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PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-10349-92.2014.5.01.

0010
ACÓRDÃO
(7ª Turma)
GMAAB/tpn/

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E
ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017.
PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA
DE TRANSCRIÇÃO NO RECURSO DE REVISTA
DO CONTEÚDO OBJETO DA PETIÇÃO DE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REQUISITO DO
ART. 896, §1º-A, I, DA CLT NÃO CUMPRIDO.
Nos autos do processo E-RR-1522-
62.20135.15.0067, da relatoria do Ministro
Cláudio Brandão, a SbDI-1/TST decidiu que a
alegação de preliminar de nulidade do acórdão
regional por negativa de prestação jurisdicional
pressupõe a transcrição, pela parte recorrente,
não somente do teor da decisão regional de
embargos de declaração, mas também do
conteúdo pertinente da petição de embargos
de declaração, a fim de que seja demonstrado
se a parte que alega a nulidade efetivamente
provocou a Corte Regional a se pronunciar
quanto à eventual omissão, obscuridade ou
contradição que entende haver na decisão
regional embargada. No caso dos autos, a
reclamada deixou de transcrever o conteúdo
objeto da petição de embargos de declaração,
o que impede a análise da indicada ofensa ao
artigo 93, IX, da Constituição Federal. Agravo
conhecido e desprovido.
SUCESSÃO DE EMPREGADORES.
RESPONSABILIDADE. Esta colenda Corte
firmou entendimento de que a sucessão
trabalhista transfere para a empresa sucessora
a exclusiva responsabilidade pelo
fls. 2

adimplemento e pela execução dos contratos


de trabalho da empresa sucedida já existentes
na época em que se deu a sucessão. Ademais,
a responsabilidade solidária é possível apenas
em circunstâncias excepcionais de fraude ou
absoluta insuficiência econômico-financeira do
sucessor, hipóteses não delineadas no v.
acórdão recorrido. Precedentes. Agravo
conhecido e desprovido.
CONCLUSÃO: Agravo conhecido e
desprovido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Agravo


de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-Ag-AIRR-10349-92.2014.5.01.0010, em
que é Agravante DAIANE BEZERRA DE ARAUJO e é Agravado PAU DE ARARA
COMESTIVEIS LTDA - ME.

O Exmo. Ministro relator, por meio de decisão monocrática,


denegou seguimento ao agravo de instrumento, por entender que o agravante não
logrou êxito em desconstituir os fundamentos da decisão agravada.
Dessa decisão, foi interposto agravo, com pedido de reforma e
de reconsideração da decisão.
É o relatório.

VOTO

1 – CONHECIMENTO

O agravo é tempestivo e a representação processual é regular.


Conheço.

2 – MÉRITO

Inconformada com a decisão monocrática, por meio da qual o


relator negou seguimento ao agravo de instrumento, recorre a reclamante.
fls. 3

Na decisão ora agravada, adotaram-se os seguintes


fundamentos para denegar seguimento ao agravo de instrumento:

“Trata-se de agravo de instrumento interposto contra despacho de


admissibilidade proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região
que denegou seguimento ao recurso de revista quanto aos capítulos
“preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional” e
“reconhecimento de relação de emprego – sucessão de empregadores”.
Certidão de ausência de contraminuta no seq. 1, pág. 155.
Dispensada a manifestação da d. Procuradoria-Geral, nos termos do
artigo 95 do RITST.
É o relatório.
Acórdão recorrido publicado na vigência da Lei nº 13.015/2014, mas
antes da vigência das Leis nºs 13.105/2015 e nº 13.467/2017.
A agravante reitera os fundamentos do recurso de revista, destacando
que o seu recurso merecia seguimento em relação aos seguintes capítulos: (i)
preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, por
violação aos artigos 93, inciso IX, da Constituição Federal, 832 da CLT e
489, inciso II, do CPC/2015; e (ii) reconhecimento de relação de emprego –
sucessão de empregadores, por violação aos artigos 3º, 10 e 448 da CLT e
1.003, parágrafo único, do Código Civil e divergência jurisprudencial.
DECIDO
Preenchidos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade.
I – PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL
Insurge-se a agravante contra o despacho que denegou seguimento ao
seu recurso de revista. Em suas razões de revista, alegou que a decisão
regional está eivada de nulidade por negativa de prestação jurisdicional.
Sustentou que o Tribunal Regional não se manifestou sobre questões fático-
probatórias que deveriam ser sanadas no acórdão regional prolatado em
sede de recurso ordinário. Apontou violação aos artigos 93, inciso IX, da
Constituição Federal, 832 da CLT e 489, inciso II, do CPC/2015.
Pois bem.
De plano, verifico que, malgrado a recorrente cumpra o pressuposto
previsto no artigo 896, § 1º-A, inciso IV, da CLT, a preliminar de nulidade por
negativa de prestação jurisdicional foi arguida de maneira genérica, não
tendo a recorrente especificado em quais pontos o e. Tribunal Regional não
prestou a jurisdição.
De fato, da leitura das razões do recurso de revista, verifica-se que a
recorrente transcreveu, na íntegra, a petição de embargos de declaração e o
acórdão regional que o rejeitara, limitando-se a afirmar, genericamente, que a
decisão regional foi omissa por não ter se manifestado sobre questões fático-
probatórias e, portanto, deveria ser anulada por ausência de prestação
jurisdicional.
fls. 4

Nesse passo, não tendo o recorrente, ora agravante, feito


argumentação específica sobre quais questões não houve a prestação
jurisdicional, demonstrando precisamente as razões do seu inconformismo,
resta inviabilizado o exame da preliminar. Nesse sentido, cito os seguintes
julgados, inclusive um de minha relatoria, in verbis:
"RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE ACÓRDÃO
PUBLICADO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014, MAS ANTES DA
VIGÊNCIA DAS LEIS NºS 13.105/2015 E 13.467/2017. PRELIMINAR DE
NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - ARGUIÇÃO
GENÉRICA (alegação de violação aos artigos 93, IX, da Constituição Federal,
832 da CLT e 458, II, do CPC/1973 e por divergência jurisprudencial). Da leitura
das razões do recurso de revista, verifica-se que o recorrente transcreveu, na
íntegra, a petição de embargos de declaração e o acórdão regional que o
rejeitara, limitando-se a afirmar, genericamente, que a decisão regional foi
omissa e, portanto, deveria ser anulada por ausência de prestação
jurisdicional. Nesse passo, não tendo o recorrente, ora agravante, feito
argumentação específica sobre quais questões não houve a prestação
jurisdicional, demonstrando precisamente as razões do seu inconformismo,
resta inviabilizado o exame da preliminar. Precedentes. Recurso de revista
não conhecido. (…)" (RR-1050-22.2014.5.12.0031, 7ª Turma, Relator Ministro
Renato de Lacerda Paiva, DEJT 27/05/2022);
"(…) 2. NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O recurso não pode ser impulsionado pela
preliminar em liça, porquanto a prefacial é arguida de forma genérica,
sem especificar quais pontos o Regional não teria apreciado, se
limitando a transcrever na íntegra os embargos declaratórios e o
acordão regional sobre diversos temas, o que é impróprio, já que a revista
se sujeita, quanto a todos os seus temas, ao preenchimento dos pressupostos
do art. 896 da CLT. Tem-se, assim, que a prefacial não está adequadamente
fundamentada, impossibilitando o reconhecimento da alegada violação dos
arts. 832 da CLT, 489 do CPC e 93, IX, da CF. Recurso de revista não
conhecido." (RRAg-12311-64.2017.5.15.0105, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora
Maria da Costa, DEJT 18/12/2020);
“II - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. No caso, o recorrente, em que pese ter cumprido os
requisitos da Lei nº 13.015/2014, porquanto transcreveu os trechos da
petição de embargos de declaração e do acórdão dos embargos de
declaração, deixou de indicar, nas razões recursais, os aspectos que, em
sua perspectiva, teriam permanecido omissos, contraditórios ou
obscuros na decisão recorrida após a oposição de embargos de
declaração. De fato, a transcrição integral dos embargos de declaração
opostos desserve para esse fim, já que cabe à parte recorrente apontar em
quais pontos específicos o Regional teria negligenciado seu dever de
prestar a jurisdição. Certo é que não deve ser transferida ao magistrado a
tarefa de inquirir quais dos argumentos da parte teriam ou não sido
devidamente analisados quando do julgamento dos embargos de declaração.
fls. 5

Recurso de revista não conhecido.” (ARR-768-56.2011.5.01.0431, Relator


Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 14/9/2018);
"RECURSO DE REVISTA . NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. A transcrição integral dos
embargos de declaração, acompanhada de fundamentos genéricos, não
viabiliza o conhecimento do apelo quanto à nulidade arguida. É ônus da
parte indicar expressamente as questões sobre as quais não teria havido
manifestação da Corte Regional, consignar as razões pelas quais entende ser
necessário o pronunciamento a respeito da matéria e o consequente prejuízo
que justificaria a pretendida declaração de nulidade do julgado. Trata-se de
procedimento indispensável para a análise da arguição de nulidade por
negativa de prestação jurisdicional, que não foi atendido. Recurso de revista
não conhecido. (…)" (RR-2028-81.2011.5.15.0043, 8ª Turma, Relator Ministro
Marcio Eurico Vitral Amaro, DEJT 07/12/2018). (g.n.)
Nego provimento, no aspecto.

II – RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO – SUCESSÃO DE


EMPREGADORES
Insurge-se a agravante contra o despacho que denegou seguimento ao
seu recurso de revista. Em suas razões de revista, alegou que “a ação foi
proposta em face da pessoa jurídica PAU DE ARARA COMESTÍVEIS LTDA. e não
contra os seus sócios”, sendo, portanto, “irrelevante as alegações prestadas
preliminarmente na peça de resistência pelo sócio da recorrida” (seq. 1, pág. 131).
Argumentou que “nenhuma alteração na estrutura jurídica da empresa tem o
condão de alterar os direitos ou os contratos de trabalho de seus empregados”
(seq. 1, pág. 131). Sustentou que “as operações societárias havidas na
reclamada em nada afetam o contrato de trabalho da autora” (seq. 1, pág. 131).
Aduziu que “o contrato de arrendamento celebrado entre o sócio da recorrida
com outros dois indivíduos não alterou o ramo de atuação da reclamada” e que
“não há prova nos autos do seu encerramento formal, tampouco da
inadimplência do contrato de arrendamento” (seq. 1, pág. 132). Salientou, ainda,
que “restou incontroverso nos autos que o contrato de arrendamento vinculado
com a contestação deixa evidente que os arrendatários utilizam o estabelecimento
com todos os seus bens, a razão social, nome fantasia e CNPJ e até o mesmo a
assessoria jurídica da recorrida” e que “o próprio sócio da recorrida confessou
que a recorrente trabalhou no local” (seq. 1, pág. 132). Postulou, por fim, que
“configurada a sucessão trabalhista decorrente do contrato de arrendamento, os
sócios da recorrida (PAU DE ARARA COMESTÍVEIS LTDA.)respondem pelos créditos
trabalhistas postulados nessa demanda” (seq. 1, pág. 133). Apontou violação aos
artigos 3º, 10 e 448 da CLT e 1.003, parágrafo único, do Código Civil e
divergência jurisprudencial.
Inicialmente, cumpre consignar que está preenchido o pressuposto do
art. 896, §1º-A, da CLT.
O Tribunal Regional consignou, in verbis:
[…]
Recurso da reclamante
fls. 6

A - DO VÍNCULO DE EMPREGO
(…)
A reclamada, Pau de Arara, tem como finalidade social
Restaurante, Bar e Lanchonete, e sócios Antonio e Leandro Gonçalves de
Almeida (ID 5a9ddb3). Não houve alteração na composição societária da
reclamada em razão do arrendamento.
O contrato de arrendamento ID ef59f49 demonstra que a
reclamada foi arrendada para Paulo Roberto Farias Junior e Enis Antonio
Ribeiro Filho, aí incluindo-se o imóvel, bens móveis e fundo de comércio,
podendo se utilizar do nome existente.
A reclamante em depoimento disse que:
conhece apenas de vista o representante da Ré, Sr. Leandro Gonçalves
de Almeida; que conhece o Sr. João Batista Ferreira mais conhecido como
"Batista'; que conhece o Sr. Paulo Roberto Pires, vulgo "Juninho"; que foi
contratada pelo Sr. Batista; que quem "dava ordens na casa " era o Sr.
Juninho; que recebeu os pagamentos inicialmente das mãos do Sr. Juninho e
depois do Sr. Batista, sempre em espécie, de forma mensal, que nunca teve
nenhum contato com o Sr. Leandro, que foi dispensada pelo Sr. Batista; que
quem se apresentava na Reclamada como "dono" era o Sr. Junhinho e como
gerente o Sr. Batista
A sucessão de empresários é a transferência da titularidade da
empresa, de forma provisória ou definitiva, a título público ou privado,
graciosa ou onerosamente, e desde que o sucessor continue explorando a
mesma atividade econômica que explorava o sucedido. Inteligência da
combinação dos arts. 10 e 448, da CLT.
Logo, para ocorrer a sucessão é necessário haver prova da transferência
da titularidade da empresa.
Neste sentido, transferir significa fazer passar, deslocar, transmitir,
ceder. Este requisito é indispensável para a aplicação das regras preconizadas
nos arts. 10 e 448, da CLT.
Nas palavras de Evaristo Moraes Filho:
Para que exista sucessão, em sentido técnico, mister se faz que a
relação jurídica permaneça a mesma, com o mesmo conteúdo, com o mesmo
objeto, e que o sujeito (ou sujeitos) seja substituído por outro, tomando o seu
lugar nos direitos, nas obrigações ou em ambos.
No caso em tela, a reclamante, em seu depoimento, confirma a
transferência da titularidade da empresa para os arrendatários.
O arrendamento é uma das formas de transferência de titularidade
a título provisório, que dá origem à sucessão.
O contrato existente nos autos aliado ao depoimento da
reclamante dão conta de que não foi uma mera alteração na estrutura
jurídica da empresa, pois sua composição societária não mudou, e sim
uma sucessão de empregadores, em que os novos proprietários são os
responsáveis pelos direitos trabalhistas dos empregados, não gerando
responsabilidade para o sucedido.
fls. 7

Comprovado o arrendamento, tem-se que a relação jurídica


continuou a mesma, conservando-se o mesmo objeto, só houve
substituição da titularidade. Portanto, ocorreu a transferência provisória
da empresa. Presente a sucessão trabalhista, na forma dos arts. 10 e 448,
da CLT, não responde a reclamada PAU DE ARARA pelas pretensões
trazidas na inicial.
Não restando configurado o vínculo com a reclamada, mantenho a
improcedência dos consectários.
Nego provimento. (g.n.)
Não vislumbro violação aos artigos 59, § 2º, e 61 da CLT, tal como exige
o artigo 896, “c”, da CLT. É que o e. Tribunal Regional, soberano na análise do
conjunto fático-probatório dos autos, a teor da Súmula nº 126 desta Corte
Superior, consignou que “No caso em tela, a reclamante, em seu depoimento,
confirma a transferência da titularidade da empresa para os arrendatários” e que
“O contrato existente nos autos aliado ao depoimento da reclamante dão conta de
que não foi uma mera alteração na estrutura jurídica da empresa, pois sua
composição societária não mudou, e sim uma sucessão de empregadores, em que
os novos proprietários são os responsáveis pelos direitos trabalhistas dos
empregados, não gerando responsabilidade para o sucedido”. Registrou, ainda, a
Corte Regional que “Comprovado o arrendamento, tem-se que a relação jurídica
continuou a mesma, conservando-se o mesmo objeto, só houve substituição da
titularidade. Portanto, ocorreu a transferência provisória da empresa. Presente a
sucessão trabalhista, na forma dos arts. 10 e 448, da CLT, não responde a
reclamada PAU DE ARARA pelas pretensões trazidas na inicial”, concluindo a
Corte a quo que “Não restando configurado o vínculo com a reclamada,
mantenho a improcedência dos consectários”. Nesse passo, ao assim decidir, a
Corte Regional deu a exata subsunção dos fatos ao disposto nos artigos 10 e
448 da CLT, na medida em que restou comprovada a sucessão de
empregadores por meio do contrato de arrendamento, não havendo que se
falar, portanto, em responsabilidade do sucedido.
Por fim, os arestos indicados nas razões do recurso de revista emitiram
tese consonante com a exarada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª
Região, no sentido de que, configurada a sucessão de empregadores, não há
que se falar em responsabilidade do sucedido.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na esteira
do artigo 118, inciso X, do RITST”.

2.1 – NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE


PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Na minuta de agravo a reclamante, às págs. 170-182, insurge-se


contra a decisão que negou seguimento ao seu agravo de instrumento sob o
argumento de que “Com o devido acatamento, ao contrário do que restou fundamentado
fls. 8

na r. decisão monocrática, logo após a transcrição dos acórdãos e dos embargos de


declaração no tópico do recurso de revista destinado à preliminar de negativa de prestação
jurisdicional, a agravante chamou a atenção para o fato de que as matérias objeto de
impugnação específica foram devidamente grifadas e negritadas nas transcrições” (págs.
174-175).
Aduz que "por qualquer ângulo que se analise a matéria, conclui-se
que as razões recursais não ESPECÍFICAS, isto é, não possuem qualquer argumento genérico,
de modo que deve ser devidamente apreciado e conhecido, mediante o destrancamento do
AIRR" (pág. 175, sic).
Aponta, em seu recurso de revista, violação dos artigos 93, IX, da
constituição Federal; 489, II, do CPC; e 832, da CLT.
À análise.
A Lei 13.015/2014 teve como algumas de suas finalidades
reforçar o papel uniformizador do recurso de revista, sanar controvérsias quanto ao
manejo desse apelo e dar maior celeridade e segurança jurídica no conhecimento e
tramitação dessa espécie recursal, por meio de disciplinamento judiciário voltado
precipuamente para os efeitos uniformizadores da jurisprudência e da unidade do
Judiciário Trabalhista.
Nos termos do art. 896, "a", "b" e "c", da CLT, o recurso de revista
tem por fim: a) zelar pela autoridade do direito objetivo, afastando as violações de
literal disposição de lei ou afronta direta e literal à Constituição Federal; b) resolver
divergências decisórias entre Regionais na interpretação da lei federal ou estadual,
norma coletiva ou regulamento empresarial de abrangência ultra regional ou entre o
Regional e a SBDI do TST; e c) exercer o controle sobre a jurisprudência, afastando as
contrariedades a súmula do TST, súmula vinculante do STF e à iterativa e notória
jurisprudência do TST.
Com o advento da Lei 13.015/2014 a redação do novel § lº-A do
artigo 896 da CLT, para efeito de demonstração da violação literal de disposição de lei
federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal, exige em seu inciso I que: "sob
pena de não conhecimento, é ônus da parte: I - indicar o trecho da decisão recorrida
que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista".
Por outro lado, o novel § 8º incumbe ao recorrente, na hipótese
de o recurso de revista fundar-se em dissenso de julgados, o "... ônus de produzir prova
da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de
fls. 9

jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido


publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet,
com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados".
A alteração legislativa nesses aspectos constitui pressuposto de
adequação formal de admissibilidade do recurso de revista e se orienta no sentido de
propiciar a identificação precisa da contrariedade a dispositivo de Lei e a Súmula e do
dissenso de teses, afastando-se os recursos de revista que impugnam de forma
genérica a decisão regional e conduzem sua admissibilidade para um exercício
exclusivamente subjetivo pelo julgador de verificação e adequação formal do apelo.
Assim, a necessidade da transcrição do trecho que consubstancia
a violação e as contrariedades indicadas, e da demonstração analítica da divergência
jurisprudencial, visam a permitir a identificação precisa e objetiva da tese supostamente
ofensiva a Lei, a segurança das relações jurídicas e a isonomia das decisões judiciais, de
modo que contribua para a celeridade da prestação jurisdicional, possibilite a formação
de precedentes como elemento de estabilidade e a decisão do TST contribua para a
formação da jurisprudência nacionalmente unificada.
No caso, não foram preenchidos os requisitos da Lei nº
13.015/2014. Isso porque, nos autos do processo E-RR-1522-62.20135.15.0067, da
relatoria do Ministro Cláudio Brandão, a SbDI-1/TST decidiu que a alegação de
preliminar de nulidade do acórdão regional por negativa de prestação jurisdicional
pressupõe a transcrição, pela parte recorrente, não somente do teor da decisão
regional de embargos de declaração, mas também do conteúdo pertinente da petição
de embargos de declaração, a fim de que seja demonstrado se a parte que alega a
nulidade efetivamente provocou a Corte Regional a se pronunciar quanto à eventual
omissão, obscuridade ou contradição que entende haver na decisão regional
embargada.
No caso dos autos, a reclamada deixou de transcrever o
conteúdo objeto da petição de embargos de declaração (vide págs. 120-128), o que
impede a análise de violação dos dispositivos legais indicados.
NEGO PROVIMENTO.

2.2 - SUCESSÃO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE


fls. 10

Na minuta de agravo a reclamante, às págs. 170-182, insurge-se


contra a decisão que negou seguimento ao seu agravo de instrumento sob o
argumento de que não incide no caso o óbice da Súmula 126/TST, pois a matéria em
análise é exclusivamente de direito e diz respeito à possibilidade de sucessão
trabalhista no contrato de arrendamento. Aduz que a ação foi proposta em face da
pessoa jurídica Pau de Arara Comestíveis LTDA. E não contra os sócios da mesma. E
passa a repisar a matéria de fundo do recurso de revista quanto ao tema.
Alega violação dos artigos 3º, 10º e 448, da CLT; e 1.003, do CC.
Eis os trechos do acórdão regional transcritos no recurso de
revista (Art. 896, §1º-A, I da CLT) (págs. 129-132):

A recorrente alega, em síntese, que ajuizou ação trabalhista em face da


empresa e não de seus sócios, sendo irrelevante a alteração jurídica sofrida,
pois a alteração na estrutura jurídica não tem o condão de afastar os direitos
trabalhistas. O contrato de arrendamento realizado entre o sócio da ré e
outros 2 indivíduos não alterou seu ramo de atuação. Aduz que não há
comprovação do encerramento formal da empresa, ou da inadimplência do
contrato. Sustenta que contrato juntado deixa evidente que os arrendatários
utilizam o estabelecimento com todos os bens, razão social, e CNPJ, e o sócio
da ré confessou que ela laborou no local. Postulou a procedência de todos os
pedidos contidos na inicial.
A decisão de origem julgou improcedente o pedido, pois:
Em depoimento pessoal a reclamante confessa haver sido
contratada e trabalhado diretamente com o arrendatário
comercial, Paulo Roberto Farias Júnior, e seu preposto João
Batista Ferreira, ao qual chamava de gerente, conforme contrato
de arrendamento de ID ef59f49, dos quais recebia pagamentos e
ordens diretas quanto à sua prestação de serviço, não mantendo,
ainda, nenhum contato com o sócio da ré presente à assentada,
Sr. Leandro Gonçalves de Almeida, embora o conhecesse "de
vista".
Certo que a contratação da empregada se deu após o
referido arrendamento, não há que se aventar as abstrações
legais contidas nos artigos 10 e 448 da CLT ao caso concreto para
atribuir à ré a responsabilidade sobre contrato trabalhista
firmado quando já ultimada a sucessão subjetiva da empresa,
pois qualquer responsabilidade em regresso que subsistisse ao
negócio jurídico em comento, não possuiria o cunho de se
projetar no tempo para alcançar os contratos celebrados após a
transição da estrutura jurídica correspondente. A sucessão
trabalhista tem repercussão no mundo jurídico, pois, em relação
aos contratos de trabalho em vigência no momento da
fls. 11

transferência do comando da empresa, o que não ocorre no fato


a ser deslindado nestes autos.
(...)
Portanto, uma vez que a autora confessa em depoimento
pessoal em assentada (ID 9ed8447) sua contratação e a prestação
de serviço diretamente ao sócio da empresa sucessora,
reconhecendo-o como "dono" do estabelecimento, sob direção
direta de seu preposto, chamado de "gerente", do qual recebia
pagamentos em espécie, considerada com o conjunto probatório
documental acostado nos autos, não há meio de se reconhecer o
vínculo de emprego pretendido frente à empresa ré, razão pela
qual julgo improcedente a demanda em relação ao suposto
vínculo, bem como em referência a todos os demais pedidos, pois
consectários lógicos deste, o principal.
Na inicial a reclamante informou que foi admitida em 04.12.2013 e
imotivadamente dispensada em 22.02.2014, como operadora de caixa, com
remuneração mensal de R$ 900,00. Disse que sua CTPS não foi assinada,
embora preenchesse os requisitos do art. 3º, da CLT. Aduziu que em
10.02.2014 descobriu que estava grávida, sendo devida, também, a
estabilidade gestante.
Em defesa, a reclamada disse que celebrou contrato de arrendamento
comercial das instalações, dos móveis e equipamentos e do nome comercial
com Paulo Roberto Farias Junior e Enis Antonio Ribeiro Filho. Alegou que
encerrou suas atividades e que os arrendatários são os novos proprietários
do ponto comercial, e responsáveis pela contratação de eventuais
empregados. Asseverou que a nova empresa dona do empreendimento é
GOLDEN RIO GRILL, tão somente usando o nome Pau de Arara, que tinha
tradição no local.
A reclamada, Pau de Arara, tem como finalidade social Restaurante, Bar
e Lanchonete, e sócios Antonio e Leandro Gonçalves de Almeida (ID 5a9ddb3).
Não houve alteração na composição societária da reclamada em razão do
arrendamento.
O contrato de arrendamento ID ef59f49 demonstra que a reclamada foi
arrendada para Paulo Roberto Farias Junior e Enis Antonio Ribeiro Filho, aí
incluindo-se o imóvel, bens móveis e fundo de comércio, podendo se utilizar
do nome existente.
A reclamante em depoimento disse que:
conhece apenas de vista o representante da Ré, Sr. Leandro
Gonçalves de Almeida; que conhece o Sr. João Batista Ferreira
mais conhecido como "Batista'; que conhece o Sr. Paulo Roberto
Pires, vulgo "Juninho"; que foi contratada pelo Sr. Batista; que
quem "dava ordens na casa " era o Sr. Juninho; que recebeu os
pagamentos inicialmente das mãos do Sr. Juninho e depois do Sr.
Batista, sempre em espécie, de forma mensal, que nunca teve
nenhum contato com o Sr. Leandro, que foi dispensada pelo Sr.
fls. 12

Batista; que quem se apresentava na Reclamada como "dono" era


o Sr. Junhinho e como gerente o Sr. Batista
A sucessão de empresários é a transferência da titularidade da
empresa, de forma provisória ou definitiva, a título público ou privado,
graciosa ou onerosamente, e desde que o sucessor continue explorando a
mesma atividade econômica que explorava o sucedido. Inteligência da
combinação dos arts. 10 e 448, da CLT.
Logo, para ocorrer a sucessão é necessário haver prova da transferência
da titularidade da empresa.
Neste sentido, transferir significa fazer passar, deslocar, transmitir,
ceder. Este requisito é indispensável para a aplicação das regras preconizadas
nos arts. 10 e 448, da CLT.
Nas palavras de Evaristo Moraes Filho:
Para que exista sucessão, em sentido técnico, mister se faz
que a relação jurídica permaneça a mesma, com o mesmo
conteúdo, com o mesmo objeto, e que o sujeito (ou sujeitos) seja
substituído por outro, tomando o seu lugar nos direitos, nas
obrigações ou em ambos.
No caso em tela, a reclamante, em seu depoimento, confirma a
transferência da titularidade da empresa para os arrendatários.
O arrendamento é uma das formas de transferência de titularidade a
título provisório, que dá origem à sucessão.
O contrato existente nos autos aliado ao depoimento da reclamante
dão conta de que não foi uma mera alteração na estrutura jurídica da
empresa, pois sua composição societária não mudou, e sim uma sucessão de
empregadores, em que os novos proprietários são os responsáveis pelos
direitos trabalhistas dos empregados, não gerando responsabilidade para o
sucedido.
Comprovado o arrendamento, tem-se que a relação jurídica continuou a
mesma, conservando-se o mesmo objeto, só houve substituição da
titularidade. Portanto, ocorreu a transferência provisória da empresa.
Presente a sucessão trabalhista, na forma dos arts. 10 e 448, da CLT, não
responde a reclamada PAU DE ARARA pelas pretensões trazidas na inicial.
Não restando configurado o vínculo com a reclamada, mantenho a
improcedência dos consectários.
Nego provimento.

À análise.
Esta colenda Corte firmou entendimento de que a sucessão
trabalhista transfere para a empresa sucessora a exclusiva responsabilidade pelo
adimplemento e pela execução dos contratos de trabalho da empresa sucedida já
existentes na época em que se deu a sucessão, conforme os seguintes precedentes
desta Corte, inclusive da SBDI-1:
fls. 13

RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º


11.496/2007. SUCESSÃO TRABALHISTA. CONFIGURAÇÃO. RESPONSABILIDADE
DA EMPRESA SUCESSORA. 1. Cabe à empresa sucessora responder por todos
os débitos trabalhistas dos empregados e ex-empregados da empresa
sucedida. Nesse sentido firmou-se a jurisprudência desta Corte
uniformizadora, segundo a ratio que informa a Orientação Jurisprudencial n.º
261 da SBDI-I, de seguinte teor: "as obrigações trabalhistas, inclusive as
contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco
sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram
transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais,
caracterizando típica sucessão trabalhista". 2. Precedentes. 3. Recurso de
embargos conhecido e provido. ( E-RR - 145440-62.2000.5.19.0005 , Relator
Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 08/06/2017, Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 30/06/2017)

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM


FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
SUCESSÃO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Esta Corte Superior
firmou entendimento segundo o qual, configurada a sucessão de
empregadores, sem demonstração de fraude no processo sucessório, a
responsabilidade pelas obrigações trabalhistas cabe unicamente à entidade
sucessora, nos exatos termos dos artigos 10 e 448 da Consolidação das Leis
do Trabalho. A sucessão de empresas, sob a ótica da legislação trabalhista,
implica transferência da propriedade ou estrutura jurídica, sem, contudo,
afetar os contratos de trabalho e obrigações decorrentes. A lei, visando a
resguardar o direito do trabalhador, responsabiliza o novo titular do
empreendimento pelo cumprimento de todos os direitos oriundos do
contrato de trabalho mantido com o sucedido, ainda que a ruptura tenha
ocorrido anteriormente ao negócio jurídico que operou a sucessão. Nessa
linha é a Orientação Jurisprudencial nº 261 da SBDI-1 do TST, aplicável por
analogia ao caso. Dessa forma, mantém-se o acórdão que determinou a
responsabilidade da terceira reclamada, ora agravante, para o pagamento de
todas as verbas trabalhistas deferidas ao reclamante, sem qualquer limitação
temporal, uma vez que sobejamente comprovada a existência de sucessão
trabalhista. Precedentes. Agravo conhecido e não provido. (Ag-AIRR-1031-
19.2010.5.03.0027, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas, 7ª Turma, DEJT
31/08/2018).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA DA USINA ALTO


ALEGRE S.A. PROCESSO ANTERIOR À LEI 13.467/2017. 1. SUCESSÃO
TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR. JULGAMENTO FORA DOS
LIMITES DA LIDE. NÃO OCORRÊNCIA. A sucessão trabalhista opera uma
assunção plena de direitos e obrigações trabalhistas pelo novo titular da
empresa ou estabelecimento - que passa a responder, na qualidade de
fls. 14

empregador sucessor, pelo passado, presente e futuro dos contratos


empregatícios. Não há qualquer dúvida no tocante a esse efeito jurídico do
instituto sucessório regulado pela CLT. Desta forma, qualquer alteração na
propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afeta o contrato de
trabalho dos seus empregados, tampouco os direitos por eles adquiridos.
Neste sentido o disposto nos artigos 10 e 448 da CLT. Assim, tendo o Tribunal
Regional consignado, de forma contundente, que houve sucessão
empresarial, o que configura a sucessão de empregadores de que tratam os
artigos 10 e 448 da CLT, e uma vez não revelado nenhum intuito fraudulento
na transação, passa o sucessor a responder, de forma exclusiva, pelos
créditos trabalhistas advindos dos contratos de trabalho mantidos tanto no
período anterior como posteriormente à sucessão. Recurso de revista não
conhecido no tema. 2. (...)" (RR-752-75.2011.5.09.0562, Relator Ministro
Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT 23/03/2018.)

RECURSO DE REVISTA. 1 - SUCESSÃO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE


DA EMPRESA SUCESSORA. Tendo sido caracterizada, no caso, a sucessão
trabalhista, na forma dos arts. 10 e 448 da CLT, plausível a responsabilização
exclusiva da empresa sucessora. Precedentes. Recurso de revista não
conhecido. (...) (RR-545-42.2012.5.09.0562, Relatora Ministra Delaíde Miranda
Arantes, 2ª Turma, DEJT 19/12/2017.)

(...). RECURSO DE REVISTA. SUCESSÃO TRABALAHISTA.


RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 1. A sucessão trabalhista enseja a
responsabilidade exclusiva da empresa sucessora pelas obrigações
trabalhistas devidas ao empregado, porquanto, à luz dos arts. 10 e 448 da
CLT, a alteração na estrutura jurídica da empresa não pode afetar seus
direitos adquiridos. 2. Ausente no acórdão regional o registro de fraude na
sucessão ou da incapacidade financeira do sucessor, impõe-se a exclusão da
responsabilidade da Fundação sucedida pelas obrigações trabalhistas
transferidas ao sucessor. Precedentes. 3. Recurso de revista da Primeira
Reclamada de que se conhece e a que se dá provimento. (ARR-81-
18.2011.5.03.0013, Relator Desembargador Convocado: Altino Pedrozo dos
Santos, 4ª Turma, DEJT 01/12/2017)

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI


13.015/2014. SUCESSÃO DE EMPREGADORES. RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA
DA EMPRESA SUCESSORA PELO PAGAMENTO DE VERBAS TRABALHISTAS.
Encontra-se consolidado no âmbito desta Corte o entendimento de que,
havendo sucessão de empregadores, a empresa sucessora responde integral
e exclusivamente pelas verbas trabalhistas. Precedentes. Recurso de revista
não conhecido. (...)" (RR - 823-09.2013.5.09.0562, Relatora Ministra: Maria
Helena Mallmann, Data de Julgamento: 08/11/2017, 2ª Turma, DEJT
17/11/2017).
fls. 15

Ademais, a responsabilidade solidária é possível apenas em


circunstâncias excepcionais de fraude ou absoluta insuficiência econômico-financeira
do sucessor, hipóteses não delineadas no v. acórdão recorrido.
No caso, extrai-se do v. acórdão regional que houve contrato de
arrendamento e consequente sucessão trabalhista, in verbis:

“Comprovado o arrendamento, tem-se que a relação jurídica continuou


a mesma, conservando-se o mesmo objeto, só houve substituição da
titularidade. Portanto, ocorreu a transferência provisória da empresa.
Presente a sucessão trabalhista, na forma dos arts. 10 e 448, da CLT, não
responde a reclamada PAU DE ARARA pelas pretensões trazidas na inicial”.

Portanto, o v. acórdão recorrido está em sintonia com a


jurisprudência desta corte, incidindo, portanto, o óbice do artigo 896, § 7º, da CLT c/c a
Súmula 333/TST a inviabilizar o conhecimento do pleito.
Nesse sentido, nego provimento ao agravo.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal Superior


do Trabalho, por unanimidade, conhecer e negar provimento ao agravo.
Brasília, de de

ALEXANDRE AGRA BELMONTE


Ministro Relator

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