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PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência
e Tutela de Evidência
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos
Sumário
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela De Evidência............................................. 3
1. Regras Gerais das Tutelas Provisórias.................................................................................... 4
2. Classificação das Tutelas Provisórias. . ................................................................................... 8
2.1. Tutelas de Urgência................................................................................................................ 10
2.2. Tutela de Evidência................................................................................................................ 20
2.3. Tutelas Provisórias Contra a Fazenda Pública. . ................................................................21
3. Enunciados do FPPC sobre Tutelas Provisórias.................................................................. 25
Questões de Concurso.................................................................................................................. 29
Gabarito............................................................................................................................................ 50
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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
Obs.: Estas duas grandes espécies são, ainda, subdivididas em subespécies tecnicamente
diferenciadas, as quais estudaremos em seguida.
Todas as tutelas provisórias têm alguns requisitos principais para concessão. Veja:
• 1) Tutelas Provisórias de Urgência: FUMUS BONI IURIS e PERICULUM IN MORA – probabi-
lidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, respectivamente.
• 2) Tutela Provisória de Evidência: FUMUS BONI IURIS – probabilidade (evidência) do
direito, exclusivamente.
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Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
Gustavo Deitos
EXEMPLO
A parte narra um contexto pedindo, expressamente, concessão de tutela provisória cautelar,
mas o juiz, ao analisar todas as questões, verifica que se trata, na verdade, de tutela provisória
antecipada.
Nessa situação, o juiz pode conceder a tutela provisória antecipada, que é a correta, mesmo
que a parte tenha pedido a tutela errada.
Agora, abordaremos as disposições gerais do CPC que tratam genericamente das tutelas
provisórias, com necessários apontamentos.
Este artigo é abordado no próximo capítulo desta aula (da classificação das tutelas
provisórias).
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
A tutela provisória requerida em caráter antecedente, por sua vez, depende do pagamento
de custas, porque dá início ao procedimento (por ser antecedente, ainda não existe o pedido
principal.
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O art. 308, caput, diz que a formulação do pedido principal, após a tutela requerida em cará-
ter antecedente, não dependerá do adiantamento de “novas custas processuais”. Portanto, as
custas são pagas quando do requerimento da tutela de caráter antecedente.
A isenção de custas aplica-se somente à tutela provisória requerida em caráter incidental (no
meio do processo).
Para lembrar:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia duran-
te o período de suspensão do processo.
Como regra geral, a tutela provisória, quando concedida, produz efeitos até a sentença
definitiva. A sentença definitiva poderá confirmar a tutela provisória, dando-lhe caráter defini-
tivo (deixando, portanto, de ser provisória), ou, ainda, revogá-la, caso em que (agora sim) ela
perderá seus efeitos.
Ademais, a revogação ou a modificação da tutela provisória pode ocorrer a qualquer tem-
po, a critério do juiz, especialmente quando algum de seus pressupostos materiais (fumus
boni iuris e periculum in mora) desaparecerem.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber.
Com certa frequência, as tutelas provisórias deferidas pelo juiz criam obrigações de fazer ou
de não fazer (parar a construção de uma obra, permitir que uma pessoa frequente certo lugar etc.).
Conforme o art. 536, § 1º, do CPC, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a im-
posição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de
obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial.
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Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará
seu convencimento de modo claro e preciso.
A clareza e a precisão da decisão judicial que verse sobre tutela provisória (deferindo-a
ou indeferindo-a) são características aliadas à necessidade de fundamentação das decisões
judiciais.
As partes têm o direito de conhecer as razões fáticas e jurídicas que levaram o juiz à sua
conclusão sobre o (in)deferimento da tutela provisória requerida. Tais razões podem, inclusive,
ser objeto do recurso de agravo de instrumento (art. 1.015, inciso I, CPC), eis que se está diante
de decisão interlocutória.
Logo, a adequada fundamentação da decisão concessiva ou denegatória da tutela provi-
sória possibilitará o enfrentamento técnico e específico das questões em eventual agravo de
instrumento.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo com-
petente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e
nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.
Quanto a tutela provisória for de caráter incidental (ou incidente), já haverá um processo
em curso. Portanto, o juiz competente para apreciar o respectivo pedido será o próprio juiz
atuante no processo.
Contudo, diante de pedidos de tutelas provisórias de caráter antecedente, ainda não exis-
tem pedidos principais. Portanto, a regra de competência a ser observada será aquela aplicá-
vel à pretensão principal, de acordo com os critérios e parâmetros dos arts. 42 e seguintes do
CPC, bem como de acordo com as competências estabelecidas na Constituição Federal.
EXEMPLO
Tutela provisória de caráter antecedente pertinente a uma pretensão de direito pessoal deverá
ser formulada na Justiça Estadual, no foro de domicílio do réu (regra aplicável à pretensão prin-
cipal – art. 46 do CPC).
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Trataremos, abaixo, das regras fundamentais à classificação das tutelas provisórias espe-
cíficas que existem no direito brasileiro:
Embora tenham suas diferenças técnicas, todas essas cinco espécies têm um ponto em
comum: são resolvidas em sede de cognição sumária.
Caro(a) aluno(a), para esclarecermos este conceito, devo diferenciar para você cognição
sumária de cognição exauriente.
• COGNIÇÃO EXAURIENTE: É a conclusão tida pelo juiz após toda a instrução processual,
no momento de sua decisão definitiva de mérito. Trata-se do conhecimento (cognição)
do mérito do processo quando toda e qualquer prova possível já foi produzida, e todas
as manifestações possíveis já foram feitas ou, pelo menos, oportunizadas às partes.
• COGNIÇÃO SUMÁRIA: É a conclusão tida pelo juiz antes da fase de instrução, no mo-
mento em que a parte pede a concessão da tutela provisória, somente com base nos
elementos trazidos pela parte que requer a tutela. O conhecimento do mérito do proces-
so, nesse caso, é sumário (a discussão das questões levantadas ainda não se exauriu).
Ademais, antes de conceituarmos cada uma das cinco espécies, ainda é necessário conhe-
cer as diferenças básicas entre tutela cautelar e tutela antecipada, e também as diferenças
entre tutela antecedente e tutela incidente.
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• TUTELA CAUTELAR: É a tutela postulada pela parte que pretende evitar que certo dano
ocorra, ou evitar a perda ou a deterioração considerável de um direito que ela pretende
proteger por meio da ação judicial.
− A repetição do verbo “evitar” é proposital. A tutela cautelar embasa-se na prevenção à
destruição de direitos ou de meios de provar os direitos, em face de um risco concreto
de destruição.
− De acordo com o art. 301 do CPC, a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto con-
tra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
• TUTELA ANTECIPADA: É a tutela postulada pela parte que pretende o adiantamento de
um direito cuja existência ela tentará provar ao longo do processo. Grosso modo, a tu-
tela antecipada é a “antecipação” de um direito que a parte postulará no processo. Tra-
ta-se de receber tal direito antes de a sentença definitiva declarar que a parte o possui.
É por isso que a tutela antecipada também é chamada pelo nome de tutela satisfativa,
pois proporciona a satisfação adiantada do direito.
− Conforme o art. 300, § 3º, do CPC, a tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Portanto, se eventual adiantamento do direito reclamado puder, em algum grau de
possibilidade, ser irreversível (de impossível desfazimento posteriormente), a tutela
antecipada não será concedida.
Passadas as diferenças entre tutela cautelar e antecipada, veja, abaixo, as diferenças entre
tutela concedida em caráter antecedente ou incidental:
• TUTELA ANTECEDENTE: É a tutela provisória postulada pela parte antes mesmo da for-
mulação do pedido principal. Basicamente, é a tutela provisória requerida antes da peti-
ção inicial. As espécies de tutela provisória que possuem caráter antecedente são muito
assemelhadas à antiga “ação cautelar”, que era ajuizada antes da “ação principal”.
• TUTELA INCIDENTE (ou INCIDENTAL): É a tutela provisória postulada pela parte junta-
mente ou após a formulação do pedido principal. A petição inicial já foi formulada e pro-
tocolada ao tempo do requerimento da tutela incidental. Comumente, o pedido de tutela
provisória incidental é formulado na própria petição inicial. Basta que a tutela provisória
seja requerida juntamente ou depois a petição inicial para que seja classificada como
de caráter incidental.
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Agora, conseguiremos trabalhar diretamente com cada uma das cinco espécies.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabi-
lidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Aqui estão os dois grandes pilares da tutela de urgência: FUMUS BONI IURIS e PERICULUM
IN MORA – probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,
respectivamente.
• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam a
crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente. Trata-se
de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado, embora
possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida, é pos-
sível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha tramitado
inutilmente.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução
ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
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A efetivação da tutela provisória pode causar danos à parte contrária, certo? Por isso, é
faculdade do juiz (poder, e não dever) exigir uma garantia (caução) da parte que pede a con-
cessão de tutela provisória.
Concessão liminar ocorre quando o juiz fica convencido da necessidade da tutela provisó-
ria, pela simples leitura dos fundamentos fáticos e jurídicos apresentados.
Já a concessão após justificação prévia ocorre quando o juiz precisa de mais alguma
manifestação da parte requerente para ficar convencido da necessidade da tutela provisória.
A justificação prévia pode ocorrer mediante manifestação nos próprios autos ou, ainda, em
audiência de justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irre-
versibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível.
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Obs.: A responsabilidade objetiva impõe que o agente causador do dano indenize a parte
contrária pelo dano, independentemente da existência de culpa. São suficientes o nexo
causal e o dano para que o agente causador do dano indenize a pessoa prejudicada.
Se a sentença definitiva for desfavorável à parte que aproveitou tutela provisória de urgên-
cia, por decidir o mérito de forma melhor para a parte contrária (inclusive revogando a tutela
provisória), a parte requerente da tutela provisória de urgência responderá, independentemen-
te de culpa, por todos os danos que a parte contrária sofreu.
Além da hipótese de sentença definitiva desfavorável (inciso I), a mesma lógica se aplica a
todas as outras causas de cessação da tutela provisória de urgência (incisos II a IV).
Se ficar reconhecido que o direito pleiteado e tutelado provisoriamente estava prescrito ou
caduco (decaído), o autor responderá objetivamente por todos os danos sofridos pela parte
contrária, que se obrigou a tomar medidas em favor de um direito não mais exigível (prescrito)
ou não mais existente (caduco/decaído).
Cessada a tutela provisória de urgência, a parte contrária será indenizada por todos os da-
nos que ela sofreu por conta dessa tutela, mesmo que não tenha havido culpa da outra parte.
A irrelevância da culpa é inerente à responsabilidade objetiva.
A parte que requerer a concessão da tutela provisória antecedente (cautelar ou anteci-
pada) deverá fornecer os meios necessários para a citação do requerido (parte contrária) no
prazo de 5 (cinco) dias.
Se a citação da parte contrária não for viabilizada no prazo de 5 dias, a tutela provisória
antecedente terá seus efeitos cessados, e a parte que a requereu deverá responder por todos
os danos sofridos pela parte contrária.
Cuidado: esta regra da citação em 5 dias somente se aplica às tutelas provisórias de caráter
antecedente, e não às de caráter incidental. Afinal de contas, se a tutela provisória fosse de
caráter incidental (durante o processo), a citação já teria ocorrido.
A tutela de urgência cautelar antecedente é disciplinada nos arts. 305 a 310 do CPC. Abai-
xo, apresentarei os referidos dispositivos, com pertinentes comentários e associações.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.
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Como vimos, a tutela provisória formulada em caráter antecedente ocorre antes do pedido
principal. Portanto, nesta petição, a parte enfocará o pedido de tutela cautelar, narrando as
circunstâncias fáticas que demonstrem a estrutura da lide (conflito) de forma que suficiente-
mente mostre o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No parágrafo único está insculpido o antes mencionado Princípio da Fungibilidade. Se o
juiz entender que a tutela provisória correta é, na verdade, de uma espécie diferente da reque-
rida pela parte, o juiz concederá a tutela provisória correta, desde que todos os pressupostos
da tutela provisória correta estejam presentes no requerimento.
Conforme o art. 302, inciso II, do CPC, a parte que requerer a concessão da tutela provisória
antecedente (cautelar ou antecipada) deverá fornecer os meios necessários para a citação do
requerido (parte contrária) no prazo de 5 (cinco) dias.
Se a citação da parte contrária não for viabilizada no prazo de 5 dias, a tutela provisória ante-
cedente terá seus efeitos cessados, e a parte que a requereu deverá responder por todos os
danos sofridos pela parte contrária.
Cuidado: esta regra da citação em 5 dias somente se aplica às tutelas provisórias de caráter
antecedente, e não às de caráter incidental.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas
que pretende produzir.
Pelo fato de a tutela cautelar de caráter antecedente ser naturalmente formulada antes do
pedido principal, haverá necessidade de citação do réu. A citação, neste momento, produzirá
todos os efeitos do art. 240 do CPC: interrupção do prazo prescricional, transformação da coi-
sa envolvida em objeto litigioso etc.
A contar de sua citação efetiva, o réu deverá contestar o pedido de tutela provisória cau-
telar, no prazo de 5 dias. A contestação, neste momento, deve referir-se ao pedido de tutela
cautelar, e não ao pedido principal.
Obs.: O máximo que o réu poderá alegar na contestação, além da defesa em face da tutela
cautelar, são as questões preliminares do art. 337 do CPC: incompetência do juízo,
conexão, continência, perempção etc.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo
réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.
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Perceba que, neste caso, os efeitos da confissão ficta restringem-se aos fatos atrelados
ao pedido de tutela de urgência cautelar. Não se trata, aqui, da confissão ficta abrangente de-
corrente da falta de contestação. A confissão abrangente só pode ser verificada diante dos
pedidos principais, quando o réu não os contesta.
EXEMPLO
Se o requerente da tutela cautelar justifica que o requerido (réu) ameaça destruir certas
provas, e o réu não contestar o pedido de tutela cautelar, serão considerados verdadeiros
estes fatos (intenção de destruir provas), mas nenhum efeito incidirá sobre a relação jurídi-
ca como um todo, que será discutida somente depois de apresentada a petição inicial com
todos os pedidos.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou
de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova
citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive quando a parte perder o prazo de 30 dias para apresentar os pedidos
principais – art. 309, inciso I), o requerente da tutela responderá objetivamente (independen-
temente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por causa da concessão da tutela
provisória.
O PULO DO GATO
Se a parte optar por formular o pedido de tutela juntamente com a petição, a tutela provisória
passará a ter caráter incidental (§ 1º). Neste caso, haverá somente uma citação: para partici-
par de audiência de conciliação e mediação (§ 3º). Neste caso, não havendo acordo, será con-
tado o prazo de 15 dias para apresentação de contestação a todos os pedidos (tanto da tutela
provisória quanto da tutela final).
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Tendo em vista que a tutela provisória em caráter antecedente é postulada com narrativa
mais resumida (mais enfocada nos argumentos que demonstram o cabimento da tutela pro-
visória), é facultado a ela expor as demais razões fáticas e jurídicas (causas de pedir próxima
e remota) pertinentes aos pedidos principais. A isto, denomina-se aditamento da causa de
pedir (§ 2º).
De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive as hipóteses dos incisos deste artigo), o requerente da tutela respon-
derá objetivamente (independentemente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por
causa da concessão da tutela provisória.
Ademais, se a tutela provisória concedida tiver seus efeitos cassados, a parte não poderá
pedir, novamente, a mesma tutela provisória, a não ser que as razões fáticas e/ou jurídicas do
novo pedido sejam diferentes, e totalmente independentes das razões que embasaram a con-
cessão da primeira tutela provisória cuja eficácia cessou.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência
ou de prescrição.
Toda tutela provisória é concedida com fundamento em cognição sumária, isto é, com
base na conclusão tida pelo juiz antes da fase de instrução, quando a parte pede a concessão
da tutela provisória, somente com base nos elementos trazidos pela parte que requer a tutela.
É o que se chama de decisão interina.
Dessa forma, nada impede que o mesmo pedido seja, em cognição exauriente (após todo
o deslinde do processo), deferido pelo juiz. O único empecilho para que a tutela provisória
não fosse concedida era o de que o direito postulado, naquele primeiro momento, ainda não
era provável, ou, embora fosse provável, não existia perigo de dano ou risco ao resultado útil
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Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.
Primeiramente, recomendo que grave esta palavras-chave, caso seja adepto ao estudo
com mnemônicos:
DICA
Urgência conTemporÂneA à propositura da ação – Tutela An-
tecipada Antecedente (T.A.A.)
O autor terá 15 dias para complementar (aditar) a sua petição inicial, incluindo os pedidos
da tutela final, com todos seus documentos pertinentes.
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Se o autor perder este prazo, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Obs.: Conforme o art. 309, inciso III, a extinção do processo sem resolução do mérito é causa
de cessação dos efeitos da tutela provisória. Ademais, de acordo com o art. 302, inciso
III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer hipótese legal (como no
caso de a parte deixar de aditar a petição inicial com os demais pedidos), o requerente
da tutela responderá objetivamente (independentemente de culpa) pelos danos cau-
sados à parte contrária por causa da concessão da tutela provisória.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais.
Para revisar:
• A tutela provisória de caráter incidental (formulada no meio do processo ou juntamente
com a petição inicial) é isenta de custas.
• A tutela provisória de caráter antecedente, por sua vez, por ser formulada antes mes-
mo da apresentação de petição inicial, depende do pagamento de custas processuais.
Neste caso, quando o autor fizer o aditamento para acrescentar os pedidos finais, ele
não precisará pagar novas custas, pois já as pagou quando do requerimento da tutela
provisória de caráter antecedente.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput
deste artigo.
O juiz, ao ler a petição inicial sem pedidos principais e com causa de pedir limitada, estará
tendente a extinguir o processo sem resolução do mérito por inépcia, concorda? Portanto, deve
a parte sinalizar ao juiz que o simples requerimento da tutela antecipada e a mera indicação do
pedido da tutela final (tutela principal) estão sendo apresentados de modo que a petição seja
processada nos termos do art. 303 do CPC.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tutelas Provisórias: Tutela de Urgência e Tutela de Evidência
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§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicio-
nal determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.
Não sendo convencido de que o contexto vivenciado pelo requerente da tutela contém
direito provável ou perigo de dano, o juiz determinará que ele emende a petição da tutela em 5
dias. Não sendo emendada, o processo será extinto sem resolução do mérito, e a tutela provi-
sória, indeferida.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que
a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extin-
gue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do
§ 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efei-
tos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por
uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
Você já sabe de que a tutela antecipada é formulada antes da pretensão principal. Agora,
acompanhe:
Se a tutela provisória de urgência antecipada for deferida, e o réu não interpuser agravo de
instrumento, a decisão proferida em sede de tutela antecipada será tornada estável, isto é, du-
rará por todo o tempo, enquanto ninguém solicitar sua invalidação, reforma ou revisão (§ 3º).
Ademais, depois do transcurso do prazo recursal sem a interposição de agravo de instru-
mento, o processo será extinto. Por óbvio, se o réu interpuser o agravo, o processo prosseguirá
até o julgamento do recurso, ao menos.
A invalidação, reforma ou revisão pode ser requerida por qualquer das partes, e não so-
mente pela desfavorecida. É perfeitamente possível que o autor requeira a revisão da tutela
antecipada, de modo que seus efeitos se tornem mais favoráveis a ele (§ 2º).
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Gustavo Deitos
Logo de início, tenha em mente que a estabilização da tutela provisória de urgência somente
se aplica à tutela de urgência antecipada.
A tutela cautelar, por sua vez, não pode ser estabilizada, uma vez que a estabilidade da decisão
é incompatível com sua natureza de evitar danos imediatos. É o entendimento fixado no Enun-
ciado n. 420 do FPPC: “Não cabe estabilização de tutela cautelar.”.
Existe, ainda, outro detalhe que merece sua atenção, por poder ser envolvido em pegadi-
nhas de prova. Confira o entendimento constante do Enunciado n. 421 do FPPC: “Não cabe
estabilização de tutela antecipada em ação rescisória.”.
Você já sabe de que a estabilização somente se aplica à tutela antecipada. Agora, você
precisa conhecer a exceção: em ações rescisórias (desconstituição de decisões de mérito
transitadas em julgado), é impossível a estabilização da tutela antecipada.
O PULO DO GATO
Como regra geral, somente a tutela antecipada é sujeita à estabilização, pela ausência de im-
pugnação mediante recurso.
Em ações rescisórias, não cabe estabilização de nenhuma tutela provisória, quer antecipada,
quer cautelar.
Agora, chamo sua atenção para a lógica do § 5º. Ele institui um prazo decadencial para o
direito de requerer revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada estabilizada. Tal prazo
é de dois anos. Após este prazo, não pode mais ser feito tal requerimento.
O § 6º, logo em seguida, dispõe que a tutela antecipada estabilizada não faz coisa julgada.
Diante disso, imagino que você possa estar se perguntando o seguinte:
Professor, se depois de dois anos a tutela antecipada estável não pode mais ser objeto de
requerimento de reforma, como seria possível o seu desfazimento?
É isto que explicarei agora, caro(a) aluno(a). O prazo de dois anos aplica-se exclusivamen-
te ao direito de ajuizar ação em que se requeira tão somente a reforma da tutela antecipada.
Este prazo não impede o ajuizamento da ação principal, com os pedidos de tutela final, de
modo a buscar uma decisão judicial diferente e mais completa.
Neste caso, a cognição exauriente (realizada em sentença de mérito ou acórdão) é natural-
mente capaz de substituir a decisão proferida em sede de cognição sumária, mesmo que esta
tenha sido estabilizada no tempo.
Portanto, a coisa julgada material somente é produzida pela decisão de mérito (sentença
ou acórdão) que realize juízo de cognição exauriente.
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Enquanto não solucionada essa divergência, as bancas estão se atendo a cobrar as hipó-
teses de tutela de evidência expressamente previstas no CPC (incisos I a IV), bem como quais
são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente (incisos II e III).
Decidir “liminarmente” nada mais é que decidir sem necessidade de manifestação prévia do
autor ou do réu. Trata-se da clássica decisão judicial inaudita altera parte (sem oitiva prévia da
parte contrária). O exercício do contraditório, no caso de decisão liminar, é diferido (postergado).
Para você memorizar quais são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente em
sede de tutela de evidência, apresentarei as seguintes dicas:
• 1) Os incisos I e IV (que não são hipóteses de decisão liminar) envolvem atuação efetiva
do réu antes da tutela de evidência.
− 1.1.) Para que a tutela de evidência seja concedida com base no inciso I, deve ter
ocorrido, anteriormente, manifestação do réu, para que o abuso do direito de defesa
ou o manifesto propósito protelatório do réu sejam identificados, e a tutela de evidên-
cia seja concedida.
− 1.2.) Para que a tutela de evidência seja concedida com fundamento no inciso IV,
deve o réu já ter apresentado sua contestação, e não ter se fundado em prova capaz
de gerar dúvida razoável.
• 2) Os incisos II e III são restritos ao pedido em si ou à prova apresentada pelo autor, sem
qualquer participação prévia do réu.
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firma-
da em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a
4º da Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009.
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Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em
quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
Por se tratar de tema objeto de jurisprudência recente do STF, prepare-se para enfrentá-lo em
sua prova!
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Art. 1º Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou
em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
Se as hipóteses de proibição de medida liminar aplicáveis às ações em geral são, pela lei,
exatamente as mesmas das ações de mandado de segurança, automaticamente deixam de
existir tais vedações nas ações em geral, uma vez que declaradas inconstitucionais as veda-
ções aplicáveis às ações de mandado de segurança.
É importante registrar que o art. 2º da Lei n. 8.437/1992 é parcialmente inconstitucional
por arrastamento, porque, na ADI n. 4296, o STF também declarou inconstitucional um dispo-
sitivo da Lei do Mandado de Segurança que tem redação quase idêntica.
Explico.
O § 2º do art. 22 foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI n. 4296, em sessão plená-
ria realizada em 09 de junho de 2021. Tal dispositivo apresenta esta redação:
Art. 22, § 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de
72 (setenta e duas) horas.
Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando
cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.
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Gustavo Deitos
Criar condições para que o juiz conceda tutela provisória é, na prática, restrição da presta-
ção jurisdicional. Se o juiz entender pela existência dos pressupostos objetivos da tutela provi-
sória (fumus boni juris e periculum in mora) e tiver fundamentação adequada para justificar a
concessão de medida liminar sem a prévia oitiva da parte contrária, será prerrogativa funcional
do juiz conceder a medida (em outras palavras, será “direito” do juiz). Eventual irresignação da
parte prejudicada deve ser veiculada no meio de impugnação cabível (agravo de instrumento –
art. 7º, § 1º), ocasião em que poderá requerer, a seu critério, efeito suspensivo (art. 15).
O art. 2º da Lei n. 8.437/1992 ainda cita que tal condição se aplicaria a tutelas provisórias
requeridas em ações civis públicas. A tese do STF refere-se, expressamente, à “via manda-
mental”. O mandado de segurança, a exemplo dos demais remédios constitucionais, insere-se
na via mandamental, pois o descumprimento de medidas determinadas pelo juiz no respectivo
processo configura crime de desobediência.
Portanto, até o momento, não é possível afirmar seguramente que a necessidade de oitiva
prévia do ente público seria condição inconstitucional, também, nas ações civis públicas. Para
o devido esclarecimento, é necessário que o STF seja provocado.
Outro ponto importante a se destacar refere-se ao § 3º do art. 1º da Lei n. 8.437/1992, que dis-
põe: “Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação”.
Como a tese fixada pelo STF (restrições/vedações à concessão de medida liminar) dirige-se
primeiramente às ações mandamentais, e como o § 3º não faz referência à Lei do Mandado de
Segurança, é possível afirmar que, a princípio, a restrição do referido parágrafo continua válida.
Conclusão diversa poderá surgir se o STF manifestar-se em posição oposta.
DICA
Em síntese:
É inconstitucional todo dispositivo de lei ou de ato normativo
que proíba ou restrinja/condicione a concessão de tutela pro-
visória em face da Fazenda Pública, exceto as medidas que
esgotem, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação, nas
ações em geral (que não sejam de natureza mandamental).
Também deixam de existir as proibições de concessão de de-
terminadas medidas em caráter liminar, com exceção da exi-
gência de prévia manifestação da Fazenda Pública nas ações
civis públicas, que, pelo menos a princípio, continua válida.
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Gustavo Deitos
Imagine que o juiz, em decisão, afirme que o pedido de tutela provisória será apreciado
juntamente com a sentença, ou após a audiência de instrução e julgamento, ou após qualquer
outro momento processual futuro. Neste caso, poderá o requerente da tutela interpor agravo
de instrumento contra esta decisão.
O agravo de instrumento também será cabível contra a decisão que exigir, indevidamente, o
pagamento de custas ou outra obrigação não prevista em lei para análise da tutela provisória.
Estudamos que a tutela provisória de caráter incidental é isenta de custas. Logo, se o juiz, em
decisão, exigir depósito de custas para apreciação da tutela incidental, esta decisão poderá ser
objeto de agravo de instrumento.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 30: O juiz deve justificar a postergação da análise liminar da tutela provisó-
ria sempre que estabelecer a necessidade de contraditório prévio.
Conforme o art. 300, § 2º, “a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após jus-
tificação prévia.”. Quando o juiz optar por apreciar o pedido de tutela provisória somente após a
justificação prévia (contraditório prévio), ele deverá fundamentar a necessidade de oitiva da parte
contrária, isto é, os motivos que justificam a necessidade de ouvir, primeiramente, a parte contrária.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 381: É cabível réplica no procedimento de tutela cautelar requerida em cará-
ter antecedente.
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FPPC: Fórum Permanente de Processualistas Civis
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Gustavo Deitos
Este enunciado deixa aberta a possibilidade de o juiz, em prol de um bem maior, conceder
uma tutela provisória que possa ter efeitos irreversíveis. Tudo dependerá dos aspectos que o
juiz considerar como racionais o suficiente.
É claro que será aplicável, neste caso, a regra da responsabilidade objetiva da parte que
requerer a tutela provisória (art. 302 do CPC). Eventual improcedência da ação ou cessação da
eficácia da tutela causará a responsabilidade objetiva do requerente por todos os danos (neste
caso, irreversíveis) provocados à parte contrária.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 422: A tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais.
Enunciado n. 423: Cabe tutela de evidência recursal.
Enunciado n. 496: Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provi-
sória incidental pode ser formulado a qualquer tempo, não se submetendo à preclusão
temporal.
Enunciado n. 497: As hipóteses de exigência de caução para a concessão de tutela pro-
visória de urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV, CPC.
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Gustavo Deitos
Ademais, no julgamento da ADI n. 4296, foi adotada pelo STF a seguinte tese: “O juiz tem
a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em
mandado de segurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo
com as circunstâncias do caso concreto” (Informativo n. 1.021, de 18 de junho de 2021).
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 498: Efetivada a tutela de urgência e, posteriormente, sendo o processo
extinto sem resolução do mérito e sem estabilização da tutela, será possível fase de
liquidação para fins de responsabilização civil do requerente da medida e apuração
de danos.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 500: A tutela antecipada concedida em caráter antecedente não se estabi-
lizará quando for interposto recurso pelo assistente simples, salvo se houver manifesta-
ção expressa do réu em sentido contrário.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 502: O procedimento da tutela cautelar, requerida em caráter antecedente
ou incidente, previsto no Código de Processo Civil é compatível com o microssistema do
processo coletivo.
Enunciado n. 503: Cessa a eficácia da tutela cautelar concedida em caráter antecedente,
se a sentença for de procedência do pedido principal, e o direito objeto do pedido foi defi-
nitivamente efetivado e satisfeito.
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Gustavo Deitos
Simples: a tutela cautelar tem por objetivo resguardar o direito postulado ou o meio de
prová-lo. Depois que o referido direito já for totalmente efetivado e satisfeito, não terá nenhum
sentido preservar a eficácia da tutela cautelar, pois a sua finalidade (proteção) já terá se exau-
rido completamente.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 581: O poder de dilação do prazo, previsto no inciso VI do art. 139 e no
inciso I do §1º do art. 303, abrange a fixação do termo final para aditar o pedido inicial
posteriormente ao prazo para recorrer da tutela antecipada antecedente.
Vimos em aula que o prazo para aditamento da petição inicial, com inclusão de todos os
pedidos da tutela final, pode ocorrer no prazo de 15 dias ou em prazo maior fixado pelo juiz
(para a tutela antecipada em caráter antecedente).
Este “prazo maior” pode consistir no seguinte: o juiz autoriza o autor a formular o adita-
mento de sua petição inicial até algum tempo depois do término do prazo recursal do réu.
Esta medida tem por finalidade a organização do processo. Afinal, se a fase recursal e a de
aditamento da inicial ocorrerem ao mesmo tempo, o serviço da unidade judiciária, se não mui-
to organizado, pode permitir que o processo tenha uma tramitação muito confusa no sistema
dos processos judiciais eletrônicos.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 582: Cabe estabilização da tutela antecipada antecedente contra a Fazenda
Pública.
Enunciado n. 647: A tutela provisória pode ser concedida pelo relator liminarmente ou
após justificação prévia.
Enunciado n. 691: A decisão que nega a tutela provisória coletiva não obsta a concessão
da tutela provisória no plano individual.
Enunciado n. 693: Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que con-
verte o rito da tutela provisória de urgência requerida em caráter antecedente.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 735 do STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida
liminar.
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Gustavo Deitos
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2019/MPE-GO/BANCA DO ÓRGÃO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre a
tutela provisória, de acordo com o Código de Processo Civil, é incorreto afirmar que:
a) Concedida a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, o autor deverá aditar a
petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos
e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o
juiz fixar.
b) No procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o réu será citado
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir.
c) Nem todas as hipóteses da tutela da evidência comportam apreciação liminar pela autori-
dade judiciária.
d) O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada, extingue-se após
dois anos, contados da concessão da tutela de urgência.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com a regra literal do art. 303, § 1º, inciso I, do CPC.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com a regra literal do art. 306 do CPC
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa encontra-se em confor-
midade com o art. 311, parágrafo único: as hipóteses de tutela de evidência dos incisos II e III
do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar será impossível,
devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
d) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se errada, uma vez que o
prazo de dois anos (correto) é contado da ciência da decisão que extinguiu o processo, em
caso de a tutela antecipada tornar-se estável e desta decisão não tiver sido interposto recurso.
Letra d.
002. (2018/FGV/OAB) Márcia está muito doente e necessita fazer uso contínuo do medica-
mento XYZ para sobreviver. Embora, durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos
no único hospital público da cidade em que reside, foi informada de que aquela era a última
caixa e que, no mês seguinte, o medicamento não seria mais fornecido pela rede pública.
Diante de tal circunstância, desejando obter o fornecimento do medicamento, Márcia procura
você, como advogado(a), para elaborar a petição inicial e ajuizar a demanda que obrigue o Po-
der Público ao fornecimento do medicamento XYZ. A petição inicial distribuída trouxe o pedido
de medicamentos em caráter antecedente e tão somente a indicação do pedido de tutela final,
expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à saúde de Márcia.
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De acordo com o art. 303 do CPC, “Nos casos em que a urgência for contemporânea à pro-
positura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar
e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.”. Portanto, a espécie de tutela
provisória requerida pelo advogado está correta.
Letra c.
Conforme o art. 311, inciso II, do CPC, a tutela de evidência será concedida quando as ale-
gações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Ademais, o parágrafo único do
mesmo artigo diz que esta hipótese de tutela de evidência autoriza a sua concessão de forma
liminar, isto é, sem que a parte contrária tenha se manifestado alguma vez anteriormente à
concessão.
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Ademais, você pôde perceber que a autora pediu “tutela de urgência”. Todavia, as tutelas pro-
visórias sujeitam-se ao princípio da fungibilidade, que permite ao juiz receber uma tutela pro-
visória em espécie diferente, se os pressupostos da espécie correta (que no caso é tutela de
evidência) estiverem preenchidos, como no presente contexto.
Letra a.
a) Errada. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar será
impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
b) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
c) Errada. Vide comentário à letra b.
d) Errada. Se o réu não opuser objeção capaz de gerar dúvida razoável, nesta situação, será
cabível a tutela de evidência (art. 311, inciso IV, CPC).
e) Certa. É a hipótese expressa de cabimento do art. 311, inciso III.
Letra e.
005. (2017/FGV/OAB) O Sr. João, pessoa idosa e beneficiária de plano de saúde individual da
sociedade “ABC Saúde Ltda.”, começa a sentir fortes dores no peito durante a madrugada e,
socorrido por seus familiares, é encaminhado para a unidade hospitalar mais próxima.
O médico responsável pelo atendimento inicial constata um quadro clínico grave, com risco
de morte, sendo necessário o imediato encaminhamento do Sr. João para a Unidade de Tera-
pia Intensiva (UTI) do hospital. Ao ser contatado, o plano de saúde informa que não autoriza
a internação, uma vez que o Sr. João ainda não havia cumprido o período de carência exigido
em contrato.
Imediatamente, um dos filhos do Sr. João, advogado, elabora a ação cabível e recorre ao plan-
tão judicial do Tribunal de Justiça do estado em que reside.
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a) Errada. Se estamos tratando de tutela provisória, ela pode ser concedida liminarmente. Logo,
não é necessária a oitiva da parte contrária antes de sua concessão.
b) Errada. Como o caso envolve perigo de dano, não se trata de tutela de evidência, pois esta,
na verdade, só depende da demonstração de probabilidade (evidência) do direito, sem perigo
de dano ou risco ao resultado útil do processo.
c) Certa. Você percebe que, no momento do ajuizamento da ação, o autor já passa por perigo
de vida? Pois então: aplica-se a regra do art. 303 do CPC: “Nos casos em que a urgência for
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da
tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.”. Trata-se
de um adiantamento do pedido final, porque o pedido principal do processo será, justamente,
obrigar o plano de saúde a cobrir o evento.
d) Errada. A revogação ou a modificação da tutela provisória pode ocorrer a qualquer tempo
(art. 296 do CPC).
Letra c.
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O caráter incidental da tutela provisória é evidenciado pelo fato de, no momento de sua formu-
lação, já existir o processo judicial. Se ainda não houvesse tal processo, a tutela teria caráter
antecedente. Já a natureza de “urgência cautelar” deve-se ao fato de a requerente pretender
evitar um prejuízo e resguardar a futura satisfação do direito. Quando o requerente da tutela
pretende evitar efeitos danosos ao processo, a tutela pertence à espécie “cautelar”. Não se
trata de tutela de evidência, por total falta de enquadramento do caso concreto às hipóteses
do art. 311.
Letra d.
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a) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
b) Certa. É a hipótese de cabimento do art. 311, inciso II, do CPC.
c) Errada. A tutela provisória não produz coisa julgada (art. 304, § 6º, do CPC, que está na se-
ção da tutela de urgência antecipada, mas se aplica à tutela de evidência). Ademais, a tutela de
evidência, especificamente, não se estabiliza no tempo como a de urgência antecipada.
d) Errada. Tal hipótese é apenas uma das possíveis, não sendo a única. Ela é prevista no inciso
I do art. 311 do CPC.
Letra b.
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Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível. [GABARITO]
a) Certa. A tutela de urgência tem por elementos essenciais os referidos na alternativa (art.
300, caput, CPC).
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a) Errada. O recurso deve ser interposto no prazo apropriado (sendo agravo de instrumento,
será de 15 dias). O prazo de dois anos, na verdade, é o prazo decadencial para rever, reformar
ou invalidar a tutela antecipada (art. 304, § 5º).
b) Errada. O simples fato de a tutela antecipada ser estabilizada não viabiliza, por si só, o mane-
jo de ação rescisória, por falta de enquadramento direto no rol de hipóteses do art. 966 do CPC.
c) Errada. Tal decisão não faz coisa julgada (art. 304, § 6º).
d) Certa. É a regra literal do art. 304, § 2º).
e) Errada. O prazo de dois anos, na verdade, é o prazo decadencial para rever, reformar ou inva-
lidar a tutela antecipada (art. 304, § 5º), e não um prazo de suspensão. A extinção do processo
ocorrerá se o prazo recursal (15 dias, em regra) for transcorrido sem a respectiva interposição
(art. 304, § 1º).
Letra d.
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013. (2016/FGV/OAB) Cristina não foi autorizada por seu plano de saúde a realizar cirurgia de
urgência indicada por seu médico. Tendo em vista a necessidade de pronta solução para seu
caso, ela procura um(a) advogado(a), que afirma que a ação a ser ajuizada terá como pedido
a realização da cirurgia, com pedido de tutela antecipada para sua efetivação imediata, sem a
oitiva do Réu. O(A) advogado(a) ainda sustenta que não poderá propor a ação sem que Cristina
apresente toda a documentação que possui para a instrução da inicial, sob pena de impossibi-
lidade de juntada posterior.
A respeito do caso, assinale a afirmativa correta.
a) O advogado equivocou-se. Trata-se de tutela cautelar e não antecipada, de modo que o pedi-
do principal terá de ser formulado pela autora no prazo de 30 (trinta) dias nos mesmos autos.
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Quando se pede tutela antecipada em caráter antecedente (como é o caso, visto que a urgên-
cia é contemporânea à propositura da ação – art. 303 do CPC), não é necessário demonstrar
todo o conjunto probatório lodo no momento de pedir a tutela antecipada. Neste momento, é
suficiente que o advogado limite-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pe-
dido de tutela final. A juntada de outros documentos e a complementação do pedido da tutela
final deverão ocorrer no prazo de 15 dias, ou em prazo maior fixado pelo juiz (art. 303, § 1º,
inciso I, CPC).
Letra b.
a) Errada. Tal hipótese não comporta concessão liminar da tutela de evidência, uma vez que
a liminar só ocorre antes de o requerido integrar o processo, e, se ele abusou do direito de
defesa, logicamente ele já integrava o processo antes do requerimento da tutela de evidência
(hipótese do inciso I do art. 311).
b) Errada. O pedido reipersecutório deve ser fundado em prova documental para ensejar con-
cessão de tutela de evidência liminarmente (art. 311, inciso II).
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c) Certa. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar
será impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio. Esta alternativa
reproduz a hipótese do inciso II.
d) Errada. Em tal hipótese (inciso IV), não é possível a tutela de evidência liminar, pois o requeri-
do já terá integrado o processo, pelo fato de ficar constatada a ausência de oposição de provas
capazes de gerar dúvida razoável.
e) Errada. Tal hipótese não consta do rol do art. 311 do CPC.
Letra c.
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O novo processo, em que se formula o pedido principal, deve ser extinto sem resolução do mé-
rito em razão de coisa julgada material, tendo em vista a disposição do art. 310 do CPC: “O in-
deferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no
julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou
de prescrição.”. A prescrição faz coisa julgada material, conforme o art. 487, inciso II, do CPC.
Letra a.
Veja que o objeto principal da ação rescisória é a desconstituição da decisão de mérito. Logo,
a suspensão do título executivo resultante dessa decisão é um meio de evitar que o objeto
impugnado (decisão de mérito) produza efeitos. Portanto, sendo demonstrada a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, nada impede a conces-
são da tutela provisória, que, no caso, é de urgência (pois depende da demonstração de peri-
culum in mora) e, por destinar-se a evitar que danos venham a emergir do objeto impugnado,
tem natureza cautelar (art. 305 do CPC).
Letra d.
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Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável; [GABARITO]
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
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b) de urgência satisfativa;
c) da evidência cautelar;
d) da evidência sancionatória;
e) inibitória cautelar.
Perceba que o autor pretende adiantar a satisfação de seu direito (o pedido final é de que a
empresa pague o tratamento, e é a mesma coisa que a parte autora pede em sede de tutela
provisória). Como mencionado em aula, outro nome dado à tutela antecipada é “tutela satisfa-
tiva”, como aparece no gabarito.
Letra b.
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Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do paga-
mento de custas.”.
Errado.
A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É
de sua natureza que a probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Errado.
A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É
de sua natureza que a probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Certo.
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Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do paga-
mento de custas.”.
Errado.
De acordo com o ar. 304, § 2º, “qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada”. Ademais, existe o prazo de dois
anos, após a decisão de extinção do processo, para rever, reformar ou invalidar a tutela anteci-
pada (§ 5º). Ademais, conforme o § 4º, qualquer das partes poderá requerer o desarquivamen-
to dos autos em que foi concedida a medida.
Errado.
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Embora o juiz não possa conceder a tutela provisória de ofício, ele poderá, depois de deferir
o requerimento da parte, determinar todas as medidas que entender necessárias para a efe-
tivação da sua decisão (art. 297 do CPC). Trata-se de outra expressão do princípio inquisitivo
ou do impulso oficial.
Certo.
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O art. 303, caput, possibilita que a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo, nos casos em que
a urgência for contemporânea à propositura da ação. O § 6º deste artigo dispõe, literalmente, o
seguinte: “Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.”. O item, portanto, funda-se na
regra literal do art. 303, § 6º, do CPC.
Certo.
Veja o quanto este ponto é frequentemente abordado em questões. A tutela de evidência não
depende de periculum in mora para ser concedida (art. 311, caput). É de sua natureza que a
probabilidade (evidência) do direito seja, exclusivamente, demonstrada.
Errado.
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O CPC de 2015 exige, para configuração do periculum in mora, a probabilidade do direito, o pe-
rigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput, do CPC). Ademais, pode
o juiz conceder a tutela de urgência liminarmente ou após justificação prévia (art. 300, § 2º).
Certo.
Existem tipos de tutela provisória que pode ser requerida antes mesmo do pleito da pretensão
principal: as de urgência de caráter antecedente.
Errado.
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Tanto a tutela de urgência cautela como a antecipada podem ser concedidas em caráter ante-
cedente ou incidental. A concessão “liminar” não é tida como um caráter de concessão, mas,
sim, como uma circunstância de concessão.
Errado.
Existem tipos de tutela provisória que pode ser requerida antes mesmo do pleito da pretensão
principal: as de urgência de caráter antecedente.
Errado.
Conforme o art. 300, § 2º, a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente, ou após jus-
tificação prévia. Logo, não é necessária a oitiva da parte contrária antes de sua concessão, se
o juiz optar por conceder a tutela de urgência de forma liminar.
Errado.
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De fato a consulta prévia da parte desfavorecida, na tutela de urgência, pode não ser im-
plementada, porque, conforme o art. 300, § 2º, a tutela de urgência pode ser concedida li-
minarmente, ou após justificação prévia. Logo, não é necessária a oitiva da parte contrária
antes de sua concessão, se o juiz optar por conceder a tutela de urgência de forma liminar.
Todavia, o item torna-se incorreto ao afirmar que a concessão liminar da tutela provisória
somente ocorreria quando ela fosse de urgência: a tutela de evidência, por sua vez, também
tem hipóteses em que poderá ser concedida de forma liminar, isto é, sem contraditório prévio
e substancial (efetivo) – art. 311, incisos II e III, do CPC.
Errado.
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GABARITO
1. d 15. b 29. C
2. c 16. a 30. E
3. a 17. d 31. C
4. e 18. a 32. C
5. c 19. b 33. E
6. d 20. c 34. E
7. b 21. E 35. E
8. b 22. E 36. E
9. a 23. C 37. E
10. a 24. C 38. E
11. d 25. E 39. E
12. a 26. E 40. E
13. b 27. C
14. c 28. E
Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e 48°
lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.
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