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men to!” Por guar - di—lo to-da_a vi- da, _— fi ~ cou BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS lumen christi — ri + santa maria — sp ‘Quando Bento era menino, id rezava com fervor: * ‘tudo aquilo que pedia aleangava do Senhor. “Quem me ama, diz Jesus, ‘guardaré meu mandamento!” Por guardé-lo toda a vida, ficou sendo entéo Séo Bento. (a) Al Certo dia, uma empregada, de sua grande estimagéo, ail... quebrou uma vasiiha ‘que deixou cair no chi. A vizinha 6 que a emprestara; ento pés-se a chorar. = Mas 0 jovem Bento disse: = ""Néo se aflijal Vou rezar!"” é. Se ‘Alegria foi to grande ue a coitada se animou: saindo rua afora, © milagre proclamou. Axasilha, num cortejo de alegria triunfal, para a igreja transportaram, enduraram no portal. a gece ficou sendo entéo Séo Bento. fey fit Trouxe entdo consigo os cacos, Wa Mas de onde é que the vinha tal poder na oracio? Era o amor de Deus que ardia dentro do seu coracio. Mas agora vamos ver como foi que comecou a fazer tantos milagres {que Gregorio nos contou. o 2H diante de Deus se prostrou. E enquanto ele rezava, (© milagre se operou. Eis que Bento entrega & ama 2 vasilha restaurada, Ela estava tdo perfeita ‘como antes de quebrada, 1, Por muito tempo, ‘como que a nos dizer: AVASILHA QUEBRADA —1 4 = nsuyp uown! — SoHNIYaYND 3 S¥HQVvNO Wa OLNIS ds ~ euew ues + = "Quem quiser algum milagre, 2 Slo Bento recorrer.” santa maria — sp BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — rj Proibia a Regra aos monges, ‘quando fossem & cidade ra qualquer missSo, comerem, sem licenga do abede. Certo dia, alguns sairam indado de Sdo Bento; ‘do puderam voltar cedo pra jantarem no convento, © Abade perguntou-thes: = "Onde que vocds jantaram?” — "Em lugar alum, “isseram; ea verdade, entdo, faltaram, Mas 0 Santo no querendo ue eles fossem se deitar com a alma assim manchada, thes falou, para ajuda: B ete GFF 7) i Me af 0 JANTAR FORA DE CASA — 10 Vendo a hora que avancave, resolveram procurar, ‘numa casa muito boa, alimento pra tomar. Ao voltarem para casa, foram dar contas ao Pai; e também tomar a béneio, ‘como quando a gente sai 3 Aya ~ "Vooés foram em tal casa, 16 tiveram pra comer tais comidas, tais bebidas. Por que agora me esconder?!"” Confessaram a verdade. Ele, entio, cheio de amor, erdoou no mesmo instante, ‘como faz Nosso Senhor. ¢ a santa ma BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christ — DISFARCE DO REI TOTILA —11 Ao rei Tétila falaram sd sobre o dom de profet {que Id no Monte Cassino ‘um abade possufa. Quis saber se era verdad = ‘num disfarce que inventou. Dirigindo-se 20 mosteiro, sua chegada anunciou. Responderam prontamente {que seria recebido; 0 astuto pos em pratica > o.ardil jé concebido. Escotheu um dos seus guardas 0 vestiv tal como um rei; deu-the ainda seu calcado = a parpura de lei a a praron Damen Cas feugetan toon 4 he essa ss naan Sees ue, semado, certment, i , E porque rezava muito, ele era sempre bom; € por isso exclamou com carinho e compaixéo: ~ "Deixa, filho, tudo isso, porque nada disso é teu.” Todo 0 séquito, assustado, de pavor estremeceu. de So Bento, pelo med. $6 trataram de voltar. Era assim que ele vencia paz e mansidéo, Era o Cristo seu modelo, sua mdxima afeigdo, Soasia Tesla eeater, ( BENTO CENSURA TOTILA — 12 ele foi, arrependido, procurar aqvele Santo polsjé estava convencido, Viu Séo Bento ‘nda dstante © por tora s@ prosrou. Nem & ordem do Abade © coitade levantou on Ento Bento aproximouse para ergué-lo, com bondade. ‘Mas depois 0 censurou pela sua crueldade. ‘Sem visar sua pessoa, ‘no que havia acontecido, como Santo, perdozra jé tinha esquecido. | <“PBe fim as tuas maldades,”” disse 0 Abade, com firmeza, Predizendo-Ine o futuro, fempregou toda clareza. Nessa hora, o rei dos godos sentiu um grande terror. Pediu, pois, ao Patriarca: = "Intereade em meu favor!” E voltando a sua luta, melhorou de crueldade pelo bem de um s6 contato ‘com to grande santidade. Taumaturgo, fez milagres oo sem nenhuma pretensso; z 8 Q 5 g 2 8 2 5 g g 2 z 3 8 i i pois s6 Deus 6 que reinava em seu grande coracio. tit / > g — NS : ——— = —— <= : —" —— = oo 3 santa maria — sp. 1 z 3 i at g 3 3 2 3 5 a é Um amigo do convento enviou, pelo empregado, dois barris chelos de vinho, ‘80 Abade muito amado. Mas o servo no caminho teve grande tentacio, 2 ‘2 que logo sucumbiu “ sem nenhuma hesitagSo. ‘Agradece ao portador, cordialmente e muito amével; Porque o santo mesmo, é gente sempre muito agraddve ‘Mas 0 zelo pelas almas ‘que marcava sua vi fez que 20 moco ele dissesse no momento da partida: Ele, muito envergonhado, tratou logo de sumir ede pér a prova aquilo que acabara de ouvir. Indo em busca do barr, inclinou-o com cuidedo: viu sair uma serpente ficou horrorizado. O BARRIL ESCONDIDO — 13 Ker Escondeu um dos barris, destinado ao préprio lar; € seguiu com o segundo, para ao Santo apresentar. Mas So Bento, do Mosteiro, il presenciava, pois que sempre a Deus unido sua vida partilhava. > « b bg — = "Filho, tenha precaugdo € no vd beber do vinho . do barril que no me trouxe @ escondeu pelo caminho. Vé viré-lo com cuidado verd sair entéo ‘© que hé dentro escondido ‘que cegou seu coraglo.” RES Mas sentiu maior pavor do delito cometido, vendo que fora o deménio que o havia seduzido, Corrigu-se para sempre, tanto que se arrependew mais tarde quis ser monge fe Sdo Bento 0 recebeu. (0S LENGOS RECEBIDOS ~ 14 Certa vez, foi um dos monges fazer uma pregacfo ‘um lugar em que deviam 4 So Bento a converséo. Li viviam umas monjas ‘que ficaram to contentes ‘com a exortacfo do monge, que the deram uns presentes. Porque 0 monge é gente pobre ‘que 6 tem o necessério; ‘io recebe sem licenca, ‘do retém o secundério. ‘final pegou os lengos {que as Irmas instantemente the ofertavam; e guardou ‘em seu bolso, ocultamente. ‘Ao voltar para o Mosteiro, ‘0 Abade o repreendeu. Esquecendo o que fizera, " tle no compreendeu. 4 ) ‘Com a mais viva amargura, disse 0 Santo dquele irméo: = "Como entrou a iniqiidade dentro do teu coragio? [Nao estava eu presente, no te vi entéo guardar ‘alguns lengos que te deram, sem licenca de aceitar?” 3 a z 3 2 g g E 8 2 g 2 a g 2 1 ‘cou to arrependido, Dee que 86 tem o necessdrio; ma io recebe sem licenga, ndio retém 0 secundério. s ‘Seus milagres foram tantos ue uns foram olvidados. Houve um joven que, leproso, Por So Bento foi curado. Um que foi envenenado, sua pele avermelhou, Mas ficou recuperado ‘quando Bento 0 abencoou. ie Mas, enquanto iluminava ‘9 Abade que comia, ‘0 deménio, de repente, seus espirito invadia ‘Sem abrir a boca, o monge, perguntava revoltado: “Quem sou eu e quem 6 este a quem sirvo de criado?”" yandou © amargurado ir depressa descansar. Mas 0s outros 0 cercaram ‘pra saber do sucedido. Disse ento toda a verdade, Porque estava arrependido, 2 reverie) Além disso, possui Perspicaz discernimento. Conhecia 0 futuro © 0 secreto pensamento, Certa vez, jé de tardinha, foi tomar a refeicto. ‘Um dos monges sustentava © candieiro em sua mio. Conhecendo 0 pensamento ue ele teve nessa hora, disse o Santo: "Faze a Cruz sobre 0 peito, sem demora.”” E falou com veeméncia, mas sem sombra de maldade, pois queria tudo feito 6 pra Deus, sem mé vontade, 1 — nsuys uewn| ~ SoHNINaWND 3 SvHayND Wa OLNaE + euew enues os Mas além de seus milagres, nosso Santo possu‘a © poder de bilocar-se, ede estar onde queria, Se vonaamvees — "Quem me ama, diz Jesus, ‘quardaré meu mandamento.”” Por guards-o toda a vida ficou sendo ento S40 Bento. Houve um tempo em que a fome devastava a regifo. No Mosteiro jd acabara a farinha para 0 po. Vendo os monges contristados, ‘com amor os repreendeu, Nao queria a tristeza, ‘mas amor, confianga em Deus. = “Hoje 0 pio & muito escasso; ‘amanhé tereis fartura.”” Foi assim que os animou ‘com firmeza e com brandura. Eis chegado 0 novo dia: | na porta se encontrou ‘quantidade de farinhal Ninguém sabe quem deixou!, G ‘A FARINHA MISTERIOSA — 16 H4yp Vow} — SOHNIYGYND 3 SYHOWNO WI OLNIE 2 BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen chr Houve um monge que, entregou-se & tentacio: quis voltar & propria ca ‘onde tinha o coracéo. Ensinava-Ihe o Abade que 6 preciso reagir @ atirar de encontro a Cristo ‘©.que 0 diabo sugerir. Esquecendo-se porém, dessa regra salutar, ficou tho empedernido, 56 queria regressar. Nao faltaram-the os conselhos do seu grande Abade e Pai. Tanto e tanto 0 importunou ‘que So Bento disse: “Vail” ‘Um dragéo de aspecto hediondo encontrou, logo a0 sai com a boca escancarada ppronta para o engolir. E gritando por socorro, entio que o desertor ‘conheceu que a oracSo do Patriarca the valera Para ter essa visio, E voltou arrependido para junto de Séo Bento; € ficou por toda a vida, ‘sossegado no convento. @®) © MONGE INCONSTANTE — 17 Certo homem foi a Bento contar tudo que sofria; ele estava endividado 0 credor 0 oprimia Respondeu-the o bom Abade ‘encontrar-se sem dinheiro, ‘mas cumpriu 0 que ordenara que fizesse 0 cel Passou dois dias seguidos fem col6quios com seu Deus. arca da farinha, iro apareceu. Era mais do que a quanti: ‘que devia 20 credor. ‘Mas 0 Santo deu-Ihe tudo, porque dava com amor. (© DINHEIRO INESPERADO — 18 — "Vale mais a boa palavra ue a dédiva preciosa.” Ele a deu com caridade, a deu esperangosa. - "Vai e volta.” Eo mesmo que dizer: — "Vou arranjar; Porque hoje eu ndo tenho esta soma pra te dar.” a 7 2 g & & 3 i 2 : Bento dava tudo 20 povo, sem pensar em proviso, ‘pois em toda casa havia falta de alimentacéo. Certo dia, a caridade de Sdo Bento esvaziou © celeiro, ena cozinha s6 azeite 6 que ficou. Mas So Bento, pressentindo ‘© que havia acontecido, Perguntou aquele monge se Ihe tinha obedecido. Respondeu que nio, pois vendo que aos irméos no ficaria ‘coisa alguma, com 0 leo ia ver o que faria ~~ A garrafa arremessada 7 0) cair no precipicio, entre as pedras erigadas, bem defronte do edificio. Era vidro e nfo partiu, tinha dleo e ndo virou: Mandou Bento que a buscassem ‘€20 pedinte a entregou, 4, UM FRASCO INQUEBRAVEL — 19 ‘Assim mesmo era to pouco {que por isso ndo foi dado; ‘mas chegou alguém que estava dele bem necessitado. E pediu um pouco de dleo; sou pedido era insistente Mandou Bento que the dessem tudo, imediatamente, © bom Pai que era ternura, suavidade e mansido, ficou tio indignado que chegou a reagéo. Fez jogarem a garrafa da janela, no momento; para que a desobediéncia ‘fo habite no convento, olga 1 ‘ {4 — nsuys uewn! — SoHNIaWND 3 SvHavND Wa OL de — eyew ewues 0 VINHO ENVENENADO ~ 2 Mas a vida de So Bento fol arbdr de sotrimen, a ‘Quando alguém é mesmo santo, ‘0s de mau comportamento ficam sempre implicando com o seu procedimento, = E por isso, entéo, puseram — Nsuyo uewn| — SOHNINYND 3 S¥HGYND W3 OLN3E Zr s0u cope, certo da, I tm pesttero veneno { (ye aus no escape, Mas 0 Abade amava tanto seu amigo, 0 bom Jest, Fr Aue tracou sobee a bebida O sina Gasca cruz! : lf ¢ Este gesto ft quel pra . ‘ = sobre'o copo e derramou ‘todo liquide contido: I + foi asim que salvou f eer : 2 Ae i Ele logo compreendeu \ que a bebida era mortal 8 Perdoou, rezou por eles. Com 0 bem, pagou © mal. E por isso que esse Santo, de semblante to sereno, ‘tem na mio célice e cobra, simbolismo de veneno. © Mosteiro partithava dda peniiria do lugar: todo 0 dleo fora dado ‘nem havia onde comprar. Mas o grande Patriarca, sem temer desilusdo, rodeado dos seus monges, entregou-se 8 oragdo. 'No recinto em que se achavam, lum tonel sobressa‘a: fra grande, mas vazio, ¢ uma tampa o reco! Mas enquanto o santo Abade sua prece continuava, ‘milagre do azeite ra vasilha comegava, 2 ae 4) desse ardente corago clilatado na confianca devogSo. E chegando até a tampa de mansinho 2 levantou, inundando 0 pavimento pelo qual se derramou. Foi preciso que Séo Bento terminasse de rezar; s6 assim, também o azeite acabou de transbordar. Entdo ele, agradecido, ‘exortou os filhos seus ‘2 confiarem plenamente ro poder amor de Deus. sup Uawn| ~ SOHNIYGYND 3 SYHGVND Wa OLN3E u ds — eyew ees + O BARRIL TRANSBORDANTE ~ 20 © ABADE VENCE 0 DEMONIO — 21 O deménio detestava este Abade fervoroso {que tirava tantas almas do seu jugo tenebroso, Foi lé no Monte Cassino {que seu reino se alastrou ‘com altares, deuses falsos; ‘mas So Bento os derrubou. esse monte, para orar ras capelas que erguera, depois ia vista. ‘Com um balde e com trés cordas ‘encontrou 0 inimigo. Mas 0 Santo: — "Aonde vais?” erguntou-ihe destemido. = “Eu vou ter com os irméos thes dar uma bebida Mas 0 Abade, confiante, continuou sua subida. Lé rezou quanto pedia ‘s2u devoto coragio. 'S6 depois desceu, munido, ‘com as armas da oragio. Encontrou um dos seus monges cruelmente atormentado; A = tum espirito maligno. dele tinha se apossado. Foi apenas com um gesto ue expulsou a satands; € deixou para seu monge toda @ sua grande Paz. {4 — nsuyo uowny — SOHNINaVND 3 SvHGYND W3 OLN3E ds — eueweues + + santa maria — sp i BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen chris Houve 0 caso em que um ladrifo, sendo grande maifeitor, ‘mattratou com mil pancadas um honesto lavrador. Pois queria que the desse (5 seus bens, sem restrigfo, € por isso 0 atormentava sem nenhuma compaixso. Af Com os brasos apertados, em correias fortemente, avistaram logo 0 Abade lendo é porta, calmamente, Disse ento 0 camponés 20 cruel perseguidor: = "Eis aquele que eu te disse ser meu grande protetor.”” Gra F As correias se soltaram, Foram todas para 0 chao. Do bandido apavorado amolece 0 coracéo. Cai do alto do cavalo, pois 6 grande seu espanto; ajoetha-se por terra, ‘pede preats a0 bom Santa. hoa UM OLHAR QUE LIBERTA — 22 38 coitado entéo lembrou-se de um ardil que o salvar disse ter entregue a Bento tudo quanto possuia. ~ "Pois entdo me leve quero ver quem ele é.”" E amarrado, ofr andar, Para agir com o terror ‘que ihe era costumeiro, = "Me devolve ‘$6 entéo 0 Patriarca bem nos olhos o fitou. E depois, no prisioneiro foi que seu olhar pousou. 0 Abade ento ordena que o introduzam no converito e Ihe déem para comer tum bogado de pio bento. Depois, faz-the a censura {que ele havia merecido. O tirano se comove. Vai-se embora convertido. + santa maria — sp BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — 1] (O MENINO RESSUSCITADO — 23 6 — trabalho e orago —. Sendo Abade, dava exemplo: ‘rabalhando como imo. 1 la 20s campos, coma foice, ese punha a ceifar. Capinava, se preciso, ara a terra cultivar E enquanto se ocupava nessa lida, com fervor, sua alma se abismava em seu Griador. Numa hora de trabalho, uusente do convento, cchega um pobre agoniado 8 procura do Pai Bento. ee P inha um filho morto, aos bragos, pedindo a ressurreigio;" ‘quando soube que néo estava, Os na porta, rente ao cho. E saiu em disparada ay a procura do Abade ‘S Quel vintaceretoro, junto comunidede. = — ‘Quando soube do pedido do aflito camponés, ficou triste e perturbado; Quis negar-se, desta vez. Porque era to humilde que, doutor em humildade, receava que seu nome se espalhasse na cidade, Um dos lemas de Sio Bento Afinal dobrou os joethos, Porque teve compaixdo: sobre 0 corpo da crianca fez a mais bela oraglo: ="0 meu Deus, nfo leve em conta ‘meus pecados, masa fé deste homem.” E ‘tremeu toda e posse Zig ae + santa maria — 39 BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — 1] Uma irmf tinha $0 Bento; como ele, consagrada 20 Senhor, desde a inféncia, ®, por ele, muito amada, Com 0s anos, a virtude ‘etambém sua prudéncia, rezavam e cantavam prelibando o eterno Além, Uma vez, a derradeira, ediu a Santa a0 irmao: “Desta vez, passemos juntos toda a noite, em oraglo,” yr her Deus mudou em tempestad ‘¢ uma chuva desabou. Eram raios e trovoadal impossivel regressar! % i toda a noite aborrecido ‘ou talvez mal humorado. ‘Mas fol como uma vigilie dessas de Noite Pascal, fem que a gente pela patria celestial. Certament: aque grau 10, POF seus pais, ra Santa, como Bento, talvez um pouquinho mais. Era s6 uma vez por ar {que os dois se visitavam por fim, juntos, ceavam. = "Que é que dizes, minha irma?! Esperar o amanhecer? Ficar fora do Mosteiro?! NNisto, no posso ceder!”” Cruzando as mfos sobre a mesa, 2 cabera ela inclinou: {20 Senhor fez 0 pedido, ‘que 0 Senhor logo escutou queira Deus te perdoar!”” ‘Ao que ela respondeu — "Meu irmBo me recusou; supliquei a0 meu Senhor! veja como Ele arrumou.’* Yeus ¢ amor € caridade” / So Jo3o nos ensinou; © Por isso n6s dizemos: / — “Péde mais quem mais amou.’” santa maria — sp BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — 1] Regressaram na alvorada cada qual ao seu convento, 095 irmaos insepardveis: Escoldstica e Bento. Ela havia pressentido ‘© chamado do Senhor, nessa noite em que a tormenta desabara em seu favor. (E por isso que @ imagem dessa Santa tem na mo uma pomba, toda branca, como foi seu coracdo.) ‘Convocou os monges todos em transportes de louvor: a alegria 0 invadira, dando gragas ao Senhor. ~ = =F UMA POMBA ENTRA NO CEU — 25 Mais trés dias se passaram;y 0 Abade divisou ras alturas, uma pomba que o infinito penetrou. Reconhece no segredo do Senhor com quem vivia, © espirito da irms ‘que, sem mancha, ao cfu subia, fad <&) AY mandou buscar 0 corpo Virginal da irma amada; ena sua sepultura, cla foi depositada. Mais que o sangue, o mesmo amor cconsagrou essa unio: ‘por isso, nem a morte, cconseguit!separacio. ae — G santa maria — sp + BENTO EM QUADRASE QUADRINHOS — lumen christi — rj O ADEUS DE SAO BENTO ~ 26 AN ‘As 7 Era Bento pelo noms pela graca ainda mais pols a tudo renunciara, pelos bens celest Rosto calmo, modos puros, irradiava tanta luz! {quem a ele se achegava, jd lembrava de Jesus. Ae% YR Se 1a divina intimidade, ‘ido vivia mais na terra, ‘mas no eéu, 0 santo Abade. Jé nfo era mais o servo, mas 0 amigo do Senhor, ue the dava a conhecer seus intentos, seu amor. Predizendo sua morte, fez abrir a seputtura, Logo apés ¢ atormentado por febril temperatu Pede ento que o lever logo Os disc/pulos sustentam (5 seus membros; ergue as mos. Morre em pé 0 Pai dos monges ‘numa Gltima orado. E dois deles bem distantes, numa idéntica visio, ‘contemplaram o caminho ara a sua ascensio. oS Tensei as Era bem o que convinha a0 Patriarca do Ocidente. ——- © So Bento, s6 teu nome ‘nos empolga, nos seduz! = Sé frol em nossa vida Pra chegarmos a Jesus! 0 (O MONGE IRREQUIETO — 3 ‘Num mosteiro, em Subiaco, por Sifo Bento jé fundado, ‘um dos monges no ficava ‘no oratério, sossegado. Fol com todos aig sala se punha a divagar. Seu abade o repreendia, Por ser grave a infraglo. Conduziu-o a Séo Bento que Ihe fez um bom serméo. Foi uns dias comportado, ‘mas depois, recomecou, Foi o Santo, pessoalment , de longe, 0 observou. Entfo viu que quando estava 4 rezar, no santudrio, tum diabinho © puxava pelo santo escapul [2 = psuyp uawn, — soHNIEaWND 3 S¥HaYND W3 OLNIE Perguntou entBo 20s monges, entre eles 20 abade: = "Pois nfo vedes quem o puxe, Perturbando-the a piedade?”™ Como nada vssem, disse: = ="Flecorramos 8 oragdo 7: para que veais também, § ‘quem Ihe causa inquietacdo.”” =: Rezou muito, por dois dias, z a assim que ele viva . Sua prece era insistente 1 precedendo 0 que fava 8 Irmo Mauro péde ver © inimigo tentador; foi sé ele que obteve, Por seu Pai, esse favor. Tendo o tal monge sa/do, outra vez, pra vadi © Patriarca usou da vara para 0 diabo afugentar, Ficou livre o pobre monge, a partir desse momento; ‘mas 0 diabo, enfurecido, quis vingar se de So Bento. ‘Comecou a perseguico para em tudo atrapalhar ‘as ages de quem visava sempre a Deus glorificar! + santa maria — sp. BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — ri Bento quis fugir 4 fama, ‘numa gruta se escondeul! Por trés anos, recolhido, é s6 com Deus ele viveu. Mos depois, se viu corcado se tdo grande multidgo, - A {que fundou doze mosteiros de trabatho e de oragdo. TTrés, porém, nfo tinham qua nem sequer para beber; @ do rochedo era pr para o vale, entdo, descr. Entdo foram esses monges dda Si0 Bento reclamar: "Casta muito buscar équal precisamos nos mudar!” Foram todos recebidos pelo Santo Fundador, ‘que escutou-os ponderando ‘Mas depois, chegando a noite, foi com Pldcido ao rochedo. LL, rezou por muito tempo, em siléncio e em segredo, Colocou, depois, trés pedras no lugar da oracao; fe desceu ds escondidas, sem causar perturbacio. De manhé, eles voltaram — era ento esse 0 sistema para verem como fora resolvido o tal problema, 9 “Dou razéo a vossa queixa, ¢ vou dar-vos um sina, Haverd égua no monte, Deus 0 pode, se quiser: cavareis, pois,o rochedo, onde trés pedras houver.” a0 local, 6 que surpresa! g ‘uma 4gua borbulhava. fe Seu murmirio vai cantando todo 0 amor que em Deus se encerra ena —— eae e — a Et owre muscnosh—4 + ‘A FOICE RECUPERADA —5 Com Mois, Bento parece, quando sobe e vai rezar; “len € des pedras da montana gun resca faz jorra. \ ‘Segue agora outro milagre em que.o vemos retretado ‘ " num profeta, Eleu, no ineidente do machado. Certa vez, chega a0 Mosteiro tum humiide camponés que pediu para ser monge. Entrou logo, de uma vez. 0 Patriarca 0 recebeu, ‘como sempre, de bom grado, Depois, deu-the um instrumento para ir limpar um prado. = Oe ae it «®t . + Quando estava trabalhando, < _ Reade ae, ANAL O coitado, muito aflito, 20 Irmo Mauro contou: este fez saber a0 Santo DEF como fato se passou. ae nsuayp usw] ~ SOHNIYGYND 3 SVEvND WA OLNIE, Foi enti o bom Abade ver 0 caso no lugar, Pessoalmente ter com ele, ara assim o acalmar. Tomou o init cabo nas 4guas merguihou; emergu, entBo, a foice ‘Que no éabo logo entrou, ew ewues os ‘Com a maior simplicidade fez. entrega do instrumento, pois s6 Deus 6 que ocupava ‘s2u amor, seu pensamento. = “Deixa, 6 filho, de tristeza, lisse 0 Pai, com todo amor; ninguém deve ficar triste * 10 servigo do Senor.’ (© PREMIO DA OBEDIENCIA — 6 Era Pliécido um menino, era um monge ‘inda em botdo; {oi tirar égua do lago, sem ter muita precaucdo. ‘Afundou no mesmo instante, ‘mas Sdo Bento 0 avistou; fe chamou o Irmo Mauro ‘que, 20 chamado, se apressou, © Abade, entéo, Ihe disse = "Vai, meu filho, com presteza ‘© menino eaiu négua, vai na correntezal”” Este monge era um modelo. Com a bénedo, ele partiu; nas asas da obediéncia, vem a dgua sequer viu. “Sobre o lago foi correndo, junto a Plécido chegou. Agarrou-the 0s cabelos, fol assim que retornou. Como nfo olhou pra baixo, mas a Cristo $6 fitou, = na pessoa do Abat nem a qua 0 tragou. ‘Ao pisar em terra firme, foi tomado d ‘um milagre acontecera, ‘mas nfo fora o seu autor! Foram ambos até Bento © prodigio anunciar caminharam sobre o lago, sem nas 4guas afundar. . © Pai logo foi dizendo: = "Foi, meu filho, teu fervor; a alegria da obediéneia ue agradou muito ao Senhor.’" Irmo Mauro, relutando, disse: “Foi sua orago.” Assim ambos comecaram ‘uma santa discussfo. B a g 8 g § g g fe 3 2 Q § 3 2 z g 1 i ( pequeno que, por certo, ; j inde estave assured, 3 , Se um fim a tal contenda, = 0m 0 que for reveledo, 2 = “Eu estava me afogando 5 « vi meimo, de verdade, 1 Que por sre mim pairava 3 v © caput do Pai Aba Bento fez muitos milagres, sem nenhuma pretensso, pois 36 Deus 6 que reinava ‘ho seu grande coragio. Mas Floréncio, seu vizinho, invejoso pra valer, Persoguiu © quanto péde, ‘depois quis vé-lo morrer. K. ‘Mas a ave, amedrontada, ino queria nem tocar, crocitava, esvoagando, Parecia adivinhar, Disse 0 Santo: — levé-lo bem distant ‘sem medo! ‘que néo seja encontrado ‘por ninguém, nenhum viajantel”” © PAO ENVENENADO ~ 7 Enviou-the de presente ‘um po todo envenenado. ‘Quando o Santo 0 recebeu, foi por Deus logo avisado. E chamando ento um corvo {que comia em sua mo, deu-the ordem que levasse pra bem longe aquele pio. aA Ele vai cortando os ares; ‘em seu bico, todo inteiro, leva 0 pio. Volta e recebe (E por isso que So Bento \ € também representado = com um corvo que, no bico, yi SS tem um plo atravessado.) Mas 0 Santo teve pena, a Cy muita pena, do inimigo; para entio ine dar sossego, s rocurou um novo abrigo. Lé se vaio humilde Santo, Id se va de cominhed, ———— 0 inimigo, na varanda, =. — — as Mas por vé-lo meio alegre, repreendeu-o tristement imitou Davi chorando © inimigo det Era assim que pela. era Cristo seu modelo, sua méxima afeigéo. Mas do cfu veio 0 castigo: © terraco desabou. E, debaixo dos escombros, © coitado sepultou. Irmo Mauro sai correndo: 0 Abade vai contar {que o vizinho estava morto, de EEE ate = psuyo uown| — SOHNINAYND 3 SvHGWND WA OLN3S b ds — euew ues + santa maria — sp i BENTO EM QUADRAS E GUADRINHOS — lumen christ! Trabalhavam, certo dia, ‘numa bela construcdo Para erguer novo Mosteiro, nova escola de oracéo. Escolheram uma pedra Para ser fundamental, mas de um peso nunca visto, era até descomunall Muitos monges se juntaram mas no houve resultado; ‘ pensaram logo: 0 diabo sobre ela estd sentado. E chamaram 0 Abade que viesse ali rezar, despachando o inimigo, 2 pudessem levantar! sem demora, fez a prece e abencoou. E a pedra ficou leve, ‘todo mundo se espantou. 0 Abade deu-thes ordem de cavarem o lugar, ois sabia ali ter coisa : erniciosa Era um (dolo de bronze, cobra cara a satands. Mas os monges, com desprezo, atiraram para trés. Foi cair sobre a cozinha, um incéndio provocands. ‘Aos clamores @ alaridos, Bento foi se aproximando. Entio viu no haver fogo ‘mas sim ética ilusso {que 0 deménio lhe aprontara para enché-lo de afligo! Bento entio thes ordenou, invocando 0 bom Jesus: ~ ""Tracem todos sobre 0s olhos fo sinal da ganta Cruz!” Entio viram que era farsa do inimigo tentador, novamente derrotado pelo santo Fundador. Foi apenas com um gesto ‘que expulsou a satands; € deixou para seus monges = (0 MONGE ESMAGADO ~9 =p 3 & 2 todo entregue 3 oracéo: 5 (8 irméos se ocupavam ‘em erguer um paredfo. + ‘Aparece-the 0 deménio a dizer-the insultos vos. Depois diz: "E vou agora trabathar com os irméos.”” . eee — 2 dizer-thes: — "Vi af vai o embusteiro! Mal chegava este recado, desabava 0 pared: Consternados pela morte, fesmagando um jovem monge, =, tencheu todos de aflicéo! 2 correr foram contr 20 querido e santo Abade ) u‘inds estava a rezar. — "E preciso rezar sempre,” jf dissera 0 Salvador; era assim que ele vencia 08 ardis do tentador. : 4 ) Ordenou-thes que trouxessem 3 sua cela 0 acidentado que, além de morto, tina cada oss0 triturado, Foi num manto que o puseram ‘pra poder ser transportado. Sobre a esteira de So Bento Era ali que se entretinha ‘com o Deus do seu amor. Redobrou entio as preces ‘@alcangou logo o favor. Voltou ao trabalho 0 jovem, 2 nessa hora, forte e S50 porque o ressuscitara de Sdo Bento, @ oracdo. Pere , y e BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS — lumen christi — 1 APRESENTACAO. Séo Bento esté fazendo mil e quinhentos anos. E comemorado em todos os continentes e considerado como um dos mestres is puro humanismo, segundo a arte de bem viver. Suas idéias, como seus exemplos, sobrevivem a todas as instituigGes e civilizagdes hist6ricas. Dé-nos Séo Bento esta dupla li¢do: os impérios so mortais e s6 os homens imortai Por que Séo Bento ndo morreu? Porque foi buscar, no siléncio e na solidéo de Subiaco e de Monte Cassino, © segredo da imortalidade, pela abertura 4 Graca divina e pela infncia do corago. Todos pensam em festejar 0 sesquimilenério de S80 Bento. Sao encontros de oblatos, de mongese de monjas, so sessGes comemorativas, filmes, medalhas, publicagdes. Cada qual procura dar o que de melhor possui para celebrar o Pai comum. Aqui temos uma prov BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS nasceu na cozinha de um Mostei- ro. Nesta grande Casa de Deus que é Santa Mar Duas cozinheiras conversavam. Uma escreve muito bem; a outra desenha com facilidade. Resolveram pér em comum os seus talentos e fazer, para as incontéveis crian- gas do bairro que freqiientam seu Mosteiro, uma estéria de Sdo Bento em quadrinhos, acessivel para todos, baseada nos “Didlogos” de So Gregorio Magno. ‘0 livro brotou como aquela agua pura que, pela oragdo do Santo, jorrou da rocha milagrosa. So quadras simples, despretensiosas, ricas de sentido, carregadas de ungo. ‘Sio vivos 0s quadrinhos, fulgurantes, luminosos, de um grande sense of humour. BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS foi escrito e desenhado, antes de tudo, para vocés, criancas do povo de Deus, que sabem entender, como ninguém, a lingua- gem da simplicidade e a mensagem da sabedoria e do amor. Mas ele é também para nés, adultos do povo de Deus, que jé ouvimos Cristo dizer que se no adquirirmos um corago puro ndo veremos a Deus e se no nos tornar- mos como criangas ndo entraremos no Reino dos céus. Procuremos, nés todos, criangas e adultos, penetrar os segredos da Sabedoria infinita contidos na vida deste grande Santo de quem nos diz a autora de BENTO EM QUADRAS E QUADRINHOS: 0 So Bento, s6 teu nome ‘nos empolga, nos seduz! Sé farol em nossa vida pra chegarmos a Jesust

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