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Resumo Crimes em Espécie
Resumo Crimes em Espécie
ESPÉCIE
No contexto dos delitos de lesão corporal, deve-se destacar que o exame pericial
assume especial relevo probante, sendo necessário para identificar a extensão do
resultado da lesão corporal para melhor enquadramento típico. Entretanto, nor
termos do que prevê o art. 167 do Código de Processo Penal, nada impede que,
diante da impossibolidade de realização do exame outros meios de prova sejam
uilizados para auferir a materialidade delitiva.
Nos termos do §7º do art. 129 do Código Penal, aplicam-se aos delitos de lesão
corporal as causas de aumento de pena previstas para o delito de homicídio. No
caso de lesão dolosa a pena é exasperada de ⅓, se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos, ou aumentada de ⅓ até a metade se o
crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço
de segurança, ou por grupo de extermínio.
No mesmo sentido, o art. 129, prevê que se a lesão for praticada contra
autoridade ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
A lesão também será agravada pelo resultado quando dela resultar perigo de
vida para o ofendido. Não bastam conjecturas, mas um fator real de risco
inerente ao ferimento causado. Segundo a doutrina e jurisprudência majoritária
o perigo de vida deve ser ocasionado a título de culpa, pois se causado a tíulo de
dolo estaríamos diante de uma tentativa de homicídio.
Por fim, quando da lesão resultar aceleração de parto a pena também será
agravada. Trata-se, em verdade, de delito próprio nesta modalidade, pois é
exigível que a vítima seja gestante. Neste caso, o sujeito ativo deve ter
conhecimento da gravidez da vítima.
Por fim, a lesão também se qualifica como gravíssima se dela decorre a morte
do feto. Mais uma vez, trata-se de delito próprio nesta modalidade, pois exige
que a vítima seja gestante, sendo também necessário que o resultado mais
gravoso ocorra a título de culpa.
A violência doméstica é punida com pena de detenção de três meses a três anos.
É a lesão praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade.
Por outro lado, o delito previsto no art. 131 tipifica a conduta de praticar, com o
fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
produzir o contágio, apenado-a com reclusão de um a quatr anos e multa. Se a
ação do agente resultar em lesão ou morte, ele responderá pelo resultado.
Por fim, o delito de perigo para a vida ou saúde de outrem tipifica a conduta de
expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. Trata-se de delito
subsidiário (apenas se configura quando não se consuma delito mais grave), de
perigo concreto e que possui vítima individualizada ou individualizável, não se
confundido o crime em questão com os de perigo comum ou contra a
incolumidade pública.
Deve-se ainda registrar que o tipo penal descrito no art. 132 contém, em seu
parágrafo único, causa especial de aumento de pena quando a probabilidade de
dano decorrer do “transporte de pessoas para a prestação de serviços em
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais”. A
norma visou coibir o “transporte clandestino e perigoso de trabalhadores, a
exemplo do que ocorre, inclusive, em propriedades privadas, com os chamados
boias-frias”.
Por sua vez, o sujeito passivo será aquele que se encontra sob os cuidados,
guarda, vigilância ou autoridade do sujeito ativo. O delito pode ser praticado de
forma omissiva, ou comissiva, admitindo-se a tentativa, mas não a modalidade
culposa, por ausência de previsão.
Por outro lado, o delito descrito no art. 134 do Código Penal consiste em expor
ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria. Para este caso,
primeiramente, exige-se que a vítima seja recém-nascida. Aquele que acabou de
nascer ou aquele que possui poucas horas ou mesmo alguns dias de vida,
punindo-se tanto a conduta de quem expõe a risco ou abandona, o que, no
entender da doutrina são conceitos sinônimos.
Por fim, exige-se também que o agente tenha o dolo específico de buscar, com o
seu comportamento, ocultar desonra própria, isto é, para que sua honra não seja
maculada. Disso decorre o fato de se tratar de um delito de mão própria, pois
somente pode ser cometido pela mãe do recém-nascido, pois a mácula à honra
que pretende ser ocultada é a honra daquela mãe. Nesse caso, o delito é
consumado quando a vida do neonato é exposta a risco.
Nessa perspectiva, trata-se de delito próprio, pois somente pode ser cometido
por quem possui autoridade, guarda ou vigilância da vítima. É exigível também
que o agente atue com especial fim de agir, ou seja, busque com sua conduta
educar, fornecer tratamento ou custódia.
Está tipificado, ainda, no art. 134, a calúnia contra os mortos, o que ocorre
quando a vítima já faleceu. Esse caso ocorre quando os parentes do ofendido
são, mesmo que indiretamente, atingidos pela força da falsidade do fato definido
como crime que lhe é imputado.
Caso exista uma ação penal em curso, visando à apuração de um delito que se
atribui à suposta vítima da calúnia, deverá o julgador suspender o curso da ação
penal que apura o delito de calúnia, aguardando a confirmação da existência ou
não do fato, que se entende como falso, definido como crime. O que não se
pode, contudo, é simplesmente impedir a defesa do querelado, ou seja, daquele
que está sendo submetido a um processo penal, simplesmente pelo fato de não
ter havido ainda trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Seria um
enorme contrassenso impedir a sua defesa, condenando-o pela prática do delito
de calúnia, para no final, quando já estivesse transitado a sentença penal
condenatória que teve o condão de apontar a prática do delito que se atribui à
suposta vítima, obrigá-lo a ingressar novamente em juízo com um ação de
revisão criminal, uma vez que, sendo comprovado o cometimento do delito que
imputou a suposta vítima, afastada estará a elementar falsamente, exigida pelo
tipo penal do art. 138 do Código Penal.
Nos casos dos ms. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
publicidade.
ART. 144
ART. 145
Nos crimes previstos neste capítulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do artigo 140, §2º, da violência resulta lesão corporal.
Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do
caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso §3º do art. 140 deste Código.
ART. 146 |
Aumento de pena
ART 147
Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Perseguição