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As Tres Unidades de Lúria
As Tres Unidades de Lúria
Fonte:Jones&Powel,1970
Vocês só falaram em três áreas, mas na imagem aparecem quatro, melhor
explicar isso.
Comenta Luria (1981), que as diversas estruturas que compõe o cérebro podem
ser consideradas como partes constitutivas das três unidades funcionais principais do
cérebro e substratos neurofisiológicos do pensamento abstrato. Desta forma argumenta
Fonseca (1998) sobre as três unidades funcionais de Luria, apresentam aspecto relevante
no processo de aprendizagem, pois ambas reflete uma expansão organizada do cérebro e
todos eles têm em comum um processo neurológico entre suas inter-relações, na
eficiência bioquímica; na neuroendócrina e nas multiconexões entre os vários blocos
funcionais, sendo que a reestruturação do cérebro depende da sua estimulação da
motricidade. (????)
A primeira unidade funcional do cérebro: esta localizada no tronco cerebral e
particularmente na formação reticulada, no diencéfalo e nas regiões mediais do córtex,
desempenha um papel na regulação do estado de atividade cortical e do nível de
vigilância. Esta unidade se localiza nas regiões laterais do neocórtex sobre a superfície
convexa dos hemisférios, ocupa as regiões posteriores incluindo as regiões visual
(occipital), auditiva (temporal) e sensorial geral (parietal). Essa unidade funcional esta
adaptada para a recepção de estímulos que vão ter ao cérebro a partir de receptores
periféricos.
Segundo Luria (1981) para que os processos mentais humanos sigam o seu curso
correto, o estado de vigília é essencial para a sobrevivência do ser humano. Pois, ela é a
responsável por receber e analisar informações que os sistemas seletivos de conexões
possam ser trazidos à mente. Para que as atividades mentais sejam organizadas, o tono
cortical tem que estar constantemente estimulado, pois é sabido que a formação reticular
do tronco cerebral é um poderoso mecanismo para manter o tono cortical, a regulação
do estado funcional do cérebro e também como um fator determinante do nível de
vigília.
Na visão de Luria, a formação reticular ativadora é a parte mais importante da
primeira unidade funcional do cérebro, algumas fibras desta formação reticular correm
rostralmente para terminar em estruturas superiores, como o tálamo, o núcleo caudado,
o arquicórtex e finalmente as estruturas do neocórtex. Essas estruturas foram chamadas
de sistema reticular ascendente, o sistema desempenha um papel decisivo na ativação do
córtex e na regulação do estado de sua atividade.
O Sistema Reticular Ativador Ascendente recebe estímulos oriundo do meio
exterior, a sua função é selecionar e filtrar apenas os estímulos necessários que possam
atingir o hipotálamo; alem disso, fazem conexões através de fibras direcionadas à
estrutura nervosas superiores; como o tálamo (reorganiza os estímulos vindo da
periferia e distribui os estímulos vindos do sistema nervoso central), o núcleo caudado
(possui um papel importante no sistema de aprendizagem e memória do cérebro), o
arquicórtex aparece no giro do hipocampo (esta envolvido com os comportamentos
pensamentos instintivos, que são transmitidos geneticamente) e, finalmente, as estrutura
do neocórtex (lida essencialmente com as informações aprendidas). Assim, o sistema
reticular, o hipotálamo e córtex funcionam como controladores de todos os estímulos
recebidos e que por sua vez são armazenados nas nucleoproteínas.
Figura: Diagrama que mostra relações de sistemas corticais com estruturas do tronco
cerebral através da formação reticular ascendente (segundoMagoun); tratos ascendentes.
Figura: Diagrama que mostra relações de sistemas corticais com estruturas do tronco
cerebral através da formação reticular descendente (segundoMagoun); tratos
descendentes.
Primária 41
Auditivo
Segundaria 22 - 42
Primária 1–2-3
Sensorial
Segundaria 5-7
Terciário, Sensório 7 – 22 – 37 – 39 - 49
Primária 4
Motor Segundaria 6
Movimento ocular 8
Fala 44
Terciário, Motor 9 – 10 – 11 – 45 – 46 - 47
Fonte: Luria,1981
De acordo com Luria (1981:55), este trabalho das zonas terciárias das regiões
corticais posteriores é de suma importância para a integração bem sucedida das
informações que atingem o homem por meio de seu sistema visual e também para a
transição de síntese direta; visualmente representada para o nível de processos
simbólicos, ou operações com significados de palavras, com complexas estruturas
gramaticais e lógicas, com sistemas de números e relações abstratas. Em virtude disso é
que as zonas terciárias da região cortical posterior desempenham um papel essencial na
conversão de percepção concreta a “pensamento abstrato”, que sempre ocorre sob a
forma de esquemas internos, na memorização, nas experiências anteriores, na
organização cerebral, na recepção e codificações de informações e no seu
armazenamento.
O jogo de xadrez é um excelente estimulador para as áreas cognitivas de quem à
prática, o enxadrista esta constantemente abstraindo a cada situação que as peças se
encontram no tabuleiro, desde um simples posicionamento ou a uma posição mais
complexa. Principalmente pela quantidade de variantes que o tabuleiro de xadrez
estabelece pelas suas coordenadas, das quais estas variantes estão diretamente
relacionadas aos movimentos específicos de todas as peças (torre, cavalo, bispo, dama,
rei e pião), pelas quais estas peças estão subordinadas às coordenadas do tabuleiro. È
bem sabido que a sua práxis é um ótimo estimulador nos processo mental superiores,
estimulando a capacidade imaginativa, perceptiva, atenção e a memorização. A sua
praticidade evolutiva depende da capacidade de associação de idéias abstrata e do
sentimento de cada sujeito. O pensamento abstrato integra a idéia e o sentimento, para
que a imaginação se concretize num todo, precisamos primeiro a conhecer a cada parte
deste todo, caso isso não ocorra, não haverá a conclusão do concreto.
Kandel (2003) ilustra com certa sensatez, a argumentação do neurologista
britânico John Hughlings Jackson, que o córtex é organizado hierarquicamente e que
algumas áreas corticais servem a funções integrativas de alta ordem que não são nem
puramente sensórias nem puramente motoras, mas associativas. Essas áreas do córtex de
alta ordem são chamadas de áreas associativas, servem para associar entrada de
informação sensória à resposta motora, e efetuar os processos mentais que intervém
entre a entrada de informação sensória e a saída de informação sensória, associação de
percepções com experiências prévias, focalização de atenção e exploração do ambiente.
Kandel (2003) explica que as áreas de associação são capazes de mediar processos
cognitivos complexos, pois recebem informações de diferentes áreas sensórias de alta
ordem e as transmitem para as áreas motoras de alta ordem, que, por sua vez, organizam
ações planejadas após processamento e transformação apropriados.
Para Luria (1981) o homem não somente reage passivamente a informações que
chegam a ele, como também cria intenções; realizando planos complexos e programas
para suas ações; ele próprio inspeciona a sua realização e regula o seu comportamento
de acordo com seus planos e programas e assim, o homem verifica a sua atividade
consciente, comparando os efeitos de suas ações com as intenções originais e corrigindo
quaisquer erros que ele tenha cometido.
A funcionalidade dos estímulos enxadrísticos em nível de córtex cerebral ocorre
de forma sistêmica pelos processos da percepção, sendo proveniente dos meio externo e
interno, do meio externo é diretamente do foco do tabuleiro, a do meio interno são as
informações e as experiências anteriores; esses estímulos perceptivos permitem a
observar e captar tudo que ocorre em sua volta através do sistema sensorial, para poder
organizar e interpretar as informações para uma tomada de decisão. Luria (1981:79) diz
bem claro, que a percepção ocorre por meio da ação combinada de todas as três
unidades funcionais do cérebro; a primeira fornece o tono cortical necessário, a segunda
leva a cabo a análise e a síntese de informações que chegam e a terceira provê os
requeridos movimentos de busca controlados que conferem à atividade preceptiva o seu
caráter ativo.
Luria (1981) procurou enfatizar o papel dos mecanismos eferentes na estrutura
de movimentos; entretanto, Bernstein (1947) mostrou que os movimentos não podem
ser controlados apenas por impulsos eferentes, e que movimentos organizados requerem
um fluxo constante de impulsos aferentes que forneçam informações sobre o estado de
articulações e músculos, a posição dos segmentos do sistema que se move e as
coordenadas espaciais no quadro das quais o movimento ocorre.
No entanto, começa a ser mais esclarecedor a funcionalidade do jogo de xadrez
em nível de córtex cerebral. Os estímulos perceptivos abstraído da atenção seletiva de
uma determinada posição de peças no tabuleiro implicam nas três unidades funcionais
do cérebro que atuam de forma integrada. Essas unidades têm uma característica
importante, pôr, possui uma estrutura hierarquizada que consiste em três zonas corticais
construídas uma em cima da outra. Sendo que todas as informações obtidas das posições
das peças no tabuleiro, antes de serem analisados de forma reflexiva, esses estímulos
iniciais da atenção seletiva, passa pela formação reticular ativadora sendo a parte mais
importante da primeira unidade funcional do cérebro; algumas fibras desta formação
reticular correm rostralmente para terminar em estruturas superiores. Exerce uma
função de seleciona e filtrar as informações, do qual é constituída pelas estruturas
ascendente e descendente, sendo esta, subordinada a organização vertical da estrutura
do cérebro.
Esta é a razão que procuramos dar ênfase nas particularidades do jogo de xadrez,
por ser um estimulador para as áreas neurocerebral, além de contribuir para o
desenvolvimento do pensamento abstrato, a sua práxis exercem como uma ferramenta
pedagógica, auxiliando na intelectualidade da criança, além de integrar criança,
adolescente, as pessoas adultas e idosas de ambos os sexos de forma harmoniosa. Para
Goethe “O xadrez é a ginástica da inteligência”.