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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência
e Tutela de Evidência

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Sumário
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela De Evidência............................................. 3
1. Regras Gerais das Tutelas Provisórias.................................................................................... 4
2. Classificação das Tutelas Provisórias. . ................................................................................... 8
2.1. Tutelas de Urgência................................................................................................................ 10
2.2. Tutela de Evidência................................................................................................................ 20
2.3. Tutelas Provisórias Contra a Fazenda Pública. . ................................................................21
3. Enunciados do FPPC sobre Tutelas Provisórias.................................................................. 25
Questões de Concurso.................................................................................................................. 29
Gabarito............................................................................................................................................ 50

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

TUTELAS PROVISÓRIAS: TUTELA DE URGÊNCIA E


TUTELA DE EVIDÊNCIA
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
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Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
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avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
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Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente o tópico “Tutelas Provisórias”, abrangendo todos
seus conceitos e espécies.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema
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Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.

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Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

1. Regras Gerais das Tutelas Provisórias


Genericamente, a tutela provisória é um instituto destinado a outorgar proteção ao bem
jurídico da parte de forma mais rápida. Essa rapidez, às vezes, é necessária para evitar que um
dano maior ocorra.
A tutela diz-se provisória porque terá eficácia até que uma decisão definitiva disponha em
sentido contrário, ou simplesmente dê caráter definitivo à decisão.
A tutela do bem jurídico de forma mais rápida depende da existência de elementos que
tornem o direito provável, e, ainda assim, desde que seja evidenciado que eventual demora no
transcurso do processo pode tornar totalmente ineficaz a tutela jurisdicional do Estado.
Portanto, para evitar que o próprio processo perca sua razão de existir e sua utilidade, a
tutela provisória é concedida à parte que a requerer. Esses são os fundamentos genéricos da
tutela provisória.
A partir da entrada em vigor do Novo CPC, a tutela provisória tornou-se o instituto respon-
sável pela extinção das tradicionais “ações cautelares”, que se destinavam a postular alguma
medida assecuratória de uma prova ou de um direito prévio.
Por sua vez, a tutela provisória não é formulada em ação própria: ela integra os mesmos
autos do processo principal, mesmo que a tutela provisória, em casos específicos, seja formu-
lada antes mesmo da petição inicial (estudaremos esse detalhe de forma mais aprofundada
em seguida).
As tutelas provisórias em espécie são divididas em duas grandes espécies:
• 1) Tutela Provisória de Urgência
• 2) Tutela Provisória de Evidência

 Obs.: Estas duas grandes espécies são, ainda, subdivididas em subespécies tecnicamente
diferenciadas, as quais estudaremos em seguida.

Todas as tutelas provisórias têm alguns requisitos principais para concessão. Veja:
• 1) Tutelas Provisórias de Urgência: FUMUS BONI IURIS e PERICULUM IN MORA – probabi-
lidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, respectivamente.
• 2) Tutela Provisória de Evidência: FUMUS BONI IURIS – probabilidade (evidência) do
direito, exclusivamente.
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Tradicionalmente, a doutrina sempre sustentou que as tutelas provisórias se sujeitam aos


requisitos fumus boni iuris e periculum in mora.
Essa tradição deve ser ressalvada e tratada com cuidado após a entrada em vigor do Novo
CPC, que criou as chamadas Tutelas Provisórias de Evidência, que ainda não existiam de for-
ma expressa no CPC de 1973 (revogado). Esta espécie de tutela provisória, para ser concedi-
da, depende apenas da demonstração de probabilidade do direito (sendo evidente o direito
do autor).
Ademais, todas as tutelas provisórias observam o Princípio da Fungibilidade. Este princí-
pio é a base jurídica que permite ao juiz conhecer de uma tutela provisória seguindo as regras
aplicáveis à correta espécie de tutela provisória requerida, mesmo que a parte tenha nomeado
a tutela provisória com o nome de uma espécie que não se aplica ao contexto narrado pela
parte requerente da tutela.

EXEMPLO
A parte narra um contexto pedindo, expressamente, concessão de tutela provisória cautelar,
mas o juiz, ao analisar todas as questões, verifica que se trata, na verdade, de tutela provisória
antecipada.
Nessa situação, o juiz pode conceder a tutela provisória antecipada, que é a correta, mesmo
que a parte tenha pedido a tutela errada.

Agora, abordaremos as disposições gerais do CPC que tratam genericamente das tutelas
provisórias, com necessários apontamentos.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

Este artigo é abordado no próximo capítulo desta aula (da classificação das tutelas
provisórias).

Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.

No processo civil, o ajuizamento da ação já carrega consigo o ônus de pagamento de cus-


tas processuais. Todavia, eventual formulação de pedido de tutela provisória, quando reque-
rida incidentalmente (tutela provisória postulada pela parte juntamente ou após a formulação
do pedido principal), pode ser realizada sem pagamento de quaisquer despesas processuais.

A tutela provisória requerida em caráter antecedente, por sua vez, depende do pagamento
de custas, porque dá início ao procedimento (por ser antecedente, ainda não existe o pedido
principal.

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O art. 308, caput, diz que a formulação do pedido principal, após a tutela requerida em cará-
ter antecedente, não dependerá do adiantamento de “novas custas processuais”. Portanto, as
custas são pagas quando do requerimento da tutela de caráter antecedente.
A isenção de custas aplica-se somente à tutela provisória requerida em caráter incidental (no
meio do processo).

Para lembrar:

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia duran-
te o período de suspensão do processo.

Como regra geral, a tutela provisória, quando concedida, produz efeitos até a sentença
definitiva. A sentença definitiva poderá confirmar a tutela provisória, dando-lhe caráter defini-
tivo (deixando, portanto, de ser provisória), ou, ainda, revogá-la, caso em que (agora sim) ela
perderá seus efeitos.
Ademais, a revogação ou a modificação da tutela provisória pode ocorrer a qualquer tem-
po, a critério do juiz, especialmente quando algum de seus pressupostos materiais (fumus
boni iuris e periculum in mora) desaparecerem.

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber.

Com certa frequência, as tutelas provisórias deferidas pelo juiz criam obrigações de fazer ou
de não fazer (parar a construção de uma obra, permitir que uma pessoa frequente certo lugar etc.).
Conforme o art. 536, § 1º, do CPC, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a im-
posição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de
obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial.

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A imposição de multa é a medida mais frequentemente, dentre as medidas ali listadas.


Dessa forma, a parte pode requerer a aplicação destas medidas mediante pedido de cum-
primento provisório de sentença, muito embora a decisão que concede a tutela provisória seja
tecnicamente uma decisão interlocutória.

Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará
seu convencimento de modo claro e preciso.

A clareza e a precisão da decisão judicial que verse sobre tutela provisória (deferindo-a
ou indeferindo-a) são características aliadas à necessidade de fundamentação das decisões
judiciais.
As partes têm o direito de conhecer as razões fáticas e jurídicas que levaram o juiz à sua
conclusão sobre o (in)deferimento da tutela provisória requerida. Tais razões podem, inclusive,
ser objeto do recurso de agravo de instrumento (art. 1.015, inciso I, CPC), eis que se está diante
de decisão interlocutória.
Logo, a adequada fundamentação da decisão concessiva ou denegatória da tutela provi-
sória possibilitará o enfrentamento técnico e específico das questões em eventual agravo de
instrumento.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo com-
petente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e
nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.

Quanto a tutela provisória for de caráter incidental (ou incidente), já haverá um processo
em curso. Portanto, o juiz competente para apreciar o respectivo pedido será o próprio juiz
atuante no processo.
Contudo, diante de pedidos de tutelas provisórias de caráter antecedente, ainda não exis-
tem pedidos principais. Portanto, a regra de competência a ser observada será aquela aplicá-
vel à pretensão principal, de acordo com os critérios e parâmetros dos arts. 42 e seguintes do
CPC, bem como de acordo com as competências estabelecidas na Constituição Federal.

EXEMPLO
Tutela provisória de caráter antecedente pertinente a uma pretensão de direito pessoal deverá
ser formulada na Justiça Estadual, no foro de domicílio do réu (regra aplicável à pretensão prin-
cipal – art. 46 do CPC).

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Trataremos, abaixo, das regras fundamentais à classificação das tutelas provisórias espe-
cíficas que existem no direito brasileiro:

2. Classificação das Tutelas Provisórias


A classificação das tutelas provisórias em espécie é disposta no art. 294 do CPC,
que enuncia:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

Desse artigo, decorrem cinco tipos de tutela provisória:


• 1) TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR ANTECEDENTE
• 2) TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR INCIDENTE
• 3) TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE
• 4) TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA INCIDENTE
• 5) TUTELA DE EVIDÊNCIA

Embora tenham suas diferenças técnicas, todas essas cinco espécies têm um ponto em
comum: são resolvidas em sede de cognição sumária.

Afinal de contas, professor, o que é cognição sumária?

Caro(a) aluno(a), para esclarecermos este conceito, devo diferenciar para você cognição
sumária de cognição exauriente.
• COGNIÇÃO EXAURIENTE: É a conclusão tida pelo juiz após toda a instrução processual,
no momento de sua decisão definitiva de mérito. Trata-se do conhecimento (cognição)
do mérito do processo quando toda e qualquer prova possível já foi produzida, e todas
as manifestações possíveis já foram feitas ou, pelo menos, oportunizadas às partes.
• COGNIÇÃO SUMÁRIA: É a conclusão tida pelo juiz antes da fase de instrução, no mo-
mento em que a parte pede a concessão da tutela provisória, somente com base nos
elementos trazidos pela parte que requer a tutela. O conhecimento do mérito do proces-
so, nesse caso, é sumário (a discussão das questões levantadas ainda não se exauriu).

Ademais, antes de conceituarmos cada uma das cinco espécies, ainda é necessário conhe-
cer as diferenças básicas entre tutela cautelar e tutela antecipada, e também as diferenças
entre tutela antecedente e tutela incidente.

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• TUTELA CAUTELAR: É a tutela postulada pela parte que pretende evitar que certo dano
ocorra, ou evitar a perda ou a deterioração considerável de um direito que ela pretende
proteger por meio da ação judicial.
− A repetição do verbo “evitar” é proposital. A tutela cautelar embasa-se na prevenção à
destruição de direitos ou de meios de provar os direitos, em face de um risco concreto
de destruição.
− De acordo com o art. 301 do CPC, a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto con-
tra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
• TUTELA ANTECIPADA: É a tutela postulada pela parte que pretende o adiantamento de
um direito cuja existência ela tentará provar ao longo do processo. Grosso modo, a tu-
tela antecipada é a “antecipação” de um direito que a parte postulará no processo. Tra-
ta-se de receber tal direito antes de a sentença definitiva declarar que a parte o possui.
É por isso que a tutela antecipada também é chamada pelo nome de tutela satisfativa,
pois proporciona a satisfação adiantada do direito.
− Conforme o art. 300, § 3º, do CPC, a tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Portanto, se eventual adiantamento do direito reclamado puder, em algum grau de
possibilidade, ser irreversível (de impossível desfazimento posteriormente), a tutela
antecipada não será concedida.

Passadas as diferenças entre tutela cautelar e antecipada, veja, abaixo, as diferenças entre
tutela concedida em caráter antecedente ou incidental:
• TUTELA ANTECEDENTE: É a tutela provisória postulada pela parte antes mesmo da for-
mulação do pedido principal. Basicamente, é a tutela provisória requerida antes da peti-
ção inicial. As espécies de tutela provisória que possuem caráter antecedente são muito
assemelhadas à antiga “ação cautelar”, que era ajuizada antes da “ação principal”.

 Obs.: O requerimento de tutela provisória de caráter antecedente (antes do pedido principal)


nunca ocorrerá em autos separados dos principais. Assim que a parte tiver condições
de apresentar o pedido principal (tutela final), ela o fará nos mesmos autos da tutela
provisória de caráter antecedente.
 Em todo caso, a tutela provisória e a tutela final serão processadas nos mesmos autos.

• TUTELA INCIDENTE (ou INCIDENTAL): É a tutela provisória postulada pela parte junta-
mente ou após a formulação do pedido principal. A petição inicial já foi formulada e pro-
tocolada ao tempo do requerimento da tutela incidental. Comumente, o pedido de tutela
provisória incidental é formulado na própria petição inicial. Basta que a tutela provisória
seja requerida juntamente ou depois a petição inicial para que seja classificada como
de caráter incidental.

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Para ajudá-lo a visualizar essas diferenças, apresento a seguinte ilustração:

Agora, conseguiremos trabalhar diretamente com cada uma das cinco espécies.

2.1. Tutelas de Urgência


Passados os pontos teóricos, trataremos, agora, das disposições gerais sobre as tutelas
provisórias de urgência constantes do CPC, com necessários apontamentos:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabi-
lidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Aqui estão os dois grandes pilares da tutela de urgência: FUMUS BONI IURIS e PERICULUM
IN MORA – probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,
respectivamente.
• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam a
crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente. Trata-se
de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado, embora
possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida, é pos-
sível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha tramitado
inutilmente.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução
ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

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A efetivação da tutela provisória pode causar danos à parte contrária, certo? Por isso, é
faculdade do juiz (poder, e não dever) exigir uma garantia (caução) da parte que pede a con-
cessão de tutela provisória.

 Obs.: Se a parte requerente da tutela provisória for economicamente hipossuficiente (caren-


te/pobre), o juiz poderá deixar de exigir essa garantia, mesmo que ele entendesse
devida, tendo em vista o dano que a parte contrária pode vir a sofrer por causa da con-
cessão da tutela provisória.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

Concessão liminar ocorre quando o juiz fica convencido da necessidade da tutela provisó-
ria, pela simples leitura dos fundamentos fáticos e jurídicos apresentados.
Já a concessão após justificação prévia ocorre quando o juiz precisa de mais alguma
manifestação da parte requerente para ficar convencido da necessidade da tutela provisória.
A justificação prévia pode ocorrer mediante manifestação nos próprios autos ou, ainda, em
audiência de justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irre-
versibilidade dos efeitos da decisão.

A regra deste parágrafo será oportunamente abordada no subcapítulo próprio da tutela de


urgência antecipada.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

A regra deste parágrafo será oportunamente abordada no subcapítulo próprio da tutela de


urgência cautelar.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível.

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Este artigo institui a responsabilidade objetiva da parte requerente da tutela provisória de


urgência pelos danos causados à parte contrária por causa da concessão dessa tutela.

 Obs.: A responsabilidade objetiva impõe que o agente causador do dano indenize a parte
contrária pelo dano, independentemente da existência de culpa. São suficientes o nexo
causal e o dano para que o agente causador do dano indenize a pessoa prejudicada.

Se a sentença definitiva for desfavorável à parte que aproveitou tutela provisória de urgên-
cia, por decidir o mérito de forma melhor para a parte contrária (inclusive revogando a tutela
provisória), a parte requerente da tutela provisória de urgência responderá, independentemen-
te de culpa, por todos os danos que a parte contrária sofreu.
Além da hipótese de sentença definitiva desfavorável (inciso I), a mesma lógica se aplica a
todas as outras causas de cessação da tutela provisória de urgência (incisos II a IV).
Se ficar reconhecido que o direito pleiteado e tutelado provisoriamente estava prescrito ou
caduco (decaído), o autor responderá objetivamente por todos os danos sofridos pela parte
contrária, que se obrigou a tomar medidas em favor de um direito não mais exigível (prescrito)
ou não mais existente (caduco/decaído).
Cessada a tutela provisória de urgência, a parte contrária será indenizada por todos os da-
nos que ela sofreu por conta dessa tutela, mesmo que não tenha havido culpa da outra parte.
A irrelevância da culpa é inerente à responsabilidade objetiva.
A parte que requerer a concessão da tutela provisória antecedente (cautelar ou anteci-
pada) deverá fornecer os meios necessários para a citação do requerido (parte contrária) no
prazo de 5 (cinco) dias.
Se a citação da parte contrária não for viabilizada no prazo de 5 dias, a tutela provisória
antecedente terá seus efeitos cessados, e a parte que a requereu deverá responder por todos
os danos sofridos pela parte contrária.

Cuidado: esta regra da citação em 5 dias somente se aplica às tutelas provisórias de caráter
antecedente, e não às de caráter incidental. Afinal de contas, se a tutela provisória fosse de
caráter incidental (durante o processo), a citação já teria ocorrido.

2.1.1. Tutela de Urgência Cautelar Antecedente

A tutela de urgência cautelar antecedente é disciplinada nos arts. 305 a 310 do CPC. Abai-
xo, apresentarei os referidos dispositivos, com pertinentes comentários e associações.

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.

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Como vimos, a tutela provisória formulada em caráter antecedente ocorre antes do pedido
principal. Portanto, nesta petição, a parte enfocará o pedido de tutela cautelar, narrando as
circunstâncias fáticas que demonstrem a estrutura da lide (conflito) de forma que suficiente-
mente mostre o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No parágrafo único está insculpido o antes mencionado Princípio da Fungibilidade. Se o
juiz entender que a tutela provisória correta é, na verdade, de uma espécie diferente da reque-
rida pela parte, o juiz concederá a tutela provisória correta, desde que todos os pressupostos
da tutela provisória correta estejam presentes no requerimento.

Conforme o art. 302, inciso II, do CPC, a parte que requerer a concessão da tutela provisória
antecedente (cautelar ou antecipada) deverá fornecer os meios necessários para a citação do
requerido (parte contrária) no prazo de 5 (cinco) dias.
Se a citação da parte contrária não for viabilizada no prazo de 5 dias, a tutela provisória ante-
cedente terá seus efeitos cessados, e a parte que a requereu deverá responder por todos os
danos sofridos pela parte contrária.
Cuidado: esta regra da citação em 5 dias somente se aplica às tutelas provisórias de caráter
antecedente, e não às de caráter incidental.

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas
que pretende produzir.

Pelo fato de a tutela cautelar de caráter antecedente ser naturalmente formulada antes do
pedido principal, haverá necessidade de citação do réu. A citação, neste momento, produzirá
todos os efeitos do art. 240 do CPC: interrupção do prazo prescricional, transformação da coi-
sa envolvida em objeto litigioso etc.
A contar de sua citação efetiva, o réu deverá contestar o pedido de tutela provisória cau-
telar, no prazo de 5 dias. A contestação, neste momento, deve referir-se ao pedido de tutela
cautelar, e não ao pedido principal.

 Obs.: O máximo que o réu poderá alegar na contestação, além da defesa em face da tutela
cautelar, são as questões preliminares do art. 337 do CPC: incompetência do juízo,
conexão, continência, perempção etc.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo
réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Perceba que, neste caso, os efeitos da confissão ficta restringem-se aos fatos atrelados
ao pedido de tutela de urgência cautelar. Não se trata, aqui, da confissão ficta abrangente de-
corrente da falta de contestação. A confissão abrangente só pode ser verificada diante dos
pedidos principais, quando o réu não os contesta.

EXEMPLO
Se o requerente da tutela cautelar justifica que o requerido (réu) ameaça destruir certas
provas, e o réu não contestar o pedido de tutela cautelar, serão considerados verdadeiros
estes fatos (intenção de destruir provas), mas nenhum efeito incidirá sobre a relação jurídi-
ca como um todo, que será discutida somente depois de apresentada a petição inicial com
todos os pedidos.

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou
de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova
citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

Considerando-se que a tutela cautelar em caráter antecedente é pedida antes da petição


inicial completa, o requerente terá o prazo de 30 DIAS para protocolar a petição inicial, com
todos os pedidos principais.

De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive quando a parte perder o prazo de 30 dias para apresentar os pedidos
principais – art. 309, inciso I), o requerente da tutela responderá objetivamente (independen-
temente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por causa da concessão da tutela
provisória.

O PULO DO GATO
Se a parte optar por formular o pedido de tutela juntamente com a petição, a tutela provisória
passará a ter caráter incidental (§ 1º). Neste caso, haverá somente uma citação: para partici-
par de audiência de conciliação e mediação (§ 3º). Neste caso, não havendo acordo, será con-
tado o prazo de 15 dias para apresentação de contestação a todos os pedidos (tanto da tutela
provisória quanto da tutela final).

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Tendo em vista que a tutela provisória em caráter antecedente é postulada com narrativa
mais resumida (mais enfocada nos argumentos que demonstram o cabimento da tutela pro-
visória), é facultado a ela expor as demais razões fáticas e jurídicas (causas de pedir próxima
e remota) pertinentes aos pedidos principais. A isto, denomina-se aditamento da causa de
pedir (§ 2º).

 Obs.: Causa de pedir próxima é o dispositivo legal/constitucional/normativo em que se


baseia a parte para formular seu pedido. Causa de pedir remota é o fato ocorrido no
mundo concreto que levou a parte a postular o respectivo pedido.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:


I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte reno-
var o pedido, salvo sob novo fundamento.

De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive as hipóteses dos incisos deste artigo), o requerente da tutela respon-
derá objetivamente (independentemente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por
causa da concessão da tutela provisória.

Ademais, se a tutela provisória concedida tiver seus efeitos cassados, a parte não poderá
pedir, novamente, a mesma tutela provisória, a não ser que as razões fáticas e/ou jurídicas do
novo pedido sejam diferentes, e totalmente independentes das razões que embasaram a con-
cessão da primeira tutela provisória cuja eficácia cessou.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência
ou de prescrição.

Toda tutela provisória é concedida com fundamento em cognição sumária, isto é, com
base na conclusão tida pelo juiz antes da fase de instrução, quando a parte pede a concessão
da tutela provisória, somente com base nos elementos trazidos pela parte que requer a tutela.
É o que se chama de decisão interina.
Dessa forma, nada impede que o mesmo pedido seja, em cognição exauriente (após todo
o deslinde do processo), deferido pelo juiz. O único empecilho para que a tutela provisória
não fosse concedida era o de que o direito postulado, naquele primeiro momento, ainda não
era provável, ou, embora fosse provável, não existia perigo de dano ou risco ao resultado útil
do processo.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

2.1.2. Tutela de Urgência Cautelar Incidente

A tutela de urgência cautelar incidental não possui um procedimento especificamente de-


lineado no CPC, razão que tem afastado este instituto da cobrança direta em provas. Desse
modo, o procedimento normal previsto em lei para o processo principal será seguido: procedi-
mento comum ou procedimento especial, a depender do objeto da ação.
Se a tutela cautelar for requerida antes da audiência de instrução e julgamento, poderá o juiz
dar prazo à parte contrária para que se manifeste sobre o requerimento, no prazo que conceder.
Pelo fato de a tutela cautelar ser postulada no curso do processo em que já estão deduzi-
dos os pedidos principais, não se aplicam os efeitos da confissão no caso de a parte contrária
nada dizer acerca da tutela requerida.
Se, todavia, a tutela cautelar for requerida no curso da audiência, a parte contrária deverá
se manifestar de imediato, a menos que a complexidade dos fundamentos exija prazo para
manifestação formal no processo.

2.1.3. Tutela de Urgência Antecipada Antecedente

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

Primeiramente, recomendo que grave esta palavras-chave, caso seja adepto ao estudo
com mnemônicos:

DICA
Urgência conTemporÂneA à propositura da ação – Tutela An-
tecipada Antecedente (T.A.A.)

§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:


I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será ex-
tinto sem resolução do mérito.

O autor terá 15 dias para complementar (aditar) a sua petição inicial, incluindo os pedidos
da tutela final, com todos seus documentos pertinentes.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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Se o autor perder este prazo, o processo será extinto sem resolução do mérito.

 Obs.: Conforme o art. 309, inciso III, a extinção do processo sem resolução do mérito é causa
de cessação dos efeitos da tutela provisória. Ademais, de acordo com o art. 302, inciso
III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer hipótese legal (como no
caso de a parte deixar de aditar a petição inicial com os demais pedidos), o requerente
da tutela responderá objetivamente (independentemente de culpa) pelos danos cau-
sados à parte contrária por causa da concessão da tutela provisória.

No caso específico da Tutela Antecipada Antecedente (que ora estamos comentando), o


juiz pode, se entender necessário, dar um prazo maior que 15 dias, a seu critério (§ 1º, inciso I).
Depois do aditamento (complementação) dos pedidos pelo autor, o réu será citado para
participar de audiência de conciliação e mediação (§ 3º). Neste caso, não havendo acordo,
será contado o prazo de 15 dias para apresentação de contestação a todos os pedidos (tanto
da tutela provisória quanto da tutela final).

§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais.

Para revisar:
• A tutela provisória de caráter incidental (formulada no meio do processo ou juntamente
com a petição inicial) é isenta de custas.
• A tutela provisória de caráter antecedente, por sua vez, por ser formulada antes mes-
mo da apresentação de petição inicial, depende do pagamento de custas processuais.
Neste caso, quando o autor fizer o aditamento para acrescentar os pedidos finais, ele
não precisará pagar novas custas, pois já as pagou quando do requerimento da tutela
provisória de caráter antecedente.

§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

É a lógica comum do procedimento: quando o autor apresentar os pedidos completos (pe-


tição inicial completa, com aditamento), deverá nela constar o valor da causa, atendendo aos
critérios do art. 292 do CPC, levando-se em conta todos os pedidos de tutela final, inclusive.

§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput
deste artigo.

O juiz, ao ler a petição inicial sem pedidos principais e com causa de pedir limitada, estará
tendente a extinguir o processo sem resolução do mérito por inépcia, concorda? Portanto, deve
a parte sinalizar ao juiz que o simples requerimento da tutela antecipada e a mera indicação do
pedido da tutela final (tutela principal) estão sendo apresentados de modo que a petição seja
processada nos termos do art. 303 do CPC.
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Neste caso, o juiz reconhecerá o regime especial de processamento da petição e não a


extinguirá, nem determinará sua emenda.

§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicio-
nal determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.

Não sendo convencido de que o contexto vivenciado pelo requerente da tutela contém
direito provável ou perigo de dano, o juiz determinará que ele emende a petição da tutela em 5
dias. Não sendo emendada, o processo será extinto sem resolução do mérito, e a tutela provi-
sória, indeferida.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que
a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extin-
gue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do
§ 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efei-
tos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por
uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

Você já sabe de que a tutela antecipada é formulada antes da pretensão principal. Agora,
acompanhe:
Se a tutela provisória de urgência antecipada for deferida, e o réu não interpuser agravo de
instrumento, a decisão proferida em sede de tutela antecipada será tornada estável, isto é, du-
rará por todo o tempo, enquanto ninguém solicitar sua invalidação, reforma ou revisão (§ 3º).
Ademais, depois do transcurso do prazo recursal sem a interposição de agravo de instru-
mento, o processo será extinto. Por óbvio, se o réu interpuser o agravo, o processo prosseguirá
até o julgamento do recurso, ao menos.
A invalidação, reforma ou revisão pode ser requerida por qualquer das partes, e não so-
mente pela desfavorecida. É perfeitamente possível que o autor requeira a revisão da tutela
antecipada, de modo que seus efeitos se tornem mais favoráveis a ele (§ 2º).

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Logo de início, tenha em mente que a estabilização da tutela provisória de urgência somente
se aplica à tutela de urgência antecipada.
A tutela cautelar, por sua vez, não pode ser estabilizada, uma vez que a estabilidade da decisão
é incompatível com sua natureza de evitar danos imediatos. É o entendimento fixado no Enun-
ciado n. 420 do FPPC: “Não cabe estabilização de tutela cautelar.”.

Existe, ainda, outro detalhe que merece sua atenção, por poder ser envolvido em pegadi-
nhas de prova. Confira o entendimento constante do Enunciado n. 421 do FPPC: “Não cabe
estabilização de tutela antecipada em ação rescisória.”.
Você já sabe de que a estabilização somente se aplica à tutela antecipada. Agora, você
precisa conhecer a exceção: em ações rescisórias (desconstituição de decisões de mérito
transitadas em julgado), é impossível a estabilização da tutela antecipada.

O PULO DO GATO
Como regra geral, somente a tutela antecipada é sujeita à estabilização, pela ausência de im-
pugnação mediante recurso.
Em ações rescisórias, não cabe estabilização de nenhuma tutela provisória, quer antecipada,
quer cautelar.

Agora, chamo sua atenção para a lógica do § 5º. Ele institui um prazo decadencial para o
direito de requerer revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada estabilizada. Tal prazo
é de dois anos. Após este prazo, não pode mais ser feito tal requerimento.
O § 6º, logo em seguida, dispõe que a tutela antecipada estabilizada não faz coisa julgada.
Diante disso, imagino que você possa estar se perguntando o seguinte:

Professor, se depois de dois anos a tutela antecipada estável não pode mais ser objeto de
requerimento de reforma, como seria possível o seu desfazimento?

É isto que explicarei agora, caro(a) aluno(a). O prazo de dois anos aplica-se exclusivamen-
te ao direito de ajuizar ação em que se requeira tão somente a reforma da tutela antecipada.
Este prazo não impede o ajuizamento da ação principal, com os pedidos de tutela final, de
modo a buscar uma decisão judicial diferente e mais completa.
Neste caso, a cognição exauriente (realizada em sentença de mérito ou acórdão) é natural-
mente capaz de substituir a decisão proferida em sede de cognição sumária, mesmo que esta
tenha sido estabilizada no tempo.
Portanto, a coisa julgada material somente é produzida pela decisão de mérito (sentença
ou acórdão) que realize juízo de cognição exauriente.

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2.1.4. Tutela de Urgência Antecipada Incidente

A tutela de urgência antecipada incidental também não possui um procedimento especifi-


camente delineado no CPC.
Portanto, aplica-se a esta espécie de tutela provisória a mesma lógica da tutela de urgência
cautelar incidental, abordada no subcapítulo n. 2.1.2. Os momentos de requerimento das tute-
las incidentais, bem como suas consequências, são iguais.
A única diferença entre estas duas espécies de tutela provisória reside no objeto da tutela:
• A antecipada é a tutela postulada pela parte que pretende o adiantamento de um direito
cuja existência ela tentará provar ao longo do processo.
• A cautelar é a tutela postulada pela parte que pretende evitar que certo dano ocorra, ou
evitar a perda ou a deterioração considerável de um direito que ela pretende proteger por
meio da ação judicial.

2.2. Tutela de Evidência


A tutela de evidência é uma modalidade de tutela provisória criada pelo Novo CPC. Trata-
-se de uma tutela provisória cuja concessão é condicionada a um único pressuposto material:
probabilidade (evidência) do direito, o clássico fumus boni iuris, tão somente.
Com rigor, seria possível afirmar que um direito “evidente” é ainda mais certo do que um
direito “provável”.
Aqui, não importa se eventual demora do processo pode causar dano a alguém ou prejuízo
ao resultado útil do processo. É por isso que o pressuposto material “periculum in mora” não
existe nas tutelas de evidência.
Abaixo, apresento o art. 311 do CPC, o único a tratar da tutela de evidência:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firma-
da em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Ainda discutem na doutrina se esse rol é exemplificativo ou taxativo. Se fosse exemplifica-


tivo, o juiz poderia conceder tutela de evidência sempre que a parte a requeresse e demons-
trasse a evidência de seu direito. Já se fosse interpretado como taxativo, os juízes só poderiam
conceder a tutela de evidência com base em um dos incisos acima.

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Enquanto não solucionada essa divergência, as bancas estão se atendo a cobrar as hipó-
teses de tutela de evidência expressamente previstas no CPC (incisos I a IV), bem como quais
são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente (incisos II e III).
Decidir “liminarmente” nada mais é que decidir sem necessidade de manifestação prévia do
autor ou do réu. Trata-se da clássica decisão judicial inaudita altera parte (sem oitiva prévia da
parte contrária). O exercício do contraditório, no caso de decisão liminar, é diferido (postergado).
Para você memorizar quais são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente em
sede de tutela de evidência, apresentarei as seguintes dicas:
• 1) Os incisos I e IV (que não são hipóteses de decisão liminar) envolvem atuação efetiva
do réu antes da tutela de evidência.
− 1.1.) Para que a tutela de evidência seja concedida com base no inciso I, deve ter
ocorrido, anteriormente, manifestação do réu, para que o abuso do direito de defesa
ou o manifesto propósito protelatório do réu sejam identificados, e a tutela de evidên-
cia seja concedida.
− 1.2.) Para que a tutela de evidência seja concedida com fundamento no inciso IV,
deve o réu já ter apresentado sua contestação, e não ter se fundado em prova capaz
de gerar dúvida razoável.
• 2) Os incisos II e III são restritos ao pedido em si ou à prova apresentada pelo autor, sem
qualquer participação prévia do réu.

Conclusão: se a decisão liminar só é possível antes da manifestação do réu, são hipóteses


em que a tutela de evidência será cabível liminarmente as seguintes:

II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firma-
da em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

 Obs.: A tutela de evidência não possui aquela subdivisão em “cautelar” ou “antecipada”. É


tão somente “tutela de evidência”.

2.3. Tutelas Provisórias Contra a Fazenda Pública


É perfeitamente possível que alguém requeira a concessão de tutela provisória contra a
Fazenda Pública, seja ela de urgência ou de evidência, em quaisquer de suas subespécies.
No entanto, existem algumas particularidades no que toca à tutela provisória em face da Fa-
zenda Pública. Até 09 de junho de 2021, havia pretensões que, por sua natureza, impediam a con-
cessão de tutela provisória em face da Fazenda Pública. Confira o que dispõe o art. 1.059 do CPC:

Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a
4º da Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009.

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Acompanhe: o art. 1º da Lei n. 8.437/1992 dispõe:

Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em
quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

Até o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 4296, em 09 de junho de


2021, era proibida a concessão de tutela provisória, em mandado de segurança, nestas hipóte-
ses (art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016/2009 – Lei do Mandado de Segurança):
1) Compensação de créditos tributários;
2) Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
3) Reclassificação ou equiparação de servidores públicos;
4) Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Na ADI n. 4296, o STF declarou inconstitucional o § 2º do art. 7º da Lei do Mandado de Se-
gurança (12.016/09). Nesta ADI, foi vencedora a seguinte tese: “É inconstitucional ato norma-
tivo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental” (Informativo
n. 1.021 do STF, de 18 de junho de 2021).
A referida tese é oriunda do voto do Ministro Alexandre de Moraes, que, inicialmente diver-
gente, tornou-se vencedor.
Segundo o voto do Min. Alexandre, o ordenamento jurídico já prevê medidas de contracau-
tela para a tutela provisória (medida liminar): a lei já faculta ao juiz, em cada caso concreto,
exigir “caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurí-
dica” (art. 7º, inciso III).
Inclusive, cabe destacar que, na ADI 4296, também houve a declaração de constitucionali-
dade do art. 7º, inciso III da Lei do Mandado de Segurança.
Logo, devemos entender o seguinte: não é compatível com a Constituição Federal nenhuma
lei ou ato normativo que restrinja a possibilidade de o juiz conceder tutela provisória, uma vez
que, em cada caso concreto, caberá ao juiz analisar os pressupostos objetivos da medida (fumus
boni juris e periculum in mora) e exigir as medidas de contracautela (caução, fiança, depósito
etc.) necessárias à reparação de eventual dano decorrente da concessão da tutela provisória.
Em síntese, a concessão, ou não, de tutela provisória, por integrar juízo de cognição sumária
do magistrado, é matéria reservada ao exercício da jurisdição. A restrição, pela via legislativa, de
concessão de liminar em determinadas hipóteses configura, reflexamente, empecilho à prestação
jurisdicional. Afinal, do contrário, estaria o juiz impedido de tutelar um direito líquido e certo, ape-
nas porque a reparação da violação contrariaria interesses de pessoas jurídicas de direito público.

Por se tratar de tema objeto de jurisprudência recente do STF, prepare-se para enfrentá-lo em
sua prova!

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Por ter o STF declarado inconstitucionais as hipóteses de proibição de tutela provisória em


face da Fazenda Pública nos mandados de segurança, certamente a ratio decidendi (razão de
decidir) atinge a interpretação do art. 1.059 do CPC e dos arts. 1º a 4º da Lei n. 8.437/1992.
Veja o que dispõe, exatamente, o art. 1º da Lei n. 8.437/1992:

Art. 1º Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou
em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

Se as hipóteses de proibição de medida liminar aplicáveis às ações em geral são, pela lei,
exatamente as mesmas das ações de mandado de segurança, automaticamente deixam de
existir tais vedações nas ações em geral, uma vez que declaradas inconstitucionais as veda-
ções aplicáveis às ações de mandado de segurança.
É importante registrar que o art. 2º da Lei n. 8.437/1992 é parcialmente inconstitucional
por arrastamento, porque, na ADI n. 4296, o STF também declarou inconstitucional um dispo-
sitivo da Lei do Mandado de Segurança que tem redação quase idêntica.
Explico.
O § 2º do art. 22 foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI n. 4296, em sessão plená-
ria realizada em 09 de junho de 2021. Tal dispositivo apresenta esta redação:

Art. 22, § 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de
72 (setenta e duas) horas.

Ao mesmo passo, o art. 2º da Lei n. 8.437/1992 dispõe o seguinte:

Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando
cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.

Até o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4296, pedidos de tutela provi-


sória formulados em Mandados de Segurança Coletivos somente podiam ser deferidos após
o efetivo contraditório da Procuradoria do ente público eventualmente envolvido na lide. Trata-
va-se de norma especificamente direcionada às pessoas jurídicas de direito público (Adminis-
tração Direta, Autárquica e Fundacional).
Nessa ADI, foi vencedora a seguinte tese: “É inconstitucional ato normativo que vede ou
condicione a concessão de medida liminar na via mandamental” (Informativo n. 1.021 do STF,
de 18 de junho de 2021).
A exemplo do que se entendeu a respeito do § 2º do art. 7º, o § 2º do art. 22 criava restri-
ção à concessão de tutela provisória em mandado de segurança coletivo: não permitia que o
juiz, em cognição sumária, ainda que em decisão fundamentada, concedesse tutela provisória
de forma liminar e inaudita altera parte (sem a oitiva da parte contrária, que, no caso, seria a
pessoa jurídica de direito público).
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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Criar condições para que o juiz conceda tutela provisória é, na prática, restrição da presta-
ção jurisdicional. Se o juiz entender pela existência dos pressupostos objetivos da tutela provi-
sória (fumus boni juris e periculum in mora) e tiver fundamentação adequada para justificar a
concessão de medida liminar sem a prévia oitiva da parte contrária, será prerrogativa funcional
do juiz conceder a medida (em outras palavras, será “direito” do juiz). Eventual irresignação da
parte prejudicada deve ser veiculada no meio de impugnação cabível (agravo de instrumento –
art. 7º, § 1º), ocasião em que poderá requerer, a seu critério, efeito suspensivo (art. 15).
O art. 2º da Lei n. 8.437/1992 ainda cita que tal condição se aplicaria a tutelas provisórias
requeridas em ações civis públicas. A tese do STF refere-se, expressamente, à “via manda-
mental”. O mandado de segurança, a exemplo dos demais remédios constitucionais, insere-se
na via mandamental, pois o descumprimento de medidas determinadas pelo juiz no respectivo
processo configura crime de desobediência.
Portanto, até o momento, não é possível afirmar seguramente que a necessidade de oitiva
prévia do ente público seria condição inconstitucional, também, nas ações civis públicas. Para
o devido esclarecimento, é necessário que o STF seja provocado.
Outro ponto importante a se destacar refere-se ao § 3º do art. 1º da Lei n. 8.437/1992, que dis-
põe: “Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação”.
Como a tese fixada pelo STF (restrições/vedações à concessão de medida liminar) dirige-se
primeiramente às ações mandamentais, e como o § 3º não faz referência à Lei do Mandado de
Segurança, é possível afirmar que, a princípio, a restrição do referido parágrafo continua válida.
Conclusão diversa poderá surgir se o STF manifestar-se em posição oposta.

DICA
Em síntese:
É inconstitucional todo dispositivo de lei ou de ato normativo
que proíba ou restrinja/condicione a concessão de tutela pro-
visória em face da Fazenda Pública, exceto as medidas que
esgotem, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação, nas
ações em geral (que não sejam de natureza mandamental).
Também deixam de existir as proibições de concessão de de-
terminadas medidas em caráter liminar, com exceção da exi-
gência de prévia manifestação da Fazenda Pública nas ações
civis públicas, que, pelo menos a princípio, continua válida.

Parece-me inteiramente superada a Súmula n. 212 do STJ: “A compensação de créditos tri-


butários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipa-
tória”. Afinal, trata-se de medida liminar cuja concessão era vedada pelo art. 7º, § 2º da Lei do
Mandado de Segurança, o art. 1º da Lei n. 8.437/1992 estende as proibições de concessão de
tutela provisória aplicáveis aos mandados de segurança às ações em geral; logo, por não exis-
tirem mais tais proibições, há de se concluir que elas não mais se aplicam às ações em geral.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Ademais, veja o que apresenta o Enunciado n. 34 do FPPC (Fórum Permanente de Pro-


cessualistas Civis): “As vedações à concessão de tutela provisória contra a Fazenda Pública
limitam-se às tutelas de urgência.”. Portanto, mesmo que venha a se admitir alguma hipótese
em que a medida liminar seria proibida em face da Fazenda Pública, seria possível interpretar
que tal proibição se limita às tutelas de urgência.
Portanto, o entendimento deste enunciado nos traz que a partir do CPC de 2015 é possível,
sim, a concessão de tutela de evidência em face da Fazenda Pública em qualquer hipótese.

3. Enunciados do FPPC1 sobre Tutelas Provisórias


JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 29: É agravável o pronunciamento judicial que postergar a análise do pedido
de tutela provisória ou condicionar sua apreciação ao pagamento de custas ou a qual-
quer outra exigência.

Imagine que o juiz, em decisão, afirme que o pedido de tutela provisória será apreciado
juntamente com a sentença, ou após a audiência de instrução e julgamento, ou após qualquer
outro momento processual futuro. Neste caso, poderá o requerente da tutela interpor agravo
de instrumento contra esta decisão.
O agravo de instrumento também será cabível contra a decisão que exigir, indevidamente, o
pagamento de custas ou outra obrigação não prevista em lei para análise da tutela provisória.
Estudamos que a tutela provisória de caráter incidental é isenta de custas. Logo, se o juiz, em
decisão, exigir depósito de custas para apreciação da tutela incidental, esta decisão poderá ser
objeto de agravo de instrumento.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 30: O juiz deve justificar a postergação da análise liminar da tutela provisó-
ria sempre que estabelecer a necessidade de contraditório prévio.

Conforme o art. 300, § 2º, “a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após jus-
tificação prévia.”. Quando o juiz optar por apreciar o pedido de tutela provisória somente após a
justificação prévia (contraditório prévio), ele deverá fundamentar a necessidade de oitiva da parte
contrária, isto é, os motivos que justificam a necessidade de ouvir, primeiramente, a parte contrária.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 381: É cabível réplica no procedimento de tutela cautelar requerida em cará-
ter antecedente.
1
FPPC: Fórum Permanente de Processualistas Civis

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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Enunciado n. 385: Havendo risco de perecimento do direito, o poder do juiz de exigir do


autor a comprovação dos pressupostos legais para a concessão da gratuidade não o
desincumbe do dever de apreciar, desde logo, o pedido liminar de tutela de urgência.
Enunciado n. 419: Não é absoluta a regra que proíbe tutela provisória com efeitos
irreversíveis.

Este enunciado deixa aberta a possibilidade de o juiz, em prol de um bem maior, conceder
uma tutela provisória que possa ter efeitos irreversíveis. Tudo dependerá dos aspectos que o
juiz considerar como racionais o suficiente.
É claro que será aplicável, neste caso, a regra da responsabilidade objetiva da parte que
requerer a tutela provisória (art. 302 do CPC). Eventual improcedência da ação ou cessação da
eficácia da tutela causará a responsabilidade objetiva do requerente por todos os danos (neste
caso, irreversíveis) provocados à parte contrária.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 422: A tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais.
Enunciado n. 423: Cabe tutela de evidência recursal.
Enunciado n. 496: Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provi-
sória incidental pode ser formulado a qualquer tempo, não se submetendo à preclusão
temporal.
Enunciado n. 497: As hipóteses de exigência de caução para a concessão de tutela pro-
visória de urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV, CPC.

O referido dispositivo apresenta que “o levantamento de depósito em dinheiro e a prática


de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito
real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e
idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.”.
O enunciado quer dizer que, embora a exigência de caução seja uma faculdade do juiz, ela
deverá ser exigida, necessariamente, nas hipóteses de:
• levantamento de depósito em dinheiro
• prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de
outro direito real
• atos dos quais possa resultar grave dano ao executado

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Ademais, no julgamento da ADI n. 4296, foi adotada pelo STF a seguinte tese: “O juiz tem
a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em
mandado de segurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo
com as circunstâncias do caso concreto” (Informativo n. 1.021, de 18 de junho de 2021).

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 498: Efetivada a tutela de urgência e, posteriormente, sendo o processo
extinto sem resolução do mérito e sem estabilização da tutela, será possível fase de
liquidação para fins de responsabilização civil do requerente da medida e apuração
de danos.

Você já sabe da regra de que o requerente da tutela provisória responderá objetivamente


pelos danos sofridos pela parte contrária nas hipóteses do art. 302.
Este enunciado aprofunda o tema. O requerido (prejudicado) poderá requerer, nos próprios
autos, a liquidação do seu prejuízo, que consiste no cálculo do valor em dinheiro suficiente
para a reparação dos danos por ele sofridos.
Antes dos cálculos, ocorrerá a apuração dos danos havidos, por todos os meios de prova
admitidos em direito.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 500: A tutela antecipada concedida em caráter antecedente não se estabi-
lizará quando for interposto recurso pelo assistente simples, salvo se houver manifesta-
ção expressa do réu em sentido contrário.

A estabilização da tutela antecipada ocorre quando o prazo para interposição de recurso


(agravo de instrumento – 15 dias) for perdido. Este enunciado está esclarecendo que não im-
porta a origem deste recurso: se ele vem de uma parte ou de um terceiro que se aproxime do
polo passivo (como o assistente simples).
Se o terceiro, exclusivamente, interpuser recurso, será possível a estabilização da tutela
antecipada somente se o réu (desfavorecido pela tutela) concordar com esta estabilização.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 502: O procedimento da tutela cautelar, requerida em caráter antecedente
ou incidente, previsto no Código de Processo Civil é compatível com o microssistema do
processo coletivo.
Enunciado n. 503: Cessa a eficácia da tutela cautelar concedida em caráter antecedente,
se a sentença for de procedência do pedido principal, e o direito objeto do pedido foi defi-
nitivamente efetivado e satisfeito.

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Simples: a tutela cautelar tem por objetivo resguardar o direito postulado ou o meio de
prová-lo. Depois que o referido direito já for totalmente efetivado e satisfeito, não terá nenhum
sentido preservar a eficácia da tutela cautelar, pois a sua finalidade (proteção) já terá se exau-
rido completamente.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 581: O poder de dilação do prazo, previsto no inciso VI do art. 139 e no
inciso I do §1º do art. 303, abrange a fixação do termo final para aditar o pedido inicial
posteriormente ao prazo para recorrer da tutela antecipada antecedente.

Vimos em aula que o prazo para aditamento da petição inicial, com inclusão de todos os
pedidos da tutela final, pode ocorrer no prazo de 15 dias ou em prazo maior fixado pelo juiz
(para a tutela antecipada em caráter antecedente).
Este “prazo maior” pode consistir no seguinte: o juiz autoriza o autor a formular o adita-
mento de sua petição inicial até algum tempo depois do término do prazo recursal do réu.
Esta medida tem por finalidade a organização do processo. Afinal, se a fase recursal e a de
aditamento da inicial ocorrerem ao mesmo tempo, o serviço da unidade judiciária, se não mui-
to organizado, pode permitir que o processo tenha uma tramitação muito confusa no sistema
dos processos judiciais eletrônicos.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 582: Cabe estabilização da tutela antecipada antecedente contra a Fazenda
Pública.
Enunciado n. 647: A tutela provisória pode ser concedida pelo relator liminarmente ou
após justificação prévia.
Enunciado n. 691: A decisão que nega a tutela provisória coletiva não obsta a concessão
da tutela provisória no plano individual.
Enunciado n. 693: Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que con-
verte o rito da tutela provisória de urgência requerida em caráter antecedente.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 735 do STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida
liminar.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2019/MPE-GO/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre a
tutela provisória, de acordo com o Código de Processo Civil, é incorreto afirmar que:
a) Concedida a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, o autor deverá aditar a
petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos
e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o
juiz fixar.
b) No procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o réu será citado
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir.
c) Nem todas as hipóteses da tutela da evidência comportam apreciação liminar pela autori-
dade judiciária.
d) O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada, extingue-se após
dois anos, contados da concessão da tutela de urgência.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com a regra literal do art. 303, § 1º, inciso I, do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com a regra literal do art. 306 do CPC
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com o art. 311, parágrafo único: as hipóteses de tutela de evidência dos incisos II e III
do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar será impossível,
devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
d) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se errada, uma vez que o
prazo de dois anos (correto) é contado da ciência da decisão que extinguiu o processo, em
caso de a tutela antecipada tornar-se estável e desta decisão não tiver sido interposto recurso.
Letra d.

002. (2018/FGV/OAB) Márcia está muito doente e necessita fazer uso contínuo do medica-
mento XYZ para sobreviver. Embora, durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos
no único hospital público da cidade em que reside, foi informada de que aquela era a última
caixa e que, no mês seguinte, o medicamento não seria mais fornecido pela rede pública.
Diante de tal circunstância, desejando obter o fornecimento do medicamento, Márcia procura
você, como advogado(a), para elaborar a petição inicial e ajuizar a demanda que obrigue o Po-
der Público ao fornecimento do medicamento XYZ. A petição inicial distribuída trouxe o pedido
de medicamentos em caráter antecedente e tão somente a indicação do pedido de tutela final,
expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à saúde de Márcia.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

A respeito do caso mencionado, assinale a afirmativa correta.


a) O(A) advogado(a) de Márcia fez uso da denominada tutela da evidência, em que se requer a
demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
b) O procedimento adotado está equivocado, pois a formulação completa da causa de pedir e
do pedido final é requisito do requerimento de tutela antecedente.
c) O(A) advogado(a) agiu corretamente, sendo possível a formulação de requerimento de tute-
la antecipada antecedente para o fornecimento de medicamento.
d) Ocorrerá o indeferimento de plano da petição inicial, caso o juiz entenda que não há elemen-
tos para a concessão da tutela antecipada.

De acordo com o art. 303 do CPC, “Nos casos em que a urgência for contemporânea à pro-
positura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar
e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.”. Portanto, a espécie de tutela
provisória requerida pelo advogado está correta.
Letra c.

003. (2018/FGV/OAB) Em virtude de acidente sofrido nas dependências da loja da operadora


de celular Fale Mais S/A, Luana ajuizou ação em face da empresa em questão, buscando inde-
nização por danos materiais e morais, com a concessão de tutela de urgência para o pagamen-
to imediato de despesas médicas. Os aspectos fáticos de suas alegações foram comprovados
por meio de documentos, sendo certo que sua tese jurídica encontra respaldo em julgamento
de incidente de resolução de demandas repetitivas.
Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) Será possível a concessão da tutela da evidência, podendo ser dispensada, para tanto, a
prévia oitiva da ré.
b) A concessão da tutela de urgência poderá ser liminar e independerá da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
c) A tutela antecipada que for concedida em caráter incidental torna-se estável se, da decisão
que a conceder, não for interposto o respectivo recurso, levando à extinção do processo.
d) Concedida a tutela de urgência ou da evidência, somente poderá ser revogada até o fim da
instrução processual.

Conforme o art. 311, inciso II, do CPC, a tutela de evidência será concedida quando as ale-
gações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Ademais, o parágrafo único do
mesmo artigo diz que esta hipótese de tutela de evidência autoriza a sua concessão de forma
liminar, isto é, sem que a parte contrária tenha se manifestado alguma vez anteriormente à
concessão.
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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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Ademais, você pôde perceber que a autora pediu “tutela de urgência”. Todavia, as tutelas pro-
visórias sujeitam-se ao princípio da fungibilidade, que permite ao juiz receber uma tutela pro-
visória em espécie diferente, se os pressupostos da espécie correta (que no caso é tutela de
evidência) estiverem preenchidos, como no presente contexto.
Letra a.

004. (2019/ FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) A tutela da evidência


a) em nenhuma hipótese admite concessão de liminar judicial.
b) depende de demonstração de perigo de dano iminente.
c) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo.
d) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos do di-
reito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável.
e) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.

a) Errada. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar será
impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
b) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
c) Errada. Vide comentário à letra b.
d) Errada. Se o réu não opuser objeção capaz de gerar dúvida razoável, nesta situação, será
cabível a tutela de evidência (art. 311, inciso IV, CPC).
e) Certa. É a hipótese expressa de cabimento do art. 311, inciso III.
Letra e.

005. (2017/FGV/OAB) O Sr. João, pessoa idosa e beneficiária de plano de saúde individual da
sociedade “ABC Saúde Ltda.”, começa a sentir fortes dores no peito durante a madrugada e,
socorrido por seus familiares, é encaminhado para a unidade hospitalar mais próxima.
O médico responsável pelo atendimento inicial constata um quadro clínico grave, com risco
de morte, sendo necessário o imediato encaminhamento do Sr. João para a Unidade de Tera-
pia Intensiva (UTI) do hospital. Ao ser contatado, o plano de saúde informa que não autoriza
a internação, uma vez que o Sr. João ainda não havia cumprido o período de carência exigido
em contrato.
Imediatamente, um dos filhos do Sr. João, advogado, elabora a ação cabível e recorre ao plan-
tão judicial do Tribunal de Justiça do estado em que reside.

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Gustavo Deitos

A partir do caso narrado, assinale a alternativa correta.


a) A tutela de urgência a ser requerida deve ser deferida, tendo em vista os princípios da co-
operação e da não surpresa que regem a codificação processual vigente, após a prévia oitiva
do representante legal do plano de saúde “ABC Saúde Ltda.”, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
b) Uma vez demonstrado o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, o magis-
trado poderá conceder tutela de evidência em favor do Sr. João, autorizando sua internação
provisória na Unidade de Terapia Intensiva do hospital.
c) Diante da urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial redigida
poderia limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido final. Concedi-
da a tutela antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar.
d) Concedida a tutela provisória requerida em favor do Sr. João, ela conserva sua eficácia na
pendência do processo, apenas podendo vir a ser revogada ou modificada com a prolação da
sentença definitiva de mérito.

a) Errada. Se estamos tratando de tutela provisória, ela pode ser concedida liminarmente. Logo,
não é necessária a oitiva da parte contrária antes de sua concessão.
b) Errada. Como o caso envolve perigo de dano, não se trata de tutela de evidência, pois esta,
na verdade, só depende da demonstração de probabilidade (evidência) do direito, sem perigo
de dano ou risco ao resultado útil do processo.
c) Certa. Você percebe que, no momento do ajuizamento da ação, o autor já passa por perigo
de vida? Pois então: aplica-se a regra do art. 303 do CPC: “Nos casos em que a urgência for
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da
tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.”. Trata-se
de um adiantamento do pedido final, porque o pedido principal do processo será, justamente,
obrigar o plano de saúde a cobrir o evento.
d) Errada. A revogação ou a modificação da tutela provisória pode ocorrer a qualquer tempo
(art. 296 do CPC).
Letra c.

006. (2019/VUNESP/IPREMM/SP/PROCURADOR JURÍDICO) Cláudia e Rodrigo eram sócios


em uma empresa de marketing. Após muitos anos de sociedade, Cláudia, desconfiada de que
Rodrigo estava desviando valores, investiga as contas da empresa e descobre que na verdade
ele está vendendo suas ideias para uma empresa concorrente. Diante da situação, Cláudia
contrata um advogado e propõe ação para extinguir a sociedade empresária, e Rodrigo, ciente
da propositura da ação, coloca à venda todos os bens da empresa, inclusive veículo, computa-
dores e máquinas, sem informar Cláudia que está dilapidando o patrimônio da empresa.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Considerando a situação hipotética, a medida processual mais adequada para resguardar os


interesses de Cláudia é a tutela provisória de
a) evidência.
b) urgência antecipada em caráter incidental.
c) urgência antecipada em caráter antecedente.
d) urgência cautelar em caráter incidental.
e) urgência cautelar em caráter antecedente.

O caráter incidental da tutela provisória é evidenciado pelo fato de, no momento de sua formu-
lação, já existir o processo judicial. Se ainda não houvesse tal processo, a tutela teria caráter
antecedente. Já a natureza de “urgência cautelar” deve-se ao fato de a requerente pretender
evitar um prejuízo e resguardar a futura satisfação do direito. Quando o requerente da tutela
pretende evitar efeitos danosos ao processo, a tutela pertence à espécie “cautelar”. Não se
trata de tutela de evidência, por total falta de enquadramento do caso concreto às hipóteses
do art. 311.
Letra d.

007. (2019/FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A tutela provisória


a) se suspenso o processo, como regra perde ela sua eficácia durante o período respectivo.
b) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamen-
to de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito.
c) conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser revogada ou modificada
por ocasião do saneamento processual ou da sentença.
d) se requerida em caráter incidental, depende do pagamento de custas processuais.
e) de urgência só poderá ser concedida em caráter antecedente, pois a urgência precede, quan-
to aos fatos, o pedido inicial de antecipação tutelar.

a) Errada. A suspensão do processo, em regra, não prejudica a eficácia da tutela provisória


concedida (art. 296, parágrafo único, CPC).
b) Certa. É a regra literal do art. 301 do CPC.
c) Errada. A tutela provisória pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo (art. 296,
caput, CPC).
d) Errada. Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe
do pagamento de custas.”.
e) Errada. A tutela provisória de urgência pode ser concedida tanto em caráter antecedente
como incidental.
Letra b.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

008. (2019/CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) No que concerne às regras estabelecidas para


a tutela provisória, o Código de Processo Civil determina que a concessão, pelo magistrado, da
tutela de evidência
a) dependerá da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo e
ocorrerá nas situações em que os efeitos da decisão sejam reversíveis.
b) poderá ser deferida liminarmente caso os fatos sejam comprovados apenas pela via docu-
mental e exista tese firmada em julgamento de casos repetitivos.
c) será realizada na forma de decisão interlocutória de mérito e produzirá coisa julgada mate-
rial caso não seja impugnada pelo réu.
d) será cabível somente na hipótese de verificação de abuso do direito de defesa da parte ré,
haja vista a natureza punitiva dessa modalidade de tutela provisória.

a) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
b) Certa. É a hipótese de cabimento do art. 311, inciso II, do CPC.
c) Errada. A tutela provisória não produz coisa julgada (art. 304, § 6º, do CPC, que está na se-
ção da tutela de urgência antecipada, mas se aplica à tutela de evidência). Ademais, a tutela de
evidência, especificamente, não se estabiliza no tempo como a de urgência antecipada.
d) Errada. Tal hipótese é apenas uma das possíveis, não sendo a única. Ela é prevista no inciso
I do art. 311 do CPC.
Letra b.

009. (2018/VUNESP/TJ-MT/JUIZ SUBSTITUTO) As tutelas provisórias têm como objetivo


minimizar as consequências nefastas que o tempo do processo pode causar no direito da par-
te. No entanto, sua efetivação poderá causar prejuízos à parte adversa.
A respeito do tema, assinale a alternativa correta.
a) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre
que possível.
b) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não tem o con-
dão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da tutela de urgência.
c) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em responsabilidade
pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa do requerente.
d) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final do proces-
so foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, devendo ser realizada
em autos apartados.
e) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de indenização contra
o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do responsável.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Veja o que diz o art. 302 do CPC:

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível. [GABARITO]

Se o juiz reconhecer prescrição ou decadência, logicamente a sentença será desfavorável ao


requerente da tutela provisória. Logo, será aplicável o inciso I, igualmente. Ademais, este arti-
go institui a responsabilidade objetiva da parte requerente da tutela provisória de urgência
pelos danos causados à parte contrária por causa da concessão dessa tutela. Se a sentença
definitiva for desfavorável à parte que aproveitou tutela provisória de urgência, por decidir o
mérito de forma melhor para a parte contrária (inclusive revogando a tutela provisória), a parte
requerente da tutela provisória de urgência responderá, independentemente de culpa, por to-
dos os danos que a parte contrária sofreu.
Letra a.

010. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO/SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência, destacando-se, no
que concerne à tutela de urgência, que
a) será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o pe-
rigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
b) sendo o requerente hipossuficiente financeiro, o juiz pode, para a sua concessão, exigir cau-
ção idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer.
c) se requerida em caráter incidental, exige pagamento prévio de custas.
d) não deve ser concedida, caso haja necessidade de designação de justificação prévia para
constatação de seus requisitos.
e) a de natureza antecipada deve ser concedida, como regra, ainda que possa ocorrer perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

a) Certa. A tutela de urgência tem por elementos essenciais os referidos na alternativa (art.
300, caput, CPC).

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

b) Errada. A hipossuficiência econômica é justamente um fator que possibilita a dispensa da


caução, e não a sua exigência (art. 300, § 1º).
c) Errada. Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe
do pagamento de custas.”.
d) Errada. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia
(art. 300, § 2º).
e) Errada. A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver pe-
rigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º).
Letra a.

011. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS/SP/PROCURADOR) A tutela antecipada


requerida em caráter antecedente é prevista para os casos em que a urgência é contemporâ-
nea ao ajuizamento da demanda. Seus efeitos podem ser estabilizados, novidade disposta no
Código de Processo Civil como técnica destinada à rápida produção de resultados.
A respeito do assunto, assinale a alternativa correta.
a) A tutela torna-se estável se a parte prejudicada não recorrer no prazo de dois anos contados
da decisão concessiva.
b) A ação rescisória é o instrumento correto para reforma, revisão e anulação da tutela es-
tabilizada.
c) A decisão que concede a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, após a esta-
bilização, faz coisa julgada.
d) Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada.
e) No caso de estabilização, o processo será suspenso pelo prazo de dois anos e, depois, extinto.

a) Errada. O recurso deve ser interposto no prazo apropriado (sendo agravo de instrumento,
será de 15 dias). O prazo de dois anos, na verdade, é o prazo decadencial para rever, reformar
ou invalidar a tutela antecipada (art. 304, § 5º).
b) Errada. O simples fato de a tutela antecipada ser estabilizada não viabiliza, por si só, o mane-
jo de ação rescisória, por falta de enquadramento direto no rol de hipóteses do art. 966 do CPC.
c) Errada. Tal decisão não faz coisa julgada (art. 304, § 6º).
d) Certa. É a regra literal do art. 304, § 2º).
e) Errada. O prazo de dois anos, na verdade, é o prazo decadencial para rever, reformar ou inva-
lidar a tutela antecipada (art. 304, § 5º), e não um prazo de suspensão. A extinção do processo
ocorrerá se o prazo recursal (15 dias, em regra) for transcorrido sem a respectiva interposição
(art. 304, § 1º).
Letra d.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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012. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ/SP/PREFEITURA DE POÁ/SP/PROCURADOR


JURÍDICO) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela
final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco
ao resultado útil do processo.
A respeito da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, é correto afirmar que
a) se torna estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso e o
processo será extinto.
b) apenas a parte sucumbente poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada.
c) a decisão que a concede faz coisa julgada e só pode ser afastada por ação rescisória.
d) o direito de revê-la, reformá-la ou invalidá-la extingue-se após 2 (dois) anos, contados da
ciência da decisão que concedeu a medida.
e) se aplica o instituto da estabilização à tutela cautelar.

a) Certa. É a correta regra do art. 304, caput e § 1º, do CPC.


b) Errada. Na verdade, qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada (art. 304, § 2º).
c) Errada. Tal decisão não faz coisa julgada (art. 304, § 6º). Ademais, o simples fato de a tutela
antecipada ser estabilizada não viabiliza, por si só, o manejo de ação rescisória, por falta de
enquadramento direto no rol de hipóteses do art. 966 do CPC.
d) Errada. O prazo de dois anos (correto) é contado da ciência da decisão que extinguiu o
processo, em caso de a tutela antecipada tornar-se estável e desta decisão não tiver sido in-
terposto recurso.
e) Errada. A estabilização da tutela provisória restringe-se à tutela antecipada (art. 304, caput).
Não há previsão legal de estabilização de tutela cautelar.
Letra a.

013. (2016/FGV/OAB) Cristina não foi autorizada por seu plano de saúde a realizar cirurgia de
urgência indicada por seu médico. Tendo em vista a necessidade de pronta solução para seu
caso, ela procura um(a) advogado(a), que afirma que a ação a ser ajuizada terá como pedido
a realização da cirurgia, com pedido de tutela antecipada para sua efetivação imediata, sem a
oitiva do Réu. O(A) advogado(a) ainda sustenta que não poderá propor a ação sem que Cristina
apresente toda a documentação que possui para a instrução da inicial, sob pena de impossibi-
lidade de juntada posterior.
A respeito do caso, assinale a afirmativa correta.
a) O advogado equivocou-se. Trata-se de tutela cautelar e não antecipada, de modo que o pedi-
do principal terá de ser formulado pela autora no prazo de 30 (trinta) dias nos mesmos autos.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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b) O advogado equivocou-se. A urgência é contemporânea à propositura da ação, pelo que a


tutela antecipada pode ser requerida em caráter antecedente, com a possibilidade de posterior
aditamento à petição inicial.
c) O advogado agiu corretamente. A petição inicial é o momento correto para a apresentação
de documentos.
d) O advogado agiu corretamente. Somente a tutela cautelar e não a antecipada pode ser re-
querida em caráter antecedente.

Quando se pede tutela antecipada em caráter antecedente (como é o caso, visto que a urgên-
cia é contemporânea à propositura da ação – art. 303 do CPC), não é necessário demonstrar
todo o conjunto probatório lodo no momento de pedir a tutela antecipada. Neste momento, é
suficiente que o advogado limite-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pe-
dido de tutela final. A juntada de outros documentos e a complementação do pedido da tutela
final deverão ocorrer no prazo de 15 dias, ou em prazo maior fixado pelo juiz (art. 303, § 1º,
inciso I, CPC).
Letra b.

014. (2019/MPE-SP/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A tutela


da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo. Poderá ser concedida liminarmente quando
a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
b) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova testemunhal adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comina-
ção de multa.
c) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
d) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
e) se tratar de pedido possessório fundado em prova documental adequada, caso em que será
decretada a ordem de reintegração ou manutenção da posse, sob cominação de multa.

a) Errada. Tal hipótese não comporta concessão liminar da tutela de evidência, uma vez que
a liminar só ocorre antes de o requerido integrar o processo, e, se ele abusou do direito de
defesa, logicamente ele já integrava o processo antes do requerimento da tutela de evidência
(hipótese do inciso I do art. 311).
b) Errada. O pedido reipersecutório deve ser fundado em prova documental para ensejar con-
cessão de tutela de evidência liminarmente (art. 311, inciso II).
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c) Certa. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar
será impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio. Esta alternativa
reproduz a hipótese do inciso II.
d) Errada. Em tal hipótese (inciso IV), não é possível a tutela de evidência liminar, pois o requeri-
do já terá integrado o processo, pelo fato de ficar constatada a ausência de oposição de provas
capazes de gerar dúvida razoável.
e) Errada. Tal hipótese não consta do rol do art. 311 do CPC.
Letra c.

015. (2018/FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/


ADAPTADA) Acerca da tutela provisória no Código de Processo Civil, é correto afirmar que:
a) é requisito essencial para as tutelas provisórias o risco de dano ao direito em jogo ou ao
resultado útil do processo.
b) cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se o autor não deduzir o pedi-
do principal no prazo legal.
c) o réu será citado para, no prazo de quinze dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir.
d) se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedi-
do, sob qualquer fundamento.

a) Errada. Esta alternativa é excessivamente genérica, pois as tutelas de evidência independem


de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Esse elemento (periculum in mora)
pode, ou não, estar presenta no momento da concessão da tutela de evidência.
b) Certa. É a regra do art. 309, inciso I, do CPC.
c) Errada. O prazo é de 5 dias (art. 306 do CPC).
d) Errada. Se houver novo fundamento, o pedido de tutela cautelar pode, sim, ser renovado (art.
309, parágrafo único do CPC).
Letra b.

016. (2018/FGV/AL-RO/ADVOGADO) Proposta demanda em que o autor visa apenas à con-


cessão de tutela de urgência de natureza cautelar, o réu, depois de citado, ofertou contestação
em que suscitou, entre outras matérias defensivas, a ocorrência da prescrição, a fulminar o
próprio direito subjetivo afirmado na inicial.
Na sequência, o juiz proferiu sentença em que reconhecia a prescrição, decisão esta que, à
falta de interposição de qualquer recurso, transitou em julgado. O autor, pouco tempo depois,
intentou demanda em que formulou o pedido principal.

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O juiz da causa deve


a) julgar extinto o processo, sem resolução do mérito, haja vista o óbice da coisa julga-
da material.
b) conhecer do mérito do processo, pois a sentença proferida no feito precedente não deu azo
à formação da coisa julgada material.
c) conhecer do mérito do processo, desde que a petição inicial tenha sido instruída com
prova nova.
d) julgar extinto o processo, sem resolução do mérito, haja vista o óbice da litispendência.
e) suspender o curso do processo, até que o autor pleiteie e obtenha, em ação impugnativa
autônoma, a desconstituição da sentença proferida no feito precedente.

O novo processo, em que se formula o pedido principal, deve ser extinto sem resolução do mé-
rito em razão de coisa julgada material, tendo em vista a disposição do art. 310 do CPC: “O in-
deferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no
julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou
de prescrição.”. A prescrição faz coisa julgada material, conforme o art. 487, inciso II, do CPC.
Letra a.

017. (2018/FGV/TJ-SC/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR) Proposta ação rescisória para


alvejar uma sentença que o havia condenado a pagar quantia vultosa, o seu autor, sem pre-
juízo da formulação do pedido principal, pleiteou a concessão, inaudita altera pars, de tutela
provisória, consubstanciada na ordem de suspensão imediata da execução do título judicial, a
qual já tinha curso normal no feito primitivo, até o julgamento do mérito da ação autônoma de
impugnação.
Trata-se da seguinte medida liminar:
a) tutela de evidência, de natureza antecipada;
b) tutela de evidência, de natureza cautelar;
c) tutela de urgência, de natureza antecipada;
d) tutela de urgência, de natureza cautelar;
e) tutela jurisdicional definitiva.

Veja que o objeto principal da ação rescisória é a desconstituição da decisão de mérito. Logo,
a suspensão do título executivo resultante dessa decisão é um meio de evitar que o objeto
impugnado (decisão de mérito) produza efeitos. Portanto, sendo demonstrada a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, nada impede a conces-
são da tutela provisória, que, no caso, é de urgência (pois depende da demonstração de peri-
culum in mora) e, por destinar-se a evitar que danos venham a emergir do objeto impugnado,
tem natureza cautelar (art. 305 do CPC).
Letra d.
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018. (2017/FGV/TRT/12ª REGIÃO (SC)/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Alfredo


ajuizou ação de natureza cível em face da empresa Marketing S.A., com pedido liminar de tute-
la de urgência, que foi deferido pelo juízo após justificação prévia.
De acordo com o CPC, é correto afirmar que o autor:
a) responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se a
sentença lhe for desfavorável.
b) não responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se
o juiz acolher a alegação de decadência do direito.
c) responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, inde-
pendentemente do resultado da sentença.
d) não responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se
o juiz acolher a alegação de prescrição da pretensão do autor.
e) não responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se
ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal.

Veja o que diz o art. 302 do CPC:

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável; [GABARITO]
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Ademais, se o juiz reconhecer prescrição ou decadência, logicamente a sentença será desfavorável


ao requerente da tutela provisória. Logo, será aplicável o inciso I, igualmente.
Letra a.

019. (2016/FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/PROCESSUAL) Em razão


de grave enfermidade, consumidor de plano de saúde ajuizou demanda em que pleiteava a
condenação da operadora prestadora do serviço a lhe custear um tratamento específico, indi-
cado por seu médico, e que a empresa alegava não estar previsto no contrato. Sem prejuízo da
tutela jurisdicional definitiva, abarcando a condenação da ré a cumprir a obrigação contratual
e a pagar verbas reparatórias de danos morais, o autor requereu, em sua inicial, a concessão
de tutela provisória, consubstanciada na determinação judicial, inaudita altera parte, para que
a empresa viabilizasse de imediato o tratamento pretendido, o que foi deferido. Quanto a essa
providência provisória, pode-se afirmar que a sua natureza é de tutela:
a) de urgência cautelar;

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b) de urgência satisfativa;
c) da evidência cautelar;
d) da evidência sancionatória;
e) inibitória cautelar.

Perceba que o autor pretende adiantar a satisfação de seu direito (o pedido final é de que a
empresa pague o tratamento, e é a mesma coisa que a parte autora pede em sede de tutela
provisória). Como mencionado em aula, outro nome dado à tutela antecipada é “tutela satisfa-
tiva”, como aparece no gabarito.
Letra b.

020. (2018/VUNESP/CÂMARA DE OLÍMPIA/SP/PROCURADOR JURÍDICO) A tutela de evi-


dência será concedida quando
a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa, desde que demonstrado o perigo de dano
ao processo.
b) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente, não podendo,
nesse caso, o juiz decidir liminarmente.
c) ficar caracterizado o manifesto propósito protelatório da parte, independentemente da de-
monstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
d) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental, não podendo, nesse caso,
o juiz decidir liminarmente.
e) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, podendo, nesse caso, o juiz decidir liminarmente.

a) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora.


b) Errada. Na referida hipótese, conforme o parágrafo único do art. 311 do CPC, o juiz pode,
sim, decidir liminarmente.
c) Certa. É a hipótese do art. 311, inciso I, do CPC.
d) Errada. Na referida hipótese, conforme o parágrafo único do art. 311 do CPC, o juiz pode,
sim, decidir liminarmente.
e) Errada. O só fato de a petição inicial ser instruída com documentos não é suficiente para
que a tutela de evidência seja concedida. É necessário que, ao menos, haja tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante militando em igual sentido.
Letra c.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

021. (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Rodrigo deixou de cumprir sua parte


em obrigação de fazer firmada com Vinícius. Para assegurar seu direito, Vinícius ajuizou ação
em desfavor de Rodrigo.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Na hipótese de Vinícius requerer tutela provisória incidental, esta dependerá do pagamento de
custas referentes ao feito.

Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do paga-
mento de custas.”.
Errado.

022. (2019/QUADRIX/CREA-GO/ANALISTA/ADVOGADO) No que diz respeito ao direito pro-


cessual civil, julgue o item.
Para a concessão da tutela de evidência, o autor deverá demonstrar o perigo de dano e o risco
ao resultado útil do processo.

A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É
de sua natureza que a probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Errado.

023. (2019/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do Código


de Processo Civil, no procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o réu
será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que preten-
de produzir.

É a regra literal do art. 306 do CPC.


Certo.

024. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca do pedido, da tutela provisória, da


citação, da suspeição e dos recursos, julgue o item que se segue.
Ao contrário da tutela de urgência, a tutela de evidência independe da demonstração de perigo
de demora na prestação jurisdicional.

A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É
de sua natureza que a probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Certo.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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025. (2019/CESPE/PGM/PROCURADOR MUNICIPAL) Em ação de natureza civil, o autor re-


quereu que determinado estado da Federação fosse condenado ao fornecimento de medi-
camento de alto custo. O demandante, de forma incidental, fez pedido de tutela provisória
antecipada, alegando que o seu direito é certo e que corre risco de morte caso não receba o
medicamento com brevidade. Todos os fatos alegados pela parte autora foram exaustivamen-
te comprovados por documentos idôneos, razão pela qual o juízo concedeu a referida tutela
antecipada e determinou a intimação do requerido para que cumprisse a decisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, concernentes à tutela
provisória.
O pedido de tutela provisória de urgência de caráter incidental exige que a parte que a requer
realize o pagamento de custas processuais.

Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do paga-
mento de custas.”.
Errado.

026. (2019/CESPE/PGM/PROCURADOR MUNICIPAL) Em ação de natureza civil, o autor re-


quereu que determinado estado da Federação fosse condenado ao fornecimento de medi-
camento de alto custo. O demandante, de forma incidental, fez pedido de tutela provisória
antecipada, alegando que o seu direito é certo e que corre risco de morte caso não receba o
medicamento com brevidade. Todos os fatos alegados pela parte autora foram exaustivamen-
te comprovados por documentos idôneos, razão pela qual o juízo concedeu a referida tutela
antecipada e determinou a intimação do requerido para que cumprisse a decisão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, concernentes à tutela
provisória.
Caso o estado da Federação não interponha recurso contra a concessão da tutela anteci-
pada, essa decisão se tornará estável, não podendo ser modificada ou revogada pelo Poder
Judiciário.

De acordo com o ar. 304, § 2º, “qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada”. Ademais, existe o prazo de dois
anos, após a decisão de extinção do processo, para rever, reformar ou invalidar a tutela anteci-
pada (§ 5º). Ademais, conforme o § 4º, qualquer das partes poderá requerer o desarquivamen-
to dos autos em que foi concedida a medida.
Errado.

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027. (2019/CESPE/PREFEITURA DE BOA VISTA/RR/PROCURADOR MUNICIPAL) A respei-


to de tutela provisória, resposta do réu e juizado especial de fazenda pública, julgue o item
que se segue.
O deferimento de tutela provisória em ação de obrigação de não fazer permite que o juiz de-
termine, de ofício, a imposição de multa no caso de descumprimento da ordem judicial, além
de remoção e de busca e apreensão de coisas.

Embora o juiz não possa conceder a tutela provisória de ofício, ele poderá, depois de deferir
o requerimento da parte, determinar todas as medidas que entender necessárias para a efe-
tivação da sua decisão (art. 297 do CPC). Trata-se de outra expressão do princípio inquisitivo
ou do impulso oficial.
Certo.

028. (2018/CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/ÁREA PROCESSUAL) Acerca de nor-


mas processuais, atos processuais, tutela provisória e atuação do Ministério Público no pro-
cesso civil, julgue o item subsequente.
A concessão de tutela provisória, em qualquer de suas modalidades previstas no Código de
Processo Civil, depende da demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo judicial.

Cuidado com a pegadinha! Em se tratando de tutela de evidência (espécie de tutela provisó-


ria), não será necessário demonstrar probabilidade do direito e do perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo. Portanto, o tratamento genérico dado pelo item às tutelas
provisórias tornou-o incorreto.
Errado.

029. (2018/CESPE/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/ÁREA JURÍDICA) Acerca do valor da


causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da advocacia pública, da defensoria públi-
ca e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Em ação proposta por Luísa, a petição inicial limitou-se ao requerimento
da tutela antecipada em caráter antecedente e à indicação do pedido de tutela final. O julga-
dor, entendendo que não havia elementos suficientes para a concessão da medida antecipa-
tória, determinou a emenda da inicial no prazo de cinco dias. Assertiva: Nessa situação, se a
autora não emendar a inicial, o pedido será indeferido e o processo será julgado extinto sem
resolução de mérito.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

O art. 303, caput, possibilita que a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo, nos casos em que
a urgência for contemporânea à propositura da ação. O § 6º deste artigo dispõe, literalmente, o
seguinte: “Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.”. O item, portanto, funda-se na
regra literal do art. 303, § 6º, do CPC.
Certo.

030. (2017/CESPE/TRF/1ª REGIÃO /ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito


da petição inicial, da tutela provisória, da suspensão do processo e das nulidades, julgue o pró-
ximo item à luz do Código de Processo Civil vigente.
Para a concessão da tutela de evidência, é exigido que a parte demonstre o perigo de dano ao
direito alegado.

Veja o quanto este ponto é frequentemente abordado em questões. A tutela de evidência não
depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É de sua natureza que a
probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Errado.

031. (2018/CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Julgue o item a seguir, a


respeito das ações no processo civil.
A tutela provisória pode ser concedida em caráter antecedente à propositura da ação ou em
caráter incidental, quando proposta no curso da ação principal.

Questão puramente conceitual, que cobra as características principais e diferenciadoras das


tutelas provisórias de caráter antecedente e incidental.
Certo.

032. (2017/QUADRIX/CFO-DF/PROCURADOR JURÍDICO) Com base em conhecimentos rela-


tivos a direito processual civil e à legislação correlata, julgue o próximo item.
Para a concessão da tutela de urgência, é requisito legal não mais a verossimilhança, mas a
existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo. Para a concessão, pode o juiz exigir justificação prévia.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

O CPC de 2015 exige, para configuração do periculum in mora, a probabilidade do direito, o pe-
rigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput, do CPC). Ademais, pode
o juiz conceder a tutela de urgência liminarmente ou após justificação prévia (art. 300, § 2º).
Certo.

033. (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) No


que tange à fazenda pública em juízo, julgue o item subsecutivo.
Se, antes do trânsito em julgado, ocorrer a estabilização da tutela antecipada requerida contra
a fazenda pública, decorrente da não interposição de recurso pelo ente público, será possível a
imediata expedição de precatório.

O art. 100 da Constituição Federal exige, gramaticalmente, o trânsito em julgado da decisão


condenatória para que a Fazenda Pública deva pagar seus débitos mediante precatório ou
requisição de pequeno valor. Ademais, o Enunciado n. 532 do FPPC versa: “A expedição do
precatório ou da RPV depende do trânsito em julgado da decisão que rejeita as arguições da
Fazenda Pública executada.”. Portanto, a tutela antecipada não é mecanismo hábil a impor a
expedição de precatório.
Errado.

034. (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Jul-


gue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC sobre atos processuais, deveres das par-
tes e dos procuradores e tutela provisória.
Com a consagração do modelo sincrético de processo, as tutelas provisórias de urgência e
da evidência somente podem ser requeridas no curso do procedimento em que se pleiteia a
providência principal.

Existem tipos de tutela provisória que pode ser requerida antes mesmo do pleito da pretensão
principal: as de urgência de caráter antecedente.
Errado.

035. (2016/CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Acerca de tutela provisória, cum-


primento de sentença e processos nos tribunais, julgue o item a seguir.
A tutela provisória antecipada poderá ser concedida em caráter antecedente, liminarmente
e incidentalmente a qualquer tempo, ao passo que a tutela provisória cautelar só poderá ser
concedida em caráter antecedente.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

Tanto a tutela de urgência cautela como a antecipada podem ser concedidas em caráter ante-
cedente ou incidental. A concessão “liminar” não é tida como um caráter de concessão, mas,
sim, como uma circunstância de concessão.
Errado.

036. (2016/CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA ADMINISTRATIVA/


DIREITO) Julgue o item a seguir, referentes à tutela provisória e aos meios de impugnação das
decisões judiciais conforme o novo Código de Processo Civil.
A denominada tutela provisória não pode ter natureza satisfativa, uma vez que essa modalida-
de de tutela jurisdicional se presta unicamente a assegurar a futura eficácia de tutela definitiva,
resguardando direito a ser satisfeito.

A tutela provisória antecipada também é denominada “satisfativa”, em virtude de consistir na


entrega antecipada (satisfação imediata) do bem jurídico pleiteado na tutela final do processo.
Ademais, não é necessário qualquer instituto para garantir a eficácia da tutela definitiva, pois
o juiz pode lançar mão de todas as medidas necessárias para a imposição do cumprimento.
Errado.

037. (2016/MPE-SC/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos do novo Có-


digo de Processo Civil, a tutela de urgência e da evidência podem ser requeridas apenas no
curso do procedimento em que se pleiteia a providência principal.

Existem tipos de tutela provisória que pode ser requerida antes mesmo do pleito da pretensão
principal: as de urgência de caráter antecedente.
Errado.

038. (2015/CESPE/TCE-RN/ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO/CARGO 2) No que diz respeito


às normas processuais, à função jurisdicional, à petição inicial e ao tempo e lugar dos atos
processuais, conforme o Novo Código de Processo Civil, julgue o item que se segue.
Com o objetivo de garantir valores fundamentais estabelecidos na Constituição Federal de
1988, é vedado ao juiz conceder tutela provisória de urgência contra uma das partes sem que
ela seja previamente ouvida.

Conforme o art. 300, § 2º, a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente, ou após jus-
tificação prévia. Logo, não é necessária a oitiva da parte contrária antes de sua concessão, se
o juiz optar por conceder a tutela de urgência de forma liminar.
Errado.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

039. (2018/QUADRIX/CODHAB-DF/ANALISTA/DIREITO E LEGISLAÇÃO) No que se refere


às normas processuais fundamentais no Código de Processo Civil, julgue o item subsequente.
A exigência da consulta prévia como corolário do contraditório substancial é relativizada em
tutela provisória apenas na modalidade de urgência, eis que há risco justificador do diferi-
mento da oitiva.

De fato a consulta prévia da parte desfavorecida, na tutela de urgência, pode não ser im-
plementada, porque, conforme o art. 300, § 2º, a tutela de urgência pode ser concedida li-
minarmente, ou após justificação prévia. Logo, não é necessária a oitiva da parte contrária
antes de sua concessão, se o juiz optar por conceder a tutela de urgência de forma liminar.
Todavia, o item torna-se incorreto ao afirmar que a concessão liminar da tutela provisória
somente ocorreria quando ela fosse de urgência: a tutela de evidência, por sua vez, também
tem hipóteses em que poderá ser concedida de forma liminar, isto é, sem contraditório prévio
e substancial (efetivo) – art. 311, incisos II e III, do CPC.
Errado.

040. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE/MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Dionísio ajui-


zou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os últimos
seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno, visto
que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da propriedade de
Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de esbulho,
o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, recon-
venção e petição inicial.
Nas ações possessórias, é admissível que o autor faça pedido liminar em relação ao restabe-
lecimento pleno de sua posse, bastando para tanto que comprove a existência dos mesmos
requisitos básicos das tutelas provisórias de urgência, quais sejam, o periculum in mora e o
fumus boni iuris.

A medida liminar em ações possessórias possui requisitos mais aprofundados e específi-


cos, em especial a novidade da posse (esbulho ou turbação ocorridos dentro de um ano e
dia), exigida pelos arts. 558 e 565 do CPC. Portanto, não é suficiente a simples alegação de
periculum in mora e fumus boni iuris.
Errado.

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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos

GABARITO
1. d 15. b 29. C
2. c 16. a 30. E
3. a 17. d 31. C
4. e 18. a 32. C
5. c 19. b 33. E
6. d 20. c 34. E
7. b 21. E 35. E
8. b 22. E 36. E
9. a 23. C 37. E
10. a 24. C 38. E
11. d 25. E 39. E
12. a 26. E 40. E
13. b 27. C
14. c 28. E

Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e 48°
lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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