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UNIVERSIDADE NILTON LINS

GRADUAÇÃO EM DIREITO

EMELLY CAROLLINE OREDA FEITOZA


GILMARA MACIEL DE FREITAS
JÚLIA REBECA SANTOS DA SILVA VERDE
LARISSA SULYHE OLIVEIRA DOS SANTOS
Mª CÉLIA SERAFIM DA COSTA
MAELIE DE BRITO LEANDRO
MARLEN ALVES DE JESUS

PSICOLOGIA JURÍDICA

MANACAPURU – AM
03/2023

UNIVERSIDADE NILTON LINS


GRADUAÇÃO EM DIREITO

EMELLY CAROLLINE OREDA FEITOZA


GILMARA MACIEL DE FREITAS
JÚLIA REBECA SANTOS DA SILVA VERDE
LARISSA SULYHE OLIVEIRA DOS SANTOS
Mª CÉLIA SERAFIM DA COSTA
MAELIE DE BRITO LEANDRO
MARLEN ALVES DE JESUS

ANÁLISE PSICOJURÍDICA DO FILME: SEM EVIDÊNCIAS

Atividade apresentada ao Curso de Graduação em


Direito da Universidade Nilton Lins, como requisito para
obtenção de nota parcial da disciplina de Psicologia
Jurídica.
Orientador(a): Prof ª Regina Oliveira.
MANACAPURU – AM
03/2023
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata sobre uma análise psicojurídica do filme “Sem evidências”
lançado em 24 de Julho de 2014 nos cinemas, com a direção de Atom Egoyan. Buscando
analisar os aspectos psicológicos e jurídicos desta produção baseada em fatos reais, do “trio de
West Memphis.
Em 05 de maio de 1993, três meninos de oito anos de idade desapareceram em Robin
Hood Hills em West Memphis, no estado americano do Arkansas. No dia seguinte, seus
corpos foram encontrados despidos e amarrados no fundo de um riacho. O crime chocou não
apenas os moradores da cidade, como a opinião pública americana, pois, de acordo com
investigadores do caso, as crianças foram vítimas de um ritual satânico. Poucos dias depois,
três adolescentes foram acusados e presos, apesar de nenhuma evidência os colocar na cena do
crime. Dois deles, Damien Echols e Jason Baldwin, tinham passagens pela polícia, e Jessie
Misskelley Jr. era conhecido por seu temperamento difícil e envolvimento em brigas no
colégio.
Além disso, o fato de não serem religiosos, gostarem de heavy metal e usarem roupas
pretas, também foi usado contra eles no tribunal. Echols foi condenado à morte por injeção
letal em março de 1994 e sua execução fora marcada para 05 de maio do mesmo ano, primeiro
aniversário do crime.  Em um julgamento repleto de polêmicas e incertezas, eles foram
condenados. Após uma longa batalha judicial, foram soltos em 2011, 
No geral, eu achei um filme que retrata um caso que nos prende do inicio ao
fim, vale a pena assistir pra tentar entender o caso real, e a pensar duas vezes antes de
acreditar em tudo que falam por aí.
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ANÁLISE PSICOLÓGICA

O filme mostra as investigações do caso, e em cada momento uma coisa diferente é


dita. Não se sabe qual é a verdade, em cada momento os relatos são contados de uma forma
diferente, então você percebe que tudo que está sendo dito ali é mentira.
Cada personagem e seus pontos de vista são retratado de forma bem superficial, para
sustentar a aura de mistério. E existem muitas pessoas envolvidas nisso, tanto que é difícil se
prender em um personagem só. A possível exceção é Pam Hobbs, mãe de uma das crianças
assassinadas. Ela serve como fio condutor para o expectador, no começo é tudo muito
revoltante e você quer achar um culpado, e com o decorrer da história você já não sabe em
que acreditar e faz papel de bobo, assim como ela. E o garoto Damien Echols, que foi o
escolhido para ser o culpado de todo o caso relacionado ao assassinato, deixa claro o tempo
todo que não tem nada a ver com Satanás. Ele se diz Wicca, acusam ele de gostar de Aleister
Crowley e tudo mais, e no final ele é só um menino que se veste de preto com problemas
psicológicos Todo mundo sabe que está sendo enganado, inclusive o espectador, e mesmo
assim acaba mal para os tido como “esquisitos”. 
O filme mostra claramente que a justiça, nesse caso, não era cega. Todos já haviam
condenado os rapazes antes mesmo do juiz assinar uma sentença baseada em fatos sem
evidência. Sem provas, a condenação foi moral. É um exemplo cruel do que acontece quando
bodes expiatórios são escolhidos para pagar pelos pecados dos outros. Os suspeitos foram
escolhidos a dedo. Eram os diferentes, pecado capital numa sociedade em que todos precisam
ser iguais.
Ao analisar a questão psicológica do filme vermos que o psicológico de todos é
abalado com estas acusações, tando dos acusados, quando da família das vítimas, onde vemos
a mãe de Steve passar a ter alucinações, ou seja, neurose e com isso, acabar afetando seu
julgamento em meio aos fatos. E acaba por deixar fatos que seriam primordiais para a
investigação passarem despercebido, como o fato de que o pai de Steve era muito agressivo
com a criança, e a mesma chegou a falar em uma das cenas em que é confrontada por ele, que
o marido teria ciúmes de seu filho, e era perceptível, onde ela retratou casos em que seu
cônjuge se mostrava bastante raivoso ao ver ela e Steve dormindo juntos. Além disso, a falta
de um profissional da área fez muita falta neste caso, principalmente na demora para
diagnosticarem o que um dos acusados tinha retardo mental, onde Jesse diz ter confirmado
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tudo que os policiais que o interrogaram para pudesse deixá-los “feliz”. Através disso,
sabemos que seu depoimento acabou por ser moldado pelos policiais para que o mesmo
dissesse aquilo que queriam que ele confirmasse.
O caso em si, não teve praticamente provas para acusação, a equipe era despreparada,
esse ponto é provado ao um dos que foram chamados para depor, acabar tendo que confessar
que sua formação era meramente feita por correspondências e que nunca frequentou as aulas.
Tanto que em certos momentos até o juiz chega a questionar se a polícia não estaria
levantando uma dúvida, e sim, criando uma, para que os acusados fossem dito como culpados.
De modo geral, sem perceber, todos os envolvidos foram manipulados a crer na versão que a
polícia acreditava ser real. Cada um falava uma coisa e no fim, só estavam pensando em se
beneficiar ou em achar um culpado a qualquer custo. Para assim apresentar a sociedade que o
caso foi solucionado, por conta da repercussão que houve, tendo em vista que o caso se tornou
midiático em uma cidade pacata, e que de qualquer forma precisariam encontrar um culpado.
Se na época já houve a participação de um psicólogo jurídico, acreditasse que a solução do
caso teria um desfecho diferente.
No decorrer das audiências, era notável a Jesse tinha um problema mental, pois seu
depoimento não batia com as características do crime, como por exemplo ao citar que as
crianças haviam sido amarradas com cordas, sendo que as mesmas tinham sido aprisionadas
com seus próprios cadarços, outro ponto foi o horário relatado onde ele afirmava que as
crianças haviam matado aula naquele dia e o crime havia ocorrido o meio dia, sendo que as
vítimas haviam sim ido a escola e o crime ocorreu após o horário escolar. Fatos que fizeram
até a própria mãe de Steve se perguntar “se ele estava lá, como não sabia?”
A polícia alegou que o réu havia apenas se “confundido”, mesmo sabendo dos
evidentes problemas psicológicos que o mesmo sofria. No decorrer do tribunal, apenas pela
sua revolta, as atitudes petulantes de Damien Echos foram mal interpretas, um fato que
poderia ter sido visado por um profissional competente.
O filme mostra as investigações do caso, e em cada momento uma coisa diferente é
dita. Não se sabe qual é a verdade, em cada momento os relatos são contados de uma forma
diferente, então você percebe que tudo que está sendo dito ali é mentira. Essa história é um
ótimo exemplo para se pensar como se é escolhido os potenciais culpados de um crime, isto
porque, no filme os adolescentes são considerados suspeitos simplesmente por se comportar,
se vestir e possuir crenças que não são socialmente aceitas.
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ANÁLISE JURÍDICA

O filme mostra claramente que a justiça, nesse caso, não era cega. Todos já haviam
condenado os rapazes antes mesmo do juiz assinar uma sentença baseada em fatos sem
evidência. Sem provas, a condenação foi moral. É um exemplo cruel do que acontece quando
bodes expiatórios são escolhidos para pagar pelos pecados dos outros. Os suspeitos foram
escolhidos a dedo. Eram os diferentes, pecado capital numa sociedade em que todos precisam
ser iguais.
Mas até a mãe de um dos meninos, interpretada com alma por Reese Witherspoon, vai
se convencendo de que a verdade era bem outra. Muito diferente da primeira versão que
incriminara os três rapazes. O caso nos prova que a justiça dos homens não é sempre cega,
nem confiável. E muito menos imparcial. Temos que ter muito cuidado porque a mesma
injustiça pode se repetir muitas e muitas vezes. Essa história é um ótimo exemplo para se
pensar como se é escolhido os potenciais culpados de um crime, isto porque, no filme os
adolescentes são considerados suspeitos simplesmente por se comportar, se vestir e possuir
crenças que não são socialmente aceitas. A polícia baseou-se em boatos que surgiram sobre os
acusados e nem se deu ao trabalho de fazer uma investigação contundente. Deixando diversas
evidências de fora do caso por desleixo profissional, como o relato do dono da lanchonete,
que ficava localizada a menos de 1 km de onde o crime ocorreu, havia ligado para a polícia
no mesmo dia do assassinato das três crianças, informando que um homem negro que estava
coberto de sangue havia ido ao estabelecimento pedir para usar o banheiro, atitude suspeita
que deixou o dono inquieto ao ver as marcas de sangue que ficaram nas paredes. evidências
essa que foi deixada de fora do caso por conta de um dos investigadores que fez a coleta do
sangue do local, alegar ter perdido as amostras e assim, não ter realizado os exames para saber
a quem pertencia o sangue e se bateria com o sangue de uma das vítimas..
Mostrando mais uma vez que a polícia não se esforçou para procurar por provas
contundentes, desde o início da investigação, atitudes que influenciaram grandemente a
dificultar a identidade do verdadeiro culpado. Além disso, ao depor, o dono da lanchonete
afirmou aos investigadores que o sujeito estava com os sapatos e as calças cheias de lama,
assim como os policiais se encontravam após saírem do riacho onde as vítimas tinham sido
encontradas. Evidência essa que poderia afirmar que o sujeito também esteve no mesmo local
onde os corpos foram desovados. Outra gafe de perca de provas, foi realizada logo após os
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corpos serem encontrados, por conta dos corpos terem sido colocados na beira da água, em
contato com a terra, isso já afetou na questão de achar provas de DNA no corpo das vítimas,
além da demora para que as autoridades ligassem para que o legistas fossem analisar os
corpos, os mesmos foram encontrados por volta de 1:30 da tarde e só as 4:00 da tarde que os
legistas foram contactados, e por conta a exposição ao ar livre, diversas moscas acabaram
pairando pelos corpos, afetando os testes de identificação do sangue do assassino. Vale
lembrar que desde o início a investigação já começou errônea por conta que a investigação
não começou pelas famílias, e as entrevistas nem foram gravadas. Haviam muitas provas
contundentes, mas houve prevaricação por parte da polícia.
Ao passar dos anos, diversas evidências foram vindo a tona, como o cadarço de uma
das vítimas, que continha cabelo de seu padrasto e mais tarde descobriram o canivete favorito
de seu filho nas coisas dele. Após 18 anos de reclusão e sem nunca terem sido ouvidos pelo
Estado, os réus foram soltos graças à forte pressão da opinião pública, em uma campanha
liderada por celebridades como Johnny Depp, Eddie Vedder e o cineasta Peter Jackson,
diretor de o senhor dos anéis.
Com isso, o assassino ainda está impune, mas para a justiça americana o que importou
foi que foi tecnicamente achando alguém para denominarem culpados e a pena foi aplicada,
encerrando se o caso.
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CURIOSIDADE

Uma curiosidade muito importante sobre essa injustiça é que Damien Echols até hoje
pelo fim da pena de morte nos Estados Unidos. Relatando em um dos seus livros, chamado
vida após a morte, “Eu sou a prova de que o estado do Arkansas realmente condena pessoas
inocentes à morte, apesar dos políticos quererem que acreditemos no quão infalível o sistema
é”. Echols só detém o título de único homem a deixar o corredor da morte no Arkansas por
causa do interesse de Sheila Nevins, executiva da HBO, pelo caso. Após ler uma reportagem
sobre o crime, Nevins procurou os cineastas Joe Berlinger e Bruce Sinofsky para fazer um
filme que revelasse os detalhes do violento assassinato. Ao chegar em West Memphis, a
equipe da HBO se deparou com os inúmeros erros crassos da investigação e fortes indícios de
que os acusados eram, na realidade, inocentes. Assim surgiu uma série de documentários
provando a inocência dos três réus.
Outra curiosidade sobre o caso é que a personalidade de Eddie, personagem da série
stranger things, foi inspirada em Damien. Com seu jeito underdog de ser; roqueiro fanático,
ostentando camisetas de Dio e chegando a interpretar clássico do Metallica, ele é conhecido
pela comunidade local do seriado como o fundador de um clube de RPG e repetente notório
no colégio da cidade. Durante o seriado, no entanto, seu comportamento rebelde associado ao
culto de figuras antagonistas ao cristianismo, como os próprios ícones do metal que fizeram
grandes canções sobre Satanás, ou o RPG que ele joga, com fantasias de feitiçaria e poderes
paranormal, faz com que seu nome seja associado a um crime que ele nunca cometeu,
mobilizando os protagonistas da série. Fato inspirado no caso que Echols viveu em sua vida,
ele e seus dois amigos que também foram condenados, faziam parte de um grupo que jogava
Dungeons and Dragons, chamado "Gryphons & Gargoyles", é o Hellfire Club da vida real,
que se tornou um dos fatos que fez com que eles fossem acusados como culpados. Hoje
Damien é um artista e se tornou símbolo nos EUA, quando o assunto são inocentes presos.
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REFERÊNCIAS TEÓRICAS.

http://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/amp/2014/07/Triplo-homicidio-infantil-e-o-
ponto-de-partida-do-filme-Sem-Evidencias-4559089.html

https://www.conjur.com.br/2019-jul-21/licoes-direito-telas-cinema

https://www.intrinseca.com.br/blog/2017/07/vida-apos-a-morte-a-batalha-de-damien-echols-
por-justica-2/

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