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IFSC - Câmpus Chapecó

Curso Técnico em Segurança do Trabalho


Unidade Curricular Riscos Ambientais I
Riscos Físicos – Calor 1

Caros(as) Alunos(as)

Na aula de hoje continuaremos os nossos estudos sobre o calor. Leia o


material atentamente e realize as atividades propostas. Bons estudos!

Dica: Faça anotações, isso te ajudará em atividades futuras quando


encerrarmos o assunto riscos físicos.

Atividade 01 – Contextualização

Como você já pesquisou, o calor pode chegar ao trabalhador de três


formas, são as chamadas Formas de Transferência de Calor que
são:_____________________________________. Quando falamos da
exposição ao calor pensamos tanto no conforto térmico, quanto na exposição a
condições insalubres. Gostaria que vocês tivessem em mente que temos sempre
a função de proteger a saúde e integridade do trabalhador, não é apenas uma
questão de gerar insalubridade ou não, é uma questão de garantir que o trabalho
seja realizado em condições adequadas, ou seja, devemos trabalhar para
minimizar a exposição aos riscos independe de gerar insalubridade ou não.
Veremos adiante que muitas condições não se enquadram como insalubres,
porém são atividades com desconforto térmico.

Atividade 02 – Leitura

A Norma Regulamentadora (NR) 15 dispõe sobre as atividades e


operações insalubres, o Anexo 03 esta NR aborda os limites de tolerância para
a exposição ao calor. Em 2019 a Portaria Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE
2019 aprovou algumas alterações no Anexo 03 da NR 15 (Insalubridade) e

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também aprovou o Anexo 3 (Calor) para a NR 9 (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA), na NR 09 o Anexo 3 fala sobre o calor, não se refere
a condições de insalubridade, se refere a condições de conforto térmico. No Link
abaixo está disponível a Portaria Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2019,
realize a leitura dinâmica desta portaria (a leitura completa veremos na NR onde
está mais organizada e fácil de compreender), de início você pode sentir
dificuldades, mas é uma habilidade de você conquistará com o tempo e com a
prática. Lembre-se: quando procurar por legislação procure no site do planalto.
O link abaixo abrirá a Portaria Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2019.

http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1.359-de-9-de-dezembro-de-2019-232663857

Atividade 03 – Compreendendo o conforto térmico – NR 09 Anexo 03 Calor.

Para compreender o conforto térmico vamos estudar a o Anexo 3 da NR


09 (PPRA). O Anexo 3 da NR 09 discorre sobre o calor e possui como objetivo
definir critérios para prevenção dos riscos à saúde dos trabalhadores
decorrentes das exposições ocupacionais ao calor. Leia atentamente o Anexo 3
da NR 09 (PPRA), agora com o link abaixo, o qual mostra o novo anexo aprovado
na Portaria Nº 1.359, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2019 já inserido na NR 09
(Observação: este link irá abrir toda a NR 09, você deve buscar o Anexo 03 –
Calor, está na página 19). A NR 09 também está disponível em PDF no SIGAA.

https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-
e-calor.pdf

Como você deve ter visto, no item 2.4 diz que determinação de sobrecarga
térmica deve ser feita por meio do índice IBUTG - Índice de Bulbo Úmido
Termômetro de Globo, este índice é calculado com base na temperatura
fornecida por três termômetros: termômetro de bulbo úmido, termômetro de
bulbo seco e termômetro de globo. Existem diferentes modelos destes
termômetros, abaixo constam algumas figuras para exemplificar, veja mais
modelos pesquisando na internet “medidor de stress térmico IBUTG”.

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Veja que nos itens 3.1 e 3.2 a Norma fala sobre as medidas preventivas
e corretivas, ou seja medidas a serem tomadas para minimizar a exposição ao
calor, isso deixa bem claro que temos o dever de agir para evitar ou diminuir a
exposição ao calor, como diz no item 2.1 “O empregador deve adotar medidas
de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao calor não cause efeitos
adversos à saúde do trabalhador.”.

A Avaliação ocupacional do calor envolve o cálculo do IBUTG e a


interpretação das informações que estão nos quadros do Anexo 03 da NR 09.

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Alguns equipamentos fornecem o resultado do IBUTG, porém com alguns
equipamentos é necessário calcular, para calcular o IBUTG são utilizadas duas
fórmulas:

Fórmula para ambientes internos (sem exposição solar):

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

Fórmula para ambientes externos (com exposição solar):

IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs

Sendo:

tbn = temperatura de bulbo úmido natural

tg = temperatura de globo

tbs = temperatura de bulbo seco.

Instrumentos utilizados: Termômetro de bulbo úmido natural, Termômetro de


globo, Termômetro de bulbo seco.

Para entender como calcular o índice de IBUTG vamos usar os exemplos abaixo:

Exemplo 01: Avaliando-se os parâmetros para a obtenção do IBUTG em um


ambiente interno sem carga solar obteve-se os seguintes resultados: tbn =
24,0ºC; tg = 30,6ºC e tbs = 28,0ºC. Qual o IBUTG deste ambiente?

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Exemplo 02: Em uma indústria de mineração a céu aberto (com exposição solar),
o técnico de segurança do trabalho realizou as medições de calor apresentadas
abaixo.

Tipos de Temperaturas Valores Encontrados em (°C)

Temperatura de bulbo úmido natural 24

Temperatura de bulbo seco 32

Temperatura de globo 45

Qual é o valor do IBUTG, em °C, encontrado?

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Para praticar: faça as questões abaixo (não precisa entregar, mas precisa
resolver para conseguir acompanhar a sequência do conteúdo.):

1. Em um escritório (ambiente interno sem carga solar) foram avaliados os


parâmetros para a obtenção do IBUTG e obteve-se os seguintes
resultados: tbn = 22,0ºC; tg = 28,6ºC e tbs = 27,0ºC. Qual o IBUTG deste
ambiente?

2. Na construção de um edifício (ambiente externo com carga solar) foram


avaliados os parâmetros para a obtenção do IBUTG e obteve-se os
seguintes resultados: tbn = 25,0ºC; tg = 48,1ºC e tbs = 32,5ºC. Qual o
IBUTG deste ambiente?

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Agora que você já sabe como calcular, vamos entender para que serve
este cálculo. O resultado o IBUTG você irá usar para comparar com o valor
tabelado no Quadro 02 - Limite de exposição ocupacional ao calor para
trabalhadores aclimatizados da NR 09 Anexo 03. A figura abaixo mostra uma
parte do Quadro 02, analise que o limite de exposição tabelado varia de acordo
com o Metabolismo (M):

Veja que conforme o valor do metabolismo irá mudar o


Metabolismo
IBUTG Máximo, por exemplo para M=100 o IBUTG
Médio
máximo é 33,7. Já para M=115 o IBUTG máximo é 33.

Agora você deve estar pensando “E como eu vou saber o valor do metabolismo?”

Para saber o valor do metabolismo também vamos usar a NR 09 Anexo 03, veja
na Norma o Quadro 03. Na figura abaixo está uma parte deste quadro:

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Devemos analisar a atividade realizada e comparar com as opções do
Quadro 03, se não constar a atividade exata pode ser utilizada a mais
semelhante. Por exemplo, trabalho sentado leve com dois braços equivale a uma
taxa metabólica de 288 W (Watts – essa foi outra mudança, antes era em Kcal).
Para compreender melhor veja o exemplo abaixo:

Exemplo 03:

Um trabalhador realiza limpeza de pátio externo com exposição contínua ao calor


a céu aberto durante o período avaliado de 1 hora (varreu pátio com vassoura
continuamente). Dados obtidos com termômetro IBUTG: Tg 36,2 ºC / Tbs 30,9
ºC / Tbn 28, 3 ºC . O nível de ação foi ultrapassado? E o limite de exposição?

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Observação: É importante você notar que o cálculo do IBUTG não é uma conta
isolada, ele está relacionado com a taxa de metabolismo (obtida através do
Quadro 03) e com o tempo de exposição, além da vestimenta (roupa) utilizada.

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