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1H A “praxis”: a i pI arelacao Social como Procossg* Henri Lefebvre urante toda sua vida, Marx lutou contra Hegel para doc... velit (um castelo no sentido Kafkiano) e aposea ey dese aa fortalera cuss, ara salvar da destruigdo do sistema absoutoaqulom pero sr siko, A relagdo entre hegelianismo © marxismo ni wg ced de apresentar enigmas ¢ de oferecer temas para pesquisas, E uma telag’io dial . sig conto Enlre os dois pensamentos existe, ao mesmo tompe cont ade e descontinuidade, prolongamentoe transformagio. Somente nay quando esereve O Capital, Marx conseguiré formular seu métode dain! precsando aquilo em que ele difere do método hegeliano. No entanto: bana cle substituiu pela nogao d Rogio esta tirada de Hegel) a nogio de sin, tese, que coroava, completava, imobilizava a tese e a antitese na construgao do sis- tema hegetiano, Nao € nosso propésito, no momento, retomar e expor ponto por ponto, setor Por setor, aquilo em que o pensamento marxista desenvolve o pensamento he- geliano, aquilo em que dele difere radicalmente. N6s nos contentaremos em in- dicar © ponto de ruptura, negligenciado ou dissimulado apés circunstincias com- Dlicadas, . Para Hegel, fild Estado, este encarna a idéia. F isto €, os “‘estados”, issdes e corporacoes, i eae! fim, as necessidades e as regulamentagoes (tais como a morlidade objets, 06 ©S costumes, € a moralidade subjetiva ou sentimento de obrigagio € ee m Com o Estado moderno, constitucional, a Historia termina. Nada mals se Perar do tempo nem da acao. P4td Marx, ao contrario, o Estado iets are Mstituiggio que depende de suag epndicdes histéricas, em vez de faze: Sails aclutina-las sob seu mando poruim processo metafisico. Usando Se he Marx ainda nio emprega no momento em que critica rade n Ho superes ttliana do direito e do Estado, as instituigdes possuem uma base € Nt ‘RUF. Quanto & tese hegeliana, que faz. da classe média (e da do saber, Marx a ‘Alo & cla ligada) a elasse universal, portadora da consciéneia ¢ ae “om violéneia. A critica marxista é tedrica’ °lundo da teoria, da andlise dos conceitos. El 4} { mesmo até o fim, Sim, Ela vai mesmo a 9 Tt Ja também é fundam« He sing pret etansing n Lelebvre, Sociologia de Marx (cap. H: “A ‘praxis ion S80 Paulo, s/d., pp. L7-AL. Tradugio de Carlos Robe “sto da Editora Forense Universitéria. égic tais iceitos socioldgicos fundamen ilosop! = es oa fiend conereto através de um contetde fa vel. Elevar-se sobre o mundo pela reflexa pug, da pura reflexao. Isto ndo quer dizer que fs {io fundadas na praxis que, em si mens 178 — Con hia perennis? Ou bem sio tautol E asproposico em recebem UI mente verificavel. imanecer prisioneiro Tismo; as universais es| oconcreto. conteddo, ou b torico, empirical realidade, 6 per atingira o nominal gobjetiva. i conhecimento, qualitativamente diversas ¢ distin. Haveria varias especies oo filosotico e 0 conhecimento cientifico? Nac, tas, Por exemP Os ee abstrato ndo se justifica sen&o como abstragio dos co, nto filoséti r pensamers.cientficos particulares ou, mais exatamente, como resumo dos resu. tidos mais gerais do estudo do desenvolvimento historico. (0 materialigi}o hist6rico se justifica pelo desejo de restituir ao pensamento humano sua forgajativa — forga que ele possuia “no inicio", antes da divisio do trabalho, quando estava diretamente ligado 4 pratica — mas, igualmente, pela decisio “filoséfiga’’ de nao ser enganado pelas ilusdes da época e de criar uma doutrina realmente universal. aoe Esta triplice exigéncia que extingue a Filosofia e, ao mesmo tempo, a prolonga e pode ainda passar por exigéncia filos6fica (pensamento eficaz, pensamento ver- dadeiro, pensamento universalmente humano) ndo se encontra completamente desenvolvida na Ideologia alema e em A sagrada familia. Encontra-se no centro dos temas, polémicas e criticas contidos nos textos posteriores. A nogio deraxis passa ao primeiro plano nos textos ditos filosdficos de Marx. Acabamos de Sblinhar; ela se define por oposicio a Filosofia e A atitude es- peculativa do filésofo. Feuerbach, que rejeitou a Filosofia hegeliana em nome de uma antropologia materialista, nao conseguiu superar a atitude filosdfica. Se, por um lado ele acefitua o objeto sensivel, por outro despreza o aspecto subjetivo na percepcao sensiyel: atividade que molda o objeto, que o reconhece e, a0 mesmo tempo, se reconhece nele. Feuerbach nao vé no objeto sensivel o produto ou a obra de uma atividade criadora, ao mesmo tempo sensivel e social. Negligenciando a atividade pratico-sensivel, ele ignora com mais razio a atividade pratico-critica, isto é, revoluciondria.(1) Em relagdo ao materialismo filosdfico, que deixou de lado a praxis, 0 idealismo legitimamente retomou e compreendeu, embora abstrata- sae a pereenito & do pensamento humano, deixando de lado o sen- Praxis. O materialismo ilestisy cheat eae caer 6 va sordidez ne Taudiees $e a chegou a conseqiiéncias mais graves. Ele liga as que é 0 homem que mud, ‘ucangas nas circunstancias e na educagiio, esquecendo de Ser edueninn eae circunstincias e que os educadores tém necessidade tes, das quais uma se conte nstetialista tende a dividir a sociedade em duas pa eva sobre a propria sociedade, Dito de outra forma,a F losofia materialista, como o ideath , como 0 idealismo, just is a pretexto de oretnizagdo, mas deeducagio (tese HI}. * ° Estado, nao mais a pre “A questao de saby er 8 ae 7 uma questo teérica, mas age eamento humano pode atingir uma verdade objetiva nao é . Ma questo pratica, & i nace realidad one eal Avest2o pratica, E na praxis que o homem deve demon: Tealidade ou nao realidade dare ee 8% © Poder de seu pensamento, A controvrsia sobre 8 coléstica™ (tese 1). Pensamento, isolada da praxis, é uma questdo puramente &S* ti 6 peasce ‘esto dildea), que dosent,” StS Aqui A teoria do “prtico-inere (em J.P. Sartre, Critica da Teatiugho do sensvel edi vor ga ried flosofiaelaborada: pele pensasente morsata,iRNOES & mPas als em reli &antropologia de Feverbach. jas formas sfprtesinento encontr; as vis tvidade pratica, O problema espera nee @ especulativg do oo kU SeNtido na col eotado came Um, a Problema. A oetEcin aban Mes nda ty desligade oe : al © da vetificacao praticn” lemonstragag wf esséncia do ser i 0 € social € a esséncia da soci ao tém nenhum rat geragao. Separalco WAC’ Praxis, a teoria se perde ¢ dade € praxis: ato, sci, Folaveis, em mistérios®@misticismo (tese VIII), ™ problemas mal os. ose : tes textos, a determinagao da praxis segundo es - Praxis é sobret gefine 92 medida em ne seoa © despreza a Filosofia, na medias Elase ei nao existe mais. & uma leterminagao polémica, na qual onegeiy ee Fe rs 0 positivo para o pensamento dialtico, Contudo,aexpignan re® es ce incompleta. Marx nao a impulsi Plicitagao do novo ff eito perma ae ionou o sufici nile Brg certas confusdes. O critério da pritica, expres noc forma re ia, ni ax Gy, seri tomado logo em seguida como uma cea ase I abe revo pratico, como uma posigfo empizista e um eulto da eicgig: cane setgmo ou um pragmatismo. Em nome critica Filosofia, persed cen ‘simportancia da Filosofia e 0 elo entre a praxis e a superagao da Fildsofia. vista [Alguns pensardo que as ciéncias sociais ou cigncias da realidad@ humana, en- tre as quais se poe em primeiro plano a Sociologia, bastam para substituir a Fi- ipsofia moribunda. Os simbolos, visdes ¢ conceitos filosoficos, que sao confundidos gor eles, sio substituidos por constatagdes de fatos empiricos (sociais, humanos P iturais etc.). Esses pensadores terdo a surpresa de se encontrarem diante decons- tatagdes precisas, porém parciais, sem amplitude, as quais somente o retorno a um “filosofismo” mal escondido ou declarado pode fornecer novas dimensbes e profundidade. Ou ainda — o que da no mesmo — os especialistas encontrarao téc- ricas parciais e logo chegardo os fildsofos para dar unidade especulativa a esta massa informe de fatos, de técnicas e de resultados. Oscilarao entre 0 positivismo e flosofismo, entre o objetivo e o subjetivo, entre o empirismo eo voluntarismo. Outros ainda dizem que Marx descobriu a praxis que esta descoberta toma initia Filosofia, permitindo que os sonhos dos filosofos se realizem. Ser, porém, simples a nogio de praxis? Como atingir sua complexidade? J4 conseguimos dis: cemnir as diferengas, os niveis, as polarizagdes e as contradigdes que contém. A Partir de que conceitos analisar e expor, em seu poder criador, a nogae de praxis, Sendo a partir dos conceitos elaborados pela Filosofia (universais)? Se confundimos a descoberta da praxis com a supressao da Filosofia, Ke nos, tstaremos dirigindo a uma Filosofia da praxis, o pragmatismo ou outra av Hr" eae continua a ser uma Filosofia, um derivado ou sucedaneo da antig losotia? rt imento mar- Todas estas tendéncias se encontram em grande confusao ne ee ieee 4 contemporineo, sem que nunca sejam explicitadas as hit ie ie ai titude 5 Ss. De fato, na pratica, o 7s ficial adota uma atte ist ‘tvs, acobertade por uma fraseplogiafils6fica. Ble omoret 'anca as ciénci, een i turezé re is X 4s cigncias e as técnicas (mais as ciéncias da nat rend Cop o manto doar ‘alidade hu s ; 5 ‘ mana). Arrisca-se, assil raxis, tal com Xin ideolggiee 6i Ko 3 Filosofia da praxis, 1 4, A legico uma py Oust jis determinadai | ere se torn ago de uma Prine qo maquiavelismo i i ‘ilosol Confers ¢ Puiiicipe moderno. Transforma-se, pois, ne indo ceHtificado filoséfico ao pragmatismo POHUCS: spicos fundamentais Conceitos sociolbgicns fun 9 — 00 18( em Hist6ria e consciéncia de classe, é a Conscian gj f Conscience: ensciencia dg Para G. Lakes, OP situ a Filosofia elisa, ° letariddo intr a ie rs proletariat real: passado, presente e futur ossibilidades), napa * tira talidade, Fe! istente. ae rn raicalmente ols esta consciéncia historica da classe operéria na icidade, Por infeli nenhuma part real. Ela somente S ha classe operaria. Ela tanea (incerta, primi conhecimento con Parra 0 exii te na classe operaria; em nena pereae real, em nenhum get te se constroi na cabega do filésofo, que pensa especulativg Po pois, ante a critica que distingue a conscignei a conscncia politica (resultado da fusao, nq a elaborado pels sébios — logo, os intlectyafs °° to Fencia esponfaea). Lukécs substitui a Filosofia classica pela Figs creado, EtaFlosaie delega o poder flsbfco de epresentaresiseme ae aevcvonsador, Isto perpetua os riscaSe perigos da Sistematizagao classio, ree dvando o“pensador” se toma“ etivo"! A teoria lukacsiana da gy? Giéncia de classe tem 0 mesmo inconvenieme da Filosofia da praxis segundos Gramsci. Os dois te6ricos marxistas conce ofimn da filosofia, sem terem con, cebido sua realizagao. Engano muito generaligado. A descoberta da praxis aboliu a Filosofia independente, especulativa, me. tase. Ela porém, nfo busca a realizagdo da Filosofia, sendio na medida em qu uma praxis eficaz (revolucionéria) supera, com a divisao do trabalho e o estshe Iecimento do Estado, a oposigao entre o mundo filoséfico (verdadeiro) eo mundo nio-filos6fico (real). Por numerosas razdes, contemporaneas ou posteriores a Marx, mas sempre ligadas a0 desenvolvimento contraditério do pensamento marxista no mundo atual, julgamos indispensavel explicitar o conceito de praxis. E isto nao somente agrupando extratos ecitagdes de Marx e Engels, mas esclarecendo esta nocao com as experiénciase provas do homem moderno. Somente uma exposigao completa do Conceito, de suas implicacdes, do que explica, pode mostrar que ele contém mil- lilo elementos socioldgicos: uma Sociologia das necessidades, dos objetos, do conhecimento, da vida cotidiana e da vida politica, ete, 43 & ek Qe nos propomos de Marx, as tentativas sucessivas se integram em 4 a en saints mais ampla, e, ao mesmo tempo, mais proxima da Ca hunes voltou & nogao de enet® Comsiderou ter atingido a critica da Filosofia. El da metodotosie aoe praxis. Até 0 fim de sua vida quis escrever uma espe? obra de Mareaae sacts orém desapareceu sem ter realizado sua vontade. A ° inacabada como é incompleta e as exposigdes S20 in i ito contribuiu para os suficien es até nos setores mais elaborados. O que m fia to Para : cs Possivel, sera etaustivamente @ praxis em Marx, admitindo-se que isto seia mero consideravel de ogre ett? *8TUPAr € esclarecer em suas relagées a redefinir as relagdes « ogt°%*°S: Deixamos a outros esta tarefa, como também ad emia Hegel e Marx e varias outras questbes em suspenso. NOS me i é mostrar como a peat “aritar e mesmo a impedir certas confusoes, ¢ também 2 Moderno da palavra,“°"*®bida por Marx deixa lugar 2 Sociologia, 10 Se 2) A nogao : Gwe Fd nos referic® P72 PressufiBe a reabil; i stitalste Fe reabilit sivel e a re Guerbach, Eo funded Pritico Sehsivel. O sensivelecsre bert 0 compreend io oie lento i 3 ja OE §Penas & rieg ge Signi nhecimento, porque é 0 fundamento 10 foi omo também & agao. O mundo human ” -espotavel riqueza a ser conqui ge inesgotive quistada, 0 praticg-con: at ossibilita incessantes revelagdes, bastando aban setstel 0S conduz apm yplidao da praxis a obra humana que vaj a Para qu se eh gos 0bjet0S de uso corrente, como aos objetos raros (abranSa8ei és cisdl jeensivel ¢ do intelecto, da natureza e da cultura, se noose aT19 A 10S oferece de us. Nossos sentidos tornam-se tebricos, como diz Marx, e gine cs os lade’ envolve. O sensivel nos conduz a n » © 0 imediato teyela ogo de py jagoes Ue j asmediag raxis e esta d riqueza do ensivel. [As relagoes entre os seres vivos ¢ humanos fazem parte de: : ste ‘ jor redescoberto, revelado, Com efeito, antes de ser caer sensivel comhect F . : T outra consciénc rsuetjetoconseiente, 0 OULFO ser vivo e hummano é, antes de do, at nao sepsvel que ele entra nas relagbes sociais mais ou ments riences wg, que 0 Feyelam como “sujeito”, permitindo-Ihe exereer seu poder subjetive Pidade, reflexfio, desejos. 5) © homem (ser humano) é, antes de mais nada, ser de necessidade. E ito mais do que os animais, que encontram, quase todos desde o nascime: em seus corpos ou em derredor, os recursos que lhes permitem sobreviver. Na f desses recursos, desaparecem espécies e individuos. Em todo o humano, em to suas atividades, a necessidade em geral (genérica) aparece e reaparece como damento, Nada existe que nao corresponda a uma necessidade ou que nao su: necessidade. Mesmo 0 que parece mais afastado na cultura e na técnica. C maior razio na vida econdmica. Se existem necessidades individuais (que s6 se satisfazem socialmente), existem também necessidades sociais propriamente ditas enecessidades politicas, necessidades imediatas e necessidades cultivadas, neces- sidades naturais e artificiais, reais e alienadas. O reconhecimento da consciéncia no outro (ser humano) nao se torna fato humane, isto é, social, senao a partir do momento em que o reconhecimento da necessidade do outro (ser humano) se tora uma necessidade da consciéncia. Enfim, a razao, a racionalidade no ee dividual, s6 aparece com o desenvolvimento das necessidades e quando os *sociados tém necessidade da razao atuante. Apos seu nascimento (individual e historico), 0 homem, se de neces Petmanece por muito tempo fraco e desarmado. Pergunta-se ane Seria omens sobreviver, criangas desfavorecidas pela cruel genitora, amt Trista, ameM, enquanto ser de necessidade, para Marx e para open gia? Sem ain de uma cigncia particular que se poderia chamar e fd. Bottigelli: PP- 109 Os manuscritos de 1844 esbogam essa antropologit i isa a é © 20 mesmo tempo contém a sua critica. A a sepa dela. 0, 0 a ituosa entre © juta Darra’ ©, a, § preciso perceber 6 0 relacto con epara aa nat ee (a ativigg tdade is desenvolvido 0 jdades 8 atividad, (o homem mais dese! oP fagao ds neces es era pe transfoe @® humana arranca da natureza a sal sh anca da natu: man lgiimant’®d0-2, devastando-a). O fundamento 4° i a lado, tamente ser tomado por ontoldgico (cf. Os me" yistoria- © que o homem faz entra no vir a ser, isto Ceemueie contra? '® tipico) tende a imergir 0 homem na os sociolbgicos fundamentais att te tihed, i itureza, fi a Historia e muito menos a natureza, faze; ao estudadas na medida em que enttam no moni imulam as atividades do homem que ‘ ana e enquanto esti vi em que se eal da especie ioe introduzem,legitimamente, nogdes como as deriquezae pobrers humano, Assiies, sua diversidade, a passagem da necessidade de objetos pare * oe ad Me presenga (de outro ser humano), a passagem da utilidade natuest ne ope ‘no uso humano (cf. ibidem, p. 92). O estudo das necessidades oss entrelacamento de processos dialéticos, 182 — Conceit ndo dela uma o direito de * Filosofia, separal ‘As necessidades Mento geral © homem difere do animal na mediqal em que, Oa Sete 0 objeto de suas necessidades, criou instrumentos ¢ 1m) tou o trabal o. necessidade é, ao mes. tno tempo, ato (atividade) e relagdo, em si mesma complexa, com a natureza, com outros seres humanos, com objetos. balho o ser humano domina a na- tureza e se apropria parcialm FO trabalho nao pertence & natureza, Ele chega a ser “contra a natureza” em dois sentidos; enquanto labor, exige esforgo e disciplina — modifica a natureza em toro do homem e dentro do homem. O trabalho torna-se uma necessidade. Os sentidos so cultivados e apurados pelo trabalho. As necessidades mudam e so cultivadas, porque o trabalho as modifica, apresentando-lhes novos bens. Assim o homem emerge da natureza, sem poder se separar dela. O prazer reconcilia o homem com seu fundamento, a natureza. Por um momento, ele poe fim a cisdo, 4 luta, ao rompimento. O trabalho substitui a necessidade como sinal de impoténcia, pela necessidade como capacidade de gozo, como poder de realizar tal ou qual ato, O ser humano substitui, assim, aquela sua unidade com a natureza, — imediata e pouco diferenciada, enquanto ser natural, — por uma totalidade diferenciada. Sendo miltiplo, ele se arrisca a mutilar-se pela alienagao. E py substituir a teoria hegeliana do sistema das necessidades, controlado pelo Estado, por uma totalidade: necessidades (conjunto de necessi- dades), necessidade de totalidade (isto é, de realizado, de plenitude no exercicio de todas as atividadeS}e gozo de todos os desejos). A superagio dos limites visa a realizagao total. Dest forma descobrimos 0 di um ladgy e, do outro, transforma. Esse fendy sensivel) $e encontra e1 nos o duplo fundamento de toda praxis:.o sensivel, de a atividade criadora, estimulada pela necessidade que cla meno total (necessidade, trabalho, gozo sensivel do objeto 'm todos os niveis. O trabalho é prodi ybjetos e de ins- t i é€ produtor de objeto: Sdades oa ot Uabalho. Mas ele também é produtor de novas necessidades; neces- fidade e ent qual nnae necessidades da produgio. As necessidades novas em qual 2 pouco, a necessidarie seem Sobre aqueles que Ihe deram origem. Assim, Pouc® mais perigosas, fence tinge as formas mais altas e mais profundas, mais sutis¢ desejo de poder), Ene ceegee e848 (€ presenga do desejo), poder do deseo fc crescimento e desenvalnn ghentid®, a Histéria inteira pode caracterizar-s¢ Pe $8e5, das alionagbes). 0 app g cas Neeessidades (através dos arificos, das Pe "andoaasenermoe berger APES expicita a nezesidade hums inalidade 6 a sy ienagoes, i press; ae contradic’o entre a mediagaio: € 0§ meios que viguitt°.entte 0 trabalhoe onan ee ™iquinas) ¢ wheat diminuy ho ¢ onao-trabalho (entre 0 esfor¢" é termo 49 porém esse " cessidade como privagiio do B0z0 com, ipleto. ne trabalho animal para o nao-trabalhy Aes tratzria, passando pelo trabalho Spee rose Pécie humana sain 4 aa tpalho (0 cio) dos exploradores dessa oso auc domina tecnica <) O trabalho participa d lessas magsas, 4554s hu eo ao, do qual ele é um raements movimento dialétion aaeae® ico e histérico. necessi . Noe sidade-trabalh = o78 ume suas proprias determinag® r gedentes. O trabalho se divide. agdes © outros movi ‘Urso desse movi qi A divi ‘0S movimen: movime ada pelos instrumentos) e a divistio divisto biologic, rentos se mesclam pao separagao da cidade e do campo Lone en As visto téeniea (coman- iio material ols eidade assume a an 3 @ do trabalho fateeeeecinem a Hp Gu re un ang: Brea, administracao, ori dirigentes e estas nual © do tra. outes grupos teritorias Durante muito temper aig altics i ee ceartoy armani no “modo asiatico de pros daca is cidade é Parasite do ‘com os ela sé ter a improdutivas: militares, admini los grandes impérios 0 campo ¢ sobretudo no Ocidente europeu, a cidade inistrativas, politicas, Em seguii: dutivo; 0 processo se concentra e se precipi suplanta o campo no trabalho ne saqdo de uma imensa hist6ria durante a cipita no pesiodo capitalise 2 eee ee, ual a desi vB a final tua, O trabalho produtivo Cain arene dual a desigualdade das fungo what outras fungdes, aquelas d fe 0 agricola) se de fungoes se acen- Os grupos (que aurante Os chetes € notiveis, dos Wenie bee em relagao as Os erapos (que durante mi ghfes «notiveis, dos guereiros, padres efeitos. sacede asf Fs reparticao do magro sobreproduto classes) se engajam em ster as fae privilegadas no e podem Iiberar do Sosielse|euauanta isto sacrifica o poupar e forlificar seu prestigio, assu ye Ue epoca; mite ai ee condigées de sua primazia. O eed ln es cots certas posigées, ii sin amn era Gibeilatde Hedin ds tpovo" . Beses peviletiée, bora die ce istiquem, durante muito tempo sie Fa ara a oat Cee embelezar a cidade, organizar Geatincette nto, entre as fungdes privilegi a0 arin cogee privilegiadas, em it onal 5 2 fungio ideol6gica. De inicio, ela sera hes ge mia’ de smnportdnicia particular: aetna coecalettg: qaetae Aston de pasa pare Antes de expor 0 conceito de SE ee Ea sAbios, escritores. suporte das ideologias, o gru gia, assin mos aqui a existéncia social do Devens 7 grupo especializado (que elabora ¢ emite representagoes). que se ceunatya stinguir as atividades que se consagram & matéria daquelas ese ocupam dos seres humanos. As segundas nascem da divisio do trabalho, migtaas caine trabalho nao Ihe corresponda com exatidio. Palast de fungées : as, culturais mais do que de trabalho religioso, politico, ; we dl ‘orma hi ti ce tumana ao sensvel; compreende a5 relasDes Parte do hom: sanais, artisticos e, de modo geral, a 4) % telagdes ey em social em torno dele e dentro dele mesmo, tre os seres humanos, praticamente © comércio a natureza por “is compreende is atividades di- i bra, desde @ a encontram dispersos em tod 8 ST, esos ca ao programe de Gai? ida, quando as fo" (2) Os fgg) O8 te Primeira (pattt0S de Marx sobre a necessidade s: p até altima. Foi na Crea ry (igre? (Partic i) ue eslrmente Os manuscrtas de 184 0 ‘apa T4ueza coletiva jos ‘Quando o trabalho se tornar sesidade primeira bo ian rd ser wit © 4 sociedade ene "plenamente, entao o estreita i undo sun ide escreverd sobre uma ‘yandeira: de cada um, Se6u" fo as necessidades”. 4 — Conceitos socioldgicos, fundamentais a i ai 3 1 na medida em que se vdo Gopstituindo, . em sentido restrito, a se limita ag So tido retivas, aS fungdes estatais, ata, tarefas deliberad: Goes ove a poiésis: Jo, a praxis en minar designando apenas 08 Prag” jedade. ea . socie isting proposta segue a formacdo da linguagem, Considerada A, dst eomo esboco de um conhecimento da sociedade. Eig rp Sorte , : consents ssade das atvidades humanas na unidade do social, tua coe oii, resultado de uma cisdo, por sua vez se divide. O trab stole, artesanal e, em seguida, industrial) se desvaloriza em rela cola, , i \ acute criadora, mesmo porque somente passa por criadora a atividade gg Praha que completa sua obra. A coisa, produto, a obra se distinguen 2 namo modo na praxis (em sentido restrito) algumas atividadesemergemers nam prvegiadas, como as de mediagio ou intermedidrias; o comercieni orador, 0 politico. No curso desse vasto processo, o trabalho entra em conflito consigo mesm Ele 6 20 mesmo tempo, individual e social, parcial e global, dferencisdo's ty, quantitativo e qualitativo, simples e complexo, produtivo e improdutivo, hete rogéneo e homogéneo. Ele entra em conflito com o nao-trabalho (dele, laze), we ee 8 i aig Des. se trabalho, como movimento dialético e como contdiido, emerge uma fon ; merg i, aquela que assume o produto do trabalho material: a metfadoria. ql qa MEFe seus membron® a alho produtiyg G0 & atividade Com efeito, a praxis é, dmtes de tudo, ato; relagdo dialética entre a naturezae o homem, as coisas e a congeiéncia (que nao se tem o direito de separar, como fazem os filésofos, que os Substantivam isoladamenteys Mas, se por isso toda praxis € contetido, esse contetido cria formas; ele s6 é comtetido devido a forma, que nasce de'suas contradigdes, que as resolve de maneira geralmente imperfeitae se volta para o contetido a fim de impor-Ihe uma coeréndia. Por isso mesmo, toda sociedade é criadora de formas. Quanto ao desenvolvimettto da praxis, através de Peripécias e dramas (entre os quais o desaparecimento de muitas sociedades, in- elusive das mais belas e mais felizes), ela perpetuou e aperfeigoou certas formas. ine ane e formas de polidez, as relagdes pessoais imediatas a (ieeres er aes a formal (resultante da reflexao sobre 0 discurso); ‘a aa Sua implicagao, 0 dinheiros A agg <4, {roe®) com sua conseqiéncia, ov, meio portant, Nio se dean cadoria possui uma particularidade Haag ¢ nquanto valor (troea), prodata ge ooo" © trabalho. Bla €, enquanto coisa 9 internas do trabalho Produto humano, Em relacdo ao trabalho e as con! ie mel Produtivo, a mercadoria é, ao mesmo tempo, objeto furagdo € padrao d i 5 0 de trabatho social médio, ace vale pelo trabalho que contém (tenth 5 vale enquanto Porém, por sua vez, resulta que 0 i 1. an 0 & forca de 4 mercadorias e mercadoria ele mesmo (come (@7F , im das pessibilidades aa fe t°248 20 seu cirs0 normal, a mercadoria V0) Praxis © medi & forma. Com ela, toma-se cada vez mais importa", vido 3 re 8640, 0 trabalho & denened tt20 dial © alhos produtivos: 0 comerciante. De Tmedisriag went’ © Submisso; o dinheiro torna-se primor Primeiras pacn'® °SSenciais do que as criadorase produtivay gas: Sem 2, Certas conde’ 4° Catal mostram que a mercadoria 62 7%, er Perder sua reat S085: Por urfal cos (por um bem), A coisa 284 fidade material eeu sje ong ae metarmoroeh * * coisa sofre uma transubstanciagao, que @ {a7 P* A "praxis": a relacao social como processo — 185 alitativo a0 quantitativo, da solidao A confronta aufidade substancial a forma pura (a moeda, feita SE avaliada em equivalente geral: 0 ouro. Esta anilise do valor de troca e a exposigio do descaling, {tu o valor de troca possui o poder estranho de exlebrr sua propeic coe me propria génese aos homens que nela vivem. A forth se feichiza Anarene go dotado d ‘S40 com os outros bens, d: . . ac © dinheito). A forma toma-se per. ce ‘ fa, mascarando suas préprias ori ‘ f rando s origens e 0 se- aredo de seu nascimento, isto & ql é produzida pelos homens através de corte relagdes que se estabelecem entre @les. Este cardter fetichista da mercadoria, do dinheiro, aaenee Gera aparéncias reais, névoas que tanto melhor en- cobrem 0 ) quanto dele fazem parte. A andlise deve dissipar escas névoas, penetrar nas aparéncias. Fatichizada, a forma adquire duas propriedaden cla se autonomiza como coisa (abstfita) ¢ dissimula as relagdes reais. Voltaremos em profundidade a esta andlise. “A reflexdo sobre as formas de vida social e, Por conseqiéncia, sua anilise cientifica, segue um caminho completamente oposto ao movimento real. 2 todos os dados estabelecidos e com os resultados do desenvolvimento. As formas que im- primem aos produtos do trabalho o carater de mercadorid@) por conseqiiéncia, comandam a sua circulagdo, ja possuem a fixidez de formas naturaig@a vida social, antes que os ho- mens se déem conta nao do carter histérico dessas formas, que mais Ihes parecem imu- taveis, porém de seu sentido mais intimo(...)" (3) De inicio, j4 comeca com A forma, pois, é enganadoragBla conduz a representagoes falsas, particular- mente a impressdo de fixidez, 4 dOhfusdo entre a coisa natural (imével) e a coisa social (abstrata, logo historicamemte formada). Arrasta toda a sociedade a um processo muito particular: a reificagho. Contudo, essas importantes indicagdes de Marx nao poderiam ser sistema- tizadas em uma teoria da reificagao que constituisse o essencial do marxismo e do Capital. A escola de Lukacs superestimou a teoria da reificagdo até produzir uma Filosofia e uma Sociologia (confundida com a Filosofia nesta sistematizacao). Ora, @ coisa abstrata, a forma (mercadoria, dinheiro, capital) nao pode ir até o fim do process de MeSNSAGASMREGAEAG). Nao pode sfibertar das relacdes humanas, as quais tende a dominar, a deformar, a transforma em relagdes entre coisas. Nio pode existir completamente como coisa concreta| Permanece coisa abstrata por obra do ser humano ativo e para ele. O que ela comanda, pois, é uma ordem de relagdes formais entre os homens. “AS mercadoriasffito podem ir por si mesmas ao mercado(...). Para por estas coisas em relago umas com asjobtras, enquanto mercadorias, & preciso que seus guardides se rela- cionem entre si, enqliahto pessoas cuja vontade se dirige para essas coisas. Devem-se re conhecer reciprocameme como proprietérios privados, Esta relacio juridica que tem come forma o contrato, legalmente desenvolvido ou no, é apenas a relagdo das vontades na qual se reflete a relagdo ecgmbmiea,”(4) A coisa abstrata ou a forma-coisa conduz pois, no que concerne aos homens, 4 uma ordem formal de relagdes: as relagdes contratuais. Uma se traduz na outra, (3) CL. Capital, 1, eap, IV, ed. Piéiade, pp. 609 e sexs. (4) Capital, 1, cap, M:"Das trocas", ed. Piglade, pp. 619 e segs. 0s, fundamentais iolbgic itos sociol6g! ; 6 — Concel a mereadoria com su; ts ; forma se desdobra: de um oe suis implicag@es sbeiy jorge Em suma, a [Orr go outro, o contrato CU rada pela unidagentitas. 4 séeio-econdmicas F € cos dois aspectos esta ass Pela unidade do proces \déncia ot " correspon 2 fo fundamental. nico das trocas corresponderé o estudo das relacdes jurigig, ‘Ao estudo mind Logo que seja aberta a via para o dinheiro © a mera. com suas consequence. (ja anunciado na Histéria, entio sera promulgady., dora, logo que Su ToT tas entre os seres humanos: 0 Cédigo Civil (nap Cédigo das Relagoes {que vido apés a elaboragaio formal desse Codigo, ele per. sonic. Pat Tove sociedade, decifrar a sociedade burguesae sua mensagen mitira - : ainda obscura.(S) Nao devemos esquect seu movimento dialético trabalho global; trabalh complexo). A teoria da fol trabalho: “A existéncia do mundo mercantil supe uma divisio do trabalho desenvolvida ou, melhor, esta se manifesta diretamente na diversidade dos valores de uso, que se enfrentam como mercadorias particulares e contém modos de trabalhos diversos entre si. A diviséo do trabalho, enquanto totalidade de todos os géneros particulares de ocupacdo produtiva, representa o conjunto do trabalho social sob seu aspecto material, considerado como tre- balho criador de valores de uso. No entanto, do ponto de vista das mercadorias e no quadro do processo de troca, a divisdo do trabalho s6 existe no seu resultado, na particularidade das priprias mercadorias” (6) jue sob a forma perdura 0 contetido: o trabalho, com ‘balho individual e trabalho social; trabalho parcial ¢ alitativo e quantitativo; trabalho simples e trabalho fa-valor nos reconduz ao estudo e teoria da divisto do ) A existéncia distinta ¢ especifica da arte e d@jcultura poderia indicar quea apropriagao de sua prépria natureza por parte dog homens (a natureza neles; sen- sagio e sensibilidade, necessidades e desejos) restilta mais da poiésis do que da praxis (no sentido restrito e preciso deste iltimo fermo). Sdo as obras que numa cultura permitem ao homem apropriar-se da natureza. Contudo, nao se deve for- ‘ular nem aceitar esta tese sem reservas. A apropriagdo resulta da cooperacio aoe at duas atividades e da unidade que se perpetua até na cisio. No enta- ee petal entre a dominagao sobre a natureza (exterior) & 4 apr” es eaae 8 ator a0 homem). Ao dominio sobre a natureza pode Sr aaproptiadao sulte progresso na apropriacio. Certas sociedades acentuaram 20 mesine to eoemPlo histérico: a Grécia) e outras, o dominio sobré a naturezs & Po, sobre os homens (exemplo histérico: Roma). Os respectivos elementos das soci sociedad alee ae ae 10 pasate. ©, culturas e civilizagdes, muito variaram de um exem? Devemos i aA : i SOF naoat® distinguir 0 setor conquistado (dominado ou ‘muitos mal-entendidos que concernem ao pensa™ A “praxis”; relacao social como processo 189 sonst Os determinismos resultam do Passado; sao formas, si dlrs rds do » Sistemas, estruturas jos ‘am, nic colocad i » N&o puder. apenas 0 foram incompletamente; estes resultados, estas gin cur suPeTados Ou Gj deeminismos nfo exchuem nem a inigatva ds howe comin 8 age. a liquida-los, nem os acasos e contingéncias. ue os combatem Seguindo o desdobramento da praxis (realidade e n pjol6gico: as necessidades do ser humano enquanto ser yi ° desenvolvimento deste ato humano e tamb sinda constatar nele: 0 etnografico, o hist contramos no curso desta caminhada gran rando em conta os conceitos propostos por Marx e pelo nua 4 demos especificar 0 que compete a Sociologia tal ecme ela se octane aE particular — apos a fundac&o do pensamento marxista por Mang? Ciencia Sim, Ao menos a titulo de hipdteses. O socidlo, cia das formas. Estudard o efeito de retorno das for truturas sobre os processos. O resultado do vir a tivamente como o modifica. Enquanto uma forma constituida vai até o fim de rene possibilidades (sempre determinadas, sempre limitadas), aparecem outras formas outras estruturas, outros sistemas. Esses “‘seres” nascidos do vir a ser, que tentam manter-se, agem uns sobre os outros, tanto na sociedade como na natureza, Ao sociélogo cabe analisar e expor esse conjunto de interagSes, ao historiador estudar o processo (logo a génese das formas e a formacao das estruturas), ao economista estudar tais formas e estruturas tomadas em si mesmas. A interagio das formas das estruturas leva-as ao seu proprio fim. O socidlogo estudard, pois, as estabi- lidades a partir daquilo que as dissolve, e os equilibrios a partir daquilo que os ameaga: os “seres"” constituidos por seu lado efémero, dialeticamente. O estudo da praxis (inclusive 0 aspecto particular que denominamos poiésis, isto é, de um con- tedido, conduz a uma Sociologia das formas, conforme pensamos, ¢ isto devido a uma reviravolta dialética inerente ao método. Nés atribuimos, pois, um dominio determinado a Sociologia marxista, Outra maneira de tratar a questo, por exemplo, contentando-se em reter da obra de Marx o que pode ter algum interesse sociolbgico para nossa época, nao fugiria de um quadro académico e escolastico. Marx sociélogo ajuda-nos a determinar as Perspectivas de uma Sociologia marxista. Esta Sociologia acentua o lado critico do pensamento marxista, As estruturas haseidas dos processos e as formas surgidas do contetido tendem a imobilizé-los. A critica radical das estruturas e das formas é, pois, inerente ao conhecimento e no $e Sobrepée & ciéncia como julgamento de valor a julgamento de fato, Os resul tedos da praxis alienam os homens, nao que “‘objetivem’’ as capacidades hu- Manas, mas na medida em que imobilizam o poder criador ¢ impedem @ ae "’g2o. O conceito de alienagdo, designando a relagdo geral entre os homens © As obras, nao se perde, pois, no indeterminado. Ele se integra numa Sociologia estruturas e das formas, da ruptura das formas e da dissolugao das cotruturas: Pensamento ¢ 0 Ser sao distintos mas, x nos Manuscritos de 1844, encontrar a unidade ermanecia nela. “A recer: par Fes), nbs partimos do vo. Passamos em resus feat ' ane) ém os niveis de realidade que se pode "720, 0 econdmico, 0 sociolégico, En- les formas nascidas do proceso. Le. go marxista seguird a emergén- mas sobre os contetidos, das es- Ser nio s6 o esclarece retrospec- Uma diltima palavra sobre a praxis s fomesmo tempo, formam uma unidade”, escrevia Marx nos 'spirando-se no Parménides, Para ele, a Filosofia nao podia sont € do pensamento jé que partia da 'usdo dos enigmas tedricos é tarefa da p' \ omente é verdadeira a praxis re volucionéria, que supera a 190 — Conceitos sociolégicos fundamentais itiva e mimética. “A solugdo das oposicées tebrio, pra petite Oe oe di see Ho solugao nag 2 Pi rere halea Jo conned eats wes larsha Gal Feal, que a fijp® forma eee afer, porque precisamente a concebeu como tarefa Unicamente ot Nag Botte exeasopougtes especulatvas, enumeramos osubjetivismos objets epitunlsmo e © materiaismo, a avidadee a pastvdade consi eo tratamente.(10) . ; Compreendemos assim, com maior profundidade, perayio da Filosofia. Na praxis, 0 pensamento reencontr conscigncia com a natureza sensivel ou “material neidade. A importincia dada & praxis nio autoriz matista, nem a elaborago de uma nova Filosofia, me praxis, Ela exige 0 estudo analitico ea exposiglo da prav langa a Filosofia as cloacas da Historia, masa situa no movimento dialético da cons. Gna edo ser, das formas dos contedos. A Filosofia fl forma dargnc sco distinta, muito destacada) dos contetidos no mento hen Contudo, esse desenvolvimento ndo-recebe um privilégio sen garia o tempo histérico como nalidade, Este “ 20 ge PSI gp a tese Marxista da 9 unidade com ges", + 0 espirito com a espernst @ nem a interpretacig pras Smo que seja uma Filosohi praxis mesma. Esta tese nag Por causalidade ou Onde? Na “‘natureza", definir: sapiens, faber, , Esta definigdo jamais terd o direito de separ: Tiesma forma que as outras ciéncias, a Sociologia agarva alguma coisa entreonada £9 ,odo. Ela ndo tem o diteito de erigir-se em ciéneia total, pretendendo atingir a totalidade da praxis.(11) Fats Gurvitch most ne, 3 int Horas de Marecome see joetatsm eS ca ae So crc. uase que ude manta dire ai POU°0 da sua, Nie pentane usec sop de Marr senso te em suas obras ‘Samos que a Socioloy noes ‘sels. Nis ene creditamos poder deseobrit no Capital um ase

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