas, eu
tenho que admitir que eu não tenho realmente certeza de que você estar pronto para
dispensá-la rapidamente me enche de alegria.
— Eu entendo isso, Tab. O que você não entende é, ela não é você — ele voltou, e
eu pisquei, então minha barriga aqueceu.
Quando eu não disse nada, ele me deu outro aperto e continuou.
— Até ao final de nossa conversa, ela admitiu que ela se perguntava sobre você e
eu. O tempo que passava com você. Quando eu ia para longe dela para receber chamadas
sua. Como você desapareceu por um mês e eu estava com um humor de merda todo o
mês. Nada disso eu escondi dela. Eu sabia onde minha cabeça estava sobre você, mas eu
não tinha ideia de que sua cabeça jamais iria para lá. Percebendo, como eu sabia sobre
como me sentia sobre você, realmente, eu a dispensei. Não foi legal. Eu tenho que viver
com isso. Você com a minha camiseta na minha cama, eu acho que vai ajudar.
— Isso é meio frio, Shy.
— É frio, mas é real, e é melhor que essa merda acabou para ela, para mim e para
você, para que todos nós possamos seguir em frente, em vez de me arrastar em um esforço
inútil para amortecer o golpe para ela que, no final, só faria a merda mais fodida.
— Sim, mas você e eu estamos passando para algo que é bom e, obviamente, uma
vez que durou um tempo para vocês dois, quando ela começou com você, ela pensou que
estava se movendo em algo bom também — apontei.
— Eu vi você — respondeu ele, e minha cabeça se inclinou sobre o travesseiro
enquanto eu sentia as minhas sobrancelhas se juntarem.
— Perdão?
— Com esse cara fora do DCPA1. Você estava usando um vestido vermelho.
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Meu coração apertou, eu senti meus olhos arregalarem e olhei para ele.
Lembrei-me daquela noite. Essa foi à noite que Jason me levou para ver Les Mis.
— Você me viu? — Perguntei.
— Você estava sozinha, parecia linda, mas perdida. Você o viu, ele foi até você,
você se inclinou para ele, beijou-o, ele riu e, em seguida, ele beijou você. Eu vi isso. Tudo
isso.
Uau, ele realmente viu isso, e lembrava-se melhor do que eu até que acabou de me
lembrar.
Eu não sabia o que fazer com isto ou o lembrete de Jason, quando eu não tinha
pensado nele uma vez. Nem uma vez. Nem uma única vez desde que Shy invadiu meu
apartamento.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa sobre isso, Shy continuou falando.
— Não gostei — afirmou.
Sem entender, perguntei: — Não gostou de quê?
— Ver você com outro cara. Não gostei disso.
Minha mão deslizou por seu braço na minha cintura e eu sussurrei. — Shy,
querido, eu não…
— Eu tive o gosto de você na minha boca, tão doce, por quatro anos. Seu rancor e
você me odiando fez esse gosto tão amargo quanto ele era doce. Não entendia o que eu
estava sentindo, não até que ouvi que você estava ficando noiva. Então, sabia que tinha
perdido você. Não sei como isso aconteceu, só sei que aconteceu. Ver você com outro cara
me cortou profundamente. Então você o perdeu, e eu senti isso por você. Mesmo afastado,
eu senti. E quando você me ligou, eu percebi que se eu não resolvesse as minhas coisas,
teria bocetas vazias e festas para o resto da minha vida, e eu nunca teria uma mulher que
estaria perdida sem mim. — Sua mão se moveu de minha cintura para enquadrar o lado
do meu rosto, e sua voz ficou calma quando ele disse: — Só para ficar claro, o ponto de
perceber isso não é fazer uma mulher se sentir perdida sem mim, como Rosalie ficará por
um tempo até que ela siga em frente. O ponto de perceber isso é ter esse sentimento, ser
capaz de dar esse presente, para trabalhar em manter isso bom para que a minha mulher
nunca se sinta perdida, porque ela sabe que nunca vai estar sem mim.
Eu fechei meus olhos e os meus dedos curvaram espasmodicamente em torno de
seu antebraço.
Isso foi lindo, incrível, certo, e a melhor parte foi, se eu não estivesse enganada, ele
queria dar isso para mim.
Eu abri meus olhos novamente quando ele continuou falando.
— Desculpe, eu tive que tocar no assunto dele, para você saber em que ponto eu
estou. É por isso que me afastei das bocetas vazias e festas e olhei para algo que queria
dizer alguma coisa. O problema era que eu a encontrei um mês antes de Rosalie e eu
tivéssemos o algo que queria dizer alguma coisa. Eu só não achei que você me quisesse
assim e eu gostei de passar tempo suficiente com você, eu estava disposto para tomar o
que você poderia me dar. — Seus olhos aqueceram. — Agora você está disposta a me dar
mais e eu vou levar isso também.
Basta dizer, eu estava disposta a dar mais para Shy, mas ele sabia que eu tinha que
abordar algumas das coisas mais importantes que ele disse.
Então, comecei a fazer isso.
— Você estava perdido por mim? — Eu perguntei em voz baixa e tive um sorriso
em troca, enquanto o rosto mergulhava mais perto.
— Você e eu talvez não estivemos próximos desde o dia em que nos vimos pela
primeira vez, mas eu pareço o tipo de cara que anda escutando cadelas resmungando
sobre o trabalho enquanto arruínam o meu jantar? — Questionou.
Não, ele absolutamente não era esse tipo de cara.
Minha barriga ficou mais quente e eu sussurrei: — Não.
Seus olhos se moveram sobre o meu rosto novamente, antes de eles pegarem os
meus e ele sussurrou de volta. — Perdido por você.
Fechei os olhos e respirei fundo.
Sim, isso era certo.
— Doçura, olhe para mim. — Shy ordenou suavemente, e eu abri meus olhos. —
Vamos ver tudo isso. Você não é Rosalie. Essa merda que desceu com ela não vai acontecer
com você. Por que, baby, você tem a minha palavra. Quando todos souberem que eu e
você somos um nós, nós vamos encarar a merda do Clube. Como isso vai vir, eu não sei,
mas eu suspeito que vá vir de seu pai, mesmo Cherry, e temos que ficar fortes e provar-
lhes que isso é o que é. E, por último e mais importante, vamos ficar fortes e provar isso a
eles e a nós mesmos, temos que resolver as nossas merdas e sair desse padrão, onde você
entra em sua cabeça e me põe de lado e eu fico chateado e dizendo merdas que passam
dos limites. Isso significa que você tem que aguentar quando eu chamar à atenção das suas
merdas, e você tem que estar disposta para me chamar à atenção das minhas. Você está
comigo em tudo isso?
Eu balancei a cabeça.
Após concordar encontrei minha boca formando a palavra: — Por quê?
Sua cabeça se sacudiu um pouco e suas sobrancelhas se juntaram antes de ele
repetir: — Por quê?
Isso saiu sem querer, eu tinha que ver onde ia dar.
— Sim, Shy, por quê? Por que eu? Por que nós? Você parece bastante certo, e eu…
Parei de falar quando um grande e belo sorriso branco se espalhou no rosto bonito
bem antes que ele começou a rir.
Ele era bonito sempre, melhor quando ele estava rindo, mas isso meio que me
irritava, ele estar rindo quando eu não estava sendo engraçada.
— Shy — eu gritei contra o seu riso. Ele ficou sério, mais ou menos, e focou em
mim. Em seguida, ele começou a falar.
— Baby, eu tenho um pedaço de bunda, eu fodo — anunciou ele, e isso não me fez
menos irritada. Eu imaginei que ele notou, porque ele continuou: — Eu fodo e eu faço isso
duro. Eu tomo o que eu quero e se a cadela gozar, perfeito. Se ela não se excitar o
suficiente para me deixar levá-la lá, isso não é problema meu.
Novamente, isso não me fez sentir muito melhor.
— Eu não sei por que você está compartilhando isso comigo, Shy — eu disse a ele.
— Eu estou igualmente incerta, se me sinto realmente bem sobre o que você está
compartilhando.
Sua mão se deslocou minuciosamente para que o polegar pudesse se mover por
cima do meu rosto e meus lábios antes que seus olhos se intensificassem e ele explicou: —
Eu nunca, nem uma vez, não na minha vida, fiz amor com qualquer mulher. Nem uma
vez. Não até o que eu acabei de ter com você.
Oh.
Uau.
Essa foi uma boa resposta.
— Eu lhe tinha contra a cabeceira da cama, bebê, mas isso não foi foder e isso veio
naturalmente. É o que temos. Eu não sabia que era isso que eu ia ter, mas estou satisfeito
como os diabos que você deu para mim. Isso por si só responde ao seu por que, quanto ao
que se trata da parte de nós. Quanto à razão por que é você, eu não sei, eu não me
importo. Ele apenas é. Pode ser porque você é linda. Pode ser porque você é engraçada.
Poderia ser porque eu gosto da maneira como você lidou com Pete, quando ele perdeu sua
filha. Pode ser porque você e eu temos o Chaos em comum, somos nós, está no nosso
sangue e isso era para ser. Poderia ser porque eu gosto do jeito que você está com sua
família. Pode ser porque você fica bem na parte de trás da minha motocicleta, quase tanto
como eu fico montando-a. Eu acho que é tudo isso e muito mais. Eu não vou analisá-lo. Eu
vou sentir isso porque eu gosto e isso é tudo que é.
Essa resposta foi ainda melhor.
— Você quer saber por que é você? — Eu perguntei em voz baixa, minha mão
deslizando o braço ao peito.
— Não quero te chatear, Tab, mas eu não dou à mínima. Estou feliz só de saber que
sou eu.
Outra boa resposta.
— Agora, — ele continuou, — você percebe que eu tenho muito fodidamente a
certeza e meu palpite é que se você está aqui na minha cama, usando minha camiseta, em
meus braços, você tem a maldita certeza também. Então, estamos bem?
— Na maioria — eu respondi e sua cabeça inclinou para o lado.
— Na maioria? — Ele incitou quando eu não expliquei.
— Bem, eu não tive a coisa do trabalho inteiramente resolvida. Tenho a sensação de
que eles vão deixar-me rescindir o contrato, desde que eu lhes disse que tinha uma
emergência familiar, mas se eu rescindir isso significa que eu não tenho um emprego.
— Você pode conseguir o seu antigo de volta? — Ele perguntou.
Eu balancei minha cabeça. — Eles não estavam felizes de me ver ir e me disseram
que quando eu voltasse de Cape Cod, se eu quisesse voltar e se eles tivessem uma vaga,
que veriam o que poderiam fazer, mas eu não quero voltar, Shy. Desde que você e eu,
uh… tivemos a nossa coisa, o Dr. Cabeça de Pau piorou e começou a me atacar. Ele
costumava espalhar a sua idiotice por aí, mas quando eu me tornei o seu foco, eu decidi
que não poderia lidar com isso.
— Você falou com os administradores?
— Não, Shy e, querido, — eu continuei rapidamente, porque eu sabia pela
mudança de sua expressão e o músculo que contraiu em sua mandíbula o que ele ia dizer,
— você não percebe como as coisas funcionam nesse mundo, mas os médicos são reis. Eu
poderia me envolver em um grande drama, mas, no final, seria muita dor de cabeça,
tempo e stress, e ou eu teria que engolir e seguir em frente, ou eu teria que sair e seguir em
frente. É apenas a maneira que é.
— Sorte para você que eu não vivo nesse mundo, — respondeu Shy e minha
barriga deu uma guinada.
Uh-oh. Eu sabia o que queria dizer, e o que isso significava era que era o momento
de controle de danos.
— Shy, você não vive e eu também não, mas eu tenho que existir nele por turnos de
oito horas, cinco dias por semana.
Ele se inclinou um pouco longe de mim e declarou casualmente: — Sem
consequências.
Ótimo.
Os caras dizem isso o tempo todo e, em seguida, as coisas acontecem, como alguns
anos atrás, quando Tyra foi sequestrada e esfaqueada, tipo, um zilhão de vezes. Com
certeza, esse enorme drama não foi culpa do meu pai. Isso aconteceu porque o noivo
confuso da melhor amiga da Tyra, Lanie estava, bem… totalmente uma bagunça. Tão
confuso que ele arrastou tanto Tyra e Lanie com ele. Ainda assim, meu pai também foi na
mistura, e ninguém tinha me dado o resumo completo, mas, no entanto, ele acabou
chateando o meu irmão Rush tanto que ele se recusou a se aproximar do clube para se
tornar um recruta. Isso me deu a sensação de que o envolvimento do meu pai aumentou a
vulnerabilidade de Tyra. Ela sobreviveu e ela era uma lutadora, por isso ela não deixou o
que aconteceu arrastá-la para baixo, nem sequer um pouco.
Mas, ainda assim.
— Shy, eu não quero que você se envolva — eu disse a ele.
— E, Tabby — o rosto mergulhou perto, — você apareceu na minha porta e, ao
contrário de outras mulheres, você conhece a vida, por isso não será nenhuma surpresa
quando digo, eu ouvi você, baby, mas eu ainda vou me envolver.
Lá estava e veio rápido.
Eu tinha que fazer o ato de equilíbrio.
— Shy, sério — eu disse suavemente, pressionando meus dedos em seu peito para
dar ênfase. — Eu não tenho um bom pressentimento sobre isso.
— Eu faço isso direito, Tab, você não vai sentir nada, e lembre-se, querida, eu vou
fazer isso direito.
Fabuloso.
Eu olhei para ele e lembrei-me.
Fale com Tyra.
Eu poderia ter vivido no mundo de motoqueiros toda a minha vida, mas até que eu
tinha dezesseis anos e ela desapareceu, minha mãe era a minha mentora de motoqueiros e
ela não era boa nisso.
Tyra era a mestre.
Eu vou falar com ela.
Isto é, eu falaria com Tyra sobre controlar Shy, depois que eu conversasse com Tyra
sobre como era uma boa ideia estar com Shy e, então esperar que ela superasse o fato de
que eu estava com Shy e acreditar em nós (ou fingir até que ela realmente acreditasse em
nós), então eu falaria com Tyra sobre Shy balançar meu mundo no trabalho.
Capítulo 9
Reunião de Família

Eu ouvi a batida na porta e abri os olhos lentamente.


Era de manhã, eu podia ver o sol brilhando no apartamento de Shy e eu estava em
sua cama.
Mais precisamente, eu estava nua sobre ele em sua cama. Peito com peito, meu
corpo sobre o seu, o meu rosto em seu ombro, meus quadris para o lado, meu pé torto,
descansando no joelho contra a coxa, com o braço enrolado em volta da minha cintura em
um ângulo que a sua mão poderia segurar o meu traseiro.
Nessa posição, surpreendentemente, me senti super confortável e muito bem, mas
eu não tinha ideia de como ele poderia dormir assim sem ser esmagado ou, pelo menos,
ser capaz de respirar.
Eu também não tinha ideia de como poderia dormir assim, já que estava nua e
podia sentir o lençol puxado até um pouco abaixo do meu traseiro, mas na maioria eu
tinha tudo de fora.
Na minha grogue, recém-acordada mente, as memórias do dia anterior me
bateram, e eu tinha a sensação de que sabia que poderia dormir assim e ele também.
Eu raramente dormia nua, mas isso não queria dizer que não acontecesse. Às vezes,
quando Jason e eu saíamos na cidade e voltávamos embriagados, tínhamos sexo selvagem,
que continuava por um tempo, e então eu desmaiava nua.
Normalmente, se fazer sexo era a última coisa que fazíamos antes de ir dormir,
depois que terminávamos o assunto, ele me dava o abraço enrolado, eu deslizava para fora
da cama, me limpava e vestia minha calcinha e camisola antes de pegar no sono.
Isso foi toda a experiência que tive.
Jason era o número dois na minha não tão longa lista de amantes. Eu me entreguei
para o meu namorado de escola quando eu tinha dezessete anos. Não foi ótimo. Não foi
uma merda. O que foi uma merda, mesmo que ele estivesse muito a fim de mim e me
dissesse que era para sempre, e eu gostasse dele o suficiente para dar-lhe a minha
virgindade (o que era para dizer, muito), ele disse a seus amigos que ele me teve e essa
porcaria chegou aos meus ouvidos. Isso não me encheu de alegria, e eu o larguei. Ele ficou
arrasado, eu não me senti espetacular sobre isso, mas eu não tolerava os olhares, os
comentários sussurrados, os comentários maldosos das garotas, os quais foram causados
por ele fazer algo tão estúpido como se gabar.
Depois dele namorei com bastante frequência, mas eu estava presa a Shy
esperando que ele me notasse, e como os caras pareciam me notar muitas vezes, eu não me
envolvia muito e nunca encontrei um cara que estivesse disposto a fazer isso. Então, Shy
quebrou meu coração e eu decidi me concentrar em meus estudos, e não homens.
Ao fazer isso, eu conheci Jason.
Embora o sexo que eu tive com Jason sempre foi bom, porque ele fazia grandes
esforços, eu gostava desse esforço, que ele fizesse isso, e poderíamos ficar selvagem, nós
nos divertíamos, mas não era nada parecido com o que Shy e eu fizemos na noite passada.
Eu pensei que eu tinha tido relações sexuais selvagens.
Eu não sabia o significado disso até Shy ensinar-me.
Ele tinha resistência. Ele tinha criatividade. E ele estava tão dentro de mim, que era
irreal. Ele não podia ter o suficiente de mim, e não tinha vergonha de me deixar saber
disso, o que funcionava para mim desde que eu sentia o mesmo por ele.
Levamos apenas uma pausa, para pedir uma pizza. Quando chegou, Shy caminhou
até a cama e jogou a caixa sobre ela. Foi para a cozinha, pegou um par de cervejas,
entregou uma para mim, em seguida, caiu para o seu lado em todo o pé da cama, abriu a
caixa e começou a comer.
Eu acompanhei, e quando terminamos, ele jogou a caixa no chão (onde, imagine
você, ainda estava), pegou meus tornozelos e me puxou para baixo na cama com ele.
Eu nunca tinha comido nua.
Eu nunca tinha feito um monte de coisas que fiz com Shy ontem.
E a melhor parte foi, era natural, parecia certo. Eu nunca me senti esquisita ou
apreensiva ou me perguntando se eu estava fazendo a coisa certa. Era tudo sobre ele, suas
mãos, boca, pênis, e corpo, o que me fazia sentir e quanto eu poderia conseguir deles,
buscando, construindo o prazer dele, dando tudo de mim para conseguir um gemido
baixo ou um rugido, sentindo-me como uma conquistadora do mundo quando eu
ganhava um.
Foi lindo, incrível, tudo isso. E havia um monte disso.
Então, não era de admirar que desmaiei nua em cima de Shy.
Outra batida veio. Senti a mão de Shy tensa na minha bunda, e eu estava a ponto
de levantar a cabeça e olhar para ele quando seu outro braço enrolou em volta de mim e
eu acalmei. Isso porque ele estava me segurando gentilmente, me rolando, me movendo
lentamente e com cuidado, como se ele não soubesse que eu estava acordada e estava
fazendo um grande esforço para não me acordar.
Doce.
Muito doce.
— Eu estou acordada, querido — eu disse suavemente mesmo antes dele me
colocar de costas.
Sua cabeça surgiu, meus olhos bateram nos seus, sonolentos, e meu coração
disparou.
Deus, a sério, mesmo de olhos sonolentos, ele era incrível.
Aqueles olhos sonolentos moveram-se sobre o meu rosto, enquanto sua mão
surgiu, segurando o lado da minha cabeça. Seu polegar deslizou sobre meu cabelo, seus
olhos vieram para os meus e ele me deu o melhor bom dia de sempre.
— Você — ele sussurrou, — na minha cama.
Meus pulmões comprimiram, mas no bom sentido.
— Sim — eu sussurrei de volta. — Com você.
Seus olhos ficaram preguiçosos, caíram para a minha boca, em seguida, seus lábios
caíram lá.
Nós tocamos as línguas, quando outra batida surgiu na porta e desta vez não
parou.
A cabeça de Shy levantou e ele rosnou. — Caralho, foda-se.
Eu sorri para ele. Ele fez uma careta para mim, em seguida, beijou o lado de baixo
do meu queixo antes de rolar por cima de mim e sair da cama.
Eu puxei o lençol até o pescoço e rolei para o meu lado, assistindo ao show que era
Shy pôr um par de jeans.
Ele olhou pelo olho mágico e eu observei, cativada pelo que via ao mesmo tempo
estimulada enquanto observava cada centímetro de seu corpo ficar tenso.
Então, ele se moveu rapidamente. Desbloqueou a porta, abriu-a e soltou um uivo
masculino que sacudiu as janelas.
Isso me chocou muito, eu sentei na cama. Segurando o lençol à minha frente, vi Shy
chegar a quem estava do lado de fora. Ele, então, voltou para dentro, seu corpo agora
arqueado porque ele estava carregando um homem adulto vestindo uniforme com sua
mochila forrada com o tecido monótono do Exército pendurado nas costas.
Shy balançou o cara algumas vezes, enquanto o cara dava um tapa nas costas nuas
de Shy de uma maneira que parecia que não tinha notado que Shy estava nu. Então, Shy
colocou-o de pé, eles se afastaram e se olharam sorrindo enormemente. Eles se
aproximaram novamente e houve mais abraços de homem e pancadas nas costas.
Eu levei uma facada mental, selvagem e decidi que isso era Landon Cage, irmão de
Shy, em casa, de licença.
Fiquei emocionada por Shy, e ele estava claramente emocionado por ter seu irmão
de volta.
O que eu não estava era confortável em estar nua na cama no mesmo quarto em
uma reunião de família.
— Foda-se, bom vê-lo homem, merda, você me surpreendeu, — eu ouvi Shy dizer
enquanto comecei a me mover em direção à borda da cama, puxando o lençol comigo.
— Olho mágico do caralho — Landon respondeu, afastando-se, eles mantiveram as
mãos nos ombros e as mãos entrelaçadas entre eles enquanto se entreolhavam e Landon
continuou, — ia começar a cair sobre você finalmente. Chutar o seu traseiro.
— Quantas vezes eu tenho que provar essa merda para você? Isso não vai
acontecer — Shy respondeu.
Eu cheguei para a beira da cama e não vi quaisquer roupas, de Shy ou minhas, que
estivessem dentro da distância de alcance.
Merda.
Olhei para os irmãos, notando vagamente que eles não eram muito parecidos. O
cabelo de Shy tinha dois tons abaixo de preto. O cabelo de Landon tinha cerca de três tons
acima de castanho claro e obviamente, cortado em um corte militar não muito comprido e
enrolando em torno de seu pescoço, como o de Shy. Shy tinha incríveis, olhos verdes. Os
olhos de Landon eram um marrom escuro quente. Eles eram da mesma altura, mas
enquanto a imagem de Shy era alta e magra, mas musculoso, definido, parecia que Landon
tinha talvez mais 15 quilos sobre ele, tudo isso músculo, mas eu não poderia dizer com
certeza sob aquelas fardas.
Observei tudo isso, enquanto considerava meu dilema e me perguntava se poderia
fazer uma fuga para o banheiro com uma braçada de roupas sem ser notada.
Os olhos de ambos os homens vieram até mim.
Maravilhoso.
Bem, escapar estava fora de questão.
Shy sorriu abertamente, gingou até mim e, na forma típica de Shy, não hesitou um
instante em me colocar onde ele queria que eu fosse.
Neste caso, ele me arrastou para fora da cama, enfiou a minha frente ao seu lado e
me arrastou na direção de seu irmão, dizendo: — Estou emocionado que eu tenha que
fazer isso, porra. Tab conheça meu irmão, Landon. E Lan, conheça minha garota, Tabitha
Allen.
Lan estava sorrindo para mim. Eu estava sorrindo timidamente para ele e ao
mesmo tempo freneticamente dobrando o lençol em torno de mim.
O problema era que, no instante que Shy disse meu nome, algo passou pelos olhos
de Lan e o sorriso genuíno que claramente ele tinha em sua boca virou falso,
imediatamente.
Uh-oh.
Shy tinha falado sobre mim, e não parecia que tudo o que ele tinha dito era bom.
Colocando uma cara cortês, ele estendeu a mão e murmurou. — Legal conhecê-la,
Tabitha.
— Tab, Tabby, uh… o que você quiser me chamar. As pessoas me chamam de
ambos, — eu gaguejei, pegando sua mão e concentrando-me em dar-lhe um aperto quente.
Ele me deu um aperto de volta e rapidamente me deixou ir.
— Isso é bom. Agora eu posso levar minha garota e meu irmão para tomar café —
Shy anunciou e meu corpo congelou enquanto seus olhos bateram em Lan. — Tex vai
querer ver que você está de volta, irmão.
— Ele ainda é um louco? — Perguntou Lan.
— Tex é Tex, não tenho certeza se há outra maneira dele poder ser — Shy
respondeu, ainda sorrindo, motoqueiro fodão ainda eufórico e aliviado que seu irmão
estava em casa, inteiro.
— Uh… Que tal eu ir para casa e dar a vocês algum tempo de reunião sozinhos? —
Sugeri, e os olhos de Lan cortaram em mim, que foi o que eu vi.
O que senti foram os olhos de Shy virem para mim. Eu os senti tanto que eu virei
minha cabeça para olhar para ele.
Uh-oh novamente.
— Você está vindo com a gente — declarou ele, seus olhos intensos, seu
comportamento afirmando que sua declaração não admitia discussão.
Infelizmente, eu precisava discutir. Eu precisava dar tempo a Shy com seu irmão,
porque Shy devia ter tempo com o irmão. Egoísta, eu também precisava dar tempo a Shy
com seu irmão para explicar como as coisas estavam agora, não como elas eram da última
vez que falou com ele sobre mim.
— Shy, querido, você não viu Lan em um ano. Talvez, vocês dois possam tomar
um café, eu vou sair, pegar algumas coisas, e fazer o almoço — sugeri.
Os olhos de Shy clarearam e seus lábios tremeram. — Ele só sobreviveu ao
Afeganistão, doçura, não acho que ele precisa voltar para casa para matá-lo com a sua
comida.
Esqueci-me da reação de Lan a mim e para o pequeno fato de que eu estava
vestindo apenas um lençol e só conseguia pensar em Shy me envergonhando ao anunciar
a seu irmão, de todas as pessoas, a única família real que ele tinha fora da família Chaos
que nós compartilhamos, que eu não sabia cozinhar.
— O meu almoço não vai matá-lo — eu atirei.
— Baby, eu não sei se alho envenena alguém, a não ser os vampiros, mas da
maneira que você o usa, eu acho que essa é uma possibilidade — ele respondeu.
— Eu vou fazer sanduíches — eu disse a ele. — Você não pode estragar sanduíches.
— Isso é o que você disse sobre hambúrgueres antes e nos ferrou — ele me disse.
— Bem — comecei a xingar, mas ele continuou.
— E caçarola de atum, que ferrou antes disso também.
— Shy! — Eu cortei.
— E os bifes, e o frango assado, e a torta de chocolate pastosa — ele continuou.
— Shy — estiquei-me em minhas pontas dos pés e me aproximei — cale a boca.
Ele sorriu.
Olhei para Lan e anunciei: — Você realmente precisa levá-lo para o café, assim
tenho tempo de sobra para planejar seu assassinato. Você não pode planejar um
assassinato distraindo-se com caras quentes, e agora eu tenho dois de vocês em minhas
mãos.
Lan estava olhando para mim como se a Tabby que ele conheceu há poucos
minutos atrás tivesse evaporado e uma nova Tabby tomasse seu lugar, e ele nunca tinha
me visto antes.
Então, seus olhos foram para seu irmão, seu rosto suavizou, eles voltaram para
mim, ele sorriu um suave sorriso doce e ele me informou: — Querida, você sabe que você
está vestindo nada além de um lençol.
— Eu não posso pensar nisso agora — eu voltei — Meu chefe quente e motoqueiro
apenas disse a seu irmão, o irmão que acabei de conhecer, que não sei cozinhar. Tenho que
me concentrar no esquema de assassinato, ou, no mínimo, na vingança, e não em como
estou envergonhada que esteja em um lençol que, eu poderia acrescentar — virei os olhos
irritados até Shy — não é a minha escolha. Só para você saber, querido, eu estava indo ao
banheiro quando você me puxou para fora da cama, e teria sido bom chegar lá e colocar
pelo menos um par de calcinhas antes que você me arrastasse através da sala.
— Nós andamos um metro — ele me contradisse.
— Um metro para você, porque está de jeans e você conhece o seu irmão desde que
ele nasceu. Um campo de futebol para mim, porque eu estou, — eu me estiquei na ponta
do pé novamente, — num lençol.
— Você está mais coberta do que outras mulheres usam na rua, Tab, — ele
continuou.
— A questão agora é, eu gostaria de estar mais coberta, Shy — retorqui.
— E eu gostaria de café, crianças, por isso, se vocês dois pudessem parar de
frescura e colocar algumas malditas roupas, vamos fazer isso — Lan cortou o riso em sua
voz profunda, e tanto Shy e eu olhamos para ele.
Shy sorriu.
Eu disparei. — Tudo bem, mas um de vocês gatos precisa sair e arranjar-me uma
escova de dente. Eu tenho mau hálito matinal misturado com fôlego de pizza e não é uma
boa combinação.
Eu disse isso enquanto me afastava de Shy, lutando com o meu lençol ao mesmo
tempo dobrando e pegando minhas coisas do chão. Eu as empacotei em meus braços,
puxei o lençol mais apertado, e pisei em direção ao banheiro, mas parei, voltando-me para
eles e lançando os restos do meu lençol para trás de mim, como uma estrela de Hollywood
lançando a sua cauda no tapete vermelho. Eu virei o olhar para Shy.
— Algo para saber sobre mim, eu uso escova elétrica, sempre, mas se eu estou em
uma situação, digamos, como agora, onde você tem que ir a Walgreens, eu quero uma
escova de dente cor-de-rosa e creme dental branqueador. — Eu cortei o meu olhar para
Lan e afirmei — Eu não vou demorar muito e vamos levá-lo ao café. Realmente, fico feliz
que esteja em casa a salvo. Shy estava super preocupado.
Então eu olhei para Shy e terminei saindo do quarto e entrando no banheiro.
Eu estava despejando minhas coisas com orgulho, quando a porta se abriu, Shy
entrou, puxou-me em seus braços, e sussurrou contra meus lábios: — Eu não me importo
com hálito matinal e pizza.
Ele seguiu em frente e provou isso ao me beijar, profundo, molhado, e por muito
tempo.
Quando ele separou a boca da minha, ele sorriu para mim e, ainda sussurrando,
disse: — Você é foda, Tabitha Allen.
Oh meu Deus, que me senti muito, insanamente bem, e eu não estava apenas me
referindo ao beijo.
— E você é um grande beijador, Shy Cage — respondi minhas palavras ofegantes.
Ele sorriu, me deu um aperto, deixou-me ir, e saiu do banheiro, fechando a porta
atrás de si.
Virei-me para o espelho e vi que eu tinha o cabelo de sexo selvagem, que até
mesmo eu tinha que admitir, bochechas coradas pareciam que ajudavam a aparência geral,
e os lábios inchados que pareciam sensuais por tudo isso.
E olhos felizes.
Olhos muito felizes.
O irmão de Shy estava em casa.
E Shy era meu.
Eu sorri para mim mesma no espelho, então liguei o chuveiro.
Capítulo 10
Recuperação

— VIP! V… I… porra… P!
Isso ressoou pelo enorme cara loiro, desgrenhado, de barba avermelhada que
estava atrás do balcão do café expresso no Fortnum's Livros Usados.
Nós tínhamos acabado de entrar pela porta, e notei que ele não estava apenas
olhando para o nosso caminho, mas também apontava um dedo em nossa direção.
Eu só estive lá uma vez, há anos atrás, quando eu esbarrei com Shy. Mas, quando
ele me disse que era um cliente habitual, eu nunca mais voltei por medo de encontrá-lo de
novo.
Então, é evidente que não era a mim que ele estava declarando como um VIP. O
homem arrastou-se de trás do balcão do café expresso, empurrou as pessoas em pé na
frente dele e foi direto para Landon que, enquanto eu tomava banho, tinha mudado de seu
uniforme para jeans e uma camiseta.
Quando o barista chegou a Landon, eles fizeram aquela coisa de homem de abraçar
e bater nas costas, e eu estava perto o suficiente para ouvir o cara louco murmurar no
ouvido de Lan no que era ainda um trovão, mas silencioso. — A salvo. Em casa. Bem-
vindo de volta, meu filho.
Eu não conhecia esse cara, mas algo nisso, provavelmente, a profunda emoção que
ouvi em sua voz, fez as lágrimas picarem meus olhos enquanto eu observava o cara louco
agarrar Landon como se fosse algo precioso por vários minutos antes de se afastar.
Ele se afastou, mas não foi muito longe. Ele manteve a mão de Lan na dele e
colocou a outra mão em torno do musculoso ombro de Landon, agitando-o levemente, os
olhos presos em Lan e murmurando com sua voz firme. — Bem-vindo ao lar.
Shy, que estava segurando minha mão, largou-a para deslizar o braço em volta dos
meus ombros e me puxou para perto ao seu lado. Esta foi mais uma demonstração de
como ele poderia ler o meu humor, sem sequer olhar nos meus olhos.
Vendo as boas-vindas do regresso de um soldado, sendo esse soldado irmão de
Shy, eu precisava dele para me segurar.
O cara loiro louco deu um passo em direção ao balcão e declarou bem alto. — O
café é cortesia para você. Nós fazemos isso para os heróis. — Seus olhos azuis se voltaram
para Shy. — Sinto muito, viajante, você e sua garota têm que pagar. Se dependesse de
mim, eu daria café gratuíto para as famílias do herói também, mas quando eu faço essa
merda, Indy tem um acesso de raiva.
E com isso, ele se afastou para longe.
— Uh… Eu presumo que você conhece o cara — eu apontei.
Landon desatou a rir, enquanto Shy me deu um sorriso doce e sexy, e nenhum
deles se preocupou em responder a uma pergunta cuja resposta era óbvia. Apenas fomos
para o balcão.
Tudo correu bem com o pedido e o pagamento, parte da tarefa normalmente
simples e sem drama de pedir café.
Isso foi até que nós estávamos esperando do outro lado do balcão por nossas
bebidas, e o cara louco de repente curvou o filtro da máquina de café expresso pelo ar, que
felizmente estava quase (mas não completamente) vazio de borra de café. Ele o usou para
apontar para o sofá em frente da janela e ignorou totalmente o pequeno salpicado de
borras de café que voou e deslizou por cima do balcão.
Então ele explodiu. — VIP sentando! Movam suas bundas! Temos um soldado que
acabou de chegar em casa e sua bunda estará sentada nesse sofá!
As pessoas no sofá encararam o grande homem por cerca de meio segundo, então
eles sabiamente apressaram-se.
Foi, então, que a bonita mulher loira com o sorriso incrivelmente glamouroso que
também estava atrás do balcão mostrou aquele sorriso fascinante em minha direção. Eu
suspeitava que ela fez isso porque eu estava olhando o cara louco como se ele fosse, bem…
um cara louco.
— Tex é inofensivo — explicou ela. — Demora um tempo para acreditar nisso, uma
vez que ele também é totalmente louco, mas eu prometo, ele é inofensivo.
O que eu sabia era que ele era alto e mandão, e ele apreciava o sacrifício que os
membros militares faziam por nós, então eu podia superar as partes sonoras, mandonas e
loucas.
Portanto, eu sorri de volta.
Ela inclinou a cabeça em direção aos sofás. — Vá, sente-se antes de Tex lhe dizer
para fazê-lo de uma forma que as pessoas do Walgreens a um quarteirão de distância vão
ouvir. Eu levo estes.
— Obrigada — eu respondi.
— Não foi nada — ela murmurou, os olhos deslizando de volta para Tex, que
estava de novo batendo na máquina que parecia que tinha custado tanto quanto a mobília
da minha sala (ou mais), como se ela só funcionasse sob a mais abusiva das condições.
Shy flexionou o braço em volta dos meus ombros e me guiou em direção ao sofá.
Nós chegamos à seção dos sofás na frente das janelas, e Shy voltou a colocar-me onde ele
queria, encaixando-me no canto do sofá. Ele se sentou no braço ao meu lado e me puxou
contra ele.
A mulher agradável trouxe nossas bebidas, e eu tive um miniorgasmo, que espero
não ter sido detectado quando eu provei a minha bebida. Realmente, o cara louco era um
artista. Shy e Landon estavam colocando a conversa em dia, que, não surpreendentemente,
não me deu muitas oportunidades para participar da conversa.
Isso continuou por um tempo. Tempo suficiente para a minha mente vagar para
coisas que eu poderia estar fazendo. Como, vamos dizer determinar se eu estava entrando
na lista negra da agência de enfermeiras temporárias por deixar um trabalho e telefonar ao
Departamento de RH do hospital para ver se eu poderia ter o meu antigo trabalho de
volta, e telefonar para o meu senhorio para ver se poderia ficar no meu apartamento,
embora eu tenha desistido do meu contrato.
Nada de importante.
Eu não queria ficar impaciente. Eu queria a oportunidade de conhecer Landon,
embora isso meio que não estava realmente acontecendo, exceto por eu continuar
acompanhando a conversa.
Sem mencionar que eu nunca tinha visto Shy assim. Obviamente, feliz que seu
irmão estava em casa a salvo. Obviamente feliz que, eu e ele, tínhamos mudado para outro
nível de nosso relacionamento. Obviamente feliz de uma maneira que fez aquecer meu
estomago por ele estar na companhia das duas pessoas que ele gostava.
Não que eu não queira que ele tivesse isso. É claro que eu queria.
Somente ontem eu tinha deixado um beijo mudar o curso da minha vida inteira. Eu
tinha coisas para fazer, e sentar e ouvir dois machões jogar conversa fora não era
prioridade.
No entanto, eu fiquei assim por um longo tempo, enquanto fazia mentalmente a
minha lista de coisas a fazer, quando Shy notou que nossas canecas estavam todas vazias e
anunciou que estava pegando mais bebidas.
Ele beijou o topo da minha cabeça e se dirigiu ao balcão.
Eu assisti-o ir, feliz por ter algo para fazer que eu gostava imensamente, como vê-lo
se mexer, quando ouvi Lan chamar meu nome e meu olhar voltou-se para ele.
— Então vocês dois estão firmes — comentou e eu sorri.
— Sim, estamos firme — eu confirmei.
Ele olhou por cima do ombro em direção a Shy antes de ele se inclinar para frente
na poltrona, fixando os cotovelos sobre os joelhos. Sua expressão mudou e eu me preparei.
A mudança de expressão não era maldosa ou desagradável. Não estava nem
mesmo em branco, como se estivesse escondendo algo de mim.
Mas, ainda não era boa.
— Park e eu somos próximos — declarou ele, e eu assenti desde que eu sabia disso.
Ele continuou: — Nós conversamos. O ano passado, não frequentemente, não se pode
fazer isso muitas vezes quando você está no meio da merda. Mas, quando o fazemos,
colocamos as coisas para fora.
Uh-oh.
Eu não podia saber ao certo o que estava por vir, mas isso não significava que eu
não tinha uma noção.
— Ok — eu disse cautelosamente, engolindo em seco, desejando que acabasse logo
e convidando-o a compartilhar o que estava em sua mente.
Lan aceitou o meu convite.
— A última coisa que eu soube sobre você, Tabby, era que você estava prestes a
casar e foi um par de semanas depois que isso… — ele fez uma pausa e eu sabia que ele
estava tentando encontrar as palavras certas quando terminou — … correu mal.
— Sim — eu concordei, ainda falando em voz baixa. — Isso correu mal.
— Desculpe querida — ele sussurrou, e do jeito que ele disse era quase tão doce
quanto o seu irmão poderia ser. Eu gostava disso, mesmo que eu não gostasse do nosso
tema de conversa. Ainda assim, eu assenti.
— Isso foi há algum tempo atrás, Landon — Eu informei-o. — Quase um ano.
— Sim — ele murmurou, em seguida, ele perguntou: — Depois do… — outra
hesitação — … outro cara, Park é o seu primeiro?
Eu senti um formigamento descer pela minha espinha, do tipo que não é bom.
Isso não era da sua conta. Ok, ele era irmão de Shy, eles eram próximos, então meio
que era.
Também meio que não era.
— Eu não tenho certeza — eu comecei, mas parei quando ele balançou a cabeça e
levantou uma mão apaziguadora.
— Por favor, veja só, Tabby. Ele é meu irmão. Ele é meu melhor amigo. Nós já
passamos por um monte de merda. Em um esforço para sobreviver a isso, tivemos que
aprender a descarregar e nós fizemos isso descarregando um sobre o outro. Depois que
ambos deixamos essa vida, isso não parou. Em outras palavras, eu sei sobre você. — Seus
olhos fixos nos meus. — Tudo sobre você, Tabby.
Isto não era boas notícias.
Eu abri minha boca para falar, mas ele levantou a mão novamente e manteve os
olhos presos nos meus.
— Eu sei que ele era um idiota com você. Quando você colocou tudo pra fora, ele
me disse e posso ver porque você achava que ele era um idiota. Eu também sei que ele
falou muito sobre seus irmãos no clube, e ele falou sobre a família ligada a esse clube, e a
maioria do que ele falou foi sobre você e você não estava sequer falando com ele. Ele não
me disse por que, mas isso não significa que eu não podia entender que ele estava afim de
você. Vê-lo com você, do jeito que eu nunca o vi com outra mulher, eu percebo agora que
ele não está afim de você. Ele está com você.
Bem, isso era bom.
— Estou com ele também — eu compartilhei.
Lan concordou. — Eu vejo. Eu sinto que estou perdendo alguma coisa desde a
última conversa profunda que tive com Park, como se tivesse sido há muito tempo atrás,
eu posso ver isso também. O que preciso saber é que você não esta o usando para sair da
tristeza e depois vai deixá-lo para trás, para ir encontrar outro cara bem arrumado para se
acertar.
Com isso, eu endireitei as costas.
— Eu sou Chaos — eu o lembrei, e ele acenou com a cabeça.
— Você é. Eu sei disso. A princesa reinante. É o meu entendimento, porém, que
você virou as costas a isso para o seu último homem.
Ele estava certo, mas ele estava na direção errada.
— Você não pode controlar por quem você se apaixona, Landon — eu apontei,
tentando manter a minha voz firme.
— Não, você não pode. Mas, você pode cavar fundo e avaliar se o homem com
quem está, genuinamente significa algo para você, como você faz para ele, ou se você está
se recuperando de outra relação.
Respirei fundo, num esforço para não ficar com raiva e quando me controlei, disse-
lhe com firmeza: — Eu não estou em recuperação de nada.
— Você não cavou fundo, Tabby — ele retornou rapidamente, mas suavemente, e
eu fixei o olhar nele.
Então eu me inclinei para frente e bloqueie os meus olhos para os dele.
— Vocês dois tenham um momento a sós e, Landon, eu vou falar com Shy logo
para deixa-lo lhe fazer isso, assim deixando-me para fazer as coisas que eu tenho que
fazer, já que fiz algumas decisões importantes somente ontem, tais como, possivelmente
estragar minha carreira, talvez ser sem-teto e desempregada, tudo para que eu pudesse
estar com o seu irmão, e eu preciso resolver a minha vida.
Seus olhos arregalaram.
Eu continuei falando.
— Mas, quando vocês tiverem esse momento, ele vai te dizer o que esteve
acontecendo nos últimos sete meses. O que ele não te irá dizer é o que isso significou para
mim, porque ele não pode saber. Então, se eu posso fazer a façanha extremamente difícil
de compartilhar tudo o que Shy significou para mim nos últimos sete meses nos dois
minutos que tenho antes de ele voltar, eu vou fazer isso.
Ele não disse nada, apenas olhou para mim atentamente, então eu continuei.
— Sim, ele me ajudou a superar Jason, e ele fez isso em um relacionamento só-
amigos sem pressão. Até algumas coisas que eu vou deixá-lo compartilhar como
aconteceram, ele me apoiou a cada dia desde que eu o deixei voltar depois de Jason
morrer. A minha perda era muito recente, eu não me permiti considerar ter as mesmas
emoções por outro homem tão cedo, depois de perder aquele com quem pretendia passar
o resto da minha vida, então eu neguei o que estava crescendo entre nós.
Eu hesitei um momento e em seguida, continuei.
— Dito isso, desde a primeira noite que eu o deixei voltar, eu sabia o que tinha
começado a crescer entre nós.
Isso mereceu outro arregalar de olhos, mas eu ignorei e continuei falando.
— Mas, eu não neguei o fato de que sabia, quando eu estava com Shy ou até
mesmo falava com ele, eu me sentia mais eu do que eu tinha sentido em anos, depois de
Jason morrer, antes de Jason morrer, até mesmo antes de eu conhecer Jason. Então, posso
garantir-lhe que não estou com Shy agora como gratidão por sua bondade. Eu também
não estou com ele porque eu estou sozinha. Além disso, eu não estou com ele para testar
as águas de me colocar lá fora de novo.
Eu respirei fundo, segurei o meu olhar no dele e pus as cartas na mesa.
Para ele e para mim.
— Eu estou com ele, porque quando estou com ele, sou livre para ser eu. Eu estou
com ele porque ele é quente. Estou com ele porque ele me permite tagarelar, já que eu sou
propensa a tagarelices, e ele me deixa desabafar quando tenho um dia ruim. Estou com ele
porque quando eu reclamo, ele me faz sentir melhor e ele faz isso sem esforço. Estou com
ele porque eu vivo para os momentos em que eu estou na parte de trás de sua moto e nós
estamos andando juntos, sem nem mesmo falar, apenas sendo livres.
Eu balancei as minhas mãos na frente de mim e continuei sendo honesta com
Landon.
— Merda aconteceu entre nós e é minha culpa, porque eu estava uma bagunça,
confusa, agindo estupidamente e francamente imatura e Shy ficou compreensivelmente
zangado comigo. Ficamos separados por um mês e eu estava perdida. Totalmente. Perdida
de uma maneira que eu não estava nem quando perdi Jason. Agora estamos de volta
juntos e eu me encontrei. Se eu estou interpretando mal as coisas e que tudo grita
"recuperação" para você, minhas desculpas. Não faz para mim. Pela primeira vez em
muito, muito tempo, eu estou feliz. Eu também estou feliz de ter um tempo para provar a
você que estou disposta a fazer a minha parte para ver isso ir longe. Eu só espero que você
não vá mexer com isso, enquanto isso, porque você mesmo disse que notou que seu irmão
está muito feliz, ele está de um jeito que eu nunca vi, e seria bom se você não fodesse com
isso.
— Eu espero que você saiba, e não é nem preciso dizer, que eu vou dar isso ao meu
irmão, — ele respondeu.
— Bom — eu respondi imediatamente. — Eu estou contente de ouvir isso, mas
apenas um aviso, seria bom saber que você também o vai apoiar. Os irmãos dele no clube
são protetores em relação a mim, compreensivelmente, mais protetores depois do que
aconteceu com Jason, e eu acho que você pode imaginar, quando eles descobrirem que
estamos juntos, que isso pode não ser ótimo para nós. Shy não viveu sua vida exatamente
se segurando, esperando a pessoa certa.
Isso me fez contrair o lábio, mas eu ignorei e continuei.
— Nós poderíamos ter sorte e eles aceitarem-nos de braços abertos. Infelizmente,
eu não vejo isso acontecendo. Você sabe quem eu sou, então você também sabe que meu
pai é o presidente do clube, e se ele não quiser acolher Shy na minha vida com um sorriso
e um aperto de mão, ele pode tornar as coisas difíceis para ele. Então, se Shy descarregar
sobre você o que vier a acontecer, eu estou pedindo agora que você não deixe que suas
dúvidas sobre nós nuble o apoio que você daria a ele.
Isso provocou outro arregalar de olhos e um baixo resmungo:
— Eu nunca faria isso, Tabby.
— Bom — eu respondi. — Então eu acho que nós dois sabemos o que cada um de
nós pensa.
— Que porra é essa que vocês dois estão falando?
A voz de Shy foi baixa, mas também firme.
Nada bom.
— Park — Landon começou, mas não continuou quando Shy, com as canecas de
café em cada mão, deslocou-se para o lado da cadeira de Lan e virou os olhos irritados
para baixo para o irmão.
— Vamos ter que ir lá fora e falar? — Ele perguntou.
Uh-oh.
Eu congelei, assim como Landon e, como habitualmente, eu falei primeiro.
— Está tudo bem, querido.
Shy voltou os olhos para mim. — Não está pelo que eu ouvi.
— Pense um pouco — eu comecei, — se coloque no lugar do Landon, pense em
encontrar a mulher que guardava rancor contra o seu irmão há anos e, em seguida, você
ouve que ela perdeu um noivo e quando você aparece e vê que eles estão de repente e
inexplicavelmente juntos… o que você faria?
Shy colocou as canecas sobre a mesa de café e virou-se para o seu irmão. — O que
eu iria fazer era me importar com a perda que ela teve, mesmo que já não seja recente e
entender que meu irmão não é um idiota, porra.
Uh-oh!
— Shy — eu comecei, mas Landon falou antes de mim.
— Park, eu não acho que você é um idiota, mas acho que você sabe de onde eu
estou vindo.
O braço de Shy serpenteou fora, seus dedos enrolando ao redor do lado do meu
pescoço e eu me vi voando em direção a ele, a minha frente pousando com força contra o
lado de seu corpo. Sua mão se moveu para que o braço cruzasse apertado em volta dos
meus ombros, a outra mão atravessou seu corpo, para seus dedos poderem enrolar na
minha cintura e em tudo isso, seu olhar não deixou seu irmão.
— Olhe para mim, o que você vê? — Ele rosnou e quando Landon não respondeu,
ele repetiu sua pergunta: — O que você vê?
Oh Deus.
Eu não sabia se eu devia sentir-me eufórica, porque eu sabia o que Shy pensava
que Landon veria ou apavorada porque não queria uma explosão acontecendo na livraria
Fortnum, não com aquele maluco atrás do balcão. Ele ficaria do lado de Landon e Shy
estaria em menor número.
Meus olhos se voltaram para Landon vendo-o nos medir, em seguida, eles se
mudaram para o rosto de Shy.
— Eu vejo isso, Park — ele disse suavemente.
— Que porra de espetáculo, Lan — Shy bufou. — Agora, você entende isto. Nunca
— ele nos inclinou para seu irmão — jamais, ataque a minha mulher assim. Vou deixar
isto de lado porque estou feliz pra caralho que você está em casa. Se acontecer de novo, eu
não vou deixar para lá. Você me entende?
— Eu não fiquei ofendida, Shy, sinceramente — Eu disse a ele rapidamente, na
esperança de acalmar sua raiva, ainda que eu sentisse a proteção quente de suas palavras
se estabelecerem em linha reta com a minha alma.
Seus olhos viraram rapidamente para mim. — Bem, eu fiquei.
Mensagem clara.
— Sim, senhor, motoqueiro chefe — eu murmurei rapidamente e os olhos de Shy se
estreitaram.
— Não seja fofa como os diabos e, juro por Deus, se você lamber o lábio, eu vou
perder a cabeça. Da próxima vez que você lamber o lábio, faça isso quando estivermos
longe de um lugar público e eu possa ter a porra da reação que eu tive meio milhão de
vezes ao longo de quatro anos fodidos cada vez que vi você fazer isso, não aqui, numa
livraria, onde eu não posso.
Independentemente da situação tensa, isso me deu um arrepio e um sentimento
ainda mais quente se instalou na minha alma, mas lutei contra a vontade de lamber meu
lábio (que era precisamente o que eu ia fazer) e eu só olhava para ele.
Ele olhou para a minha boca, em seguida, seu olhar foi para os meus olhos, em
seguida, ele olhou para o irmão.
Então, eu também olhei e o vi sorrindo.
— Eu não estou achando motivo nenhum para sorrir — Shy avisou.
— Desculpe, Park, mas, tenho que admitir, eu estou sorrindo pra que não ria até
cair, já que se eu fizesse isso, tenho a sensação que você me bateria.
— Eu não estou achando nenhum motivo para gargalhadas também — Shy
afirmou.
— Isso é porque você não pode ver vocês dois. Sério, Park, eu tenho que dizer isso.
Vocês são totalmente uns fofos do caralho juntos.
Eu pressionei meus lábios juntos em mais um esforço para não lamber meu lábio,
quase certa de que Shy nunca iria querer ser descrito como fofo.
Eu estava errada.
— Não me diga? Você só notou isso agora? Jesus, Lan — Shy respondeu.
— Não. Percebi isso em sua casa, mas estava mais focado em sua garota sendo
bonita, quente, e enrolada em um lençol. Desde que ela está totalmente vestida agora,
estou notando mais.
Isto, mais uma vez, foi o que eu não considerava uma boa resposta de Landon
Cage, já que suspeitava que Shy não gostaria que seu irmão deixasse claro que pensava
que eu era bonita e quente e tinha se distraído por eu estar em um lençol, e desta vez eu
estava certa.
— Você está brincando comigo? — Shy estourou.
— Podemos tomar café? — Eu entrei no meio — Eu preciso de cafeína. Então, eu
preciso de comida. Então, preciso fazer algumas chamadas para que eu possa descobrir se
tenho uma casa e um emprego. Assistindo dois fodões discutindo um com o outro, ainda
que quente, não está me ajudando a resolver a minha vida. Então, se vocês começarem a se
mexer com isso, eu apreciaria.
Os olhos de Shy rapidamente desceram para mim e notei imediatamente sua
expressão mudar de raiva para calma.
— Doçura, você vai ficar bem — ele me assegurou.
— Sim, eu vou, mas para ficar bem, eu preciso fazer alguns telefonemas, então
podemos continuar com a nossa manhã? — Eu disparei de volta, e seus lábios apertaram.
— Podemos continuar com a nossa manhã, — ele concordou.
— Espetacular — eu murmurei, revirando os olhos para Shy, mas quando olhei
para Landon, eu sorri.
Ele sorri de volta.
— Viajante! — Tex o cara maluco do café gritou. — Sua bebida está ficando fria.
Mexa o seu traseiro até aqui para pegar, porque eu não estou fazendo outro a menos que
você pague por isso.
Shy me deu um aperto, em seguida deu a seu irmão um olhar que lhe disse para se
comportar nos 30 segundos que Shy não estaria lá, e ele passeou para pegar o último café.
Eu dei a Lan outro sorriso e sentei meu traseiro de volta no sofá.
Lan dobrou seu longo corpo na poltrona.
— Uh, Tab, só para você saber — ele começou. — Esse tempo que você vai levar
para provar que pretende levar as coisas longe com o Park ficou muito mais curto, porra.
Suas palavras me tocaram em um lugar agradável. Enviei outro sorriso para ele e
até eu sabia que era enorme.
E feliz.

Eu olhei para Shy ao mesmo tempo em que Shy olhava para mim.
Estávamos na minha cama. Estávamos nus. Eu estava de costas, uma perna
enrolada em torno do quadril de Shy, uma perna estendida, pressionada contra seu peito,
tornozelo no ombro. Os quadris de Shy estavam entre os meus, uma mão deslizando até
minha canela para o peito dele, uma mão na cama, seu pênis se movendo dentro de mim.
— Tenho que dizer, baby — ele murmurou. — Você é sempre linda, mas você é
fodidamente bonita quando você me leva.
Deus.
Deus.
Eu adorava quando ele dizia coisas assim, enquanto ele estava fazendo amor
comigo.
— Tenho que dizer, querido — eu murmurei de volta com a voz rouca. — Você é
sempre gostoso, mas você é realmente gostoso quando você está me levando.
Seus olhos, já quentes, queimaram dentro de mim mesmo enquanto sua boca se
curvou e sua mão se moveu para baixo, para baixo, para baixo, até que se curvaram no
meio das minhas coxas. Seu polegar encontrou-me quando ele sussurrou: — Vamos ver
quanto muito mais bonita você pode ficar.
Em seguida, ele apertou e circulou. Eu gemia, meu pescoço arqueado, a minha
perna em volta dele tensa, e seu quadril se moveu mais e mais rápido entre o meu.
— Inacreditavelmente bonita — ele rosnou.
Eu virei os meus olhos meio abertos para ele, o seu rosto mais escuro, com os olhos
tão quentes que eu pensei que a cama iria entrar em combustão, e ele estava certo.
Beleza inacreditável.
Não eu.
Ele.
Seu polegar pressionou mais profundo, circulou mais rápido, enquanto seus
quadris bombeavam com mais força, e eu sussurrei com urgência: — Shy.
— Vem sem mim, querida. Desta vez eu quero ver.
Livre para fazer o que ele pediu, eu fiz e foi espetacular.
Foi só quando eu acalmei que o polegar dele me deixou. Ele nos rolou, então ele
estava de costas, eu estava montada nele, e ambas as mãos enquadrado minha cabeça,
movendo-a para que ele pudesse olhar para mim.
— Leve-me lá — ele ordenou asperamente. — Eu quero ver você se mexer em mim.
Sem demora, querendo dar-lhe o que ele queria, sentei-me e dei-lhe o que ele
pediu. Fiz lentamente no início, em seguida, mais rápido, mais forte, minhas mãos
movendo-se em seu peito, meus olhos nunca deixando seu rosto, minha excitação
crescendo novamente enquanto eu via a dele crescendo também, em seguida, suas mãos
em meus quadris me puxaram para baixo, mantendo-me cheia dele, e ele veio.
Enquanto ele sentia o seu orgasmo, eu deixei-me cair nele, peito com peito, meus
dedos flutuando acima de sua pele, a minha boca em seu pescoço, minha língua sentindo
seu gosto.
Ele fechou os braços em volta de mim e me deu um beijo na minha testa. Sua
cabeça endireitou, eu empurrei meu rosto em seu pescoço, e nós ficamos ali por um
tempo, em silêncio.
Eu não sabia o que Shy estava pensando, mas eu tomei esse tempo para saborear os
últimos 45 minutos. Então, eu tomei ainda mais tempo saboreando minhas partes
favoritas. Uma vez que todas as partes eram boas para saborear, isso levou algum tempo.
Depois disso, minha mente mudou-se para o meu dia, pós-café com dois irmãos
fodões.
A boa notícia foi que meu apartamento era meu novamente. Eles ainda não tinham
colocado nenhum anúncio, por isso eles ficaram felizes por eu assinar outro contrato.
A má notícia é que eles esperavam que eu assinasse um contrato de locação de
doze meses. Fiquei triste com isso, mais ou menos. Eu precisava de um lugar para ficar por
agora e, com o meu trabalho no ar, eu estava presa onde eu estava, em vez de procurar
apartamento e explicar como eu pagaria o aluguel, uma vez que eu não tinha rendimento.
Dito isso, eu senti que talvez fosse hora de passar para algo um pouquinho melhor, e se
eles mudassem o contrato para mês – a – mês e eu tivesse o meu emprego resolvido, eu
teria a oportunidade de fazer isso num futuro não muito distante.
Shy não estava de acordo com isso, de jeito nenhum.
Embora eu tivesse pedido a Shy um tempo para resolver os meus assuntos, o que
daria tempo aos irmãos para se entrosarem sem o meu ouvido atento, Shy se recusou a dá-
lo a mim. Isso meio que me assustou, porque ele me irritou e eu fui confrontada mais uma
vez, em menos de vinte e quatro horas com o jogo de cintura que eu tinha de ter com um
motoqueiro.
Pelo menos era o que eu pensava até Shy me explicar.
— Esperei por você durante quatro anos, Tabby, baby. Quatro. Passei muito desse
tempo pensando que eu nunca ia te ter. Agora eu tenho você, há menos de um dia, eu não
estou contente em deixar você ir. Dê-me isso, por agora, sim? Faça suas chamadas daqui.
Era doce, bem como amoroso, então eu aceitei.
Nós rapidamente atingimos outra zona de perigo, quando ele me ouviu falar ao
telefone sobre o aluguel.
Eu sabia que ele não estava gostando do que estava ouvindo quando ele puxou
meu telefone da minha mão, e murmurou para ele: — Ela vai ligar de volta — então
desligou e olhou para mim.
Sentindo a pressão aumentar na minha cabeça a esta manobra, eu abri minha boca
para, digamos, talvez, gritar, mas ele antecipou-se para falar.
— Um contrato de locação de doze meses não vai acontecer. Seu lugar é ok, mas
apenas ok — declarou. — É muito pequeno, não estou entusiasmado com o bairro em que
está, e isto funciona, querida, nós estamos indo viver juntos e de forma alguma é grande o
suficiente para nós dois. Eu não vou esperar um contrato de locação de doze meses. Eu
não vou aguentar com o que eu não quero por doze meses. E eu não quero você em um
lugar que não é bom o suficiente por doze meses. Então, você não está ficando lá por doze
meses. Diga-lhes de mês para mês. Se eles vacilarem, eles lidam comigo.
Eu não gostava disso, mas para não discutir com ele na frente de seu irmão, eu fiz
como me foi dito. Eles vacilaram. Shy ouviu, pegou o telefone de mim novamente, eu olhei
para ele, em seguida, olhei para o seu irmão sorridente que estava a par de tudo isso, já
que estávamos de volta na casa de Shy, e então eu o escutei tentar argumentar com eles.
Isso não funcionou então Shy disse no telefone. — Certo. Você estará me vendo em
trinta minutos e eu sugiro que você tenha esse tempo para pensar realmente a sério sobre
essa decisão.
Então ele jogou o meu telefone para mim, murmurou: — Estarei de volta — e saiu
antes que eu pudesse dizer uma palavra.
Olhei para a porta que se fechou atrás dele querendo saber como ele iria saber
como encontrar o meu senhorio.
Então, eu olhei para a porta tentando convencer-me de que isto não tinha
acontecido.
Então, quando eu percebi que de fato tinha acontecido, eu empurrei a vontade de
jogar algo na porta.
Então, eu soquei o meu telefone e liguei para Shy.
Fiz isso várias vezes.
Ele não respondeu por 45 minutos e quando o fez, sua saudação foi: — Consegui
mês a mês, querida. Diga para Lan te levar em seu caminhão. Estou fazendo bifes hoje à
noite na sua casa. Encontre-me no King Soopers na Colorado Boulevard.
Então, ele desligou na minha cara.
Yep. Desligou. Na. Minha. Cara!
Aparentemente, ele usou seus caminhos de motoqueiro fodão para encontrar o
meu senhorio e fez um braço-de-ferro conseguindo um contrato de aluguel mês a mês.
Embora, isso fosse o que eu queria, contraditoriamente, a maneira de Shy fazer isso
acontecer (especificamente a minha não participação nisso), não me fazia feliz.
Lan não falou até que eu estava bufando em seu caminhão. — Deixe-o fazer o que
ele tem que fazer.
Eu mantive a minha boca fechada e olhos na janela lateral.
— Tabby, sério, me escute. — Lan continuou. — Ele é meu irmão mais velho e
muito tempo atrás, ele lançou-se no papel de protetor e ele é bom no que faz. Ele era
assustadoramente capaz de apanhar com merda e de dá-la, desde que ele pudesse me
impedir de fazer qualquer um dos dois. Ele gosta dessa porcaria. Deixe-o fazer isso.
Eu não gostava de como isso soava, mas deixei essa parte para lá. Eu falaria com
Shy sobre isso mais tarde.
Em vez disso, eu me virei para olhar para Lan. — Ele não pode sair por aí
ameaçando e intimidando todo mundo na minha vida para me dar o que eu quero ou o
que ele quer que eu tenha.
Lan sorriu para mim e respondeu alegremente: — Claro que pode.
Eu olhei para ele.
— Aposto que o seu pai faz essa merda — Lan continuou. Meu pai fez, para mim,
Rush, Ty-Ty, qualquer um de seus irmãos e qualquer um com quem ele se importasse.
Deus.
Eu estava ferrada.
No caminho para o King Soopers, decidi deixar isso pra lá e lutar outro dia. Hoje
precisava ser um bom dia para todos e de qualquer maneira, mês a mês era bom para mim
e eu duvidava que Shy tivesse agredido o meu senhorio com uma faca, então eu decidi
que tudo está bem quando acaba sem derramamento de sangue.
Compramos mantimentos. Comemos bifes. Bebemos cerveja. Lan foi embora para
ficar na casa de Shy. Expliquei a Shy que enquanto ele estava fora aterrorizando meu
senhorio, eu liguei para o hospital e descobri que já tinha sido anunciado o meu cargo,
então se eu o queria de volta, teria de candidatar-me.
Sua resposta foi: — Eles vão escolhê-la, baby.
Então ele me escolheu, enquanto me pegou e me carregou para o quarto.
Começamos fazendo o amor que nos levou ao agora.
Eu quebrei o silêncio com um suave. — Você… na minha cama.
Fechei os olhos quando Shy apertou os braços em volta de mim e fiquei assim, mas
ele não disse nada. Então, novamente, a coisa do braço disse tudo.
— Estou contente com a volta do seu irmão — eu murmurei em sua pele, e ele me
deu outro aperto.
— Eu também.
— Foi muito legal como ele surpreendeu você — eu apontei.
— Sim — ele concordou.
Puxei uma respiração. Então eu disse: — Apenas para ficar registado, antes de sair
para brincar de motoqueiro fodão em algo que me afeta, eu preferiria que nós
conversássemos sobre essa coisa que me afeta em primeiro lugar. Havia outras maneiras
de resolver o problema de hoje. Se decidíssemos que mês a mês era o caminho a percorrer
e que eles não quisessem, eu poderia ter ficado com meu pai e Tyra ou Natalie até que a
minha vida voltasse ao normal e eu achasse um lugar que eu gostasse ou, se estivéssemos
a esse ponto nesse momento, encontraríamos um lugar que queríamos.
— Meu caminho foi mais rápido e com menos dor de cabeça, respondeu ele.
Merda, ele tinha razão.
Eu suspirei.
Seu corpo tremia, eu sabia que ele estava rindo silenciosamente, mas eu ignorei
isso.
Em seguida, ele murmurou. — Deslize de mim, Tabby, mas faça-o lentamente. Eu
gosto assim.
Isso me deu um arrepio, mas em vez de deslizar para fora, eu pensei no porquê de
ele precisar que eu saísse, que era para que ele pudesse ir ao banheiro e lidar com o
preservativo.
— Estou tomando pílula — eu disse-lhe calmamente.
Seus braços me deram outro aperto, mas este me pareceu reflexivo, então eu
levantei para olhar para ele.
Então eu puxei de outro fôlego e comecei com cuidado. — Antes, você tinha…?
Ele não me deixou terminar.
Ele rapidamente me cortou com outro aperto de seus braços, a pressão não aliviou,
antes que ele declarasse com firmeza. — Sempre.
— Então podemos…?
Mais uma vez ele me interrompeu para pedir gentilmente — Deslize, querida.
Eu segurei seus olhos um pouco, então concordei e deslizei para fora, lentamente,
observando o rosto dele enquanto eu deslizava, o que me disse, eloquentemente, que ele
gostava da sensação tanto quanto eu.
Depois de deslizar ele fora de mim, ele me rolou de costas, se inclinou para beijar
meu peito e, em seguida, a parte inferior do meu queixo, então ele me deu um sorriso sexy
e saiu da cama.
Até ele passear de volta para o meu quarto nu, eu estava de pé ao lado da cama e
tinha um par de lingeries, mas ainda tinha que chegar à camisola. Eu não tive a chance de
localizar uma antes de Shy me ter de volta na cama com ele em cima de mim, com o rosto
sério.
— Certo, vamos fazer isso rápido e esperemos que não doloroso — começou ele
ameaçadoramente. — Durante três meses, tem sido apenas Rosalie. O mês antes disso,
ninguém. Eu não menti, querida, sempre cuidadoso. Sempre. Mas, eu vou fazer o teste
para que você saiba que eu não estou dando-lhe nada, a não ser eu quando formos só você
e eu sem nada no meio. Vamos aguardar os resultados e, em seguida, vai ser só você e eu.
Você está bem com isso?
Eu estava, totalmente. Foi muito além do que eu esperava que ele fizesse sem eu
mesmo pedir e isso me fez sentir segura em mais maneiras do que saber que fazer amor
com ele seria seguro.
— Obrigado, Shy — eu sussurrei.
— De nada, Tabby — ele sussurrou de volta.
Eu sorri.
Shy me beijou.
Dez minutos depois, minha calcinha tinha desaparecido.
Duas horas mais tarde, passei por cima de Shy, saciada, exausta, relaxada como se
tivesse me livrado de tudo.
E feliz.
Ele só parou para fazer amor comigo.
Capítulo 11
Carne e Unha

Três Semanas e Meia Mais Tarde…


— Shy, oh meu Deus. Shy! — Eu gritei minhas mãos curvadas em torno da borda
do balcão da cozinha, com a sua cabeça entre minhas pernas. Suas mãos cobrindo a minha
bunda me puxaram mais fundo em sua boca voraz. Minha cabeça voou para trás, batendo
na parte alta do balcão e eu gozei realmente forte para caralho.
Ainda gozando, eu mal tinha processado a perda da sua boca entre as minhas
pernas, mas eu não perdi o seu pau batendo em mim.
Ergui a cabeça e tentei concentrar-me em seu rosto, vendo-o duro, seus olhos
queimando em mim, seu pau batendo rápido, duro, profundo.
A maioria das vezes, Shy fazia amor comigo, cuidando de forma inacreditável a
maneira de fazer isso, mesmo quando era sexo selvagem.
Agora, ele estava me fodendo.
Era fantástico.
— Você vai vir para mim de novo, Tabby — ele grunhiu, empurrando
profundamente.
— Sim — eu respirei.
Suas mãos estavam cobrindo meus quadris, me puxando para ele enquanto dirigia
dentro de mim, então ele ordenou: — Quero assistir você fazer isso, baby. Toque-se.
Sem hesitação, eu puxei para cima a camisola que eu tinha, a única coisa que eu
estava usando já que era de manhã. Shy e eu estávamos nos esbarrando em torno da
cozinha fazendo o café e eu lambi meus lábios por algum motivo. Minha língua mal tinha
passado pelos lábios quando a sua boca bateu na minha e, então eu tinha a minha bunda
em cima do balcão, minha calcinha desaparecida, a boca do meu homem entre as minhas
pernas e eu gozando.
E eu ainda estava lá. Felizmente.
Eu coloquei um dedo no meu clitóris. Meti a mão por baixo da minha camisola e
coloquei os dedos no meu mamilo.
— Tire a camisola, Tab. Quero ver o que você está fazendo a sua teta — ele rosnou.
Minha barriga endureceu, meu sexo se contraiu, ele bateu mais fundo, e eu parei o que eu
estava fazendo no meu peito, tirei minha camisola e mostrei o que estava fazendo.
— Foda-se, querida — ele gemeu, batendo no fundo e girando os quadris de uma
maneira que fez um gemido escapar da minha garganta, seus olhos nunca me deixando. —
Fodidamente quente. Maravilhosa.
— Shy — eu sussurrei, perto de novo, o primeiro foi imenso, este eu sentia que
poderia me matar e eu não me importei.
— Espera por mim — ele rosnou, indo mais rápido e mais profundo.
— Eu não posso — eu gemia, estava quase lá.
Sua voz era áspera, quando ele apertou — Espere por mim, baby.
— Eu…
De repente, suas mãos não estavam em meus quadris. Ele passou os braços em
volta de mim, levantou-me do balcão e eu voei através do ar um momento antes de meu
corpo colidir com o dele e ele me bateu com seu pênis.
Minha cabeça voou de volta e eu gritei com a onda quebrando em cima de mim,
enquanto eu sentia Shy enterrar o rosto no meu peito e gemer em minha pele.
Vidas passaram enquanto eu pairava sob a superfície, Shy ali comigo. Então,
quando nós estávamos flutuando, ele gentilmente me colocou de volta na bancada,
colocando a mão na parte de trás da minha cabeça para que amortecesse ao bater no
balcão.
Eu virei meu queixo para olhar para ele e o vi sorrindo para mim.
— Jesus, doçura, você tem que parar de vir tão rápido. Você está me matando.
Meu rosto feliz levou uma batida e eu olhei para ele.
— Uh… apenas dizendo, Shy, você é o único que me faz vir tão rápido.
— Eu gosto disso, querida, e entendo, minha boca entre as pernas na parte da
manhã, depois que você teve um total de oito horas sem eu te fazendo vir, mas logo depois
de eu ter dado a você, você chega lá novamente antes de mim? Que porra é essa?
Ele ainda estava sorrindo, o que significava que eu sabia que ele estava brincando.
Ele também estava brincando, porque estava satisfeito com ele mesmo e não se
importava comigo sabendo disso também, e isso não me agradou.
— Você estava me fodendo forte — eu o lembrei.
— Sim, e daí? — Ele continuou sorrindo para mim.
— No balcão da cozinha — eu continuei.
— E, então?
— Foi quente — eu soltei e vi seu sorriso se espalhar.
— Uh, eu percebi isso, Tab. Você veio, sua vagina se apertou em torno de mim com
tanta força, eu não tinha escolha a não ser fazer o mesmo. Essa sua boceta doce ordenhou
tudo de dentro de mim.
Isso tanto me irritou como me excitou, em igual medida. Eu cedi à parte puta da
vida e eu continuei olhando antes de inclinar minha cabeça para o lado e perguntar com
um tom doce e fingido. — Isso é um problema?
Ainda sorrindo, ele abriu a boca para falar, em seguida, seu sorriso morreu
completamente, sua cabeça se ergueu, os olhos na porta, e antes que eu soubesse o que
estava acontecendo, ele saiu de mim, me puxou para fora do balcão, me colocou de pé, me
empurrou para trás, e suas mãos foram para os jeans, a única coisa que ele tinha
felizmente colocado mais cedo para andar ao redor na cozinha comigo.
Isso foi sorte porque, geralmente, ele só usava sua cueca boxer e às vezes ele não
usava nada.
E ter Shy em seus jeans foi sorte, porque naquele momento uma chave podia ser
ouvida na fechadura.
Só podia ser uma de cinco pessoas: meu pai. Tyra. Rush. Big Petey. Ou Natalie.
E nenhuma dessas escolhas foi boa, porque nenhum deles sabia sobre Shy e eu.
Shy e eu tínhamos falado sobre isso, e nós decidimos que a melhor forma de ação
para nós era nos acostumarmos a ser um "nós" antes de soltarmos isso para alguém.
Isso foi fácil, considerando que os caras estavam habituados a Shy passar tempo
comigo, e ele começou a ficar mais em seu apartamento na agonia final de seu
relacionamento com Rosalie, então eles também estavam habituados a ele não estar no
Complexo.
De alguma forma, eles perderam o fato de que tínhamos tido um mês separados,
mas eu suspeitava que isso fosse porque os irmãos realmente não metiam o nariz nos
negócios uns dos outros, a menos que fossem convidados.
Shy anunciou no clube que ele tinha terminado com Rosalie, mas isso era tudo
quanto qualquer um de nós tinha compartilhado.
Claro, tivemos que modificar o nosso comportamento quando estávamos no
Complexo juntos. Embora às vezes, eu tinha que admitir, nós trocávamos olhares, ele iria
tocar minhas costas, eu ia correr as pontas dos meus dedos ao longo das costas de sua
mão, mas ainda assim, mantivemos a fachada.
Quanto a minha parte, quando eu compartilhei com meu pai e Tyra que não estava
indo para Cape Cod, eles aceitaram, contudo os dois pareciam felizes que eles não
estavam me perdendo. Eu suspeito que eles aceitaram, porque suspeitavam que eu ainda
estava tentando me arranjar, de certa forma, depois de perder Jason, então, naturalmente,
tomaria decisões, e em seguida, voltaria atrás querendo ou não. Eu não queria que eles
pensassem isso, visto que não era verdade, mas eu tinha que deixar assim até a hora de
dizer-lhes o que era verdade.
Com tudo isso, deve-se dizer, não houve muito esforço para nos acostumarmos a
ser parte de um nós com Shy. Nós deslizamos naturalmente nisso, provavelmente porque
estávamos acostumados um com o outro, nós crescemos juntos, as únicas mudanças foram
muito sexo, dormindo na mesma cama e mais carinho e todos esses ajustes vieram fácil.
Então, verdade seja dita, pelo menos da minha parte, e Shy não deu nenhuma
indicação que ele não concordava, eu estava acostumada a sermos um nós, cerca de dois
dias depois que aconteceu.
Mas, ainda mantínhamos em segredo e nem sequer discutíamos o próximo passo.
Para mim, isso era porque eu estava segurando a minha felicidade. Acordava feliz,
eu alegremente desmaiava em Shy após uma variedade de orgasmos e tudo que eu tinha
era felicidade no meio. Eu até tive uma entrevista para o meu antigo emprego há dois dias,
recebi o telefonema três horas após a entrevista que eu estava de volta, então era tudo
felicidade em volta.
Portanto, possivelmente injetar antagonismo e agravamento na minha vida não me
enchia de alegria, assim eu estava evitando.
Eu não me sentia culpada sobre isso, porque eu sabia que quando eu explicasse
isso a Tyra, ela entenderia. Isso porque ela sempre me entendia. E se Tyra me entendia, ela
poderia explicar isso para meu pai, bem como para Rush de uma forma que eles iriam
entender. Além disso, Big Petey me adorava, por isso, mesmo que ele ficasse com raiva a
princípio ele acabaria por entender.
Portanto, quando a porta se abriu e era Natalie, isso significava que o pior cenário
possível estava prestes a surgir.
Eu sabia isso instantaneamente quando ela entrou, sua cabeça virou para a cozinha,
seus olhos arregalaram, sua boca se abriu, vermelho tomou conta de seu rosto, e ela gritou:
— Eu vi a moto dele lá fora, então eu sabia, porra!
Não era bom.
— Nat. — Eu comecei, mas não pude continuar porque ela bateu a porta e entrou.
— O mesmo que com Jason, num minuto eu tinha a minha garota, no minuto
seguinte, ela não está disponível, mas desta vez é pior. Você está metida com o cara que
bate em todos os caras e escondendo isso de mim — ela gritou no fim. — Tabby! O que foi
que eu disse sobre ele? Como você pode ser tão estúpida?
O trovão vindo de Shy que eu senti durante a nossa conversa de quase dois meses
atrás encheu o quarto, mas Natalie, aparentemente, não sentiu isso.
Quanto a mim, Shy fez o seu teste de DST no dia seguinte de seu irmão chegar a
casa. Ele pagou um extra pela urgência, ele estava limpo, então, nesse momento,
independentemente da situação desconfortável do confronto, Natalie dizendo palavras
que eu não gostava tanto assim e que precisavam ser abordadas, o ar pesado e a fúria que
emanava do meu homem, eu estava com uma camisola, sem calcinha, e Shy deslizando
para fora de mim.
Prioridades.
Eu rodeei Shy, fiquei entre eles, feliz que também havia um balcão entre eles e
ordenei: — Não se movam, nenhum dos dois, e nem falem. Eu tenho que fazer uma coisa.
Estarei de volta em menos de um minuto e, juro por Deus, se vocês dois se lançarem um
ao outro antes de eu voltar, não vai me fazer feliz.
Natalie, sendo Natalie, deu uma olhada para mim, adivinhou a situação, e não teve
quaisquer problemas em apontá-lo.
— Merda, sério? Será que eu entrei no meio das consequências de você ser fodida
por um motoqueiro? Deixe-me adivinhar, você fez isso, — ela inclinou-se, — estilo
cachorrinho.
Seu significado era claro, e Shy realmente rosnou baixo em sua garganta e eu o
senti começar a se mover. Eu estiquei a mão e a plantei em seu peito, mantendo meu olhar
preso em Natalie.
— Eu te amo, você sabe isso. Mas, mais uma palavra, Nat, vou confiscar a minha
chave, chutar o seu traseiro para fora, e você nunca mais vai me ver novamente. Você está
entendendo? — Eu perguntei em voz baixa.
Seus olhos perfuraram os meus, sua mandíbula apertada, ela ergueu o queixo.
Eu torci o pescoço e olhei para Shy. — Querido, por favor? Por mim?
Esse músculo em sua mandíbula pulsou, seus olhos estavam fixos em Natalie, mas
ele também ergueu o queixo.
Dei um suspiro de alívio e corri para o banheiro. Limpei-me em tempo recorde,
peguei uma calcinha da minha gaveta, puxei-as, e tropecei em nossas roupas que estavam
espalhados por todo o chão no meu caminho.
Eram roupas em sua maioria de Shy, uma vez que todo o seu guarda-roupa
limitado estava espalhado por lá, considerando que seu irmão tinha estado em Denver
durante duas semanas antes de ir de volta para Fort Carson e ele ficou no lugar de Shy,
então Shy havia ficado no meu e não tinha deixado de ficar lá, mesmo depois de Lan ir
embora.
Vagamente, ocorreu-me que era hora de lavar roupas, e considerando-se que seu
guarda-roupa era severamente limitado, ir às compras.
Eu ajeitei meus pés quando acomodei minha calcinha em meus quadris e minha
camisola ainda estava caindo sobre o meu traseiro, quando derrapei até parar na sala de
estar para ver a minha melhor amiga e o meu cara parados encarando um ao outro com
um olhar assustador.
— Certo, você está de volta — afirmou Natalie, não arrancando os olhos de Shy. —
Podemos falar agora?
— Você, você tenha cuidado com a sua boca — Shy atirou de volta imediatamente.
— Você diz algo que irrita Tab ou a machuca e você responde a mim.
— Respondo a você? Quem fala assim? — Natalie respondeu rapidamente com
uma não pequena quantidade de sarcasmo.
— Eu falo e se você não, vadia, você vai encontrar o seu cu fodido ao ar.
Uh-oh.
O que ele quis dizer?
Meus olhos se estreitaram em Natalie.
Oh merda.
Seus olhos estavam brilhantes. Muito brilhantes.
Merda!
— Vai se foder — ela gritou.
Shy inclinou-se ligeiramente em sua direção, e tinha feito isso para mim quando ele
estava com raiva, então eu sabia que ele estava na zona de perigo.
— Nem pense em vir na casa de sua amiga, que, por sinal, é a minha mulher, com
um ar importante como se tivesse um pau enfiado no cu e jorrar coisas da sua boca, tão
cheia de pó, que o seu cérebro fica confuso — ele rosnou. — Abaixe a bola.
— Natalie — eu verbalmente me meti na briga e, em seguida, cuidadosamente
perguntei: — Você usou cocaína?
Seus olhos viraram-se para mim. — Nós não estamos falando de mim. Nós estamos
falando sobre você se meter com Shy Cage, porra, quando eu avisei para não fazer essa
merda.
Shy mexeu-se, meus olhos foram para ele, e eu perguntei: — Querido, por favor,
deixe-me lidar com isso.
Seu olhar virou para mim, ele me acolheu, fez uma parada, me deu um olhar infeliz
que eu peguei, mas, felizmente, virou seus olhos de volta para Natalie e manteve-se firme,
cruzando os braços sobre o peito.
Olhei para a minha amiga. — Nat, você está cheirando?
Ela me ignorou e declarou: — Você disse que não era assim com vocês dois,
quando eu sabia que era, porra, e agora ele está dizendo que você é a mulher dele, Tab, o
que significa que você não me ouviu. Você ouviu suas palavras de merda e agora acha que
você é a mulher dele, quando você é apenas como qualquer outra mulher que ele teve, e
ele teve muitas, Tabby, e você sabe disso, porra. Você é apenas sexo.
— Tab, querida, ela não ouviu — Shy deu seu aviso, mas eu não tirei meus olhos
de Natalie.
— Natalie, talvez possamos falar sobre o que aconteceu comigo e Shy, quando Shy
não estiver por perto. Vamos falar sobre algo importante, e isso é o fato de que sou uma
enfermeira e posso ver muito claramente que você está drogada.
— Que tal a gente falar sobre o fato de que há semanas atrás, eu sei que ele fodeu
uma cadela chamada Rosalie? — Ela respondeu.
Mais infelizes resmungos de Shy, mas eu novamente ignorei. — Eu sei. Agora ele
está comigo.
Ela ergueu as mãos enquanto as sobrancelhas se ergueram.
— Assim, ele descarta essa cadela e agora você é a sua mulher? — Ela olhou para
Shy. — Parabéns, campeão. Tempo recorde. Uma já foi, a outra pronta, prestes a ir. Quanto
tempo Tab vai durar?
Considerando que um rosnado mais infeliz foi saindo de Shy, eu sabia que ele
estava prestes a perder a cabeça, mas eu já tinha perdido. Eu, no entanto, o fiz de um
modo muito mais silencioso o que significava que ambos o perceberam. Eu sabia, porque o
ar da sala se acalmou e eu senti os olhos de ambos em mim.
Mas, eu só tinha olhos para Natalie.
Quando eu tive a sua atenção, eu disse apenas uma palavra:
— Não.
— Tab…
Eu balancei minha cabeça, ela processou o olhar que eu sabia que tinha no meu
rosto, e ela fechou a boca.
Eu continuei falando.
— Você me colocou no meio de você e Jason. Ele o fez também, mas ele já está
morto, então ele não pode corrigir o erro. Você está viva e você está fazendo de novo. Não
faça isso.
Vi-a flexionar a mandíbula.
Eu continuei. — Jason e você enervavam-se um ao outro. Desta vez, começando
desde que passou da porta, você está tornando impossível Shy gostar de você, muito
menos, eventualmente, ser capaz de perdoá-la pelas coisas que estão saindo da sua boca.
Você o conhece, quem ele é, o que ele é. Se você bater de frente com um irmão do Chaos
MC, você não vai sair ilesa de uma forma ou de outra. Não faça isso, também.
Eu a vi engolir e então continuei a falar.
— Ele significa algo para mim, você já sabe disso, mas o que ele significa para mim
mudou. A razão de você não saber como isso mudou é demonstrada precisamente pela
forma como você disparou hoje e se comportou.
— Certo — ela chiou.
Eu ignorei isso e continuei. — Se você se acalmar, vamos planejar um momento em
que possamos conversar como adultos sobre o que aconteceu com Shy e eu. Uma vez que
fizermos isso, cabe a você decidir se você me entende ou se você sente que eu estou
cometendo um erro.
Eu dei um momento para as minhas palavras fazerem sentido e quando Nat não
respondeu continuei em frente.
— Você também tem que ser você, então seja você e diga-me de forma racional e
sem ser um pé no saco, por que você se sente assim. Mas, eu espero que você respeite a
minha decisão, já que vou avisá-la agora que você não vai me fazer mudar de ideia. Eu
também vou esperar que você engula esse sapo e conviva com o meu homem, em vez de
me colocar no meio. Se você fizer essa merda para mim novamente, Nat, como da última
vez, você sabe que vai perder. E isso não é porque eu não te adoro. Você nunca teve um
homem — eu ganhei força quando ela estremeceu — quando você tiver, você vai entender.
Se você tem um parceiro que significa o mundo para você, me desculpe, amiga, mas ele
vai ganhar cada vez. A coisa que você tem que perceber é, que uma irmã, qualquer irmã,
ela está ao lado de sua irmã ou a apoia independente de como ela se sente sobre o homem
de sua irmã ou a merda que se põe entre sua irmã e o homem. Você tem que aprender isso,
mas aprender isso agora. Eu não estou passando por essa merda de novo.
Eu a vi respirar fundo e seus olhos deslizaram para longe.
— Nat — eu chamei baixinho, — olhe para mim.
Seus olhos deslizaram de volta para mim.
— Você tem que se recompor — eu sussurrei, seus ombros endireitaram e eu
levantei a mão. — Ouça-me.
Ela olhou para mim, seus olhos deslizaram até Shy, então eles voltaram para mim,
e ela ergueu o queixo.
Eu percebi a sua deixa, mas continuei suavemente.
— Você está em queda livre, Natalie, e você sabe disso. Você tem estado desde o
colegial. Agora, eu estou dizendo a você e eu quero que me escute, você precisa estender a
mão e agarrar-se a mão que eu estou estendendo e deixe-me ajudá-la a sair.
— Eu estou bem — ela voltou, e eu balancei minha cabeça.
— Você está completamente drogada. Isso não parece legal para mim.
— É diversão — ela cuspiu.
— Diversão? — Eu perguntei. — Completamente drogada às dez da manhã?
— Eu tenho tudo sob controle — ela respondeu.
— Puxa, Nat! — Eu joguei minhas mãos, de repente, exasperada. — Ouça a si
mesma! Todos dizem isso!
— Eu vivo a minha vida da maneira que eu quero viver minha vida e você vive sua
vida pulando de homem para homem, porque você não consegue viver sua vida sem se
agarrar a algum pau que faz você se sentir completa. Seu pai arruinou você, controlando
cada movimento seu, então agora você não pode existir sem achar um cara que faça o
mesmo.
— Tabby, eu estou perdendo a paciência — Shy advertiu em voz baixa, como eu
suspeitava que ele faria quando ela puxou o meu pai para a conversa. Algo, aliás, que eu
não gostei muito também.
— Nat, isso não é verdade e você sabe disso, mas eu estou vendo que você está
virando o foco em mim para que o foco não seja em você.
— É a minha vida, sob o meu controle — ela disparou de volta.
— Eu sou Chaos — eu a lembrei. — Nós estávamos na festa e você sabe que eu sei
que aqueles caras não eram bons caras. Eu tive que sair por uma maldita janela, eles me
sacudiram tão forte.
— Eles são divertidos para festejar — ela respondeu.
— Álcool, drogas e arsenais de armas de fogo, logo ali, à mostra para todos verem
não é uma boa combinação, e você não tem que ter um diploma universitário para saber
que é apenas a verdade — eu respondi.
— Oh. — Ela se inclinou para trás, acenando com a mão na frente dela em uma
ampla varredura. — Agora você está melhor do que eu, porque você tem faculdade?
Eu balancei a cabeça e olhei para Shy querendo encontrar um pouco de calma, para
que pudesse continuar lidando com ela. Parecia que eu estava olhando na direção errada.
Shy parecia com vontade de arrancar a cabeça dela fora.
Nenhuma ajuda lá.
Merda.
Olhei para Natalie e respirei fundo para me acalmar.
Então eu disse baixinho: — Eu estou com você, carne e unha. Já provei isso. Eu vou
continuar fazendo isso. Você é uma pessoa bonita, Natalie, você merece coisa melhor. Mas,
a pessoa que tem de acreditar nisso é você. Ninguém pode dar isso a você, especialmente
se você não deixar. Pare de fazer isso para si mesma, perceba a sua beleza, pare de tratar o
seu corpo como uma merda, andando com as pessoas que poderiam te colocar em apuros
ou pior, e encontre o seu melhor.
— Talvez eu devesse me refrescar com Chaos. Convidar-me para um ménage à
trois, como Shy aqui gosta tanto. — Ela acenou com a mão para ele, enquanto a minha
respiração ficou presa na indesejável memória de há muito tempo que as palavras dela
trouxeram de volta com força. — Talvez eu tenha sorte, agindo como uma garota-prêmio
seja notada e consiga enfeitiçar um velho para mim. Isso funciona para você, Tabby?
Eu atirei de volta alimentada pela memória dolorosa. — Qualquer um dos irmãos
do Chaos gostaria de te levar com a sua merda, Natalie, mas você não explicou que você
não é mais do que uma bunda para tocar quando eles têm um desejo ardente de boceta
vazia, então sim. Isso funciona para mim grandemente, Natalie.
Ela se inclinou para chiar. — Você é inacreditável.
Eu não chiei, eu sussurrei: — E você está em negação.
Ela olhou fixamente para mim e eu aguentei o olhar.
Finalmente, ela falou. — Você pega a sua unha com carne e vá se foder, Tab.
Estamos acabadas.
Meu coração deu uma guinada, mas minha boca suplicou: — Não faça isso
também, Natalie.
— Tarde demais, cadela, está feito — declarou ela, enviou um olhar ácido para Shy,
virou as costas e saiu para a porta. Ela parou ali, torceu a chave fora do chaveiro, mas foi
inteligente o suficiente para jogá-la no sofá e não em mim, quando Shy estava apenas a
dois passos de mim.
Em seguida, ela bateu com a porta.
Olhei para a porta por cerca de uns milésimos de um segundo, antes de Shy enrolar
o braço em mim e me puxar para perto.
Eu respirei fundo em seu peito.
— Baby, sua melhor amiga é uma puta de merda.
Fechei os olhos.
Então eu murmurei em seu peito. — Isso não correu bem.
— Não — ele concordou.
— Isso também não me estimula a contar para o papai, Tyra, e o resto.
— Não — ele mais uma vez concordou e os ombros caíram. — Embora, apesar
disso, doçura, nenhum deles é drogado e complexado, assim, pelo menos temos isso a
nosso favor.
Eu ri, mas sem uma grande quantidade de humor.
O outro braço de Shy fechou em torno de mim tão apertado que fiquei rodeada por
ele.
— Foda-se — eu sussurrei em seu peito.
— Ela ama você, Tabby. Ela só não ama a si mesma. Ela vai voltar.
Deus, eu esperava que ele estivesse certo.
Então, ele murmurou com malícia e inutilmente. — Vamos apenas esperar que
quando ela fizer essa chamada para fazer as pazes, ela não esteja em uma situação onde
está fodida de alguma forma e nós temos que salvar seu traseiro.
— Talvez você devesse parar de falar — sugeri, ainda falando em sua pele.
Shy ficou em silêncio por um momento, seus braços apertados em torno de mim,
então ele murmurou. — Eu vou fazer isso, doçura.
Eu respirei fundo e deixei para lá.
Então, eu inclinei minha cabeça para trás, viu-o inclinar o queixo para baixo e
peguei seu olhar.
— Eu preciso de café.
A mão de Shy deslizou pelas minhas costas, meu pescoço, meu cabelo. Ele inclinou
a cabeça para baixo, eu senti seus lábios no topo do meu cabelo, onde ele sussurrou: —
Então, é melhor eu ir pegar para a minha menina um pouco de café.
Eu gostei assim.
Ele beijou o meu cabelo, seu braço me deu um aperto, eu fiz o mesmo, e ele me
deixou ir.
Então, ele me pegou café.
E, é preciso dizer, eu gostei disso também.
Capítulo 12
Acompanhando o Movimento

Uma Semana e Meia Depois…


Estávamos no Flatiron Shopping quando aconteceu.
E nós estávamos em Flatiron porque era longe o suficiente, e era improvável que
nos esbarrássemos em alguém conhecido. Não que os motoqueiros fossem às compras,
mas suas garotas iam.
Estávamos saindo porque Shy tinha tido o suficiente de compras. Eu sabia disso
porque depois que eu experimentei o meu terceiro par de sapatos de salto, de arrebentar
com tudo, botas sexy – como – o – Inferno, tanto quanto ele apreciava o show, ele não
tinha muita paciência com a minha indecisão.
Ele demonstrou isso virando para o funcionário e dizendo: — O primeiro par e
este, embrulhe-os. — Então, para mim, ele disse: — Nós acabamos aqui.
Eu podia pagar somente um par, mas desde que Shy os pagou (depois de uma
breve disputa verbal no balcão), eu tenho dois. Parte de deixar isso assim, foi que eu
comprei a Shy três de seus novos jeans e dois dos seus quatro casacos, então eu pensei que
a troca funcionava. De qualquer forma, eu sabia que estava abusando da sorte apenas com
ele concordando em ir às compras, portanto, eu não ia forçá-lo ainda mais.
Então, só então, nós estávamos andando pelo shopping, Shy com o braço em volta
dos meus ombros, eu com a mão no bolso de trás de sua calça jeans.
As coisas ainda estavam ótimas, mesmo após o desastre com Natalie. Ela não tinha
chamado e ela não atendeu nenhuma das minhas ligações ou retornou alguma das minhas
mensagens, mas quando eu expressei minha preocupação a Shy, ele apenas disse: —
Continuo dizendo doçura, ela vai voltar para você. Basta dar tempo para isso passar.
Eu segui o conselho dele, apesar de ser difícil, e decidi me concentrar em aproveitar
a fase feliz que nós estávamos.
Dito isto, Shy estava ficando impaciente com a gente mantendo nossa relação em
segredo. Ele informou-me disso, dois dias antes.
— No Complexo tenho que fingir com você. Mordo minha língua quando eu quero
dizer algo que nos expõe. A vida é curta demais para fingir todo esse tempo, querida. Nós
dois sabemos essa merda. Estamos seguros. Temos que contar.
Ele estava certo. Conforme o tempo passava, estava começando a parecer menos
um esforço para testar as águas, que eram totalmente seguras e mais uma mentira. No
entanto, considerando a reação de Natalie, eu não estava totalmente entusiasmada em
passar para a próxima etapa de compartilhamento da notícia e o que isso podia trazer.
Então, eu implorei por mais uma semana, apenas uma, então eu disse a ele que eu ia
começar o processo, dizendo a Tyra.
Ele cedeu, mas ele não fingiu gostar.
Nesse tempo, eu ensaiei o que ia dizer a Tyra e isso era o que eu estava fazendo,
minha mente repassando meu discurso, quando ela saiu de uma loja e nós demos de
encontro com ela.
Literalmente esbarramos nela.
Rosalie.
Shy ficou tenso muito mais do que esbarrar em alguém faria você parecer tenso.
Ela tinha os olhos voltados para o outro lado, então ela se virou para nós,
começando: — Oh, desculpe — então ela viu quem éramos e mostrou-se tensa também.
Merda.
No instante em que seus olhos bateram em Shy, seu rosto empalideceu e meu
coração se apertou, vendo sua expressão.
Ela estava na dele, muito.
Ainda.
Shy terminar com ela a tinha marcado. Mesmo mais de um mês depois, a dor
estava perto da superfície, lá para qualquer um ver. Ela nem sequer conseguiu esconder.
Oh Deus.
Seus olhos se moveram sobre seu rosto, cabelo, ombros, os colares machões que ele
usava, e ela também não tentou esconder a saudade que infundiu o seu olhar durante esta
jornada.
Fiquei seletiva sobre ouvir música country e um dos artistas que eu gostava era
Jana Kramer. Eu nunca tinha sido rejeitada, mas ela parecia exatamente com o que as
letras de Jana de "Por que você quer?" dizia.
Terrível.
Shy se recuperou primeiro e murmurou. — Rosalie.
Ela começou, e seus olhos corriam entre eu e Shy.
— Shy, uh… oi. Uau. Você está, hum… fazendo compras.
Ela olhou para mim e, sem saber como lidar com isso, eu decidi tentar fazer um
sorriso gentil. Eu não tinha certeza se eu conseguia fazer isso antes dela falar.
— E você deve ser Tabby — afirmou, levantando a mão para mim. — Shy e eu
somos, uh… velhos amigos.
Isso a estava matando, mas eu tinha que admitir, ela estava conseguindo.
— Sim — eu puxei minha mão do bolso de Shy e tomei a dela.
— Oi.
Totalmente fraco, mas o que mais podia dizer?
— Oi, — ela sussurrou, então olhou para Shy. — Você, uh… parece bem.
— Você está parecendo muito bem, Rosie — Shy respondeu gentilmente.
Erro!
Eu sabia, e eu tinha certeza de que se a cantora country Jana Kramer estivesse lá,
ela iria confirmar que essa foi a coisa errada a dizer. Esse tipo de coisa faria uma menina
pôr-se a pensar que se o seu ex achava que ela parecia bem, por que ele terminou com ela,
em primeiro lugar.
Eu percebi que estava certa quando ela baixou o queixo para esconder a tremura,
colocou o cabelo atrás da orelha e murmurou: — Uh… tenho que estar num lugar. — Ela
passou o seu olhar entre Shy e eu, ainda balbuciando algo e também, eu estava
desconfiada, ainda mentindo, — bom te ver Shy, e conhecê-la, Tabby.
Então, ela foi embora.
Shy não se mexeu. Ele também não a viu sair. Ele apenas ficou lá por algum tempo,
olhando para o espaço vazio, e eu dei-lhe esse tempo.
Então, ele nos pôs a mexer novamente, murmurando baixinho: — Não queria vir
desta vez. Sem a porra de compras novamente. Nunca mais.
Eu decidi que a resposta mais sensata para o comentário era não responder.
Apenas enfiei a mão no seu bolso de trás de novo e caminhei tão perto dele quanto eu
podia.
Estávamos no meu carro na estrada quando, de trás do volante, Shy quebrou o
longo silêncio: — Preciso de uma bebida, porra.
— Tudo bem, querido — eu respondi. Eu podia ver que o encontro com Rosalie
magoou-o profundamente. Eu tinha que admitir, ver isso não era nada confortável.
Dirigimos um bom tempo e acabamos em uma casa de espetáculos entre Boulder e
Denver, que ainda conseguia nessa área povoada, estar em um lugar remoto. Eu nunca
tinha estado lá antes. E como só eram quatro da tarde, quando empurrei a porta, notei que
o espetáculo Honk and Tonk ainda não tinha começado. O jukebox tocava baixo, e havia
outras três pessoas no bar, dois deles barman.
Shy me guiou pela mão para o bar, e então, ao seu modo, ele firmemente me guiou
pelas costas para um banquinho.
O barman veio e Shy falou imediatamente. — Dois Coors, uma dose de tequila. —
O barman concordou e mexeu-se para efetuar o pedido, e Shy olhou para mim. — Eu fico
bêbado, você dirige.
Uh-oh.
Eu não tenho um bom pressentimento sobre isso.
Ele dispensou Rosalie por mim e, no início, ele não pareceu ter qualquer problema
com isso. Nem um pouco. Mas, eu acabei de ver de perto que ela era linda e ela parecia
aflita. Obviamente, o que eles tinham era profundo para ela, e Shy precisar beber agora me
dizia que, talvez, ele tivesse negado que o que ele sentia por ela era profundo demais.
E, se fosse esse o caso, eu não sabia como eu me sentia sobre isso, exceto que não
era bom.
As cervejas chegaram, a dose chegou, Shy bebeu em um gole e disse ao barman. —
Outra dose.
Ele tomou a outra, e seguiu-a com a cerveja. Então ele olhou para sua caneca.
Sentei-me ao lado dele preocupada. Isso continuou por algum tempo, e eu estava
prestes a interferir quando ele falou.
— Mamãe deixou o papai.
Ok, pode-se dizer que não era o que eu esperava ouvir.
— Perdão, querido? — Eu perguntei em voz baixa, e ele virou apenas a cabeça, seu
corpo ficou debruçado sobre o bar e ele me prendeu com aqueles olhos verdes.
— Eu tinha dez anos. Lan tinha oito anos. Chegamos em casa da escola, ela tinha as
malas prontas para nós, e disse que ela, Lan e eu íamos ficar com Vovó por um tempo. Lan
perguntou se meu pai estava indo também, e eu nunca vou esquecer a porra do seu rosto
quando ela disse: — Não, querido, você vai ver o seu pai no fim de semana, a mamãe
precisa de um pouco de tempo com apenas Vovó e seus meninos. Ok? — Shy balançou a
cabeça e terminou em um murmúrio. — Foda-se.
Ele voltou para sua cerveja e tomou um gole. Eu levantei a minha e dei um gole.
Quando eu coloquei-a de volta no bar, eu perguntei com cuidado. — Eu estou
contente que você está compartilhando, mas desculpe, querido, eu não entendo por que
você está partilhando particularmente isso, Shy.
— Lan e eu não tínhamos ideia — continuou ele, olhando para sua cerveja, e eu
sabia que ele tinha que contar a sua história sem interrupção. — Veio de repente. Eles
eram o tipo de pais que escondiam qualquer merda. Eles não gritavam um com o outro na
frente de nós. Eles nem sequer gritavam um com o outro em seu quarto quando estávamos
na cama, ou, pelo menos, se o fizessem, nós não ouvíamos. Ele era meu pai, porra, eu era
criança e eu sabia que ele gostava dela. Sempre beijando ela, sua boca, rosto, pescoço,
ombro. Tocando sua bunda, cintura. Eles caminhavam, ele com a mão em suas costas ou o
braço em volta dela ou ele segurando a mão dela. Ela caminhava pela sala de estar e ele
agarrava-a e punha-a em seu colo. Eles riam muito. Trocavam muitos olhares. Nós íamos
para a cama, eles não ficavam acampados em frente à TV, mas sentados no bar na cozinha.
Sentados perto, conversando. Nada pesado, o ar não era assim em torno deles. Nunca, que
eu me lembre. Eles só começavam a falar um com o outro. Era fodidamente legal. Eu
amava essa merda. Fazia a gente se sentir seguro. Então, eu não tinha ideia de por que ela
precisava de tempo do pai.
— Obviamente, ela voltou — eu perguntei quando ele parou para tomar outro
gole.
Ele parou curvando sobre o balcão, endireitou-se e virou-se para mim.
— Yeah. Ela voltou — ele confirmou.
— Então, isso é bom — eu apontei estupidamente.
— Eu ouvia-a falando com Vovó.
Uh-oh novamente.
— Sim? — Eu perguntei.
— Até hoje, eu pensei que era estupidez de merda. Ele não estava pisando nela,
apostando, bebendo, botando a mão nela, escondendo dinheiro dela. E, desde que eles
morreram, eu sempre tive esse poço, este poço de veneno em mim, porque nós estivemos
na Vovó por três semanas. Ela perdeu três semanas com meu pai, apenas dois anos antes
de ambos baterem a bota, e foda-se, a razão era tão malditamente idiota.
— Tudo bem — eu disse quando ele parou de novo.
— O que era, eu percebi agora, era coisas de mulher. Era estúpido para mim, mas
não era para ela. Isso a afastou dele. Isso significava algo para ela. O suficiente para
colocar tudo de bom que eles tinham em perigo. Então, na verdade não era estúpido. Era
grave como a merda.
Enrolei minha mão em torno de sua coxa e dei-lhe um aperto, adivinhando. — E
você foi lembrado disso, quando viu Rosalie e era tão óbvio que ela, uh… não estava bem
sobre o que aconteceu com vocês dois, e você pensou que você julgou mal a situação?
— Sim — ele rosnou. — Ela parecia exatamente como parecia um mês atrás,
quando eu terminei tudo. Sem cura. Nada. A mesma dor. A mesma ferida. Ela não seguiu
em frente a tudo isso, sim, Tab, eu julguei mal a situação.
— Isso é péssimo, querido, mas não há nada que você possa fazer sobre isso agora.
Ela vai seguir em frente. Pode levar mais tempo do que você imaginou.
— Sim — ele murmurou, virou-se para sua cerveja, sorvendo tudo, em seguida
chamou a atenção do barman e ergueu o queixo para pedir outra. Ele olhou para mim. —
Então, quando você perceber, e você vai perceber porque eu sei que você ainda não o fez, e
eu estou a ponto de mostrar a você, assim você vai perceber, depois que essa merda
aconteceu com a minha mãe, depois de ver Rosalie, eu tenho um mau pressentimento de
que a dor vai bater em você e levá-la para longe de mim.
Como chegamos aqui?
Não, risque isso, do que raios ele estava falando?
— Shy, eu não…
— Você culpou a bunda dele e eu deveria ter explicado isso. Eu não expliquei.
Estou explicando agora.
Eu inclinei minha cabeça para o lado, confusa.
— Quem culpou quem sobre o quê?
— Aquele cara — afirmou.
— Aquele cara? Que cara?
— Seu cara morto.
Algo me atingiu, em seguida, e isso me atingiu como uma marreta.
Ele nunca chamou Jason pelo seu nome. Ele nunca disse nada sobre ele, nunca
difamou, foi totalmente legal quando eu falei com ele e quando ele me guiou na minha dor
ou pensamentos sobre o passado.
Mas nunca, nem uma vez, disse o nome de Jason.
Eu senti um nó no estômago.
— Shy, eu não estou entendendo onde você está querendo me levar, — eu disse
calmamente.
— Você disse que estava de volta a você, que eu te levei lá, que você não era você
com ele ou antes. Que você não foi você por um longo tempo. E você me deu o crédito por
ajudar a trazê-la de volta a você, sem ligar para o fato de que eu era a pessoa que tirou
você de você em primeiro lugar.
Eu pisquei e perguntei: — O quê?
— Essa merda, Tab, que aconteceu com a gente há quatro anos, quando eu agi
como um idiota, fiz e disse coisas estúpidas como a merda que fizeram você ir para longe
de mim? Você mudou depois disso. Eu fiz isso para você e eu não quero que essas merdas
voltem a surgir, você descobriria isso e…
Então percebi.
— Eu não vou deixar você, Shy — eu o interrompi para dizer firmemente, dando
em sua coxa um aperto firme.
— Merda apodrecendo, Tab, e…
— Cale a boca — eu pedi e sua cabeça deu uma leve sacudidela.
Eu ignorei isso e continuei.
— Shy, eu tinha dezenove anos. Eu não tinha ideia de quem eu era. Eu, ainda, não
descobri tudo de mim. Você não vê, mas entre esse tempo e quando você voltou na minha
vida, passei por toda uma carga de fases. Musica. Amigos. Lugares em que eu
frequentava. Roupas que eu usava. Eu não sei por que fiz isso. — Eu sorri para ele. — Eu
sei que foi divertido. — Não me venha com merdas, — ele respondeu. — Aquela merda
começou quando eu caí em cima de você sem justificativa.
Senti meu sorriso me deixar e eu me inclinei em um esforço para amortecer o golpe
quando admiti: — Sim.
Eu assisti uma sombra passar sobre seu rosto, então continuei rapidamente.
— Mas, Shy, querido, isso teria acontecido de qualquer maneira. Talvez de forma
diferente, mas qualquer um nessa idade vai a uma jornada para descobrir quem eles são.
Você fez e isso o levou para o Chaos. Eu fiz e, de uma forma indireta, ele me trouxe de
volta para casa e para você.
A sombra levantou, mas apenas um pouco antes de dizer baixinho: — Em primeiro
lugar, eu tenho que viver com o fato de que isso levou você para longe de mim e a levou
para aquele cara. Sim, querida, isto trouxe você de volta para mim, mas eu quase perdi
você e, nesse meio tempo, você teve que sofrer, perder tudo. Em segundo lugar, e é isso
que está na minha mente agora, eu não quero que você esteja indo para lá novamente por
qualquer motivo e deixar o que eu fiz ficar sob a sua pele.
Eu balancei a cabeça e inclinei-me tão perto que meus seios roçaram o braço e eu
levantei a mão para descansar em seu peito. — Shy, isso está feito. Tudo isso. Jason foi
embora e isso não é culpa de ninguém. É só o que a vida tinha reservado para mim. E nós
já ultrapassamos a história ruim que tivemos. Isso não vai voltar.
— As coisas que fizeram minha mãe deixar meu pai, eram sobre coisas que ele fez
com ela na faculdade. Mais de uma década de porra antes dela o deixar por isso.
Lá estava.
— Eu não sou sua mãe, querido — eu disse a ele com cuidado.
— Merda apodrece — repetiu ele.
— Eles morreram — eu anunciei e essa dor que ele pensou que escondeu atrás de
sorrisos ou conversas casuais, disparou através de seus olhos. Ainda assim, eu forcei. —
Eles não o deixaram, Shy. Eles morreram. Eu prometi que não iria deixá-lo e,
honestamente, o braço de ferro que você teve com meu senhorio contra a minha vontade e
me carregar com você onde você quer que eu esteja, se havia razões para eu ficar puta da
vida, para nós batermos de frente, em algum lugar ao longo do caminho, no mês passado,
com nossas personalidades, elas deveriam ter aparecido. Mas, eu entendo que isso é você.
Você recebe tudo o que sou eu, e nós dois sabemos o que temos. Também sei como é não
tê-lo, por isso não deixe que essa merda fique no meio.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Você não gosta quando eu carrego a sua bunda
por aí?
— No começo, isso me assustou. — Eu sorri novamente. — Agora, eu acho que é
meio quente.
Ele me estudou por um momento diante de seus olhos apagados e seus lábios
tremeram.
Eu deixei o meu sorriso desvanecer e apertei a minha mão em seu peito.
— Eu não vou deixar você, Shy. Você não vai me perder, porque para fazer isso eu
perderia você, e isso não vai acontecer.
Ele segurou meus olhos por dois segundos, eu os vi ficarem calorosos e, em
seguida, decidido, ele sussurrou. — Você é uma coisa de louco, Tabby.
— Eu sei — disse alegremente com outro sorriso. — Meu homem me diz isso o
tempo todo.
Seus olhos caíram para a minha boca e os lábios ordenaram. — Beije-me, baby.
Lá estava ele. Tudo estava bem.
Inclinei-me e fiz o que ele me disse.
Ele tinha gosto de cerveja com um toque de tequila.
Tudo Shy.
Tudo meu.
Tudo incrível.

Ficamos no bar para mais cervejas, jantar e dez jogos de bilhar. Ganhei quatro, Shy
ganhou seis. No entanto, a aposta que tinha travado desta vez foi muito mais interessante
e me incluía chupá-lo regularmente.
Desde que eu fiz isso regularmente e já gostei, isso não foi uma dificuldade, e eu
não iria admitir isso para ele, mas eu perdi o último jogo propositadamente.
Eu estava pensando em dar-lhe o seu prêmio quando ele nos deixou em meu
apartamento, meus pensamentos tão agradavelmente ocupados que eu não percebi que a
luz da cozinha estava acesa. Eu, também, não percebi Shy parar de repente até que eu
esbarrei nele.
— Shy, querido, o que? — Eu comecei, dando um passo para o lado e seguindo o
seu olhar para a cozinha.
O que eu vi me fez parar como uma estátua.
Kane Allen, meu pai, estava sentado em um banquinho do bar.
Eu era a sua filha, mas meu pai era quente de uma forma que até eu sabia que ele
era realmente quente. Cabelo escuro salteado com um pouco de prata. Um cavanhaque
estilo motoqueiro fodão, que era muito comprido no queixo e que também tinha alguma
luz nele. Ele me deu os meus olhos, azul safira, dele, eu sabia, podiam ser quentes ou
perfuradores. Ele tinha um grande corpo que seus genes bons mantinham em forma, já
que ele com certeza não malhava e bebia e comia o que queria. Ele também tinha linhas
que saiam de seus olhos que eu amava, porque elas se aprofundavam quando ele ria.
Ele não estava rindo agora.
Ele tinha seus calcanhares no degrau mais alto do banco do bar, suas pernas bem
abertas, cotovelos nas suas coxas, uma garrafa de cerveja segurada firmemente em ambas
as mãos e os olhos em nós.
Ele sabia. Eu sabia que ele sabia pela sensação na sala e do olhar em seu rosto.
Ele sabia.
Oh Deus.
— Pai. — Eu comecei, dando dois passos em direção a ele.
— Pete me disse. — Ele me cortou, e seu tom de voz me fez parar quieta. — Minha
filha não me disse. Pete veio aqui ontem de manhã para uma visita, viu Shy sair. Viu vocês
dois se sugando na moto do Shy. Pete deixou passar uma noite, imaginando se ele devia
me dizer. Então, ele me disse.
Respirei e abri minha boca para dizer alguma coisa, mas meu pai chegou lá antes
de mim.
— Mentiu para mim. Mentiu para Tyra. Para seu irmão. Para meus irmãos. — Seus
olhos se moveram para perfurar Shy. — Seus irmãos.
Meu sangue gelou e eu comecei. — Nós simplesmente…
— Mentiram — meu pai cortou, colocando a garrafa de cerveja ao lado das três que
já estavam em cima do balcão, indicando que ele tinha estado lá por um tempo e, em
seguida, ele se endireitou do banco, os olhos voltando para Shy.
— Ela é minha filha cara, porra.
— Eu estou ciente disso, irmão — Shy disse em um ruído surdo.
— Eu entendo isso, então o que eu não entendo é o que… porra é essa? — Papai
respondeu, com a voz baixa e muito assustadora.
Isso não era bom.
— Pai, por favor, deixe-me explicar por que…
Suas sobrancelhas subiram e seus olhos cortaram para mim. — Você mentiu. Eu
disse que, Tab, muito tempo atrás, se você fizesse essa merda de novo, você não iria gostar
das consequências. — Ele olhou para o chão. — Agora você tem as consequências. — Ele
começou a andar e seu olhar mudou-se para Shy. — Você também.
Ele parou perto de Shy, quase nariz com nariz, e continuou falando.
— Minha filha, meu irmão. Não é legal. Você sabe disso. É por isso que você
escondeu. Não pense por um segundo que esta merda vai passar. Irmão, eu estou
completamente na sua cola. Se você fode qualquer coisa, por menor que seja, eu vou
passar por toda essa merda para pôr… você… para fora.
Eu respirei tão forte que queimou, o corpo de Shy estremeceu e vi meu pai passar
por nós, direto para a porta.
Shy virou-se para ele.
Então ele abriu a boca e abalou minha mente.
— Tack, irmão, eu estou apaixonado por ela.
Meu pai já tinha a porta aberta, a maior parte do corpo para fora dela, mas ele
virou-se e apontou seus olhos em Shy.
Ele não escondeu seu desgosto.
— Irmão, você não sabe o que é o amor.
E com isso, ele se foi.
Olhei para a porta, muita coisa acontecendo para processar tudo.
Então, tudo deslizou no lugar, a única coisa que aconteceu foi que a prioridade me
atingiu como uma bala, e eu me virei para o rígido Shy, que também estava olhando para
a porta, o músculo saltando em sua mandíbula.
— Você me ama? — Eu sussurrei.
Ele virou-se lentamente para mim e o músculo em sua mandíbula continuou
contraindo até que seus olhos se prenderam nos meus.
— Você perdeu aquele cara, e então você encontrou a força para seguir em frente.
Saiba disso, Tabby, eu perdendo você, passariam sessenta anos para resolver os meus
sentimentos. Eu sei isso no meu pau. Eu sei isso dentro de mim. Eu sei isso no meu
coração. Eu sei isso no fundo de minha maldita alma.
Oh, meu Deus.
Oh, meu Deus!
Lágrimas encheram os meus olhos e eu fiquei congelada, olhando para a beleza do
magro, alto, motoqueiro fodão bonitão.
— Seu pai só atirou para baixo e eu só lhe expliquei. — Shy afirmou quando eu não
disse nada. — Agora é o momento de compartilhar, Tabby.
— Eu te amo — eu sussurrei.
— Bom, mas não diga essa merda para mim a um metro de distância. Vem aqui,
porra.
Eu me lancei em um pé, dei um passo e voei pelo ar.
Shy, assim como ele estava fazendo há algum tempo, me pegou.
Eu envolvi minhas pernas em volta dele e olhei para baixo em seus belos olhos
verde.
— Eu te amo — sussurrei de novo.
— Bom — ele sussurrou de volta, com a mão deslizando para cima do meu
pescoço, no meu cabelo. Ele puxou meu rosto para ele e me beijou.
E ele continuou a fazê-lo até que ele me deitou na cama.
Ele só parou para fazer amor comigo.
Capítulo 13
Não Mais Um Lar

Três Dias Depois…


Eu dirigi para o pátio da Ride, verificando o espaço. Eu vi a moto de Shy, a do Pai,
o triciclo de Big Petey e o Mustang de Tyra.
— Excelente — eu murmurei sob a minha respiração, irritadamente. — A gangue
está toda aqui.
Basta dizer, eu estava de mau humor.
Esse humor tinha parte a ver com o fato de que acabei de sair do trabalho e, na
minha ausência, Dr. Cabeça de Pau não tinha tido tempo para refletir sobre o erro de seus
modos (não é uma surpresa). Eu não era mais o único alvo, mas ele estava pior do que
antes, então ainda sentia o mesmo. O problema era que, agora que eu estava de volta, eu
senti que tinha que provar que eu era estável, que podiam contar comigo, e parte de estar
fazendo isso era não ficar reclamando direto sobre o médico babaca depois que eu causei
aborrecimentos e despesas em um processo de contratação desnecessário.
Esse humor também tinha a ver com o fato de que Natalie ainda não tinha ligado,
mesmo que eu tivesse ligado todos os dias desde que ela foi embora.
E por último, esse humor tinha a ver com o fato de que nem o Pai nem Tyra tinham
retornado minhas ligações, eu os chamei várias vezes, e isso me irritou.
Embora Tyra e papai não estavam atendendo, Rush me ligou, humilhou minha
bunda por dez minutos inteiros sem me deixar dizer uma palavra, dizendo alguma merda
sobre Shy, e eu estava tentando bloquear, então, eu talvez seria capaz de perdoá-lo algum
dia no futuro distante, então ele desligou.
Desligou!
Na minha cara!
Eu tinha chamado Big Petey e perguntei por que no inferno ele falou com meu pai
antes que ele falasse comigo.
— Docinho, esse tipo de merda, eu conheço seu pai, ele ia querer saber — ele
explicou-me.
— Pete, esse tipo de merda, você acha que, talvez, haja uma razão para que ele não
saiba e só quem pode explicar o motivo seria Shy ou eu?
— Eu pesei minhas ações, Tabby, e no final fiz a coisa certa. — Pete respondeu e eu
sabia que ele não estava ligando para o meu tom, pois, embora ele fosse um cara legal, eu
o adorava e ele me adorava, ele tinha um rabo teimoso. Sem mencionar que ele era um
motoqueiro, não um jovem. Ele não estava acostumado a mulheres dando-lhe porcaria,
razão pela qual ele tinha se divorciado (três vezes).
— Bem, você poderia estar errado, — disse-lhe antes de desligar na cara dele.
Isso foi ontem, dois dias de mensagens que não foram retornadas de pai e Tyra, o
discurso de Rush, e Natalie continuando o rancor. E, isto ainda não inclui o fato de Shy
tentar encobrir que as coisas não estavam tão boas para ele no Chaos. Não que ele tivesse
colocado para fora e me contado, mas eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto e seu
humor.
Os irmãos estavam tão satisfeitos quanto meu pai, após a notícia se espalhando do
que houve entre Shy e eu, e quando aqueles homens ficam irritados com alguma coisa, eles
não vão falar pelos cotovelos com seus psicólogos sobre isso. O inferno se soltava.
Então, pelo tempo que tive com Pete no telefone, eu estava cheia com isso.
Agora, eu estava completamente cheia disso.
Sim, ok, Shy, era um irmão, eu era a filha do Presidente, isto teve efeitos em cascata
sobre a família.
Mas, para usar a mesma frase do Shy, eu tinha vinte e três anos, e eu realmente não
precisava relatar ao meu pai, madrasta e o resto da família motoqueira quem eu estava
fodendo.
Fala sério!
Então, eu estava ansiosa para ir quando, ainda usando meu uniforme de hospital,
eu subi os degraus para o escritório e invadi direto para dentro.
Felizmente, eu vi que meus irmãos Rider e Cutter não estavam lá, como eles
sempre estavam, pendurados na mãe deles enquanto ela trabalhava.
Esta foi a única coisa boa.
A coisa ruim foi Tyra, virando-se para a porta com um sorriso então, vendo que era
eu. O rosto dela ficou em branco, sua boca definiu, levantou uma mão e anunciou. —
Tabby, esperei que você entendesse a mensagem quando não atendi suas ligações. Preciso
de mais alguns dias para processar o que fez antes de falar com você.
Ela não pode estar falando sério.
Ela estava falando comigo, como se eu tivesse dezesseis anos.
Uh-uh.
De jeito nenhum.
Eu a encarei em sua pequena blusa bonita e eu sabia que ela tinha uma saia
elegante, inteligente, mas apertada e salto alto atrás da mesa que a escondia. Mesmo
depois de anos como gerente de escritório do Ride, uma oficina conduzida por
motoqueiros, ela não desistiu da sua aparência profissional de gatinha sexy. Sabia que
meu pai (e todos os outros caras) totalmente aprovava isso. Eu também sabia, encarando-a
justo então, que era um visual que eu já tinha adotado uma vez. Outra fase, a fase em que
eu estava com Jason. Uma fase que foi Tyra, não eu.
Entrei totalmente, fechando a porta atrás de mim, parei a alguns metros da sua
mesa e repeti. — Você precisa de mais alguns dias para processar o que eu fiz?
Os olhos dela estreitaram-se em mim e sabia que ela estava chateada, mas também
sabia que eu estava mais chateada.
— Você me ouviu — respondeu ela.
— Oh, yeah, eu ouvi. Eu apenas não entendo você. O que, exatamente, eu fiz?
Sua cabeça balançou com raiva antes que seus olhos ficassem maiores e ela disse:
— Você mentiu para seu pai e para mim.
— Quando eu fiz isso? — Perguntei. Eu vi seu nariz apertar, isso era bonito mas
também era uma indicação de raiva.
— Não banque a esperta – você sabe que mentir por omissão é a mesma coisa que
mentir.
— Ok, agora que você está falando comigo, me diga, quando podemos voltar no
tempo, porque tanto quanto sei, tenho 23 anos, tenho um diploma universitário, um
emprego, um apartamento, um noivo morto e um homem na minha cama. Então, eu meio
que quero saber por que você está falando comigo como se eu tivesse 16.
A voz dela ficou firme quando ela avisou. — Tome cuidado, Tabby.
— Foda-se o cuidado, Tyra.
Ela piscou. Nunca tinha falado com ela assim. Inferno, eu não sabia se já tinha
falado com qualquer um assim. Na verdade, nunca pensei que eu faria, não para Tyra,
éramos tão unidas.
Mas, neste caso, há dias pensando nisso (Ok, trabalhando nisso), eu sabia que ela
estava errada e eu tinha razão.
Eu não respondi para sua surpresa.
Eu continuei.
— Como você ousa? — Eu perguntei.
— Perdão? — Ela perguntou de volta, mas firme.
— Como você ousa pensar que merece saber com quem estou dormindo quando eu
quero manter isso entre nós, entre mim e ele, ser feliz por pouco tempo, apenas me
acostumar com ele, a relação que estamos construindo, a vida que vamos compartilhar?
Como ousa pensar que não é minha escolha a fazer, mas é sua ou do papai ou de alguém?
Como você ousa não atender minhas ligações como se estivesse me colocando no canto
sujo quando papai está chateado, furioso, e algo tão importante está na linha? E, como
você ousa sentar lá e agir como se eu devesse pedaços de mim que não são seus para
possuir, a menos que eu considere algo que eu gostaria de compartilhar, como quem está
na minha cama?
Ela me encarou, lábios separados.
Eu estava tão irritada que me recusei a registar sua dor.
Continuei falando.
— Quer saber por que não compartilhamos? — Eu me inclinei em sua direção e
joguei para fora um braço na direção do Complexo. — É por isso. Ambos sabíamos que
isso aconteceria, Tyra, e nós estávamos tão fodidamente felizes, nós queríamos um pedaço
disso antes que nós tivéssemos de enfrentar seu julgamento.
— Tabby — ela começou, em pé de sua cadeira e eu estava certa – saia apertada,
inteligente, gatinha sexy. — Shy é…
Minha mão subiu. — Pare aí — Eu estourei. — Eu vou avisá-la agora para não
dizer nada, que você vá se arrepender. Rush já jorrou essa merda em mim, e o rancor que
ele receberá de mim, está programado para durar anos. Você não tem uma pista de quem é
Shy. Você sabe quem sabe? — Eu puxei meu polegar em direção a meu peito. — Eu!
— Você sofreu uma grave perda — ela lembrou-me calmamente.
— Sim, Tyra, há um ano. Tive uma grave perda há um ano. Agora eu me encontrei.
Ela balançou a cabeça. — Eu não acho…
Eu a cortei novamente. — Você não tem que achar. Pai não tem que achar. Big
Petey. Dog. Brick. Boz. Natalie. Todos vocês, todos… — Levantei uma mão e circulei no ar
antes de deixei cair — … não tem que achar. Eu vivo a minha vida, não importa o quanto
você ou meu pai ou qualquer um me ame, ou o quanto eu amo todos vocês, você não pode
viver a minha vida por mim, dizer como vivê-la ou me julgar pelas decisões que eu faço.
Eu sei o que eu tenho com Shy. Shy sabe o que ele tem comigo. Se eu achasse que não
poderia enfrentar isso, bem aqui, com você, explicando por que me apaixonei pelo homem
que eu amo, eu poderia ter compartilhado com você enquanto estava me apaixonando
pelo homem que eu amo. E, francamente, Tyra, você é minha madrasta, mas também é
minha amiga, eu pensei que um amigo de verdade que me entende, e não só senti falta de
compartilhar com você, isso dói, quando na época que fui obrigada a compartilhar você
não me deixou.
Ela recuou.
— Mas, eu vou te dar uma noticia boa. Ele é bom para mim. Quando eu digo que
ele é bom para mim, Tyra, quero dizer que ele é bom para mim. Ele é bom por mim. Ele
não se importa se eu estrago o jantar. Ele não se importa que falo demais. Ele acha que eu
sou foda, e sabe por que eu sei disso? — Inclinei para ela e não esperei por uma resposta. —
Porque ele me diz. Toda a porra do tempo. Eu sou preciosa para ele e eu sei porque ele me
mostra e ele me diz. É lindo. É real. É certo. E, se você voltar lá trás, eu sabia de tudo isso e
compartilhei com você quando isso começou a acontecer. Era muito cedo então, isso é
verdade, eu não estava pronta. Mas, isso não quer dizer que não aconteceu.
Ela começou a rodear a mesa, os olhos em mim, falando com cuidado. — Querida,
você pode ficar confusa e acho…
Oh Deus.
A sério?
— Não — eu sussurrei. — Não diga outra palavra.
Ela parou de mover e falar.
Eu não.
Caminhei para porta e virei-me para ela.
— Você sabe, não estou chateada porque você se preocupa comigo e age assim,
mesmo que esteja julgando. Eu sei que você está no meio. Você me ama, mas você é
mulher do meu pai e a sua lealdade é com ele, você tem que apoiá-lo no que ele está
sentindo e ficar ao seu lado quando ele faz o que ele sente que tem que fazer. Dito isto,
você deve saber a razão pela qual estou chateada é porque você e o papai e mesmo os
rapazes, vocês não deram a ele uma chance. — Seu rosto empalideceu, sabia que meu
ponto estava feito, mas ainda quis ganhar o jogo. — Você não deu a ele uma chance.
Eu vi o rosto dela suavizar quando entendeu, em seguida, fui para matar.
— Você sabe que você é a primeira e única do papai, Tyra, e se você não sabe isso,
visto que ele tinha filhos antes de te conhecer, eu lamento lhe dizer, mas mesmo que você
seja a primeira e única dele agora, você não foi sua primeira e única.
Sua cabeça sacudiu, ela retraiu, e eu finalmente vi.
Compreensão.
— Você me entende — eu disse suavemente. — Eu entendo que não sou a primeira
e única do Shy mas eu ainda… porra… sou.
Puxei para abrir a porta, caminhando por ela e me virei.
— Vou deixar você com isso, já que todos estão a par dos negócios de Shy. Quantas
mulheres ele tem fodido desde que ele entrou na minha vida? Você pode achar difícil e
você pode perguntar por aí, mas eu sei a resposta. Duas. Uma mulher chamada Rosalie e
eu. As pessoas mudam, Tyra, ele mudou, e parte dessa mudança foi por mim. Se você não
vê isso como beleza, então você é uma cega fodida.
Com isso, bati a porta e invadi abaixo os degraus para o Complexo.
Eu dei uma bronca em Tyra, agora o papai que levaria uma, e se eu ainda tivesse
munição suficiente, eu jogaria sobre Big Petey.
Ouvi a porta do escritório abrir atrás de mim e meu nome sendo chamado, mas eu
estava de Crocs. Ela estava de salto alto. De jeito nenhum ela ia me pegar.
Eu corri através do pátio e senti a vibração no minuto que abri a porta para o
Complexo. Motoqueiros tinham auras, e mesmo em repouso eles forçavam fora outras
auras, eram fodões dominantes.
Agora, eles não estavam em repouso e a vibração dentro do Complexo estava longe
de ser feliz, era irreal.
Eu não me importava, porque eu tinha uma ideia do por que não estar
acontecendo.
Eu invadi e vi que a vibração ruim estava centrada em torno de um enfrentamento
com o Shy e meu pai na área comum com todos os homens nas costas do meu pai.
Todos eles.
— O que diabos está acontecendo? — Eu estourei em voz alta, e todos os olhos
vieram para mim, inclusive do meu pai e do Shy, e aqueles dois, assustadoramente,
tinham estado nariz com nariz.
— O Complexo está fechado para qualquer um, apenas irmãos — Dog rosnou,
movendo-se em minha direção.
— Ponha uma mão em mim, e eu juro por Deus, Dog, eu nunca olharei para você
novamente, e pergunte ao Shy, ele sabe que eu guardo um malvado rancor, — eu disse a
ele, minha voz letal.
Dog balançou em uma parada, sua expressão feroz, em seguida ele virou para meu
pai, enquanto ouvi os saltos de Tyra clicando atrás de mim.
Eu não virei para ela nem olhei para meu pai.
Olhei para Shy.
— Você está bem?
— Baby, vá para casa. Eu vou estar lá em algum tempo, — Shy disse calmamente.
— Você não respondeu minha pergunta, — disse a ele.
— Então não, não estou bem, — ele me deu a resposta que eu já sabia. — Então,
faça-me um favor, querida. Vá para casa. Eu estarei lá daqui a pouco.
Ele não estava bem. Eu não ia a lugar nenhum.
Olhei para o papai.
— Por que Shy não está bem? — Perguntei ao meu pai.
— Negócios do Clube, Tabby. — Papai me disse.
— E como os negócios do Clube fazem Shy não estar bem? — Eu perguntei.
— Quer saber, Tab? — Boz, um dos membros cortou. — Não é legal, filhas não
estão seguras. Filhas estão sempre seguras e Shy deveria saber disso.
— E como eu não estou segura? — Eu atirei de volta. O queixo de Boz contraiu,
mas ele não falou. — Aparentemente você não tem resposta para isso, veja como eu estou
aqui — balancei meu braço fora para o chão debaixo de mim — obviamente totalmente
segura, saudável, e, a propósito, mesmo que você não perguntou, também delirantemente
feliz, mas, vou chamar a atenção novamente, você, nenhum de vocês, perguntaram.
— Tab. Fora. Agora, — papai rosnou.
— Reunião. Votação. — Arlo interferiu, e meu estômago torceu.
Isso não era bom.
— Oh não — Tyra sussurrou atrás de mim.
Yep, não é bom.
— Votar sobre o quê? — Eu perguntei.
— Negócios do Clube, Tabitha, mexa esse rabo para fora, — papai cortou.
Ah não, esse negócio de "Tabitha" não ia funcionar comigo.
Quatro anos atrás, sim.
Agora, absolutamente não.
— Votar sobre o quê, pai? — Eu perguntei de volta.
— Shy, ela é sua, que é o que você diz. Controle sua mulher, — High exigiu. —
Leve seu rabo para fora.
Meus olhos foram para Shy para vê-lo olhando para High, e ele não estava
parecendo irritado.
Ele estava parecendo reflexivo.
Então ele disse. — Tab e eu não jogamos dessa maneira. Você quer mandar na sua
senhora por aí, fazer o que você manda, não sou eu que vou dizer. Eu a pedi para ir, ela
não foi. Não vou forçá-la. Mas se você tentar, você vai lidar comigo.
Deus, eu amava meu cara.
— Ela não obedece você? — Boz perguntou, sobrancelhas levantadas até sua linha
de cabelo, mas Shy o ignorou e olhou para meu pai.
— Votação — ele concordou e minha garganta ficou tão apertada, de repente
estava tendo dificuldade para respirar. O que ele disse em seguida não fez nada para
melhorar. — Você quer o meu corte, o voto não afeta meu caminho, vou partir e você verá
a traseira da minha moto. Eu vou apagar a tatuagem do Chaos. O que não faço é desistir
de sua filha. Então vote, porra. Você não me quer lá, mande mensagem com os resultados
e envie um homem para pegar o meu colete. Você sabe onde eu estarei. Eu vou estar com
Tabby.
Oh Deus. O colete de Shy, o colete de qualquer um dos caras, eram considerados
sagrados para eles. Eles receberam a jaqueta de couro com o adesivo de Chaos nas costas
na introdução para o clube. Sua gravura.
Uma vez que eles conquistam isso, nunca desistem.
Nunca.
Não por qualquer coisa. Não exceto quando forçado, quer dizer, deveriam fazer
algo hediondo para ser chutado fora do clube.
— Não. Não, não, não — Tyra respirava atrás de mim, mas eu não podia me mover
ou falar.
— Você desistiria de seus irmãos por uma mulher? — Brick perguntou incrédulo e
os olhos de Shy moveram-se para ele.
— Absolutamente, porra.
— Seriamente? — Boz perguntou.
— Não qualquer mulher. — Shy assentiu com a cabeça para o meu lado e falou. —
Agora, pergunta de novo.
Deus.
Deus!
Deus, eu amava meu homem.
— Puta merda — sussurrou Tug.
Shy olhou para meu pai. — Você vota. Deixe-me saber. Mas, se você se mover para
levar minha família de mim, Tack, saiba disso, você está morto para mim. Tab me ama,
isso será horrível para ela, ter um homem separado da família dela, mas ela vai lidar. Mas,
você inicia a votação, não importa o caminho que isto vai, você estará morto para mim.
Oh meu Deus.
— Não. Não, não, não — Tyra respirou novamente.
— Shy. — Eu forcei para sair.
Ele me ignorou e seus olhos moveram-se sobre os homens em pé atrás de meu pai.
— Eu não me meto nos seus negócios. Eu posso ter uma noção sobre o que você faz e
quem você fode, mas guardo essa merda para mim. E algumas das suas merdas são quase
tão perto de casa — seus olhos localizaram Hop — e você sabe disso.
O que isso significa?
Shy não explicou, mas ele continuou a olhar através dos homens e falar.
— Não foi uma vez que este clube teve uma conversa sobre como eles se sentem
sobre quem um irmão tinha na cama dele. Tack chama isso "assentar-se", vocês caras
sentem-se, eu vou dizer agora, não importa como vai a votação. Vocês se sentam, a
mensagem será clara. Vocês terão o meu colete. Parte de estar nesta família é eu estar livre
para ser eu. Não respondendo aos meus irmãos sobre a mulher por quem me apaixonei
ou, na verdade, qualquer outra porra. Vocês levem a minha liberdade para longe de mim,
já não há qualquer razão para eu estar aqui. Então, não estarei.
Shy olhou para meu pai.
— Então, só para esclarecer, se você fizer isso, Tab ou meu colete, eu escolho Tab.
Você vai ter o meu colete e você, pessoalmente, não vai nunca, irmão, nunca mais me ver
novamente.
— Bem, porra de inferno, — uma voz familiar que eu não ouvia em anos e desejei
que poderia ter sido por décadas, disse atrás de mim. — Eu estou fora por quase sempre e
parece que Tab ainda continua causando mutilações e partindo corações.
Petrificada, eu me virei para ver a minha mãe, desafiando toda razão porque eu
sabia que não só meu pai, mas todos do Chaos a derrubaram e disseram-lhe que ela foi
banida da propriedade deles.
Senti a infeliz vibração aumentar até níveis apocalípticos, então senti o movimento,
olhando por cima do meu ombro, vi Papai se dirigindo rumo a minha Mãe, mas Shy já
estava em movimento.
Nunca tinha visto ninguém se mexer tão rápido.
Um segundo ele estava a dois metros atrás de mim, depois ele estava passando por
mim.
Eu sabia o porquê. Mesmo que isso aconteceu bem antes de Shy e eu estivéssemos
juntos, todos os irmãos sabiam que minha mãe e eu não nos dávamos bem. Eles sabiam
como ela me derrubou. Eles sabiam como ela era implacável com isso. Eles sabiam as
coisas odiosas que ela tinha falado para mim, feito comigo, como isso me fez sentir e como
me fez agir quando eu era mais jovem.
Isso era coisa minha, minha culpa, mas foi minha mãe quem me fez sentir como
nada, e então eu encontrei-me aos dezesseis anos com um namorado velho demais para
mim, que me bateu quando eu não concordei em fazer sexo.
Não foi só eu. Mamãe jogou baixo com Tyra, elas tiveram até uma briga de
mulheres no pátio do Ride, e ela sempre foi uma puta gritando com Papai.
No final, ela tentou vender a minha custódia e de Rush ao Papai a fim de obter do
marido, morto agora, a saída das dívidas com traficantes. Eu não devia saber disso, mas
família conversava e Chaos era família, então eu descobri. Papai fez o acordo a fim de tirá-
la de nossas vidas, da minha especialmente, porque seu abuso me cortou profundamente.
Papai conseguiu. Ela tinha desaparecido. Mas, sua memória permanecia.
Quanto a mim, todos no Clube sabiam que se não fosse pelo amor deles, o amor do
meu Pai, Tyra, as coisas poderiam ter sido diferentes para mim. Agindo contra a crueldade
implacável da minha Mãe, eu estava no caminho errado e se eu não tivesse o cuidado
deles, bem agora, eu poderia ser como Natalie, drogada ou fabricando, andando com
pessoas que não prestavam para mim.
Ou pior.
Eu sabia isso. Todo mundo sabia disso.
E meu homem me amou.
Com ele avançando na minha Mãe do jeito que ele fez, eu poderia ter uma
indicação do quanto.
— Ela não… — A mão do Shy bateu no peito de Mamãe e ela foi para trás, rosto
cheio de choque, braços rodando — … verá você… — ele empurrou Mamãe direto para a
porta, então suas costas bateram contra ela alto, antes de balançar aberta. Shy empurrou-a
para fora. Ela foi cambaleando e Shy terminou, — a menos que ela queira ver você, porra.
Preste atenção em mim, cadela, você não é a mãe dos meus filhos, então não tenho que ser
gentil com você. Não sei por que porra você está aqui. Também não me importa. Tudo o
que sei é, Tab não te vê ou ouve a sua voz a menos que ela queira. Agora, eu posso te
ensinar essa lição agora, ou você pode entrar na porra do seu carro e ir. Decisão. Mas,
lembre-se, nenhum homem neste prédio irá dar um passo por você, então leve em
consideração quando você decidir como você vai passar os próximos cinco segundos.
Eu corri pela porta ainda aberta, minha boca aberta para dizer algo, mas eu não
tive a chance. Mamãe encarou Shy por um dentre esses cinco segundos, em seguida, ela
realmente correu para o carro dela nos outros quatro.
Enquanto ela batia a porta do carro, dava partida, cantou pneus para fora e fugiu,
eu olhei para o perfil de Shy e eu pressionei meus lábios juntos, entendendo porque
Mamãe não perdeu seu tempo.
Shy virou para mim. Eu firmei. Ele levantou uma mão, curvou na parte de trás da
minha cabeça e puxou-me para ele.
Lábios no meu cabelo, ele disse calmamente. — Vejo você em casa.
Eu inclinei minha cabeça para trás, peguei os olhos dele e acenei com a cabeça.
Ele me soltou, não olhou para trás, caminhou para a moto dele e eu o vi dar
partida, e eu continuei olhando ele, meu coração acelerado, minha garganta ardendo, meu
cérebro não funcionando, quando ele rugiu fora.
— Tabby — a voz estrondosa do meu Pai veio por trás de mim, e eu girei sobre ele.
Eu olhei para o rosto bonito que eu adorava, nos olhos que eu via no espelho todos
os dias, e antes que ele pudesse dizer outra palavra, dei isso a ele.
— Eu te amo. Eu não poderia viver sem você. Mas, se você tirar a única família que
Shy tem fora seu irmão. — Eu puxei na respiração e terminei. — Nunca, nunca te
perdoarei.
Com isso, eu virei e corri para o meu carro, correndo completamente nos meus
Crocs (que, francamente, não foi fácil). Então, entrei dentro dele, não perdi tempo e dirigi
longe para o lugar que sempre tinha sido um lar para mim.
Mas, não seria um lar por muito tempo se eles tirassem isso do meu homem.
Portanto, eu chorei todo o caminho até meu apartamento, mas eu sentei
estacionada do lado de fora, suguei tudo, arranquei lenços de papel do meu porta-luvas, e
limpei meu rosto antes de ir lá em cima para minha casa.
A moto do Shy estava lá, e eu tinha que ser forte para meu homem.

Eu corri minha língua até a parte inferior do pau de Shy e estava prestes a colocar
minha boca em volta da ponta quando ele me cortou. Eu, de repente, fui transportada até
o corpo dele. Ele nos rolou e quando ele me teve nas minhas costas, a cabeça dele surgiu,
os olhos dele segurando os meus, ele deslizou lentamente dentro de mim.
Meus olhos abriram metade fechados e meus lábios se separaram.
Shy moveu-se, lentamente, seus golpes carinhosos de amor. Um dos antebraços na
cama, a outra mão surgiu para enquadrar o lado da minha cabeça. Moveu o polegar ao
longo do meu couro cabeludo, e seus olhos seguraram os meus enquanto ele fazia amor
comigo.
Eu puxei minhas pernas para trás, joelhos dobrados, e ele deslizou no fundo.
Enquanto minhas mãos moviam sobre sua pele, levantei minha cabeça para ter sua boca, e
ele não me fez trabalhar para isso. Ele me deu sua boca, enquanto ele mantinha
lentamente, docemente, maravilhosamente me tomando.
Após o meu beijo, seus lábios deslizaram abaixo da minha bochecha no meu
ouvido onde ele sussurrou. — Amo você, Tabby.
Oh sim.
Eu pressionei o interior das minhas coxas em seus quadris, envolvi meus braços
apertados em torno dele e sussurrei em seu ouvido. — Amo você também, Shy.
A boca dele mudou-se para abaixo da minha orelha e ele murmurou contra a
minha pele. — Tudo para mim.
Deus, Deus, eu amava meu rapaz.
— E você é tudo para mim — eu respirei, então de repente, do nada, veio por cima
de mim. Feroz e enorme, gritei e afundei meus dentes na pele de seu pescoço.
Ele continuou me tomando através do meu clímax e quando eu terminei, ele
levantou seu tronco do meu, dando potência para bater seus quadris em mim. Deslocou
sua mão sobre minha bochecha, dedos flutuando sobre minha boca, então até meu
maxilar, meu pescoço, meu peito, onde foi enrolado em volta do meu seio.
Enquanto isso, seus olhos nunca deixaram meu rosto.
Ele era, simplesmente, lindo.
Seus golpes aprofundaram, ficando mais rápidos, seu rosto escureceu, e eu sabia
que isto estava construindo para ele, então levantei as mãos e corri as pontas dos meus
abaixo do seu abdômen liso. Seu polegar deslizou sobre meu mamilo, enviando arrepios
através de mim, e minha língua saiu para molhar meu lábio superior.
— Deslumbrante — ele rosnou, bombeando mais rápido, mais forte.
— Yeah. — Eu concordei sem fôlego.
Não eu.
Ele.
Incrível.
— Foda — ele resmungou, e eu sabia que ele estava perto.
Eu estava certa. Sua cabeça arremessou para trás, mas seus quadris continuavam
batendo, ainda mais forte. Ele continuou empurrando, enquanto eu assistia sua cabeça cair
para a frente e os dentes dele afundarem em seu lábio inferior e, falando sério, olhando
para ele gozar quase me levou lá novamente.
Finalmente, ele dirigiu profundo, ficando lá e desabou em cima de mim.
Eu peguei seu peso alegremente, meus braços rodeando ele, segurando-o perto.
Ele não me fez aguentar muito tempo. Ele mudou para um antebraço e respirava
pesadamente no meu ouvido.
Finalmente, como sua respiração equilibrada, sua mão, ainda enrolada no meu seio
e esmagada entre nós, deslizou até o meu pescoço. Ele levantou a cabeça e olhou para
mim.
— Gosto quando você goza comigo, Tabby — ele disse gentilmente.
Eu sabia que ele gostava. Ele tentava me fazer segurar toda vez a menos que ele
estivesse com ânimo de assistir. Normalmente, eu poderia gerenciar isso, embora eu tinha
que admitir que, às vezes eu falhava.
— Bem, eu não tive controle sobre isso, chefe — eu respondi calmamente. — Foi de
repente, mas, dito isto, às vezes eu gosto de assistir também.
Ele sorriu, inclinou a cabeça, tocando sua boca à minha e levantou, ainda sorrindo.
Então ele perguntou: — "Chefe"?
— "Chefe Motoqueiro" é muito prolixo.
Seu sorriso largo atingiu o nível de sorriso e, em seguida, ele observou. — Você
sabe, sem preservativos significa que não tenho que puxar meu rabo para fora da cama
depois de apenas gozar forte e lidar com isso. Eu vou ser preguiçoso.
Ele estava brincando.
Isto era bom e ruim. Bom, porque ele estava obviamente em um humor suave,
independentemente do que aconteceu naquele dia. Ruim, porque eu tive a sensação que
ele estava procurando por esse humor suave, mantendo-nos agarrados a nós e somente
nós, então ele não teria que pensar sobre o que se passou.
— Você poderia ser um cavalheiro e puxar o rabo da cama de qualquer maneira a
fim de obter uma toalhinha e cuidar de mim — sugeri, e algo quente e fenomenal moveu-
se através dos olhos dele, mesmo quando seus quadris deram um pequeno empurrão e
seu rosto ficou mais perto do meu.
— Você quer que eu faça isso? — Ele perguntou.
Estava sendo irreverente, indo com o humor dele, mas de repente, eu queria que
ele fizesse isso. Tipo, muito.
— Yeah — eu sussurrei.
Seu rosto chegou mais perto, então ele podia me beijar, molhado e profundo.
Então, ele levantou a cabeça para ver meu rosto, enquanto deslizava lentamente para fora.
Dei a ele uma exibição que eu suspeitava que era muito parecido com o que ele me deu
quando eu estava deslizando dele para fora de mim. Então, ele se inclinou, beijou meu
peito, a parte de baixo do meu queixo, e ele rolou para fora da cama.
Eu mudei para meu lado, enrolada, e olhei ele caminhar para o banheiro. Eu fiquei
onde eu estava, então poderia assistir ele voltar.
Ele subiu na cama, estabelecendo-se do lado dele na minha frente e ordenou
suavemente. — Prenda sua perna sobre meu quadril, baby.
Eu fiz como ele me disse. Seu corpo deslocou levemente, mas seus olhos nunca
deixaram meu rosto, e senti a toalhinha quente entre minhas pernas.
Isso era bom.
Eu sabia que isso registrava no meu rosto quando ele se inclinou para mais perto.
— Você gosta disso.
Isso foi uma afirmação.
Meus quadris pressionaram em sua mão. — Yeah.
Sua cabeça deslizou mais perto ainda, seus lábios atingiram os meus, e sua língua
deslizou em minha boca. A toalhinha movia entre minhas pernas, então Shy mudou de
alguma forma e não havia nenhuma toalhinha, apenas seus dedos entre minhas pernas.
Ele deslizou um dedo dentro e eu gemi em sua boca, meus quadris se contorcendo. Eu
gemi novamente, quando seu dedo deslizou para fora e escorregava suavemente sobre
meu clitóris antes disso e a toalhinha tinha desaparecido.
Ele levantou seus lábios dos meus. — Eu volto, doçura.
Eu segurei seus os olhos e assenti.
Seus lábios curvaram e ele rolou fora da cama.
Continuei deitada lá, felizmente, observando-o sair e voltar, mas desta vez, quando
ele deslizou no meu lado, acomodou-se em suas costas. Puxou-me sobre ele, assim meu
peito estava no peito dele, minha bochecha foi para seu ombro, meu rosto em seu pescoço,
e seu braço estava em volta de mim, colocando a mão no meu traseiro.
— Nós estamos fazendo isso o tempo todo — ele declarou, e eu sorri.
— Funciona para mim.
Seus dedos no meu bumbum apertaram.
Eu puxei em uma respiração e segui meus dedos ao longo do seu ombro oposto.
— Você está bem? — Eu perguntei.
— Saudável ou doente, eu não vou pensar nisso agora, — ele respondeu
instantaneamente. — Acabei de gozar. Apenas compartilhei algo especial com a minha
garota. Você está nua em mim. Vou pensar sobre isso. O que acontecer, vai acontecer. Eu
vou lidar com isso depois.
— Ok — eu disse suavemente.
Seu outro braço envolveu em torno de minhas costas.
Eu procurei outra coisa para falar, e algo veio à minha mente, que eu gostaria de
perguntar a ele desde que mencionou sua avó dias atrás. Essa pode não ser a melhor
jogada de conversação, mas pelo menos não era uma conversa do que estava acontecendo
no Chaos.
Ainda, eu solicitei primeiro. — Posso te perguntar uma coisa?
— Qualquer coisa — ele respondeu imediatamente, e eu sorri em seu pescoço.
— Pode não ser divertido, — eu avisei tranquilamente e seus braços me deram um
aperto.
— Nem sempre vai ser divertido, baby. Pergunte de qualquer maneira.
Eu assenti, minha bochecha deslizando contra sua pele, então eu perguntei. — Por
que você não foi para seus avós depois que seus pais morreram?
Seu braço em torno de minhas costas subiu, os dedos dele enredando no meu
cabelo, então em seguida espalhando através antes dele responder.
— Não sei. Mamãe e Papai fizeram provisões. Eles escolheram o meu tio. Eu acho
que eles não sabiam que meu tio era fraco ou eles nunca teriam nos deixado com aquilo.
Mamãe não tinha irmãos ou irmãs. Seus pais eram divorciados. Vovô vivia em Wyoming.
Mãe cresceu lá até que seus pais se divorciaram, e Vovó as mudou para Denver, porque
ela encontrou um emprego aqui. Vovó era legal, ela também estava por perto, levava Lan e
eu para jantar, sair á toa. Nós nunca compartilhamos como era ruim porque éramos
crianças. Nós não sabíamos como e quando nós poderíamos, o estrago já estava feito. Dito
isto, acho que ela sabia que as coisas não eram boas, porque ela estava por perto tanto
quanto poderia estar. Meu avô também era legal. Ele não estava por perto, tanto, porque
ele estava em Wyoming. Mas ele veio, me deu minha primeira moto no meu décimo
quarto aniversário, uma moto de trilha. Ele também me deu minha primeira Harley,
comprada de terceira mão de um amigo, consertada, teve um amigo para ajudá-lo a levar
para mim. Eu ainda sou próximo dos dois, mesmo que ele ainda esteja em Wyoming e ela
se mudou para o Arizona, há alguns anos. Os pais do meu pai se mudaram para
Califórnia, quando estava na faculdade. Nós não os víamos tanto e ainda não vemos.
— Até que você mencionou seus avós no outro dia, eu nunca tinha ouvido você
mencioná-los. — Eu tomei nota.
— Não há nenhuma razão para isso, doçura. Eles apenas nunca vieram. — Ele
envolveu um braço ao redor dos meus ombros e ofereceu. — Você chegar a época que
você pode pegar uma folga, eu vou levá-la para conhecer meu avô. Ele vai gostar de você.
— Isso vai ser legal, — respondi-lhe suavemente.
— Talvez, se Lan puder conseguir um tempo, podemos ir todos para o Arizona
neste inverno. Escapar do frio. Ver vovó.
Eu sorrio novamente. — Isso vai ser legal também.
— Isto é um plano, — ele murmurou.
Yeah, era sim.
Eu pressionei mais perto, tomei uma respiração profunda, em seguida, disse o que
eu tinha a dizer para tirá-lo fora do caminho. — Você não quer falar sobre isso, não vamos.
Eu estou só dizendo, eu vou ter uma conversa com o papai.
Ele fechou seus braços apertados em volta de mim e me cortou, dizendo. — Tabby,
baby, olhe para mim.
Levantei minha cabeça para olhar para ele e vi seus olhos sérios comigo.
— Ele precisa decidir, como meu irmão, se ele confia em mim. Não você jogando
na cara dele e colocando-o sob pressão, não você levando tempo para explicar
racionalmente. Tomei a decisão que eu queria participar. Aproximei-me deles. Quando eu
fiz, coloquei-me lá então, antes que eles me deixassem entrar, eles sabiam tudo sobre mim.
Eu fiz meu tempo como um recruta. Eu faço a minha parte na loja e na oficina. Eu recebo
ordens quando eles vêm e nunca os questionei. Quando recebo a ligação, eu tomo as costas
de um irmão e nunca pergunto isso também. Eu não dei-lhes uma razão para me
questionar. Eu entendo a posição do seu pai. Também sei que ele tem que ter sua merda
junta, pensar nisto como um irmão, bem como um pai e tomar a decisão certa. O que eu
disse hoje no Complexo é a mais honesta verdade de Deus. Não me tornei um membro do
Clube para ter alguém me dizendo como viver a minha vida. Então, isso é uma coisa de
irmão, Tab, e, é uma merda se você não gosta disso, mas é como tem que ser.
Eu estive nesta vida por toda a minha vida, eu conhecia o suficiente para saber que
isso era verdade, então assenti.
Shy continuou. — Além disso, ele tem que aceitar o fato de que sua única menina
está toda crescida e ele tem que dar-lhe a liberdade para viver sua própria vida. O que ele
está fazendo para mim não é legal. Eu tenho deixado ele com raiva. Ele pensou que
estávamos escondendo pelas razões erradas. Mas, o que ele está fazendo para você é pior
ainda. O que ele precisa entender é que agora existem partes da sua vida que não são da
conta dele. Eu não sou um pai. Não sei como é sentir soltar-se de uma criança dessa
maneira, especialmente sua única garota. O que eu sei é, que agi por suposições sobre
merda sobre você anos depois do acontecido, foi errado e… justificado… Eu te perdi.
Agora, ele está fazendo a mesma porra de coisa, sete anos depois que aconteceu, e ele tem
a noção que você não é aquela garota puxando merda, porque as coisas com a tua mãe
estavam extremas. Você é uma adulta tomando decisões sobre seu futuro, e você tem que
decidir quando você vai compartilhar.
Essa era a maldita verdade.
— Você está certo — eu concordei.
— Yeah — ele respondeu calmamente.
— Ok, eu vou deixar acontecer — eu cedi e seus lábios curvaram enquanto os olhos
dele ficaram suaves e seus braços me deram um aperto.
— Obrigado, baby.
Eu sorri para ele. Então, inclinei minha cabeça para o lado e perguntei: — O que foi
aquilo com Hop no Complexo?
Seus olhos seguraram os meus, ele esperou uma batida e, então compartilhou. —
Hop está pegando Lanie.
Eu pisquei.
Lanie era a melhor amiga da Tyra. Lanie foi quem perdeu seu noivo quando toda
aquela coisa maluca veio abaixo, e eventualmente teve Tyra sequestrada e esfaqueada.
Lanie mudou-se para Connecticut para lamber suas feridas depois que Elliott, noivo dela,
foi morto e Lanie foi baleada. Ela fez isso até que Tyra voou para lá, deu-lhe um pouco de
honestidade, e então Lanie mudou de volta.
Lanie era alta, esguia e deslumbrante modelo. Ela também fez um monte de
dinheiro, ela comandava sua própria agência de publicidade, era pura classe, e poderia ser
(frequentemente) drama puro.
O que ela não era, de qualquer forma, era o tipo do Hop.
— Você está brincando comigo — eu respirei.
— Não. Eles estão escondendo isso também. Não sei por que, mas sei que nem
Tack nem Cherry sabem merda nenhuma. — Ele sorriu. — Não é o mesmo que estar
transando com uma das filhas do irmão, mas eu imagino que eles estão escondendo isso
por uma razão. Também, o que eles tiverem não anda suave. Ouvi-os indo para dentro do
quarto dele no Complexo. Estava no corredor quando vi sua caminhada de atitude,
chateada com tudo, Hop rasgando atrás dela, não parecendo nem um pouco mais feliz. Ele
me viu, então ele sabe que eu sei. Tivemos uma conversa, ele me disse para manter isso em
segredo, eu não disse merda nenhuma.
— Eu… Eu não sei o que fazer com isso — disse a ele. — Lanie tem estado com
qualquer um desde aquele cara Elliott?
Shy sorriu e respondeu. — Eu não sou uma das vadias dela, então eu não tenho
ideia. Só sei que ele a teve em sua cama um tempo.
— Oh Deus — eu sussurrei. — Ty-Ty poderia surtar.
— Não sei por que, ele é um cara legal — Shy comentou.
Hop era um bom rapaz. Eu o amava. Todo mundo amava.
Mas, ele também tinha uma ex, Mitzi, e quando ela se tornou a ex dele, a coisa ficou
feia. Eu não era um dos seus irmãos, então eu não sabia por que, mas isso ficou tão feio
que não foi difícil perder.
— Ele é um bom irmão — esclareci. — O que se passou com Mitzi foi bagunçado.
Tão bagunçado, que ninguém deixou escapar isso e definitivamente não Tyra, vendo como
ela trabalha lá.
— O que se passou com Mitzi foi merecido por Mitzi. Ela era uma dor na bunda
dele — Shy retornou.
— Shy — comecei, meu corpo enrijecendo.
— Tabby — ele me interrompeu. — Você sabe, algumas merdas com os meninos,
eu não vou partilhar. Só sei isto, uma mulher não trata os homens como nós, como Mitzi
tratou Hop. Elas fazem, elas se encontram onde Mitzi está agora.
Eu o estudei, então perguntei. — Isto foi ruim?
— Ruim o bastante para ele vadiar por ai, — ele confirmou, e eu suguei em uma
respiração, chocada com esta notícia.
Hop foi um bom irmão. Como já mencionei, Hop também era um bom rapaz. Eu
gostava dele. Ele tinha suas imperfeições, todos tinham. E, não era inédito de que alguns
dos homens poderiam fazer o que eles quisessem com quem quisessem mesmo que
tivessem uma senhora em casa.
Mas, eu não achava que Hop era assim.
— Hop vadiando?
— BeeBee — Shy grunhiu, e suguei outra respiração.
BeeBee não tinha estado ao redor por muito tempo, mas manteve-se o fantasma de
BeeBee, tal era o poder de BeeBee. Eu tinha sido muito jovem quando ela costumava
pendurar no Chaos, mas já tinha a visto por aí e eu sabia que ela era uma tiete de
motoqueiro.
Sua missão, levantada como parecia, era colecionar cada membro do Clube, tornar-
se um entalhe na cama deles, quanto mais entalhes, melhor.
As senhoras a detestavam. Não era como se o Chaos não tivesse tietes de
motoqueiros, mas elas sabiam o seu lugar e sabiam o lugar que uma senhora ficava e os
dois nunca se encontram. Dito isso, eu tinha estado em suficientes churrascos de porco no
rolete para ver BeeBee comunicando-se com os olhos, e às vezes com a boca dela, ela tinha
tido um homem de uma mulher. Meu palpite era, desde que a lista de posse de BeeBee era
longa, as senhoras engoliram e isto nunca voltou para seus homens. Infelizmente, isto
poderia ser a maneira com moto clubes, e senhoras aprenderam quando manter a boca
fechada.
Isso foi até BeeBee bater de frente com Ty-Ty. Isso meio que me deixou enojada de
saber que meu pai foi lá (embora, admitidamente, ela era linda com um corpo fabuloso,
vagabunda apenas) e a partir do argumento que ouvi Tyra ter com meu pai, ele e BeeBee
tinham estado juntos antes do tempo da Tyra, mas, mesmo assim.
Papai descobriu que BeeBee sequer olhava para Tyra, muito menos dizia palavras
para ela (que ela fez), enviou papai sobre a borda.
A saída de BeeBee.
Para sempre.
Ela também foi o exemplo que Shy jogou na minha cara no caminho de volta,
naquela noite que ele foi um idiota para mim. Nada daquela noite foi agradável, embora
isto estava acabado e eu não estava indo de volta para lá. No entanto, lembrei-me
claramente dele mesmo sugerindo que eu estava indo para o caminho de BeeBee, era uma
ferida que marcou fundo.
Na expiração, eu respirava. — Oh meu Deus.
— Yeah. Ainda acho que aquele jogo estava fodido, mas quando isso aconteceu
Hop e Mitzi estavam dando um tempo, um tipo ruim, o tempo que eles tiveram apenas
antes do inferno vir abaixo e Hop terminou com Mitzi para melhor. Começando por
BeeBee, quem poderia cheirar essa merda como ninguém. Porque Hop levou Mitzi de
volta, não sei. Só sei que ele não a levou de volta por muito tempo antes que isto estivesse
realmente acabado.
— Eu não tenho certeza se qualquer coisa disso é bom, — eu disse a ele.
— Eu também não tenho, — ele concordou e, em seguida seus olhos cresceram
intensos em mim. — Do que eu tenho certeza, é de que não é da porra da conta de
ninguém.
Isso, eu sabia, era muito, muito verdadeiro.
Os braços dele me deram um aperto e sua voz ficou suave quando ele me lembrou.
— Você tem trabalho amanhã, e não sabemos o que o dia vai trazer. Vamos fechar os
olhos.
— Yeah — eu sussurrei então deixei cair minha cabeça para tocar a minha boca à
sua.
Quando levantei, ele me rolou ao lado dele e alcançou um braço por cima de mim
para apagar a luz. Ele se estabeleceu e me puxou perto.
Eu aconcheguei mais perto.
Eu estava prestes a entrar na terra dos sonhos quando isso me atingiu.
E, embora perto do sono, o que me atingiu, Shy tinha que saber.
— Você fez isso, — disse, minha voz calma e sonolenta.
— Fiz o quê, doçura?
— Hoje, no Complexo, o que você disse, você fez isso.
— O que, baby?
— Eu sonhei um sonho.
Seus braços tremeram.
Eu espalhei para dormir, murmurando. — Você prometeu me levar a um sonho,
você me levou a um sonho. Obrigada, querido.
Então peguei no sono.

Shy

Shy Cage não dormiu.


Ele segurou sua garota adormecida em seus braços e lutou contra a vontade de
uivar para lua.
Demorou um pouco para controlar esse desejo.
Então, não importa a merda que aconteceu aquele dia, Shy caiu dormindo
sorrindo.
Capítulo 14
Fazê-la Feliz

A boca de Shy trabalhava entre minhas pernas, minhas costas à esquerda da cama,
meus calcanhares cavados em suas costas, eu afundei meus quadris em seu rosto e gozei
forte.
Ainda gozando, encontrei-me no meu estômago, meus quadris estavam lançados
para cima, e o pau do Shy dirigiu para dentro de mim.
— Novamente, Tabby, mão entre suas pernas, — ele rosnou, suas mãos no meu
quadril, me puxando para trás enquanto empurrava para a frente e me tomou.
Eu ainda estava gozando, mas eu gerenciei para ter minha mão entre as minhas
pernas. Eu gemia nas almofadas ao meu toque e seus golpes.
Oh Deus, isso era brilhante.
— Empurre para cima baby, quero seus seios, — ele ordenou.
Eu empurrei para cima, ele continuou dirigindo profundo mesmo enquanto sua
boca atingia meu pescoço e suas mãos cobriam meus seios. Então, seus dedos fizeram
coisas para os meus mamilos que me fez perder o fôlego e meu corpo inteiro estremecer.
— Espere por mim, — ele gemeu.
— Shy, de jeito nenhum — eu arfei.
Ele dirigiu-se para cima e para dentro, ressoando contra meu pescoço enquanto
seus dedos torciam meus mamilos. — Espere. Por. Mim.
— Oh Deus — eu gemia, esfregando para baixo. — Rápido.
Ele começou a empurrar.
Oh Deus.
— Você está perto? — Eu respirei.
— Chegando lá, — ele murmurou.
Ele continuou empurrando, seus dedos trabalhando os meus seios.
— Querido, você está perto? — Eu implorei.
— Foda — ele gemeu no meu pescoço. — Dê isso para mim, Tabby.
Graças a Deus.
Eu deixei ir e dei para ele, minha cabeça voando para trás, batendo no ombro dele
enquanto sua boca fechava sobre a pele do meu pescoço e o senti chupando profundo.
Isso deixaria uma marca.
Eu fui para baixo e senti sua respiração contra a minha pele enquanto ele fazia
também.
Então, eu levantei minhas mãos para as dele que agora estavam só me segurando,
enroladas nos meus seios.
— Foi incrível — eu respirei.
— É sempre incrível — ele murmurou.
Ele estava certo, e fiquei agradecida em saber que ele sentia o mesmo.
Minhas mãos moveram-se com as mãos dele, enquanto uma delas deslizou até
enrolar em torno do meu peito e a outra deslizou abaixo entre minhas pernas, onde ele
ainda estava enterrado no fundo.
— Amo você, Shy Cage — eu sussurrei.
— Amo você também, baby, — ele sussurrou de volta.
Depois do dia anterior, eu não sabia o que esse dia ia trazer.
Apenas sabia, seja lá o que viesse, começou bem.

Shy e eu estávamos nos embaralhando ao redor na cozinha, eu no meu uniforme


de hospital, Shy em seu jeans. Estávamos tomando café, sugando tigelas de cereais,
conversando, tocando, beijando, nossa rotina habitual, quando meu telefone tocou.
Eu tinha desligado meu celular e o toque do telefone de casa na noite anterior. Shy
precisava da minha concentração, então dei a ele.
Eu tinha ligado meu telefone naquela manhã e descobri que tinha 17 chamadas não
atendidas e quase tantas mensagens de correio de voz. Cinco eram da Tyra, três do meu
Pai, duas do Rush, uma do Big Petey, e o resto eram de vários irmãos ou de suas senhoras.
Todas elas estavam me pedindo para ligar para eles.
Eu sabia que o dia ia descer ladeira abaixo a partir daí.
Felizmente, tudo começou em um ponto alto. O problema com isso, o mais alto
você está, mais longa é a queda.
Olhei para meu telefone no balcão, vi a tela dizer. "Tyra chamando" e ouvi Shy
dizer. — Pega isso, baby.
Eu olhei para o Shy para ver que ele tinha os olhos no telefone.
— Não sei se estou preparada.
Os olhos dele vieram para mim. — Ela não estava pronta para você bater nela
ontem, também. Você tomou seu tempo para falar, dê a ela o dela.
Ele estava certo.
Porcaria.
Peguei o telefone rapidamente antes que fosse para o correio de voz e coloquei no
meu ouvido.
— Tyra — cumprimentei.
— Tabby, — ela sussurrou, e meu coração apertou.
Ela parecia aliviada e outra coisa que não me parecia bom.
Aprendendo com o que eu perdi com Shy, eu não atrasei e estendi o ramo de
oliveira.
— Escuta, eu sei que temos muito que conversar, mas estou me preparando para o
trabalho. Nós podemos definir um tempo para conversar depois do trabalho? Eu vou
encontrá-la em algum lugar e eu prometo, vou preparada para não ser uma vaca.
— Querida, eu sinto muito ter que dizer isso a você, mas sua avó morreu.
Meu tronco se lançou para trás enquanto minha respiração me deixava em um
audível whoosh.
Meu celular escorregou da minha mão e eu ouvi Shy rosnar. — É o Shy. Qualquer
outra coisa que você tem que dizer, você vai dizer para mim.
Meus olhos levantaram para os dele, vi que ele confundiu minha reação quando
seus olhos zangados que foram fixados para meu rosto mudaram. Eles ficaram suaves, sua
mão veio para cima e enrolou em volta do lado do meu pescoço, e ele me puxou para
perto.
— Certo — ele disse no telefone, sua voz não mais um rosnado mas um calmante
ruído. — Ok — continuou. — Eu vou dizer a ela. Ela está sendo cuidadosa no trabalho por
causa do que se passou. Vou falar com ela, ver como ela quer jogar com isso. Um de nós
vai ligar de volta para você. — Pausa depois, tranquilamente, seus olhas ainda em mim. —
Até mais tarde, Cherry.
Ele não tirou seu olhar do meu quando tirou o telefone da sua orelha, tocou a tela
com o seu polegar e sussurrou. — A mãe da sua mãe. Derrame fulminante. Sua mãe
contou para Rush, ele disse para seu pai. Eles tinham estado ligando, mas não vieram,
porque as coisas não estavam boas.
Eu assenti.
— Você era próxima dela? — Ele perguntou.
— Ela odiava minha mãe, agia mau para ela, mas embora ela pudesse fazer
porcaria estúpida, ela era geralmente ótima com Rush e eu.
Sua mão deslizou para trás do meu pescoço, puxou-me em seu peito e o outro
braço deslizou ao meu redor.
Foi, então, que comecei a chorar.
Shy me segurou, deu-me tempo, e só falou novamente quando eu estava me
recompondo.
— Seu pai quer ver você — ele disse gentilmente, e eu suguei uma respiração e
assenti com a cabeça. — Como você quer fazer isso, doçura?
Eu puxei meu rosto do seu peito e virei a cabeça para trás para olhar para ele. —
Infelizmente, eu realmente preciso ir trabalhar. Vou explicar o que está acontecendo, sentir
o ambiente e então eu vou saber. Eu vou, uh… Ligar para o Papai no intervalo ou algo
assim.
Ele assentiu.
— Eu sabia que este dia iria virar merda — eu sussurrei. — Eu sabia que como
ótimo começou, seria mais alta a queda.
Seus olhos brilharam, as mãos dele moveram-se para cobrir minhas mandíbulas,
ele inclinou minha cabeça de volta e trouxe seu rosto ao meu.
— Você pode sentir como se estivesse caindo, Tabby, mas lembre-se, eu estou no
fundo pronto para apanhá-la.
Com estas belas palavras, comecei a chorar novamente.
Sem hesitação, Shy me arrastou de volta em seus braços e me abraçou.
Lá estava ele.
Eu tinha atingido o fundo e estava chorando, porque não percebi isso em tempo,
mas ele já tinha me pegado.
E foi lindo.

Shy

Shy ficou de pé na calçada e viu Tab sair para trabalhar. No minuto em que ela
começou a dar a volta, voltando-se para dar-lhe um aceno, ele empurrou seu queixo para
ela, esperou por sua atenção de volta para a estrada, então seus olhos moveram-se para o
homem na moto em frente ao estacionamento que ele tinha visto no minuto que tinha
descido com Tab.
Felizmente, ela não reparou.
Shy ficou onde estava e cruzou os braços no peito enquanto ele assistia Tack jogar
uma perna por cima de sua moto e ir em direção a ele.
Não foi até que ele parou a um metro de distância quando Shy falou. — Isto vai
ficar feio, ou você pode conter sua merda para que possamos fazer isto no apartamento de
Tab?
Tack segurou seus olhos então disse calmamente. — Nada feio, irmão.
Shy ergueu seu queixo, virou e abriu o caminho subindo as escadas para o
apartamento de Tabby.
Ele moveu-se em cinco passos, virou para Tack e olhou ele fechar a porta.
— Isto poderia ser legal — ele começou no minuto que Tack se virou para ele, — se
podemos manter as coisas bem enquanto Tab tem seus negócios. Você sabe mais do que
eu, que ela não era próxima da avó, mas ela ainda está sentindo isso. Não tive a
oportunidade de falar com ela sobre isso, mas também está sentindo o fato de que sua mãe
apareceu para compartilhar isso ontem, mas em vez disso ela deixou para se lançar em
Tabby. Você também sabe que ela tem outra merda em mente. Você, eu, o Clube. Um
último favor que eu vou te pedir é que não a faça sentir aquilo até que ela termine de
sentir isso.
Ele viu a boca do Tack ficar apertada antes que o homem falou.
— Você não tem que me pedir essa merda.
— Não iria pensar assim até a merda que você vem puxando. Agora, sinto que eu
tenho que perguntar — respondeu Shy.
A boca do Tack ficou apertada novamente.
— Nós estamos bem nisso? — Shy incitou quando Tack não disse nada, e Tack
empurrou seu queixo. — Bom — ele terminou em um murmúrio.
— Esta outra merda, irmão, temos que ter palavras — Tack declarou.
— Você disse suas palavras, Tack. Você tem outras palavras, eu vou ouvir. Mas,
marque bem, eu tenho ouvido cada palavra que você disse nos últimos quatro dias.
— Eu acho que você me entendeu — Tack retornou.
— Oh sim, eu te entendi. — Shy concordou.
Tack estudou ele. Então, tranquilamente, ele declarou. — Ela é minha única filha,
cara.
— E ela é a única mulher que eu tenho amado, Tack. — Shy atirou de volta
instantaneamente.
— Estou vendo isso — Tack murmurou, seus lábios se contraindo.
Shy não encontrou um caralho de coisa divertida, então ele cortou. — Bem, irmão,
finalmente.
— Eu fiquei chateado pra caralho quando eu disse aquela merda para você sobre
não saber o que é amor — Tack, explicou.
— Sei disso — Shy retornou. — Também sei que quatro dias se passaram desde
que você tomou isso de volta.
— Três dias se passaram, antes que você me mostrasse que você andou pelas suas
próprias pernas, não apenas falou por falar — retrucou Tack.
Porra, ele teve que dar-lhe isso.
Shy não disse nada.
— Você me conhece. Ela me conhece. Você sabia a maneira como eu reagiria e é por
isso que vocês dois esconderam essa merda de mim — Tack continuou.
— Yep. — Shy confirmou. — E você me conhece, irmão, e, por respeito por você,
você sabe que eu jamais, não porra, nunca iria lá com Tabby a menos que fosse real.
Entendo a sua reação. Eu apenas não entendo que dias se passaram e você não parecia
entender porque poderíamos mudar para gerenciar isso.
— Ontem, Tyra explicou algumas coisas para mim. — Tack compartilhou.
— Emocionante, irmão — Shy respondeu, e os olhos de Tack estreitaram.
— Você está perdendo isso — ele avisou-me baixo, — mas eu estou acenando uma
bandeira branca aqui, Shy.
— Eu não estou perdendo merda nenhuma — Shy reprimiu. — Isso não foi
perdido em mim, desde que eu estava lá porra, vendo sua amiga Natalie atacar ela sobre
nós e, sério, cara, aquela mulher tem uma boca grande. Não foi fácil não jogar seu rabo
para fora pelo jeito que ela falou com a minha mulher, mas Tabby sentiu que era hora da
porra de uma intervenção, então ela não ia me deixar, porra. Eu estive lá também, lidando
com a preocupação de que sua amiga não retornou uma única ligação que ela tinha feito e,
irmão, ela ligou para aquela vagabunda todos os dias para suavizar as águas e ela não teve
nada. Eu também estava lá para ouvir meu irmão dando merda para ela, testando-a para
ver se ela estava em recuperação daquele rapaz e me usando.
Os olhos da Tack brilharam, mas Shy estava longe de terminar.
— Eu estava lá, assistindo-a tomar a merda do irmão dela quando ele ligou porra, e
colocou nela também. Eu estava lá, assistindo a preocupação dela porque você e sua
mulher não iriam falar com ela. E eu a vi ficar chateada e em sofrimento ontem, quando
ela viu o que você estava fazendo para mim e ela estava paralisada, dividida entre seu
homem e sua família. Honestamente? Eu não dou um caralho para o que você ou qualquer
membro decida fazer comigo. O que quero saber é que você está botando minha mulher
através da porra de uma batalha um ano depois de ela passar a porra de outra batalha e,
irmão, eu não concordo com isso. Assim, acene sua maldita bandeira branca, mas se Tab
não te entender, eu não entenderei você.
Os olhos de Tack ficaram intensos, mas seus lábios estavam a tremer novamente
quando ele murmurou. — Ela vai me entender.
— Eu suspeito que ela vai — Shy concordou. — Você é um ato difícil de
acompanhar. Felizmente, quando eu tive minha chance de beleza, eu tive um pai de
sangue que me mostrou o caminho com a maneira que tratava a minha mãe, e um irmão
de colete que me mostrou o caminho com a maneira que trata a família dele e sua senhora.
Até recentemente — Shy afirmou, e viu a mandíbula de Tack ficar dura, então ele sabia
que o homem não perdeu seu significado. — Então, tive que improvisar — finalizou.
Tack relaxou o maxilar para compartilhar. — Seu ponto está feito, irmão.
— Bom.
— Você não tem uma família, uma filha. Quando você tiver, você vai entender —
Tack continuou.
— Espero pra porra que eu vou — Shy disse a ele e assistiu sua cabeça saltar com
surpresa, e ele não escondeu muito sua expressão de dor paternal. O pensamento de sua
menina como uma mulher era claramente algo que ele não tinha processado muito,
mesmo que uma vez ela tinha sido noiva.
Então, Shy abaixou a voz dele e lembrou-lhe. — Ela não é mais sua garotinha,
assim não. Ela sempre pode ser sua garotinha em algumas maneiras, irmão, mas não desse
jeito. Você me deu a chance, eu deveria ter dito isto é sólido. Nós começamos e isso era
amizade. Não foi o que eu queria, isso era o que ela precisava, então eu dei a ela. Nós
construímos em cima disso. A fundação é colocada e é do tipo que detém rápido. É isso,
irmão. Nós estamos vivendo juntos. Em breve, nós podemos fazer isso, nós estaremos nos
mudando para a porra de um lugar melhor, então posso proporcionar para ela um lar
decente. Eu vou colocar meu anel no dedo dela, vou dar a ela bebês, e quando ela for
colocada para descansar, aquele anel que dei a ela ainda estará no dedo dela. Vejo que
você está aceitando isso agora, então você precisa disso tudo e aqui está. Eu fazia parte de
um "nós" e eu estava feliz. Algum filho da puta matou meus pais e tirou isso de mim,
então a vida me obrigou a me tornar nada mais que a mim. Agora eu sou um "nós"
novamente, e isso é o que eu vou ser com minha mulher e a família que nós faremos até o
dia que eu morrer, porra.
— Cristo, Shy — Tack sussurrou.
— Acho que agora você está me sentindo totalmente, porra.
A cabeça de Tack inclinou para o lado. — O Clube não é um fator para isso?
— Você sabe que você que é minha família, Tack, mas não me venha com merda.
Você sabe exatamente do que estou falando e você também sabe, você a encontrou, você
vai desistir de qualquer coisa para mantê-la. Você andou através de balas para fazer
apenas isso, e quando você andou por aquela saraivada de tiros, irmão, você não estava
pensando em Tab ou Rush ou o Chaos MC. A única coisa em sua mente era Cherry. Então,
eu também sei que você entende o que o Clube significa e, quando se trata de Tabby, você
me entende.
Tack segurou os olhos de Shy.
Então, ele disse calmamente. — Eu queria isso para ela. Aquele outro cara era um
bom homem, mas eu não poderia saber, o jeito como ele foi criado, se ele pudesse dar isso
a ela e eu queria apenas isso para ela.
— Então, você tem sorte, isso é o que ela eventualmente encontrou — Shy
respondeu instantaneamente.
Tack novamente segurou os olhos de Shy. Então, ele empurrou seu queixo e
declarou: — Acho que vamos ver se Tabby me entende, então eu e você podemos fazer as
pazes, irmão.
— Yep — Shy respondeu, e os lábios de Tack contorceram-se novamente.
Ele virou-se para a porta, abriu, em seguida, voltou para Shy e compartilhou. —
Para ser honesto, embora achasse que o negócio com Tab acima do Clube fosse blefe. A
maneira que se aborreceu com a mãe dela, eu soube.
— Rush ou você fala com aquela vadia, eu aconselharia reiterar a minha
mensagem, porque não estava brincando, porra.
Outro retorcer de lábios, então. — Eu acho que ela entendeu, irmão. Não sei se
alguém perdeu isso.
— Isso é bom, porque Tab não está realmente deprimida pela mãe dela, mas eu
acho que ela não gostaria do que eu planejei.
— Provavelmente não — Tack resmungou então seus olhos travaram em Shy. —
Tenho que dizer isso, meu dever, você sabe disso sem eu falar as palavras mas, você tem
uma garota, você vai entender.
— Diga — Shy convidou.
Os olhos de Tack continuaram travados em Shy duas batidas então ele disse
calmamente. — Faça ela feliz.
Shy segurou seu olhar como, pela primeira vez na porra de meses, ele começou a
respirar mais fácil.
Lá estava isso. Tack apenas deu isso.
Sua benção.
Shy pegou isso empurrando seu queixo para cima.
Foi então, Tack fora em linha reta, sorriu meio segundo antes de ele desaparecer
atrás da porta.
Shy sugou em uma respiração.
Ele deixou sair, murmurando. — Jesus.
Então, ele puxou seu telefone para ligar para seu irmão.

— Eu estou bem, Lan, obrigada. É legal você estar disposto a vir, mas eu vou ficar
bem. — Shy ouvia Tab, que estava enrolada no sofá ao lado dele, a cabeça na sua barriga e
falando ao telefone com o irmão dele. — No entanto, se você quiser vir, Shy adoraria ver
você e eu prometo, eu não vou cozinhar. Restaurantes e comida para viagem.
Shy sorriu.
Lá estava isso.
Ela era boa.
— Certo — ela sussurrou. — Obrigado, Lan. Quer falar com o Shy novamente? —
Pausa, então. — Ok, eu vou dizer para ele. Até mais tarde. — Ela tocou a tela, levantou a
cabeça e olhou para ele. — Lan disse que vai te ligar mais tarde.
— Legal — murmurou Shy.
Ela jogou o telefone para a mesa de café, estabeleceu-se novamente com a cabeça na
sua barriga e apontou os olhos para a TV.
Sua namorada levou a queda dela esta manhã, mas, como era a sua maneira, Chaos
como um todo amorteceram a aterrisagem.
Não surpreendentemente, não haveria nenhum votação. Shy atendeu ligações após
ligações de irmãos que queriam fazer as pazes. Ele não os fez trabalhar muito pesado. Se
fosse só ele, ele estaria a pensar sobre as coisas. Mesmo o respeito e lealdade a Tack e
assim, de uma forma distorcida, Tabby não tirou o fato de nem um único deles cobrir suas
costas. Certo agora, ele precisava ser suave para sua garota. Tempo poderia passar e eles
novamente iriam ganhar a confiança dele.
Ou não.
Tab tinha resolvido as coisas com o pai dela, e quando ela ligou para Shy para lhe
dizer que ela tinha falado com Tack, parecia que durou cerca de cinco segundos antes que
estava tudo bem. Ele não ficou surpreso com isso. Ela amava seu velho homem, e ele levou
a conversa com o compartilhamento, ele não tinha perdido tempo e tremulou a bandeira
branca com Shy. Shy tinha dito a Tack que ele estava bem se Tab estivesse bem. Ela estava
bem porque Shy ia estar.
Ela tinha falado com seu avô e explicou que ela não podia sair do trabalho. Ele
também, tinha sido legal, pediu a agenda dela e disse-lhe que ele iria planejar o funeral
quando ela tivesse dois dias de folga. Shy e Tab iriam voar para o funeral e voariam de
volta no dia seguinte.
Ela encontrou Cherry para um drinque após o trabalho e que também foi bom.
Novamente, não foi uma surpresa. Ele sabia que Cherry não tinha nela em ser uma vaca,
guardar rancor ou foda-se com uma coisa boa. E ela e Tabby tinham uma coisa boa.
A única pessoa que ela não tinha feito as pazes foi com o irmão dela, o Rush. Ele
ligou várias vezes e ela não tinha atendido as ligações dele. Isso foi uma surpresa.
— Vou vê-lo no funeral e lidar, então — ela tinha murmurado.
Era tempo, Shy decidiu, para empurrá-la para lidar com a situação com o Rush.
— Baby, você tem que ligar para seu irmão.
Ela levantou sua cabeça da sua barriga, torceu o pescoço e olhou para ele. — Shy…
Ele colocou a mão em sua bochecha. — Você perdeu um familiar, os dois. Não
deixe isto apodrecer.
Ela segurou seus olhos uma batida, duas e, em seguida, sussurrou sua admissão. —
Ele disse coisas sobre você.
— Não dou a mínima, porra. Ele repete e não supera a merda como todo mundo
está fazendo, você tem um caso para ter raiva e rancor. Agora, os dois perderam sua avó.
Ele não tem uma mulher. Ele só tem uma irmã. Por Deus, honestamente, minha garota vai
resolver isso com ele agora?
Ela lambeu os lábios.
Ele a puxou para tocar sua boca na dela.
Quando ela levantou a cabeça para fora dele, ela tinha um sorriso sexy de gato que
teve seu creme.
— Você resolve essa merda agora, deliberadamente, não é? — Ele murmurou.
— Na verdade, não, mas é uma boa ideia, — ela respondeu, ainda sorrindo.
Ele ignorou seu sorriso sexy e olhou nos olhos dela. — Rush — era tudo o que ele
disse.
Ela segurou o seu olhar. Então, ela murmurou. — Oh, tudo bem.
— Ligue para ele — ele ordenou.
Ela revirou os olhos e resmungou. — Certo, ho, chefe.
Ele sorriu e, em seguida, ele a revirou de costas no colo dele e pegou a boca dela,
deixando-a agarrando seus ombros e ofegante quando ele levantou a cabeça.
Os olhos dele foram para a marca que colocou em seu pescoço naquela manhã,
então para os olhos dela.
— Desliga o telefone, você pensou que o dia começou bem, eu vou te dar um final
que você não vai acreditar.
— Prevejo meu telefonema de perdão para o Rush uma duração de trinta
segundos.
Shy soltou uma gargalhada. Quando ele parou, ele viu que ela estava sorrindo para
ele.
E isto o atingiu.
Tudo isso.
Acordar com ela. Ir para a cama com ela. Fazer amor com ela.
Comendo com ela. Rindo com ela. Beijando-a. Indo às compras com ela, e quando
ela estava em uma loja e vagava afastada, ele viu seu olhar sobre as prateleiras,
procurando por ele, e quando ele veio a ela em suas costas, ela tinha voltado para ele,
parecendo perdida e inclinando-se para ele no segundo que ele chegou lá, de repente
encontrada.
Jesus, ele tinha isso.
Todas as coisas.
— Eu nunca sonhei nenhuma porra de sonho — ele sussurrou, e o sorriso
desvaneceu-se de seu rosto enquanto lágrimas encheram os olhos dela.
Ela o compreendia.
— Shy…
— Nunca sonhei com isto, vi isto, esperei meu tempo, e então você me deu.
— Shy — a voz dela quebrou em seu nome.
Ele olhou nos seus olhos azuis, nadando com lágrimas, sentindo seus dedos
apertando nos seus ombros, seu peso no colo dele, o cheiro do cabelo dela, o gosto dela
ainda na sua língua.
Yeah, ele tinha isso, porra.
Quando ele tinha doze ele perdeu isso.
Agora ele tinha novamente.
Todas as coisas.
Tudo.
— Liga para seu irmão — ele murmurou. Ela puxou uma respiração através de seu
nariz, em seguida, assentiu com a cabeça.
Ela, então, levantou e tocou sua boca na dele, uma das mãos a deslizar para o seu
cabelo assim quando ela puxou de volta, ela segurou-o ao lado da cabeça dele.
— Amo você, querido — ela sussurrou.
— Amo você também, doçura.
Ela sorriu um sorriso vacilante e saiu de seus braços, enquanto rolava fora do colo
dele.
Ele escutou ela fazer as pazes com seu irmão.
Quando ela terminou, ele desligou a TV, pegou a mão dela, guiou para o quarto e
deu-lhe o que ele prometeu. E o dia terminou exatamente como ele pretendia que fosse.
Inacreditável.
Capítulo 15
Sorte

Um Mês Depois…
Eu fiquei lá fora no frio, com uma cerveja na mão, ao lado de um tambor de aço
cheio de fogo emitindo uma onda de calor. Eu senti um braço deslizar ao longo dos meus
ombros e ergui minha cabeça bem a tempo de ouvir Landon reclamando. — Jesus, Tab, o
que está acontecendo? Isso é como uma festa hippie, em um baile de gala.
Meus olhos seguiram para o alvo e vi Lanie e Hop, não muito escondidos pelos
degraus que levavam ao escritório que estavam nos fundos, mas na maior parte escondida
pela escuridão da noite de novembro. Ela parecia glamourosa, como de costume, seu
cabelo brilhante, escuro e espesso brilhava mesmo com o fogo e holofotes distante. Eu
estive com ela mais cedo e vi que estava vestida de forma casual para Lanie, vestindo
jeans, mas sua bota cara assassina, camisa elegante, e a pashimina enrolada em seu
pescoço gritava classe.
Hop, por outro lado, estava normal, calça jeans (que ainda parecia boa para ele),
uma camisa preta surrada, uma jaqueta de couro preta com a insígnia do Caos nas costas.
Seu cabelo escuro era longo demais e caia em seu rosto, e seu bigode grosso de
motoqueiro fodão que corria através de seu lábio e abaixo dos lados da boca dele
precisavam de uma aparada. Algo que, conhecendo Hop por anos, eu sabia que ele não ia
se importar, tendo uma dama elegante em sua cama ou não. Isso poderia ser no dia
seguinte. Isso poderia ser no próximo mês.
Eu os observei enquanto conversavam, então Hop, de repente, agarrou Lanie e eu
prendi a respiração quando ele a beijou, quente e forte.
Eu tenho que admitir, ela resistiu.
Por cerca de cinco segundos.
Então, jogou seus braços em volta dos ombros dele, ele a levou ainda mais para as
sombras, torcendo o tronco e eu não consegui ver nada além do indistinto emblema Chaos
em seu colete, e eu sabia que eles estavam indo para lá.
Meus olhos dispararam ao redor do pátio da Ride, onde estávamos para comer o
porco assado e beber na confraternização do Chaos. A parte do agito viria em cerca de
meia hora depois de o porco ser dizimado e haveria mais garrafas circulando que copos
plásticos sendo cheios nos barris. Avistei meu pai, seus olhos presos nas escadas e, assim
que focaram em Lanie e Hop, eles se estreitaram.
Uh-oh.
Meu olhar se moveu, e eu localizei Tyra falando com a mulher do Dog, Sheila, e ela
estava de costas para o casal.
Shooo.
— Eu não sei querida, mas pensando bem há coisas que até Deus duvida — Lan
murmurou, e comecei a rir.
Através do meu riso, eu o vi sorrindo para mim.
Eu continuei rindo mesmo quando senti algo quente batendo no meu ventre, meus
olhos desviaram dele e eu vi Shy há 15 metros de distância, de pé com Boz, Roscoe, e Bat,
olhando para mim, seus lábios curvados para cima, seu rosto iluminado pelos holofotes,
feliz.
Seu irmão e a namorada estavam se entendendo e apenas com algo tão simples
como isso, tudo estava certo no mundo de Shy Cage.
Sabendo disso, pode-se dizer que tudo estava bem no meu também.
Basta dizer que, Landon tinha sido fiel à sua palavra. O tempo que levou para eu
provar para ele que poderia confiar em mim com seu irmão não foi muito grande.
Aconteceu logo depois que o inferno desabou no Chaos.
Quanto a mim, eu sabia que iria me apaixonar pelo irmão do meu homem quando
Shy, Rush, e eu fomos ao Aeroporto Internacional de Denver para voar para o funeral da
minha avó, e Lan estava no portão. Shy não tinha dito uma palavra, provavelmente
porque ele sabia que eu ia tentar convencê-lo a fazer Landon desistir de tirar um tempo de
sua vida e dinheiro para comprar um bilhete de avião, para estar comigo durante o que os
irmãos Cage achavam que era minha hora de necessidade. Vendo Lan lá, eu fiquei
chocada.
Lan simplesmente me deu um abraço e murmurou em meu ouvido. — Família
cuida de família.
Isso foi legal e tudo, mas voar para o Arizona para assistir ao funeral de uma
mulher que ele não conhecia e, obviamente, já que ela estava morta, eles nunca se
conheceriam? Durante o funeral entendi por que ele estava lá, quando eu descobri o que
os irmãos Cage tinham arranjado.
Isto foi, enquanto Rush e eu tentávamos nos segurar e Shy me deu seu apoio, Lan
não perdeu tempo em sua abordagem com a mãe. Eu não sei o que ele disse. Eu só sabia
pelo olhar no rosto dela enquanto ele estava dizendo isso, que ela o ouviu. Ele ficava perto
dela o tempo todo que eu estava em seu espaço, na casa funerária, no túmulo, e no vovô
depois.
Sua mensagem era clara: Não tenha ideias sobre ser uma cadela para Tabby (e que
ela faria, era a maneira da mãe, mesmo no funeral de sua mãe). Você faz qualquer coisa, eu
pego você. Vendo que ele não era exatamente pequeno, mas ele era, obviamente, um
fodão, mamãe, que podia perder a dica mais evidente, não perdeu a mensagem de Lan.
Portanto, eu suportei o funeral da minha avó sem ter de aguentar a minha mãe ser
uma cadela. Ela nem sequer teve a chance de lançar um olhar mal-intencionado para mim.
Ela ficou bem longe.
Aquilo me fez ficar bem com Lan, mas eu não sabia o que o fez ficar assim comigo.
Eu só sabia que eles tinham me deixado entrar. Quando ele ligava para o Shy, ou ele
estava falando com ele e eu estava por perto, ele pedia para ele passar o telefone e nós
ficávamos conversando. Não muito e nada muito sério, mas amigável, quente e doce. E
agora que ele estava aqui para o fim de semana, ele brincou, fez piadas, tudo genuíno,
tudo real, nada forçado, nada falso.
Eu sabia que Shy adorava isso.
E eu também.
A parte boa dessa terrível visita ao Arizona foi que Shy e Lan tiveram a chance de
ver a avó deles. Nós a convidamos para jantar. Eu a amei de imediato. Isso aconteceu
porque ela estava fora de si de alegria com a chance surpresa para passar o tempo com
seus garotos e ela não escondeu. E foi também porque ela flertou audaciosamente com
Rush. Foi engraçado. Ela era engraçada, e outra coisa que ela não escondia era que ela viu
que Shy me amava e me levou para a família imediatamente. Minha avó morrer foi
horrível, mas, tinha que ser dito, ganhar a avó de Shy foi incrível.
— É bom ouvir você rindo, Tab. Você tem estado quieta — Landon observou. Eu
dei um sorriso tímido e, em seguida, olhei para o irmão.
— Eu estou bem.
Sua cabeça inclinou para o lado e seus olhos pegaram os meus. — Mesmo?
Dei de ombros, mas seu braço não me deixou.
— Só merda no trabalho — eu admiti.
— Dr. Cabeça de Pau — afirmou com conhecimento de causa.
Para sua informação, motoqueiros não são taciturnos. Eu soube disso a minha vida
inteira. Eles estão na vida para ser quem eles são e fazer o que eles querem e que inclui,
para aqueles que sabem, dizendo o que diabos eles querem dizer, sempre que eles querem
dizer e para qualquer um que eles querem dizer. Embora, alguns podem ficar quietos,
introspectivos, ou misteriosos, a maioria deles colocam tudo para fora.
E eu sabia dele me contando e ouvindo-os falar que Shy contava tudo para Lan.
Portanto, não foi uma surpresa Lan saber sobre Dr. Cabeça de Pau, porque o Dr.
Cabeça de Pau não tinha se acalmado.
As fofocas, na sala de suprimentos, diziam que seu mau humor era porque a
esposa do Dr. Cabeça de Pau havia ligado e dado a notícia de que seu marido era um
traidor. Isso não saiu muito bem e o deixou dormindo no sofá em seu consultório, por uma
semana, enquanto ele encontrava um novo apartamento.
Para mim, isso significava que eu estava mais uma vez, por algum motivo
insondável, em seu alvo, e ele aumentou as maldades muito significativamente.
No início, eu compartilhei as desventuras de Tabby e Dr. Cabeça de Pau com Shy.
Agora, eu não faço mais. Ele estava chateado, e quanto mais eu falava, mais chateado ele
ficava.
Considerando-se que o meu senhorio simplesmente pressionou para ter um
contrato de locação de doze meses e Shy voou em seu rosto, eu não ia me demitir para
levá-lo para intervir com o Dr. Cabeça de Pau, algo que ele já prometera que faria.
Então, eu parei de falar sobre isso.
Basta dizer, todas as partes boas de Shy e eu construindo uma amizade em que nos
apaixonamos e começamos uma relação haviam terminado. Isso não era para dizer que as
coisas ainda não eram maravilhosas. Era só para dizer que a vida era a vida e nem tudo
era perfeito o tempo todo.
Por exemplo, Shy jogava as roupas por todo o chão, e isso me deixava louca. Eu
decidi falar com ele, mas então, depois de juntá-las e colocá-las no cesto, Shy desaparecia a
qualquer hora que eu fosse para a lavanderia.
Isso, eu decidi não aturar.
— Eu consegui um motoqueiro fodão que é ótimo para servir-me orgasmos e tem
um talento natural com doçura, ou eu consegui ser a serviçal de lavanderia sem
pagamento? — Eu perguntei irada a última vez que voltei da lavanderia e vi Shy em frente
à TV com uma cerveja.
— Não lave as roupas, baby — ele disse à TV.
Não para mim, para a TV. Ele não olhou para mim, e ele certamente não olhou para
o cesto que eu estava arrastando para dentro.
— Você tinha um feitiço mágico antes de mim que você poderia lançar sobre suas
roupas para deixá-las limpas? — Eu falei, despejando o cesto limpo, dobrado de roupa na
minha poltrona.
Seus olhos finalmente mudaram para mim. — Não.
— Então, alguém fez a sua lavanderia, porque suas roupas são usadas, mas elas
não eram imundas diante de mim.
Seus olhos ficaram cuidadosamente em branco antes de aconselhar baixinho. —
Não vá lá.
Oh Deus.
Eu fui lá e fiz plantando as minhas mãos em meus quadris e afirmando: — Suas
cadelas faziam isso para você.
— Disse-lhe para não ir lá. — Ele murmurou, os olhos indo de volta para a tela da
TV.
— Shy. — Eu chamei. Ele suspirou e olhou para mim. — Vendo como você está
aqui, suas roupas estão aqui, você dorme na minha cama todas as noites, volta para casa,
para minha casa todas as noites, estamos vivendo essencialmente juntos. Então, nós temos
que descobrir como fazer isso sem ficar me chateando.
— Tudo bem, doçura, mas como eu disse, eu não faço a lavanderia.
— Ok, chefe, o que você faz? — Eu atirei de volta.
— Nada! — Afirmou e eu pisquei, meus olhos se estreitaram, algo que Shy não
perdeu. Eu sabia disso quando ele avisou: — Não vou fazer essas coisas. Eu praticamente
caí no Complexo durante os últimos nove anos, então eu nem sequer cuidei de minha
própria casa. Aquela vadia que me criou depois que minha mãe morreu não fazia merda
para nós. Nós não só mantínhamos o nosso quarto limpo e lavamos a nossa própria roupa,
lavamos a sua roupa e limpamos a sua casa enquanto seus filhos sentavam em suas
bundas e assistiam TV. Então, eu me enchi de lavanderia e limpeza, e eu não pretendo
fazer qualquer porra de mais do mesmo. Vou levar o lixo para fora. Vou pegar os
mantimentos, já que você parece alérgica à mercearia. Eu estou de bom humor, eu vou
limpar a cozinha. Se tem algo que você quer que eu faça que não inclua lavar roupa ou
usar o aspirador, vamos conversar. Mas, querida, você pode ficar chateada, você pode
reclamar, você pode tentar doçura, eu não vou lavar roupa e eu não vou passar o
aspirador. Você entendeu?
Puxando o cartão da tia cadela de Shy se fazendo de Cinderela, infelizmente
funcionou, então eu respondi: — Tudo bem. Eu não gosto de abastecer, por isso seria legal,
quando você usa o carro, você abastece.
— Eu posso fazer isso. — Respondeu ele, os lábios se contraindo.
— E… — eu continuei, não gostando da contração dos lábios. — Colocar suas
roupas no cesto, e não no chão.
— Posso fazer isso também.
— E…
— Tab, desista enquanto você está na frente. — Ele me avisou.
— Não estou me sentindo na frente de nada ainda, querido. — Eu compartilhei.
— Eu abasteço o carro, troco o óleo, compro mantimentos, cuido do lixo e despejo
as minhas roupas no cesto. Pensando bem, eu também posso ficar com a maior parte da
cozinha. — Ele me lembrou. — Isso é o que você tem. Se você encher o saco, eu posso
despejar minhas roupas onde diabos eu quiser, na minha casa ou no complexo, e eu não
vou ter uma mulher na minha cara sobre isso.
Ele estava falando sério?
— Você está ameaçando me deixar? — Eu perguntei.
— Eu estou dizendo, desista enquanto é tempo. — Ele voltou.
— Então você está ameaçando ir embora. — Eu supus.
— Eu estou dizendo, você me quer aqui, você deve saber sobre o tipo de homem
que você escolheu. Eu coloquei-o para fora. É a maneira que é. Se você não gosta do jeito
que está, eu posso fazer arranjos alternativos.
— Portanto, ameaçando me deixar. — Eu terminei por ele.
— Ou você me quer como eu sou, querida, ou sim, eu posso encontrar um lugar
onde eu não tenho problemas.
— O que, só para sua informação, Shy, significaria eu ter uma casa sem o incômodo
adicional de limpeza por duas pessoas e lavar roupa de duas pessoas.
— Sim, querida, você também vai para a cama sozinha, sem ninguém para comer
sua boceta. — Ele respondeu.
Desde que quase fez minha cabeça explodir, eu decidi, porque ele não iria limpar
se fragmentos de cérebro e crânio fossem espalhados por toda a sala de estar, eu devia me
livrar da conversa.
Isso eu fiz, agarrando as alças do cesto, puxando fora, batendo a porta do quarto
atrás de mim, fazendo muito barulho enquanto eu arrumava a roupa, em seguida, me
tranquei no banheiro com meu celular.
Claro, eu engoli meu orgulho ligando para Ty-Ty e compartilhei com ela, por fim,
sobre Shy e minha briga.
Essa conversa não foi muito melhor.
— Tabby, querida… — ela começou, usando um tom cauteloso para me preparar.
— O seu pai não aspirou o chão nos anos em que estivemos juntos. Para ser honesta, eu
nem sequer pergunto. Kane Allen não é um homem que aspira chão.
— Bem, eu não sou você e Shy não é meu pai e eu não lhe pedi para aspirar o chão.
Estávamos negociando e ele me cortou antes que as coisas estivessem equilibradas e isso é
chato — eu disparei de volta.
— Não, você e eu não somos iguais, mas Shy é Tack mais novo, e eu sei que isso
não é o que você quer ouvir, mas ele também não está errado. Você viveu toda a sua vida
com seu pai e seus irmãos, querida, de modo que você também sabe disso.
Era ruim, mas era verdade.
— Amo você, Tabby. — Ela continuou em voz baixa. — E eu vou ouvir qualquer
coisa que você quer compartilhar comigo. Eu também vou ter uma mente para não
sobrecarregar com você. O que vou dizer é que há uma variedade de maneiras que seu pai
faz colocando-se com todo o seu extremo, uh… homem das cavernas. Você precisa refletir
e ver se Shy faz valer a pena.
Eu a entendi, embora eu meio que bloqueei algumas das partes que entendei.
Ela estava certa, é claro. Shy já fez valer a pena, é claro. Mas, eu era muito teimosa
para admitir a derrota (ainda), é claro.
Encerrei a chamada com Ty-Ty, liguei para Natalie (de novo), não obtive resposta
(de novo), e evitei Shy ficando no banheiro até a hora de dormir.
Ou, devo dizer, eu evitei Shy até ele perceber que eu estava evitando-o.
Eu sabia que ele percebeu, porque deixou isso claro ao caminhar no banheiro
enquanto eu estava escovando meus dentes. Suas mãos em meus quadris, ele me virou,
me levantou, me plantou sobre o balcão, tirou a escova de dentes da minha mão, e jogou-a
na pia.
Então, ele se inclinou para mim, com as mãos no balcão de cada lado de mim, e
ordenou: — Pare de ficar chateada. Você sabe que não dá a mínima se eu aspirar os
malditos pisos.
Sinceramente, eu não sabia. Rush costumava aspirar até que o fiz parar, porque ele
era uma merda nisso. Não era como se eu não soubesse que esse era o seu estratagema.
Era só que não valia a pena a dor de cabeça de cobrar que ele fizesse, quando eu podia
aspirar e ficar bem feito. E, eu descobri que não valia a pena a dor de cabeça porque eu
passei anos tendo a dor de cabeça de cobrá-lo, antes de eu ser inteligente, desistir, e acabar
fazendo isso sozinha.
Naquele momento, no entanto, eu tinha a boca cheia de espuma de pasta de dentes
e da face para salvar. Prioridades, eu torci, cuspi a espuma na pia e peguei a toalha de
mão, limpei a boca e joguei a toalha em cima do balcão.
Então eu olhei para ele e compartilhei: — Só para você saber, há realmente apenas
um tipo de motoqueiro. Ele pode compartilhar seus sentimentos, ou não. Ele pode foder
em torno de sua mulher, ou não. Ele pode festejar um pouquinho mais do que é saudável,
ou não. Mas, no fundo, um motoqueiro é um motoqueiro e eu sei que você é um
motoqueiro.
— Tudo bem, e…? — Ele parou quando eu me calei e não continuei, então eu
continuei.
— Há apenas um tipo de motoqueiro, Shy, mas existem três tipos de senhoras.
Uma permite que seu homem caminhe sobre ela. Uma se transforma em uma cadela como
mamãe ou Mitzi. E uma é como Tyra, que dá, mas também espera obter algo. Eu sou como
Tyra. Eu não sou Tyra, mas você deve saber, eu considerei as opções e escolhi esse plano
de vida de motoqueiros. Você não quer aspirar, eu não vou te obrigar. Mas, não me corte,
fazendo observações imbecis porque você já decidiu que a conversa acabou. Respeite-me
ou, sinceramente, eu te amo, você sabe disso, você significa o mundo para mim, mas isso
vai cavar fundo, apodrecer, e chegará um tempo em que eu não me importarei se suas
roupas estão no chão do Complexo.
Seu rosto mudou, eu prendi a respiração com a mudança enquanto ele rosnou: —
Nunca haverá um momento em que você não se importará se as minhas roupas estão no
chão do Complexo.
Um voto.
Absolutamente.
Não é uma desculpa, mas eu entendi e ia pegar isso.
Eu era inteligente o suficiente para não tripudiar.
— Certo, então, eu escovei os dentes, você não, então você está livre para comer
alguma coisa antes de ir dormir. — Eu declarei. Aquele olhar intenso deixou seu rosto,
seus olhos brilharam com o calor, então eu estava fora do banheiro, no quarto, joguei-me
na cama, minha calcinha estava desaparecida, e Shy comeu alguma coisa antes de ir
dormir.
A verdade era que eu usei a minha boca antes de finalmente cair no sono também,
mas felizmente para o que eu a usei não me daria nenhuma cárie. Além disso, antes de
adormecer, Shy provou que ele pretendia fazer valer a pena, e não foi por me dar dois
orgasmos (ou não foi só isso). Foi por murmurar direto antes de adormecer. — Só para
você saber, querida, o tipo de motoqueiro que eu sou não vai foder em torno de sua
mulher.
Outras mulheres poderiam pensar que não valeria a pena saber que ela era a
pessoa que limparia os banheiros, sem uma pausa para o resto de sua vida, mas funcionou
para mim.
Essa foi a pior briga que tivemos. Embora tivéssemos batido cabeças um par de
vezes, não era nada que me enviasse soltando fogo sozinha para o meu quarto. E, em um
esforço para continuar nesse ritmo, eu não compartilhava com Shy sobre Dr. Cabeça de
Pau.
Shy, como todos os membros do Clube, tem uma retirada mensal dos lucros da
Ride Carros Customizados e Motos, bem como das três lojas de autopeças, uma em
Denver, uma em Colorado Springs, e uma em Fort Collins. Os rapazes mexiam seus
traseiros fodões na loja trabalhando no balcão, nas prateleiras, manter o inventário, e
aqueles que, como Shy, que tinha as habilidades trabalhavam na oficina sobre os carros e
motos. Ninguém programado, mas tal era a fidelidade à irmandade, para não mencionar o
seu sustento, ninguém trabalhava por fora também.
A divisão dos lucros tinha uma porcentagem que variava se você era um membro
de pleno direito ou de um recruta.
Cada membro que se candidatava ao clube e aturava toda porcaria que os irmãos
os mandavam fazer, por quanto tempo eles decidissem que deveria durar. Chaos não
tinha regras, então não era como se eles se quando se candidatavam, eles enfrentavam seis
meses ou um ano e, depois disso, os meninos sabiam quando a tortura iria acabar, que eles
conseguiriam sua porcentagem, a tatuagem em suas costas, e eles poderiam ser
considerados fodões de pleno direito. Isso era em média seis meses ou menos, mas poderia
ser mais de um ano antes de os rapazes sentarem-se e votarem para aceitar um novo
homem no grupo.
E por porcaria que eles tinham que aceitar dos membros, eu quis dizer qualquer
coisa.
Qualquer coisa.
E qualquer coisa era realmente alguma coisa quando você vivia em um mundo de
motoqueiros.
Então, recrutas eram pagos porque eles também trabalhavam na loja ou na oficina,
mas eles recebiam menos.
O clube não fez nenhuma distinção sobre a remuneração de acordo com os termos
de adesão para os irmãos com plenos direitos. Embora, a divisão era para cima ou para
baixo de acordo com os lucros, segundo Shy, os controles triplicaram entre recruta e
membro. Os valores, mesmo nos meses mais magros, também não eram surrados.
Isso significava que, com Shy mantendo um apartamento de baixo custo e sem
comprar roupas, por cerca de seis anos, ele estava sentado em uma montanha de dinheiro.
Então, Shy, como todos os irmãos, fazia sua parte na loja e ele também trabalhava
na oficina. Até onde eu podia ver, ele praticamente fazia os dois de forma igual. Portanto,
ele não mantinha um cronograma, ele ia quando queria, chegava em casa quando ele
cansava do trabalho, mas ele estava na Ride muitas vezes.
Ele também fazia as coisas com os seus irmãos e para o clube durante o dia e, por
vezes, à noite, que ele não compartilhava comigo, e eu sabia o suficiente sobre a vida para
não perguntar. Não, é assim, nunca perguntar e, se ele quisesse que eu soubesse, ele iria
me dizer. Eu tinha ouvido a minha mãe e meu pai brigando o suficiente para aprender
essa lição.
Eu sabia que o clube estava limpo, papai lutou para deixá-lo dessa forma.
Mas, a regra de ouro para qualquer senhora de um Chaos era ter as costas de seu
homem quando necessário, estar ao seu lado quando necessário, não fazer perguntas a fim
de obter nenhuma mentira, e conhecer a bondade de seu homem superando as coisas que
ele pode precisar fazer para manter o clube prosperando. Se ela não seguir esta regra de
ouro, ela acabaria não sendo mais um senhora.
Em outras palavras, Shy estava por perto, passamos tempo juntos, conversamos,
fizemos amor, comemos juntos, assistimos TV juntos, mas Shy também tinha sua própria
vida, suas próprias coisas para fazer, e suas próprias coisas em sua mente então, não
compartilhar sobre o Dr. Cabeça de Pau tinha sido bem sucedido.
— Ele ainda ferra com você? — Lan perguntou, e eu me concentrei nos meus
pensamentos sobre ele.
— É o seu jeito. — Eu tentei disfarçar, mas seus olhos se estreitaram em mim.
— Melhor ou pior?
— Depende do dia, Lan. — Eu balancei minha cabeça. — É só ele. Ele faz isso com
todo mundo.
Embora, não tanto como ele faz isso para mim, eu pensava, mas não
compartilhava.
— Não é legal, você está quieta, fora do trabalho, em uma festa com o seu homem e
família, e está em sua mente. — Landon pressionou.
Ele não estava errado.
Ainda assim, eu dei de ombros novamente e murmurei: — É a vida.
Ele deixou cair o braço ao redor dos meus ombros e virou-se para mim.
— Tab, eu sei que você quer certificar-se de que não tem a reputação de ser volúvel
ou estar com problemas no trabalho, mas se um monte de gente está comendo merda com
esse cara, talvez alguém deveria fazer alguma coisa. Talvez você pudesse conversar com
alguns deles, a força em números, por isso não é apenas você rebolando sua bunda lá fora.
Isso, na verdade, não era uma má ideia.
Então, eu balancei a cabeça e respondi: — Vou pensar sobre isso. Eu sei que alguns
dos outros enfermeiros estão subordinados a ele, por isso vou conversar com alguns deles.
Testar as águas.
— Faça isso querida, mas você se demitindo por causa de coisas com Shy, mas
também porque você não poderia colocar-se com aquele idiota mais. Eu não sei se você
disse-lhes então, mas mesmo que você esteja errada, a vida é muito curta para essas
besteiras. Então, se você tem que procurar um outro trabalho, você o faz e não se
arrepende. Se eles fossem leais a você, eles não deixariam esse cara foder com a sua cabeça.
Então, você acabou de ser fiel a você, sim? Encontre algo que vá deixar você tranquila
quando você deveria estar se divertindo. Você me entende? — Completou sobre uma
questão delicada.
— Entendi Lan, obrigada. — Eu respondi.
Ele sorriu e, sério, quando Shy me disse que ele não tinha uma garota, eu pensei
que era um milagre.
Então, seus olhos vagaram por cima do meu ombro e parou.
Olhei por cima do ombro, vi uma loira peituda de quadris largos, cabelos
volumosos, fanática por motoqueiros dando uma olhada em Lan, e eu sabia que não era
um milagre. Ele era como seu irmão, perseguindo bundas, desfrutando de encontros, mas
eu suspeito que, quando ele se estabelecesse, ele iria encontrar maneiras de fazer o seu
homem selvagem acalmar.
— Certo, Tab, vou te devolver para o meu irmão. Tenho coisas para fazer. —
Afirmou.
Ah, sim, ele tinha coisas para fazer.
— Felizmente, Shy está na minha casa o tempo todo ou eu prevejo que precisaria
trocar os lençóis. — Eu murmurei por meio de um sorriso como Lan enganchou seu braço
em volta dos meus ombros e começou a me levar para o meu homem.
— Absolutamente. — Ele murmurou, eu olhei para ele e dei-lhe o meu sorriso.
Ele olhou para mim e sorriu.
Então, ele olhou para o irmão. — Sua garota precisa de companhia.
Seu braço caiu. Shy substituiu instantaneamente. Então, ele apertou os lábios no
topo do meu cabelo e me beijou. Sério.
Amo o meu homem. Lan ergueu o queixo, e eu incentivei: — Vá atrás dela, tigrão.
Ele me lançou outro sorriso, e Shy perguntou: — O quê?
— Landon está prestes a descobrir se ele está com sorte. — Eu compartilhei.
Os olhos de Shy foram para o seu irmão e os meu seguiram.
A menina estava piscando seus cílios para ele enquanto ele se aproximava. Lan
estava sorrindo para ela.
Algo chamou o canto do meu olho, eu virei minha cabeça e vi, nas sombras à beira
da folia, Hop arrastando Lanie para o Complexo. Ele tinha a mão dela na sua e estava,
definitivamente, arrastando-a, mas as botas de salto alto estavam se movendo em dobro e
ela não pareceu estar lutando.
Rapidamente, eu examinava a multidão e vi Tyra rindo com Big Petey, de costas
para o Complexo. Ela ainda não tinha a menor ideia do que estava acontecendo.
Mas, eu também vi meu pai, e eu sabia que ele sabia o que estava rolando, e ao ver
como ele estava seguindo Hop e Lanie com os olhos, a boca apertada. Eu sabia que o olhar
do meu pai não era de raiva, era impaciente.
Meu olhar voltou para as portas do complexo para ver que Hop e Lanie tinham
desaparecido lá dentro.
Eles manterem as coisas em segredo me confundiu. Ambos eram adultos com
consentimento, e, Lanie não era filha de ninguém ali.
Mas, naquele momento, eu percebi que torcia como o inferno que aquilo
funcionasse para eles, não importava como, mesmo que fosse claro que nunca daria certo,
afinal, Hop era um motoqueiro fodão e bruto e Lanie era chique e sofisticada.
Eu esperava isso, porque, depois de tudo que aconteceu com Lanie, ela ainda era
Lanie. Louca. Divertida. Mas, havia algo errado com ela que eu achava preocupante, e
sabia que Ty-Ty se preocupava com isso e meu pai também.
Além disso, eu não acho que ela tinha tido um único homem desde que ela perdeu
Elliott. Nem um. E já se passaram anos.
Para uma mulher tão bonita, louca, divertida, para não mencionar doce como
Lanie, isto era triste. Ela merecia um homem bom em sua vida que poderia fazê-la feliz.
E Hop era um homem bom, não importa como o seu rompimento com Mitzi foi
feio e o rolo com BeeBee. Eu o conheço há muito tempo. Eu sabia que ele nunca iria lá com
Lanie, sabendo quem ela era para Ty, se ele não tinha a intenção de fazer o bem por ela.
Além disso, como as boas mulheres, os bons homens mereciam felicidade. Então,
Hop merecia toda a loucura, diversão, doçura, beleza que Lanie poderia lhe dar.
Olhando fixamente para a porta do Complexo, enviei boas vibrações invisíveis
para duas pessoas com as quais eu me preocupava e torcia para que pudessem encontrar a
felicidade juntos.
E, é claro, que o que estavam fazendo não iria mexer com papai e Ty-Ty demais.
— Ele teve sorte. — Shy murmurou, tirando meus pensamentos de Lanie e Hop, e
trazendo a minha atenção de volta para Landon e a motociclista groupie colado um no
outro, e eu concordei mentalmente. Em seguida, os lábios de Shy vieram ao meu ouvido.
— Eu vou ter sorte em cerca de cinco minutos também.
Todos os pensamentos de Lanie, Hop, Landon, e sua groupie sumiram, um arrepio
passou por cima da minha pele, mas eu virei a cabeça e chamei sua atenção.
— Você vai?
— O tempo de levá-la para o meu quarto, sim, eu terei. — Ele sussurrou.
Outro tremor, então. — Mas, nós ainda nem sequer começamos o inferno.
— Algo vai acontecer, mas não vai ser um inferno.
Eu sabia disso.
Seria o paraíso.
Eu sorri.
Ele inclinou a cabeça e roçou os lábios contra os meus.
Cinco minutos mais tarde, em seu quarto no Complexo, Shy teve sorte.

— Correndo o risco de te irritar, tenho que compartilhar. Mais de uma vez nos
últimos cinco anos, coloquei minhas costas na cama, a mão no meu pau, pensando em
você fazendo o que você fez para mim.
Aquilo, de qualquer forma, não me irritou.
Aquilo me deixou ligada.
Ergui a cabeça do ombro dele e olhei em seus olhos verdes.
— O que mais você pensava em me fazer? — Eu perguntei em voz baixa, as minhas
pernas deslocando inquietas.
Seus olhos foram para o teto.
— Te ter, segundos depois, e você estar preparada para gozar novamente.
— Foram minutos, Shy. — Eu apontei, ele me olhou nos olhos e sorriu.
Então, seu sorriso desapareceu e ele declarou: — Certo, antes de rasgar um ao
outro de novo, tenho que falar com você sobre uma coisa.
Eu registrei o sorriso, senti seu humor, e, portanto, derreti.
— Ok. — Eu disse suavemente.
— Os meninos votaram. Nós vamos para as montanhas.
Senti minhas sobrancelhas reunir.
— Perdão? — A expansão da Ride, querida. Boz e Brick saíram procurando
lugares. Durango ou Grand Junction. E pelo jeito, provavelmente, vai ser Grand Junction.
Nós estamos nos mudando, não apenas lugares ao longo da Front Rage, e abrindo uma
nova loja no oeste.
Eu sorri e gritei: — Wow! Isso é legal!
Seus lábios tremeram e ele respondeu: — Sim.
Estudei-o. Seus lábios tremeram, mas eu tive a sensação de que ele não estava
comprometido com o seu "sim".
Então eu perguntei: — O que está em sua mente, querido?
Shy não hesitou em compartilhar. — Brick , Dog, e Boz estão indo na próxima
semana, tomando as decisões finais sobre os locais que poderíamos comprar. Eles vão
trazer a informação sobre as opções para o clube, grande reunião. Todos os meninos de
Fort Fun e C. Springs virão à cidade, nós votamos em um, e um irá. Dog e Boz já se
voluntariaram ir para lá, tomar à dianteira, e supervisionar o início de tudo. Nós vamos
procurar novos recrutas, vamos prepará-los, já que serão necessários mais meninos
quando a loja estiver instalada e funcionando. Bat, Arlo e Tug já deixaram claro que estão
prontos para sair e fazer parte dessa equipe. Deixa-nos para baixo nos números, por isso é
hora de construir o clube.
Eu balancei a cabeça.
Shy continuou falando.
— Brick e Dog ambos já disseram que querem ficar nas montanhas por um tempo,
mudança de cenário.
— Certo. — Eu solicitei.
— Isso significa Tack perdendo seus primeiros-tenentes.
Meu coração capotou.
— Certo. — Eu disse novamente, mas desta vez lentamente.
— O trato está feito. Os dois irmãos estão indo e vão ficar fora pelo menos um ano,
provavelmente mais. Então, Tack está tomando decisões. Ele pediu ao Hop para entrar
quando eles se forem.
Meus ombros caíram.
— Ele também me perguntou. — Shy terminou.
Meu rosto se abriu em um sorriso, os olhos de Shy caíram para a minha boca, então
ele me rolou, então eu estava de costas e ele estava em cima de um antebraço, pairando
sobre mim, mas dobrado para que nossos rostos estivessem perto.
Sua outra mão enquadrou o lado da minha cabeça e seu polegar deslizou sobre
meu cabelo quando ele murmurou: — Não fique animada, querida.
— Mas, isso é legal. Isso é respeito. Isso é uma honra, Shy.
— Sim. É. — Ele concordou. — Mas, você tem que entender que, para você, isso
também significa que eu não poderia ficar por perto tanto tempo. Não é como se Dog e
Brick fossem chamados a dever diário, mas eles têm merda extra para fazer que os outros
irmãos não.
— Tudo bem. — Mais uma vez eu disse isso aos poucos e quando ele não falou,
perguntei: — O que não está dizendo, querido?
— Não tenho certeza que eu quero fazer isso.
Eu pisquei. Então, perguntei: — O quê? — Fiz uma pausa, mas antes que ele
pudesse falar, eu perguntei. — Por quê?
Ele suspirou, olhou para minha garganta, em seguida, olhou para mim enquanto
sua mão caía para enrolar ao redor do lado do meu pescoço.
— Meu compromisso com o clube está lá. Meu compromisso com os irmãos…
Ele deixou pendurar e não prosseguiu, mas meu estômago amarrou em um nó.
— Sério? — Eu perguntei em voz baixa.
— Realmente. — Ele respondeu com firmeza.
O nó no estômago torceu.
— Você está pensando em deixar o clube? — Eu forcei a sair.
— Absolutamente não.
Bem, graças a Deus por isso.
— Ok, então, por quê? — Eu perguntei. — Por que você está questionando o seu
compromisso com os homens?
Ele balançou a cabeça e olhou para o travesseiro ao lado da minha. — Pensei que
eu podia, não posso.
— Não pode o que?
Ele olhou para mim. — Não quero remexer a merda do passado, quando as coisas
estão boas, querida, mas nenhum deles ficou do meu lado quando eles descobriram sobre
você e eu. Eles fizeram suas chamadas, eles consertaram as coisas, mas eu não esqueci, e
acho que se eles querem mais de mim, eu estou pensando que eles têm que provar respeito
antes de eu devolvê-lo.
Eu bati de volta a vontade de lamber meu lábio antes de perguntar: — Você tem
problemas com meu pai?
Ele balançou a cabeça. — Foda, não.
Pelo menos essa era firme.
Shy continuou falando. — Ele tinha sua razão e que era uma boa. Eles, parte deles
eu entendo, parte deles eu não. Nenhum deles falou por mim. Isso aconteceu, eu não era
um recruta. Não era como se eu estivesse no clube há dois anos ou três, mas perto de uma
década. Eles me conheciam e ninguém falou por mim?
Ele balançou a cabeça, mas continuou.
— Tenho que dizer, seu pai sentindo isso por mim, pensando que eu tenho o que é
preciso para lidar com a merda do clube em seu lugar, quando ele me chama para falar
por ele, o clube, quando eles precisam de mim, isso é firme. Eu gosto. Essa é uma
homenagem que eu não esperava, não na minha idade. Eu sei da história com ele e High.
High seriamente intrometeu-se contra ele quando Tack estava tentando limpar o Clube.
Felizmente, essa merda ficou resolvida, mas eu sei que Tack não esqueceu, então eu sei por
que ele não vai lá quando High tem mais tempo com o clube do que eu. Eu sei que Hound
pode sair em um, não tem a disposição para a diplomacia. Ainda assim, ele poderia ficar
com Hop, têm apenas um homem que ele chama e ele me chamou. Eu gosto disso. Mas, eu
estou pensando que eu preciso de mais tempo com os irmãos, eu preciso disso para sentir
a relação sólida novamente antes de dar mais um passo.
— Ok, então tome o seu tempo. — Eu concordei e sua cabeça deu um leve
empurrão.
— Diga de novo?
— Eu estou com você. — Eu disse a ele. — Não é como se você estivesse sendo um
idiota. Você está sendo real. Você está certo. Hop falou por você quando você veio para a
frente para se recrutar. Ele também está cravando totalmente Lanie, ainda, e, por sinal,
meu pai os viu indo para lá pela oficina, assim que vai vir à tona em breve. Então, ele sabe
o que rolou com você. Roscoe e Tug estavam ao seu lado, mas não falaram por você
quando deveriam, especialmente Hop. Se você precisa se sentir mais sólido, faça isso.
Fique à vontade. Se meu pai escolhe outro tenente, High não é confiável, Hound é,
possivelmente, clinicamente louco, papai em breve poderá estar olhando para preencher
essas botas de motoqueiros e Chaos vai sentir isso se aqueles homens não representam
bem os seus irmãos. Quando é a sua vez de novo, eles estarão prontos para você, mas você
precisa estar preparado para dar isso a eles.
Ele me estudou antes de perguntar baixinho.
— Você não está brava por eu dizer não para o seu pai?
— É o seu tempo, sua vida, sua posição com os seus irmãos, querido. Sua decisão.
Meu trabalho é ficar ao seu lado, não me sinto incomodada com isso.
Ele me estudou mais um pouco, antes que ele sussurrou: — Foda-se, mas eu te
amo, Tabby.
Eu sorri. — Bem, querido. Isso funciona para mim desde que eu também te amo.
Shy não sorriu. Seu polegar se mudou para acariciar meu queixo enquanto seus
olhos queimavam nos meus.
Eu levantei a mão, enrolei ao redor de seu pulso, deixei-o ter seu momento, e gostei
do calor que ele estava me dando.
Em seguida, com o seu momento, suas sobrancelhas subiram, e ele perguntou: —
Tack viu Hopper e Lanie?
Eu sorri e respondi: — Sim.
— Sinto, baby. — Ele murmurou.
— Imaginei que. — Eu disse a ele.
— Não, sinta. Cherry sabe sobre Hop e BeeBee.
Aparentemente, quando Cherry realmente vê-los juntos, é algo que eu não quero
presenciar.
Eu enrolei meu lábio em desgosto porque era algo que eu não quero imaginar
também.
Shy continuou, Cherry não sabe que Hop e Mitzi estavam dando um tempo, mas
eu não acho que ela se importa. Hop teve uma conversa com ela e eles já superaram isso,
mas isso não significa que ela vai ser legal com ele transando com sua melhor amiga, que
por acaso é a mulher que levou balas pelo seu velho senhor morto.
Bem, isso pode explicar por que eles estavam mantendo as coisas em segredo.
Shy continuou: — Até hoje à noite, Hop conseguiu evitar isso de Tack e Cherry,
mas a maioria dos meninos sabe, eles estão falando, e eles estão apostando. As
probabilidades estão com Cherry surtando, não só com Hop, mas com Lanie para mostrar
que o que ela pensa é outra má escolha.
Minha cabeça inclinada sobre o travesseiro.
— Você fez uma aposta?
— Porra nenhuma. Lanie é linda, mas ela é uma louca fodida. Não há nenhuma
garantia com ela na mistura, e Hop não dizendo isso, mas ele está caído por ela. Avistei-os
tarde da noite em sua motocicleta e eu não posso dizer que eu sou um especialista em ler
cadelas, mas, linguagem corporal, ela está caída por ele também. Se Cherry ou Tack a
encararem, Cherry se encontra com Lanie e vai haver fogos de artifício.
— Bem, estamos nas mãos do tempo. — Eu murmurei, e Shy sorriu.
— Aposto que é mais divertido observar. — Ele murmurou de volta.
Eu não ia levar essa aposta, porque eu sabia que ele estava certo.
— Ele está perdido por ela? — Eu perguntei em voz baixa.
— Tive um pai que amava sua esposa. Vejo o que Tack tem com Cherry. Dog e
Sheila. O que eu tenho com você. Quando eles estão juntos e não gritando um com o outro,
é o que eu vejo.
Senti meu peito se aquecer.
Lá estava, talvez eles não precisem das minhas vibrações invisíveis. Se Hop estava
"perdido" por Lanie, ele faria bem para ela.
Ou pelo menos eu esperava que sim.
— Eu gosto de Lanie. — Disse Shy.
— E eu gosto de Hop, baby. Mitzi era uma cadela. Lanie irá mantê-lo na ponta dos
pés, mas se eles têm esse tempo pra se conhecer, valerá a pena.
É assim era.
— Sim. — Eu sussurrei.
— Sim. — Ele repetiu silenciosamente atrás de mim.
Enfiei minha mão em suas costas. — Então, voltando ao assunto, você ia me dizer o
que pensava de mim fazendo enquanto estava deitado na cama?
Seu rosto ficou escuro, uma vez que se aproximava.
— Com certeza.
Eu apertei o meu braço em torno dele, usando-o para pressionar meu corpo contra
o dele, e sussurrei: — Que tal você me mostrar o que você pensava enquanto você me
conta?
Seus olhos queimavam, sua boca se moveu para a minha, e ele respondeu: —
Minha garota quer isso assim, isso é o que ela vai conseguir.
Incrível. Eu não só queria assim, eu… não podia… esperar.
— Embora, doçura, eu esteja pronto pra você me escalar, você se mover em mim.
Eu vou acabar com você. — Ele ordenou.
Eu sorri contra a sua boca.
Eu poderia fazer isso.
Capítulo 16
Sou Eu

Quatro Dias Mais Tarde…


Eu estava no posto de enfermagem checando um gráfico quando ouvi: — Sra.
Allen, eu posso falar com você um momento?
Eu conhecia aquela voz. Minha volta foi completa e me virei para olhar para cima,
com minha boca aberta.
Dr. Cabeça de Pau estava ali, com os olhos no meu ombro, seu rosto confuso como
o diabo, olhando para cima. Parecia que ia ser um assunto pesado. Ambos os olhos pretos,
azul, e muito inchados, um curativo na ponta do nariz avermelhada, lábio inchado, gordo,
com três cortes feios e hematomas amarelados em torno de suas maçãs do rosto.
Oh Deus.
— Eu, hum… é claro. — Eu disse em voz baixa, o olhar deslizando para minha
colega, Peggy, que estava sentada atrás da mesa, no posto de enfermagem e que também
estava olhando para Dr. Cabeça de Pau com uma expressão no rosto, que eu estava certa,
igual a minha.
Voltei-me para o Dr. Idiota para vê-lo estendendo um braço eu o segui. Eu me
movi, ele me deixou passar, e eu notei que ele estava segurando seu corpo com muito
cuidado.
Shy o tinha fodido.
Shy tinha totalmente fodido com ele! Oh Deus.
Minha mente apagou de tudo, mas andei quando ele me guiou até o quarto vazio
de um paciente. Eu entrei no quarto e ele seguiu, fechando a porta atrás de si. Olhou para
o meu ombro, e lançou: — Eu quero que você saiba que eu peço desculpas por meu
comportamento. Eu tive alguns problemas em casa e descontei em você, e isso é
inapropriado. De agora em diante, vou ser mais consciente de como eu a trato e, e… .
todas as enfermeiras, e ter a certeza de lhes mostrar mais respeito.
Yep, Shy tão totalmente o fodeu.
— Eu, uh… bem. — Eu sussurrei.
Seus olhos deslizaram para os meus, então, rapidamente afastou-se e perguntou: —
Isso é aceitável para você?
— Hum… sim, uh… isso seria ótimo.
— Excelente. — Ele murmurou. — Eu agradeço o seu tempo.
— Bem, uh… — Deus! O que eu podia falar? — Obrigado por isso.
Puxa! Ele estendeu seu queixo, estremeceu, escondeu a careta, virou-se, segurando
seu corpo com firmeza e abriu a porta, que fechou atrás dele e eu fiquei ali, olhando para
ele.
Eu não sabia o que fazer sobre isso, e eu não sabia o que sentir sobre isso. Eu só
sabia que, naquele momento, me senti estranha e não em um bom caminho. Eu também
sabia que tinha três horas para o fim do meu turno e eu não podia fazer nada sobre isso até
então.
Quando cheguei ao posto de enfermagem, Peggy ainda estava lá, com os olhos
ainda arregalados, ela inclinou-se e perguntou: — O que foi aquilo?
— Uh, algo sobre um paciente. Nada demais. — Eu menti.
Ela olhou para baixo do salão, obviamente, onde ela tinha visto pela última vez Dr.
Cabeça de Pau e perguntou: — Você tem alguma ideia de como ele conseguiu aqueles
machucados?
Ah, sim, eu tinha. Eu absolutamente tinha.
— Ele não falou sobre isso. — Eu disse a ela. Felizmente era a verdade (de uma
forma) e ela olhou para mim e sorriu. Ela estava adorando isso. Sim, era como um grande
idiota que ele era.
— Eu aposto que ele não fez. — Ela murmurou.
Agi com profissionalismo suficiente para seguir em frente com o meu dia e foi só
quando estava caminhando para o carro que eu tirei meu telefone, meu polegar em
movimento na tela, automaticamente chamando Shy.
Eu coloquei em meu ouvido e dentro de um toque, e ouvi Shy. — Querida.
— Onde você está?
Ele não respondeu imediatamente e quando o fez, seu tom era calmo.
Ele me conhecia.
— Onde você quer que eu esteja?
Parei na porta do meu carro, apontei os olhos para os meus sapatos, e disse: — Isso
não respondeu à minha pergunta, Shy.
— Estou no Complexo, tomando uma bebida com os irmãos.
Ok, não está em casa. Isso era bom.
Talvez eu pudesse ter meus pensamentos ordenados antes que ele chegasse a casa.
— Tab. — Ele chamou quando eu não disse nada.
— Eu estou aqui.
— Você está bem?
Não, eu não estava. Eu só não sabia o que eu tinha.
— Claro. — Eu menti.
— Tabby… — ele começou.
— Ouça, uh… tem sido um dia agitado. Eu estou do lado de fora do meu carro. Eu
só quero ir para casa. Eu te vejo quando você chegar, sim?
— Tabby… — ele começou novamente, mas eu o interrompi.
— Mais tarde, Shy.
Terminei a chamada, entrei no carro e fui pra casa, ignorando as duas vezes que o
meu telefone tocou no caminho. Eu estava de calça jeans, uma camiseta de manga
comprida da Harley, pés descalços, tinha meu cabelo em um rabo de cavalo desleixado e
minha cabeça na geladeira para pegar uma cerveja muito necessária (embora, eu estava
pensando mais na linha de tequila), quando Shy chegou em casa.
Sai da geladeira para olhá-lo e vi que seu rosto estava sério, os olhos intensos e eles
estavam em mim. Fechei a porta da geladeira saindo com a minha cerveja, dando dois
passos para longe na cozinha, eu perguntei: — Quer uma?
Ele caminhou até a cozinha, parou e seus olhos se moviam sobre meu rosto.
Em seguida, ele disse calmamente: — Não. Eu quero que você fale comigo.
— Shy…
Era a sua vez de me cortar.
— Tab, eu vejo em sua voz, vejo em seu rosto. Algo está acontecendo e eu acho que
sei o que é. Agora, fale comigo.
Por que você está olhando para mim como se você só tivesse me visto agora? Ok,
basta dizer que eu não tive a minha cabeça ordenada antes que ele chegasse em casa.
Teria sido bom ter a chance de fazer isso, mas com a forma como Shy estava
olhando para mim, eu sabia que não ia ter essa chance.
Então, eu sussurrei: — Você bateu no Dr. Cabeça de Pau.
— Sim. — Ele disse imediatamente.
Eu pisquei.
Shy balançou a cabeça, em seguida, falou. — Baby, podemos não ser um velho
casal, mas estamos juntos um bom tempo e, apenas para constar, inicialmente eu já
prestava atenção em você. Então, fui me apaixonando, assim eu prestava mais atenção.
Então, eu estava apaixonado por você, então eu acho que você imagina onde isso acabou.
O que eu estou dizendo é que eu te conheço. Eu sei que você estava escondendo merda de
mim. Eu também sei o porquê. E por último, eu sei que esse filho da puta estava fodendo
com a sua vida e era ruim, porque eu sentia o seu humor e ele foi se deteriorando. Após o
churrasco de porco, Lan teve uma palavra comigo e com o que ele disse selou, então eu fiz
o que eu estava pensando em fazer por um tempo. Somente vou acrescentar, que precisava
ser feito.
Isso era discutível, mas eu decidi que era melhor nesse momento não debatê-lo.
— Você não falou comigo sobre isso. — Eu disse a ele.
— Não, eu não fiz. — Ele me disse. — Mas, eu disse a você claramente o que eu
faria para aquele idiota se ele não te deixasse em paz.
— Você nem sequer me disse depois que já tinha feito isso. — Eu continuei lutando
sobre meu ponto.
— Não, eu não. — Ele repetiu, e novamente não disse mais nada. Merda.
— Eu não sei como me sinto sobre isso, Shy. Isso me afeta, afeta o meu trabalho…
Shy me interrompeu: — Ele se desculpou?
Eu estava perdendo, portanto, a minha voz se levantou quando eu respondi: —
Sim, mas esse não é o ponto.
Shy cruzou os braços sobre o peito e sua voz foi baixa, quando ele respondeu: —
Ah, sim, esse é.
— Shy…
— Isto não é uma surpresa para você, Tabby. — Afirmou baixo.
— Não é uma surpresa, mas é um choque, e eu sei que isso não faz sentido, mas eu
também sei que você me defendeu.
Eu olhei para ele e mantive minha distância.
Shy não perdia muito e ele não ia perder esta. Nós éramos o tipo de casal próximo.
Mesmo arrastando em torno da cozinha, nos tocamos em toda a casa, estávamos perto
quando estávamos ambos fazendo algo no balcão.
Assim, ele não perdeu a distância incomum que eu estava colocando entre nós. Ele
também não se aproximou.
O que ele fez foi dizer: — Você tem tempo para chegar a um acordo sobre isso. Se
você precisa de mim para ajudá-la, eu estou lá. Agora, eu vou te dar um tempo sozinha
para ordenar a cabeça. Não muito, estamos dormindo juntos, estamos acordando juntos,
então agora você tem uma noção de quanto tempo você tem. Use-o com sabedoria, amor.
Este sou eu, você sabia que era com isso que você ia ficar, você não pode esperar que eu
não seja eu e eu não vou perder você por causa de uma coisa tão sem sentido quanto esse
idiota.
Com isso, ele me deu um olhar longo e saiu com toda a sua altura e graça de
motoqueiro através da porta.
Chupei uma respiração.
Então, eu peguei o telefone com apenas uma pessoa em minha mente.
A voz áspera do meu pai veio até mim após um toque.
— Como está a minha menina?
— Pai, eu preciso falar com você.
Ele não respondeu imediatamente e quando o fez, seu tom era calmo.
— Você já jantou?
— Não.
— Pague meu jantar menina. Vejo você no Lincoln em vinte minutos.
— Ok. — Eu concordei.
Vinte minutos mais tarde, eu entrei de Lincoln Road House, um bar de
motoqueiros fora de uma estrada de acesso a I-25.
Eu não sei como eles conseguiram misturar motoqueiros, bebidas e música ao vivo,
muitas vezes com a classe média que cercava a região, mas eles fizeram isso.
Provavelmente porque a comida era boa, as garçonetes eram simpáticas, e a música,
quando tinha, era ótima. Para não mencionar, Denver era eclético e as pessoas estavam
acostumadas a esfregar ombros com apenas ninguém. Era uma das razões que eu amava
minha cidade.
Eu vi meu pai sentado no bar com uma cerveja, e seus olhos estavam em mim no
momento em que entrei pela porta.
Andei através do bar, deslizei para cima do banco ao lado dele, e joguei minha
bolsa na minha frente.
Seus olhos se moveram sobre o meu rosto, em seguida, virou-se para o barman. Ele
ergueu o queixo e acenou com a mão em direção a cerveja em frente a ele. Jeito não verbal
fodão de dizer traga uma cerveja para a minha filha.
O barman claramente falava fodão porque ele me deu uma cerveja. Tomei um gole,
coloquei a garrafa no bar, e olhei para meu pai.
— Fale comigo. — Ele exigiu.
— Shy bateu em um médico no trabalho que estava me dando um tempo difícil.
Sim, isso era o que veio direto para fora.
— Não, ele não fez. — Papai disse, e eu olhei.
Depois de olhar por algum tempo, perguntei: — Ele não fez isso?
Meu pai balançou a cabeça.
— Não. — Ele levantou a cerveja, tomou um gole, colocou de volta no bar, e olhou
para mim.
— Shy, Roscoe, e Hop foderam com ele. Não apenas Shy.
Oh, meu Deus! Três deles? Inclinei-me e sussurrei: — Você está falando sério?
— Sim.
Sentei-me e joguei as mãos.
— Já era ruim. Isso é totalmente um exagero. Não é à toa que ele estava uma
bagunça total.
— Não é um exagero, Tabby. — Papai me disse e eu olhei para ele.
— Pai, ele é um médico. Eles fazem essa merda. Não é um grande negócio, e por
falar nisso, eu estava lidando bem com isso.
— Não, eles não fazem essa merda. Não para a minha menina e, obviamente, não
para a mulher do Shy. Uma senhora não deve ter que lidar com essas coisas, ela deve
respirar fácil.
Eu odiava quando estes motoqueiros tinham uma boa desculpa, embora louca, as
respostas para as declarações eram boas respostas.
Eu não desisti.
— Ok, então, pai, ele é um médico, não um lutador peso-pesado. Três caras? Isso é
loucura!
— Não é loucura, Tabby.
— Pai. — Eu bati e ele se inclinou, sua voz baixa.
— Lição… — ele começou e eu respirei irritada, mas pelo seu tom de voz, um tom
que eu ouvi muitas vezes na minha vida, eu sabia que era para fechar minha boca. — Você
faz algo, você faz direito e você faz isso para não ter troco.
Lá estava ele de novo. Troco. A palavra que eu estava começando a pensar que eles
realmente não sabiam o significado, mas desde que era uma palavra totalmente nova, o
meu palpite, Hollywood talvez não tinha colocado isso para o dicionário.
Meus olhos se estreitaram.
Papai continuou falando.
— Para fazer o seu ponto, Shy usou de fogo necessário e ele precisava de presença
para ter certeza de que o cara não iria entregar sua bunda para a polícia. Foi necessário
para Shy, deixar claro todas as suas mensagens. Essas mensagens sendo, um, ele não foder
com você. Dois, ele não foder com as outras enfermeiras. Três, se ele fizer, Shy tem o
direito de foder com ele até pior do que fez durante a sua primeira lição. Quatro, ele não ir
à polícia e relatar o ataque ou ele compra o desagrado do Chaos. Shy é magro, mas ele é
alto, rápido, inteligente, e ele tem um soco poderoso. Ele poderia ter cuidado do imbecil
por conta própria, mas se o fizesse, ele não iria ter o seu ponto de vista. — Papai inclinou a
cabeça para mim. — Ele fez isso de forma inteligente, fazendo o que ele tinha que fazer
para obter o seu ponto de vista, e ele tem o seu ponto de vista.
Ignorei papai dizendo que Shy tinha "um soco poderoso" e, mais ao ponto, como
poderia acontecer que o conhecimento e, ao invés, retrucou: — Eu vou repetir, isso é
loucura!
As sobrancelhas do meu pai subiram.
— Ele se desculpou?
Oh. Meu. Deus! Ty-Ty estava totalmente certa. Shy era papai, apenas mais jovem.
— Sim, ele fez, mas isso não é o ponto. — Eu respondi. — Shy não fala comigo
sobre isso e, vou acrescentar, ele não me contou sobre isso depois do fato também.
O rosto do papai registrou surpresa e ele perguntou: — Jesus, por que ele faria algo
estúpido assim?
Eu olhei para o meu pai.
Então eu respondi com sarcasmo: — Eu não sei, talvez porque sou eu… — Eu
puxei meu polegar no meu peito. — Que tem que trabalhar com esse cara.
— Aposto que vai melhorar. — Ele murmurou.
Revirei os olhos.
— Estava pensando… — Papai continuou. — Estamos ficando na zona onde você
deve estar falando com a Cherry.
— Bem, Tyra não está aqui, então você vai ter que me guiar através de um
presente, pai. — Eu indiquei, e o olhar do meu pai trancou o meu.
— Ele ama você.
Perdi a respiração com o que me atingiu no estômago. Meu pai estava longe de ser
romântico.
— Ele te ama, Tabby. Ele está totalmente caído por você. Ele não gosta de você
comendo merda, ele pode fazer alguma coisa sobre isso, então ele fez. Ele te deixou ter seu
tempo para resolver, deixou ter o seu tempo para contar a ele sobre isso, mas você não fez
um movimento, de modo que ele fez.
— Mas… — Eu comecei, mas meu pai sacudiu a cabeça.
— Esta é a vida. É a única coisa que você conhece. É diferente, quando você é
criança, você estava protegida contra um monte de merda, mas isso não quer dizer,
querida, que você não sente a guarda de proteção que o Clube oferece à família. Eu sei que
a minha menina não é burra, ela não vai se sentar lá e dizer-me que ela não sabe que cada
irmão do clube era voluntario para tê-la de volta a cada respiração que ela levou nesta
terra. Agora, você tem uma posição diferente no Clube, que você escolheu, que você lutou.
Você ainda está blindada, mas você não é mais uma menina. Você é uma adulta e você está
colocando as coisas juntos e agora você está vendo como elas podem afetar diretamente.
Não caia neste primeiro obstáculo com o seu homem. Como sua mulher, você tem um
trabalho, que é para deixá-lo ser quem ele é, e fazer o que ele sente que tem que fazer.
Você encontra um terreno comum em sua casa com a vida que vivem juntos dia a dia.
Mas, o que é preciso para fazê-lo o homem que ele é, você dá a ele.
Puxei em outro fôlego.
Papai ainda não tinha terminado.
— Esse outro cara, o Jason, eu gostava dele.
Outro soco no estômago, e eu pressionei meus lábios. Papai continuou a falar, seu
tom de voz suave, seus olhos em mim o mesmo.
— Ele amava você. Gostei da forma como ele te tratou, gostei da forma como ele
olhou para você, gostei da forma como ele lidou com você. Eu odiei você o perdendo. Mas,
eu vou dizer isso, o que o Shy fez com o imbecil que estava fazendo o trabalho um lugar
não saudável para você, eu gosto mais. Você me perguntou há cinco anos, o que eu quero
na vida da minha filha, eu escolheria um homem como Shy. Eu disse a ele depois que
tivemos o nosso momento. E, tanto é que eu estou preocupado, ele resolveu o seu
problema, Tabby, querida, prova que eu estava certo.
Não se podia dizer que eu não gostava de suas palavras (como lunáticas como
eram). Ainda assim, eu virei minha cabeça e tomei um gole da minha cerveja.
Eu estava pensando na minha mãe quando eu ouvi a ordem de papai: — Pipoca
Cajun e dois cheeseburgers e bolo de carne. Vamos comer no bar.
Bem, pelo menos o jantar ia ser incrível.
Tomei mais cerveja.
— Tab. — Disse papai, e eu olhei para ele, assim como sua mão apareceu, enrolado
em torno da volta do meu pescoço, e seu rosto se aproximou. — Você fez a escolha
consciente de dar um passo atrás para o nosso mundo. Você mora aqui novamente com
todos nós. E você fez esse compromisso quando você assumiu o clube e Shy. Você sabia o
que estava fazendo. Você não pode escolher as peças que você quer e forçar a saída das
peças que fazem você se sentir desconfortável. Ele é o homem que ele é. Com homens
como nós, você aceita como é ou você não leva nada. Você tem que decidir, o que é que vai
ser?
— Eu o amo. — Eu sussurrei, e seus olhos se iluminaram imediatamente como ele
sorriu.
— Então, isso é o que vai ser.
Eu suspirei.
Papai puxou minha cabeça para a dele, e beijou o topo do meu cabelo. Então ele me
soltou, virou-se para o barman e pediu mais uma rodada de cervejas. Imaginei que era
isso, era assim que ia ser, e eu sabia que o meu palpite estava certo.
Papai não estava errado.
Eu fiz a minha escolha e era assim que ia ser, e sentada ao lado de meu pai eu
percebi, realmente, após o choque passar, eu não iria querer isso de nenhuma outra
maneira.

Duas horas mais tarde, eu entrei no meu apartamento para ver Shy de costas no
sofá, uma perna dobrada, pé descalço no banco, a outra perna para o lado do sofá em que
seu pé estava descansando no chão. Sua cabeça estava virada, os olhos em mim. Fui até a
parte de trás da poltrona e joguei minha bolsa no banco.
— Venha aqui, Tabby. — Ordenou suavemente.
Eu fui lá.
Quando cheguei perto, ele pegou minha mão, me puxou para mais perto, então eu
coloquei um joelho no sofá entre as pernas, me movi e me estabeleci em cima dele, os
quadris entre suas pernas, peito a peito, face a ombro. Seus braços enrolados em volta de
mim.
— Onde você estava? — Ele perguntou, ainda calmo.
— Fui jantar com o meu pai. — Eu respondi, e dei um aperto no braço.
Então, eu recebi um: — Boa escolha. — Murmurou Eu suspirei. Foi. Então,
novamente, meu pai sempre foi uma boa escolha.
— Esfriou sua cabeça, colocou as coisas no lugar? — Shy perguntou.
— Sim. — Eu respondi.
Ele ficou em silêncio um instante, em seguida, ele passou os braços apertados em
torno de mim e disse: — Você precisa disso, vamos começar a falar tudo.
Uh-oh.
Shy continuou. — Você estraga comida mais do que você não faz. Você fala muito.
Poucos dias antes de seu período, querida, você pode virar uma cadela. Não passa
despercebido por mim o jeito que você bate o assento para baixo quando eu o deixo para
cima. Essa declaração que você pretende fazer, sem usar as palavras é clara. E ninguém
deve ficar tão brava como você faz quando eu não lavo as minhas garrafas de cerveja antes
de coloca-las na lixeira.
Eu realmente não gostava de onde isso ia.
E, falando sério, você não lava o material antes de jogá-la no lixo, que fez o fedor.
Quem iria querer isso? Quando ele parou de falar, eu aceito com um lento. — Ok.
Shy continuou. — Eu percebo tudo o que é você. Eu te amo, então eu decidi, em
vez de achar chato, eu penso que é bonito. Porque é você. Então, isso é o que é. Bonito.
Exceto a parte quando você está mal-humorada porque você está na TPM, mas isso tem
mais a ver com o fato de que eu vou perder a sua boceta por alguns dias e que não é minha
época favorita do mês.
Ok, bem, eu gostei e tudo o que eu representava para ele.
Ainda assim, eu disse para a garganta. — Bater em alguém não é bonito, Shy.
— Não, mas sou eu.
Ele não estava errado sobre isso.
Puxei minha respiração, a fim de ajudar o pensamento resolver. Quando se
resolveu, eu mudei e beijei-lhe a garganta.
Seus braços ficaram mais apertados em torno de mim, e eu percebi que a
declaração foi clara também.
— Ele estava fodendo com você, Tabby. Quem se mete com você, eu estou pisando
dentro e eu vou fazer o que sinto que precisa ser feito. Desta vez, eu dei-lhe tempo. Vou
avisá-la agora, eu não poderei dar-lhe tempo se voltar a acontecer. Tudo que eu preciso é
que você entenda, onde eu estou e role comigo.
— Eu vou rolar com você. — Eu concordei e dei outro aperto.
— Eu também vou dizer que eu te dei a opção de manter o silêncio sobre o assunto
neste momento, porque ainda estamos nos acostumando um com o outro. Mas, querida,
no futuro, eu vou ter muito menos paciência com você indo em sua cabeça e mantendo
merda de mim. E a única maneira que eu posso pensar para conseguir que você veja o
outro lado, é pedir para pensar em como você se sentiria se eu fizesse o mesmo com você.
Algo importante estava indo para baixo, você não me deu uma chance para ajudar a lidar,
mesmo que eu, eventualmente, decidisse não tratar do jeito que você me aconselha a lidar,
como você se sentiria?
Eu não me sentiria bem, isso era certo. Eu gostaria de ter a chance de ajudá-lo a
lidar, mas mais, eu quero que ele confie em mim para fazer isso.
Quando eu não disse nada, ele perguntou: — Será que eu consegui fazer você
entender?
— Sim. — Eu respondi.
Shy ficou quieto. Eu também.
Então eu lhe disse: — Você estava lá, mas, só estou dizendo, eu vi o resultado e ele
foi totalmente fodido.
— Tinha um ponto para fazer, não se brinca. Eu fiz isso. — Murmurou Shy.
Ele certamente fez isso.
— Peggy pensou que era uma piada. — Eu compartilhei. — Eu não sabia que ela
era tão sanguinária. Ela contou a todos sobre isso. Ela está morrendo de vontade de saber
o que aconteceu.
Shy estava falando com humor agora, quando ele disse: — Pelo menos alguém
começou com isso.
— Sim. — Eu murmurei.
Shy novamente ficou em silêncio e eu também, inclinando meu queixo para olhar a
TV.
Meu corpo estava caindo mais fundo no seu e relaxando quando Shy perguntou
baixinho: — Nós estamos bem?
Eu deslizei meu braço em volta dele, prendendo-o apertado e respondi tão
suavemente. — Sim, estamos bem.
— Bom. — Ele murmurou.
Mais uma vez, eu suspirei.
Lá estava ele. Não há volta. Essa foi a cerimônia não oficial.
Eu era uma velha senhora.
Assim como com qualquer coisa na vida, houve boas e más.
Para obter o primeiro, você colocar-se com o último. Então eu decidi, linha de
fundo, o Dr. Cabeça de Pau claramente não ia mexer mais comigo, e embora o caminho
para essa eventualidade não foi pavimentado com coisas que me fez querer dar piruetas,
essa viagem, pelo menos, tinha acabado.
Minutos depois de tudo estar resolvido quando Shy chamou. — Doçura?
— Sim? — Eu respondi, agora parecendo sonolenta, e isso não foi uma surpresa.
Duas cervejas, Lincoln para o jantar, a sabedoria do meu pai, e uma reflexão sobre a vida
eram uma grande receita para uma boa noite de sono.
— Achei uma casa.
Eu pisquei, de repente, nem mesmo perto de sonolenta. Ergui a cabeça e olhei para
ele.
— Perdão?
Seu queixo foi mergulhando para baixo assim que seus olhos estavam em mim. —
Achei uma casa. Em Englewood. Parece bangalô. Quintal grande. Três quartos. Deck
grande. Garagem para dois carros, grande o suficiente para caber os nossos veículos e
minha moto. Eu quero levá-la para ver.
— Como… para comprar? — Perguntei.
— Sim. — Ele respondeu.
— Hum… eu não tenho…
— Eu tenho.
— À vista?
— Sim, e de sobra da para conseguir alguma merda, faça um quarto de um
escritório, um outro quarto de hóspedes para quando Lan aparecer, mobília do deck, uma
churrasqueira. A geladeira não é tão grande, por isso vamos comprar uma nova.
— Shy, Eu…
— Este lugar é muito pequeno. — Ele me disse.
Ele não estava errado sobre isso. Eu gostava da nossa união, porém, no meu
apartamento, era uma espécie de união forçada. Deve ser dito, foi também tempo para nós
dois para subir do alojamento. Eu era uma enfermeira. Ele era essencialmente um sócio em
um negócio altamente bem sucedido. Não havia nenhuma razão que não estarmos
olhando para uma propriedade melhor e não há desculpa para nós não estarmos em algo
que era mais agradável. Além disso, ele nunca voltou para seu apartamento e,
essencialmente, manteve, então Lan podia dormir lá quando ele veio visitar, o que era um
total desperdício de dinheiro.
— Ok. — Eu disse suavemente, e ele sorriu.
— Tudo bem.
Em seguida, ele levantou a cabeça e tocou sua boca com a minha. Quando ele
estabeleceu a cabeça para trás contra o travesseiro, acomodei meu rosto de volta para o
ombro e apontei os olhos para a TV.
Mais minutos passaram antes de Shy afirmar: — Não tive uma casa em 16 anos.
Fechei os olhos com força.
Eu vi as caixas em seu apartamento. A cama na sala de estar. A antiga TV no final
de sua cama. Ouvi a voz dele dizendo que ele, na maior parte do tempo, ficava no
Complexo e eu sabia que era verdade.
Eu abri meus olhos e respondi, indo para improvisar, mas minha voz estava rouca:
— Então, vamos ter uma casa.
— Parece bom para mim, baby. — Ele murmurou de volta em outro apertado
braço.
Sim, ele estava certo.
Uma casa com Shy.
A oportunidade de torná-la uma boa casa para ele.
Isso soou bom para mim.
Capítulo 17
O Troco

Duas Semanas e Meia Depois…


Era depois do trabalho e eu estava caminhando para o meu carro. Eu estava com a
minha mente em um monte de coisas.
Compras de Natal. Lojas de móveis. Jantar. O fato de que eu precisava chegar a
lavanderia. O que Shy e eu íamos fazer com Rider e Cut naquele fim de semana, uma vez
que iríamos ficar de babá, porque Tyra e papai tinham ido para algum lugar nas
montanhas para um fim de semana. A conversa que eu tive com o meu irmão, três dias
antes, quando ele me disse que meu pai o tinha chamado para uma reunião e Rush era
agora o mais novo recruta para o Chaos. Eu estava exultante sobre isso, mas ainda parecia
que Rush estava em conflito, embora ele não compartilhasse. O que ele fez,
surpreendentemente, foi sair para tomar uma cerveja com Shy.
Quando Shy voltou, ele não quis compartilhar, mas ele disse: — Ele está perto.
Vive a vida, não a borda, ele vai chegar mais perto.
Eu decidi deixar por isso mesmo, uma vez que Shy disse que isso significava que
eu precisava deixar por isso mesmo.
Eu tinha visto o bangalô que Shy tinha olhado para nós e, infelizmente, eu não
gostei. Principalmente porque os quartos eram muito pequenos, não tinha um banheiro
principal, e eu só não gosto da sensação de não ter escadas. Não tinha sequer um porão.
Eu compartilhei isso com Shy e ele não ficou chateado.
Ele me puxou para ele e disse contra a parte superior do meu cabelo.
— Precisa ser bom para nós dois, querida.
Então, totalmente amo meu homem.
Mesmo que o primeiro lugar não deu certo, eu já estava em uma missão para dar a
Shy uma casa, então eu passei cada minuto disponível olhando para lugares online. Shy,
claramente, estava na mesma missão desde que ele chegou em casa na semana passada,
dizendo que tinha olhado mais dois lugares. Eu olhei para suas fotos na Internet. Elas
pareciam incríveis, por isso não tardou em ir vê-los.
A má notícia é que eu adorei a primeira, mas Shy odiou, e mesmo nessa conjuntura
cedo, eu tinha começado a desesperar que não iria encontrar um meio termo.
A notícia fantástica foi, nós dois adoramos totalmente a segunda. Era perfeita.
Então nós demos uma oferta, com Shy negociando como se ele sempre comprasse casas
para viver, conseguimos um bom preço, e vamos fazer o depósito.
Tudo era um movimento. Eu estava totalmente animada. Shy era demais, eu
poderia dizer. Foi foda nos manter animados, mas ele ainda estava animado.
Eu também estava animada sobre o Natal. Eu adorava o Natal, adorei mais quando
eu tinha dois irmãos pequenos para comprar presentes, e agora eu tinha a sensação de que
eu estava totalmente amando dar o Natal para Shy. Passava batido pra ele, desde que a
vida não era boa na casa de sua tia chata, Natais não eram muito melhores. Então, eu
tenho que dar algo para o Natal, não só para Shy, mas também para Lan, que não tinha há
muito tempo.
Real, família honesta e bondade.
Estes foram os meus pensamentos felizes como eu estabeleci-me no meu carro, e eu
estava prestes a ligar quando meu telefone tocou. Puxei-o para fora da minha bolsa e
atendi a chamada.
— Ei, querido. — Eu cumprimentei Shy.
— Onde você está?
Meu estômago caiu.
Ele parecia chateado.
Não, mais greve, ele parecia furioso.
— No meu carro, pronta para ir para casa. — Disse eu com cautela. — Está tudo
bem?
— Venha para o complexo, querida. — Ele ordenou, fez uma pausa assustadora,
então, terminou. — Agora. —E desligou.
Eu olhei para o meu celular perguntando o que diabos estava acontecendo. Ele não
parecia furioso, em geral, ou furioso com alguém. Ele parecia furioso comigo.
Eu não entendo isso. As coisas estavam boas. Eu não tinha feito nada que eu
poderia pensar que iria deixa-lo com raiva.
Desde o incidente de Shy e os meninos sobre espancar Dr. Cabeça de Pau, tudo era
legal.
Quero dizer, nós tivemos essa conversa sobre como eu realmente gostaria que ele ia
colocar o assento para baixo (e a tampa) no vaso sanitário, mas ele sorriu por isso, e, desde
então, apenas uma vez (sim, eu contei) ele deixou o assento para cima.
Ele escutou. Ele me pegou. Ele fez um esforço. Portanto, não pode ser isso. E de
qualquer maneira, se Shy estivesse chateado com o assento do vaso sanitário, então eu ia
colocar a coisa para baixo.
Dei partida com as mãos trêmulas, minha mente se movendo freneticamente, eu
não conseguia pensar em nada que poderia ser. Eu dirigi com cuidado para o Complexo,
considerando que eu estava pirando, e, embora eu não estivesse nem perto de descobrir
como eu deixei Shy fora tão regiamente, eu queria descobrir isso e seguir em frente.
Eu entrei na Ride, atravessei o pátio e estacionei fora do Complexo vendo um bom
número de motos lá, o que foi surpreendente. Os meninos tendem a ser ocupados, fora de
casa, não todos eles no Complexo de uma só vez, a menos que tinha que ser. Era como se
eles estavam tendo uma reunião e, instintivamente, eu não vejo isso como um bom sinal.
Eu também vi um grande, preto, brilhante Ford Explorer.
O carro de Tyra, no entanto, não dava para ver.
Eu não tomei isso como um bom sinal também. Tyra devia estar no trabalho, a
menos que ela foi informada, por alguma razão, para cair fora.
Eu saí do meu carro e fui até o complexo, esperando que, se Shy tivesse que brigar
comigo, ele me levaria para o quarto dele, em vez de discutir na frente dos caras. Isso só
serviria para me irritar, e eu tinha a sensação de que um de nós precisava estar calmo.
Eu entrei e vi que eu estava certa. Os meninos estavam todos lá. Todos eles.
Parei quando eu percebi, possivelmente, ainda que tinha de ser dito, que eu não
entendia, por que Shy estava irritado.
Lee Nightingale estava em pé no meio da sala.
Embora eu tive a minha conversa com Natalie sobre a contratação de Lee
Nightingale e sua equipe de fodões para encontrar o assassino dos pais de Shy e estava
repensando coisas, eu ainda fui ao encontro principalmente porque levou tanto tempo
para obtê-lo, em primeiro lugar, e se eu mudasse de ideia, eu não queria esperar mais seis
semanas.
O encontro com Nightingale tinha levado todas as minhas preocupações. Lee
Nightingale e sua equipe custava muito, e não apenas de hora em hora. Eles também
cobravam as despesas. Dito isto, eu estava lá, então eu segui adiante, contei a minha
história e seu rosto ficou meio assustador.
Ele, então, me disse que conhecia o meu pai, conhecia Shy, e ele tinha "olhar para
merda" (palavras dele). Eu lhe disse que não estava confortável com ele "olhar para
merda" a menos que eu lhe pagasse. Então, nós fizemos um acordo. Eu dei a ele um sinal
que foi a totalidade de minhas economias, e isso não era negociável. Eu tinha ido colocar
dinheiro e não retirá-lo desde que meu pai me levou para o banco para configurar minha
conta poupança quando eu tinha onze anos. Eu queria dizer para usá-lo para ajudar a
montar a casa que eu iria compartilhar com Jason, o que não aconteceu. Eu, então,
lamentei perdê-lo porque ele teria ajudado com o pré-pagamento sobre a casa que eu
comprei com o Shy e eu teria me sentido melhor, fazendo a minha parte. Ai de mim, até
então, ele tinha ido embora.
Por isso, fizemos o nosso acordo, Lee me disse que gostaria de olhar para merda,
manter o controle de tempo e despesas, e me ligava quando o dinheiro acabasse. Não é de
surpreender, já que o caso era muito frio, há muito tempo ele me chamou e me disse que o
dinheiro tinha acabado.
Por isso, eu pensei que tinha acabado. Foi decepcionante e talvez um desperdício
estúpido de dinheiro, mas eu segurei o fato de que eu tentei fazer algo importante para
Shy, algo enorme, mesmo que não deu certo e ele nunca saberia que eu fiz.
Agora, entrando na sala, a vibe, todos os olhos irritados comigo, inclusive Shy, eu
tinha a sensação de que ele sabia.
Eu só não entendo por que Shy, de todos, era estupidamente o mais irritado.
— Você se esqueceu de me dizer alguma coisa, querida? — Shy perguntou quando
eu dei uma parada incerta.
— Uh… — Meus olhos deslizaram para Lee Nightingale, que parecia assustador,
mas ele meio que era assim normalmente. Ele era apenas um desses homens que
passavam a vibração que você não mexe com ele. Isso não tira o fato de que ele era alto,
moreno, construído, e seriamente quente. Ele ainda era assustador. Meus olhos voltaram a
recuar. — Na verdade não.
Seus olhos se estreitaram em mim.
— Na verdade não?
Essa foi a resposta errada, eu poderia dizer.
— Bem, hum… não. Quero dizer, obviamente, você sabe que eu contratei Lee, uh…
olhar para as coisas, que, por sinal… — eu por acaso um olhei com desaprovação em
Nightingale esperando que ele não se ofendesse. — Eu pensei que era confidencial.
— A merda foi para baixo, não estava em sua moeda de dez centavos. Se você não
está pagando, não é o seu caso, você não é meu cliente, por isso não é confidencial. — Lee
explicou a mim, e que fazia sentido. Sugou com presente o humor de Shy, mas fazia
sentido.
— Você contratou-o para encontrar o filho da puta. — Shy cortou nossa conversa e
eu olhei para ele.
— Sim. — Eu disse calmamente. — Mas…
— Ferida que nunca fecha, você abre ainda mais? Que porra é essa, Tabby? — Shy
jogou pra fora.
Suas palavras cortaram através de mim. Isso não era o que eu estava tentando
fazer. Ele tinha que saber isso.
— Eu pensei que eu era… — Eu comecei, mas não terminei.
— Você pensou que era o quê? — Shy cortou, as suas palavras duras, vindo de
algum lugar feio.
Um lugar que ele claramente manteve trancado e eu inadvertidamente abri.
Deus, por que não tinha escutado Natalie, quando ela me disse para não contratar
Lee Nightingale? Eu tinha que ir para o controle de danos. Eu só não tinha ideia de como.
Ainda assim, eu tinha que tentar.
— Eu… você… — Eu olhei em volta, em seguida, de volta a Shy, sabendo o que eu
tinha a dizer, a necessidade de dizer a ele, o que ele expos quando ele falou sobre sua
família, e pensando que ele não iria querer uma plateia. Então eu perguntei: — Podemos
falar sobre isso em outro lugar?
— Não, querida, você fala sobre essa merda aqui. — Resmungou papai, e eu me
virei para ele olhos surpresos ao ver que ele parecia tão zangado quanto parecia. — Depois
de Shy receber o que precisa de você, eu vou perguntar sobre o porquê você tomou merda
como esta fora da família.
O que foi?
— Eu… — eu comecei.
— Tabby, olhe para mim. — Shy ordenou laconicamente e quando eu olhei para
ele, ele repetiu: — Que porra é essa?
— Você falou sobre eles. — Eu expliquei.
— Sim. E daí? — Ele cortou.
Estudei-o perguntando como isso virou tão ruim.
Então eu tentei: — Você… você estava fazendo um monte de coisas para mim. Eu
queria fazer alguma coisa para você.
— Então você me fodeu? — Ele perguntou e eu vacilei.
Demorou muito, mas me recuperei e apontei cuidadosamente: — Obviamente, eu
não acho que eu estava fazendo isso, Shy. Eu achava que estava dando-lhe o
encerramento.
— Bem, você não achou certo, doçura. Você não me deu o encerramento, você
reabriu um pesadelo. — Shy disparou de volta.
— Como? — Eu sussurrei e olhei em volta. — Como? — Repeti então eu olhei para
Lee. — O que está acontecendo?
— Nós o encontramos. — Lee disse.
Oh, meu Deus!
— Sério? — Eu sussurrei.
— Sério. — Ele não sussurrou.
— Tem certeza? — Eu empurrei.
— Absolutamente. — Afirmou com firmeza.
— Eu vejo que você não está entendendo, querida. — Papai colocou este ponto e
sua voz era rouca, mas agora gentil. Ele também estava com raiva de mim, mas ele viu que
eu não entendia por que, pelo menos ele estava me dando uma pausa. — Nightingale tem
um cara na sua sala de espera e agora ele tem uma decisão difícil de tomar, porque ele
sabe que temos um trabalho a fazer. Nós também temos um relacionamento com
Nightingale e sua equipe. Se não concordar com o que se põe agora, haverá atrito.
Tentamos evitar o atrito. Mas, há apenas uma coisa que pode ir para baixo agora, então se
não podemos negociar com Nightingale, temos um problema.
Eu não entendo. Então, eu entendi.
Assim como Natalie disse, o clube queria esse cara para que a perda de Shy
pudesse ser vingada, e Lee Nightingale sabia disso e ele não podia se envolver, mesmo na
periferia, do que haviam planejado.
— Este não é um nós. — Declarou Shy, o olhar furioso agora para meu pai. — Este
é um de mim.
— Irmão, este é um nós. — Disse meu pai.
— Era. — Shy cuspiu a palavra. — Se essa merda acontecesse há meses atrás.
Agora, esta é a minha. — Sobrancelhas do papai ficaram juntas, mas foi Hop quem falou.
— Isso não é uma coisa que um irmão faz sozinho.
Shy olhou para ele. — Sim, é. Trata-se de mim. Minha família. Eu lido.
— Você tem outra família agora. — Dog colocou dentro.
— Eu tenho? — Shy perguntou e meu coração afundou. — Não me sinto assim
quando todos fizeram uma chamada sobre Tabby.
Oh Deus! Lá estava ele.
Uma coisa ruim foi piorando. Eu sabia que as palavras de Shy, o aperto da boca de
alguns dos homens e os outros olhando para longe e arrastando os pés da moto.
Shy olhou para Lee. — Você o entrega a mim.
Ok, lá estava ele novamente. Agora era ainda pior!
— As autoridades iriam fazê-lo pagar mais, Cage. — Disse Lee em voz baixa.
— As autoridades não tiveram sua mãe e seu pai baleados. Você o entrega a mim.
— Shy atirou de volta.
— Shy… — Eu comecei e seus olhos cortaram para mim.
— Calma, Tabby, teremos nossa conversa depois.
Ok, e agora era ainda pior.
Eu decidi que a melhor coisa a fazer naquele momento, era calar a boca, então eu
fiz.
Shy olhou para Lee. — Você o entrega a mim. Aconteça o que acontecer, seja qual
for o troco, é em mim. Não é você, e isso não tem porra nenhuma a ver com o Chaos.
Eu virei os olhos suplicantes para meu pai, mas ele estava com os olhos fixos em
Dog. Em seguida, mudou-se o olhar para Lee.
Foi então que Lee disse a Shy. — Não faça uma bagunça.
Oh, Deus, Deus, Deus! Pior! Shy ergueu o queixo.
— O lugar habitual de despejo do Chaos, leve-o para lá. Eu estarei esperando, Shy
ordenou.
O lugar habitual de despejo do Chaos? Caramba! Eu não tive a oportunidade de
processar isso. Shy se moveu, seus olhos passaram através de mim, através dos irmãos,
tudo isso, como se não estivéssemos lá e, ele rodava fora do complexo.
Vou repetir: os seus olhos se moviam através de mim.
Nunca, nem uma vez, nem mesmo de volta no dia em que eu tinha uma queda por
ele, e ele era muito velho para mim, Shy me fez sentir invisível.
Nunca.
Meus pés se mexeram para me lançar em direção a Shy, mas eu nem sequer obtive
um passo antes da mão do meu pai trancar no meu braço.
Eu derrubei meus olhos para olhar para ele.
— Vá para casa, querida, espere. Vai ficar tudo bem. — Ele disse suavemente.
— Eu acho que ele vai… .
O rosto do papai mergulhou perto, seus olhos eram escuros, intensos, ele estava
sentindo um monte de coisas, mas ainda o seu olhar era de alguma forma suave em mim,
e ele reiterou: — Vá para casa, Tabby. Eu tenho isso. Os irmãos têm isso. Tudo vai ficar
bem. — Ele segurou meus olhos e quando eu lambi meus lábios, ele sussurrou. — Tab,
confie em mim.
— Eu não quero ir visitá-lo na penitenciária. — Eu sussurrei de volta.
— Você não vai. — Papai me disse.
— Você também. — Eu continuei.
— Você não vai fazer isso também. — Papai me assegurou.
— Ou alguém. — Eu continuei.
Olhar do meu pai, ainda gentil, brilharam com impaciência.
— Tabby, querida, a sua mensagem é clara. Entendo você, mas nós temos isso.
Você acha que não tem isso?
Eu segurei seus olhos.
Então, eu assenti.
Ele tinha isso.
Eu esperava.
— Tudo bem, papai.
— Arrume algo para fazer, querida. Vá para casa. — Seus dedos apertados no meu
braço, não me machucavam, mas eles enviaram uma mensagem. — Seu homem vai estar
em casa hoje à noite.
Olhei para meu pai e li em seus olhos.
Meu homem estaria em casa naquela noite. O que aconteceria quando ele chegasse
lá seria comigo, mas meu pai e seus irmãos estavam indo para levá-lo de volta para mim.
Eu balancei a cabeça.
Ele segurou meus olhos antes que ele dissesse: — Eu vejo o seu jogo e ele estava
cheio de beleza. Mas, querida, eu vou dizer isso uma vez, não vamos passar por cima
deste chão novamente. Merda como esta é mantida na família.
Eu o peguei. Rapaz, eu cheguei nele.
Felizmente, havia apenas um homem que assassinou os pais de Shy e, portanto,
confundiu sua vida, para que isso não volte a acontecer.
— Você não vai ter que dizer de novo, pai. — Eu assegurei a ele.
— Essa é minha garota. — Ele murmurou, então usei o meu braço para começar a
me impulsionar para a porta. — Agora, chegar em casa.
Eu olhei através dos caras. Eles estavam se movendo, mudando, amontoando.
Planejamento.
Eles tinham isso.
Eu olhei para meu pai. — Eu te amo. — Eu sussurrei.
— O mesmo. — Ele rugiu.
Eu sorri e era instável. Papai não sorriu, ele ergueu o queixo.
Eu tomei uma respiração profunda e dei o inferno fora de lá.

Tack

As Harleys rugiram em torno deles quando Lee Nightingale e Kane "Tack" Allen
ficaram perto ao lado do Explorer de Lee.
— Não é estúpido, cara. — Disse Tack, seus olhos presos ao Nightingale.
— Sei disso, Tack. — Lee respondeu.
— Você ainda tem o dinheiro da minha menina? — Perguntou Tack e Nightingale
ergueu o queixo.
— Cada centavo.
— Você vai pagar isso de volta ou segurá-lo? — Tack consultou.
— Você decide. — Respondeu Nightingale.
Tack estudou-o, em seguida, comentou: — Você disse a minha menina que você
parou de procurar, mas você nunca parou.
O rosto de Nightingale ficou duro.
— O homem perde a sua família, ele deve saber quem os levou dele.
Foi a vez de Tack empurrar para cima o queixo.
— Faça o que ele disse. Leve-o para o local. Você não verá quaisquer irmãos, mas
nós vamos estar por perto.
Nightingale assentiu.
Então ele perguntou: — Minha equipe entrega o cara, estamos limpos nisso. Nossa
parte nisso não aconteceu, você pode me assegurar disso?
— Absolutamente. — Confirmou Tack.
Nightingale assentiu novamente.
— Palavra de Chaos. — Tack ofereceu.
— Isso vai servir. — Aceitou Nightingale. — Vou devolver o dinheiro para você.
Desta vez, Tack assentiu. As negociações foram feitas. O acordo firmado. Lee
Nightingale virou-se em seu caminhão.
Tack rondava a sua moto, jogou uma perna por cima, fez rugir, então ele dirigiu-se
para ter de volta seu irmão.
Capítulo 18
Quebrando o Círculo

— Será que ela implorou por sua vida?


— Cara, eu fiquei limpo.
— Será que ele está?
Shy Cage estava sentado no chão sujo de um galpão no sopé.
Ele tinha os joelhos, os cotovelos sobre os joelhos, sua lâmina pendurada em seus
dedos. Os nós dos dedos estavam divididos, rasgados e sangrentos.
O homem na frente dele, com os pulsos atrás dele, presos em conjunto com as
restrições de plástico, tinha caído para o lado dele. Sua posição estava parecendo estranha
como os pés também unidos na altura dos tornozelos. Seu rosto estava desfigurado e
ensanguentado. Olhos inchados quase fechados. O sangue estava escorrendo de uma
orelha.
A pergunta de Shy, o homem não respondeu. Ele simplesmente gemia.
Shy manteve seu questionamento.
— Ela teve tempo para dizer-lhe que ela tinha dois garotos com uma babá, jogando,
comendo salgadinhos e assistindo filmes antigos, não tendo nenhuma pista… nenhuma…
porra… de ideia de que eles acordariam de manhã sem família?
O homem puxou uma desleixada, respiração molhada, dolorida, mas não
respondeu.
Shy continuou.
— Ou você terminou rapidamente? Será que eles ainda tiveram a oportunidade de
dizer, "por favor"?
O homem fechou os olhos inchados e sussurrou: — Eu estava confuso naquela
época.
— Sim, fale comigo sobre isso — disse Shy, suas palavras um convite, mas seu tom
de voz estava cortante.
O homem abriu os olhos, manteve a cabeça para a sujeira, mas seus olhos
deslizaram até Shy. — Ok, o homem disse. Eu faria qualquer coisa.
— Eu sei. — Shy concordou. — Eu sei, porque para obter a sua correção, você
ferrou tudo e matou minha família. Isso, cara, isso é qualquer coisa, porra.
— Eu estou limpo agora, — o homem disse-lhe outra vez, às pressas. — Eu fiz o
meu caminho para fora dessa e, mano, eu vou te dizer, não passou um dia que eu não
tenha lembrado o quanto caí e isso vem me assombrando.
— Você perde o sono? — Shy perguntou.
— Todas as noites, o homem disse, todas as noites. Vejo-os todas as noites.
— Então, você se lembra. Você os vê, diga-me. Será que eles suplicaram?
O homem fechou os olhos.
— Ele dava a ela brincos, a cada Natal. — Shy disse a ele. — Não é uma merda, eles
eram diamantes, esmeraldas, rubis. Depois de acabar com ela, quando vasculhou a minha
casa, você não obteve essa merda… — ele hesitou antes de ele terminar com um nojo — …
mano?
O homem abriu os olhos e sussurrou: — Não.
— Não — Shy sussurrou de volta. — Eu sei. Minha tia cadela conseguiu. A tia, que
meu irmão e eu fomos viver depois que assassinou minha família. A tia que nos fez seus
escravos. Quem tratou-nos como merda. Que nos odiava e deixou-nos saber todos os dias,
durante seis anos de merda. Ela está com os brincos da minha mãe.
— Eu sinto muito — respondeu o homem com voz entrecortada.
— Eu também. — Shy concordou. — Eu estive triste por dezesseis anos de merda.
— Se eu pudesse voltar atrás, eu o faria — o homem disse a ele.
— Você não pode. — Shy respondeu brevemente.
O homem moveu-se, seus olhos presos em Shy. — Eu vou fazer o que quiser.
Qualquer coisa. Eu te pago. Eu mereço isso. Eu sabia que isso ia acontecer. Minha
penitência. Ela ia vir, eu sempre soube disso. Você não pode fazer o que eu fiz e continuar
respirando. Você precisa saber que vou fazer tudo o que quiser, mas, por favor, por favor,
cara, não me mate.
— Se você vai fazer o que eu quiser, em seguida, porra me responda, eles
suplicaram?
Ele sugou em outra respiração molhada, borbulhante e respondeu: — Não.
— Diga-me. — Shy ordenou.
O homem novamente se mexeu desconfortavelmente. — Eu… eles, tanto deles…
eles me surpreenderam. Não os vi. Eu estava lidando – com o funcionário, ele mostrou e
eu só, eu só assustei-me e eu… — Ele parou de falar, mas Shy sabia o que ele fez. Ele sabia
exatamente o que ele fez. Ele matou o pai de Shy. Então o homem lhe disse: — Ela estava
na cozinha. Eu a surpreendi.
— Rápido, certo? Foi rápido? — Shy empurrou.
— Sim — ele disse rapidamente. — Foi rápido.
— Eles não sofreram?
— Não — o homem sacudiu a cabeça contra a sujeira com dificuldade. — Não,
cara, eles não sofreram. Ela não fez isso… — sua voz caiu perto de nada — … ela nem
sabia que eu estava lá.
Shy fechou os olhos.
Em voz baixa, o homem disse: — Eu atirei nela na parte de trás da cabeça.
A cabeça de Shy caiu para frente.
— Ela não sabia de nada — concluiu o homem.
Shy levantou a cabeça e olhou para ele. — Um minuto viva, com dois meninos que
ela amava, um marido que a puxava para o seu colo para um beijo, ela está apenas
andando pela sala, um marido que dá brincos, no seguinte, ela não é nada.
O homem acenou com a cabeça, sua voz engasgada quando ele disse: — Eu fiz isso.
Eu fiz isso.
Shy inclinou a cabeça para o lado. — Você tem família?
O corpo do homem sacudiu-se e seus olhos, mesmo inchados, ficaram grandes,
enchendo-se de medo. — Não, homem, não. Nenhuma família.
— Você tem família — disse Shy.
O homem sacudiu a cabeça. — Não. Não antes de eu ficar limpo. Depois que fiquei
limpo. Não antes, cara, eles não sabem o que eu fiz. Eles nem sabem quem eu era.
— Eles devem saber. — Shy disse a ele.
O homem sacudiu a cabeça no chão, seu corpo mudando com agitação. — Eles não
sabem. Eles só conheceram-me depois que eu comecei a ficar limpo.
— Você tirou três vidas, destruiu mais duas que eu sei, não sei o que você colocou
para o lixo com esse funcionário. Você acha que eles não devem saber? — Shy perguntou.
— Eu fiz isso. Eu admiti. Admiti para o nativo americano que me encontrou.
Admiti para esses caras que eles colocaram para me proteger. Eu fiz isso e isso vem me
assombrando, o homem, ele me perseguia — ele disse rapidamente. — Ele me assombrou
tanto, que eu não fui capaz de fazer, o que essa merda me levou, então fiquei limpo.
— Então, meus pais morreram para que você pudesse aprender a lição e ter uma
boa vida. Você acha que eu estou feliz com esse final? Meu irmão? Você acha que isso não
vai significar nada para ele? Você acha que isso não significa nada para mim?
— Não, eu não. Eu só… Eu não sei, cara, eu apenas, desde então, eu mudei. Eu
tenho família. Eu tenho uma razão para ficar limpo. Eles precisam de mim e eu só estou
dizendo, que eu te pago, faça o que você tem que fazer, mas eu não quero morrer.
— Neste momento, você quer a piedade de mim. Quer manter-se respirando.
— Sim — o homem sussurrou.
— E você pensa. — Shy se inclinou para frente. — Você pensa, você atirou na
minha mãe na parte de trás da sua porra de cabeça, você teve essa piedade com ela, você
acha que deve obter essa piedade de mim?
— Não — o homem ainda estava sussurrando. — Eu não mereço isso. Eu sei disso.
Eu só espero que você tenha isso em você para mostrar misericórdia.
Shy mudou de assunto. — Muito jovem, os policiais não disseram essa merda para
as crianças e minha tia e meu tio não compartilhavam porra nenhuma. Então, você diga-
me. Onde você atirou no meu pai?
— Cara, não faça isso com você mesmo.
— Diga-me. — Shy empurrou, inclinando-se ainda mais, movendo o cabo da faca
na palma da mão, seus dedos enrolando em torno do eixo, os movimentos do homem não
perderam isso. — Onde… que… você… atirou no meu pai? — Ele terminou a sua
pergunta em um rugido.
— Diga a ele — Tack retumbou e a cabeça de Shy empurrou ao redor.
Jesus, ele não o ouviu.
Os irmãos moveram-se atrás de Tack.
Foda-se, ele não ouviu nenhum deles.
— Oh Deus, oh foda, oh Deus — o homem entoou, realizando manobras com medo
de distância, mas ele parou quando Boz, Hound, High e ele na parte de trás e o resto dos
irmãos circulavam ao seu redor.
Shy empurrou até seus pés ficarem próximos a Tack.
— Eu disse, — afirmou, com os olhos no rumo, — festa privada. Disse Shy.
— Veja, você não vai ter isso, irmão, mas estamos entrando. — Tack respondeu.
— Responda a pergunta, filho da puta — rosnou Hop, cutucando o homem no
chão duro com a bota. — Ele quer saber onde você atirou em seu pai.
— No corredor — disse o homem às pressas.
— Essa era a informação que você estava procurando, Shy? — Tack perguntou,
com os olhos apontados para o homem.
— Não — respondeu Shy.
O homem sacudiu a cabeça.
— Uh… você não está ficando, cara, mas você estava em um mundo de dor. — Boz
falou em seguida, inclinou-se na direção do homem e disse. — Agora você está em um
mundo de dor. Diga ao meu irmão, onde você atirou na porra de seu pai.
— Cara — ele sussurrou.
— Jesus, foda-se, uma vez que eu não posso matá-lo, eu posso manter-me
esfaqueando-o — perguntou Hound.
O homem soltou um grito aterrorizado.
Shy encarou Hound, então ele olhou para Tack.
— Você está lá fora por algum tempo — ele adivinhou.
— Irmãos, não vão sozinhos. — Tack respondeu, e Shy olhou em seus olhos.
Então, Shy respirou fundo.
Finalmente, ele disse a Tack. — Ele tem família.
— Eu ouvi. Você se importa? — Tack retornou.
— Eu fui a parte sobrevivente de uma família. — Shy lembrou.
— Vingança — Tack balançou a cabeça. — Irmão, a merda é confusa. Esta merda
que temos aqui não significa nada, mas a sua família, você está olhando para duas coisas.
Eles descobrem quem ele era, o que ele fez e sei que ele pagará, ou vivem em tê-lo onde ele
está agora. A diferença é, você tem seus irmãos. Esse tipo de merda — ele balançou a mão
para o homem na terra, — improvável que isso aconteça com você. No caminho que está
indo, o meu palpite, é que você vai ter uma nova família em breve. Você carrega através
dela, e de repente, eles são vulneráveis. A vingança é um círculo. Não há cantos para
transformar, não há fim da linha. Você se sente com sorte, vamos tratar em conformidade.
Você quer que isso acabe aqui, seja criativo em levar sua penitência e o círculo estará
quebrado. Sua escolha. O que quer que você escolha, teus irmãos estão com você.
Shy olhou para o homem, mas sentiu uma presença chegar perto.
— Este não é um caso para misericórdia. — Big Petey roncava.
Shy virou a cabeça e olhou nos olhos do homem.
Big Petey continuou falando. — Mas, rapaz, você toma essa decisão, você pega sua
moto, você vai para casa, deitar-te por sua mulher. Então, agora, pergunte-se, da próxima
vez que você tocá-la, como você vai se sentir fazendo isso com sangue em suas mãos?
A mente de Shy preencheu com todas as imagens de Tab.
Isso significava que realmente ficou muito cheia.
Ele desenhou em outra respiração profunda e olhou para o homem na terra.
Então, ele declarou: — Eu estou me sentindo muito criativo.
O clima na sala mudou, a cabeça de Shy levantou, olhou para Tack e encontrou-o
sorrindo.

Shy montou duro, sua mente em branco, exceto por uma coisa.
Ou pares delas, mas elas eram todas iguais.
Tudo a mesma coisa.
Ele não tinha pensado há anos. Elas haviam se perdido há muito tempo. Assim por
muito tempo, ele quase se esqueceu delas.
Hoje à noite, ele estava deixando tudo para trás.
Ele dirigiu sua moto em uma garagem que não tinha visto em anos. Ele nem sequer
conduzia por esta rua. Ele não tinha nem passado em nenhum lugar perto dessa porra de
lugar.
Ele caminhou até a porta, tocou a campainha e não deixou ir.
Já era tarde, escuro, tinha que ter passado da meia-noite quando ele bateu. Alto.
Duro. E ele não parou.
Ele viu uma luz continuar na alta janela na porta, os bloqueios se viraram e a porta
foi aberta.
— Parker, filho, caramba. O que na terra…? Você está bem? — Seu tio perguntou e
Shy olhou para ele quando saliva encheu sua boca.
Então ele empurrou-o e rondou a casa.
— Park! Que diabos? — O tio gritou atrás dele. — Onde você está indo?
Shy subiu as escadas de dois em dois degraus.
Ele contornou o voo no topo e caminhou pelo corredor, seu tio ainda gritando atrás
dele.
Lá estava ela, em sua camisola disforme, cabelo bagunçado de sono, de pé na porta
de seu quarto olhando para ele, pálidos olhos arregalados de surpresa.
— Parker, o que na terra — ela perguntou.
— Onde eles estão? — Shy pediu de volta.
— Quem? — Ela perguntou.
— Não é quem, é o que. — Shy cortou e não parou. Ele empurrou através dela,
ignorando-a assustada, grito estrangulado. — Onde eles estão?
— O quê? — Ela perguntou, sua voz agora estridente.
— Park — seu tio chamou, sua voz afiada. — Filho, o que diabos você está
fazendo?
Shy viu a caixa de joias em seu armário e foi direito a ela.
— Oh meu Deus! — A tia chorou. — Timmy, ele vai para as minhas joias.
Shy parou e virou-se.
— Eu sabia — ela sussurrou, seus olhos sobre ele, quando seu tio mudou-se para
ele. — Você está drogado, não é?
— Onde eles estão? — Shy perguntou.
— Onde está o quê? — Ela retrucou, seu tom feio.
A mesma merda de sempre.
Exatamente.
— Os brincos da minha mãe.
Sua mão voou para a garganta e seu rosto ficou pálido de novo. Seu tio parou a
dois passos.
— Filho? — Seu tio chamou a atenção de Shy, então Shy deu-lhe atenção.
— Eu não sou seu filho.
Ele viu a careta do tio.
Seus olhos foram para a tia. — Onde eles estão?
— Eu… eles — ela começou a balbuciar, mas o tio de Shy cortou.
— Park, por favor. Volte em uma hora decente. Obviamente você tem algo em sua
mente. Nós vamos conversar.
Shy olhou para trás para o homem que não conseguiu cria-lo depois que seu pai
morreu. — Nós não estamos falando. Eu nunca mais estarei "vendo" você ou essa vadia de
novo depois que eu sair. Mas, eu vou embora com os brincos da minha mãe.
— Embora eu possa ver que você está em um estado de espírito ruim — mordeu
sua tia, e Shy olhou para ela, — e eu odeio jogar isso na sua cara, mas considerando quem
você é o que você gasta o seu tempo, mas eu tenho que dizer que não é só altamente
inapropriado, você intrometendo-se em seu tio e eu no meio da noite, mas também você
perguntar pelos brincos.
— Os brincos da minha mãe. — Shy corrigiu, e ela se encolheu.
— Meus brincos — ela zombou, e o peito de Shy começou a queimar.
A cadela não estava entendendo.
— Não muito para levá-la, pelo menos eu tenho isso.
Shy olhou para ela. Ele, então, virou-se para seu tio. — Eu não vou sair sem os
brincos.
— Parker. — Seu tio começou.
— Eu vou chamar a polícia! — Sua tia anunciou em voz alta.
Shy ignorou e repetiu: — Eu não estou… Saindo… sem os brincos.
Ele viu seu tio engolir.
Shy manteve os olhos fixos no homem. — Você me dá os brincos, ou eu juro por
Cristo, você não vai ver o final disto. Farei todo o maldito dia de sua vida uma miséria,
cada um. Você vai conhecer cada um dos meus irmãos, e você vai conhecê-los bem,
porque eles vão ter uma missão para fazer com que você, essa vadia, e as suas boas para
nada – crianças miseráveis. Agora você controla a porra de sua mulher, obtenha esse
telefone maldito de sua mão, e me dê os brincos da minha mãe.
— Ellen, desligue o telefone — disse o tio instantaneamente.
— Eu não vou — ela retrucou.
— Mulher, coloque o maldito telefone para baixo — ele cortou, chocando a merda
fora de Shy, que nunca, nem uma vez, ouviu seu tio falar desse jeito com ninguém.
Especialmente sua tia.
Shy não olhou para a cadela, mas ele sentiu o ar na sala, já por um fio, pesado.
Ele ouviu o telefone bater no carregador, então seu tio ordenou. — Dê a Parker os
brincos de sua mãe.
— Tim, isso é…
— Não, — seu tio sussurrou. Ele respirou fundo, os olhos colados à sua mulher, em
seguida, ele continuou: — Durante anos, você incomodou-me sobre isso. Dê-me um pouco
da maldita paz. Dê a Parker um pouco de paz. Basta dar-lhe os brincos de sua mãe.
Houve um silêncio, em seguida, o movimento e um bufar. — Isso é inacreditável.
Shy deslocou para fora de seu caminho, sem querer estar em qualquer lugar perto
dela.
Momentos passaram-se, em seguida, ele sentiu-a perto de pé.
— Bem? Leve-os — ela retrucou.
Seus olhos moveram-se para ela, ela olhou para eles e fraquejou.
Ele olhou para seu tio. — Eu vou precisar de um saco.
— Você quer que a gente carregue a prata de modo que você possa levar isso
também — ela perguntou sarcasticamente.
Shy olhou para ela novamente. — Eu quero que você, pela primeira vez, guarde as
malditas presas, e com isso quero dizer, cala a boca.
— Eu sabia que você era uma semente ruim, — ela atirou de volta.
— Como de costume, não dou um pingo de atenção. — Shy retornou.
— Sério? — Ela perguntou sarcasticamente. — Oh. Certo. Nos círculos que você
frequenta, ameaçar no meio da noite com visitas inconvenientes são provavelmente
obrigatório.
— Não, mas quando acontecem, elas são divertidas. — Shy respondeu
casualmente.
Ela bufou.
— Ellen apenas, por favor, vá buscar um saco — seu tio ordenou. Ela jogou ao seu
tio um olhar e pisou fora.
Shy baixou os olhos para suas botas.
— Há algo que o trouxe a visita desta noite, Parker? — Seu tio perguntou, e Shy
olhou para ele.
— Sim — ele respondeu.
Seu tio esperou. Shy estava quieto.
O homem tentou outra coisa. — Landon está em casa seguro?
— Sim — afirmou Shy, mas não disse mais nada.
— Bem, graças a Deus por isso.
Shy não respondeu.
Seu tio levantou a mão no seu caminho. — Filho, eu…
— Sem essa de filho. — Falou Shy e ele fechou a boca.
Segundos passaram.
Então, seu tio tentou novamente. — Talvez, quando a sua tia não estiver, devemos
encontrar um tempo para sentar e conversar.
— E talvez isso nunca acontecerá. — Shy retornou. — Talvez eu goste de saber que
meu irmão um soldado, um homem corajoso, pondo o seu na reta por este país. Talvez eu
goste de saber que eu tenho uma mulher, comprando uma casa, e em breve vamos formar
uma família. Talvez eu goste de saber, que você sabe que não teve nada a ver com o bem
que está em nós, o bem que veio até nós, o bem que merecemos, o bem que nós vamos
fazer. Talvez eu goste de saber, que você sabe que nós tivemos que escapar desta prisão, a
fim de esculpir a nossa bondade. Talvez eu goste de saber – que os seus filhos não vão dar
uma merda sobre você, porque eles pensam que você é tão fraco quanto eu, e eles só têm
tempo para a sua mãe, porque eles sabem que ela vai dar-lhes a merda que eles pedirem.
Os olhos de seu tio brilharam e Shy sabia que seu objetivo foi atingido e era
verdade.
— Aposto que esses idiotas nem sequer enviam cartões de aniversário. — Shy
continuou.
— Não pense que eu não tenha pensado sobre as coisas, quando vocês foram
embora, foi…
— Não importa o que você pensou quando fomos embora. — Shy interrompeu. —
A porra do tempo para você pensar no ato foi quando estávamos vivendo na porra deste
lugar.
Ele viu seu tio fechar os olhos na derrota quando ouviu a tia voltando pelo
corredor. Shy mudou-se para a porta, parando e voltando-se para o tio.
— Por último, e melhor, não é um talvez, é definitivo. Gosto de saber que você vai
terminar a sua vida ao lado dela. Você merece essa merda. E isso é o que é alguém como
ela. Isso é tudo o que ela tem para dar. Merda.
Ele ouviu sua tia suspirar de afronta, virou-se para a porta enquanto caminhava,
cuidando com seu corpo para não ficar muito próximo a ele, iria passar pela tentação
criminal e ela seria presa no local.
Ele estendeu a mão, puxou o saco dela, abriu, olhou para dentro, e contou as
caixas.
Quando ele precisou mover alguns para manter a contagem, ele checou, e ela
retrucou: — Eles estão todos aí.
Shy olhou para ela, em seguida, para o tio. — Eles não estão, mais uma visita.
Então, sem olhar para nenhum deles de novo, ele caminhou para fora.

Ele voltou para casa sentindo algo que ele não entendia, algo que ele não tinha
sentido, nem uma vez, e não em 16 anos.
Ele percebeu o que era quando chegou ao apartamento de Tab e viu seu carro azul
elétrico brilhando nos postes de iluminação do estacionamento.
Ele sentiu-se livre.
O sentimento era avassalador, inundando-o, forçando tudo para fora e permitindo-
lhe nada mais que isso.
Sentindo-se livre.
Porra livre.
Ele balançou fora de sua moto, correu para a escada, subindo dois degraus de cada
vez e girou a maçaneta na porta. Ele sabia pela luz que saía do fundo que não estaria
trancada.
Não estava.
Ele entrou e a viu enrolada em si mesma no sofá.
Ela atirou a seus pés no instante em que o viu. Seus olhos sobre ele, sua expressão
em causa, cautelosa, ainda com medo, ela sussurrou. — Shy…
Ele fechou a porta, virou-se, trancou-a e, em seguida, virou-se para ela.
Livre.
Ele estava livre.
Ele pensou que seus irmãos deram-lhe isso, e eles fizeram.
Ao mesmo tempo, eles não o fizeram.
A verdadeira liberdade veio de Tabby.
Ele andou em direção a ela.
— Quarto — ele rosnou. — Tire a roupa em seu caminho.
O corpo dela estremeceu, mas, diferente do que, ela não se moveu.
Ele virou à poltrona, posicionando para agrupá-la para levá-la em seu caminho
para onde queria ir, e quando ele tinha um pé de distância, ela tropeçou em seguida,
começou a ir para trás.
— Quarto e roupas, Baby.
— Shy, eu… o que…? — Sua cabeça inclinada para o lado enquanto ele aproximou-
se e mudou de direção, buscando-a pelo corredor. — Você está bem? — Ela perguntou.
— Você não está tirando a roupa.
Ela lambeu os lábios e Jesus, ele estava pendurado por um fio.
— Roupas, Tabby — ele rosnou, carregando-a novamente para movê-la para o
quarto.
Moveu-a através da porta do quarto e ela parou quando as costas de suas pernas
bateram na cama.
Shy parou também.
Ela sustentou o olhar.
Então ela disse: — Eu te amo.
Só então ela tirou a camisa.
Shy respirou, ele fechou os olhos, abriu-os, jogou o saco com brincos de sua mãe ao
pé da cama, puxou a sua camisa, e então ele lançou-se, levando-a de volta na cama.
Ele não hesitou em levá-la na boca.
Então, ele não hesitou em levá-la.
Ele não perdeu tempo livrando-se de suas roupas e, em seguida, ele usou suas
mãos, boca, língua, dentes, joelhos, coxas, tudo o que tinha, para ter tudo o que ele poderia
receber.
Ele não teve que levá-la, ela o deu.
Ele tomou isso de qualquer maneira.
Não demorou muito para que ele estivesse pronto, ela estava transando com
pronto, ele sabia por que ela estava ofegante então ele a puxou para cima, moveu, mudou-
se de joelhos, bateu com as costas para a cabeceira da cama e subiu dentro.
Seu pau envolto em sua apertada, lisa, seda quente.
Conectado a Tabby.
Foda-se, sempre, sempre, lindo.
Seus braços e pernas arredondadas em torno dele, suas mãos moveram-se até o
lado dela, até seu braço, puxando-o para longe dele, encontrando-lhe a mão, e ele enfiou o
polegar na palma da mão, passou os dedos em torno da volta e apertou suas mãos para a
parede.
Seus olhos estavam fechados para ela e ele estava movendo-se dentro dela.
— Assim como a primeira vez — ele murmurou contra sua boca.
— Sim — ela respirava.
— Você me ama, Tabby?
— Sim — ela respirou novamente.
— Eu sei que você faz, baby, foda, eu sei que você faz — ele murmurou, então
tomou sua boca, levou-a lá. Ela gritou seu orgasmo, dirigindo-a para baixo em sua
garganta enquanto sua vagina convulsionou ao redor de seu pênis, em seguida, ele
empurrou o rosto em seu pescoço e gemeu seu clímax contra sua pele.
Ele ficou assim, enterrado profundo, seu corpo pressionando o dela na cabeceira da
cama, sua mão segurando a dela, seus outros membros apertados ao redor dele,
segurando-a perto.
Ele manteve o rosto em seu pescoço, cheirando sua pele, seu cabelo, e ele não disse
nada.
Lentamente, ele tirou, gostando do pequeno gemido que ela deu que soava doce
em seu ouvido enquanto ela o perdeu.
Mudou-se para trás, colocou-a na cama. Alcançando um braço, agarrou a sacola.
— Shy? — Ela chamou, mas ele não respondeu. Ele procurou dentro da sacola.
Ele tirou uma caixa, abriu-a, sacudiu-a fechada, e deixou-a cair na bolsa. Ele fez
isso de novo e de novo até que encontrou um par de diamantes.
Ele gentilmente jogou a bolsa para o criado-mudo, cuidadosamente libertou os
brincos da caixa e atirou isso de lado também.
— Shy?
— Você tem brincos doçura?
Ela levantou a cabeça no travesseiro, seus olhos estavam curiosos, confusa e
cautelosa, talvez ainda um pouco assustada, mas ela balançou a cabeça.
— Puxe o cabelo para trás, — ele ordenou.
Ela fez o que ele pediu como Shy liquidou em seu corpo, o cuidado de preparar em
um cotovelo, mesmo quando as mãos dele se mudaram para o lóbulo da orelha. Ele
deslizou o brinco através de seu ouvido, em seguida, deslizou o novamente. Ele se mudou
para o outro lado e fez o mesmo.
Depois se levantou em um braço de cada lado dela e olhou para baixo, seus olhos
se movendo para os lados, os diamantes brilhando contra seu brilhante cabelo, escuro.
— Shy, querido, fale comigo — ela implorou.
Ele olhou para ela. — Esses são os brincos de minha mãe.
Seu corpo ficou tenso com ele com as coxas pressionada em seus quadris.
— Fui para a casa da minha tia e do tio, esta noite, tenho-os, — ele continuou. —
Todos eles. Papai deu um par para a mamãe em cada Natal desde que eles eram casados.
Catorze pares. Sete para você, sete para Landon. Peguei aqueles para você. Lan escolhe o
próximo par. Vamos ir e voltar até que cada um de nós tem a nossa parte de nossos pais.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas, suas narinas dilatadas com o esforço para
contê-los quando ela perguntou: — Você foi para sua tia e tio?
— Pela primeira vez em anos, a última vez para sempre. — Ele viu quando ela
levantou a mão para tocar a joia em seu ouvido.
— Diamantes. — Completou.
Uma lágrima que ela não conseguia segurar deslizou para fora do lado do olho.
— Você está com raiva de mim — ela perguntou tão baixinho que ele mal ouviu.
Mas, ele ouviu.
— Sim — ele disse a ela, viu os lábios tremerem, em seguida, aproximou-se, sua
mão indo para o topo ao lado de sua cabeça, seu polegar deslizando para baixo na linha
dos cabelos e terminando, em seu brinco. — Também foi errado — ele disse a ela
suavemente. — Senti muito, saber que ele foi encontrado. Perdi, tomei essa merda fora de
você. Não deveria ter feito isso, mas eu tinha tanta merda correndo através de mim, baby,
eu tive que tirá-la. Então eu empilhei em você.
— Tudo bem — disse ela em voz baixa.
— Não foi legal, Tabby — ele respondeu tão baixinho.
— Está tudo bem — ela disse a ele, com as mãos batendo no peito, apertando.
— Não, não está. O que se está feito está. Espero em Deus que eu aprenda
cometendo esse erro maldito, colocando você para fora, assustando você — seu polegar
moveu-se através da umidade em seu rosto e sua voz caiu. — Fiz você chorar. Não posso
prometer que não vou fazer isso de novo, mas eu posso prometer que vou tentar não fazer
mais.
— Estou feliz que você prometeu querido, mas você também precisa saber que eu
entendo. Isso foi muito para lidar. Eu não esperava você para ser surpreendido por ele. Eu
esperava que eu fosse começar a falar sobre o que eu tinha feito indo até Lee. Mas, eu não
entendo por que você reagiu da maneira que você fez, e eu tinha que estar lá para ajudá-lo
a lidar quando a vida consegue um soco, mesmo que isso fui eu que causei, sem querer eu
quero ajudá-lo.
— Isso é legal, baby, é doce e você está certa. Mas, quando você faz isso, você não
tem que tomar a minha merda. E você fez o que fez para me dar algo bonito. Eu não
entendi na hora. Eu não entendi, até que tudo foi feito e eu estava sentado do lado de fora
deste apartamento. Você não acertou um soco neste otário, e eu não quero você pensando
nesta merda.
Ela segurou seus olhos um par de batidas antes que ela balançou a cabeça e
respirou o que o quebrou no meio.
— Eu entendo, doçura. Você queria que eu tivesse isso — disse ele suavemente. —
Eu tenho isso. Você deu para mim, mas você me deu algo mais também.
Seus olhos molhados ficaram em cima dele e ela murmurou. — Perdão?
— Encerramento. Liberdade.
Seus olhos se fecharam, ele sentiu sua alçada no peito e lágrimas deslizando para
fora ambos os lados. Shy mudou seu outro braço para que ele pudesse colocar os dois
polegares para trabalhar.
Ela atraiu outro fôlego e abriu os olhos.
— Você quer me dizer o que aconteceu — ela perguntou.
— Quebrei o círculo — ele respondeu.
— O que significa isso? — Ela prosseguiu com cautela.
— Significa que eu bati a merda fora dele, descobri que ele tinha família, descobri
como ele matou meus pais, descobri que eu queria a vida em troca e descobri que eu não
queria estar em um círculo de vingança. Não queria arrastá-la para dentro. Não quero
estar em sua cama, tocando você, com sangue em minhas mãos. — Ele fez uma pausa, seus
olhos olhando para os dela e ele compartilhou: — Meus irmãos pegaram a minha volta e
me ajudaram a encontrar o caminho.
Ela o pegou, ele sabia quando seu rosto inteiro balançou, enquanto tentava conter
as lágrimas, então ela levantou a cabeça e apertou-o na pele de seu pescoço quando ela
falhou.
Shy baixou o peso sobre ela, esmagando, curvando os braços em torno dela e
levou-a com ele assim que estavam em seus lados.
Ela puxou o rosto de seu pescoço, levou duas respirações engatadas e perguntou
entrecortada: — Você está… você está bem?
— Melhor do que eu estive em um longo tempo, baby.
Ela tomou outra respiração irregular enquanto seus olhos moveram-se sobre sua
face. Em seguida, ela balançou a cabeça.
— Você me deu isso, Tabby, — ele lembrou a ela, e ela deu-lhe outro sorriso
vacilante que não conseguia tirar.
— Isso é o que eu estava tentando fazer — ela disse a ele.
Ele sorriu para ela e puxou-a para mais perto.
Seu sorriso desapareceu e ele admitiu: — Eu fui um idiota de novo.
— Eu vou te perdoar mais cedo desta vez, como, digamos, — sua mão deslizou
para que seus dedos pudessem acariciar seu queixo — agora.
Seus lábios tremeram.
— Isso iria ajudar, eu saber que tenho o seu perdão, para você parar de chorar.
Ela assentiu com a cabeça, respirou fundo, e tentou-o junto.
— Você está… — ela hesitou — … bem com o clube?
Foi a vez de Shy assentir.
— Bom — ela disse suavemente, abaixou seu rosto, e empurrou-o em sua garganta.
Ele baixou o queixo, contra seu cabelo, murmurando. — Tenho que te limpar, então
eu tenho que chamar Lan.
— Tudo bem.
Ele beijou o cabelo dela, rolou para suas costas, mudou-se para beijá-la no peito,
em seguida, a parte inferior do queixo, então ele encontrou os olhos dela, deu-lhe um
sorriso, e rolou para fora da cama.
Ele pegou uma toalha e cuidou de sua namorada. Ele pegou a toalha de volta,
pegou sua calça jeans, pegou seu telefone, e se juntou a ela na cama.
Ela se aconchegou mais perto.
Ele ligou para o irmão.
Shy disse a Lan a história, não deixando nada de fora, o que significava que Tabby
ouviu a história. Ela apertou mais e mais perto enquanto falava, mas ela não fez nenhum
som.
Quando ele terminou, Lan perguntou: — Tab está usando os brincos da mamãe?
— Sim — respondeu Shy.
— Porra, cara — uma pausa, em seguida, baixa, áspera e fragmentada. — Caralho.
Shy lhe deu algumas batidas, então, pediu baixo. — Você está bem?
Landon pigarreou. — Esqueci sobre isso. Totalmente bloqueado para fora. Não
posso acreditar que você os tem. Não posso acreditar que eu me esqueci deles. — Ele ficou
em silêncio por um momento, em seguida, ele disse: — Que bom que você pegou-os de
volta, Park. Foda-me, por isso, porra estou feliz que você pegou o que era da mamãe e o
papai de volta daquela puta.
— Da próxima vez que você vier, vamos dividi-los.
— Certo, funciona para mim.
Nem um irmão falou por um longo tempo. Eles também não quebraram sua
conexão.
Tabby enterrou mais perto.
Finalmente, Shy anunciou. — Está feito.
— Feito. — Lan concordou.
— Acabou — Shy continuou.
— Agora podemos seguir em frente. — Lan respondeu.
Shy apertou seu braço ao redor de Tabby e repetiu: — Agora podemos seguir em
frente.
— Você sabe que eu te amo, Parker, e que merda é muito profunda. — Lan disse a
ele.
— Sinta-se da mesma forma, Landon.
— Nunca esqueci o que tínhamos, ainda sinto falta dele. — Lan compartilhou.
— Então faça o que eu estou fazendo, Lan, e reconstrua.
Houve um silêncio, uma pequena risada, e então, finalmente.
— Não tenho certeza que eu estou deixando a diversão.
Shy colocou a ponta do queixo para baixo para ver o topo da cabeça de Tabby, seu
perfil, seus olhos fixos aberto em sua garganta, sua mão em seu peito, os dedos à deriva,
mas suavemente, dando-lhe o tempo com seu irmão, mas não lhe dando espaço, algo
naquele momento, que ele não precisava.
— Isso é problema seu, irmão, você não entende que este lado é muito mais
divertido — ele voltou.
— Tomarei um pouco de algo especial para me convencer disso. — Lan replicou.
— Deus, eu espero que você encontre. — Shy respondeu.
Lan ficou em silêncio, então Shy teve um retorno.
— Eu também, Park.
Eles ficaram desse jeito, então Shy disse. — Vou deixar você ir.
— Certo. Eu vou encontrar algum tempo para chegar em algum fim de semana.
— Legal, até então.
— Sim… e Park?
— Sim?
— Você fez certo, você fez bem, agora eles podem ficar tranquilos.
— Eles podem ficar descansados.
Shy sentiu a garganta apertar, então ele teve que forçar através dele. — Sim.
— Vejo você em algumas semanas.
— Até mais tarde, Lan.
— Mais tarde, meu irmão.
Ele tocou o polegar na tela, virou-se apenas o suficiente para lançar o seu telefone
na mesa de cabeceira, em seguida, estendeu a mão para desligar a luz e rolou para Tabby.
Ela se aconchegou mais perto, pegando a perna por cima do quadril, o braço
apertado em torno dele.
— Você está bem? — Ele perguntou na escuridão.
Ele sentiu seu aceno então ela perguntou: — Como você está se sentindo, querido?
Ele pensou sobre a pergunta e a resposta estava fodida. Não fazia sentido. Ele tinha
uma mulher em volta dele, prendendo-o a uma cama. Ele estava diante de um pagamento
da hipoteca. Ele tinha planos para plantar bebês dentro dela, construir uma família.
Ainda assim, havia apenas uma resposta e ele abaixou o queixo, colocou os lábios
em seu cabelo, e sussurrou a resposta em seu cabelo.
— Livre.
Em sua resposta, sua namorada, sua linda menina, pressionou ainda mais perto.
Shy Cage nunca teve um sonho.
Ainda assim, ele sabia, sem dúvida, uma vez que ele estava segurando um em seus
braços, os sonhos eram reais.
Capítulo 19
Na Corda Bamba

Quatro Meses Depois…


— Como eles foram? — Tyra perguntou em um sussurro, passando seu dedo
levemente ao longo da bochecha de um Cutter adormecido, deitado na cama.
— Cansativo — eu respondi. Ela virou a cabeça e sorriu para mim, sem
arrependimento que seus dois filhos fossem endiabrados.
Então, ela olhou para trás, para baixo em Cutter e puxou as cobertas até o ombro.
— Como você e Rush, ambos têm o cabelo do seu pai, então eu sei de onde eles
tiraram seu temperamento.
Eu estava contente que eles tivessem o temperamento do papai junto com o seu
cabelo, embora ambos tivessem os olhos verdes de Tyra. Se qualquer um deles adicionasse
o cabelo de Tyra e o temperamento que veio junto com seus pais, estaríamos ferrados.
— Aconteceu de novo hoje à noite — disse. Tyra arrumou o cabelo e olhou-me com
as sobrancelhas levantadas, então eu fui lá. — Levei-os para jantar e um par de pessoas
comentou. Eles acham que pertencem ao Shy e a mim. — Olhei para meu irmão mais
novo.
— Aqueles olhos verdes, o cabelo.
— Eu vejo isso — ela murmurou. Eu olhei para ela e sorri antes de começar a
mover-me para a porta, Tyra, veio comigo, a dizer. — É divertido fingir, porém, também é
hora de planejar.
Eu vi como ela cuidadosamente fechou a porta atrás dela, mas, em suas palavras,
minhas sobrancelhas ficaram juntas, e quando ela virou-se da porta e olhou para mim,
sorriu.
— Brincando de casinha, querida, — ela explicou. — Você e Shy estão juntos por
algum tempo. Você decidiu a coisa de viverem juntos. Você decidiu tirarem férias juntos.
Você decidiu comprar a casa. Discutiram a respeito da compra da geladeira. Qual o
próximo passo?
Ela não estava errada.
Com a ajuda de Ty-Ty, dei à Shy e Lan um ótimo Natal. Nós tivemos uma
explosão. Eu poderia dizer que os dois homens tinham gostado, e as coisas que eles
apreciaram foi serem acordados por dois garotinhos muito agitados, que estavam em
ataques por causa do Papai Noel e, depois, sentar-se para um grande jantar com uma
grande família ao redor, comida e cerveja abundante, conversa fácil e divertida.
Foi uma benção, eles sentiram isso, e nem o homem escondeu.
Foi incrível.
Quanto a Shy aprendi que ele também criava bons natais.
Sua versão deste foi me entregar meu presente na frente de todo mundo, seus olhos
presos aos meus, seus lábios murmurando.
— Todos os anos.
Na caixa havia um par de brincos de safira.
Claro, comecei a chorar, mas felizmente, fazendo isso no Natal com a família perto
significava que teria os braços de Shy à minha volta para consolar-me, meu irmão mais
novo Cutter rastejou no meu colo para fazer a mesma coisa e, não muito tempo depois,
meu pai abraçou-me e passou seus lábios contra o meu cabelo para fazer a mesma coisa.
Houve lágrimas, mas isso não nega o fato de que tinha sido… fabuloso.
Então, apenas semanas depois, Shy e eu nos mudamos para nossa nova casa.
Não muito tempo depois, Shy e eu tivemos uma discussão sobre a compra de uma
geladeira nova. Embora a casa fosse grande, havia coisas que precisavam de atualização, e
uma delas era a geladeira.
Na loja, Shy declarou que a cozinha não era o meu domínio e, portanto, ele teria
direito a escolha, ele escolheu um modelo bom, confiável, mas não era modelo de luxo.
Em outras palavras, que não tinha gelo picado.
Disse que lhe trazer bebidas era meu domínio (o que era – uma vez que seu traseiro
estivesse no sofá, ele não se mexia), de modo que eu estaria utilizando o congelador tanto
quanto ele e eu queria o modelo de luxo com gelo picado.
Shy informou-me que não iríamos gastar dinheiro extra para ter gelo picado,
quando nós poderíamos gastá-lo em algo importante, como poupar para construir a
garagem, então ele poderia mexer em sua motocicleta lá.
Em outras palavras, ele queria ser um homem das cavernas, e não precisava de
gelo picado.
Disse-lhe que, que depois de receber o meu dinheiro de volta do Lee Nightingale
eu ajudaria em equipar a nossa casa, éramos parceiros equilibrados e deveríamos fazer
algo com o dinheiro que fosse equilibrado, digamos, um mecanismo de gelo picado em
uma geladeira de luxo, seria algo que nós dois poderíamos desfrutar.
Shy disse que ele não dava a mínima sobre gelo picado, mas ele dava uma foda
sobre sua motocicleta. Ele também tomou esta oportunidade para salientar que eu também
não dava a mínima para sua motocicleta, como, forma de retaliação.
Isto me irritou principalmente porque ele estava certo.
Portanto, eu não tive nenhuma resposta pronta, e como eu estava tentando bolar
uma, Shy deixou sair que ele também não dava a mínima para o equilíbrio. Ele disse-me,
mesmo se eu não recebesse o dinheiro de volta, nós éramos equilibrados. O que era dele
era meu, o que era meu era dele, ele não acompanharia ou marcaria os pontos e nós não
estávamos começando uma vida onde eu fizesse também.
Embora eu gostasse que ele admitisse isso, ele comunicou de forma autoritária o
que tirou o inferno fora de mim, então lhe disse para parar de ser tão mandão.
Ele me disse que eu chupava o pau do mandão e nunca reclamou a menos que não
estivesse na minha frente, então eu precisava superar isso.
Claro, com isto, minha cabeça quase explodiu, então eu prontamente para terminar
a conversa congelei-o por três dias, o que foi difícil, já que estávamos vivendo juntos. Dito
isto, eu coloquei um monte de esforço nele assim eu consegui. Isso, não
surpreendentemente, o levou a perder a cabeça. Meu congelador terminou em uma briga
que terminou em sexo muito bom e, depois disso, Shy contou-me uma história que me
resolveu.
— Minha mãe e o pai trabalhavam, doçura — ele me disse, deitando em cima de
mim no chão da sala, ainda dentro de mim, seu polegar rastreando meu couro cabeludo.
— Ela não fazia muita coisa. Ele não fazia uma confusão. Não era sobre isso. Não era sobre
equilíbrio ou parceria ou compartilhamento. Era sobre a unidade. Eles não anotavam,
davam, e acho que foi por isso que eles não brigavam. Porque se você dá, a outra pessoa
vai dar porque ela recebeu isso.
Então, o equilíbrio vem naturalmente. Abaixe o dinheiro por conta da casa. Você
aspira e limpa os banheiros, porque odeio essa merda. Então, querida, já tivemos
equilíbrio antes que você chutasse o seu dinheiro. Só não viu. E tanto quanto eu estou
preocupado, isso sempre vai ser o caminho. Eu vou dar para você, Tabby, porque eu te
amo. Você vai fazer o mesmo. Você só tem que sentir o equilíbrio natural, não trabalhar
para isso.
Às vezes acontecia que eu odiava quando ele estava certo, como, digamos, quando
nós estávamos gritando um com o outro.
Havia outras vezes que eu adorava. Como, por exemplo, quando ele estava dentro
de mim depois de me dar um orgasmo ou quando ele contava-me sua história de amor
sobre seus pais. Era melhor, somente então, quando eu tinha os dois.
Então, obviamente, depois disso, a briga acabou.
E, a propósito, compramos a geladeira com gelo picado.
Eu vim dos meus pensamentos e voltei a Tyra.
— O que está dizendo? Casamento? Bebês? — Eu perguntei.
Ela assentiu com a cabeça e respondeu. — Está na hora. Vocês estão juntos por um
tempo, e Shy é um espetáculo com os meninos. É claro, ele adora crianças, e eu sei disto
porque ele ama meus filhos como se eles fossem os seus próprios irmãos mais novos, e ele
agia assim antes mesmo de vocês dois estarem junto. Eu não estou dizendo que você tem
que casar, se isso não é coisa sua. Mas, vocês precisam estar na mesma página sobre
ambos, desde que elas são importantes. — Ela virou a cabeça para o lado e perguntou: —
Vocês conversaram sobre isso?
Tínhamos feito e ela sabia disso. Ela agora sabia (quase) tudo sobre eu e o Shy.
Então, eu tive um sentimento que este tópico de conversa surgiu por causa de outra
coisa. Eu também tive um sentimento que eu soubesse o que era essa outra coisa, desde
que Shy e eu estávamos de babá porque papai e Tyra saíram com Hop e Lanie naquela
noite.
Portanto, eu perguntei. — Hum… Ty-Ty, de onde vem isso?
Ela hesitou antes de responder. — Grande coisa, querida. Grande demais para
agora, depois que tive umas margaritas e ser tão tarde. Amanhã, vou te ligar e informá-la.
Como nunca, mesmo com Lanie, mesmo apenas histórias, estava ansiosa para ser
preenchida. Especialmente quando ele tinha a ver com Hop agora que eles estavam fora
como Shy e eu.
Basta dizer, Lanie ainda levou o drama aos extremos, e aparentemente Hop que
gostou, muito a respeito da atitude do papai e de Ty-Ty. Eu tinha que admitir, Hop e
Lanie eram bonitinhos, porque Hop parecia mais feliz do que nunca, e Lanie tinha aquela
luz de volta nos olhos dela que tinham morrido quando seu noivo Elliott morreu. De jeito
nenhum, olhando-os separadamente, pensaria que funcionaria, mas eles transavam.
— Eu vou esperar sua ligação, mas diga-me agora, está tudo bem? — Eu perguntei.
— Sim. Tudo está bom. — Ela sorriu um sorriso pequeno, conhecedor.
— Hop está disposto a tudo para fazer sua mulher feliz. Ele andaria numa corda
bamba sem nenhuma rede, se ela estivesse do outro lado, aplaudindo-o. E ele só provou o
que já sabíamos, ele fez isso em grande estilo.
Isso, eu tinha notado ao ver aqueles dois, era a verdade de Deus.
Isso notei logo depois, vendo Tyra Allen feliz.
— Porém, Lanie sente o mesmo sobre ele. — Tyra adicionou.
Eu tinha notado isto também.
— É com você, porém, só para repetir, é crucial que você e o Shy concordem sobre
coisas importantes na vida.
Ela estava certa sobre isso.
Tyra enganchou o braço no meu, aproximou-se e levou-nos lentamente pelo
corredor em direção a cozinha.
— Você não tem nada para se preocupar — disse ela.
— Eu sei que com outro homem iria andar numa corda bamba. É só ver você
seriamente brigando sobre gelo picado. Você pode precisar compartilhar seus
pensamentos sobre o matrimônio e o que você prevê com a construção de sua família.
Ela estava certa sobre isso também. Tinha havido desgosto e drama, e agora Shy e
eu fomos costeando numa onda de bondade quebrada somente quando lutamos sobre
geladeiras, ou seu jeito mandão atingia a zona de perigo e tínhamos de conversar. Não
conversamos sobre isso, e que era importante.
— Ele quer construir uma família, — disse ela.
Deixou-nos antes de alcançar a cozinha e olhou para mim. — Eu sei querida, mas
ele poderia querer seis filhos, enquanto você pensa em dois.
Sim, Shy e eu precisávamos ter esta conversa, porque eu não queria ter seis filhos, e
sendo que ele perdeu sua família cedo, isso era uma possibilidade.
Balancei a cabeça.
— Você está certa, Ty-Ty.
Ela sorriu e nós duas seguimos pelo corredor.
Uma vez lá, eu vi o papai e Shy na cozinha, ambos tendo suas cervejas. Ambos
vestindo camisetas pretas, jeans desbotados e carregadores da moto. Ambos exalando
durões.
Ambos amados por mim.
Era uma visão feliz.
Tinha sido dito, repetidamente, que as mulheres encontraram seus pais em seus
homens.
Felizmente, quando eu fiz isso, eu tinha um bom homem para encontrar.
Tinha sido dito também que os homens encontraram suas mães.
Esperava que, com a forma como ele falava sobre ela, Shy sentisse o mesmo.
Eu esperava isso por cerca de um segundo quando ele abandonou a cerveja dele, os
olhos dele veio até mim e seu queixo mergulhado através dizendo que era para ir com ele.
Eu fui lá, ele curvou um braço em volta de mim, puxou-me perto e abaixou-se para
colocar seus lábios no meu cabelo.
— Está pronta para ir para casa? — Ele perguntou e eu derreti nele.
Eu adorava quando ele segurava-me e falava em meu cabelo.
Eu adorava quando ele dizia que a casa que dividíamos, era nossa casa.
E eu adorei que ele finalmente tinha um lar.
— Sim. — Eu sussurrei em sua garganta, e ele beijou meu cabelo.
Olhei para papai e Tyra e vi que Tyra tinha um pequeno sorriso em torno de sua
boca, e uma expressão quente.
Papai não estava sorrindo. Eu vi como os olhos dele eram intensos, mas eles não
estavam em conflito.
Ele estava feliz. Ele estava feliz por ter alguém e ele estava feliz, que essa pessoa era
Shy, um homem que ele entendia, um homem que podia confiar, um homem que faria
tudo para proteger sua filha.
Um homem que iria andar numa corda bamba por mim.
Um irmão.
— Você teve uma boa noite, pai? — Eu perguntei, e os olhos dele mudaram-se do
braço de Shy ao redor de meus ombros para mim.
— Sim, querida, — ele respondeu. — Vem cá e dá um pouco de amor ao velho
antes de ir, sim?
Soltei-me do braço de Shy e fui para meu pai. Ele escondeu-me perto e beijou o
topo da minha cabeça.
— Obrigado por olhar os garotos, — ele murmurou no meu cabelo, eu fechei os
olhos e assenti com a cabeça.
— Quando quiser, — eu sussurrei.
— Te amo, Tabby, — ele disse me dando um aperto. Ele soltou-me e fui de volta
para Shy antes de ele olhasse para o Shy e dissesse: — Casa e segura.
— Certo — disse Shy, inclinou-se, beijou-a face da Tyra então, em meio a ondas de
despedidas, fomos ao meu carro.
Nós tínhamos saído e estávamos serpenteando através das estradas curvas que
levavam para baixo da montanha arborizada da casa do meu pai e de Ty-Ty quando Shy
anunciou: — Três, querida, estou firme sobre isso.
Eu olhei na escuridão arborizada de fora do carro para o meu homem.
— Três o que? — Eu perguntei.
— Crianças, — ele respondeu e continuou. — E o casamento. Firme nisso também.
Meu estômago virou.
Foi Shy, mas quando ele fez, não foi um anúncio. Foi suave.
— Eu sei que você perdeu tudo bem antes do grande evento, doçura e você disse
que não ia fazê-lo novamente. Só estou dizendo, significa algo para mim assim que você é.
— Shy… — Eu tentei, mas ele continuava.
— Você perdeu aquele cara, o que sempre vai doer, eu entendo. Mas, isso não vai
acontecer de novo e eu quero um anel no seu dedo, meu anel. Seu uso. Eu quero que cada
vez que você olhar para sua mão, você possa lembrar que você pertence a mim. Eu quero
que cada vez que eu olhe para a minha eu possa lembrar que eu pertenço a você. Mesmo
quando vemos as mãos um do outro. Você quer uma festa pequena, concordo com isso,
mas eu vou dizer agora, eu prefiro ter um uma grande festa.
Eu estava presa em alguma coisa que ele disse anteriormente.
Aquele cara.
Aquele cara.
Ele sempre, mas sempre, chamava Jason – aquele cara.
— Seu nome era Jason. — Eu disse suavemente e cuidadosamente.
Shy olhou meu caminho antes de olhar para a estrada e perguntando: — O quê?
— Seu nome era Jason, — eu repeti. — Ele queria dois filhos. Ele nunca possuiria
uma Harley mesmo que eu tivesse esquemas de encontrar maneiras de fazê-lo comprar
uma. Ele me amava. Nós íamos nos casar e agora ele está morto.
Shy estendeu a mão, encontrou a minha e apertou.
— Tabby…
— Ele me amava… e gostaria disso por mim.
O ar no carro ficou mais pesado.
Então Shy começou novamente: — Doçura…
Eu apertei sua mão e interrompi: — É o quanto ele me amava. Ele ia querer para
mim. Ele iria querer me ver muito feliz.
Shy ficou em silêncio.
Deixei o carro ficar assim por longos momentos antes que eu olhasse para a estrada
e falasse: — Três filhos são perfeitos e eu quero uma grande festa, então está tudo bem.
— Eu não quero isso — declarou Shy, e eu olhei de volta para ele.
— Perdão?
Ele olhou para o meu caminho, sua mão apertada na minha, então ele olhou para a
estrada e declarou: — Nenhum outro homem. Não, ninguém além de mim.
— Shy… — Comecei, mas foi a minha vez de ser cortada.
— Eu consigo acreditar nisso. Eu entendo porque você precisa acreditar nisso.
Talvez seja errado que te digo isto, mas eu também o vi com você naquela noite no DCPA,
e eu sei que você quer acreditar, mas não é nem um pouco verdade. Ele não me queria
para você. Ele apenas te queria para ele e ele queria ser o único para você. Agora, querida,
tem razão. Jason está morto. Não vai querer nada. Mas, eu vou te dizer, eu te amo tanto,
sou egoísta e só quero eu e você, não você com mais ninguém, se eu estiver respirando ou
estiver morto. E Jason sentia a mesma merda. Eu sei que é uma droga ouvir isso, mas a
verdade é que há beleza nisso. Ele não a amava suficiente para sacrificar-te a outro
homem. Ele te amou o suficiente para querer que houvesse somente ele por toda a vida,
porque é assim que ele sentia por você. Não conseguiu um tempo de vida. Mas, eu estou te
dizendo agora, eu quero uma vida inteira.
Senti um ardor nos olhos quando eu admiti: — Shy, não sei o que fazer com isso.
Ele ficou segurando minha mão apertado quando ele respondeu gentilmente.
— Nada a ver com isso. Nem sempre conseguimos o que queremos Tabby e a vida
continua. Eu sei que sempre vou amá-la. Eu sei que você sempre vai sentir a perda dele.
Eu tenho que viver com isso. Mas felizmente, amor não tem limites e você é você, você tem
muito amor para dar. Então eu vou levar o que eu tenho desde que é tudo. Mas, Tabby,
querida, é o ponto que eu estou fazendo, esta é a única conversa que temos onde para
mim, esse cara é Jason. Ele é o cara. Não estou sendo um idiota. Eu estou dando isto para
você realmente. Eu preciso disso e preciso que me dê, porque ele tem um pedaço de você
que eu nunca vou ter então me deixe tomar o que eu preciso dele. — A voz dele caiu para
baixo e doce. — Você entendeu, baby?
— Eu entendo você, querido.
Ele apertou minha mão, lançado a pressão e murmurou. — Bom.
Eu olhei para o para-brisa.
Shy dirigiu em silêncio.
Então ele quebrou, declarando.
— Resolvido. Três filhos e uma grande festa.
— Resolvido, — eu sussurrei.
— Não estamos fazendo essa merda de compra de anel juntos. Eu vou cuidar de
você e você tem a questão e o tempo que é pedido como uma surpresa.
Eu gostei disso. Uma coisa pela frente.
Todas as coisas.
— Tudo bem, — eu concordei.
— Embora eu saiba a resposta, — ele passou sua voz suave, mas havia um sorriso
nela.
— Sim.
Ele sabia a resposta. Ele mesmo fez.
— Sim, — ele repetiu.
Fomos tranquilos.
Tempo passado, chegamos a Denver e chamei.
— Shy?
— Aqui, doçura.
— Te amo.
Ele levantou minha mão, tocou seus lábios nos meus dedos e então caiu a minha
mão para sua coxa.
Então ele nos levou para casa em silêncio.
Lá estava ele.
Ele me amava também.
Capítulo 20
Preso Comigo

Cedo do Dia Seguinte…


Ouvi meu celular tocar, meus olhos se abriram quando eu senti a mão de Shy em
meu traseiro dar um aperto reflexivo.
Eu sonolenta notei que ainda estava escuro.
Meu celular não parava de tocar e Shy rosnou: — Que porra é essa? Quem está
chamando às três da manhã, porra?
Eu não sabia, mas para descobrir, eu tinha que pegar o meu celular, e eu também
tinha que pegar meu celular, porque qualquer chamada às três da manhã era uma
chamada que tinha que atender. Infelizmente, isso significava que eu tinha que rolar para
fora e para longe dele, o que eu fiz, chegando em direção à cabeceira. Ele rolou comigo
então sua frente foi pressionada ao meu lado, sua coxa entre minhas pernas. Peguei meu
celular, olhei grogue no visor e, com o que vi, o sono me deixou completamente.
Enfiei o dedo na tela e coloquei-o em meu ouvido.
— Natalie. — Eu cumprimentei.
Foi a primeira vez que eu ouvi falar dela desde a nossa grande briga.
— Tabby. — Respondeu ela, com a voz pequena, com medo, uma maneira que
nunca soou e arrepios rastejaram sobre a minha pele. — Estou em apuros.
Oh, não.
Eu sabia que Shy sentiu meu pânico, porque eu não estava mais segurando meu
telefone no meu ouvido. Shy tinha tomado o meu telefone e ele estava me pressionando, a
fim de chegar e acender a luz.
Estremeci no brilho repentino enquanto Shy falou.
— Você tem Shy. O que está acontecendo? — Disse ele ao telefone.
Eu pisquei para ajustar meus olhos, então olhei para seu rosto, que era
assustadoramente duro.
— Certo, onde está você? — Perguntou ele e seu tom de voz enviou a minha mão
atirando-se a enrolar em torno de sua mandíbula.
Seus olhos vieram a mim, eles estavam assustadores também, e eu prendi a
respiração. Ele continuou falando. — Quantos há com você?
Oh, não.
Não!
— Poder de fogo? — Ele perguntou.
Poder de fogo?
Deus!
— Tudo bem, segure firme. — Shy ordenou quando ele rolou por cima de mim e
ficou de pé. Rolei para o meu lado enquanto ele continuava a ordenar. — Não diga nada
estúpido. Não faça nada estúpido. Mas enrole-os. Estou fazendo as chamadas, os irmãos
estão rolando fora. Poderia ser trinta, provavelmente vai ser de quarenta e cinco.
Girei minhas pernas para o lado da cama e procurei no chão freneticamente a
minha camisola, mesmo quando Shy acabava as coisas com Natalie.
— Mulher, ouça-me. Este telefone está vindo comigo para que você não possa ligar
e assustar Tab mais do que ela já está assustada. Seja inteligente, por uma fodida vez em
sua vida. Estou tomando conta de sua merda uma vez. Esta é a única chance que você tem.
Não estrague tudo agora e sei que você não vai ter a chance de explodi-lo mais tarde. Você
fode de novo, mesmo algo não tão grande, e você estará acabada para Tabby. Ouviu-me?
Tão grande? Ela deve ter ouvido ele por que tocou o dedo na minha tela e começou
a se vestir.
Eu tive a minha camisola, e desde que ele não disse nada para mim, só começou a
puxar a roupa, eu chamei. — Uh… Olá? Pirando aqui, Shy.
Ele olhou para mim e fez a pior coisa que poderia fazer naquele momento.
Ele deu dois passos largos para mim, levantou as mãos e segurou meu queixo, uma
mão ainda segurando meu telefone. Então ele mergulhou seu rosto, então ele era tudo que
eu podia ver.
Ok, eu sabia que isso era sério.
Agora eu sabia que era sério.
— Ela esta no fundo do poço, e eu estou vendo a partir de sua amiga, que quando
ela faz alguma coisa, ela faz grande — explicou.
— O… o quê? O que ela fez? — Eu gaguejei.
— Não há muito tempo. Você precisa se vestir e ir para o Complexo, que é para
onde eu vou levar ela depois de eu ter sua bunda. É também o lugar mais seguro para
você se houver tiroteio.
Tiroteio!
Eu em pânico odiava essa palavra.
— Shy…
Ele me cortou para falar. — Ela se meteu com um traficante. Ela deve muito a ele.
Ele está tomando seu dinheiro de volta pela boceta dela e quando digo isso, quero dizer,
ela come, ela é fodida, e tudo isso acontecendo na frente de uma câmera. Ela está agora
arrumada e pronta para dar sua primeira performance em um set pornô.
— Eles filmam pornôs em Denver às três da manhã? — Eu respirei estupidamente,
focando nisso mais do que no fato de que minha melhor amiga estava se preparando para
fazer sua estreia no cinema e não em um bom caminho, e Shy olhou para mim.
Então ele disse: — Querida, me irrita muito mais do que eu já estou, que você não
sabia disso e agora você sabe. Esta sua amiga cadela, ela não está mais te ensinando essas
lições. Ela me contou que não curte menina com menina ou tomar o pau de um cara que
ela não conhece e ter tudo isso em um filme. Ela quer uma extração, o que significa, se ela
é sua amiga, ela vai ter uma. — Suas mãos apertaram suavemente em minha boca, quando
ele enfatizou. — Primeiro Tab. Eu conheço esses idiotas, e o Chaos vai comprar uma porra
de briga por intervir.
De repente, eu tinha um grande número de preocupações e uma era a minha mente
de repente, trazendo à tona a palavra poder de fogo.
— O que quer dizer, Chaos vai comprar briga? — Eu perguntei, mas eu sabia.
Droga, eu sabia.
Eu ia matar Natalie.
— Isso, eu não vou ter tempo para explicar. — Respondeu e me puxou para ele,
beijou o topo do meu cabelo, e deixou-me ir, se virou, ficou com suas botas, sua camisa, e
rondou a porta do quarto.
Olhei a porta se abrir. A fim de não me concentrar no assunto em questão, que
tinha o meu coração disparado, eu fui para algo que nunca deixou de me acalmar.
Eu olhei em torno do nosso quarto, em nossa nova mobília de quarto de arrasar
(minhas coisas antigas estavam no quarto de visitas, as coisas de Shy estavam na lixeira).
Eu amava o nosso quarto. Eu tinha ficado inspirada.
Era totalmente motoqueiro receber o bebê motoqueiro desde o nascimento.
Mobiliário preto. Lençóis profundamente escuros. Detalhes cromados. A foto em preto-e-
branco de mim e Shy em sua moto, tirada no Complexo, meus braços ao redor dele, meu
queixo no ombro, e Shy parecendo fodão legal em tons espelhados.
Sheila tinha tirado essa foto e eu tinha ampliado em tamanho do pôster,
enquadrado em uma moldura em preto e cromado que foi pendurada sobre a cômoda.
Pode parecer presunçoso ter um grande cartaz de nós parecendo impressionante na nossa
parede do quarto, mas eu não me importo. Eu pensava que era uma bomba.
Shy pensava também. Eu o mantive longe enquanto eu estava fazendo o quarto e
quando eu revelei, ele me mostrou que ele amou a coisa toda, iniciando uma maratona que
começou em nossos lençóis roxos, e mudou-se para o chão e finalizou naquela cômoda.
Havia uma marca de mão no vidro desse cartaz, a minha, coloquei lá quando minha mão
voou de volta para me firmar quando Shy me deu um orgasmo. Eu não era capaz de
limpar aquilo com limpa vidros. Eu queria lembrar me dando a Shy um quarto que ele
gostou muito por um bom tempo. Essa marca de mão pode ficar lá para sempre.
O último toque para o quarto foi uma bola vacilante de embalagens de doces de
Natal prensadas juntas que eu tinha colocado em uma daquelas caixas em que você
normalmente exibe bolas de baseball assinadas. Elas eram as embalagens que Shy tinha
limpado depois da minha maratona Hitchcock bem antes, quando não era oficialmente,
mas ainda era (tipo) nosso primeiro encontro. Eu tinha encontrado a bola de embalagens e
a salvado. Eu tinha enterrado as razões do por que, em meu poço de negação, mas eu
mantive e, em seguida, a tive montada quando nos mudamos para nossa casa. Ela estava
sentada na minha mesa de cabeceira.
Quando ele viu, Shy não celebrou isso em sua forma normal. Ele apenas segurou
meu queixo, deslizou seu polegar carinhosamente ao longo de minha bochecha, segurou
meus olhos, os seus macios e quentes quando ele murmurou. — Você já era importante
para mim também.
Ele estava certo. Eu não admiti na época. Era uma loucura.
Mas, eu tinha salvado uma bola de embalagens de doces de Natal descartadas.
Eu já era importante pra ele também Poder de fogo.
Shy decolou sem nenhuma palavra minha dizendo que eu queria que ele fizesse
isso. Ele só saiu para salvar Natalie, arrastando os irmãos com ele.
Ele estava salvando Natalie de um chefão do tráfico de drogas e de pornô.
Poder de fogo.
Com as mãos trêmulas, mas rápidas, eu me vesti pensando se Shy se machucasse,
se algum dos meus meninos se machucasse porque a minha melhor amiga era uma idiota,
sem rodeios, eu estava indo para bater apocalipticamente na bunda dela.
Duas horas depois, eu estava no Complexo deserto, bebendo café que eu tinha feito
e lutando contra o desejo de entornar uma tequila quando Rush entrou.
Meu irmão parecia com o meu pai, salvo o fato de que ele tinha os olhos azuis da
mãe, que, felizmente para Rush, eram uma das poucas coisas boas que ela tinha para dar.
Rush sempre pareceu com meu pai, mas, como o tempo passou, ele estava
parecendo mais como ele. Ele sempre foi alto, mas magro, como Shy. O meu pai tinha mais
massa.
Como Rush amadureceu e, especialmente, recentemente, sendo um recruta e
passando o tempo com os irmãos na sala de armazenamento na parte traseira da loja de
auto do Ride ele trabalhou com um monte de equipamentos de peso, seu corpo foi
aumentando como o de papai. Tinha mais poder e seus músculos estavam mais definidos.
Ele era meu irmão e eu era parcial, é claro, mas eu também sabia que com a
quantidade de namoro que ele teve e o fato de que se ele não quer ficar sozinho, ele
simplesmente não estava, ele era quente. Ele também teve a sorte de que ele era um
daqueles caras quentes que era quente jovem e ficava mais quente à medida que
envelhecia.
Assim como, a partir de provas fotográficas e memórias, meu pai.
Eu não tinha visto ele muito recentemente, porque ser um recruta para o Chaos não
era fácil. Eles estavam de plantão para o Clube 24/7 e ainda tinham que fazer suas
passagens na loja e na garagem.
Para piorar as coisas para Rush, ele só tinha outro recruta para ajudar a suportar a
carga. Os meninos tinham batizado o novo cara de "Joker 2", principalmente porque ele não
sorria muitas vezes e nunca ria. Os nomes do Clube eram aleatórios e muitas vezes
irônicos. O caso em questão foi nomeado Shy pelo Clube, porque ele só voltava de dia,
com mulheres principalmente, ele não era nada Shy (tímido).
2 Coringa ou palhaço
Embora eu não veja muito Rush, Shy me disse que ele estava "se enturmando",
embora ele não explicasse esse fenômeno. Ele apenas disse: — Não é vadio, tem a merda
pronta, está sempre disponível, e mantém a boca fechada. Ele não compartilha, mas do
jeito que ele age, significa algo para ele passar nesse teste. Tanto ele quanto Joker estão
indo bem. Eles vão passar, obter os seus cuts, a tatuagem, e, a forma como eles estão
mostrando a sua lealdade, vai ser bom tê-los à mesa.
Esta era uma notícia positiva, então eu deixei por isso mesmo, o que foi bom,
porque eu sabia que Shy não tinha a intenção de me dar mais, mesmo que eu quisesse.
Mas naquele momento, eu não senti vibrações positivas principalmente porque
meu irmão parecia que queria matar alguém.
Ele, também, como meu pai, tinha pavio curto, e olhando para o seu rosto, eu sabia
que as faíscas estavam perto da dinamite.
Isso significava que Shy e papai estavam provavelmente perto da explosão.
— Sua amiga, — ele apontou para mim, espreitando por trás do bar e indo em
direção onde eu estava sentada em um banquinho. — É um fodido pé no saco.
Não era uma boa abertura.
— Está tudo bem? — Eu perguntei, quando ele chegou até uma prateleira e
derrubou a tequila.
Ele se virou para mim. — Não.
Merda!
— O papai e Shy estão ok? — Eu pressionei.
— Eles estavam quando saí. — Respondeu ele ameaçadoramente. Meu coração
disparou e antes que eu pudesse fazer outra pergunta, Joker entrou.
Eu vi Joker, mas eu não o conhecia principalmente porque quando eu estava por
perto, ele estava ocupado.
Isso não quer dizer que eu não tinha percebido que ele tinha seriamente uma boa
aparência de um modo assustador que me lembrava mais de Lee Nightingale do que do
Chaos.
Não foi aprendido. Não veio lidar com uma vida difícil. Era uma parte dele.
Joker era alto, construído, não volumoso, mas também não magro apenas
musculoso de uma maneira poderosa. Ele segurava seu corpo e se movia quando ele sabia
exatamente o que seu corpo era capaz e era capaz de muito.
Ele também tinha uma confiança natural, que era uma espécie de bizarro,
considerando que ele era mais jovem do que Rush, que tinha vinte e seis anos. Ele tinha
uma cabeça espessa de cabelo preto com mais do que uma pequena quantidade de ondas
nele. Ele usava por muito tempo, pendurado em seu rosto e até os ombros. Ele também
tinha uma barba cheia, que, ao contrário da maioria dos irmãos que ostentava cabelo
facial, ele mantinha aparada. A barba fazia parecer mais velho do que seus anos. O
bronzeado o fez parecer irresistível e, novamente, mais velho do que ele era.
Mas, eram seus olhos de aço cinza que contava o conto.
Que o aço era como um escudo, segurando todo mundo de volta dos mistérios que
estavam dentro. Esta era uma espécie de estranha coincidência, uma vez que seu nome era
Carson Steele. E eu não o conhecia, mas eu sabia a partir de seus olhos, não havia dúvida
que havia mistérios dentro dele.
Observando-o andar, eu pensei, embora eu nunca dissesse a Shy, Carson "Joker"
Steele era mais do que um pouco intrigante.
Naquele momento, porém, ele também era mais do que um pouco assustador.
Ele rondava em torno do exterior do bar, com os olhos colados em Rush, e ele
parou a um metro de mim. Em seguida, ele rosnou: — Eu não gosto dessa merda.
Uh-oh.
— Eu não gosto disso também, irmão. — Rush concordou antes que ele tomasse
um gole de tequila.
Os olhos de Joker passaram por mim antes que ele atravessasse a sala e
desaparecesse através da porta na parte de trás.
A boa notícia era: seus olhos passaram por mim, e parecia que ele estava com raiva
geral, não com raiva de mim, especificamente, porque a minha melhor amiga era viciada
em drogas, infelizmente escolheu um comerciante que também faz filmes pornográficos e
também, infelizmente, me chamou para livrar-se de uma situação ruim com câmeras
envolvidas, jogos, fantasias e paus.
A má notícia é que eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu sabia que não
era bom.
Voltei para o meu irmão para ver que ele estava tomando outro gole de tequila, e
eu mudei imediatamente de ideia sobre o que eu ia dizer em seguida. Primeiro, eu ia pedir
a garrafa de tequila. Em segundo, depois que eu tomasse um gole saudável (ou três), eu ia
perguntar o que diabos estava acontecendo.
Eu não tive a chance. A porta do Complexo abriu, e eu senti meus olhos ficarem
arregalados quando Elvira entrou.
Uh-oh novamente.
Elvira.
Em circunstâncias normais, isso poderia significar nada.
Nas circunstâncias atuais, isso só pode significar coisas ruins.
Eu conheço Elvira há anos. Ela era uma pequena mulher negra, curvilínea que se
destacava em três coisas. Ela realmente sabia como se vestir. Ela montava coisas chamadas
"planchas", que eram pranchas cheias de frutas, queijo, legumes, e outras coisas que não
parecem tão excitantes, mas a forma como Elvira fazia isso, era. E se ela se importava com
você, sangue, cor, religião, política tudo se dissipava, você tornava-se sua irmã em tudo o
que a envolvia e ela deixava você saber disso. Eu sabia por que Tyra tinha isso dela. Eu
ainda não tinha sido deixada entrar, mas, novamente, Elvira normalmente realizava suas
adoções quando você estava no meio de um drama sério.
Algo parecido com o que estava acontecendo agora.
Também era importante saber que ela trabalhava para Hawk Delgado.
Eu conhecia Hawk durante anos também. Ele era um amigo de papai e não ficava
muito por perto, mas o suficiente.
Eu não sabia o que ele fazia para ganhar a vida, mas desde que ele sempre usava
calças cargo e muitas vezes usava um cinto de arma carregada à vista, mas não tinha
crachá, eu tinha uma suspeita de que ele era ou um comando ou um mercenário. Embora
eu não pudesse dizer qual era a diferença entre os dois, eu só sabia que o cara era um ou o
outro. Eu também sabia que Hawk Delgado poderia juntar-se totalmente ao elenco de Os
Mercenários, mas era mais provável que ele agiria como um consultor no filme, porque
Hawk Delgado não fazia foda. Ele simplesmente era um deles.
A presença de Elvira usando um fabuloso envolvente vestido verde e botas
marrons chocolate de salto alto enquanto passeava no Complexo, às cinco horas da manhã
significava que ela não estava lá pelas razões habituais que ela estava lá: para comer, beber
e levantar a marca do inferno ao lado de um bando de motoqueiros.
Sua expressão e o telefone segurado em seu ouvido, para não mencionar as
palavras que ela estava atirando nele disse que encontrar divertimento enquanto vestida
para matar não era sua missão atual.
— Eu estou te dizendo, Hawk, Tack me expulsou. Estava tudo pronto, tudo estava
bom, então o menino motoqueiro fodão não hesitou em estragar o meu disfarce e me
mandar embora.
Seu disfarce? Ela olhou para mim, puxou sua bunda no banco ao meu lado, mudou
seu olhar para Rush, e bateu a mão no bar. Isso significava tequila, JÁ.
Ela também continuou falando no telefone.
— Aqueles garotos motoqueiros passearam transportando. Eu não sabia as coisas
boas vêm para aqueles que, de repente merecem a atenção do Chaos às três e meia da
manhã no maldito set pornô e eu estava certa. Eles não moveram nenhum osso sobre
declarar suas intenções. Eles queriam a nova garota. Esses garotos caminharam em pleno
vigor, todo o maldito Clube apareceu, interrompeu tudo e lançaram direto, o início das
negociações. Não surpreendentemente, Benito não tinha vontade de negociar.
Ele não aceitaria um ultimato do Chaos. Ele não aceitaria o Chaos fazendo-lhe um
favor necessário uma vez que você e eu sabemos que Benito mantém sua merda firme e ele
não têm cordas penduradas para que ele não precise de nenhum favor. Ele não aceitaria
qualquer coisa que eles estavam oferecendo. Ele nem sequer aceitou o pagamento com
juros para o que a menina devia. A menina estava indo para o trabalho. Vendo, que ela lhe
deve treze mil, com juros, ela tem um monte de trabalho a fazer. Portanto, as negociações
chegaram a um impasse e com aqueles meninos, bem… você sabe.
Fechei os olhos.
Treze mil. Com juros.
Tudo para drogas.
Deus, Natalie.
— Eu disse que ela era uma dor na bunda. — Rush murmurou.
Meu irmão não estava errado.
Elvira continuou falando e eu abri meus olhos para vê-la.
— É quando as coisas ficaram quentes e eu tentei segurar meu disfarce. Tack estava
tentando ser sutil, então ele ficou impaciente com o sutil quando eu não mexi minha
bunda, então ele aumentou e estragou meu disfarce, a fim de me tirar de lá antes que as
negociações fracassassem totalmente. Quando saí, Benito me deu um olhar que era
desconfortável. Tack me enviou no meu caminho dizendo a Benito se alguma coisa me
acontecesse, a merda que já estava fazendo planos para o inverno iria seriamente perder o
valor, para me seguir de perto, enviou os recrutas do Chaos.
Acho que você sabe o que isso significa.
Eu não sabia o que isso significava e não queria saber, mas eu iria saber por que ela
continuou.
— Sim, é bom que você esteja com seu traseiro atravessando lá fora, Hawk.
Meninas em trajes de enfermeiras de sacanagem e meninos com paus grandes vestidos de
paciente eram de botar pra correr. Eles sentiram a vibração se deteriorando, mas,
novamente, essa merda era difícil de perder. — Ela parou de falar com Hawk e olhou para
mim. — Sério, eles não podem ficar mais originais com essa merda? Enfermeiras e
pacientes? Isso tem sido feito até à morte. Se eu estivesse fazendo um filme pornô, não que
eu faria um filme pornô, mas só estou dizendo, se eu estivesse, seria tudo sobre um ringue
UFC, caras quentes suados com fita adesiva nas mãos e shorts que saem fácil, por
exemplo, com esse material de velcro nas laterais. Um puxão e se foi. Você entende o que
estou dizendo?
Eu pisquei.
Eu não tive a oportunidade de confirmar ou negar que eu entendi o que ela estava
dizendo antes que a atenção de Elvira voltasse para o telefone.
— Eu estou aqui, — afirmou, em seguida, ordenou: — Vá lá. — Pausa, em seguida:
— Pegue Tack, e consiga isso, eu vou tentar com ele também. Passei dois meses metida
nessa horda para você, tal sujeira, que eu tinha que tomar banho cerca de sete vezes por
dia. Agora, todo esse trabalho é soprado ao vento como merda. Eu não me importo se ele
pode chutar a minha bunda, Kane "Tack" Allen ainda vai ter algumas palavras de mim.
Em seguida, ela esfaqueou seu telefone com um dedo que tinha uma longa e
perfeitamente em forma, unha brilhante e pintada de berinjela, bateu o telefone no bar, e
treinou os olhos em Rush.
— Uh… você não entende que eu quero uma dose de tequila? — Quando Rush
moveu, oferecendo a garrafa para ela, ela balançou a cabeça. — Não me entregue à
garrafa. Eu não sou um bebê de motoqueiro. Eu tenho boas maneiras. Eu bebo em um
copo. — Então ela virou a cabeça para mim e declarou: — Sem ofensa.
— Não me ofendi. — Eu murmurei.
— E sem ofensa, com isso. — Ela continuou. — Mas sua cadela é um pé no saco.
Eu abri minha boca para concordar assim que a porta se abriu e um homem alto,
sólido, bonito, de pele negra chocolate com uma cabeça careca, magníficas maçãs do rosto,
e uma barbicha preta grossa em torno de um par de lábios carnudos que tinha de ser
esculpido diretamente pela mão de Deus entrou, os olhos em Elvira, suas longas pernas
levando-o direto a ela.
— Oh Deus. — Ela murmurou, sua cabeça virou-se de mim, e eu sabia que ela
estava assistindo no alto da bebida a bondade de pele de chocolate rondando pelo seu
caminho.
— Você está brincando comigo porra? — Ele moeu fora, ainda indo em direção a
ela.
— Acalme-se, baby, é… — Elvira começou.
— Você está. — Ele cortou. — Vocês estão fodidamente brincando comigo. — Sua
grande estrutura balançou a uma parada trinta centímetros longe dela e eu estava a um
tamborete de bar longe com Elvira no meio e eu ainda me afastei de sua fúria. — Depois
que eu espancar sua bunda por esta merda, eu vou chutar a bunda de Hawk por enviar-lhe
a isso.
Uh-oh.
Eu não mencionei que Elvira era petulante de uma maneira que ela praticamente
definia isso. Quando as mulheres eram petulantes, homens, não importa o quão quente
eram, não ameaçavam espancar as suas bundas.
Também não importa o quanto eles estavam com raiva, isso não seria recebido com
palavras suaves, calmantes. Iria reunir-se com gigantescos fogos de artifício e até mesmo
altos caras construídos quentes não podiam controlar um fogo de artifício subindo.
Eu sabia que estava certa quando Elvira deslizou para fora do banco e eu pensei
que foi um erro tático vendo como ela era mais alta nele.
Ela não pareceu se importar, inclinou a cabeça para trás e retrucou: — É o meu
trabalho, Malik.
Ele aproximou-se e respondeu: — É o seu trabalho atender ao telefone, fazer o
trabalho de computador, e atender aos comandos.
Lá estava. Eu estava certa. Hawk era um comando.
O negro continuou. — Não é o seu trabalho ir disfarçada com uma produtora pornô
traficante de drogas que tem como alvo meninas viciada em heroína, e recebe seu
pagamento em bocetas.
Uh-oh novamente.
— É o meu trabalho atender telefones? — Ela perguntou sua voz suave de uma
forma que me fez olhar Rush, que estava carrancudo para os dois, mas, sabiamente, não se
meteu.
— Yeah, baby, é o seu trabalho atender a porra dos telefonemas. — O negro quente
voltou, dobrando um pouco para entrar em seu rosto.
— Você não pode dizer qual é o meu trabalho, Malik. Hawk e eu decidimos qual é
o meu trabalho. — Elvira atirou de volta.
— Mulher, você acorda na minha cama e depois de me dá o que eu preciso para
começar o dia, eu lanço a minha bunda para fora da cama e trago o café, para você ter o
que precisa para começar o dia. Portanto, nem sequer pense em jogar essa merda em mim.
Eu tomo a decisão quando a minha mulher põe seu rabo em perigo. — Ele devolveu.
Eu tinha que admitir, não em voz alta, é claro, que ele tinha razão e, também, café
na cama soou doce. Além disso, agora que ficou claro que esse cara era o homem da
Elvira, eu achei que ela foi um pouco seriamente certa em conseguir esse cara quente.
Elvira claramente não achava isso no momento presente. Ela pegou o celular do
bar, sacudiu-o para ele e perguntou sarcasticamente: — Você quer que eu pegue o telefone,
grandão? Para contratar a esquadrilha da fumaça e eles possam escrever no céu para que
todos em Denver possam conhecer o nosso negócio pessoal? Eu pensei que a resposta
apropriada para isso era não.
O belíssimo Malik claramente não compartilhava o meu processo de pensamento.
Ele respondeu: — Sim, querida. Você pode fazer isso. Se você fizer isso, talvez
Delgado vá lê-lo e buscar em sua maldita cabeça que ele não envia a minha mulher pra
fazer loucuras com produtores de pornografia e traficante de drogas. Eu não posso
acreditar que você manteve essa merda de mim. — Ele soltou um suspiro e seus olhos
foram para Rush. — Você me entende? Essa merda está entendida?
— Sim. — Rush respondeu imediatamente, camaradagem masculina e tudo isso, e
eu sabia que meu irmão estava batendo o estado fodão sério quando Elvira voltou sua
atenção para ele, e ele não só não se moveu um passo para trás, ele também não vacilou.
Seu status foda seria provado quando ele chegou a sugerir: — Embora, diria talvez sua
situação domestica não é bem oportuna. Eu tenho irmãos lá fora, em uma situação incerta,
então talvez vocês dois possam engolir isso e terminar essa merda em alguma outra hora?
Elvira cortou seu olhar de volta para seu homem, levantou um dedo, e sacudiu-o
para ele. — Isso funciona para mim, mas, para você, só estou dizendo, para você conseguir
o que precisa para começar o dia, acabou por um período indeterminado.
Arrisquei uma olhada em Malik e o vi carrancudo para Elvira.
Então, ele puxou a respiração pelo nariz enquanto ele segurava seus olhos antes de
murmurar: — Vamos ver.
— Sim, nós iremos. — Ela disparou de volta e de repente ele deu um sorriso sexy
que brilhou tão brilhante cercado por esse cavanhaque preto, que o levou de bonito para
um tal nocaute que eu tive que me segurar no bar.
— Baby, você me cortando significa que você vai ser cortada, e eu prevejo que esse
período indeterminado vai durar cerca de um dia.
Eu só tinha a parte de trás da cabeça de Elvira, mas eu imaginei que ela revirou os
olhos antes de murmurar. — Que seja. — Que, traduzido por uma menina que entendia
meninas, significava que ele estava certo e ela estava salvando a cara. Então ela deslizou
de volta para seu banquinho, treinando seu olhar sobre Rush, e retrucou: — Tequila?
Rush olhou para mim, então pegou um copo. Ele colocou-o no bar na frente de
Elvira e derramou.
Ele mal pegou a garrafa antes dela levantar e jogar de volta o copo.
Ela bateu o copo no bar e em um esforço para não perder o bom senso sobre o que
estava acontecendo lá fora envolvendo o meu homem, meu pai, e minha melhor amiga, eu
me inclinei para Elvira e sussurrei: — Seu cara é meio quente.
Ela se virou para mim e respondeu sem hesitar: — Cuidado com o que você deseja
menina. Uma a uma, as minhas amigas desceram para fodões, eu vi e pensei: "Eu não me
importaria de pegar uma coisinha, só uma coisinha, de um fodão". — Ela bateu o copo no
bar para outra dose, que Rush deu a ela, ela engoliu de volta, então olhou para mim
novamente e disse, com ênfase. — Errado.
— Eu tenho um fodão. — Eu a lembrei.
— Sim, — ela voltou. — E Tyra me disse que os dois foram para ela ao longo do dia
por uma geladeira. Fodões são capazes e não hesitam em jogar pesado sobre uma
geladeira. Um nerd de TI não se importa com que tipo de geladeira você compra. Um nerd
de TI apenas agradece suas estrelas da sorte que ele está ganhando regularmente. Um nerd
de TI diria: "Tudo o que você quiser, querida", se você diz a ele que você estava fazendo o
pé da frente em ouro.
Eu suspeitava que fosse verdade, mas ainda assim eu me inclinei para trás e olhei
Malik, que agora estava encostado no bar. O que eu tomei foi um quadro de altura,
quadris estreitos, uma barriga lisa, mãos grandes, ombros largos, pele perfeita, olhos
castanhos e um sorriso brilhante, mesmo que dirigido ao bar, enquanto ele balançava a
cabeça de forma que dizia claramente que ele pensava que sua mulher era louca, mas
todos os tipos de bonita.
Eu me inclinei para frente novamente e para Elvira ressaltei: — É verdade, mas os
nerds de TI não tendem a parecer como Denzel Washington em Dia de Treinamento. Denzel
poderia ter sido assustador nesse filme, mas seu assustador era todos os tipos de quente.
— Elvira não respondeu então eu observei ainda: — E seu homem não é o Denzel
assustador em Dia de Treinamento. Ele é mais o Denzel intenso de Homem em Fogo, com um
pouco de senso de humor e um cavanhaque jogado.
Elvira virou os olhos para mim e perguntou: — Você tem todos os filmes de Denzel
memorizado?
— Não tem todo mundo? — Eu pedi de volta.
Ela olhou para seu copo, bateu-o no bar, e murmurou. — Ponto tomado.
Rush serviu-lhe outra dose, ela jogou-a para trás, e estendeu a mão e pegou a
garrafa dele. Eu era um bebê de motoqueiro e eu não me importava de colocar a garrafa na
boca e sugar de volta, então foi isso que eu fiz.
Eu estava colocando a garrafa no bar quando a porta se abriu de novo, e todos os
olhos, inclusive os meus, foram para ela. Meu pulso cravou quando Natalie, seguida por
Hound, Boz, e Speck entraram.
Ela parecia assustada. Ela também estava usando uma roupa curta, apertada de
enfermeira, meias brancas, ligas brancas, com patente de couro, plataforma de stripper,
botas até o joelho. Seus peitos estavam transbordando e seu cabelo estava uma bagunça
emaranhada de cachos contidos em rabos de cavalo e um chapéu de enfermeira.
Elvira estava certa. Esse show inteiro tinha sido feito até à morte, e como uma
enfermeira eu me ofendi profissionalmente.
Mas eu não consegui pensar nisso vendo, como eu senti o frio começar a infundir
no meu sistema de fora para dentro, porque Nat, Hound, Boz, e Speck foram os únicos que
vieram.
Sem Shy.
Sem o papai.
Eu pulei para fora do banco e os olhos travados com Boz, não confiando em mim
mesma para olhar para Natalie.
Ainda não. Não até que eu soubesse que todos estavam bem.
— Onde estão Shy e papai? — Eu perguntei.
Hound ordenou a Rush. — Tranque-a. Meu quarto. — Ele tinha a mão no braço de
Natalie, a empurrou para frente, e ela tropeçou em suas botas de stripper.
Rush se moveu em direção a Natalie.
Meus olhos se voltaram para Boz. — Onde eles estão?
— Tabby. — Natalie chamou, com a voz trêmula.
Eu não movi meus olhos de Boz. — Boz? Onde estão Shy e meu pai?
— Tabby. — Natalie chamou novamente, sua voz quebrando no meio do meu
nome e esse tiro frio através de mim, me congelou completamente.
Eu olhei para ela.
— A coisa foi feia. — Eu disse e vi lágrimas correrem de seus olhos, rímel indo com
elas. Rush tinha chegado nela e tinha uma mão em seu braço, mas ele não teve a chance de
levá-la antes de eu me atirar na frente e ficar.
— Meu homem ou o meu pai? — Eu perguntei.
— Afaste-se, Tabby, querida, precisamos levá-la trancada então cuidar de alguns
negócios. — Disse Boz de perto atrás de mim.
— Meu homem ou o meu pai? — Eu quis saber, sem me mover um centímetro.
— Vamos levá-la a um sofá, pegar uma bebida, e nós vamos conversar. — Boz
continuou.
— O meu homem, — eu me inclinei então eu estava cara a cara com a ex melhor
amiga, então eu perdi completamente. — Ou o meu pai? — Eu acabei em um guincho.
— Shy ficou ferido por uma bala. — Ela sussurrou, e o congelamento profundo
despedaçou, implodiu no meu interior e a dor era insuportável. Tão insuportável, que eu
tinha que fazer alguma coisa. Eu tinha que tentar deixar um pouco ir. Eu tinha que atacar.
Então eu fiz.
Eu recuei a mão e dei um tapa com tudo que eu tinha.
Aparentemente, tudo o que eu tinha era muito desde que não só a cabeça, mas todo
o seu corpo atirou para o lado e ela voltou a perder o equilíbrio em suas botas de stripper.
Ela só ficou em pé, porque Rush a tinha presa e a manteve assim.
Eu olhei para Boz. — Quão ruim?
— Grampeado, não é ruim. Tack o levou para Baldy para dar uma olhada, e sutura-
lo se for necessário. — Respondeu Boz.
— O que isso significa, grampeado? — Eu bati.
— Cortado, Tabby, no pescoço. — Boz respondeu e eu senti meu pulso batendo nos
pulsos, têmporas, meu pescoço.
— Foi um ricochete de um tiro de aviso. Piorou uma situação ruim. Ainda assim,
não atingiu nada importante. Vai deixar uma cicatriz, mas ele está bem. Todo mundo está
apenas chateado porque nós compramos um novo problema.
— Nós compramos um novo problema. — Eu disse e balancei meu olhar de volta
para Natalie.
Ela largou o dela para o meu ombro.
— Olhe para mim. — Eu assobiei e levou algumas batidas antes que seus olhos se
levantassem para mim. — Você me chamou hoje à noite sabendo. Sabendo que, por mim,
eles colocariam suas bundas por você lá fora. Sabendo que isso era uma merda ruim.
Sabendo que estaria em perigo. E sem um pensamento, por mim Shy balançou a bunda
para você lá fora. Ele chamou seus irmãos e balançaram suas bundas para você lá fora.
Meu homem, meu pai, meu irmão, minha família, todos saíram da cama para assumir sua
merda. Agora, o meu homem sangrou por você. Agora, a minha família tem um problema,
por causa… de você.
— Tabby…
Eu balancei minha cabeça. — Não, você não tem que falar. Eu lhe dei chance após
chance de falar por meses, e você não me atendeu em qualquer uma delas. Você me
deixou pendurada até que você caiu tão longe, que estava enterrada e precisava de ajuda
para sair fora. Eu ofereci minha mão meses atrás, Nat, você se recusou a levá-la. Neste
momento, você está morta para mim. Morta. A única maneira de se ressuscitar é se você
chutar essa merda, de vez, Natalie, pagar o traficante com a porra do seu próprio dinheiro
e descobrir uma maneira de fazer isso certo para a minha família. Se fizer esse milagre,
você respira por mim. Até então, você não existe.
— Tab, você estava certa, você… — ela começou, inclinando-se para mim
suplicante, mas eu me afastei dela e me virei para Boz.
— Leve-me para Shy. — Eu exigi.
— Querida, a merda é quente e Shy quer você no Complexo onde você está segura.
— Boz respondeu.
— Leve-me… Para o meu homem! — Eu gritei, perdi. Eu precisava de Shy, precisava
ver por mim mesma que estava tudo bem.
Boz abriu a boca, mas Hound se moveu.
— Grite, berre, arranhe, bata, morda mulher, o que quer que você faça, não vai
acontecer. Nós te entendemos, você perdeu um homem, você está mexida. Mas, nós
estamos te dizendo, ele está bem e somos seus, Tab, você é nossa, nós não daríamos merda
a você sobre uma coisa tão importante. Agora, Shy disse que você fica aqui. Você fica aqui.
Você quer estar longe desta puta, você vai conseguir isso. Estamos trancando-a de modo
que não pode ficar com ela e ela não pode entrar em mais problemas. O que nós não
vamos fazer é levá-la para o nosso irmão quando ele nos disse para manter sua merda
segura. Você tenta ir, mulher, você está trancada também. Sua escolha, ou senta sua bunda
e tome uma bebida ou encontra-se trancada no quarto do seu homem. Faça isso. Agora.
Temos merda para fazer.
Eu olhei para Hound, mas mesmo com raiva eu peguei o olhar em seus olhos e
sabia que eu poderia ter um ataque e não ter o meu jeito. De qualquer forma, eles tinham
merda para fazer, e eu não seria senhora se eu os mantinha com isso. Desde que eu era a
senhora de Shy e meu comportamento refletia sobre ele, eu recuei.
Mas, desde que eu era Tabby e ele era Hound, eu não fiz graciosamente.
— Você está fora da minha lista de cartão de Natal. — Eu anunciei.
Ao que ele respondeu de imediato: — Não sabia que eu estava nela.
Meus olhos se estreitaram. — Você não abre os cartões de Natal?
— Tab, você quer que eu fique aqui falando sobre cartões de Natal ou você quer eu
cuidando dos negócios? — Hound revidou.
Eu continuei olhando, então eu declarei: — Eu preciso de uma bebida.
— Me pinte de bartender. — Afirmou Elvira, pulou de seu banquinho, visando
uma olhada em Malik, que ainda estava encostado casualmente no bar, então ela rebolou
sua bunda redonda coberta em um vestido de grife ao redor do bar.
— Tranque-a no quarto de Hound e obtenha Joker. Speck está aqui para ajudar.
Vocês meninos bloqueiem este lugar e patrulhem o Ride. Vocês receberão reforços em
breve. — Boz disse a Rush. Rush ergueu o queixo e levou uma pálida, silenciosamente
chorando Natalie à distância.
Ignorei a emoção da minha melhor amiga (que foi difícil) e engatei meu traseiro em
cima de um banquinho de bar.
Malik deslizou perto, enquanto Elvira derramou café.
— Trabalhe diretamente com medo, querida. — Malik disse, e eu olhei para ele. —
Vi isso uma e outra vez.
— Não tenho certeza, neste momento, se eu me importo. — Eu respondi.
— Neste momento, não. Eu vejo isso. — Ele se inclinou mais perto. — Entenda esse
ponto, porém, menina. Seu homem pode ter derramado sangue, mas ele está respirando.
Você precisa encontrar o perdão, porque você se preocupa com ela. Para tirá-la de uma
roupa de enfermeira de filme pornô e em um caminho saudável, ela vai precisar de toda a
ajuda que possa obter.
— Não quero ser uma puta ou qualquer coisa, mas o que você é, um conselheiro de
drogas? — Perguntei.
— Não, eu sou um policial. — Ele respondeu.
Bem, isso explicava.
Olhei para Elvira. — Você está vendo um policial?
Elvira, terminada com o café, agora estava despejando doses de tequila. Ela olhou
para Malik, em seguida, olhou para mim. — Eu estava.
Virei-me para Malik para vê-lo sorrindo para Elvira como se ele achasse que ela era
adorável.
Voltei-me para Elvira para vê-la sugando de volta uma dose de tequila. Ela, então,
seguiu isso com um gole de café.
Só depois ela respondeu: — Para obter um fodão eu tinha uma escolha.
Motoqueiros, mercenários, militar ou policial. Minhas roupas não dizem traseira de uma
moto. Mercenários gritam "confusão" e, confie em mim, eu sei disso por experiência
própria. Eu não quero passar os meus dias aprendendo as diferentes formas para limpar
sangue de calças cargo. E os militares são implantados e eu tenho certeza que não tiram o
lixo por meses e preocupa-me doentiamente, enquanto ele está em algum lugar levando
tiro, mesmo que seja para manter meu povo seguro. Então, eu fiquei presa com um
policial. Ele leva um tiro e mantém as pessoas seguras, mas pelo menos ele está em casa
para tirar o lixo.
— Eu não tenho certeza de que você fez isso ruim, Elvira. Basta dizer, café da
manhã na cama? — Eu apontei e as sobrancelhas voaram.
— Garota, não me diga. Ou eu vou lembrar você, que você segurou um rancor por
três dias sobre gelo picado. Você testemunhou suas transgressões. Para isso, eu seguro
pelo menos uma semana e você sabe disso.
Ela não estava errada. Ele gritou com ela na frente de uma plateia. Shy iria comprar
um freezer por isso, definitivamente.
Para comunicar isso, eu bebi café.
— Você vai para uma semana, bebê, e teremos problemas. — Disse Malik baixo.
Elvira revirou os olhos para mim, mas não respondeu.
— Você fala com sua amiga há algum tempo como se eu não estivesse bem aqui,
nós também temos problemas. — Malik continuou.
Elvira transferiu seu rolo de olho para ele.
— Você revira os olhos mais uma vez, e você perde minha boca. — Alertou.
Elvira olhou para ele.
O que ela não fez, eu vou notar, foi revirar os olhos ou falar sobre Malik como se
ele não estivesse lá.
Eu continuei tomando café.
Eu assisti Rush e Joker percorrendo o Complexo dando a Malik olhares quando ele
dava uma afirmativa, não verbal, homem macho, elevando o queixo eu tenho isso. Eu não
sabia o que ele tinha, mas eu estava adivinhando o que ele tinha era a sua mulher em um
Complexo de motociclistas, por isso, mesmo como policial ele ia fazer a sua parte para
garantir que o Complexo estivesse seguro.
Então, eu vi meu irmão e o seu irmão saírem pela porta da frente. Então, eu esperei
pacientemente o meu homem chegar até mim.
Como qualquer motoqueiro bebê desde o nascimento faria.

— Baby, eu estou bem.


— Deixe-me olhar para ele.
— Tabby, docinho, eu estou bem.
Inclinei-me para longe de Shy e plantei as mãos nos quadris, olhando para ele. — E
eu sou uma enfermeira, Shy Cage. Eu também sou sua mulher. E eu vou olhar para isso.
— Está tudo bem. — Respondeu Shy. — Baldy sabe o que está fazendo.
Dr. Baldwin, um homem que eu tinha conhecido há anos, sabia o que ele estava
fazendo, mas ele faz isso por dinheiro e isso não sai barato. Isso significava que, embora
ele fosse dono de uma Harley, precisando de um corte de cabelo, tinha tatuagens, e parecia
um brutamonte, ele também tinha uma clínica muito bem equipada, cuja porta dos fundos
via mais ação do que à da frente.
Independentemente do conhecimento, Baldy sabia o que estava fazendo, eu levei
Shy com um olhar profissional.
Ele retornou cerca de dez minutos antes, que era cerca de dez minutos depois que
Malik fez um milagre, e teve Elvira perdendo a atitude, e pelo tempo que Shy, meu pai, e o
resto dos rapazes entraram todos seriamente chateados, Elvira estava de pé entre suas
pernas abertas enquanto ele sentava no banquinho e eles estavam se acarinhando no
banquinho do bar.
Era bonito.
Agora, Shy e eu estávamos em seu quarto no Complexo.
Parecia que ele disse que estava com exceção de um pequeno curativo branco no
pescoço e descoloração em sua camiseta preta sob o curativo com, eu sabia, sangue seco.
Sua cor estava boa. Ele não parecia letárgico, e ele tinha pontos com apenas um anestésico
local.
Ainda assim, eu queria ver.
— Querido, sente-se na cama e deixe-me ver. — Eu pedi baixinho.
Ele segurou meus olhos por algumas batidas antes de suspirar e sentar-se na cama.
Cheguei perto, tirei suavemente a fita e olhei.
Os meninos não disseram nenhuma mentira. Foi apenas um corte que levou apenas
alguns pontos. Meu homem estava bem.
Graças a Deus.
Cuidadosamente, eu pressionei a fita para trás e sentei na cama ao lado de Shy.
— Feliz? — Ele me perguntou.
— Que minha melhor amiga é uma idiota que levou o meu homem para uma
situação que incluía uma troca de tiros e comprando problemas ao Clube? — Eu pedi de
volta. — Não.
Shy mudou, me reunindo em seus braços e me puxando para a cama.
Quando ele tinha-nos arranjado, ele de costas, eu principalmente em cima dele, ele
deslizou a mão no meu cabelo e me informou: — Por mais que eu não quero deixar nada
deslizar com essa cadela, o Clube tem tido problemas com Benito por um tempo. Temos
território Chaos em torno do Ride que é livre de droga e prostitutas. Esta mensagem é
clara para todo mundo, mas ultimamente Benito esteve invadindo. — Ele segurou meus
olhos, respirou fundo e disse: — Disse a ele, que eu não estarei feliz, mas é por isso que
Rush estava indeciso sobre o Clube.
— Eu não entendo. — Eu disse a ele.
Ele me rolou para minhas costas, pressionando-me, pairando perto. — Certo, Tab,
as pessoas que mantêm o território do Chaos limpo são Chaos.
— Ok. — Eu disse.
Shy me estudou, então, explicou: — Os irmãos, baby. Não a polícia.
Pisquei então muito pouco sono, muita tequila misturada com muito café varrido e
ele me bateu.
— Você está dizendo que vocês são vigilantes? — Eu respirei.
Shy assentiu. — O nosso território, nossa regra, a nossa lei, tudo em nossas mãos.
No raio de cinco milhas ao redor da loja e garagem. Todas as lojas. Todo o território do
Chaos.
Oh merda. Eu não sabia disso.
Quer dizer, eu não era estúpida, e eu ouvi minha mãe e meu pai lutando o tempo
todo brigando, então não era como se eu não soubesse que o Clube tinha um histórico
complicado. Além disso, era um moto Clube. Esse direito não dizia muito. O pai tinha
planos desde o início para obter o Clube limpo. Eu tinha sido quase sempre protegida
contra o que levou a obter o Chaos limpo, mas o material era extremo, quando ele andou
fazendo isso então não era como se estivesse perdido em mim.
Mas papai fez isso. Ele teve o Clube limpo.
— Shy…
Sua mão em concha ao lado da minha cabeça e seu rosto ficou mais perto. — Baby,
deixe estar.
— Eu não tenho certeza…
Sua mão apertou suavemente na minha cabeça. — Não sendo um idiota, você sabe
disso, mas ainda tenho que dizer. Doçura, você não chega a ser nada. Este é um negócio do
Clube. Só sei que seu pai não é bobo. Ele tem seguido em frente. Mas Rush é filho de seu
pai. Ele não viveu o pesadelo que seu pai viveu com a história do passado do Clube, mas
isso não significa que ele não tem uma missão. Tack puxou o Clube através de alguma
coisa séria, mas ele ainda é Chaos e é acostumado para fazer o seu caminho, tomando o
cuidado dos negócios do Clube, olhando depois o que é nosso. Rush acha que o trabalho
de Tack não está feito. Ele quer proteger o que é nosso e ter nossas mãos limpas de toda a
sujeira que temos que esfregar pra manter nosso território limpo. Rush acha que é trabalho
do Departamento de Polícia de Denver e nosso trabalho é cuidar do nosso próprio, nem
tudo dentro de um raio de cinco milhas. Meu palpite é que ele falou com seu pai sobre
isso, Tack sabe que essa merda pode invadir, se você não mantiver um perímetro de
segurança, e não vermos olho a olho. Meu outro palpite é que, em vez de mantendo sua
distância e fazendo a sua declaração fora do Clube, ele decidiu pegar sua chance de fazer a
mudança para se juntar a nós.
Isso não soa bem.
Como, em tudo.
— Você quer dizer, derrubar o papai? — Eu perguntei minha voz trêmula.
— Eu não sei o que significa. — Shy respondeu. — Eu sei que o seu irmão não é
bobo também. Eu posso dizer pelo jeito que ele está tomando sua merda, como um
recruta, que o Clube significa alguma coisa para ele e, tenho que dizer Tab, que chocou a
merda fora de mim. Se eu tivesse isso como meu legado, e eu completasse dezoito anos, eu
estaria trabalhando na direção da minha parte. Ele pulou a bordo quando tinha vinte e
cinco anos. Mas, não há negação ele está todo dentro. Dog e Brick estão em Grand
Junction, Hop e eu temos ouvido de Tack e ele compartilha. Que é algo que você não faz.
Na medida em que você está preocupada, você não sabe disso. Você tem que vê-lo jogar
fora, assim como todo mundo. Você não intervém. Você não tem palavras com qualquer
um deles. Eles são seu pai e irmão, mas a linha de fundo é negócio do Clube, Tabby, e você
sabe o que isso significa.
Eu sabia.
Eu também sabia que não muito tempo depois que o negócio desceu com Lee
Nightingale e os meninos tinham a costas de Shy, Shy se aproximou do papai para
perguntar se a sua oferta para ser tenente ainda estava aberta. Papai compartilhou que ele
estava segurando a posição para Shy até que ele estivesse pronto para isso, ninguém foi
considerado ainda. Isso quis dizer que Shy estava no santuário, uma posição elevada
dentro do Clube e, na sua idade, isso era enorme.
Portanto, como a sua mulher e com a sua posição no Clube, eu tinha que ficar ao
seu lado.
Isso significava não entrar na sua frente sobre o negócio do Clube.
Então, eu simplesmente declarei: — Shy, eu não tenho um bom pressentimento
sobre isso.
— Você não tem porque você é uma filha e uma irmã. O que você não é, é um filho
ou um irmão Chãos. Eles podem não olhar olho no olho, mas o seu irmão ama o seu pai,
ele respeita-o e, quando ele ganhar o seu cut, vai adicionar uma relação diferente. Tudo o
que não se dão bem o tempo todo. Não há atrito, diferenças de opinião, política, até
mesmo confrontos. Mas, haverá sempre a fraternidade e todos nós sabemos disso. Isso
nunca vai morrer.
Bem, pelo menos havia isso.
Eu voltei atrás, meus olhos se movendo ao seu curativo depois de volta para seu
rosto.
— Quão grande é o problema com o cara do pornô? — Eu perguntei em voz baixa,
e eu tive o que eu esperava.
— Isso não é algo para você se preocupar.
Isso era algo que, como a mulher dele e ele o meu homem com um curativo no
pescoço, eu tinha que entrar em sua frente sobre.
— Errado, Shy. — Eu sussurrei.
Ele mergulhou seu rosto perto. — Sua amiga cadela é uma bagunça. Ela bateu no
fundo, mas, as coisas que ela curte, não significam nada. Ela pode estar abalada e tentar
arrumar a merda, mas ela não pode. Não é legal ela chamar você, arrastar você e, por
causa de você, pôr o Chaos em sua bagunça, mas isso ia acontecer só veio mais cedo. Você
foi arrastada, agora você sabe. Mas, isso é tudo que você sabe e você não se preocupe.
— Isso é impossível. — Eu o informei.
— Se você acha que este Clube não resistiu a tempestades piores do que esse cara,
você está errada.
Esta não foi uma informação bem-vinda.
— Shy, você foi baleado e está tudo bem, mas…
Sua cabeça se moveu, sua boca tocou a minha e quando ele levantou a cabeça, seu
polegar deslizou em meus lábios.
— Tab, baby, após o que você perdeu você acha que por um segundo eu faria
qualquer coisa, seu pai faria qualquer coisa, para fazer você me perder?
Isso me fez sentir um pouco melhor, porque eu não achava isso, nem por um
segundo, mas isso não significa que eu não repita, mesmo com o polegar ainda em meus
lábios. — Shy, querido, você foi baleado.
— Um corte. — Esclareceu.
— Mas…
— Eu não vou deixar você.
— Mas, Shy…
Seu polegar pressionou contra meus lábios levemente.
— Tabitha, eu não vou te deixar.
Eu segurei o meu silêncio e seus olhos.
Então, eu levantei a mão, enrolei ao redor de seu pulso, tirei a mão e sussurrei: — É
melhor não.
Ele sorriu e sussurrou: — Você está presa comigo.
Deus, eu esperava que sim.
Eu tomei uma respiração instável.
Então eu lhe disse: — Desculpe a minha ex melhor amiga ter-lhe cortado por uma
bala.
Seu sorriso se transformou em um sorriso maior. — Merda acontece.
Era uma espécie de trabalho forçado, mas eu sorri de volta.
Ele puxou contra o meu aperto para que sua mão pudesse voltar seu polegar
deslizando ao longo de meus lábios enquanto seus olhos observavam. Seu sorriso
desapareceu quando seu olhar encontrou o meu novamente.
— Sempre e para sempre, baby, você está presa a mim.
Eu desenhei uma respiração profunda que milagrosamente foi me acalmando e eu
assenti.
Shy me estudou, em seguida, baixou a cabeça, roçou seus lábios contra os meus, e
depois rolou para suas costas, me levando com ele, me colocando ao seu lado.
— Apague doçura, — ele murmurou. — Fique comigo.
— Ok. — Eu murmurei para trás, encostando-me mais, sabendo que, depois de
tanta cafeína como eu consumi, tudo o que tinha acontecido e tudo o que eu aprendi, eu
não iria dormir uma piscadela.
Eu estava certa. Senti Shy relaxar debaixo de mim, a respiração dele, mesmo
saindo, o braço em volta da minha cintura indo pesado.
Olhei para a sua camisa, os pingentes descansando em sua garganta, minha mente
saltando de pensamento em pensamento, e nenhum deles feliz.
Em seguida, saltou e caiu adiante, você está presa a mim.
Meus lábios se curvaram em um sorriso.
Então eu relaxei no meu cara, minha respiração igualada, o meu peso contra ele
indo pesado, pressionada profundo no seu lado, em volta dele, no sono provando algo que
estava faltando em seu sono, mas que estava tudo bem desde que ele já sabia.
Ele estava preso comigo também.
Capítulo 21
Apostando Tudo

Shy sentiu a vibração, ele abriu os olhos e sentiu o peso de Tabby pressionado
contra ele.
Cuidadosamente, ele curvou-se, beijou o topo de seu cabelo, então deslizou
debaixo de seu corpo adormecido.
Encontrando seus pés ao lado da cama, ele viu sua menina se ajustar, enrolar em
seu travesseiro, nunca perdendo o sono.
Ele queria puxar seu cabelo longe de seu rosto para que ele pudesse vê-la, sentir a
suavidade correr por entre os dedos, mas ele não queria arriscar acordá-la. Então, ele a
deixou em sua cama e saiu do quarto.
Quando ele atingiu a sala comum, ele viu que a maioria de seus irmãos estava
reunidos em torno do bar. Hop estava sentado em um banquinho, Tack em pé perto dele.
Shy se aproximou e quando ele chegou perto Tack perguntou: — Ela está bem?
— Dormindo. — Shy respondeu.
— Ela está indo bem. — Tack murmurou.
— Ela vai ficar fora por algum tempo, mas eu ainda quero ter essa merda acabada e
voltar para ela antes que ela acorde. — Shy continuou.
Tack ergueu o queixo, Hop deslizou para fora do banco, e eles se moveram para
suas motos, Tack em seu telefone.
Eles esperaram até Tack terminar suas chamadas antes de ligarem as motos e
rugirem, Tack na liderança, Hop e Shy andando lado a lado atrás dele.
Tack e seus tenentes chegaram ao ponto de encontro primeiro. Eles estavam fora de
suas motos e esperaram quando o primeiro veículo parou.
Um carro da polícia sem identificação levando Mitch Lawson e Brock Lucas, ambos
detetives do DPD3. Ambos próximos a Tack devido à complicada história, essa história
complicada, que tinha a ver com as mulheres e, no caso de Lawson, crianças.
3 Domestic Protection Division. (Divisão de Proteção Domestica)
Shy observou os homens saírem do carro e abordarem e não foi perdido em Shy
que os homens, mesmo entre sombras, avaliavam o curativo em seu pescoço.
Lawson olhou para Tack. — O negócio é, ontem à noite, você comprou um
problema.
— A melhor amiga da minha filha tem um vicio. Nenhum fornecedor é bom com
esse vicio, mas ela ainda conseguiu pegar o pior. — Tack confirmou.
Lucas inclinou a cabeça para Shy. — Ela aprendeu uma lição?
— Vamos ver. — Tack murmurou quando um Camaro cinza fez a sua abordagem e
todos os olhos se voltaram para assistir Hawk Delgado estacionar e dobrar para fora de
seu veículo. Seu braço direito, Jorge, dobrou-se fora do lado do passageiro.
Ao contrário de Lawson e Lucas, quando ele se mudou para eles, o rosto de
Delgado não estava avaliando. Ele estava chateado.
Quando ele parou no grupo, com os olhos trancados em Tack, ele declarou: —
Após o encontro, temos que conversar.
— Não sou um grande fã de dano colateral. — Tack voltou sua maneira de dizer
que não haveria conversas após o encontro. Ele fez o que fez e Hawk tinha de lidar.
— Você precisou dessa menina, você viu Elvira lá, você sabia que estávamos
trabalhando em um caso, tudo o que tinha que fazer era me chamar. — Hawk atirou de
volta.
— Não brinca. — Tack bateu fora. — Você está trabalhando em um caso, é sobre o
caso, e seu trabalho não era sobre aquela garota. Cinquenta por cento de chance de você
deixar aquela garota nadar e seu tempo tinha acabado. Ela significa alguma coisa para
minha filha. Eu tive que me mover e eu não tinha a opção de tomar todo o tempo limitado
que eu tinha para negociar com você.
Shy viu a boca de Hawk ficar apertada que significava que ele concedeu o ponto.
— Certo. — Lucas cortou mudando de assunto antes que o clima se deteriorasse
ainda mais. — Não é um segredo que Chaos vem tendo problemas com Benito por um
tempo. Também não é um segredo que o DPD sempre teve problemas com ele, pois ele é
um pedaço de merda babaca. O que era um segredo até a noite passada é que Delgado
tinha alguma coisa trabalhando com isso e foi descoberto. Agora Benito vai estar mais
determinado a conquistar o território do Chaos, e Hawk está lá fora, vendo, como eles
provavelmente já traçaram Elvira para sua operação. — Lucas treinou seus tons em
Delgado. — Para não mencionar, Malik está muito puto porque Elvira estava pronta antes
de você fazer o que seja que você está sendo pago para fazer, você não discutiu seu
envolvimento com ele, e ela está agora seriamente vulnerável.
— Ela ganhou proteção e parte disso é porque está dormindo com um policial —
Delgado voltou. — O resto é comigo.
Isso foi formidável. Todos sabiam disso.
Mas, assim estava Benito. Todos sabiam disso também.
— Agora sabemos a configuração do lugar. — Lawson ressaltou. — Sabemos
também que chegou o momento de pôr fim à operação de Benito.
— Esse tempo veio cerca de dois anos atrás. — Hop jogou para fora.
— Não vou discutir isso. — Afirmou Lucas. — Mas, isso não aconteceu e eu acho
que não escapou a ninguém que essa merda foi levada em fogo brando. Agora a situação é
todos os tipos de quente.
— Extremo. — Tack concordou, em seguida, declarou: — Guerra.
— Chaos e Delgado. — Shy acrescentou, olhando para Hawk. — Eu acho que, cara,
Benito está mais chateado com você, e ele é uma doninha. Tenha um plano para isso.
— Eu sempre tenho. — Delgado respondeu.
— Então, tem um plano para tudo. — Shy continuou. — Doninhas são filhos da
puta lisos que podem ir para baixo da terra. Ele pode não vir por trás. Ele pode cavar por
baixo.
— Não está me dizendo algo que eu não sei. — Disse Delgado.
— O que ele está te dizendo que você não sabe, é que agora este é um esforço de
equipe — Tack anunciou. — É por isso que convocamos esta reunião. Você é um alvo.
Elvira é um alvo. O Chaos é um alvo. Benito é um homem de vale-tudo, de modo que
agora são todos os olhos, todos os ouvidos, todas as mãos, todo o poder de fogo… — Tack
olhou para Lucas e Lawson e acabou, — … apostando tudo.
Shy olhou através dos homens e não ficou surpreso quando ninguém disse nada.
Acordo tácito.
Lucas e Lawson podem ser policiais, mas seu vínculo com Tack era tal que não era
apenas sobre derrubar o produtor pornô traficante de drogas. Com o Chaos na mira de
Benito, era mais.
Delgado e Tack estavam sempre batendo de frente, mas Tack levou a mulher de
Delgado de volta durante uma situação intensa, o que significava que ele também tinha
Delgado. Em troca, Delgado pegou as costas de Tack quando as coisas ficaram extremas
com Cherry. Essas merdas não desceram sem vínculos formando. Conflitos que nos unem.
Assim, sem mais palavras, a reunião terminou. Jorge e Delgado moveram-se para o
Camaro, Lucas e Lawson se inclinaram no carro da polícia sem identificação.
Os três irmãos os assistiram sair, e quando eles o perderam de vista, eles se
mudaram do amontoado.
— Rush não vai ficar feliz com essa merda. — Observou Hop e Tack suspirou.
— Já não está. Tivemos conversando. — Tack lhes disse.
— Ele acha que devo deixar Lucas e Lawson e recuar. Eu disse a ele que não vai
acontecer. Ele sabe que isso vai ficar confuso. E diz que isso prova o seu ponto.
— Ele está errado. — Comentou Shy e Tack olhou para ele, acenando com a cabeça
uma vez.
— Ele está. — Tack murmurou então: — Ele vai ver. — Ele ergueu a mão,
enrolando ao redor da parte de trás do seu pescoço, olhou para a distância e terminou: —
Nós todos vamos ver.
Eles fariam. Essa mensagem ficou clara na noite passada.
Pegar Natalie, e declarar guerra.
Eles levaram Natalie.
Eles tinham guerra.
Agora era só decidir quem iria atacar primeiro.
— Preciso voltar pra Tab. — Shy murmurou, Tack baixou a mão e olhou para Shy.
— Certo. — Ele respondeu, em seguida, Shy o assistiu tomar outro fôlego antes de
declarar: — Ela é minha, mas entendo que ela é sua, de uma forma que eu não tenho mais.
Respeito, mas estou pedindo a você pra carregar o fardo e a deixar respirar mais fácil.
— Ela é sua, Tack, o que significa que ela não é burra. Essa cadela ligou direto pra
ela. — Shy ergueu a mão para indicar o curativo em seu pescoço. — A noite passada não
foi despercebida para ela. Ela sabe que nós compramos problemas.
— Eu entendo isso, irmão. Eu não estou dizendo isso. Eu estou dizendo pra você,
suportar o fardo e a deixar respirar fácil. Você está me entendo?
Shy sustentou o olhar dele e assentiu.
Tack atraiu outro fôlego, desta vez ele não escondeu que, quando ele soltou, ele
ficou aliviado.
— Lanie. — Hop murmurou, trazendo o assunto de volta a mão que precisavam
voltar para suas mulheres.
Tack virou-se e acenou para Hop.
— Certo. — Ele repetiu. — Mais tarde, irmãos. Tenham em mente, que é cedo, ele
não vai logo em cima disso, mas cuidem de suas costas.
Shy assentiu. Hop fez também.
Eles balançaram em suas motos e rugiram fora para chegar a suas mulheres.

Tack

Tack Allen viu seus irmãos irem.


Ele não se moveu enquanto ele olhava. Ele não se moveu por longos minutos
depois de terem desaparecido.
Ele ficou lá sabendo.
Tyra, Tabby, Lanie, Sheila, toda a família.
Benito Valenzuela estava incondicionalmente rachado.
Oco. Vazio. Nenhuma emoção. Sem lealdade. Sem nada.
Vazio de tudo, exceto a ganância.
Um homem que não sentia nada, senão ganância, ele lhe dava apenas uma opção
para alavancar. Mas, ele tinha muitas.
— Foda-se. — Tack sussurrou, fechou os olhos, sentiu o oco pesar no estômago e
abriu os olhos.
Isso não acabou.
Isso nunca fodidamente acabava.
— Foda-se. — Repetiu ele, moveu-se para a sua moto, passou a perna por cima e
rugiu fora para chegar à sua mulher.

Shy

Shy abriu a porta de seu quarto no Complexo, atravessou e parou com o que viu.
Tabby estava sentada de pernas cruzadas em sua cama vestindo sua camiseta. Sua
cabeça estava abaixada e ela estava olhando para o telefone dela, o perfil dela era uma
máscara de incredulidade.
Ele fechou a porta atrás dele, chamando. — Tabby?
Lentamente, sua cabeça virou em sua direção, a descrença em seu rosto limpo, seus
belos olhos azuis começaram a brilhar, assim como os lábios perfeitos rosados começaram
se enrolar.
Em seguida, seu corpo começou a tremer.
Foi quando ele ouviu os risos.
Shy congelou com a visão.
Lá estava ela, sua menina, depois de uma noite como a noite passada, sentada na
cama, no seu quarto… rindo.
Oh yeah.
Essa era a sua menina.
Neste pensamento, através de seu riso, ela forçou para fora. — Shy, querido, eu
acabei de desligar o telefone com Ty-Ty… — Ela parou balançando a cabeça, rindo um
pouco mais, mas antes que ele pudesse pedir, ela continuou: — Ela só me deu as últimas
novidades de Lanie e Hop e, querido, você… não vai… acreditar.
Ela, então, disse-lhe que ele não iria acreditar e, dizendo, provou que ela não
conhecia Hop muito bem.
Porque Shy acreditava.
Em cada palavra.
Epílogo
Começa Agora

Duas Semanas Depois…


Eu balancei fora da moto de Shy, os meus olhos pegaram uma visão.
Denver estava iluminada, se alastrando da esquerda para a direita, mas, nada além
da escuridão.
Tudo isso era bonito.
Mudei-me para a beira da estrada da montanha, meu rosto ardendo por causa do
frio que chicoteou quando eu montei com Shy, onde eu pertencia.
Na parte de trás da moto do meu homem.
Eu o senti passar por trás de mim. Ele passou os braços em volta do meu peito,
então eu senti seus lábios contra a parte superior do meu cabelo.
— O que está na mente da minha menina? — Ele perguntou em voz baixa.
Ele então me conhecia.
— Natalie. — Eu respondi, levantando minhas mãos e enrolando meus dedos em
torno de seus braços.
Minha amiga tinha caído fora do vagão, não que ela nunca realmente tivesse o
pegado.
Não demorou muito.
Isso também quebrou meu coração.
Depois disso, eu quebrei os laços. Isso me matou, mas eu não poderia salvá-la,
então eu tinha que salvar a minha paz de espírito. O problema com isso era que não estava
funcionando.
Senti seus lábios deixando meu cabelo, mas sua mandíbula os substituiu.
Olhamos a vista em silêncio.
Eu quebrei o nosso silêncio.
— Você deu a ela uma chance, ela estragou tudo. Saiu e teve uma recaída. Você
abriu o jogo com ela e agora, eu não sei. — Minhas mãos agarraram apertadas em seus
braços.
— Shy, eu não sei quanto crédito eu tenho com ela, eu estou preocupada.
Senti-o soltar um suspiro, seu peito se expandindo, pressionando nas minhas
costas.
— Você sabe o que eu sei? — Ele perguntou.
— O que você sabe? — Eu pedi de volta.
— Eu sei que você pode gastar sua energia e espaço na sua cabeça se preocupando,
com uma cadela que estava a um minuto de ser comida e quando sai e faz seu ponto, não
vale a pena.
Fechei os olhos.
Ele estava tão certo.
— Quer saber o que mais eu sei. — Ele perguntou.
Abri meus olhos.
— O que você sabe? — Eu pedi de volta.
— Nenhuma quantidade de sua energia ou preocupação vai mudá-la. Ela está
perdida, Tabby, de certa forma é um milagre se um dia ela se encontrar. Antes se usar,
abra o jogo. Não basta dizer a ela, para mim, a si mesmo. Faça isso.
Engoli em seco.
Shy estava certo novamente.
Portanto eu assenti.
Seus braços se apertaram e ele apertou os lábios na parte superior do meu cabelo.
— Quer saber o que mais eu sei? — Ele perguntou.
— O que você sabe, querido?
— Minha menina vai se casar comigo.
Eu pisquei.
Seus braços se soltaram da minha mão e ele me virou.
Quando eu estava cara a cara com ele, ele enfiou a mão no bolso. Quando a mão
dele saiu, ele agarrou a minha e deslizou um belo diamante no meu dedo anelar esquerdo.
Eu encarei.
Era impressionante, lindo. Não muito grande que iria me fazer pegar nas coisas e
me preocupar. Não muito pequeno que ele não dizia o que precisava dizer.
E o que dizia era o que os brincos de safira por direito estão em minhas orelhas
disse: Eu era amada por um motoqueiro fodão.
Eu segurei minha mão na frente do meu rosto, os dedos estendidos, a mão de Shy
em volta da minha, polegar à base do anel, e eu olhei através da escuridão em sua beleza.
— Você não poderia ter ido, mas escolher era tão importante, por isso levei Cherry.
— Ele me disse e meus olhos assustados se mudaram para seu rosto.
Lá estava de novo.
Eu era amada.
— Ela disse que seria do seu gosto, então é o que você tem. — Completou.
— É, — eu disse baixinho. — É exatamente do meu gosto.
Ele sorriu para mim. — E isso é o que você tem.
Eu olhei para ele e depois diretamente para fora da minha boca foi: — Eu queria
você desde que eu tinha dezesseis anos, Shy Cage.
A mão de Shy mudou-se para deslizar para cima do meu pescoço e parou,
colocando em meu queixo.
— Então, eu sou lento na absorção, embora querer isso seria ilegal. Mas, eu te
queria desde que você tinha dezenove anos e você prendeu a sua língua na minha boca, —
ele voltou, então murmurou. — E pensei nisso, mesmo antes.
— Eu não quis enfiar minha língua em sua boca. Toquei a ponta da sua para
mostrar-lhe o que estava perdendo. — Eu corrigi, e seu sorriso ficou maior.
— Bom trabalho, doçura. O gosto foi tão doce, que anos se passaram e eu não podia
tira-lo da minha boca.
De repente, as lágrimas encheram meus olhos.
— Vamos nos casar. — Eu sussurrei.
— Sim. — Ele respondeu, ainda sorrindo.
— Vamos nos casar. — Eu repeti.
— Sim, querida, e eu gosto disso que você gosta da maneira que essas palavras têm
um gosto em sua boca, mas eu gostaria mais se você calasse a boca e me beijasse.
Eu não o beijei. Eu disse: — Vamos nos casar.
Shy ficou quieto, então ele soltou a minha mão para que ele pudesse segurar meu
queixo enquanto ele mergulhou seu rosto perto. — Sim, Tabby, querida. Nós vamos nos
casar.
Minha cabeça caiu para frente, batendo com a testa. Eu curvei meus dedos ao redor
de seus pulsos e segurei firme.
— Vou usar os diamantes de sua mãe no casamento. — Eu disse a ele.
— Bom, eu quero ela e meu pai lá conosco. — Ele me disse.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. O polegar de Shy mudou e a pegou
secando.
Eu não disse nada, mas eu senti tudo.
— Tabby, eu te amo, querida, mas você está meio que me deixando louco. — Shy
admitiu.
— Eu não sei o que fazer. — Eu confessei.
— Sobre o quê?
— Estar tão feliz.
Seus dedos flexionaram em minha boca quando ele pressionou sua testa na minha.
Então, ele disse sua voz áspera. — Comece agora.
— Perdão? — Eu perguntei.
— Comece agora. — Repetiu ele.
— Shy…
— Comece agora, Tabitha. Comece a se acostumar.
Olhei em seus olhos, enquanto outra lágrima deslizou para fora dos meus.
— Eu tive um sonho. — Eu sussurrei.
Sua voz era rouca quando ele ordenou: — Cale a boca e me beija.
Eu não calei a boca. Outra lágrima deslizou para fora dos meus olhos e minha voz
estava rouca quando eu repeti: — Eu tive um sonho, Shy Cage.
Ele mudou de posição para que seus lábios estivessem contra os meus e sua voz era
agora crua quando ele ordenou: — Cale-se, baby, e me beije.
— Eu tive um sonho, quando eu tinha dezesseis anos e aqui estou eu, de pé, com o
meu sonho, vendo-o virar realidade.
— Porra. — Ele murmurou.
Então, eu sabia que ele tinha perdido a paciência, porque Shy inclinou a cabeça e
me beijou.
Sim.
Eu sonhei um sonho, e lá estava eu, um anel no meu dedo, a boca do meu homem
na minha, de pé com o meu sonho, parecendo real.
Eu estava certa sobre o que eu estava sentindo.
Eu estava sentindo tudo.
E era lindo.
Seis Meses Depois…

Em frente ao altar na nossa igreja, eu estava ao lado de Shy enquanto segurava um


buquê de rosas marfim com hortênsias brancas na base, as hastes envoltas em fita de cetim
marfim, meu cabelo em uma série de ondas elegantes e reviravoltas, porque, por alguma
razão, Shy quis assim.
Eu estava usando um vestido marfim, também sofisticado (para combinar com o
meu cabelo), a liga que Ty-Ty usou em seu casamento com meu pai em volta da minha
coxa, os brincos de diamante da mãe de Shy nas minhas orelhas.
Neste arranjo, eu estava me casando com Shy.
Tyra era minha dama de honra.
Landon era o padrinho de Shy.
Papai, é claro, me levou ao altar.
Nós não nos incomodamos com daminha, uma vez que Rider e Cutter, ambos
levaram os anéis.
Sendo uma velha senhora agora com um pouco de experiência, eu consegui me
segurar e não chorar quando eu disse "Eu aceito".
Eu me perdi quando Shy disse isso, mas eu percebi que estava tudo bem desde que
eu podia ouvir Tyra chorando junto comigo.
A melhor parte da cerimônia foi depois que Shy beijou sua noiva, e quando
terminamos, ele não me soltou. Então, eu fiquei em seus braços, o meu polegar acariciando
sua mandíbula, meus olhos nos dele. O mundo tinha derretido, então eu não ouvi as vaias
e gritos dos amigos e familiares.
Eu só ouvi o que ele murmurou em uma voz que era estranhamente crua, mas
incrivelmente linda: — É como se eu fosse o único homem no planeta.
Naquele minuto, ele era, mas, novamente, para mim, realmente quando me toquei,
ele sempre tinha sido.
Embora, eu não entendesse porque ele disse aquelas palavras e ainda mais tarde,
quando perguntei, ele não respondeu. Ele apenas sorriu para mim.
Eu percebi que eu deveria deixá-lo ter seu segredo. Não importa de qualquer
maneira, porque as palavras que ele falou eram verdade.
Após a cerimônia, tivemos uma grande festa. O baile para acabar com todos os
bailes.
E a melhor parte disso foi que depois que tivemos nossa primeira dança como
marido e mulher com a música brega que eu escolhi, Shy novamente não me soltou.
Segundos depois, "Heartbeats" de Jose Gonzalez começou a tocar.
Uma música muito não-brega que Shy tinha escolhido.
Não era exatamente uma música que você pudesse dançar, por isso, não dançamos.
Nós apenas olhamos nos olhos um do outro, abraçados perto, e balançamos enquanto eu
deixava as palavras do belo poema que Shy escolheu para nós, para nos absorver lavar.
Foi o melhor dia da minha vida, e muito disso tinha a ver com o olhar nos olhos do
meu marido e vendo claramente, era o melhor dia da sua vida também.
O único homem no planeta.
O único homem para mim.

E a vida foi muito, muito boa.


Um paraíso.

Continua em…
Fire Inside
O próximo livro do Chaos…

— Vou vê-lo no funeral (362/207)

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