You are on page 1of 114
LINGUA PORTUGUESA. LEITURA, COMPREENSAO E INTERPRETAGAO DE TEX TOS. GENEROS E TIPOS TEXTUAIS Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- tive de camunicagio sejaalcangadosatisfatoriamente. Com iso, ¢ im- Portante saber diferenciar 0s dois conceit. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou ndo-erbal, desde que tenha um sentido completo, ‘A compreensio se relaciona 20 entendimento de um texto € de sua proposta comunicativa, decodificanda a mensagem explici- ta. $6 depois de compreender o texto que é possivel fazer a sua interpretagao. A interpretaglo s3o as conclusdes que chegamos a partir do contetido do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que ‘estd escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- ‘slo 6 subjetiva, contando com o conhecimento prévio e da reper- 16rio do leitor. Desa manera, para compreender e interpretar bem um texto, & necessério fazer 3 decodificagdo de cédigos linguisticos e/ou vi suais isto 6, dentifcar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjungdes e preposigbes, por exemplo, bem como Identificar ‘expresses, gestos e cores quando se trata de imagens. Dicas préticas 1. Faga um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- Ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- ragrafo, tentando tragar a linha de raciocinio do texto, Se possivel, dicione também pensamentos e inferéncias préprias as anotagoes. 2. Tenha sempre um diciondrio ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procuraro significado de palavras desconhe- cidas 3. Figue atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- te de referéncias e datas, 4. Sublinhe as informagbes importantes, separando fatos de opiniges. 5. Perceba o enunciado das questdes. De um modo geral, ques tes que esperam compreensio do texto aparecem com as seguin- tes expresses: 0 autor ofirma/sugere que... segundo 0 texto..; de ‘acordo com o autor... 4 as questBes que esperam interpretaglo do texto aparecem com as seguintes express6es: conciuise do texto que.; 0 texto permite deduzir que..; qual é a intencao do outor ‘quando afirma que. Tipologia Textual ‘A partir da estrutura linguistica, da func3o social e da final dade de um texto, € possivel identificar a qual tipo e género ele pertence. Antes, é preciso entender a diferenca entre essas duas classifcagaes. Tipos textuais Atipologia textual se classifica a partir da estrutura e da final dade do texto, cu seja, estérelacionada 30 modo como o texto se presenta, A partir de sua funcao, é possivel estabelecer um pads ‘especifico para se fazer a enunciacdo ‘Vela, no quadro abalxo, os principals tipos e suas caracterst- cas: ‘Apresenta_um enredo, com agbes e relagbes entre personagens, que ocorre fem determinados espaco e tempo. & contado por um narrador, e se estrutura dda seguinte maneira: apresentacdo > desenvolvimento > climax > desfecho TEXTO NARRATIVO “Tem o objetivo de defender determinado Texto onto de vista, persuadindo o leitor a Dissertarivo | partir do uso de argumentos sélidos. ARGUMENTATIVO | Sua estrutura comum é: introduco > desenvolvimento > conclusio. Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para iss0, usa-se comparagbes, informasies, definigdes, conceitualizagdes etc. A estrutura segue a do texto dissertativo- argumentativo. Expbe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade ¢ descrever, 04 seja,caracterizar algo ou alguém. Com isso, € um texto rico em adjetivos e em verbos de ligacdo. ‘TEXTO EXPOSITIVO ‘TEXTO DESCRITIVO Oferece instrucbes, com 0 objetivo de orientar 0 leitor. Sua maior earacteristica 008 verbos ne modo imperative. TEXTO INJUNTIVO Géneros textuais A classificagdo dos géneros textuais se dé a partir do reconhe- cimento de certos padrées estruturals que se constituem a partir da fungdo social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo ‘no s8o to limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, ppodendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, ¢ padrdo também pode sofrer modificacées ao longo do tempo, as- sim como a prépria lingua e 2 comunicagio, no geval. ‘Alguns exemplos de géneros textuais: * Antigo + Bithete + Bula *carta *Conto * Crénica + Email Lista + Manual * Noticia *Poema Propaganda + Receita culinéria. + Resenha + Seminario Vale lembrar que é comum enquadrar os géneras textuais em determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- to literéria seja feito com a estruturacio de uma receita culinria, por exemplo. Entéo, fique atento quanto as caracteristicas, 8 final dade e @ funcdo social de cada texto analisado. ARGUMENTACAO (© ato de comunicacSo no visa apenas transmit uma informa- ‘80 alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positva de simesmo (por exemplo, ade um sujeito educado, ou intligente, (0u culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em sintese, tem a intenao de convencer, ou seja, tem © deseje de que o cuvinte creia no que o texto diz e faga 0 que ele propée, ‘Se essa 6 a fnalidade ultima de tado ato de comunicacao, todo texto contém um componente argumentativo. A argumentacio 0 Conjunto de recursos de naturezalinguistica destinados a persuadir LINGUA PORTUGUESA. ‘2 pessoa a quem a comunicagao se destina. Estd presente em todo tipo de texto e visa a promover adesdo as teses e aos pontos de vista defendidos. ‘As pessoas costumam pensar que 0 argumento seja apenas uma prova de verdade ou uma razio indiscutivel para comprovar a veracidade de um fato. 0 argumento & mais que isso: como se disse ‘acima, 6 um recurso de linguagem utilizado para levar 0 interlocu- tor a crer naquilo que esté sendo dito, a aceitar como verdadeiro © ‘que esté send transmitido. & argumentacio pertence 20 dominio dda retérica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- 0s de linguagem. Para compreender claramente o que é um argumento, é bom voltar a0 que diz Aristteles,fildsofo grego do século IV aC, numa ‘obra intitulada “Tépicos: 0s argumentos sao tteis quando se tem de ‘escolher entre duas ou mais coisas”. Se tivermas de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- vantajosa, como a sade e a doenca, nio precisamos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a satide. Nesse caso, pre- cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejavel.O argu: mento pode entZo ser defiido como qualquer recurso que torna tuma coisa mais desejével que outra. Isso significa que ele atua no dominio do prefervel. Ele & utilizado para fazer 0 interlocutor crer ‘que, entre duas teses, uma é mais provavel que a outra, mais pos- sivel que a outra, mals desejével que a outra, é preferivel 8 outra, 0 objetivo da argumentac3o nao é demonstrar 3 verdade de tum fato, mas levar © cuvinte a admitir como verdadeiro 0 que 0 ‘enunciador esté propondo. Ha uma diferenga entre o raci co € 2 argumentagao. © primeito opera no dominio do necessirio, ou seja, pretende demonstrar que uma conclusio deriva necessariamente das pre- mmissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados ‘admitidos. No raciocinio légico, as conclusdes ndo dependem de ccrencas, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- mento de premissas e conclusées. or exemplo, um raciocinio légico ¢ 0 seguinte encadeamento, Aéigual a8 Aé igual oc Entdo: Cé qual o A. Admitidos 0s dois postulados, a conclusdo é, obrigatoriamente, ‘que Cé igual aA. Outro exemplo: Todo ruminante é um mamifero. Avvaca é um ruminante. Logo, a vaca é um mamifero. ‘Admitidas como verdadeiras as duas premissas, 2 conclusio também seré verdadeira No dominio da argumentacdo, as coisas sio diferentes. Nele, 2 conclusdo no & necesséria, ndo 6 obrigatéria. Por isso, deve-se mostrar que ela € a mais desejivel, a mais provivel, a mais plau sivel. Se 0 Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais confidvel do que 0s concorrentes porque existe desde a chegada dda familia real portuguesa ao Brasil, ele estard dizendo-nos que um banco com quase dois séculos de existencia€ sida, por iso, con- fidvel. Embora nao haja relagdo necesséria entre a solide de uma instituiglo bancéria e sua antiguidade, esta tem peso argumentati- ona afirmagio da confiabilidade de um banca. Portanto é provavel ‘que se creia que um banco mais antigo seja mais confével do que ‘outro fundado hi dois ou tes anos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase Impossivel,tantas sio as formas de que nos valemos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten- der bem como eles funcionam, 14 vimos diversas caracteristicas dos argumentos. € preciso acrescentar mais uma: 0 convencimento do interlocutor, 0 audité- rio, que pode ser individual ou coletive, seré tanto mais facil quanto ‘mais 05 argumentos estiverem de acordo com suas crencas, suas cexpectativas, seus valores. Nao se pode convencer um auditério pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abori- ‘na. Serd mals facil convencé-lo valorizando coisas que ele considera ppositivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequéncia ‘ssociada ao futebol, a0 gol, & paixdo nacional. Nos Estados Unidos, essa associag3o certamente ndo suriia efelto, porque ld o futebol io é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasive cde um argumento esta vinculado a0 que é valorizade ou desvalor- zado numa dada cultura Tipos de Argumento 14 verificamos que qualquer recurso linguistco destinado a fa- 2er 0 interlocutor dar preferéncia & tese do enunciador é um argu- ‘mento. Exemplo: Argumento de Autoridode E a citacdo, no texto, de afirmarBes de pessoas reconhecidas ppelo auditario como autoridades em certo dominio do saber, para servir de apoio aquilo que o enunciador esté propondo. Esse recur- 0 produz dois efeitos dstintos: revela o conhecimento do produtor do texto a respeita do assunto de que esta tratando; dé a0 texto a garantia do autor citado. E preciso, no entanto, no fazer do texto lum amontoade de citagées. A citagdo precisa ser pertinente e ver- dadeira, Exemplo: “Aimaginasao é mais importante do que o conhecimento.” Quem disse a frase al de cima nfo fui ev... Foi Einstein, Pora ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginago, nBo hd conhe- cimento, Nunca a inverso. Alex José Periscinoto. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 Atese defendida nesse texto é que aimaginagio é mais impor- tante de que a conhecimento. Para levat 0 auditério a aderi a ela, © enunciador cita um dos mais célebres cientstas do mundo. Se um fisice de renome mundial disse isso, entio as pessoas devem acreditar que ¢ verdade. ‘Argumento de Quantidade E aquele que valoriza mais 0 que é apreciado pelo maior nie ‘mero de pessoas, o que existe em maior nimero, 0 que tem maior dduragl0, 0 que tem maior nimero de adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argumento de quantidade. Argumento do Consenso uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se fem afirmagBes que, numa determinada época, so aceltas como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovagBes, a menos que © ‘objetivo do texto seja compravar alguma delas. Parte da ideia de ue © consenso, mesmo que equivacade, corresponde ao indiscu- tivel, ao verdadeiro e, portanto, & melhor do que aquilo que néo desfruta dele. Em nossa época, sdo consensuais, por exemplo, as afirmagdes de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que {5 condigdes de vida sSo piores nos paises subdesenvolvidos. Ac confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- ‘mentos vilides para 05 lugares comuns, os preconceitos e as frases carentes de qualquer base cientifia. LINGUA PORTUGUESA. Argumento de Existéncia E aquele que se fundamenta no fato de que é mais fcilaceitar ‘aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que ¢ apenas provavel, que é apenas possivel. A sabedoria popular enuncia o a {gumento de existéncia no provérbio “Mois vale um péssaro na mao do que dois voondo". ‘Nese tipa de argumento, incluem-se as provas dacumentals (fotos, estatistcas, depoimentos, gravacées, etc.) ou provas concre- tas, que tornam mais aceitivel uma afirmac3o genérica. Durante 2 invasdo do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exci ‘to americano era muito mals poderaso do que o iraqulano. Essa afirmago, sem ser acompanhada de provas coneretas, poderia ser vista come propagandistica. No entanto, quanda dacumentada pela ‘comparacio do niimere de canhdes, de carros de combate, de na- Vios, etc, ganhava credibilidade. Argumento quase légico aquele que opera com base nas relacSes l6gicas, como causa efeito, nalogia, implicacdo, identidade, etc. Esses racicinios s30 chamados quase légicos porque, diversamente dos raciocinios lé- os, eles ndo pretendem estabelecer relacSes necessérias entre os ‘elementos, mas sim instituir relagGes provaveis, possvels, plaust- veis. Por exemplo, quando se diz ‘Aé igual a”, "Bé igual aC”, "en- to A 6 igual oC”, estabelece-se uma relacio de identidade logica, Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” ‘do se institui uma identidade logica, mas uma identidade provivel Um texto coerente do ponto de vista ldgico € mais facilmente ‘aceito do que um texto incoerente. Virios s30 0s defeitos que con: ‘correm para desqualifcar o texto do ponto de vista légico: fugir do tema proposto, cair em contradiclo, tirar conclusBes que ndo se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afiemagSes gerais ‘com fatos inadequados, narrar um fatoe dele extrair generalizagdes indevidas. Argument do Atributo E aquele que considera melhor © que tem propriedades tipi- ‘cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais Faro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o que & mais grosseiro, etc Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequéncia, ce lebridades recomendando prédios residencials, produtos de beleza, alimentos estéticos, etc, com base no fato de que o consumidor tende a associar 0 produto anunciado com atributos da celebrida- de. Uma variante do argumento de atributo é o argumento da ccompeténcia linguistic. A utlizac3o da variante culta e formal da lingua que o produtor do texto conhece a norma linguistic social- mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto ‘em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de dizer dé confiabilidade ao que se diz Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saiide de uma personalidade piiblica. Ele poderia fazé-1o das duas mane ras indicadas abaixo, mas a primeira sera infinitamente mais ade ‘quada paraa persuasio do quea segunda, pois esta produzira certa ‘estranheza e nlo criaria uma imagem de competéncia do médico: Para aumentar a confiabilidade do diagnéstico e levando em conta o caréter invasive de alguns exames, a equipe médica houve por bem determinaro internamento do gavernador pelo periado de trés dios, o partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001 - Para conseguir fazer exomes com mais cuidado e porque ol- ‘guns deles sdo barrapesado, a gente botou 0 governador ne haspi- tal por trés clas. Como dissemos antes, tado texto tem uma func argumen- tativa, porque ninguém fala para ndo ser levado a sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicagéo deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orientasSo argumentatva, ‘A orientacio argumentativa é uma certa dirego que o falante ‘raga para seu texto. Por exemplo, um joralista, 20 falar de um hhomem publico, pode ter a intencdo de criticé-o, de ridicularizé-lo 0, 20 contrério, de mostrar sua grandeza. (0 enunciador cria a orientacdo argumentativa de seu texto dando destaque a uns fatos e nfo a outros, omitindo certos episé- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e no otras, etc. Veja “Oclima da festa era tdo pacifico que até sogras e noras troca- vam abragos afetuosos.’ (© enunciador ai pretende ressaltar a ideia geral de que noras € sogras ndo se toleram. Nao fosse assim, ndo teria escolhido esse fato para ilustrar o cima da festa nem teria utlizada 0 termo até, Aue serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada, ‘Além dos defeitos de argumentaco mencionados quando trax tamos de alguns tipos de argumentagao, vamos citar outros: + Uso sem delimitacdo adequada de palavra de sentido to am- plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contré- Fo, Sdo nogBes confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser sada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor postive (paz, justica, honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor negatvo (autoritarismo, degradae3o do melo ambiente, Injustica, corrupcdo}. + Uso de afirmacdes tio amplas, que podem ser derrubadas por um dnico contra exemplo. Quando se diz “Todos as politicos soe ladrées”, basta um nico exemple de politice honesto para destruir © argumento. -Emprego de noes cientifcas sem nenhum rigor, fora do con- texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e atribuindo-Ihes Uma sigificagao subjetiva e grosseira.€ 0 caso, por ‘exemplo, da frase “O imperialismo de certas indistrias ndo permite ue outras crescam", em que o terma imperialismo & descabido, ‘uma vez que, a rigor, significa “ago de um Estado visando o reduair outros @ sue dependéncia politica e econémica”, ‘Aboa argumentacdo é aquela que esta de acordo com a situar 80 concreta do texto, que leva em conta os componentes envolv- dos na discussie (0 tipo de pessoa a quem se dirige a comunicacdo, o assunto, et). CConvém ainda alertar que nao se convence ninguém com mani- festagées de sinceridade do autor (como eu, que nde costumo men- tie.) ou com declaragies de certeza expressas em férmulas feitas (como estou certo, creio frmemente, é claro, & dbvio, & evidente, ‘afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, 0 enunciador deve Construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- dades ndo se prometem, manifestam-se na acSo. A argumentaclo & a exploraclo de recursos para fazer parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto, com isso, levar a pessoa a que texto € enderegado a crer naquilo que ele di Um texto dssertativo tem um assunto ou tema e expressa um pponto de vista, acompanhado de certa fundamentac3o, que inclul 2 argumentacdo, questionamento, com o objetivo de persuadit.Ar- gumentar 60 processo pelo qual se estabelecem relacées para che- gar & conclusBo, com base em premissas. Persuadir é um processo de convencimento, por meio da argumentacdo, no qual procura-se convencer 0s outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu comportamento. LINGUA PORTUGUESA. ‘A persuasio pode ser vilida © nio valida. Na persuasio vali dda, expdem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- osigdo, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocinio ‘empregado na argumentagao. A persuasdo no vslida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- tis, com 0 emprego de “apelagdes’, como a inflexdo de vor, @ mi mica eaté o choro. ‘Alguns autores classificam a dissertacdo em duas modalidades, ‘expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentacio, razBes a fa- vor econtra uma deta, a0 passo que a outra ¢ informativa, apresen: ta dados sem a intencio de convencer. Na verdade, a escolha dos ddados levantades, a maneira de expé-los no texto jé revelam uma “tomada de posiglo", a ado¢o de um ponto de vista na dsserta~ ‘o, ainda que sem a apresentaco explicita de argumentos. Desse onto de vista, a dissertacio pode ser definida como discussso, de- bate, questionamento, 0 que implica aliberdade de pensamento, 3 possbllidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade dde questionar é fundamental, mas nfo é sufciente para organizar um texto dssertativo, £ necesséria também a exposiclo dos fun- esperto 14 as palavras antdnimas sio aquelas que apresentam signficados opostes, estabelecendo uma relacSo de contrariedade. Ex: forte <—>fraco Pardnimos e homénimos ‘As palavras parnimas so aquelas que possuem grafia e prontncia semelhantes, porém com significados distintos. x: cumprimenta (saudagi0) X comprimento (extensio};trafego(transito) x tafico (comércio legal) ‘As palavras homénimas so aquelas que possuem a mesma grafia e pronincia, porém tém signficados diferentes. Ex: rio (verbo “rit”) X rio (curso d'égua); manga (blusa) X manga (fruta). 10 LINGUA PORTUGUESA. ‘As palavras homéfonas s30 aquelas que possuem a mesma prondncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral X ‘sem (falta); conserto(arrumar) X concerto (musical). ‘As palavras homégrafas s3o aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher)X colher (ver bol; acerto(substantivo} X acerto (verbo). Polissemia e monossemia ‘As palavras polissémicas s30 aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase. « cabeca (parte do corpo humano; ider de um grupo) 414 a5 palavras monossémicas so aquelas apresentam apenas um significado. Ex: enedgono (poligone de nove angules). Denotacio e conotacio Palavras com sentido denotativo sio aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex:Estd fazendo fro. / PE da mulher. Palavras com sentido conotativo so aquelas que apresentam um sentido simbélico, figurado. Ex: Vocé me olha com frieza. / PE da codeir. Hiperonimia e hiponimia Esta classficagdo diz respeito as relagBes hierdrquicas de significado entre as palavras. DDesse modo, um hiperénimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta ¢ hiperénimo de limo. 16.0 hipdnimo ¢ a palavra que tem o sentido mais resrito, portant, inferior, de modo que o hiperénimo engloba o hipdnimo. Ex: Lima & hipénimo de frst Formas variantes S30 as palavras que permite mais de uma grafiacorreta, sem que ocorra mudanca no significado. Ex: loiro—loura / enfarte— infarto ‘/gotinhar ~ engatinhar. Arcaiemo Bo palavras antigas, ue perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituldas por outras mals modernas, mas que ainda podem ser utlizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmécia / franquia <—> sinceridade. ONTUAGAO Ossinas de pontuagdo s30 recursos grficos que se encontram na linguagem escrita, suas fungbes sdo demarcar unidades esinalizar limites de estruturas sintaticas. € também usado como um recurso estlistico, contribuindo para a coeréncia a coesio dos textos. S30 eles: 0 ponto (1, a vigula (.), © ponto e vrgula (), 0s dois pontos (© ponto de exclamagio (!, 0 ponto de interrogarao (2), as reticéncias J, as aspas ("), os parénteses (()), 0 travessdo (—), a meiarisea (J, 0 apéstrofo (© asterisco(*), ohifen (+, ocolchetes (eabara th Confira, no quadro a seguir, os principals sinais de pontuacdo e suas regras de uso. SINAL [NOME uso. EXEMPLOS. Indica final da frase declarativa ‘Meu nome é Pedro. Ponto Separar periods Fica mais. Ainda esta cedo ‘Abreviarpalavras sea ‘A princesa disse: Eu consigo sozinha Esse € 0 problema da pandemia: as pessoas ndo respeitam a quarentena Como diz 0 ditado: “olhe por olho, dente por dente” Iniciar fala de personagem Antes de aposto ou oragdes apositivas, enumeragdes Dois-pontos | ou sequéncia de palavras para resumir / explicar ideias apresentadas anteriormente Antes de citagdo direta Indicar hesitacéo Sabe...ndo esté sendo fécil reicanios [Imereti fae Concluir com a intengdo de estender a reflexdo Seer LS OREO Isolar palavras e datas ‘A Semana de Arte Moderna (1922) 0 [radstses | Fase ntreatar neo estv (nde stir] Ev extra can bao tua vimivc onde ‘sol 5 inka egrets avo he abr 1 [Pome St tac tose peta exis pre ro Pee Apés interjeicao Ufa! 1 LINGUA PORTUGUESA. Ponto de 2 Interrogacdo | EMPerguntas dretas (Que horas ela volta? A professora disse: Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar | — Boas férias! - Travessio ‘mudanga de interloculor no didlogo = Obrigado, professora Substituir iegula em expresses ou frases explicativas | 0 corona virus — Covid-19 — ainda std sendo estudado, Virgula A virgula é um sinal de pontuaco com multasfungBes, usads para marcar uma pausa ne enunciado. Veja a seguir, 3s principals regras de uso obrigatério da virgula, * Separar termos coordenadios: Fu feira ecomprei abocate, mam@o, mango, morango e abacati + Separar aposto(termo explicatvo}: Belo Horizonte, capital mineiro, 6 tem uma linha de metré, lar vocativo: Boa tarde, Maria + solar expressbes que indicam circunstdncias adverbials (modo, lugar, tempo etc): Todos as moradores, calmamente, delxaram © prédio. solar termos explicativos: A educagdo, 0 meu ver, €a solugdo de virios problemas socias. + Separar conjungGesintercaladas, e antes dos conectives “mas’, “porém’, pois", “contudo", “logo”: A menina acordou cedo, mos ndo ‘conseguiu chegar a tempo no escola. No explicou, porém, o motivo para a professora '* Separar 0 conteido pleondstico: A ela, nada mais abala, [No caso da virgula, é importante saber que, em alguns casos, ela ndo deve ser usada, Assim, nfo ha virgula para separar: + Sujeito de predicado, + Objeto de verbo, + Adjunto adnominal de nome. * Complemento nominal de nome. + Predicative do objeto do objeto. + Oracio principal da subordinada substantive ‘+ Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem. ‘A acentuago & uma das principals questdes relacionadas 8 Ortografia Oficial, que merece um capitulo a parte. Os acentos utilizados ro portugues s30: acento agudo ('; acento grave’); acento circunflexo (*);cedilha()e til (~). Depots da reforma do Acordo Ortogréfico, a trema fol excluida, de modo que ela sé é utlizada na grafia de nomes e suas derivagdes (ex: Maller, milleriano}, Esses so sinais graficas que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi- dade das silabas, para diferenciar palavras que possuem a escita semelhante. A silaba mais tensa da palavra & denominada silaba tonica. A palavra pode ser classificada a partir da localizagdo da silaba tonica, ‘como mostrado abaixo: ‘ OXITONA: a tltima sflaba da palavra a mais intensa. (Ex café) ‘+ PAROKITONA: a peniiltima silaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automével) “* PROPAROXITONA: a antepeniiltima silaba da palavra é a mais intensa. (Ex: impada) AAs demais silabas, pronunciadas de maneira mais suti, S30 denominadas silabas atonas, Regras fundamentals CLASSIFICAGAO REGRAS EXEMPLOS inane 5 ena mE, EM, es 8 86 40) ), armaném DaeviedaA. dns iN tespeité-la, compé-lo, compromett-los * terminadas em |, IS, US, UM, UNS, LN, XPS, A, ASF tos ‘dx, lapis, virus, férum, cadéver, trax, biceps, ima, PAROXITONAS: Ns a (ou decrescente, seguide | srs, érgaos, agua, magoa, pone, ideia, geleia, (OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento | Pa*2neie®, heroice com 0 Novo Acordo Ortogréfico) PROPAROXITONAS _| « todas sdo acentuadas «élica, anaitco, jridico,hipérbole, dtimo, lib 2 LINGUA PORTUGUESA. Regras especiais REGRA EXEMPLOS| ‘Acentua-se quando “I” e “U" tOnicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhades ou no de desde que nao sejam seguidos por “NH” (085: No serdo mais acentuados “I” e “U” t6nicos formando hiato quando vierem depois de ditongo ‘Acentua-se a 34 pessoa do plural do presente do indicative dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos | tém,obtém, contém, vem saida, fasca, bau, pais feiura, Bocaiuva, Sauipe Nao sto acentuadas hiatos “00” e “EE” Teem,voo, enjoo No so acentuadas palavras homégrafas —— (085: A forma verbal "PODE” é uma exces palaiperall NOVO ACORDO ORTOGRAFICO A ortografia oficial die respeito 4s regras gramaticals referentes &escritacorreta das palavras. Para melhor entendlé-las, & preciso ana- lisar caso a aso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografiacorreta de uma lingua é por meio daleitura, que também faz aumentar © vocabulério do leitor. Neste capitule sero abordadas regras para dividas frequentes entre os falantes do portugués. No entanto,¢ importante ressaltar que ‘existe indmeras excecdes para essas regras, portant fique atentol Alfabeto 0 primeira passo para compreender a ortografia oficial €conhecer o alfabeto (os snals gréficos e seus sons). No portugués, 0 alfabeto se constitu 26 letras, divididas entre vogais (a, ¢, i 0, ue consoantes (restante das letra). ‘Com o Nave Acordo Ortogrifico, as consoantes K, W e ¥ foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da lingua portuguesa, de mado que ‘elas s30 usadas apenas em duas acorréncias: transcrigdo de nomes préprios e abreviaturas e simbolos de uso internacional Uso do "x" Algumas dicas so relevantes para saber momento de usar 0 Xno lugar do CH: ' Depois das silabas inicais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar) ‘= Depois de ditongos (ex: caixa) ‘+ Palavras de origem indigena ou aticana (ex: abacax;orixd) Uso dos" ou "2" Algumas regras do uso do “S" com som de "Z” podem ser observadas: Depois de ditongos (ex: coisa) ‘+ Em palavras derivadas cuja palavra primitiva jase usa 0 “S" (ex: casa > casinha) + Nos sufios “és” e ‘es’, ao indicarem nacionalidade, titulo ou origem. (ex: portuguesa) + Nos sufixos formadores de adjetivas “ens” “oso” e “asa” (ex: populoso) Uso do's’, "SS", "¢" '+°S" costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversdo) ‘= *S5" costuma aparecer entre duas vogais (ex: proceso) ‘= °C" costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: mucarela) 0s diferentes porqués POR QUE _ | Usado para fazer perguntas. Pode ser substituida por “por qual motive” PORQUE _ | Usado em respostas e explicagdes. Pode ser substituido por “pols” (© “que” @ acentuado quando aparece como a ditima palavra da frase, antes da pontuacio final (interrogacio, PORQUE | exclamacdo, ponto final) PORQUE _ | €um substantivo, portanto costuma vi acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome Pardnimos e homénimos ‘As palavras parénimas sSo aquelas que possuem grafiae prontncia semelhantes, porém com sigificades distintes. Ex: comprimento (extensdo) X cumprimento (saudacio); tréfego (transito)X tréfico (comércio legal) 48 as palavras homénimas s30 aquelas que possuem a mesma prondncia, porém sdo grafadas de maneira diferente. Ex: conserto (corresio] X concerto (apresentacio); cerrar (fecha) x serra (corta), B LINGUA PORTUGUESA. Crase é 0 nome dado & contragao de duas letras “A” em uma s6: preposigéo “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela € demarcada ‘com 0 uso do acento grave (3), de mado que crase no é considerada um acento em si, mas sim o fendmeno dessa fuséo. Veja, abaixo, as principals situagdes em que serd correto 0 emprego da crase: + Palavras femininas: Peco @ material emprestado équela aluna. + IndicagBo de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte ds 7 horas. + Locugées prepositvas: A aluno fol provada é custa de muito estresse. + Locugées conjuntivas: A medida que crescemas vamos delsando de lado a capacidade de imaginar. + Locugées adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na préxima & esquerda, ‘Veja, agora, as principais situagdes em que ndo se aplica a crase + Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. ‘+ Palavras repetidas (mesmo quando no ferinino): Melhor termos uma reunido frente a frente. + Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. + Expressbes que sugerem distancia ou futuro: A médica vai te atender daqui a pouco, + Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terca a sexta. / Fecharemos ds sequndas-feras. + Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha fica @ 50 metros da esquino, H, ainda, situagBes em que o uso da crase 6 facultative ‘+ Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé @ minha filha. / Def um picolé & minha filha. + Depois da paiavra “até”: Levei minha avé até a fei. /Levei minha ave até é feira. ‘+ Nomes préprios femininos (desde que nao seja especifcado): Envei o convite a Ana. / Envie o convite & Ana. / Enviei o conwite & ‘Ano da faculdade. DICA: Como a crase sé ocorre em palavras ne ferinino, em caso de duvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino. ‘Se aparecer “a0”, deve-se usar a crase: Amanha iremos & escola /Amanh@ iremos ao colégio. ENCONTROS VOCALICOS: DITONGO, TRITONGO E HIATO “Muitas pessoas acham que fonética e fonologia so sinénimos, Mas, embora as duas pertengam a uma mesma érea de estudo, elas slo diferentes, Fonética Segundo o dicionsrio Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da fala de uma lingua”. 0 que isso significa? A fonética é um ramo da Linguistica que se dedica a analisar 0s sons de modo fsico-articulador. Ou sea, ela se preocupa com o movimento dos labios, a vibracio ddas cordas vocais, a artculacio e outros movimentos fisicos, mas nao tem interesse em saber do contetido daquile que éfalado. A fonética utiliza 0 Alfabeto Fonético Internacional para representar cada som. ‘Sintetizand: a fonética estuda 0 movimento fisico (da boca, labios... que cada som faz, desconsiderande o significado desses sons. Fonologia A fonologia também & um ramo de estudo da Linguistica, mas ela se preocupa em analisar a organiza¢ao e a classificagao dos sons, ‘separando-os em unidades signifcatvas. €responsabilidade da fonologia, também, cuidar de aspects relativos &divisio silabica, 8 acen- tuaco de palavras, 3 ortografia e prondncia Sintetizando: a fonologia estuda 0s sons, preocupando-se com o significado de cada um e no s6 com sua estrutua fisica 14 LINGUA PORTUGUESA. Para fcar mais claro, lela os quadrinhos: (Gibizinho da Ménica,n®73,p.73) © humor da trinha é construido por meio do emprego das palavras acento e assento. Sabemos que sio palavras diferentes, com signi= ficados diferentes, mas a pronincia é a mesma. Lembra que a fonética se preacupa com 0 som e representa ele por meio de um Alfabeto ‘especifica? Para a fonética, entdo, essas duas palavras seriam transcritas da seguinte forma: ‘Acento_[_asétu ‘Assento_|_asttu Percebeu? A transcrigdo ¢ idéntica @ que 0s sons também so. 18 a fonologia analisa cada som com seu significado, portanto,é ela ‘que faz a diferenga de uma palavra para a outra. Bom, agora que sabemos que fonética e fonologia sZo coisas diferentes, precisamos de entender o que é fonema e letra Fonema: os fonemas so as menores unidades sonoras da fala. Atencio: estamos falando de menores unidades de som, ndo de sila- bas. Observe a diferenca: na palavra pato a primeira silaba é pa-. Porém, o primeiea som é pe (P) e0 segundo som & a (A) Letra: as letras sio as menores unidades gréfica de uma palavea. ‘Sintetizando: na palavra pato, pa-é a primeira sllaba; pé € o primeiro som; e Pé a primeira letra. ‘Agora que jd sabemos todas essas diferenciagBes, vamos entender melhor o que é e como se compte uma slaba. Silaba: A slaba é um fonema ou conjunta de fonemas que emitide em um s6 impulsa de vor e que tem come base uma vogal A sllabas s3o clasificadas de dois modos! Classificagio quanto ao numero de silabas: ‘As palavras podem ser: =Monossilabas: as que tém uma s6 slaba (pé, p§, mo, boi, lz, 6.. = Dissilabas: as que tém duas slabas (café, lete, nites, cai, bota, agua... —Trisslabas: as que tém tr silabas (canets, cabeca, saude,cicuito, boneca..) = Polisilabas: as que tém quatro ou mais silabas (casamento, jesulta, irresponsabilidade, paralelepipedo... Classificagio quanto a tonicidade As palavras podem ser: = Oxitonas: quando a silaba tonica &a lima (café, ma-ra-cusé, ra-paz, ueu-bu...) roxitonas: quando a silaba tonica é a pentitima (me-sa, sa-bo-ne-te, ré-qua.. = Proparaxitonas: quando a silaba tonica é a antependitima (sé-ba-do,td-nica,his-t Lembre-se que: ‘nica: slaba mas forte da palavra, que tem autonomia fonética, [Atona: a silaba mais fraca da palavra, que no tem autonomia fonética 15 LINGUA PORTUGUESA. Na palavra telefone: te-, le-, ne- s20 silabas atonas, pols s30 mais fracas, enquanto que fo-é a silaba tonica, jd que é a pronun- ciada com mais forca. Agora que jé sabemos essas classificagBes basicas, precisamos ‘entender melhor como se dé a dvisio sildbica das palavras. DIVISAO SILABICA.CLASSIFICAGAO DAS PALAVRAS QUANTO AO NUMERO DE SILABAS. CLASSIFICACAO. DAS PALAVRAS QUANTO A POSICAO DA SILABA TONI- cA ‘A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada pa- lavra numa sé emissio de vor, dé-se o nome de silaba. Na Lingua Portuguesa, o nucleo da silaba & sempre uma vogal, ndo existe sfa- ba sem vogal e nunca mais que uma vogal em cada silaba, Para sabermos o niimera de silabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Mas preste atencio, pois as letras fe u (mais raramente com as letras ee o] podem represen: tar semivogais. Classificagao por numero de silabas Monossilabas: palavras que possuem uma silaba Exemplos:ré, p6, més, faz Dissilabas: palavras que possuem duas silabas. Exemplos:ca/sa, la/co. Trisilabos: palavras que possuem trésslabas. Exemplos:i/da/de, pa/le/ta, Polisstabas: palavras que possuem quatro ou mals slabas. Exemplos: mo/da/l/da/de, ad/mia/ve. Divisio Sitabica Letras que formam 0s digrafos“

You might also like