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Converted by convertEPub
Max Fisher
A máquina do caos
1. Capa
2. Folha de Rosto
3. Nota do autor
4. Prólogo: Consequências
5. 1. Presos no cassino
1. O céu vai cair
2. A Galápagos dos Estados Unidos
3. Contra o feed de notícias
4. O efeito cassino
5. O sociômetro
6. O estilingue
7. A maior aventura de suas vidas
6. 2. Tudo é o Gamergate
1. Uma nova era
2. Os revolucionários
3. Trollagens
4. Gamers
5. A maldição Dunbar
7. 3. Abrindo o portal
1. O alarme
2. Os trolls estão vencendo
3. A magia do meme
8. 4. A tirania dos primos
1. A justiça da internet
2. Indignação moral
3. Manadas da humilhação
4. As raposas de Lyudmila
5. The Ramble
9. 5. Despertando a máquina
1. Algoritmificação
2. Filtro-bolha
3. Dez X
4. Esquema sinistro
5. Alertas
10. 6. A casa de espelhos
1. Só o começo
2. O problema do Facebook é o Facebook
3. À procura dos russos
4. Um mundo enlouquecendo
11. 7. Os micróbios e o vento
1. Um grande bem
2. A caixa de fósforos e o palito de fósforo
3. O que impele o Facebook?
12. 8. Os sinos da igreja
1. Ameaça ao status
2. Envenenamento por ironia
3. Superpostadores
4. Desaparecer
13. 9. A toca de coelho
1. O levante do YouTube
2. Unindo a direita
3. Crise e solução
4. O problema Alex Jones
5. O grande despertar
6. Niilismo digital
14. 10. Os novos soberanos
1. Um governo oculto
2. Mestres do universo
3. Convergência
4. Ciberdemocracia
5. CEOs de guerra
6. Consertando um avião durante o voo
15. 11. A ditadura da curtida
1. Presidente YouTube
2. Democracia por algoritmos
3. Dr. YouTube
4. A tubulação
5. Campo de treinamento
16. 12. Infodemia
1. Não abrace um vacinado
2. Roubando e atirando
3. Atrito
4. A Grande Mentira
17. Epílogo
18. Agradecimentos
19. Notas
1. Prólogo: Consequências
2. 1. Presos no cassino
3. 2. Tudo é o Gamergate
4. 3. Abrindo o portal
5. 4. A tirania dos primos
6. 5. Despertando a máquina
7. 6. A casa de espelhos
8. 7. Os micróbios e o vento
9. 8. Os sinos da igreja
10. 9. A toca de coelho
11. 10. Os novos soberanos
12. 11. A ditadura da curtida
13. 12. Infodemia
14. Epílogo: Delatores
20. Autor
21. Créditos
Pontos de referência
1. Capa
2. Página de título
3. Página de Título
4. Dedicatória
5. Preâmbulo
6. Prólogo
7. Epílogo
8. Agradecimentos
9. Notas de fim
10. Notas de rodapé
11. Contribuidores
12. Página de Direitos Autorais.
Nota do autor
Consequências
O alarme
A justiça da internet
Algoritmificação
Só o começo
Um grande bem
Ameaça ao status
O levante do YouTube
Mockingbird
HRC detido, não preso (ainda).
Onde está Huma? Siga Huma.
Não tem nada a ver c/ Rússia (ainda).
PUTA
MERDA!!! OS
DÍGITOS
DE
DEUS!
Alguns insistiram uns com os outros para seguir o
exemplo e, como disse um, “redimir sua nação”.
Meses depois, Fredrick Brennan, fundador e
administrador do 8chan até 2016, informou que o site ia
ser desativado.[74] “Não está fazendo bem nenhum ao
mundo”, disse ele a Kevin Roose, colunista de tecnologia
do New York Times. “É uma coisa totalmente negativa
para todo mundo, fora os usuários ali. E sabe o que
mais? É negativo para eles também. Eles é que não
percebem.”
Em questão de meses, mais duas matanças de
supremacistas brancos foram anunciadas no fórum. Um
usuário de dezenove anos, depois de postar suas
intenções, pegou um AR-15 e cinquenta pentes de
munição e foi para uma sinagoga da Califórnia, onde
atirou em quatro pessoas e matou uma antes de seu fuzil
travar e ele fugir. Depois, um homem de 21 anos em El
Paso matou 23 pessoas em um Walmart, a maioria
latinos. A polícia informou que, antes do ataque, ele
havia postado uma longa mensagem no 8chan
detalhando conspirações de extrema direita e guerra
racial que, ele acreditava, justificavam sua violência.
Apesar de todos os links com o 8chan, quando os
investigadores do governo da Nova Zelândia encerraram
um ano de análise de como transcorrera o massacre de
Christchurch, o maior culpado, segundo indicaram, era o
YouTube.[75] Tarrant havia aprendido na plataforma a
customizar as armas que usara no ataque. Ele tinha
doado dinheiro a youtubers da alt- -right. Nos dias
anteriores ao ataque, deixara a plataforma em
reprodução automática, com os algoritmos rodando de
um vídeo ao seguinte. Quando estava em outros pontos
da internet, seja em grupos do Facebook, seja em fóruns
de gamers, era frequente ele postar links para vídeos de
YouTube da extrema direita.
Os investigadores, citando entrevistas e reconstituições
forenses de seu histórico na internet, concluíram que “o
YouTube era, para o atirador, uma fonte de informação e
inspiração muito mais significativa”[76] do que qualquer
outra plataforma havia sido. Segundo o relatório, o
YouTube era tanto seu lar digital quanto o condutor da
sua radicalização. Quando investigadores interrogaram
moradores a respeito do ataque, eles também
mencionaram o YouTube: seu papel na radicalização da
extrema direita, sua promoção de conteúdo extremista.
Alguns disseram que seu algoritmo tinha inclusive lhes
recomendado o vídeo, supostamente banido, da matança
de Tarrant. Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova
Zelândia, anunciou que, entre as centenas de páginas de
conclusões do relatório, o papel do YouTube em
impulsionar ódio e conspirações havia “se destacado em
particular”. Ela complementou: “É uma questão que
planejo apresentar diretamente à liderança da
plataforma”.[77]
A dezenas de milhares de quilômetros dali, em um
quarto escuro próximo a Dallas, Adam, sem querer, havia
assistido ao tiroteio no 8chan pouco após o ocorrido. “Foi
terrível”, lembrou. “Eu me considero uma pessoa
dessensibilizada e aquele vídeo me deixou horrorizado.”
Era um momento em que Adam estava frágil. Havia
passado anos entre comunidades incel, acompanhando-
as no YouTube e no 8chan conforme elas — e ele — se
afogavam na raiva e na desconfiança. Mas ele havia
conhecido uma jovem num grupo do Facebook, uma
página de compartilhar memes que o algoritmo do
Facebook lhe recomendara. Adam postou uma thread
oferecendo-se para desenhar qualquer pessoa que lhe
enviasse uma foto. A jovem aceitou, mas, quando eles
trocaram informações de contas, ela aproveitou o acesso
para desenhá-lo. A brincadeira o fez baixar a guarda.
Tudo que Adam havia aprendido na internet lhe dizia que
mulheres só difamavam e magoavam gente como ele.
Mas ali estava a prova de que alguém havia olhado para
ele, olhado por querer, com olhos que o tratavam não
como um ser repugnante, mas como alguém bobo e
gentil. Depois de meses de conversa na internet, a jovem
fez uma viagem de três dias para chegar a Dallas. No
início, estavam acanhados um com o outro. “Acho que
levou uns quatro ou cinco dias até a chaleira esquentar”,
disse ele. Mas depois mantiveram contato. Ela começou
a arrancá-lo da toca. Aí aconteceu Christchurch e ele se
cansou.
Pouco tempo depois, Adam procurou a página no
Twitter de Brianna Wu, a programadora de jogos e
ativista que, durante o Gamergate, por anos havia
sofrido intimidações e ameaças. “ei, sei que parece
bobeira”, ele lhe escreveu em mensagem privada, “mas
acho que só queria dizer que uns anos atrás eu era uma
pessoa bem tensa que entrou no bonde do ódio do 4chan
contra você.” Adam foi vago em relação ao que tinha
feito. Mas disse que fora guiado por uma “imensa mente
coletiva” de ódio antifeminista, contra ela e contra
outras, no 4chan e no Facebook. “A coisa mudou e eu
estou torcendo por você e pela sua campanha”,
escreveu, referindo-se à candidatura de Wu ao
Congresso. “Achei que valia a pena te contar para
mostrar meu apoio e que essa gente pode mudar e ser
melhor.”
Wu vinha recebendo cada vez mais mensagens iguais a
essa — de ex-gamergaters que, depois de anos entrando
pelo funil do extremismo online, haviam conseguido
ajuda. “Parece mesmo que eles estão procurando seu
lugar no mundo”, contou ela. “Entendo estar descontente
e dirigir esse ódio contra si mesmo para os outros e
revidar, especialmente quando você é mais novo. Tento
me lembrar de quando tinha vinte e poucos anos. Eu era
um caos.”
Wu respondeu a Adam: “Isso vale um mundo inteiro
para mim, obrigada!”. Depois de algumas mensagens,
ela lhe pediu permissão para tuitar uma imagem da
conversa, com o nome dele apagado. Ele disse que sim,
que esperava que fosse ajudar “outras pessoas com
quem cresci conversando na internet” a mudar. O tuíte
de Wu recebeu umas dez respostas, a maioria positivas.
Provavelmente tenha sido a quarta ou quinta postagem
mais discutida de Wu naquele dia. Mas, para Adam, a
sensação de ratificação foi esmagadora.
“Ver todas as respostas desse print que você
compartilhou me deixou muito feliz”, respondeu ele.
“Não sei se alguma vez já vi tanta gente feliz com uma
coisa que eu disse.”
10. Os novos soberanos
Um governo oculto
Presidente YouTube
Delatores
Prólogo: Consequências
10. Brianna Wu, “I'm Brianna Wu, and I'm Risking My Life
Standing Up to Gamergate”. Daily Dot, 12 fev. 2015.
[ «« ]
12. Leslie Berlin, The Man Behind the Microchip, op. cit.,
p. 194.
[ «« ]
16. Ibid.
[ «« ]
19. Josh Halliday, “Twitter's Tony Wang: ‘We Are the Free
Speech Wing of the Free Speech Party'”. The Guardian,
22 mar. 2012.
[ «« ]
38. Ibid.
[ «« ]
40. Ibid.
[ «« ]
11. Ellen Pao, “The Trolls Are Winning the Battle for the
Internet”. The
Washington Post, 16 jul. 2015.
[ «« ]
13. Ibid.
[ «« ]
2. Ibid.
[ «« ]
14. Ibid.
[ «« ]
18. Id., “The Emotional Dog and Its Rational Tail: A Social
Intuitionist Approach to Moral Judgment”. Psychological
Review, out. 2001.
[ «« ]
21. Ibid.
[ «« ]
39. Ibid.
[ «« ]
43. Id., “The Bird Watcher, That Incident and His Feelings
on the Woman's Fate”. The New York Times, 27 maio
2020.
[ «« ]
2. Ibid., p. 162.
[ «« ]
3. Ibid.
[ «« ]
28. Ibid.
[ «« ]
44. Ibid.
[ «« ]
50. Ibid.
[ «« ]
51. Ibid.
[ «« ]
6. A casa de espelhos
33. Ibid.
[ «« ]
38. Id., “On Trolls and Polls: How Social Media Extremists
and Dissenters Exacerbate and Mitigate Political False
Polarization”. Apresentação na Universidade Wilfrid
Laurier, 2019.
[ «« ]
44. Ibid.
[ «« ]
48. Ibid.
[ «« ]
54. Ibid.
[ «« ]
57. Ibid.
[ «« ]
6. Ibid.
[ «« ]
15. Ibid.
[ «« ]
31. Jennifer Mascia, “In the Years Since the Isla Vista
Shooting, the Incel Subculture Continues to Inspire
Gunmen”. The Trace, 23 maio 2019.
[ «« ]
64. Ibid.
[ «« ]
66. Ibid.
[ «« ]
74. Kevin Roose, “‘Shut the Site Down,' Says the Creator
of 8chan, a Megaphone for Gunmen”. The New York
Times, 4 ago. 2019.
[ «« ]
76. Ibid.
[ «« ]
8. Ibid.
[ «« ]
13. Ibid.
[ «« ]
15. Ibid.
[ «« ]
19. Ibid.
[ «« ]
31. Zeynep Tufekci, Twitter and Tear Gas: The Power and
Fragility of Networked Protest. New Haven: Yale
University Press, 2017.
[ «« ]
64. Ibid.
[ «« ]
65. Elizabeth Dwoskin, Tory Newmyer e Shibani Mahtani,
“The Case against Mark Zuckerberg: Insiders Say
Facebook's CEO Chose Growth Over Safety”. The
Washington Post, 25 out. 2021.
[ «« ]
71. Ibid.
[ «« ]
18. Ibid.
[ «« ]
21. Ibid.
[ «« ]
22. Sheera Frenkel, Ben Decker e Davey Alba, “How the
‘Plandemic' Movie and Its Falsehoods Spread Widely
Online”. The New York Times, 20 maio 2020.
[ «« ]
61. Ibid.
[ «« ]
72. Sheera Frenkel, “The Rise and Fall of the ‘Stop the
Steal' Facebook Group”. The New York Times, 5 nov.
2020.
[ «« ]
73. “Richard Barnett, Arkansas Man Pictured Sitting at
Nancy Pelosi's Desk, Arrested”. Associated Press, 8 jan.
2021.
[ «« ]
91. Ibid.
[ «« ]
93. Robert Evans, “How the Insurgent and MAGA Right Are
Being Welded Together on the Streets of Washington
D.C.”, op. cit.
[ «« ]
114. Ibid.
[ «« ]
119. Ibid.
[ «« ]
Epílogo: Delatores
28. Ben Smith, “Inside the Big Facebook Leak”. The New
York Times, 24 out. 2021.
[ «« ]
Francisco Proner
capa
Daniel Trench
ilustração de capa
Seb Agresti
composição
Jussara Fino
preparação
Cacilda Guerra
índice remissivo (ed. impressa)
Luciano Marchiori
revisão
Ana Maria Barbosa
Gabriela Rocha
Karina Okamoto
versão digital
Antonio Hermida
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Fisher, Max
A máquina do caos : Como as redes sociais reprogramaram nossa mente
e nosso mundo / Max Fisher ; tradução Érico Assis. — 1. ed. — São Paulo :
Todavia, 2023.
Título original: The Chaos Machine : The Inside Story of How Social Media
Rewired Our Minds and Our World
ISBN 978-65-5692-411-3
CDD 302.231
8. “Louco”, em inglês.
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